Boa tarde a todos né Estamos mais uma vez reunidos para mais uma live então do projeto representatividade feminina de divulgação Científica e inclusão social a partir do ppg qta gurias na ciência e nós temos a honra hoje de receber a professora Bárbara Karine Pinheiro da Universidade Federal de Bahia para proferir então a sua palestra sobre educação anti-racista né Nós somos felizes também de termos conseguido adquirir o livro estudar um pouco e recomendamos a todos temos muito com o que aprender com a sua Literatura e agradecemos de coração essa palestra também tem um apoio né tem
também a presença de várias participações ilustres em relação a nossa universidade né como a professora Simone Freire que é coordenadora então de ações afirmativas inclusão e diversidade a professora Cassiane paixão e a coordenadora do Núcleo de Estudos brasileiros além de ter o apoio também do pró-reitor e diretor de extensão professores Daniel Prado e professora André Lemos né Isso mostra também como a universidade enquanto o órgão está também preocupada está atenta em relação ao tema né Nós somos referência em termos de universidades inclusiva no Brasil e realmente temos muito muito aprender convosco Professor vamos também eu
gostaria de introduzir essa palestra inferindo alguns dados né discutindo com a discutido inclusive com as coordenações dos estudos afro-bras na Fuga e também de inclusão e diversidade referente a população negra né que atuante na furg né tanto contabilizando o total de estudantes né nos cursos de graduação no total de cursos de graduação estamos em 20% né e considerando o total dos custos de pós-graduação né de pessoas nas cursos de pós-graduação em todos os programas da Fuga e a população negra também está em ambiente por cento quando a gente pensa quando a gente coloca agora em
relação à população preta essa quantidade em tantos no total de curso de graduação como nos de pós-graduação esse número cai para sete porcento isso nos inquieta porque estamos sempre atentos e a flor de paz in né assim para mudar o quadro né tanto em políticas públicas como em ações afirmativas estamos em que atos considerando que Rio Grande é a região né o município do Estado do Rio Grande do Sul onde se contabiliza a maior população negra então estamos realmente atentos a sua palestra estamos realmente prontos para aprender né e evoluir cada vez mais nas nossas
ações então para isso com esses dados e com esse Agradecimento eu vou passar a palavra então para Emanuelle Ferreira né nossa Mestrando no perdão doutorando no bpg qta Vale ressaltar também eu esqueci de dizer que no programa de pós-graduação eu Emanuelle e Márcia contabilizamos os quase três porcentos de população negra também e eu passo a palavra então para Emanuelle para que ela prefira a apresentação da professora muito obrigada a todos desde já Boa tarde a todos então sou Emanuelle vou apresentar então resumo do lápis da professora Bárbara Karine que é um prazer recebê-la Então a
professora Bárbara Karine Soares Pinheiro é mãe mulher negra Assis nordestina professora escritora empresária formada em química e em filosofia pela Ufba mestre e Doutora e ensino de química pela Ufba e o efs realizou com as doutorado na catedra de Educação Básica na USP atualmente a professora adjunta do Instituto de química da UFBA membro permanente do corpo docente do programa de pós-graduação e ensino filosofia e história da ciência na UFBA líder do grupo de pesquisa diversidade e criticidade nas ciências naturais autora de livros tais como descolonizando saberes mulheres negras na ciência que foi finalista do prêmio
Jabuti em 2021 e história Preta das coisas 50 invenções científicos tecnológicas de pessoas negras e também foi finalista do prêmio Jabuti em 2022 é idealizadora sócia e consultora pedagógica da Escola afro-brasileira Maria Filipa no perfil do instagram@ Escola Maria Filipa primeira escola afro-brasileira do Brasil influenciadora nas redes sociais conhecida como arroba uma intelectual diferentona tem a palavra professora Inicial Márcia também pelo convite que vocês me fizeram Agradeço também ao programa de pós-graduação uma pessoa do professor Bruno que cobrei no programa e fica aqui também com a gente na organização e desenvolvimento dessa atividade eu como
já fui apresentada Eu Sou a Bárbara Karine Eu sou uma mulher negra fiz a soteropolitana portanto nordestina nascida e criada aqui em Salvador mas venho de uma silência quilombola minha mãe vem do Quilombo no campo dos negros e um quilombo distante é que Salvador cerca de uns 400 km vem para cá com 9 anos de idade trabalhar com empregada doméstica e se instala em determinado momento numa região periférica aqui de Salvador uma favela e nos educa A partir dessa localidade né lá onde eu cresço me informo ganho reggae compasso para compreender o mundo e o
cenário de Infância com múltiplas ausências objetivas mas ao mesmo tempo com muita presença de valores que hoje eu compreendo que foram fundamentais para a construção da minha subjetividade e valores como coletividade valores como entendimento outro acerca do mais velho valores como uma um reconhecimento outro também em relação em relação as crianças né rompendo com uma cosmogonia ocidental que estabelecem padrões do que é ser criança do primeiro eu segundo e o terceiro eu então crescer na favela ao passo que foi doloroso do ponto de vista das ausências objetivas e de uma série de atravessamentos da violência
que o estado nos atingia foi muito valoroso no sentido da construção da minha humanidade dito isso eu tenho uma trajetória Inicial na minha periferia como estudante ali na minha favela eu vou estudar até eu tava sério eu atual nono ano E aí depois eu vou estudar no ensino médio no centro Federal de educação tecnológica atual fazer o meu ensino médio todo no CEFET aí eu já saio da minha favela aí eu já vou estudar 13 km da minha favela e aí esses os enfrentamentos já passam a ser outros né assim não bastava ser uma uma
jovem inteligente né era preciso vencer os limites que a sociedade me impus então muitas vezes eu voltava três quilômetros andando da escola porque não tinha dinheiro de transporte bendito trufas e outros itens né na escola para garantir a manutenção dos meus estudos né em um contexto em que não existiam ali políticas públicas nem de acesso E aí depois o ingresso no curso de química no nível superior sair da favela foi uma experiência interessante para ver o mundo lá fora né uma bolha da Periferia que acontece muito nas favelas a gente consome a favela a gente
vive na favela a gente vai no samba da favela a gente compra carne comida Farma E se você trabalhar ali você não sai daqui E você acha que aquilo é o mundo né E aí é difícil inclusive construções para além daquela dada realidade eu me recordo que quando eu fui estudar fora da minha favela eu via árvores Eu me recordo um dia que eu passei de ônibus num bairro arborizado aqui de Salvador e eu fiquei muito encantada com as árvores não era algo do meu universo ver árvores na rua né e isso se amplia quando
eu vou para Universidade não só no sentido da estética Urbana mas o sentido dos ciclos de convivência né das pessoas que eu vou conviver E aí a gente aí aí a gente entra em um outro lugar que foi um lugar de ausências né já não era um encontro de encantamentos era um encontro de um rebaixamento especial do tipo eu me senti insuficiente eu me sentia não pertencente e isso suficiente então eu vou fazer uma graduação em química já no outro cenário ainda mais distante da minha casa já não era mais 13 quilômetros de distância já
eram cerca de 26 25 km de distância então já não dá para voltar andando inicialmente eu abro ali que eu não tenho dinheiro né para alguns colegas e eles passam a fazer uma vaquinha para me ajudar com equipamento de proteção individual Então me dá um jaleco outro me dá um óculos de laboratório uma outra me dá uma calculadora científica eu não tinha equipamentos básicos na manutenção na minha permanência na universidade naquele cenário já existiam uma lei de cotas que não era na verdade não era uma lei de compras né não era a dos 1711 com
