alô esse último intervalo do evento é sempre um intervalo alongado independente do que aconteça né Eh mas agora finalizando a programação do seminário do Observatório brasileiro de Inteligência Artificial e dessa sequência de três dias que tivemos de eventos nós teremos o painel Inteligência Artificial transformando o trabalho e as empresas eu gostaria de chamar para iniciar a composição da mesa o moderador Marcelo graglia da PUC São Paulo por favor [Aplausos] em seguida chama a mesa aeli Barroso do Toronto Business [Aplausos] College continuando a composição da mesa chamo aaral fid Coelho pesquisador da iaa USP [Aplausos] chamo
em seguida Roselie Fígaro do centro de pesquisa em comunicação e trabalho da ECA [Aplausos] USP teremos também online Álvaro AC Comim da fflch é USP [Aplausos] e Morgan Frank da Universidade de [Aplausos] Pittsburg agradecendo a presença e iniciando esse nosso último painel passo a palavra para Marcelo grag Obrigado Pedro Boa tarde a todos boa tarde a todas bom Primeiro me apresentando rapidamente Eu sou professor da PUC São Paulo e atualmente coordeno o programa de mestrado e doutorado em tecnologias da inteligência e design digital que é o Tid e uma das iniciativas desse programa eh foi
a criação do Observatório do futuro do trabalho né que eu tô aqui representando também aqui a talp aleli também participam eh e no observatório nós estamos tendo a oportunidade né de contribuir para essa temática relacionada à Inteligência Artificial e às tecnologias digitais do mercado de trabalho né especialmente aqui né no nick então Agradeço o tuca né o Alexandre Professor Demi a gente tá juntos aí na na jornada do obia eh também temos atuado junto com o ministério da ciência e inovação e mais recentemente com o Ministério do Trabalho no grupo que eles formaram para discutir
futuro do trabalho eh fazendo vou apresentar aqui também né quem Quem mais está conosco eh rapidamente então aqui é meu lado Ataualpa blanchet o Ataualpa é pesquisador do Instituto de estudos avançados da USP eh no grupo de Inteligência Artificial e trabalho e também é pesquisador no grupo de pesquisa transformação digital e sociedade da PUC São Paulo a tau alpa é diretor de relações internacionais institucionais do Observatório do futuro do trabalho é especialista em novas tecnologias e direitos humanos no instituto de polí políticas públicas em direitos humanos do Mercosul e consultor Inteligência Artificial do escritório Regional
da Unesco para América Latina e e Caribe eh o professor eh que está remoto Álvaro Comim também é professor do departamento de sociologia da Faculdade de Filosofia letras e ciências humanas da USP é pesquisador do cfor e da USP onde coordena o grupo de pesquisa mercados digitais de trabalho é membro do grupo de pesquisa eh certificado pelo CNPQ Inteligência Artificial e sociedade e pesquisador associado do centro brasileiro de análise e análise e planejamento que é o cebrap Né do Qual foi presidente entre 2005 e 2008 eh também eh conosco o professor Morgan Frank né Professor
assistente na escola de computação informática formação da Universidade de Pittsburg eh o professor Morgan está interessado na complexidade da ia no futuro do trabalho e nas consequências socioeconômicas da mudança tecnológica o professor Morgan é phd pelo Mia leb do Mit foi pós-doutorando também no MIT e no ide e tem mestrado em matemática aplicado pela Universidade de vermon eh também aqui do meu lado a professora eh Roselie Fígaro professora Roselie a professora titular da Universidade de São Paulo é docente do programa de pós-graduação em ciências da comunicação é coordenadora do centro de pesquisa em comunicação e
trabalho e do projeto temático da artificação da atividade de comunicação e trabalho de arranjos de comunicadores com financiamento da Fapesp né Vamos tentar explorar esse tema eh e é membro é membro do Conselho gestor do do inct do CNPQ e pesquisadora do Observatório internacional eh da Inteligência Artificial também aeli Barroso a Celi é phd e mestre em bioquímica pela Universidade de São Paulo Ela é professora da Toronto do Toronto Business College é diretora de desenvolvimento de negócios da federação de negócios canadenses eh brasileiros e conselheira de transformação digital da vo sem asas AX liderou a
equipe de Global University programs da IBM para América Latina e também é líder do comitê futuro do trabalho da Associação Brasileira de empresas de software a ABS ela também participa do grupo de estudo eh transformação digital e sociedade da PUC São Paulo e do Observatório do futuro do trabalho bem fiz um pequeno roteiro para Eu Não Me Perder aqui não que isso aconteça viu Alexandre eh bom essa essa essa temática né Eh o nosso painel ele ele ele ele ele tá ele teve a a missão de tratar de de de dois aspectos importantes né desse
processo que a gente tá tendo de digitalização e de eh expansão da Inteligência Artificial né um em relação à transformação digital né que que relacionada às Organizações e as empresas eh e o outro os desafios pro mercado de trabalho pros trabalhadores e para as trabalhadoras né são são Duas Faces da mesma moeda né são dois temas que de alguma maneira eles precisam ser tratados né pro futuro do país em relação à inteligência eh artificial nós vamos tentar explorar esses dois aspectos aqui durante o o nosso painel eh sobre esse assunto acho que que que que
todos e todas devem saber né a gente tem basicamente a gente tem eh digamos podemos dizer que temos as pessoas mais pessimistas né que tem uma visão mais catastrófica do da da expansão da ia né especialmente no mercado de trabalho eh do outro lado temos as pessoas otimistas aquelas que acham que tudo vai correr bem como ocorreu no passado em outras revoluções tecnológicas E aí eu eu recorro aqui ao Ariano Suaçuna né e e fico naquela do realista esperançoso né então tô nessa nessa nessa posição mas mas o fato é que o tempo nos ensina
a pensar em risco né ter o pensamento de risco e e tentar ah construir cenários né também cenários trabalhar com cenários inclusive os cenários os cenários negativos H Eu particularmente em relação a essa a esse pensamento de que ah tudo deu certo nas outras revoluções tecnológicas com computador com a internet e tudo mais eu acho que aí tem duas tem dois erros essa é uma visão e particular uma pode-se dizer que é de cunho quase filosófico né de imaginar que sempre o futuro repete o passado a outra tem a ver com a característica técnica da
tecnologia então por exemplo quando a gente pensa em internet a internet talvez ela fosse melhor definida como uma plataforma tecnológica do que uma tecnologia singular né estrita e e plataformas sejam elas estruturais biológicas são são espaços onde se colocam coisas em cima para coisas florescerem né então a internet em si para cada emprego que ela eliminou por exemplo ela gerou três ou quatro Então nesse aspecto eh foi positivo né tem outras questões Óbvio para serem discutidas mas foi positivo a inteligência artificial já tem uma característica bem diferente né ela uma ela é uma é uma
tecnologia que claramente do ponto de vista do trabalho ela tem um um uma característica de substituição né Muito das virtudes estão ligadas a desenvolver possibilidades que ou não são possíveis eh para humanos fazerem ou que humanos não conseguem fazer de forma tão eficiente né então acho que a gente não pode eh ter uma visão ingênua e não nos prepararmos né para eventualmente Ah um cenário de de de de de de de impactos negativos né H tem também o argumento de que eh os ganhos de produtividade pode estimular o crescimento econômico pode gerar novos negócios e
assim gerar novos novos postos de trabalho mas também a gente nós precisamos ficar atentos às mudanças na produtividade da mão de obra né na relação em que as empresas que estão empreendendo o processo de digitalização e mesmo as startups que já n 5 da de DNA de tecnologia né Eh claramente elas não desenvolvem apenas produtos tecnológicos elas já desenvolvem eh processos digitais e assim tem uma relação de produtividade da mão de obra diferente daquela que nós estamos eh acostumados bom eu eu eu coloquei um slide só para uma provocação Inicial antes da gente eh abrir
né a as questões mas aqui eu eu coloquei só alguns dados do do do fórum econômico mundial e da brascom né Eh quando a gente olha os números né aliás os números a gente tem que olhar com sempre com certo com certo cuidado eh a gente tem ali um um saldo né negativo de 14 milhões de empregos gerados né E isso segundo segundo o o fó econômico eh Seria algo em torno de 2% da da da força de trabalho Mundial então a gente pode pensar o impacto não é tão grande assim né Eh eu acho
que o aprendizado que nós temos que ter em relação a esses números é o seguinte não é uma conta de subtração eh se a gente olhar o primeiro número que é uma expectativa de 23% de de de mudança ou de movimentação em postos de Trabalho Acho que esse número é um número que a gente tem que olhar com mais atenção e aí eu dou exemplo no do do Brasil aqui né onde a gente apesar de de de do do país ter conseguido uma redução expressiva no índice de desemprego nos últimos tempos ainda assim nós temos
