O que é espécie animal

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Carlos Nougué Tomismo
Fundo-me neste vídeo no excurso zoológico "A questão das espécies animais" de meu próximo livro, "Do...
Video Transcript:
Quem já se deu ao trabalho de ler "A Origem das Espécies", de Darwin, não verá algo curiosíssimo: o livro chama-se "A Origem das Espécies" e ele termina por negar a existência das próprias espécies. Pois bem, em meu próximo livro, que vai sair agora em fevereiro/março, que é "Do Verbo Mental ao Verbo Escrito", eu tenho um extenso curso biológico, ou antes zoológico, chamado "Questão das Espécies Animais", e ali eu digo que os evolucionistas têm algo em comum: eles não se entendem entre si, especialmente quando o assunto é espécie. Vejamos algumas dessas definições evolucionistas de espécie, as quais são impressionantes nulidades, tanto se as consideramos isoladamente como se as consideramos conjuntamente.
Como verão, são tautologias, petições de princípio, que afirmam algo a partir de outro algo que, no entanto, teriam de ter provado, mas não provam. Por exemplo, a definição da escola fenética: "espécie é o agrupamento menor e mais homogêneo que pode ser reconhecido e distinto de outros agrupamentos". Que capacidade de reunir palavras para não dizer nada!
Vejamos a definição da escola ligada ao conceito de coesão: "espécie é a população mais inclusiva de organismos com uma coesão especial através de mecanismos intrínsecos de coesão". Isso parece o ouroborus, né? É aquele dragão ou serpente que devora a própria cauda.
Vejamos o conceito de espécie: "é uma linhagem que ocupa uma zona adaptativa minimamente diferente daquela de qualquer outra linhagem e que evolui separadamente destas outras linhagens". Não disse nada. Vejamos o conceito propriamente chamado de evolutivo: "espécie evolutiva é uma única linhagem de população ancestral e seus descendentes, a qual mantém sua identidade em relação a outras linhagens e que possui suas próprias tendências evolutivas e um destino histórico".
Que coisa fantástica! Vejamos o conceito cladístico: "espécie é uma população ou grupo de populações definido por uma ou mais características". E ainda há outra que é: "espécie é um grupo irredutível de organismos diagnosticamente distintos de outros grupos e no qual existe um padrão de ancestralidade e de descendência".
Bom, isto é uma Babel, né? Segundo esta mesma Babel, porém, os evolucionistas hão de considerar os homens apenas uma espécie animal, mais, né, divisível por sua vez em outras espécies. Isso segundo essas definições que acabei de dar, e segundo elas, os pigmeus africanos seriam a espécie humana, né?
Seriam algum elo perdido do século XX, como alguns dizem. Também a espécie de homem "bajus" pode permanecer muito mais tempo debaixo d'água que os "demis" humanos, né? Talvez se entrelaçe com alguma linhagem anfíbia, né?
E por que não seria uma espécie de homens os veganos, já que sua alimentação é completamente distinta? E isso abunda ao infinito, além dos próprios evolucionistas que constituiriam também uma espécie humana, entre as quais diversas subespécies com destino histórico e tudo mais. Então, não é de se surpreender que hoje se calcule o número das espécies animais na casa dos milhões e que ninguém se entenda na hora de classificá-las.
Então, de fato, hoje não há, falando propriamente, nenhuma classificação taxonômica do mundo animal. Pois bem, vou avançar: eu proponho uma primeira e provisória definição genérica lógico-biológica de espécie animal bruta, já que o homem não é da espécie animal bruta, o homem é outra espécie, é a espécie animal racional. A espécie animal bruta, todas as espécies animais brutas, são aquelas que têm sob si brutos igualmente informados de determinada alma específica e diferente só em número.
Explico rapidamente as partículas da definição: "que têm sob si" é a sua predicabilidade com respeito aos inferiores. As espécies últimas animais, como urso, castor e águia, não têm sob si outras espécies, apenas indivíduos brutos informados igualmente por determinada alma específica. A diferença, e mais uma vez insisto, é que alma não é algo só do ser humano.
Alma é o princípio que dá vida, de modo que todos os viventes, desde os vegetais até o homem, têm alma. A diferença é que a alma humana sobrevive à morte do corpo, ao passo que as outras não. E a última partícula da definição "diferente só em número" é uma quididade genérica dos inferiores de toda e qualquer espécie.
Pois bem, toda espécie última dos animais brutos, repito, urso, águia, formiga, parece abarcada, englobada nesta definição genérica que eu acabo de dar. Embora isto, obviamente, não resolva a árdua questão de definir todas e cada uma de tais espécies animais, eu me aventuro a dar uma solução a isto no mesmo livro de que tomo este excerto, ou seja, "Do Verbo Mental ao Verbo Escrito", que repito, sairá este ano entre fevereiro e março. Vai em primeira vista, então, parece próprio de toda espécie animal bruta e, por mutatis mutandis, de toda espécie vegetal que seus indivíduos sejam capazes de procriar entre si outros que lhes são essencialmente idênticos e igualmente capazes de procriar.
Entre um galo e uma galinha, jamais nasce um pato; entre um porco e uma porca, não nasce um jacaré. Pois bem, os indivíduos de uma mesma espécie animal são capazes de gerar uma prole cuja essência é igual à sua, o que se dá porque na fecundação o princípio ativo ou masculino deduz da matéria o princípio formal desta mesma essência. Que princípio formal é este em cada espécie animal?
É uma alma que só difere da sua em número. Então, um pinto só difere do outro pinto em número. E assim também a alma de um pinto só difere da alma de outro pinto em número acidentalmente.