a lei de 2012 que prever cotas raciais em tudo país nas instituições de ensino Público Federal naquele contexto tinha uma lei específica da Universidade que era uma cota social Mas isso não reverberaba é interessante isso né quero uma conta social assim estudantes que tinham uns três os três anos no ensino médio em escolas públicas e um ano do fundamental em escola pública já existia essa lei Mas a minha turma tinha 40 estudantes e dois neles eu em outro rapaz chamado ou seja estava gritante e a foto social era suficiente que havia a necessidade das cotas
raciais E essas esses problemas de ausências materiais eram constantes durante a graduação de transporte também né quem sabe tinha uma coisa chamada quero entrar pelo final pelo fundo do ônibus e aí a gente trazerava você ficava no fundo do ônibus até o bairro mais próximo do seu que ainda entrasse gente quando entrava alguém você descia e você sabia que dali para frente não ia entrar mais ninguém motorista não ia abrir mais a porta e você Possivelmente ia bater lá no fim de linha dos ônibus ia voltar como dentro do ônibus né Isso era muito comum
pessoas trazerava ou então você tinha que ter essa expertise da vida cotidiana aí para poder sobreviver e se deslocar uma vez que senão burlando o sistema uma vez que você tinha transporte essas Essas eram as dificuldades objetivas que eu tinha né então eu vou escrever não tinha computador eu entro na Universidades então a universidade era um branco os professores não entendiam a série de questões primeira primeiro semestre meu na universidade um professor me apresenta o computador na frente de 40 alunos né ele me vê completamente perdida diante de uma planilha de Excel para colocar dados
experimentais fazer uma curva de cinética né das reações de primeira ordem segunda ordem das reações de primeira ordem segunda ordem e ali naquele momento que ele me vê sabia ligar no computador ele fala computador Bárbara Bárbara computador a turma toda rir de mim isso era uma constante né eu tinha carentes outras em relação a investimento a gente tinha sapato fechado não tinha calça jeans era uma realidade muito pobre e aí com que as pessoas me doavam eu ia para aula e aí às vezes de fato ia com uma blusa xixi uma calça aí um sapato
também aleatório que eu conseguia às vezes rapidinho e também era fazer a parte do cenário de piada né professores porque professores são sujeitos que reverteram um tempo espaço né temporalidade e formam pessoas a partir também são construídos a partir das opressões e refletem essas opressões também então é uma grande cadeia de violência e aí eu tinha esse cenário objetivo e no sentido do cenário subjetivo das ausências de projeção de vida eu não me percebia cientista não percebi intelectual eu só consegui me perceber cientista ao final do meu doutorado não nem depois nem no final do
doutorado após o final do meu doutorado eu começo a questionar uma série de fatores que eu tenho a oportunidade de trazer para vocês e falou não acho que tem um problema com a minha formação né então Na graduação Éramos apenas duas pessoas negras no papel de parede estudantes não existia a pessoa negra na universidade nem um cargo de Gestão colegiado chefia departamento pró-reitoria direção de unidades reitor nunca teve né até hoje mas naquela época era uma escassez absurda Inclusive era um cenário assim muito interessante porque até o corpo técnico não era negro então diz até
o corpo técnico no sentido de que sejam menores não é todo uma universidade Branca todo mundo na cidade branca e eu tava nesse lugar que era um lugar de estranhamento né tipo assim o que é que eu estou fazendo aqui era a pergunta também fazia diariamente além dessa ausência subjetivo no campo da presença de pessoas negras seja pelos estudantes seja pelos pelas pessoas que compõem a universidade no sentido profissional eu sentia uma carência naquilo que você sabe né então era uma ciência Branca completamente Branca eu fiz graduação mas para doutorado você nunca tinha ouvido falar
eu fiz graduação na estrada doutorado tendo apenas um professor negro que se mexe de química analítica e era muito interessante porque Ele criava uma auto-indicação eu nem sei se o professor tinha letramento racial enfim hoje a gente tem até trocas de vez em quando mas mas eu lembro de um olhar afetivo sem me conhecer era algo do tipo eu me vejo em você eu sei que você vem vindo então é importante eu celebro a sua presença aqui acho que era algo desse tipo assim né Eu via aquele me olhava a justiça afetuoso e cuidava dos
meus processos de aprendizagem tinha um uma preocupação saber se eu tinha entendido diferente de outros cenários eu já tive cenário de sala de aula que a professora me perguntar Bárbara entendeu a sala entendeu então tipo assim e aí para entender eu terminava de explicar E aí perguntava entendeu Bárbara terminava explicar e perguntava entender o Bárbara era um lugar de dizer bom Aqui é o marcador mais baixo tirava isso porque eu nunca quis ser genial nunca fui genial nunca tive tempo de ser genial desde o segundo semestre da minha graduação genial do ponto de vista ocidental
né da minha graduação precisa trabalhar uma vez falou assim Bárbara você é inteligente porque até nesse lugar a minha estratégia é uma estratégia da velocidade do tipo eu sempre estratégica mesmo então assim eu pegava uma lista de cálculo uma lista de estatística uma lista de física é mapeava as questões de um modo que eu sabia que existia uma ordem crescente de dificuldade de questões e o blocos de castiça Então essas quatro primeiras questões fazem parte do mesmo bloco e a quarta é mais difícil então eu ia para ela se eu soubesse resolver ela eu sabia
resolver as três anteriores e aí eu ia para os outros as questões possíveis eu cobria as questões possíveis de uma lista de exercício e eu não resolvia 30 questão eu resolvia 10 e eu gastava o resto do tempo do novas particulares e eu era um estudante que tirava notas boas mas não era estudante no 10 10 eu era estudante da Estratégia e foi assim em toda minha trajetória de vida né hoje assim para fazer um concurso foi assim eu fiz concurso com gente que era 10 10 10 10 e eu passei em primeiro lugar porque
às vezes a estratégia ela tá à frente a inteligência estratégica ela está à frente do inteligência específica Então aquela inteligência de pegar um currículo das pessoas da banca de entender que são as pessoas da banca de compreender como agradar porque o ego da academia é altíssimo Então pega lá aceita as pessoas as teorias que aquelas pessoas gostam obviamente faz dever de casa né então os pontos do concurso prepara as aulas antes tanto escrita quanto PowerPoint deixa tudo organizado plano de aula mas constrói algo também no sentido performático daquilo que as pessoas buscam acessar dentro da
massagem da sua própria vaidade levei gente né tinha um namorado na época que eu levei para assistir as aulas dos outros candidatos E aí quando terminava ele vinha vencer como que as pessoas foram onde que as pessoas titubearam como que deveria ser a minha postura perante o que eles estavam observando né da banca então sempre muito estratégica muito mas não me julgava a genial nesse sentido ocidental de nota não me julgar não era a melhor da turma [Música] e a própria vida me ensinou até inteligência estratégica A vida me ensinou sobreviver Universidade a grande escola
da nossa vida é a própria vida Na graduação uma vez me perguntaram numa entrevista Qual foi a maior dificuldade assim uma entrevista com vários cientistas quais a maior dificuldade que Elas tiveram Na graduação e aí uma falava que que foi mecanismo de reações orgânicas outro dizia que foi química tal e aí eu falei objetividade da vida era materialidade não teve uma situação que eu tava com quatro compondo um grupo um total de quatro colegas né três colegas brancos e uma mulher negra fazendo uma um relatório de física quatro e a grande dificuldade da vida daquelas