coisa de 7 milhões e meio de pessoas desempregadas e nesse momento nós temos dezenas de milhares de vagas na área de tecnologia abertas no no Brasil que as empresas têm dificuldade de preencher né Eh porque não dá o Mat né ou seja não é uma conta de menos então eu acho acho que nessa questão do mundo trabalho assim como a própria ia eh a gente não pode pensar que no no geral vai ser bom acho que não esse pensamento é pensamento equivocado acho ao mesmo tempo virão coisas boas e ao mesmo tempo virão coisas indesejadas
e a gente precisa trabalhar com eh com as duas com as duas questões né Eh no número no número ali da da da brascon né é Um Desafio que nós temos hoje um chamado gargalo de mão de obra no Brasil e isso não é pouco importante porque Isso pode impactar no né nas possibilidades de desenvolvimento econômico a partir eh do uso da ia e outras tecnologias eh e aqui tem duas questões né fazer um um comentário rápido um é que eh claramente capacitação e recapacitação é uma ação importante é uma ação que está prevista inclusive
no plano brasileiro de Inteligência Artificial O que é aliás um plano muito bem estruturado muito abrangente né um alento eh a elaboração desse plano eh mas a gente tem que tomar cuidado com a chamada capacitação aparente né que essa é uma é uma experiência que nós já vivemos no Brasil então isso isso é um risco né Eh e o outro é que as soluções para eventuais problemas que a tecnologia Gere no mercado de trabalho nem todas elas serão resolvidas pela própria tecnologia que não não é não dá para imaginar que toda a mão de obra
que eventualmente seja substituída vai ser absorvida simplesmente pelo setor de tecnologia então tem soluções que estão em outros setores produtivos especialmente aqueles que ainda são intensivos em em mão de obra bom esses os comentários só uma provocação para pra gente começar o nosso debate e a nossa dinâmica vai ser vai ser a seguinte né Cada um um dos palestrantes das palestrantes terá no máximo de 10 minutos né uma referência para fazer uma uma uma exposição sobre sobre o seu tema né nós conversamos um pouco antes para ter uma linha então quero começar com alceli né
e alceli falando um pouquinho dessa na perspectiva das organizações né com a digitalização com o uso da ia o quanto quais os desafios que ou alguns desafios que as empresas já estão enfrentando nesse novo momento obrigada Marcelo boa tarde a todos um prazer est aqui falar com falando com vocês depois de mais de do anos sem vir ao Brasil tô super emocionada de est aqui eh de novo bom a minha história com a inteligência artificial vocês viram minha formação é completamente diferente na área de saúde ela começou em 2011 quando eu já tava trabalhando com
na área de tecnologia numa empresa de tecnologia né IBM eh e eu fui apresentada ao Watson então aquilo lá era uma novidade em 2011 eh eh aquele jeopardy que era aquele jogo que eles ganharam E aí comecei a ficar curiosa no que que era aquilo comecei a estudar eh aquilo 6 anos depois eh a gente já tinha casos de uso da daquela tecnologia eh na saúde na educação Ah no setor automobilístico Ah até na arte eh e cultura e aquilo começou a ficar cada vez mais latente assim eh será que as pessoas e eu trabalhava
na área de educação será que as pessoas estão Preparadas para isso Será que as empresas Têm pessoas que a gente a gente pensava assim a gente via os casos de uso quem que vai desenvolver isso dentro das empresas vai ter escala dentro das empresas e a gente começou a fazer uma pesquisa nessa época eh conheci o Marcelo e e a gente curioso para saber como que as empresas estavam lidando com isso então a gente começou a fazer uma pesquisa eh entrevistando profissionais de Recursos Humanos para tentar entender se faltava se eles sentiam que faltava a
mão deobra se se as pessoas estavam Preparadas se a empresa estava preparada e naquele momento a gente via eh que eles não estavam se sentindo eles diziam assim a gente falta né como eu escutei hoje cientista de dados falta base eh mas também as empresas não tem a o suporte dentro das empresas para capacitar eh naquele momento eu tava trabalhando justamente fazendo a ponte entre as as Universidades e as empresas para ajudar a levar não só os temas de Inteligência Artificial mas também ciência de dados nuvem cibersegurança porque isso tudo no fundo tá interligado quando
eh se começou a falar em computação em nuvem eh e e naquela 2011 Quando foi lançado o Watson Watson não estava eh ligado na internet então só pra gente ver ah eu lembro que se falava muito Olha o computador conseguiu fazer aquilo sem acessar a internet que era justamente para não ser aquela busca eh hoje a gente já tem eh isso tudo na Cloud nos data Centers que aí já uma outra história né o quanto de energia a gente tá consumindo o quanto as grandes empresas TM acesso a subir a quantidade de dado suficiente então
já é uma outra história de como que a gente tá incluindo as médias empresas no desenvolvimento né e no uso dos algoritmos ou só as grandes vão ter possibilidade disso mas enfim no campo do trabalho da das pessoas de de se prepararem pro mercado né ou para essa revolução ainda não tava tão avançado muitas empresas lançaram os seus próprios eh sistemas de eh de bed né de certificados micr certificados eh mas isso ainda Precisa avançar muito Ah e eu concordo com o Marcelo quando ele coloca eh em que medida né a gente tá Eh vamos
vou vou colocar assim grau a gente precisa saber sobre a inteligência artificial hoje todas as profissões precisam saber todas as pessoas agora precisam entender um pouco em que grau um grau onde um curso de curtíssima duração vai te dar conhecimento suficiente para poder trabalhar com aquela tecnologia que tá vindo te deixar confortável ou não Qual é a base que se precisa ter daqui para frente para que a gente consiga conviver então tem muitas eh muitos pontos ainda para serem discutidos eh porque tá vindo uma revolução e essa em 2023 essa mudança da e a generativa
ela democratizou as pessoas agora conseguem ver então com uma interação eh eh amigável com com a a interface amigável a gente consegue ver as coisas eh a gente pergunta e ela responde se ela responde completamente certo e o que a gente queria já é um outra discussão mas ela responde ela interage isso fez com que todo mundo conseguisse entender o que tava o que tá acontecendo E aí a grande pergunta é eh as empresas Elas têm uma estratégia para lidar com isso nos últimos meses eu escutei de algumas pessoas dizendo que o líder de negócio
chamou o líder de tecnologia e disse bom a gente precisa colocar inteligência artificial e o líder de tecnologia falou mas para quê Ah eu não sei tá todo mundo colocando a gente precisa também a gente não pode ficar atrás Então esse sentimento de todo mundo tá fazendo Eu também preciso fazer e a gente tem que ter essa capacidade crítica e de julgamento eh e e as empresas que eu acho que entra nesse ponto das empresas eh para quê por qu que eu tenho que usar para quê como que eu vou usar e dentro da Inteligência
Artificial que é um campo enorme tem várias ferramentas Quais que eu tenho que usar e para quais processos então esse discernimento de eh não vou colocar eu teria que colocar e e generativa em tudo talvez não talvez umas uma ferramenta analítica um cientista de dados conseguiria colocar e a gente saber essa separação dentro desse Campo Grande então a capacitação e a e a estratégia da empresa com a estratégia de formação e requalificação dos funcionários é algo muito importante porque a ia veio com uma sedução muito grande de melhorar a produtividade e melhorar a produtividade no
curtíssimo prazo é colocar uma tecnologia cortar custo cortar pessoas então Eh recolocar mas o que que eu posso fazer com aquela pessoa que estava fazendo a e ela tem que passar a fazer B como que eu trabalho essa eh essa ess essa jornada de aprendizagem dessa pessoa então essa sedução é muito forte mas ela tem dois componentes né a gente trazer sim a tecnologia eu sou eh bastante eh otimista que a tecnologia ela sim ela aumenta a produtividade Ela traz inovação a gente consegue fazer as coisas mais rápido melhor eh mas a gente tem o
lado humano e tem um artigo da Harvard Business review eh recente que fala como que a gente pode produzir líderes mais humanos como que a gente como que a ia pode trazer mais humanidade Então é isso que a gente tem que perseguir né o não adianta você ter uma empresa muito eficiente com funcionários completamente descontentes com funcionários com doença mental eh muito estressados funcionários com Burnout você gastando fortunas em contratações eh porque é isso que se faz as pessoas saem mas logo depois tem que contratar e a contratação ela é sempre mais cara do que
o investimento interno no desenvolvimento interno das dos Funcionários Então como que a gente como sociedade faz o balanço ideal né da promover uma estratégia de capacitação para e de promoção para que as pessoas também não fiquem com medo que hoje existem o muitos trabalhos que mostram e pesquisas que mostram que as pessoas estão com medo de serem eh que a ia venha tomar o lugar delas sem muito saber o que é a ia então a gente precisa democratizar um pouco mais esse conhecimento investir eh as empresas precisam investir mais no desenvolvimento dos seus funcionários para