No entanto, os indivíduos podem ser ou tornar-se absolutamente incapazes de procriar, né? Se são ou se tornam acidentalmente estéreis ou só relativamente incapazes, assim como se portadores humanos do gene da esclerose lateral amiotrófica só procriarem durante algumas gerações com outros portadores do mesmo gene, chegará o momento em que sua descendência já não poderá procriar com outros humanos que não possuam o gene. O mesmo gente E isto sem deixar de ser humanos.
Outro caso entre os seres humanos: as mulheres portadoras de síndrome de Turner são perfeitamente férteis, mas não assim os homens portadores da mesma síndrome. Sem dúvida, há casos, digamos, fronteiriços: Coiote, Lobo, Dingo, cão procriam entre si. Dingo é um cão selvagem australiano, procriam entre si e geram descendência perfeitamente fértil.
Se é assim, portanto, não são espécies distintas: o lobo, o dingo, o coiote e o cão são raças da mesma espécie, dotada cada uma, porém, de certo conjunto de acidentes que nela se perpetua. Pode ser que um pastor alemão macho e uma beagle fêmea não se reproduzam entre si pelo obstáculo acidental do tamanho, mas sem dúvida podem fazê-lo por inseminação artificial, o que absolutamente não podem fazer o urso e o castor entre si. É verdade que, também quando se trata de espécies animais, a coisa não é sem dificuldade.
Por exemplo: o tigre e o leão reproduzem entre si o ligre, e embora, pelo que eu sei, os machos de ligre sejam estéreis, não assim as fêmeas, que são capazes de procriar com o tigre ou com um leão puros. E se é preciso assinalar que o ligre tem saúde demasiadamente delicada, tem, porém, grande fortaleza. A mula, animal que é totalmente estéril e que resulta do cruzamento de asno com égua, então cabe perguntar se o tigre e o leão, por um lado, e o asno e a égua, por outro, constituem espécies distintas ou a mesma espécie, tendo a considerar que sejam raças da mesma espécie, as quais, no entanto, algum acidente causou um impedimento total ou parcial de procriação.
Como quer que seja, são certas fronteiras turvas. E isso se dá entre animais muito próximos: o leão e o tigre, o cavalo e a zebra, o asno e a égua. Mas não só, é impossível que um porco e um macaco procriem entre si, senão que até o mesmo bom senso nos diz absolutamente que não são raças da mesma espécie.
Então, vou corrigir um tanto aquela primeira coisa que eu pus quanto à espécie: aquela definição quanto à espécie, corrijo, dizendo que os indivíduos de toda a espécie animal e mutatis mutandis de toda a espécie vegetal, salvo algum acidente, são capazes de procriar entre si outros que lhe são essencialmente idênticos e que, ainda, salvo algum acidente, são incapazes igualmente de procriar. São igualmente capazes de procriar. Sem estes acréscimos, aquela definição seria tão somente provável, não certa.
Mas se olharmos bem, ainda há uma dificuldade nesta reformulação: é que nem toda reprodução animal é sexuada. Há ao menos três outros modos de reprodução animal: por brotamento, quando se gera um broto que cresce no indivíduo e depois se separa dele, originando outro indivíduo (o que se dá, por exemplo, em hidras e esponjas); também a reprodução por fragmentação, na qual um único pedaço do indivíduo é suficiente para dar origem a outro indivíduo por regeneração, o que ocorre em animais como a estrela do mar; e ainda a procriação por patogênese, onde o indivíduo pode dar origem a outro sem que haja fecundação, o que pode observar-se, ainda que não necessariamente, em peixes, em abelhas, em certos répteis, etc. Então, há que precisar ainda mais aquela formulação, dizendo o seguinte: os indivíduos de toda espécie animal e mutatis mutandis de toda espécie vegetal, salvo algum acidente, são capazes de gerar outros que lhes são essencialmente idênticos e que, ainda, salvo algum acidente, são incapazes de gerar.
E agora, esta é a formulação que me parece definitiva e, com isso, creio, superar as aporias, os becos sem saída a que levam as definições evolucionistas de espécie, sendo que, curiosamente, os evolucionistas, em sua ampla maioria, não creem efetivamente em espécie, mas que há. E como se vê, isso, repito: de um galo e de uma galinha nasce um pintinho, não um porco. De um jacaré macho e de um jacaré fêmea nasce um jacarezinho, não um elefante.
E assim sucessivamente. Mas de um tigre e de uma leoa nasce um ligre; de um lobo e de um cão nasce um wolfdog, um lobo; ou seja, o cão e o lobo não são espécies distintas entre si, senão que são raças da mesma espécie. Assim como entre os humanos, aliás, mutatis mutandis, embora os humanos não entrem nesta classificação de animais brutos.
Mas, entre os humanos, também há espécies. Eu falei dos Bajaus; falo dos meus H. Se quiser diferenças raciais, por cor da pele, etc.
, há diferenças raciais. E aqueles homens, que em torno dos quais o evolucionismo faz um carnaval, eram outra espécie humana que cruzou com a espécie humana e depois desapareceu. Não se cruzou e teve descendência, era raça humana e não outra espécie humana.
Isto é o bom senso que o diz; isto é o que é, com uma capacidade minimamente lógica de entender a realidade. É preciso concluir: o evolucionismo é uma petição de princípio, a começar, repito, do ponto que parti a começar do livro fundador desta seita poderosa, seita "A Origem das Espécies", no qual seu autor termina por dizer que não há espécies. Muito obrigado pela atenção e até nosso próximo vídeo.
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