pessoas era um relatório de física quatro que tinha que entregar no dia seguinte e a minha grande dificuldade minha cabeça tava no gás de cozinha que minha mãe me ligou dizendo que o gatinho acabado e que era para voltar para casa com gás só que eu não sei fazer gás levantar um dinheiro para comprar um gás e voltar para casa com botijão de gás então a minha dificuldade na universidade era dessa ordem então não vou dizer para vocês que as maiores dificuldades que eu tive foi cálculo a física ou aquele que não orgânica não é
então dentro dentro desse cenário de ausências eu me deparei também com uma ausênciapênica né intelectualidade então eu não ia eu fiz a graduação mas para doutorado sem ler intelectuais negras sem saber que era possível ser muito intelectual Negra eu me sentia eu senti era engraçado como eu me sentia nunca esteve no meu horizonte o direito de desistir direito de quem de desistir é assistido é garantido a quem tem acesso as pessoas ah mas tem por exemplo das mulheres negras que entram na universidade no Brasil Os dados estatísticos apontam que apenas 10% se graduam se formam
de fato mas ela não desistiram foram expulsas por uma série de mecanismo circunstanciados as condições os gifs de contenção foram se colocando de modo mais agravante mas violentador a ponto de colocar elas para fora do mesmo modo que expulsa um corpo estranho da escola da universidade é triste isso porque a educação a educação é a parcela mais bonita o complexo educacional ela mais bonita da sociedade a sociedade basta olhar para os lados a gente vai ver pessoas altas pessoas baixas pessoas magras pessoas com corpos mais volumosos pessoas brancas negras amarelas indígenas e dentro dos brancos
dos negros dos indígenas as suas variantes pessoas negras de todos os cães pessoas brancas de vários tons também a gente vai ver pessoas com deficiência pessoas sem deficiência a gente vai ver pessoas homens sem pênis mulheres com pênis a gente vai ver pessoas com diversas orientações sexuais a gente vai ver pessoas com diversas crenças a sociedade é muito titular a gente que luta para colocar todo mundo dentro do marcador do sujeito Universal que é um homem branco x hétero que performatividade né que é capacitista que tem uma dimensão ali é tarista não é um sujeito
idoso nenhum sujeito que é criança é um adulto porque são os adultos que que são os maiores mantenedores da base produtiva do Capital então a ciência moderna vai dizer que o ser humano é assistente e a gente luta contra e a escola vai lutando contra a escola Universidade que deveriam ser um espaço de acolher as diferenças a colher de diferença Parece até um discurso Bárbaro é meio não precisa ser cristão seria a palavra não me disse que eu sou não não discurso de caridade é um discurso de inteligência bom eu me senti tanta gente quando
eu passei a aprender com diversos Caramba como eu evolui como eu evoluir quando na minha escola entraram pessoas TRANS e eu não sou TRANS e eu ouvi sobre o universo traz eu ouvi sobre o mundo o outro né ouvir sobre o que é uma professora dizer não eu não vou tirar foto porque eu tô em processo hormonal e eu sou uma mulher que tem pelos ainda E aí eu entendi que mulher sem pelos E aí entendendo uma série de coisas né entendendo sobre muita coisa na vida sei lá quando a gente vai ter professores gordas
que entram na porta de lado e a gente fala Poxa essa porta faz com que outras pessoas Riam desse corpo e aí a gente precisa pensar o olhar do tamanho de uma cadeira uma olhada largura de uma porta o olhar sobre o que um corpo gordo é capaz de dançar de performarem a gente contrata na Maria Filipa uma professora de dança né gorda enfim e a gente vai lidando ali com pessoas de outros países né pessoas do Uruguai da Argentina de Cabo Verde pessoas de diversos países vamos acessando outras culturas o quanto que eu tivesse
foi Rico para mim para tudo para mim falar sobre de ativamente e me informando subjetivamente desenvolver o meu acabou-se o intelectual que é o que eu escrevo os meus livros que é o que eu dou minhas palestras palestras como essa aqui que são palestras gratuitas palestras que não são gratuitas as consultorias que eu presto para que são serviços né prestados para a sociedade as minhas aulas dentro da Universidade as pesquisas que eu orientam na universidade tudo isso é composto pelo acesso à diversidade que eu tive às vezes é bom estar num grito muito bom a
gente está protegido eu quando eu estou apenas entre pessoas negras nossa como eu respiro Como eu desarmo como eu desmonto é bom estar com pessoas parecidas mas é no diferente que você amplia a sua visão de mundo que você entende eu 2018 eu não compreendia como era possível o sujeito que ganha presidência da república e ganhar porque eu estava em um Facebook com cinco mil pessoas que pensava exatamente como eu não sei de televisão há 15 anos eu sou hiperativa tem muita dificuldade de parar ler livros eu nem de uma hora por dia meia hora
o negócio é correr dançar é malhar pula corda e nadar eu sou muito agitada mas faço Essas atividades de leitura e escrita como eu sou estratégica eu sei por exemplo como eu sou hiperativa eu não poderia deixar escrito nos quatro últimos meses então eu estabelecia durante dois anos uma meta de escrita de uma página por dia e deu certo sempre deu certo as minhas metas esse livro aqui eu escrevi assim meta de uma página por dia porque se eu deixar tudo para ficar sentada com a bunda na cadeira 9 horas por dia produzindo uma pesquisa
um trabalho não vou conseguir e enfim fui para sala de aula por isso também né Cada turma é uma turma um tempo uma piada um sorriso um abraço uma história tem uma coisa de que é diferente de ficar um dia todo dentro de um laboratório ali numa coluna tramatográfica fazendo experimento eu entendi o que dava para mim o que não dava e isso não é sobre aquilo lá cebola um ruim é sobre entender que se é exercitava esse processo de auto compreensão então a o mundo adverso e as instituições educacionais como tanto Contra isso né
Tá lutando sobre contra o modo meu próximo livro é sobre isso É sobre o conceito que eu criei pode operado que é intelectoriedade e sobre a liberdade de se desenvolver uma intelectualidade a partir de que se é chato era difícil eu precisar performar tá dizendo que eu vou lá para a palestra para a apresentação do congresso apresentar meu trabalho oral com shortinho com a roupinha que é antes daquele espaço não vou porque também não quero atrair essa atenção para mim não quero ser fonte né desses de falas maliciosas enfim se eu me coloco no contexto
a partir desse lugar eu vou atrair para mim aquilo que não é bacana mas ao mesmo tempo eu tenho que ter consciência que cada espaço é um espaço e aí não é um espaço para esse tipo de investimento mas é um espaço para investimento colorida E aí já é uma ruptura é um espaço para um cabelo que não é um cabelo alisado é um espaço para ser quem eu sou eu entendi olha essa roupa aqui não tá me expondo do ponto de vista sexualização da mulher negra mas eu gosto de vestir cor não tenho culpa
se a universidade falta lá uns 50 Tons de Cinza uma coisa dentro de um formato de um investimento social que eu não me sinto confortável Então me sinto confortável eu vou usar meu cabelo como assim confortável essa foi uma grande guinada na minha vida né entender que assim eu falava sobre uma pesquisa que era minha no meu doutorado ninguém sabia mais que a minha pesquisa do que eu mesma nem meu orientador porque que tava fazendo a pesquisa era eu então quem mais sabia daqueles dados daquilo que eu estudava cotidianamente dos meus inscritos os tratamentos dos
dados que sabia era eu aí como é que eu ia para um espaço de apresentação de uma coisa que ninguém sabe mais do que eu e eu me tremia e eu gaguejava e a voz não saía ou seja o problema não tava no conteúdo porque o conteúdo eu tinha mandava na forma eu tinha que mudar da forma pera aí acho que eu tô entendendo é porque eu tô performando dentro do campo performático do outro e o outro pode se sentir completamente confortável de estar nesse formalismo mas eu não sou desse lugar de pagode minha mãe