que a gente consiga ter um ambiente de trabalho mais eh agradável seguro e usando a tecnologia a nosso favor então é a inteligência artificial potencializando o melhor do ser humano porque no futuro ela pode até dentro D desse contexto dos algoritmos trazer uma até uma capacidade crítica dos os algoritmos eu acredito que no futuro eles vão trazer essa capacidade crítica mas o julgamento aquele refinamento aquela percepção a compaixão tudo aquilo que a gente tem com a nossa emoção se a gente usar a emoção e tudo que o ser humano tem que é único mas a
inteligência artificial Aí sim a gente chega Nessa narrativa que a gente hoje vê eh da Inteligência Artificial realmente empoderando as pessoas Então acho que agora eu cheguei no nos 10 minutos e agradeço muito e a gente vai debater sobre esse tema obrigada obrigada Celi professora Roseli Ah sim bom gente boa tarde muito obrigada pelo convite é um prazer estar aqui vocês corajosos que ficaram o dia todo e por favor um pouco mais de paciência porque eu preparei Um textinho rápido aqui em 10 minutos para eu ler Porque senão como professor eu vou falar 50 minutos
então tem que ter ordem né então eu coloquei um título assim questões para um Observatório de ia observar o trabalho pequeno preâmbulo falo do ponto de vista do trabalho O trabalho humano vivo é sempre inédito e é ele o único capaz de inovação a técnica o instrumento e a ferramenta são produtos do trabalho humano para Superar as dificuldades do meio e para melhorar a qualidade de vida conforme ensina o filósofo Álvaro Vieira Pinto a tecnologia é a área do conhecimento que congrega o desenvolvimento das técnicas desenvolvimento tecnológico é a ação das forças sociais em disputa
cujos resultados são apropriados pelos que TM poder e dinheiro nessa perspectiva há uma série de perguntas a serem feitas com o objetivo de desnaturalizar um aparato discursivo ideológico que apresenta um único caminho para o que pode ter muitas direções Por que nomear pelas palavras nuvem inteligência artificial aprendizado de máquina trabalho do sistema e etc os processos e operações algorítmicas baseadas em dados essas palavras nomeiam ações humanas Por que usá-las no atual contexto máquinas não trabalham máquinas não aprendem precisamos cuidar do vocabulário ultrapassar o fetiche da tecnologia esses verbos são importantes para nomear ações humanas o
efeito que produzem Ao serem usados para nomear operações e funcionamentos de instrum de instruções Matemáticas e modelagem causam o prejuízo de obliterar as escolhas que estão sendo feitas por alguns seres humanos como se fossem operações neutras objetivas resultadas de uma racionalidade da máquina que não teria interesse e nem Essa é um esse é um grande problema pois por exemplo impede o protagonismo de amplas camadas da população que não se vem à altura desses discursos desse discurso mistificador por exemplo as nuvens são na verdade pesados equipamentos que ocupam território usam muita água energia e minérios os
Data Center São fábricas infraestrutura de ti para constuir soluções e serviços armazenar e gerenciar os dados para que possam ser usados e reusados as maiores empresas do setor São a Amazon web service o Google Cloud a Microsoft Azur elas monopolizam pera aí elas monopolizam opa uma professora de mais de 60 anos [Aplausos] elas monopolizam de maneira vertical a cadeia de valor de a e fornecem serviços de infraestrutura plataforma serviço de software serviço de ia em São Paulo temos os data Centers dessas três grandes empresas além de outros operadores de empresas especializadas na construção e gestão
deles estão localizados nas bacias hidrográficas do tit e do Paranapanema é o Caminho das Águas a gestão dos recursos hídricos do estado tem um manejo complexo e muito disputado a energia para manter e refrigerar o sistema é fundamental essas fábricas têm uma força de trabalho mais qualificada embora pouco conhecida em termos de um sistemático levantamento dos perfis profissionais condições de trabalho e salários segundo especialistas alguns dos perfis são engenheiro de data center administrador administrador de data center analista de data center técnico de data center entre outros os salários dos perfis médios e técnicos são baixos
estão entre 3.000 e r 5.000 mas como os dados são produzidos e chegam ao armazenamento os dados são a base fundamental das técnicas contemporâneas de a generativa por sua vez dependentes das relações de comunicação e trabalho os dados estão na vida social nas relações de comunicação e nos contextos que incorporam os os dispositivos que permitem as interações fora das interações e contextos comunica acionais os dados não significam o cachorro o lápis a mulher a árvore a chuva a saudade só podem significar porque são produtos das relações sociais o acompanhamento de sua cadeia de produção do
ser humano em Ação até o Data Center necessita de regulação adequada que considere legislar sobre os modelos de negócios que vendem D e análises de perfis a quem paga mais há no mercado opções flexíveis de entregas de dados isso é um slogam de uma dessas empresas Ou seja para todas as finalidades há um grande número de agências e de trabalhadores atuando nesse negócio Quem são eles como esse negócio se estrutura se estrutura atua e se legaliza qual o perfil dos trabalhadores portanto a cadeia produtiva da chamada EA envolve desde a mineração o manejo de recursos
como água e energia construção civil logística e as relações sociais visto que os dados são capturados da sociedade um enorme Exército de trabalhadores está aí envolvido é preciso reconhecer valorizar regulamentar remunerar adequadamente os milhões de brasileiros que hoje estão invisibilizados como substrato resíduo das operações algorítmicas refiro-me aos anotadores de dados esses trabalhadores estão presentes em toda a cadeia produtiva dos dados desde o treinamento para A modelagem a verificação dos resultados também dão feedback que possibilita o aperfeiçoamento de um modelo depois de lançado ganham centavos e estão trabalhando em locais os mais inusitados sem sabermos suas
condições denúncias e pesquisas provaram que o chat GPT foi treinado por trabalhadores do Quênia em precárias situações de Labor no Brasil e em outros países da América do Sul e na Ásia esse conjunto de trabalhadores só cresce tem perfis os mais diversos mas o que os unifica é a necessidade de sobrevivência sem direitos sem reconhecimento e sem garantia de salário as mulheres são um contingente expressivo nesse meio o trabalho muitas vezes é tóxico essas pessoas são expostas a imagens vídeos e sons que mexem com a estrutura psíquica delas não há garantias podem ficar horas esperando
por uma tarefa ou ter de realizá-las em ritmo acelerado nessa cadeia de valor baseada em dados há o ponto chave necessário para ver a captura de dados desde a conexão à internet até o acesso aos aplicativos e ferramentas que permitem a coleta essa estrutura é altamente controlada e monopolizada as ferramentas oferecem serviços mas a finalidade é a atenção das pessoas a atenção das pessoas requer estratégias discursivas de persuasão desenvolvidas por comunicadores de diferentes perfis por esse caminho passam o Jornalismo e a publicidade dois produtos culturais fundamentais para a máquina da coleta de dados construir credibilidade
necessita de jornalismo de informações qualificadas para amealhar lucratividade necessita-se da publicidade com a venda de perfis detalhados por diferentes setores do mercado é a publicidade programática controlada por Google ADS e meta outros profissionais que TM seu trabalho usado para a conquista da atenção são os artistas e produtores urais e uma multidão de produtores de conteúdo e influenciadores digitais profissões reconhecidas se transformam profundamente muitas vezes deixando escapar o éos que a identifica caso dos Jornalistas a precarização assombra profissionais da comunicação produtores culturais e artistas a deses dessa dessas profissões está sintetizada no termo produtores de conteúdo
os direitos autorais e a criatividade desses profissionais entram como insumo de a sem remuneração ou reconhecimento é preciso salientar sobretudo que os dados à medida que são capturados alimentam bases diferentes para propósitos diferentes assim como dados eh sobre a saúde T determinado o tratamento e finalidade os dados provenientes do trabalho de comunicadores também a informação apurada tem uma qualidade a mais é produto pronto para a captura de mais audiência o processo de trabalho de jornalistas transforma-se em ferramentas digitais que substituem o trabalhador e ou aceleram seu trabalho as redações estão vazias a agência de publicidade
perdeu seu perfil tradicional e passou a operar operar a partir da lógica das ferramentas do Google ADS o que coloca os publicitários especialmente especialmente o Mídia para trabalhar no e para o ecossistema dessa empresa Esses são apenas alguns exemplos identificar mapear e refletir soluções plausíveis para o futuro do trabalho decente é uma tarefa bastante importante e pode ser feita pelo Observatório assim o Observatório poderia ter o objetivo de mapear a cadeia de valor de a no Brasil adotando a perspectiva do trabalho o trabalho é a categoria capaz de abarcar os interesses de diferentes setores dessa
escala Industrial dessa escalada Industrial contemporânea dos produtores de dados ou seja todas as pessoas que interagem por meio de internet dos trabalhadores que atuam nessa cadeia de valor da robusta infraestrutura necessária para tratar operar e guardar dados dos recursos naturais para que essa infraestrutura possa operar bem como dos atores com poder econômico e de decisão nesse processo compreender e dar respostas aos Desafios que estão sendo colocados requer uma visão crítica e comprometida com o bem-estar das pessoas a ciência deve ter este compromisso [Aplausos] Obrigado professora na verdade esse painel acho que vocês já perceberam ele
traz um mosaico de perspectivas né PR gente tentar dar conta da complexidade desse desse tema bom convidar o professor Morgan Frank para apresentar um pouco sobre seus estudos nesse tema e que estejam vendo a minha tela podem ver a tela muito bem ótimo muito obrigado por esta oportunidade de lhes falar um pouco sobre o que eu penso e como podemos fazer melhor no entendimento da empregabilidade e da Inteligência Artificial e as suas implicações negativas há muita energia muito interesse não é relacionado à e generativa GBT geradores de imagem principalmente para os trabalhos mais administrativos eu
coloquei aqui algumas notas e vejam notícias por exemplo do CNN Business do Business insider da revista Forb todos eles falando sobre o o chat GPT e como ele vai destruir os empregos 300 milhões de empregos dos Estados Unidos podem ser afetados pela Inteligência Artificial se nós olharmos cada vez mais nós vemos que entre essas Fontes conhecidas as tendências de tecnologia ainda há Muita confusão à direita eu destaco aqui duas notícias uma do The Atlantic e outra do Business insider foram publicados al semanas de diferença e no Atlantic nós dizemos como o chat GPT vai desestabilizar
o trabalho administrativo o insider diz o chp é o mais Face do ai é divertido mas não vai tirar o seu emprego quem está certo temos que nos preocupar Será que o ai vai tirar empregos Quais são os empregos e de onde do mundo onde nos Estados Unidos de onde na economia quais setores serão mais afetados todas essas notícias e muitos estudos sobre como e está formatando o mundo dos empregos fala de perda de emprego e muitos estudos tentam entender Quais são as funções mais expostas a ai mas nunca se faz uma conexão com empregos
realmente perdidos normalmente o que acontece é que nós entendemos que as novas tecnologias alteram a demanda de habilidades dentro de uma ocupação então por exemplo fazia um trabalho manual agora tem uma boa programação resolve os problemas de matemática Então em vez de fazer a conta de matemática a mão eu uso a tecnologia alguns que podem se adaptar a essas mudanças talvez vão ser mais produtivos com a nova tecnologia Inclusive a Ea generativa mas talvez não seja o caso para todos os trabalhos às vezes os trabalhadores não vão se adaptar a vão levar a uma separação
ah do trabalho a pessoa é demitida pede demissão e algumas vezes Isto pode levar a um desemprego tecnológico a pessoa que passou por este processo não consegue encontrar uma nova oportunidade de empregabilidade tudo ISO representa diferentes tipos de ruptura de emprego e resultados negativos para os empregados mas nada disso foi bem estudado pelo menos nos Estados Unidos os dados disponíve em toda a economia americana descreva ali três resultados principais porém os dados existentes não são suficiente se nós quisermos usar dentro dessa mudança de habilidades nós podemos ver a análise do Database são perfis que tem
mudado na economia americana ess banca de dados é atualizado só a cada 5 anos ou seja nós não vamos ter acesso informações de qualidade poderemos ver uma outra pesquisa a pesquisa de job Opening e Labor turnover Jes Então as taxas de separação de empregabilidade mensais por estado mas não há divisão por setor ou por tipo de ocupação em que a pessoa acaba sendo demitida Ou pede demissão finalmente a estatística de desemprego local que é o Laus que dá taxas de ah desemprego mensal mas mais uma vez essas taxas de desemprego não são divididas por setor
nem por tipo de trabalho que acaba sendo levado a a um tipo de perda do emprego Então nós não temos dados suficientes para nos guiar eu acho que nos Estados Unidos e em todo o mundo os países precisam levar à frente e usar dados para poder entender quais são os impactos negativos sobre o emprego em diferentes regiões em cada país nos diferentes setores e na economia nos Estados Unidos uma coisa que eu faço com o meu grupo de pesquisa é trabalhar com cada programa de seguro de desemprego nos Estados americanos reunindo dados sobre as ocupações
mais recentes aqueles que entram com o pedido de ah compensação de desemprego então por exemplo se você trabalhador diz qual é a Sea ocupação eu vou dizer qual é a chance de precisar ou de ter não é o desemprego Esse é um passo além daquelas estatísticas de bls agregados porque o risco depende da ocupação do setor do estado e até no período do ano os riscos aqui de desemprego nos dão vamos dizer algumas dicas de quando isso pode acontecer quais são os tipos de trabalhadores vão ter uma maior chance de sofrer pelo desemprego Esses insites
são importantes na economia americana Claro e revelam alguns dados bastante interessantes nós podemos até esperar que usando as estatísticas de empregabilidade mais comuns nos vários países que nós poderíamos fazer a comparação das estatísticas podemos dizer então que se tem aumentado o desemprego Para uma determinada ocupação isso vai ter um impacto do outro lado mas não vejam que nós temos a taxa de desemprego e o risco de desemprego não necessariamente esp parados aqui nós temos por exemplo o risco em diferentes estados em new hampshire pessoas em gestão não há relação entre a mudança de desemprego e
o risco de desemprego observado nós podemos dizer bom então tá bom talvez a taxa de desemprego dos Estados é o que está determinando uma tendência ou seja Qualquer que seja o risco daquele trabalhador isso é determinado por fatores sistêmicos e não por detalhes específicos da sua ocupação mas a taxa de desemprego Total não é um bom previsor para saber qual é o risco de desemprego por exemplo Ciências Sociais e físicas em SC eles observaram um aumento do risco de desemprego ao passo que a taxa de desemprego no estado caiu então Aqui nós temos dois mapas
que mostram as taxas de desemprego total em Verde em março de 2020 durante o covid distanciamento social e políticas não é restritivas e Vejam o mapa todo bem Verde à direita no mapa vermelho nós vemos o risco de desemprego para funções em saúde então vejam que há um pouco mais de detalhe aqui se nós quisermos focar recursos do governo para aqueles que mais têm segurança do trabalho em função das políticas de covid ou da da eia generativo nós vemos aqui que temos que usar Talvez os riscos de desemprego para poder direcionar os recursos o que
estamos fazendo aqui usando medidas de exposição a ai por ocupação para determinar quem vai ter maior risco de desemprego ou um aumento das taxas de desemprego em função dessa exposição essas taxas de separação ou de risco de demissão nessas várias análises mesmos fazendo o controle e de escalas de fatores de região localidade inclusive informações sobre a exposição dos trabalhos ao ai isso nos permite então entender um pouco melhor na verdade quando nós analisamos esses dados em detalhes nós vemos a um risco de desemprego a e que pode ser analisado com base nessas informações mais detalhadas
na universidade de Pittsburg nós estamos analisando Como a tecnologia está levando a necessidade de mais habilidades nós estamos analisando isso em cidades estados e esperamos combinar este risco de desemprego com os dados de indivíduos é muito bom poder participar neste evento remotamente eu e a minha esposa temos um bebê de 10 meses eu não quis me sair de casa não é mas pensando no meu na minha no meu bebê eu fiquei pensando como vai ser ai e educação preparando os alunos de hoje para o trabalho de amanhã e com isso encerro a minha apresentação obrigada
Obrigado Professor muito interessante o estudo apresentado pena que o nosso tempo é curto para pro debate vou convidar o Professor Álvaro Comim para que faça a sua fala bom Eh vamos lá né Muito obrigado pelo convite eu agradeço os organizadores do do evento eh a pessoa do do Pedro é um prazer est aqui poder eh compartilhar essa a discussão com vocês eh esse debate sobre o o os impactos da ia sobre o trabalho ele tem uma algo em comum com o debate sobre a mudança climática né esses esses eram debates que Até recentemente eles se
referiam ao futuro né o como se as coisas fossem acontecer no futuro e hoje elas não fossem mais do que tendências né Eu acho que os últimos os últimos anos tá estão nos ensinando que eh estão nos obrigando a reconhecer que na verdade nós já estamos vivendo nesse futuro né Assim como os efeitos do aquecimento global já fazem parte do nosso cotidiano né Nós estamos sentindo isso eh a cada dia eh esse complexo de tecnologias da informação da qual a ia é um componente cada vez mais importante também já provocou digamos mudanças eh importantes no