empregada doméstica uma série de coisas o sistema faltou que eu precisava me adestrar mas me adestrar me adestrar me prejudicava porque eu não conseguia expandir eu sempre fui responsiva sempre fui tão comunicativa na minha favela o pessoal dizia com 15 anos que eu devia ser vereadora pelo jeito que eu falava falava com Multidões né porque eu fazia parte de gente coletivo pastoral de igreja e quando reunir todo mundo da igreja pegava o microfone e falava todo mundo aí chega na universidade ganha aquela timidez programada que só a gente preta tem que aquela timidez que você
quer sentar no fundo que você não quer falar que você quer passar imperceptível porque você não quer aparecer o preto ficar Galo na entrada ou na saída então isso me atravessou de um jeito que já no final do processo de doutorado em 2014 eu defendo né eu já tinha consciência que tinha um problema com a minha formação Eu me formei a partir de um branco professores brancos epistemologia Branca ah Bárbara e a epistemologia branco os professores brancos a gente tem que jogar na lata do lixo não é sobre isso não é sobre isso tudo isso
olha que eu falei para vocês a pura universalidade foi importante hoje eu postei um vídeo no Instagram mas ajudou apontou o meu mundo a minha concepção de mundo o que eu sou a minha subjetividade eu trago elemento de várias teorias que eu acessei por todos os lugares que eu passei depois que eu terminar de fazer filosofia seis anos de Aristóteles Grécia de Alemanha sabe assim de França de um conhecimento altamente ocidentalizado isso ajudando porque até para a gente contratou a gente tem que conhecer até para a gente comprar e aí eu eu transmitei né por
esses vários lugares e foi importante para mim fazer uma festa de doutorado nesse lugar para entender muitas coisas que ficaram e muitas coisas que eu contraponho e que eu sigo fazendo isso no movimento da minha vida né me aproximo depois que saiu do doutorado da perspectiva maxiana me aproxima da colonialidade aí agarro da colonialidade fala É isso aí depois vejo que ok era um outro lugar Progressista mas um lugar também que grande parte dos nomes da coloniais eram homens era o europeu que era os mal destaque Ah porque ele criou o termo feminismo sim mas
está presente no Nascimento 20 anos antes dele falar tava lá uma série de telectuais negros antes criaram categorias que foram reaproveitadas Colonial aí a dentro aí depois fala uai tem um bocado de problema aqui não vou me dizer uma pesquisadora de mas a minha mais aproveita um monte de coisa da decolonialidade aí depois depois não né nesse período já me dizia uma feminista Negra aí depois eu vou acessar algumas coisas de mulheres Africana e falou olha essas coisas aqui com dizem acho que essas coisas aqui não acho que de cá a gente pega isso daqui
a gente pega isso E aí eu tenho hoje a possibilidade de me dizer uma intelectual livre né em cima intelectual que tem essa possibilidade porque possibilidade Bárbara porque não vou dizer isso para vocês não mas está dando doutorado que você não morrer filiação paradigmática não vou dizer que seria desonesto de minha parte é aquela coisa que acontecia comigo quando eu tinha 15 anos que eu batia na porta de todo mundo da rua para pedir dinheiro de transporte para ir para escola recebi um bocado de Humilhação eu sorria na cara das pessoas assim Obrigada as pessoas
achavam que eu tô 15 anos não entendia porque elas são humilhada mas eu entendi mas eu pensava o seguinte vai chegar um dia que eu não vou mais pedir transporte outras pessoas mas enquanto eu preciso eu preciso sorrir eu preciso fazer a louca porque amanhã eu vou bater aqui vou pedir dinheiro de transporte de novo pode não ser amanhã mas depois vai acontecer então a gente tá fazendo doutorado enquanto a academia ela não abraça toda a diversidade do que a gente é a gente tem que entender o que ela é E se a gente quer
estar nela pensar quais os mecanismos de contenção de adoecimentos de redução de danos orientamos Beleza já tem um passo a mais que você tem a micro uma orientadora tô aqui isso significa isso significa com orienta da minha vai dizer eu quero falar no hospital na minha banca falando vou colocar porque não sei quem é acabou de chegar vai ter uma pessoa extremamente agressiva desculpa não sei quem é então vamos colocar gente que eu já conheço que você também já conhece que a gente sabe da trajetória eu tô te preservando não é sobre mim sobre você
então porque Ah porque o trabalho tá ruim não porque é um trabalho que fala de um lugar de liberdade é um trabalho que é escrito a partir do escrever dentro de concessão Evaristo é um trabalho que é pensado a partir de uma coisa na percepção africana de um afro simplicidade de coisas que não são tão comuns nesse cenário e que se vê alguém completamente de fora desse cenário pode bater bater bater de estimular a ponto de que você fica mas você não volta para defesa eu já tive orientando assim gente que nunca voltou para pegar
o diploma orientando a minha no começo da minha carreira eu entrei na UPA como professora em 2012 uma substituta 2013 como afetiva E aí 2014 uma orientando a minha defendeu uma orientador do Rio Grande do Sul tava aqui morando aqui com a família defendeu o TCC dela foi tão humilhante tão desgraçante o processo de defesa ali o aumento da defesa que a menina sumiu anos depois cerca de 6 anos depois eu encontrei essa menina de uma formatura quando eu encontrei ela eu abracei eu chorei tanto eu falei cara cadê você onde estava você eu passei
esses anos todos pensando a menina negra né Só quando eu cheguei O estudante negro da Universidade todos me procuravam isso gerou um problema em torno de mim as pessoas queriam mostrar que eu era incompetente de algum lugar e aí começaram até seguir meus ora então eu já tive que pagar advogado do meu bolso no Ministério Público de processo de orientando meu que ia ser ia ser excluído de programa de bolsa três orientando os dois de uma vez e eles acusaram de racismo E aí o pessoal da Universidade acusou de caloria de difamação o negócio foi
para um processo administrativo dentro da universidade e depois foi para o Ministério Público do Ministério Público eu paguei advogado porque eu queria advogado racializar na verdade foi uma advogado incrível advogada defesa dos meus três alunos a gente passou um ano esperando a resposta do Ministério Público eu sem dormir minha mãe fazendo é bom os alunos que eram do Candomblé também fazendo para o processo certo então é isso é sobre isso sobre essas experiências que eu já conheço certa medida é sobre cuidado eu cuido hoje não é uma questão é um espaço meu profissional mas é
não me cabe a universidade não é o que eu sou a universidade não é a minha vida aniversário faz parte da minha vida importante para isso escrever meus livros ó quando eu vou escrever meus livros tem 10 livros publicados aqui são os livros de rádio relacionados a relação já tinha raciais seis livros relacionados a raça eu saio do circuito de produtividade da academia apesar de produzir pelo menos um artigo sozinha por ano acho que você ainda nem vou traduzir eu comecei a escrita do meu novo livro e estou escrevendo ele tranquilamente então geralmente até a
gente surfa nas Produções do nosso orientamos orientando os mestrado doutorado que publica um artigo aí bota o nosso nome aí a gente se mantém na pós-graduação porque publicou na revista atualizar não sei quanto e a gente vai se mantendo mas assim eu saio da Rota dessa preocupação de produzir o artigo X para mim não tem tal programa para aceitar o coisa porque eu entro numa rota de produção literária que é o que me dá onda é o que me faz me sentir feliz é o que eu gosto me dá prazer isso significa que é melhor