mercado de trabalho né eu vou começar um pouco por onde o o Morgan terminou quer dizer a gente não sabe muito bem as os os estudos tendem tentam fazer projeções sobre o futuro do emprego eh e a gente não sabe na verdade a resposta certa né se os empregos vão se vai faltar emprego no futuro ou não eh eh mas a gente sabe algumas coisas a gente sabe por exemplo que a a o o conteúdo das profissões eh eh ele tá mudando né isso vale para muitas profissões aquilo que os profissionais tradicionalmente faziam já não
é mais a mesma coisa né os profissionais estão tendo que fazer coisas diferentes e a gente sabe também que uma parte grande dos trabalhadores que vão perder eh perder né né os seus empregos nesse período não são necessariamente os mesmos trabalhadores que serão estarão habilitados a ocupar as oportunidades que vão surgir com o desenvolvimento eh das novas tecnologias Então eu acho que eh essa revolução tecnológica ela nos oferece uma oportunidade interessante de refletir um pouco sobre eh O que é qualificação né O que é a qualificação do trabalho nosso no nosso senso comum eh mesmo
no senso comum acadêmico eu diria a gente tende a associar a qualificação profissional com escolaridade né com formação escolar especialmente com diplomas né Quanto mais diplomas mais quanto mais diploma mais qualificado a gente supõe que seja eh um trabalhador eh os economistas TM até uma maneira mais simples de fazer isso né que é inferir a qualificação a partir da renda então quanto maior a renda de um trabalhador maior a sua produtividade e eh por suposto né Maior a sua eh qualificação mas a gente sabe E especialmente os RH sabem isso muito bem né que qualificação
Não envolve só conhecimento Não envolve só formação eh escolar quer dizer todo o trabalho mesmo os trabalhos que a gente julga serem braçais e pouco qualificados todos os trabalhos envolvem eh em alguma medida raciocínio abstrato né quer dizer mesmo o pedreiro que constrói a casa ele tem que primeiro construir a casa na cabeça dele antes de começar a empilhar eh eh os tijolos Então essa ideia de que existem profissões meramente braçais ela é uma ideia preconceituosa né e e de de falsa eh os os a qualificação profissional é uma coisa que muitas vezes a gente
só adquire né as habilidades com a experiência com o passar do tempo eh e eh em muitos casos em muitos casos as profissões exigem talento né e talento é uma coisa que algumas pessoas têm outras não e a gente não sabe muito bem da onde vem eh o talento e qualificação profissional também envolve as chamadas habilidades não cognitivas né as chamadas habilidades sociais por ex exemplo que são eh habilidades que se manifestam no comportamento e na atitude das pessoas né E essas essas chamadas soft Skills Aliás se você conversa hoje com rhs ou se você
analisa anúncios de emprego a gente descobre que essas habilidades né as soft Skills eh em geral são as habilidades que os rhs costumam considerar as mais difíceis de se encontrar no mercado as mais difíceis de você eh preencher né você encontra eh com certa facilidade de um bom desenvolvedor de software mas dizem os rhs né O que é difícil mesmo é você encontrar um desenvolvedor de software que tenha Digamos que tenha acenso para os negócios que tenha a capacidade de trabalhar em grupo que tenha a capacidade de liderar eh equipes né Essas são habilidades difíceis
de encontrar e que de uma maneira geral a gente não não são habilidades que a gente aprenda nos Bancos escolares né Essas habilidades Elas têm a ver com processos de socialização que vem desde a nossa eh infância né bom pensando em Inteligência Artificial né como próprio Marcelo antecipou isso né Inteligência Artificial quando a gente pensa em ia e trabalho a gente tá pensando eh principalmente em automação né quer dizer uma dos grandes atrativos da dessas tecnologias é que elas permitem a automação de tarefas e e o que é digamos eh particular e até certo ponto
novo com a inteligência artificial é que ela permite eh a automação de tarefas que nós né né julgamos tarefas muito qualificadas né ela permite a automação de de atividades que nós associamos com trabalhadores eh eh muito qualificados né Eh o que a gente isso se evidencia por exemplo na na na figura dos gerentes né Essa é uma categoria profissional gerente né uma categoria profissional e eh tá entre as categorias profissionais que experimentaram maior declínio eh nos últimos anos Isso é verdade que o Brasil também né se a gente pegar aí a a pinard como eu
fiz e comparar os últimos 10 anos nós vamos ver que essa é uma categoria que tá eh em declínio isso é muito sugestivo né porque isso nos mostra que muitas vezes a inteligência artificial serve para substituir o chefe e não o trabalhador comum né esse é um são casos em que é o chefe quem dança e não trabalhador considerado menos qualificado né se a gente pensar por exemplo tomando alguns exemplos eh do setor de serviços a indústria de Publicidade por exemplo a Roselie tocou nisso né a indústria de Publicidade tradicionalmente ela reúne uma série de
ocupações de profissionais que são considerados muito qualificados né o o publicitário profissional de marketing envolve atores envolve músicos envolve dubladores envolve fotógrafos enfim né todas profissões eh altamente qualificadas e bem remuneradas né e a gente o que a gente vem assistindo nos últimos anos é com o deslocamento da publicidade para as redes sociais uma parcela crescente do trabalho publicitário hoje é realizado por influencers eh tiktokers e YouTubers e e outros personagens eh que tais e de uma forma ou de outra essas pessoas né esses esses não profissionais digamos eles estão realizando o trabalho que antes
era feito por profissionais eh eh da publicidade por exemplo vem substituindo na prática uma parte desses profissionais como a gente sabe muitos desses influên não têm nenhuma formação específica nessas áreas muitos deles aliás trabalham sem receber sem eventualmente sem nem saber que eles estão trabalhando e são milhões deles né hoje tem milhões de influencers E tiktokers por aí fazendo coisas na internet a gente poderia pensar por exemplo na indústria do audiovisual eh lembrando por exemplo da grbe de roteiristas que teve em Nova York a não a não muito tempo atrás né E esse foi um
episódio muito interessante né muitos roteiristas na época relataram que eles eram procurados né estavam sendo procurados pelos estúdios para fazer revisão de roteiros feitos por Inteligência Artificial né O que é que era um Evidente rebaixamento digamos na no status e na e na remuneração desses trabalhadores eh a gente poderia mencionar por exemplo os tradutores né tradicionalmente os tradutores eh tradutor ele tem né o nome dele aparece logo abaixo do autor ele tinha um status quase de autor vamos dizer assim né Hoje essas essa o trabalho de tradução tá sendo amplamente substituído por programas de de
fácil acesso inclusive né então por um lado a gente tem essas profissões né Essas qualificações que a gente sempre teve em alta conta eh perdendo o valor social né perdendo não só valor monetário mas também valor eh simbólico por outro lado a gente poderia né eu sugeriria que a gente pensasse na na enorme dificuldade que as empresas automobilísticas estão enfrentando hoje para desenvolver caminhões eh capazes de circular autonomamente né ou seja eh sem o motorista né as empresas estão encontrando uma imensa dificuldade de substituir o motorista e aqui entre nós o motorista de caminhão é
essa é uma profissão que nós normalmente associamos com uma qualificação média ou ou se tanto né se tanto uma qualificação média se vocês olharem o perfil dos Motoristas de Caminhão no Brasil vocês vão ver que a maior parte deles se não a maioria não tem sequer o segundo grau eh completo né Por que que é tão difícil substituir o motorista né Por que que é tão difícil automatizar o caminhão bem obviamente porque o trabalho dele não é tão desqualificado tão simples né quanto a gente imaginava na verdade ela é uma ocupação muito mais é complexa
né ela envolve eh a mobilização permanente dos Sentidos né da visão e da audição principalmente envolve uma série de habilidades eh motoras e sobretudo né uma série de conhecimentos tácitos sobre o funcionamento do trânsito e sobre o comportamento dos demais motoristas né conhecimentos que são altamente contextuais como a gente sabe né é muito diferente dirigir em São Paulo ou no Rio de Janeiro e isso é uma coisa que né que os motoristas aprendem a custa de muita experiência né isso não não não se aprende em nenhuma escola de eh de direção essas portanto são habilidades
Que se mostram muito difíceis de serem automatizadas né E e esse mesmo raciocínio a gente pode aplicar para profissões como eh enfermeiras como cuidadoras de idosos como os pequenos eh agricultores né todas as profissões consideradas de menor qualificação associada a um baixo nível escolar e que tão longe de serem ameaçadas por qualquer tipo de tecnologia né Essas são profissões que não não devem desaparecer Pelo contrário né elas elas estão elas estão com uma demanda em alta né então aqui a gente tem uma uma pequeno paradoxo né pra gente refletir um pouco sobre como historicamente né