ou pior não é melhor ou pior é o que é Bárbara Então nesse nesse lugar de saber o que eu sou de ter possibilidade para isso que a possibilidade para isso eu não sou funcionário é pública Não tô dizendo que é o fim da vida a vida acabou para muita gente e assim mas para mim não é não acho que porque passou em concurso público a vida acabou não sei o que aqui é só aposentar eu acho que a vida é imensa imagina tá fazendo 36 anos daqui a dois meses a vida não acabou tem
muita possibilidade de vida em todos as dimensões sobre anos mas enfim bolsonaro é pública tem meu trabalho já sou Doutora tendo uma graduações aí a pessoa tá no corre da Constituição aí vai fazer a tese a dissertação nada isso mesmo porque Bárbara disse não sei quem disse no Instagram que é pé na porta que redução de danos falei isso ano passado retrasado para uma amiga tava adoecendo no doutorado brigando com o professor todo dia é obrigatório essa disciplina só tem ele briga não passa adiante essa disciplina filtra O que é de interessante e passa à
frente vai produzir vai lançar sua energia de semeadura em solo fértil eu aprendi isso na universidade também aí eu vou ficar me desgastando porque pessoas inteligentes não são burras eu que vou ficar ensinando tão professor universitário sobre ações afirmativas sobre a importância de reparação social para comunidades que foram depenetradas nesses direitos da comunidade Negra sou eu que vou ficar ensinando para uma figura que tem doutorado não sei quantos pós doutorados no exterior e o caramba não porque ela é inteligente não são burras ele entendeu sim o que aconteceu no Brasil entendeu que teve uma comunidade
sequestrada destituída de humanidade entendeu que essa comunidade passou quatro anos quatro séculos sendo desumanizada violentada de todas as formas que essa que essa que essa comunidade teve um fim desse processo de escravidão mas a escravidão social permanece com outras roupagens é só olhar para os postos de trabalho subdesenvolvidos as condições de moradia de saúde de privilegiadas é só olhar para os lados ele sabe disso e quando não acolhe a cota é pela é pela pelo Desejo de manutenção dos seus privilégios pela garantia dos privilégios para um grupo social qual ele tá localizado não é sobre
burrice necessariamente tem gente sim instituída de capacidade cognitiva mas grande parte das pessoas que lutaram contra as portas na universidade não estão nesse rolo são pessoas desonestas pessoas honestas e aí eu não vou gastar o meu tempo na cidade não vou gastar minha energia e solo Ari eu vou gastar isso significa vou atuar onde é possível vou criar uma disciplina privativa e vamos ministramento disciplina e fazer o meu trabalho ali ah deveria estar no quadro obrigatório beleza mas eu não sou hegemônica na universidade não vou adoecer porque a disciplina que eu criei de relacionamentos raciais
não está no quadro obrigatório aqui mesmo como o aplicativo vou criar disciplina também aplicativo na pós-graduação vou criar um grupo de pesquisa vou escrever meus livros e dialogar e a partir da nossa disciplina pós-graduação vou escrever mulheres negras da ciência quer esse livro que vem dos meus processos de ausência nunca tive uma professora negra em toda minha trajetória acadêmica só não pode doutorado 2021 a professora Gislaine Aparecida na USP Curitiba que pareça foi na Bahia na Roma negra na cidade que tem Salvador 84% de população negra não foi me deparar com a única professora negra
da captura de educação da USP por isso porque seria ela e vou fazer aqui com ela já está com uma pessoa negra numa condição de orientação escreva esse livro para curar essas minhas feridas e de tantas outras mulheres negras uma história Preta das coisas 50 invenções científicas tecnológicas de pessoas negras nesse intuito de ressignificar negro não sabia de tecnologia Negra nesse sentido de produções ancestrais né pela humanidade fica 350 mil anos primeiros reinos dos primeiros impérios a terra de ponte o reino de meroeste daomé Núbia no Mídia gana é uma série de ninguém pensou nada
nada ficou esperando a Grécia é sério que as pessoas fizeram a gente acreditar nisso que só quem mete é dois mil anos antes da Grécia Quem é esse grande império chamado mundialmente de Império egípcio é dois mil anos tem 12 anos sem relação a Grécia mas tudo surge na Grécia pintada de Mileto a matemática Pitágoras e Euclides a história surgiu na Grécia com Heródoto a medicina surgiu na Grécia Hipócrates a Biologia surgiu na Grécia com Aristóteles o direito surgiu na Grécia com Platão assim associar suas na Grécia com Sócrates a literatura surge na Grécia poesia
dioneiro as artes surgiram na Grécia com tragédia grega a pedagogia surgiu na Grécia com pai dela é sério que tudo emagrece e que isso não é um mito moderno para colocar o acento do surgimento de todas as coisas no ocidente e perpetuar essa dimensão herocentrista e brancocêntrica de conhecimento na academia contemporânea Sério que não é sobre esse mito então o livro vai nesse sentido o história pretinha das coisas que é um livro de divulgação Científica também para educação infantil e mais Atualmente como ser um educador antirracista esse livro pautado na minha trajetória enquanto intelectual mas
fundamentalmente uma intelectual que constrói uma escola uma escola que tem um projeto político pedagógico anti-racista um projeto histórico anti-racista e que ele se articula com os documentos oficiais do MEC pensando em desenvolvimento humano infantil das crianças no sentido da aquisição do Repertório linguístico de letramento dessas crianças mas pensando um espaço a escola como um espaço Seguro O que é representatividade o que é um espaço representativo é um espaço que você se sente insegurança um espaço que não é representativo você está tenso o tempo todo não é isso então cria escreva esses livros crias componentes curriculares
cria o grupo de pesquisa boa para as redes sociais produtos meus materiais diariamente bom nas escolas públicas na Universidades públicas do palestras gratuitamente e eu vou cumprindo o meu papel onde racista não vou aqui ficar dialogando com uma pessoa branca que tá querendo me convencer de que eu sou racista ele para mim um problema dele porque eu preciso estar saudável para fazer o trabalho social que eu faço com tanta gente que precisa que está disposta ao vivo que eu falo para quem quer ouvir e tenho essa disposição de escuta também dentro de um lugar dialógico
de honestidade quando eu percebo que há uma disparidade no sentido de que a outra pessoa está sendo desonesta não está tendo honestidade intelectual de aula não dá para a gente continuar então era basicamente essas coisas que eu tinha para falar para vocês aqui falar um pouco da minha trajetória tentar fortalecer né Não só as pessoas negras que estão na pós-graduação mas as pessoas que porventura negras que possam estar ouvindo isso que tem interesse em pós-graduação uma das pessoas brancas também que são aliadas né esse livro Como são educadas nazista por favor comprem Tá circulando PDF
de pirataria do livro eu não autorizei a editora planeta também não autorizou a Bárbara tem ouvido isso muito educadores sabia mas mas essa coisa de propriedade intelectual não é bacana porque vende outras pessoas sim então conhecimento de qualquer lugar da sociedade também vende um acúmulo as pessoas que trabalham hoje com engenharia a partir de algum lugar desde Newton ou de algum lugar da roda que foi inventada lá atrás Então tem que tem que distribuir a propriedade intelectual com a sociedade então ninguém trabalha para ser remunerado E aí a gente vai para um lugar lugar de
trabalho filosófico no sentido da coletividade eu acho justo bacana Agora não dá para fazer só com escritor tem que socializar mesmo conhecimento Então vai pôr da aula de graça a gente não está em um lugar porque isso tem vindo de professores é quem tá é socializando o pdf do livro aí em grupos não só de WhatsApp mas em plataformas educacionais eu recebi hoje uma plataforma de uma escola com o livro lá o pdf enfim Então nesse livro aqui quem tiver interesse compre a eu falo muito sobre isso né eu professor Branco posso ter um educador
anti racista pode deve porque o racismo é uma construção social branca foi foram as pessoas brancas que criaram um conceito de raça para diminuir o outro e para a diminuição do outro frente ao que se é dominal então não basta eu eu dizer que o outro é menor que o outro não é humano como racismo científico como que a filosofia vários sistemas filosóficos fizeram também dizer pessoas negras é necessário fazer o que ele acredite é escravidão mental e pessoas brancas fizeram isso com os grandes sistemas científicos filosóficos ao longo da modernidade até que há duas
décadas Projeto Genoma disse assim olha 0,02% do gênes humanos tem correspondência sempre fenótipo genótipo ou seja somos todos humanos Então existe Raça Negra o que existe uma raça humana e aí acabou o racismo acabou porque a raça científico da biomedicina criou a raça e quanto custa científico dentro da Ciências Sociais criou o conceito social de raça é o que faz com que pessoas negras sejam assassinadas o tempo todo pessoas negras o tempo todo sejam presas indevidamente nos reconhecimentos faciais pessoas negras não tenho uma estética do poder e não ocupem os espaços de poder todas as
instâncias na Estância política institucional na diretoria das universidades na ciência todos na mídia televisiva em todos os espaços é justamente o conceito social de raça que faz com que em uma cidade com mal de vocês que é a cidade Rio Grande que a cidade do Rio Grande do Sul com maior percentual de pessoas negras pós-graduação apenas pelas pessoas negras é justamente esse conceito social de raça que se mantenha a partir do racismo na nossa sociedade Ah então eu enquanto pessoa branca eu preciso integrar a Luta antirracista pelos primeiros ancestrais fizeram mono seria um bom começo
mas é insuficiente é você integrar essa luta porque você compreende com o racismo é um mal social que atinja todas as pessoas e que é nosso inclusive para pessoas brancas em todos os sentidos recentemente tivemos uma professora branca que morreu pelo racismo como um colega Branco foi agredir um colega negro a professora se colocou no meio do caminho no dia seguinte o aluno veio o jovem veio uma criança 13 anos deu uma facada na professora pelas costas morreu por causa de quê do racismo do Ódio estabelecido pela hierarquia de raças Ah só isso não não
é só isso pessoas brancas estão vivendo cada vez mais em grades de proteção que são novas prisões o rapaz ficar aqui no meu condomínio aqui dentro do meu condomínio tem que ter Supermercado tem que ter não posso sair Quer dizer você tá preso na sua dimensão de liberdade Olha que loucura porque é óbvio a gente está criando nossos próprios Monstros a gente destitui o outro de possibilidade de oportunidade de direito de acesso aos direitos a gente acha que isso não vai voltar pra gente isso Volta numa escala mínima o que a comunidade Negra vive na
favela de violência se reverberem violência social isso aqui ó não é nada diante da violência que a gente sofre da violência do braço formado do estado da violência dos abandonos no sistema de saúde da violência em todos os sentidos a gente devolve quase nada e pelas pessoas brancas mesmo não é saudável você achar que você é o centro do mundo imagina tem aí A cidade tem Rio Grande tem Rio Grande do Sul tem a região sul do país tem o Brasil tem o Brasil na América Latina tem América Latina nas Américas tem as Américas né
no planeta terra tem um planeta terra nosso sistema solar na Via Láctea tem a via lá tinha outros sistemas Solares aí tem esses outros sistemas Solares com buracos negros que dá espaço para outras dimensões E você tá achando que o mundo gira em todos vão ser sujeito Branco tá achando que o mundo gira em torno das suas preferências de quem deve entrar de quem não deve entrar na pós-graduação de quem deve entrar ou não no concurso brigando sem dormir gente estabelecendo Quais são os pontos do concurso porque quer botar para dentro orientando assim achando que
você é de fato o centro do universo assim né as pessoas brancas elas acham isso porque que a sociedade ensina a pessoa branca pensar desse modo que o sistema solar em torno do domingo não é saudável E aí gente já Edu que as crianças brancas nesse lugar acho que só você tem rede rainha é só você vende princesas e príncipe só você tem ancestrais que foram cientistas filósofos intelectuais só vocês têm referências de heróis e heroínas só vocês só vocês só a gente aqui Pode jantar em restaurantes os outros servem a gente só você meu
filho pode subir elevador social os outros não podem só você pode ir para Universidade só você pode ser eleito Prefeito só você só você aí a gente acha que a gente tá fazendo bem para criança psicologicamente então passando bem para a sociedade nem para ela não é saudável para uma pessoa branca essa informação egoica que eu vou molhar para os lados vamos entender que a gente é gente igual que a gente é igualmente potente que que as pessoas também desenvolvem conhecimentos e que bom e que a gente pode trocar com esses conhecimentos e crescer com
esses conhecimentos que a gente pode se encontrar por aqui mas a contraposição também é o exercício argumentativo importante para o nosso desenvolvimento dos sistemas de pensamento que o mundo adverso e que a diversidade ela constrói ela agrega mais do que eu quis é isso minha gente temos aqui um tempinho de 25 minutos para questionamentos colocações enfim Obrigada Bárbara Muito obrigado pela tua fala tenha muita energética como um professor meu fala isso é maravilhoso isso é perfeito para uma fala tão importante antes só de passar Os questionamentos eu tenho aqui alguns agradecimentos alguns representantes que estão
presentes aqui na live como o grupo de educação para relação é raciais Pelotas a diretoria de pesquisa do Instituto Federal do Amazonas o Instituto da escola pós-graduação da Unoeste a questão do único Professor negro eu tive no mestrado em uma cadeira eu estudei na UFRGS tá um professor negro por duas semanas ele foi substituto ele era permanente uma das poucas dentro do meu curso mas eu não tinha noção que não tinha nem Professor gente isso me agrediu e chocada aí contribui com a tua fala o choque que eu tive em saber que tu não teve
não estava aí que é predominantemente negro tanto meu Deus isso é chocante hoje eu também estou como professora substituta e eu escuto os meus alunos eu tenho alunos negros eles dizem na primeira vez que eu tenho professores e nesse momento na verdade somos duas duas professoras e eles têm uma postura diferente com você eu e a Bel kiza colega a gente conversa sobre isso que como que falaste os alunos te procuram mais como Aquela representatividade alguns alunos meus ainda brincam chegou a nossa representatividade Negra Mas brincando me passa em gente como eu tenho um dever
e eu imagino o quanto não foi para ti passar por tudo isso porque tu não teve essa representatividade eu não teve Quem te disse esse suporte né E hoje tu és o suporte e isso é muito forte isso é muito importante Eu agradeço que me fez relembrar todos esses fatos Bárbara e que elogios como do Alex né e o Alex Molina que salva e ele fala assim sou químico de alimentos como sociologia e filosofia nas exatas e agrárias sempre como a gente alienador proposital tu concorda Alex concordo muito e para mim foi um marcador importante
da minha trajetória poder informar na licenciatura que me faltou o conhecimento sobre relações Atílio raciais me faltou acesso a corpos pretos no lugar de qualidade me faltou mas me possibilitou conhecimento sociológicos né veio de um novo currículo do curso de química que trazia conhecimentos de Filosofia de sociologia foi muito importante para mim a Ana Laura também diz assim professora Bárbara só tive consciência do pacto da branquitude pelo livro da professora Cida Bento e agora lendo como ser um indicador de agradeço toda a ilustração da condição dos Pretos nessa sociedade quero te afirmar que estou aprendendo