as as nossas sociedades estabelecem o valor dos conhecimentos e o valor das habilidades profissionais nos países ricos né Principalmente essa atual revolução tecnológica ela tem sido responsabilizada pelo esvaziamento das classes médias né pela pelo pelo sumiço das classes médias é ao mesmo tempo em que esses países hoje sofrem com uma escassez de profissionais de enfermagem de profissionais de cuidado e por aí a fora né Essas profissões são essas profissões que não são afetadas pela I elas são profissões eh importantes são profissões do futuro eu diria né profissões que vão que vão crescer ainda muito né
então aqui eu deixo essa pergunta né quer será que essas profissões serão Finalmente valorizadas né Nós se isso acontecer não sei se isso vai acontecer eu suspeito que sim se isso acontecer vai ser muito positivo porque na verdade Essas são profissões né a a enfermeira a cuidadora de idosos Essas são profissões que foram historicamente discriminadas porque são profissões que são desempenhadas predominantemente por mulheres né então a gente supõe que por serem mulheres Elas têm todas essas vocações em geral mulheres de origem modesta muitas vezes Imigrantes né mulheres negras no caso do Brasil essas profissões são
profissões do futuro pasm né e e quem sabe isso faça com que elas venham a ser mais valorizadas a segunda questão que eu quero eh levantar tá aqui pro debate rapidamente É sobre o impacto que isso tem sobre a formação e particularmente sobre o ensino superior né a gente deposita muita muita responsabilidade muita esperança sobre a escola né a escola deve resolver esses problemas todos afinal de contas ensinando as pessoas o que elas precisam saber né Eh a gente sabe por exemplo que existe uma enorme escassez de profissionais na área de TI né aqui no
Brasil mesmo na última década né Eu fiz essas contas a as profissões ligadas a esse complexo de computação e ti elas foram as únicas profissões do Brasil que cresceram mais do que o número de pessoas que concluíram eh cursos de ensino superior nestas mesmas áreas né então ela é uma é uma é uma profissão que sem dúvida tá crescendo muito mas eu diria que seria um erro a gente supor que basta aumentar a oferta de profissionais de ti para resolver o nosso problema né Essa é a nossa primeira né a nossa primeira tentação é essa
quer dizer bom Precisamos mandar mais crianças estudarem computação e isso vai resolver o primeo o problema isso não resolve o problema em primeiro lugar porque Essas tecnologias digitais e esses sistemas de I estão transformando todas as profissões de nível superior e não só eh eh não só a computação né não só os exemplos todos os exemplos que eu dei acima administração publicidade audiovisual tradução não casualmente são todas ocupações que pertencem à grande área de humanidades né Eh e isso vale para todas as áreas portanto eu diria né Qualquer investimento estratégico em preparar a força de
trabalho para as novas tecnologias deveria alcançar todas as áreas de Formação né todas as áreas deveriam incorporar isso eh eh de acordo com as suas especificidades Será que isso tá acontecendo no Brasil eh eu bem esse esse é o tema que eu começo a pesquisar agora Talvez daqui um ano ou dois eu tenho uma resposta mas a minha pelo que eu por tudo que eu vi até agora a minha desconfiança é que isso não está acontecendo quer dizer a esse tema da Inteligência Artificial ele penetra muito pouco nas nas áreas de humanidades né ele ele
eu desconfio que ele não está sendo eh ensinado né Isso é isso é um problema que a gente precisa enfrentar e um segundo desafio para o sistema de Formação tem a ver com o fato de que Essas tecnologias das quais nós estamos tratando aqui são tecnologias que estão num processo Frenético de inovação né de tal modo que a gente é muito difícil a gente saber ao C né quais vão ser as habilidades demandadas pelo mercado de trabalho no futuro né Isso depende muito de aonde a gente estabelece né o onde é que tá o futuro
se é daqui 20 30 ou 40 anos eh e nesse caso a gente tem que falar em futuro mesmo e não em presente Porque o processo de escolarização e de formação da força de trabalho ele é um processo muito longo né As crianças de hoje é o o filho da do Morgan por exemplo ele só vai entrar no mercado de trabalho daqui talvez uns 20 anos né ou ou ou mais do que isso né então como educar crianças para mercado de trabalho que a gente não tem a menor ideia de como vai ser né mesmo
as profissões ligadas à computação que hoje são tão demandadas elas estão justamente entre as profissões que são mais impactadas pelas tecnologias de a né o chat GPT por exemplo e similares eles vem se vem se mostrando ótimos programadores por exemplo né eles vêm substituindo em parte o trabalho dos programadores Então na verdade não há muito como saber né O que que o futuro nos nos aguarda e esse não é um um problema nada trivial né meu palpite aqui só para lançar paraa discussão É que na verdade são as formações de tipo mais genéricas e menos
especializadas eh São provavelmente né o tipo de Formação que vai eh dar maiores chances paraas pessoas se adaptarem futuramente ao mercado de trabalho né as formações muito técnicas com quanto elas sejam necessárias tendem a se tornar obsoletas muito mais rápido do que as habilidades mais genéricas como o domínio abstrato de linguagens né a matemática entre elas o desenvolvimento das habilidades e do senso estético por exemplo que é algo que só se adquire por meio das Artes ou as habilidades de comunicação que a gente aprende sobretudo lendo boa literatura né e e e se comunicando Então
desse modo quer dizer eu encerraria dizendo que se por um lado é é mais ou menos eh urgente e recomendável que as escolas por exemplo de jornalismo ou de Ciências Sociais comecem a oferecer conhecimentos ligados a esse complexo de tecnologias digitais eu diria por outro lado que é igualmente importante e urgente que as escolas de computação e de ciências de dados comecem a oferecer paraos seus alunos a formação em artes em em Filosofia para os seus eh alunos né E com isso eu encerro Muito obrigado espero ter ficado no tempo Obrigado Professor Álvaro eh professora
talpa tem seu tempo Boa tarde a todas e todos Obrigado professor Marcelo eu fiquei por último é sempre mais difícil porque muitas coisas que a gente quer dizer né brilhantemente já foram expostas pelos colegas né pela aeli né a professora Eli né pelo colega Morgan né E pelo Professor Álvaro então eu tô muito feliz de estar aqui assim como a Celi eu moro fora do Brasil moro no Uruguai Já faz alguns anos também desenvolvendo é um trabalho voltado para os temas de novas tecnologias sabe e eu queria dialogar um pouco para começar minha fala Professor
com o que foi dito no painel anterior pelo Professor Wagner né com relação a essa questão da da dinamicidade né do alvo móvel né Essa metáfora Como dizia aquela música do Legião Urbana do futuro não é mais como era antigamente tá ou seja Às vezes a gente assiste uma um filme de ficção científica que foi produzido nos anos 80 nos anos 70 e a gente acha engraçado tá algumas coisas Outro dia eu vi um um um meme dizendo que do do Exterminador do Futuro né que era o dia que a máquina na eh alcançou a
consciência seria o dia 24 de agosto de 2024 passou agora há poucos dias eu não sei se aconteceu ou não Ninguém me avisou então quer dizer eu lembro eh no no ano 2013 eh eu não tinha WhatsApp muitos aqui provavelmente não tinham em 2019 eu participei dos debates para do da conferência do centro cenário da organização internacional do trabalho da oit onde foi né Eh promulgada uma declaração do futuro do trabalho n que está hoje vigente inclusive e naquela 2019 5 anos paradigma do que era o futuro do trabalho né da automação que foi aqui
colocada pelo Professor Álvaro é paradigma da robótica mecânica né Nós falávamos nessa divisão né do Blue work do White work quer dizer se pensava que a a substituição o displacement ocorreria em profissões Tá mas digamos entre aspas eh braçais né um trabalho mais físico tá que a gente tá vendo hoje eu trago um dado aqui que saiu faz mais ou menos umas duas semanas de um relatório da da oit juntamente com o banco interamericano de desenvolvimento pra América Latina parecido com o que professor Marcelo apresentou na provocação no início do debate falando sobre o impacto
ou possível impacto da Inteligência Artificial generativa na América Latina e aponta uma tendência de que entre eh 26 a 38% dos empregos em certa medida serão impactados Tá mas a gente se pergunta como já foi colocado aqui pelo professor eh Morgan Mas quais serão essas profissões em 2016 saiu um um conhecido estudo de da Universidade de Oxford também com apresentando uma fórmula destacando percentual de possibilidade de que aquela determinada profissão foos suscetível de ser substituída pelo processo de automação e esse ranqueamento mudou nós vios agora o professor também colocou ano passado uma greve de roteiristas