ser anti racista mesmo não me sentindo racismo mas a sociedade da branquitude coloca um véu e agora estou desvelando Uma Professora Branca assim com 61 anos consegue ser uma Educadora de racista consegue professora esse movimento de desconstrução ele leva a vida toda não existe ninguém Pronto né o pacto da branquitude não só o pato da branquitude mas todos os sistemas de violação de direitos né que são orquestrados pelo estado que acaba sendo o aliado da classe hegemônica nos atinge de modo muito enraizado então a gente passa uma vida percebendo coisas refletindo eu sou uma pessoa
que cada dia eu aprendo algo Eu sou uma pessoa que cada dia fala caramba Olha isso cara que eu não tinha pensado há dois anos Olha isso que quando eu li eu escrevi esse livro mulheres negras da ciência foi isso escrevi 2020 publiquei em 2019 E aí peguei ele esses dias para pegar um trecho dele falei cara tipo a gente é movimento a gente tá em processo então sim aprender as brancas 61 anos sim pode eu diria que deve ser antes Muito obrigado a Lisiane diz também Parabéns pela linda palestra e chocante percebemos o quanto
a população da civilização isso é efetuado em toda educação Como podemos mudar isso a gente tem que desvelar minha professora falou aqui agora a gente tem que realmente fazer a contra narrativa né puxar a vara para o outro lado como diria aí a metáfora da curvatura da Vara de lenha se tá tudo pode cair puxa conhecimentos africanos fosse o mundo todo tá dizendo nada só produz escravos eu tenho que dizer que surgiram o império que surgiram conhecimentos que surgiram tecnologias que surgiram ciências e vou falar só disso porque eu tô puxando agora para o outro
lado aqui sabe então eu acho que e é fazer isso pela Via principalmente da educação formal mas onde você tiver possibilidade de fazer isso em paz só né Maria Cardoso enfrentamento do racismo mas também a professores batalhando né para uma educação de racista também comentos vários indicadores mostram aí a pessoa hierarquização de raças no Brasil a Rosângela coloque que representa esse movimento político pela Unidade eu tô olhando aqui os comentários aqui no chat é muita coisa alto fico muito feliz das pessoas entenderem a proporção da tua fala e não só da fala enfim o conteúdo
que foi dito por ti que bom que nos faz pensar né A Julie Silveira diz Boa Tarde Professora Bárbara você disse para organizar para trajetória potente e potenciadora se possível você perguntar Quais são os pilares para uma educação antirracista olha acho que o grande Pilar para educação antirracista é precisar que ela acabe você é você mirar em um futuro em que ela não seja mais necessária porque a finalidade ontológica da educação é transformar a realidade é instrumentalizar o sujeito no sentido de que ele se apropriam legado sócio-histórico que compõem a sua humanidade que formem a
sua subjetividade humana e que os ajudem a desenvolver a humanidade a fazer com que a gente não precisa Reinventar a roda cada nova geração Ah mas a escola tem que transformar a realidade a escola tem que racista a escola tem que ter a sociedade é estruturalmente a professora mas a gente precisa pensar em uma escola que a ponte para uma sociedade que não é então conhecer eu acredito que não apenas ficar em um lugar o anti racismo ele é um lugar de não se reversão Tá certo então olha genocídio precisa acabar o encarceramento em massa
precisar acabar a gente precisa ter somos m ria nos Espaços acadêmicos precisamos de políticas públicas para isso é um espaço de denúncia Mas eu acredito você precisa ver o anúncio e o anúncio a gente só faz um conhecimento a gente se desfia um pouco da gente para se vestir a partir das vestes do outro e olha que coisa né a gente se vestiu o tempo todo de nós enquanto pessoas brancas então agora a gente vai se vestir um pouco também da realeza do outro agora a gente vai ter que estudar sobre o outro isso é
anúncio é estudar que a humanidade surgiu em África 350 mil anos que a química surgiu no continente africano com aquilo que o acidente chama de período das Artes práticas mas não mas a ciência estava pequena que vai produzir muito antes do atomismo grego vai produzir domínio da técnica do fogo cerâmica tinturaria farmacos processo de mumificação desenvolvimento de ligas metálicas papiros olha quanta química muito antes de você então assim da Matemática é matemática não surge com Thales com Euclides com Pitágoras Pitágoras vai colocar teorema de Pitágoras tá presente no papiro africano de 1.650 antes da era
comum e Pitágoras é um cara do século 4 a gente não era comum então assim mais de mil anos antes Opa Então eu preciso dizer que foi alienígena que não dá né então assim não tem jeito vai ter que estudar e eu não quero colocar o peso nas costas do professor sozinho da professora sozinha mas infelizmente enquanto o estado racista não assume a responsabilidade vai ter que ser mesmo as articulações dos grupos de estudo chama aqui o colega chama colega tenta parear com quem é possível tentar pelo menos não dá para parear com quem é
possível afasta de quem te atrapalha Sabe aquela pessoa na escola que diz Bom dia família não vai dar para nada tá aí gastando no seu tempo esses meninos não querem nada se afasta sabe deixa para lá fala mais vai para o outro canto da sala dos professores vai para outra coisa na hora que a pessoa chega pega o celular pega um livro para ler para não colocar essas coisas na sua cabeça tá certo mas assim vai ter que fazer um movimento aí pessoal sim para poder se apropriada você sabe eles porque além de denúncia a
gente precisa fazer anúncio Adorei e a Julie A Julie complementa a Bárbara a pergunta que ela teve que fracionar qual seria o primeiro passo para a formação de juristas raciais principalmente reduzir os danos da forma jurídica atual primeiro passo Primeiro passo é abrir mão do privilégio assim existem pessoas brancas aliadas existem pessoas brancas sensíveis e mas assim as políticas públicas elas só se desenvolvem quando as pessoas pretas colocam a mão foi assim ah mas foi PT que desenvolveu as afirmativas pois um acúmulo histórico de lutas do movimento negro dos movimentos negros organizados foi isso aqui
ó os movimentos negros para adquirir direitos dentro de um governo possível para um governo Progressista branco então você não tem jeito são corpos pretos que pensam a sua existência a partir do que se sabe a parte daqueles reflexos pessoais que pessoas brancas não vão ter uma pessoa branca não sabe o que é o que o que eu sinto por exemplo eu ando muito com bolsa aberta com bolsa de evento não tem zíper as pessoas brancas geralmente têm medo de ser roubada alguém meter a mão meu medo entrar em uma loja alguém dizer que eu botei
de sair dos lugares com a mão a minha mãe não dizia saia de qualquer loja com as mãos à mostra praticamente assim ó a gente sai com as mãos assim Livres sentar dentro de bolsa saiu de uma loja sem estar essas coisas mínimas são nossas então só a gente entendendo das vivências das experiências é que a gente vai conseguir reverter esse sistema dá para estudar dá para estudar todas as prudência contemporânea nasce com as bases científico os tribunal de Lombroso e na Rodrigues dizendo que preta é geneticamente teoria da degeneração né pessoas pretas tem gente
degenerados propensos ao Crime A marginalidade E aí a gente vai construir sistemas códigos de identificação racial racial com esses códigos binários vinculados Então tá tudo articulado mas ele tá por trás desse sistema de reconhecimento pessoas brancas então a gente de fato vai precisar enfraquecer para poder levar o debate para outro lugar Com certeza a professora Cassiane ela diz aqui também que é uma fatura Fala uma fala muito importante para uma universidade que mais de 70% é grande é um peso é um grande peso um estado também que é mais necessariamente branco então tu ser negro