de Hollywood os atores hoje em dia estão preocupados com a possibilidade de que se crie um Avatar né a imagem e semelhança daquele ator até mesmo atores que já já não estão mais aqui que podem participar filmes então a pergunta é como que nós podemos estabelecer regulações eficazes para compreender um fenômeno que está em mudança nós temos uma altíssima possibilidade de passar por processos da chamada obsolescência precoce da regulação Veja a gente constrói debate aprova um instrumento seja ele internacional seja ele um instrumento Nacional uma legislação uma regulação E daqui a 2 anos e daqui
a 5 anos como é que nós vamos construir anismos institucionais e de governança poder fazer esse monitoramento e esse é um dos Desafios do Observatório brasileiro de Inteligência Artificial que é não só a implementação de um plano nacional mas também no Marco de uma possível regulação de uma possível legislação que já está em debate eu tô acompanhando de forma comparada tá E aí para não tomar muito tempo de vocês inclusive agradecer porque estão aqui até o final da atividade né Eh será que as legislações são suficientes para regular os impactos da gestão algorítmica no mundo
do trabalho é importante que haja uma dimensão de proteção de princípios que foram aqui elencados como é o caso da Transparência algorítmica da explicabilidade da não discriminação inclusive nos sistemas de recrutamento utilizados por inteligência artificial em que nós já estamos observando uma quantidade de vieses H principalment jovens negros mulheres pessoas que têm filhos pequenos a depender da do lugar onde estudou e o impacto é diferente de acordo com cada atividade com cada profissão com cada setor Então como é que uma regulação vai dar conta da complexidade do fenômeno a pergunta que nós temos que nos
fazer ao mesmo tempo é importante que essas regulações estejam sintonizadas principiologico ou como gostam de dizer os juristas axiologicamente a determinados Marcos principiológicos reconhecidos como é o caso aqui já citados tem próprio princípio da proteção de dados da privacidade dos direitos fundamentais e a ressignificação dos direitos bom então para finalizar queria dizer que há uma grande tendência de que as regulações não sejam suficientes para atender isso então é é preciso atentar pros esforços de micror regulação ou seja de que forma vai entrar em cada setor os dilemas da gestão algorítmica eu tenho feito uma pesquisa
vou tomar só mais dois minutinhos Para Dizer para vocês como é que isso tá entrando no âmbito das negociações coletivas tá e encontrei um estudo fiz um estudo de caso em que eu encontrei uma categoria profissional que se mobilizou e conseguiu limitar a utilização dos dados coletados por um sistema né de gestão algorítmica de avaliação e monitoramento para somente a finalidade de saúde e finalidades táticas e essa categoria de trabalhadores é são né os jogadores de basquete da NBA no ano de 2 eles conseguiram fazer uma negociação coletiva e garantir o direito de não utilizar
os dados de que medem a glicose batimento cardíaco etc para negociação salarial eles só podem ser utilizados para finalidades táticas finalidades de saúde e segurança dos atletas Então os esportes de alto rendimento agora a gente assistiu aos Olimpíadas são um grande exemplo da aplicação das novas tecnologias para monitoramento e assim como a NBA adotou uma cláusula proibitiva do uso desses dados para negociação salarial os jogadores de beisebol também já fizeram os jogadores de futebol já estão debatendo esse assunto e assim isso pode também servir de exemplo para outras categorias profissionais para poder negociar as bases
dos impactos gerados pelos sistemas de gestão algorítmica isso já está acontecendo a a ugt da Espanha uma Central Sindical já criou um manual de negociação coletiva a negociação coletiva do algoritmo tá na Itália já há também o mapeamento e agora também aqui no Brasil e na nossa região n um movimento de trabalhadores começa a atentar justamente para esses impactos para poder buscar n negociar os os tem Supermercado na no Japão que monitora se a pessoa tá sorrindo H monitoramento de uso de teclado h georreferenciamento de uso de crachá para ver se a pessoa profissional tá
na estação de trabalho está conversando com o colega quer dizer mapeamento e avaliação com base à meta dados oriundos da utilização de e-mails já está acontecendo no setor bancário eu fui dar uma aula para um uma um mestrado lá do do centro de formação da oit um um aluno chileno falou ó estou eu estou sendo monitorado digo bom pelo menos você sabe que está sendo monitorado já é algo né chamado right to know Pelo menos eu direito básico da Transparência algorítmica saber que está sendo monitorado Mas e o critério utilizado para avaliação com base na
coleta desses dados na Itália tem um caso de negociação coletiva em que aquele dado Aqueles né aqueles dados do Trabalhador só tem que ser acessados por um humano e quando a pessoa da empresa vai acessar o dado o representante do sindicato recebe uma mensagem fica sabendo aquilo lá tá sendo avaliado tá relacionado ao princípio da centralidade humana do humano no comando que é um princípio que foi inclusive reconhecido na declaração da oit que citei agora de 2019 na regulação Geral de proteção de dados da União Europeia assim como no aa act da União Europeia que
com agora com o chamado efeito Bruxelas nós vemos que tem influenciado as regulações as legislações aqui nos nossos países Então queria só encerrar para essa reflexão para dizer que nós estamos andando sempre correndo atrás mas não podemos deixar de buscar esse não lugar né e o não lugar conhecido como a chamada Utopia tá para finalizar queria fazer um trecho né do escritor uruguaio já que eu vi do Uruguai né Eduardo Galeano se refere a um cineasta que perguntam a ele Assim numa posição como nós estamos aqui conversando com público e perguntaram pro cesta chamado Fernando
bir aeli O que é a Utopia E aí o cineasta respondeu Fernando birri A Utopia é o seguinte eu caminho um passo e ela se afasta um passo Eu caminho 10 passos e ela se afasta 10 passos Eu caminho sem passos e ela se afasta sem passos para que serve a Utopia serve para caminhar obrigado obrigado atpa e nós podemos abrir para alguma questão que alguém queira fazer por favor só peço para as questões para que faça uma questão breve que nós esgotamos esgotamos o tempo e ela pode ser direcionada ou pode ser geral por
favor Boa tarde André Fernandes aqui tive a oportunidade de palestrar no evento eh no seminário de proteção de dados ontem e aí eu queria perguntar a mesa eu fiquei eh muito feliz de ouvir perspectivas críticas sendo trazidas nesse tema Porque hoje a gente teve uma audiência pública lá no Senado Federal relativa ao PL 2338 que pretende né Hoje é o projeto de lei mais abrangente que a gente tem para regular a inteligência artificial aqui no Brasil e foi apresentado foi uma audiência construída para apresentar apenas uma visão de mundo e todas as visões possíveis E
aí os painelistas colocaram o tempo todo de que a regulação é um impeditivo a Inovação E aí eu queria jogar essa pergunta para vocês a regulação é realmente um impeditivo a Inovação esse trof que é colocado ele existe ou ele é uma uma falsidade Obrigado você aceita que o moderador responda eu responderia com uma pergunta você quando fal você simbolicamente outra tecnologia que não é regulada não seja regulada né Ou seja é uma falácia Na minha opinião posso eu também fazer uma reflexão breve eh tem uma uma uma história não sei se é verdade mas
a história é boa isso que eu importa né E diz que o o o Henry Ford estava com com Sindicalista né nos Estados Unidos e ele entra lá na fábrica e mostra aquele processo de automação da construção dos automóveis né E aí ele pega e fala pro Sindicalista ó daqui a pouco né Vocês não vão mais ter né não vão mais existir porque não vou precisar de trabalhadores aqui para E aí o Sindicalista olha para ele e fala a quem vai quem é que vai comprar o carro porque se não há trabalho não há ou
seja não há consumo não há como é que a gente vai trabalhar numa numa Talvez num ensaio de uma sociedade pós trabalho né que a gente fala agora sei lá de uma renda básica Universal quer dizer então assim é preciso tomar consciência de que tudo na vida tem limites negócio falou obviedade aqui ou seja a Inovação Ok mas ela tem que até para para que não haja um efeito bumerangue né que não haja que ela não Gere situações que possam prejudicar sua própria continuidade sua própria evolução então Eh é claro que nós sabemos que essas
esses debates eles não envolvem só uma questão conceitual eles envolvem interesses também eh econômicos políticos e etc nós temos que ficar atentos a isso e faz parte da Democracia nós criarmos mecanismos para que todos esses esses atores possam dialogar e claro que nós sabemos que há disparidade de forças tá tá hipossuficiência de de determinados setores mas é fundamental eh colega que haja uma consciência com relação a isso então eh a limitação M às vezes não é algo pensado Com base no curto prazo sim é algo pensado para que a própria inovação possa eh avançar eu
queria também jogar uma provocação aqui eh primeiro inovação essa palavra me sempre me incomoda muito eh porque ela já vem marcada o que é e o que não é inovação né então a gente tem que pensar nisso inovação vem com uma cartilha é é inovação isso que vai me dar um determinado resultado e que vai me resultar para alguns sobretudo lucratividade não é eh porque há tecnologias outras não é outras tecnologias que são usadas pela população e que não são não tem esse lugar da Inovação e que resolvem muitos problemas né Essa é uma questão
a outra questão é diz respeito ah essa ideia de que uma lei e uma regulação impede o livre desenvolvimento do conhecimento isso é outra falácia muito marcada pelo viés de classe não é porque eh o conhecimento ele não não está solto né porque nós todos somos produtores de conhecimento todo dia e que o meu Conhecimento vale o que o conhecimento do pedreiro Como disse o nosso colega né vale não é verdade então eu acho que a ciência a produção sistemática a sistematização desse conhecimento para a finalidades não é a gente tem que ah você faz
o que rosel ah eu estudo a comunicação bom mas isso aí não dá dinheiro então isso aí não serve para nada né Você só fica falando Ah é Tá bom então é essa a compreensão que nós temos né então eu acho muito complicado é claro que o que que nós vamos regular o que vamos regulamentar uma Qual é a nossa perspectiva e eu acho que é por isso que tem que haver as discussões não é uma perspectiva da Democracia Da ampliação do conhecimento da privacidade agora os instrumentos para se fazer essa regulação não são fáceis
É verdade porque a coisa anda caminha rápido mas caminha rápido por quê eh eu acho que tem uma uma uma Mística de que a coisa Não se segura Isso é uma mentira segura sim porque os principais cientistas estão trabalhando para as grandes empresas que monopolizam esse conhecimento e o ritmo é imposto por eles e não pelo conhecimento né Eh então eu acho que a gente tem que problematizar mais essa questão masé não é ass é ou não é eu acho que tem coisa aí pra gente pensar por que que nós entramos nesse negócio Ah vai
regulamentar a desinformação ah o Google vem primeiro página assim Olha isso é censura censura será será que a lógica da desinformação e da fake News não é a lógica do negócio de chamar atenção não está na lógica do negócio por que que a gente não pensa nessas coisas por isso que eu acho que regulamentar a partir da perspectiva do trabalho resolve todas essas é é uma coisa mais né ah objetiva e palpável para a maioria da população Obrigado mas essa é uma questão muito dita um parlamentar fez exatamente essa essa pergunta para mim que tá
participando desse desse debate eh bom mas acho que foi bem respondido por favor bo boa tarde eh primeiro parabenizar e agradecer todo o painel todo evento né Foi muito bom muito rico eh acho que vai direcionado para toda a banca a minha pergunta meu nome é Gabriel sou consultor de inovação e tecnologia e justamente acompanhando né fazendo consult em algumas empresas a gente vê que Principalmente nos Estados Unidos mas não só toda essa questão de né como o Professor Álvaro trouxe não é um debate sobre o futuro do mercado de trabalho mas sobre o presente
aquela velha frase Será que a ia vai substituir meu emprego ou não né a gente vê muitos casos que muitas empresas já estão fazendo isso já estão substituindo os funcionários por ia seja para usar o valor que era do salário dos funcionários para investir em tecnologia ou para realmente contratar uma automação mas nem todas elas têm tido sucesso seja por questões financeiras ou enfim outros fatores mas pensando no contexto aqui do Brasil né que se isso realmente acontece lá fora que tipo de aprendizados né Que tipo de insights vocês com as expertises com os envolvimentos
que vocês têm vocês acham que isso traz para cá pro nosso país pensando nessa questão regulatória né de de manutenção de empregos de recontratação pensando até também do próprio caráter ético e social né muitas dessas empresas eh demitem os funcionários e depois que a não dá tão certo eles recontrata a mesma pessoa Às vezes até mais barato aqui no Brasil eu sei que isso já é seria ilegal mas eh pelo meu conhecimento até agora né gostaria de ouvir de vocês que vocês têm sobre isso obrigado obrigado consel eh uma perdão perdão sou eu aqui Aqui
tá a gente vai encerrar nessas nessas perguntas que estão aí isso eu ia sugeri exatamente isso que eh capturem agora essas duas próximas perguntas também E aí encerramos o painel e eu vou pedir para todos uma certa brevidade tá bom obrigado Oi boa tarde meu nome é Paula eu falo aqui como ponto focal da coalizão direitos na rede no grupo de Inteligência Artificial eh bom eu Na verdade queria tirar meu chapéu também aqui paraa professora Roseli acho que a sua fala foi necessária e Fundamental eh e também um pouco puxando a fala do do meu
colega anterior do André sobre o projeto de lei eu sei que o Observatório não tá eh focado em regulação da iaai mas eu queria falar um pouquinho sobre isso porque o artigo 56 do projeto 2338 de 2023 está agora sendo discutido no senado ele fala sobre a proteção no trabalho do trabalhador e esse é justamente um artigo que tá sofrendo bastante por Lobby também de de diversas empresas eh de bigtech e também de setor industrial então eu Na verdade era só uma provocação também para para mostrar como que o trabalho também tá sempre no centro
de disputas de poder e eu acho que também isso seria um ponto até para fora da regulamentação mas dentro da regulamentação também pro Observatório ficar atento e de olho por conta de todas as dinâmicas também de colonialismo digital enfim a gente aqui precisa est sempre dando eh proteção reforçada pro senão a gente perde todos os direitos que a gente já tem conquistado Mas é isso obrigada obrigado boa tarde boa tarde meu nome é Jonas Cardoso sou membro do unidade União democrática dos Artistas digitais eu quero s fazer uma reflexão rápida Professor tu me me tocou
juro no meu coração aqui reflexão para too para todos os presentes para todo mundo que tá vendo aqui na no YouTube eu quero que vocês pensem no trabalho de vocês hoje agora e faça uma perspectiva de a distância o Quão distante tá a inteligência artificial do trabalho de vocês de todo mundo se Vocês conseguem visualizar isso nós como os artistas digitais nós somos a ponta dessa lança eh a inteligência artificial generativa ela veio com força total e ela tá derrubando basicamente todos os nossos trabalhos eh ela não é ela não tá batendo na nossa porta
ela já entrou na nossa casa ela já tá na nossa sala e a gente tem que lidar com isso todos os dias tá como o professor botou no início 14 milhões de empregos né Eh não serão 14 milhões de artistas digitais Então é isso que eu tô que eu quero que vocês reflitam que o trabalho de todo mundo tá com esse perigo eu como artista digital já tô lidando com isso todos os dias tá e eu queria só que vocês olhassem para aquela imagem ali ó Aquela imagem do rosto de lado para todo mundo aqui
é uma imagem para mim para nós artistas digitais a nossa fonte de renda Tá bom muito obrigado Obrigado Jonas bom eu eu queria trazer o colocar o dedo na ferida Porque hoje o modelo econômico principalmente das empresas que TM os conselhos os conselhos pressionam as ações pressionam os grandes executivos e o o lucro o lucro lucro a Qualquer Custo as grandes empresas ficando cada vez maiores os funcionários cada vez mais pressionados cada vez mais trabalhando horas ansiedade da tecnologia vindo Então esse modelo é que a gente precisa refletir se a gente não muda Esse modelo
no modelo mais humano então o o na minha visão o que a e a generativa trouxe uma reflexão de quem somos como humanos né nossa ética o Nossa a a gente tem que usar mais a nossa sabedoria e romper esse ciclo que não é de agora que ele vem vindo e e quem acompanha o mercado principalmente o mercado financeiro e o mercado de tecnologia eh as empresas estão sempre as ações baixam quando elas têm um lucro menor do que o esperado e é a lógica do sistema financeiro e elas podem fazer milhões e elas podem
e a gente pode ver tudo isso que tá acontecendo e a gente tem essa sensação e continua no próximo anúncio a gente que acompan acanha os anúncios vê então A grande questão é como quebramos esse ciclo para um ciclo mais colaborativo cooperativo mais igual e de trazer eh mais igual igualdade no mundo como sermos mais humanos e não nos tornarmos máquinas eh que hoje as decisões às vezes são tomadas como máquinas é uma lógica não humana Esse é o acho que essa a reflexão que eu que eu dessas questões que foram colocadas bom eh só
para finalizar né acho que um um ponto importante é que está se construindo estão se construindo mobilizações né e e é muito interessante o obia ter feito a escolha estratégica de incluir numa das verticais a questão do mercado de trabalho então acho que é mais um ponto né de e discussão da sociedade frente a essas transformações acho que a única certeza é que Nada será como antes né A partir dessa onda da Inteligência Artificial bom quero agradecer a todos e todas que participaram do debate Professor Morgan eh Professor Álvaro aelia tau Alva Professor Zeli e
a vocês que estiveram conosco até agora muito obrigado [Aplausos] uma foto aqui Vamos agora pro nosso encerramento não temos nenhuma nenhum outro painel depois desse i