neste estado não é fácil aí tu vai afunilando num estado no município na academia é muito difícil questionamentos até a Vânia ela fica ela quer falar é como achar que fala assim achar o teu equilíbrio quando tu és Tu nem te contar isso não é mas tu queres como tu disse o povo ficar na academia como é difícil a gente quando tu achas isso passa por pouca ele é demais ele é energética demais ela é Ela quer brigar ela quer levantar fazer não atrapalha quem queira não é mas mesmo é uma segunda uma segunda luta
que tu tem esse que travar não só interior dentro descobrir até te encontrar e ainda com todos aqueles que te atrapalham propositalmente e não intencionalmente é bem é bem difícil deixa eu ver aqui se não passei em ninguém A Professora Rosângela Solange também diz concorda muito com a tua fala que precisamos salvar os pretos e pretas adolescentes ajudar essas pessoas a chegar na graduação na pós e ao doutorado e perguntas em quais ações feitas nesse acho que a política pública ela é muito importante isso toda sua dimensão né a dimensão do acesso na dimensão da
permanência na dimensão também da luta pela melhoria na escola básica porque a gente nunca conta para sempre pessoas negras são biologicamente geneticamente incapazes a gente está dizendo que historicamente teve um processo de acúmulo de direitos na mão da bronquitude e de ausências objetivas vinculadas as pessoas negras que nos possibilitaram não colocar o estudo como atividade principal Então nossa atividade física passa não sobrevivência Então hoje não só por uma questão da agenda do dia mas por uma agenda histórica a gente precisa acessar cotas e mas amanhã isso não vai precisar porque a gente nós somos Pioneiros
e muitas coisas em ciência em filosofia e matemática Nossa minha centralidade a gente é muito capaz mas o acidente nos diz potencializou não é o sentido genético mas em um sentido social e é por isso que a revelação social de pensar cotas mas pensar uma agência de permanência a gente permanência com manutenção dos custos de transporte de alimentação um auxílio que estudante possa contribuir dentro da sua casa no sentido da moradia porque isso também na universidade todo dia me perguntava podia pagar uma conta dentro de casa e eu vou julgar minha irmã que me perguntava
o tempo todo quando é que eu ia pagar uma conta dentro de casa porque para eles era muito mais importante chegar em casa com a carteira assinada do que com aprovação em sétimo lugar no vestibular da Universidade Federal da Bahia e em terceiro lugar na Universidade do Estado da Bahia que foi que aconteceu aquilo não dizer nada para eles que dizia para eles era a subsistência familiar então é importante não só nesse sentido mas no sentido de cursos né de idiomas disciplinas vinculadas A possíveis deficiências da Escola Básica como pré cálculo empréstimos de equipamento de
proteção individual precisei que me dessem eu sou me disse assim hoje é o primeiro dia de aula não sei o que não sei o que é que tá o cronograma em 15 dias ninguém entra no laboratório sempre não tinha então assim é isso é desse lugar que a pessoa não vai conseguir entender porque ela não é o outro ela não viveu as experiências do outro a universidade tem muito isso eu reparei muito isso e uma vivência que eu tive na universidade quando os professores queriam romper um contrato com o governo corretamente porque estudante não tem
estudante naquele contrato era meio que um estagiário ele acompanhava as aulas do professor Regente que era o funcionário público do Estado mas estava sumindo sala de aula E aí qual era a medida daquele conselho de professores que se reunira que eu tava ali presente vamos cortar o contrato com o estado porque eles não estão cumprindo estão colocando os nossos estudantes para dar em aulas frente a carência quantitativa de professores do estado E aí óbvio que para todo o professor que tava ali presente aquilo era cuidado com o estudante não tem a formação adequada ainda para
ir para sala de aula ele pode se frustrar ele pode viver experiências que o afaste na educação completamente ele não vai ter ainda repertório pedagógico para dar aulas e Chegou filha e tudo isso tava ali os professores não eram ruins Mas eu vi uma pessoa que vive de bolsa eu fui uma pessoa que precisei disso que dei aula em escola assim e era minha sobrevivência era ou da aula da escola e o outro professor lá que era que a escola fazia eu sem ter diplomatava na escola e sobrevivia daqui então é desse meu lugar que
eu chego para os professores e fala assim que tal ouvir os estudantes eu sei que a nossa decisão aqui é o melhor para eles na nossa cabeça mas quem sabe o melhor para quem precisa de 500 por mês é quem precisa de 500 por mês vocês que vem de uma linhagem de professores universitários que os pais de vocês são professores universitários vocês vieram de outros lugares da classe média Branca vocês não sabem o que precisar de dinheiro de transporte eu sei então eu gostaria de propor para vocês isso daqui a gente ouvir isso estudante Então
isso é de uma vivência que não aprende em um livro em Literatura tem coisas sobre anti racismo que é vida e não vai dar para a gente ler de Jamila levar Bárbara ler Silva Almeida não vai rolar a gente não vai absorver a dificuldade mesmo compromissos o professor Bruno também mas só para fechar é a professora Cassiane que coisa de alguém mais um pouquinho mais sobre a escola e vai de encontro a minha pergunta que não foi combinado mas a tua palestra vem dois dias depois de datas muito importantes como a Lei Áurea e o
Dia das Mães e a escola Maria Filipa eu acho ela representa as duas coisas como mãe saber que tens um lugar criou um lugar para que tua filha os filhos e outras mães tivessem essa educação com todas as falhas Que Nós pensamos né mas é um foi um processo histórico e importante né mesmo com falhas e vai dormir de encontro de falar um pouquinho sobre a escola em cima disso sobre a pergunta da Júlia a questão do despertar da educação em casas despertar essa consciência racial Porque infelizmente somente a Bahia tem aí Escola Maria Felipe
né não temos outros outras filiais da escola então eu queria falar sobre isso para poder acertar com o tempo estourado mesmo Maravilha Quem tá aí acompanhando por favor siga escola no Instagram Escola Maria Felipa a gente tá sempre divulgando esse ano a gente não fez ainda nossas afro educativas que são formações pedagógicas né para professores e professoras para familiares também enfim para pessoas interessadas na educação que a gente racista a partir das nossas práticas mas a gente já formou mais de dois mil educadores em todo o Brasil com informações online nesse sentido apresentando práticas nossas
que são práticas vinculadas à potencialização da subjetividade de todas as crianças então assim recentemente a gente teve a semana das Artes negras indígenas que a gente criou no ano passado encontra a posição ao Centenário da Semana de Arte Moderna que eram apenas artistas brancos então a arte é branca não existe Arte Negra não existe arte indígena aí a gente vai estudar uma série de grandes artistas negros indígenas e vamos criar uma exposição na escola que hoje na verdade nem tá na escola esse ano a exposição ficou tão grandiosa que ela foi para o museu afro
da Universidade Federal da Bahia então assim você pode falar por um mês a gente fez uma amostra Lindíssima Oi filha tudo bom E então a gente faz esse tipo de coisa Semana Nacional de Ciência e Tecnologia ou semana de ciências que é que a gente criou na Maria Filipa afrotec e a nossa feira de ciências Africana e afrodisfórica que a gente apresenta as invenções as crianças fazem projetos com as invenções presentes desse livro né então eles acessam conhecimentos que levam para suas famílias porque essas feiras todas são abertas ao público Então o que tá agora
no museu a comunidade toda pode ir lá paga apenas um valor simbólico de 10 reais e acessa as artes e todo o conteúdo ali por trás daquela produção artística e a afrotec também mas não é só sobre isso né a gente tá o tempo todo em um lugar de potencialização as crianças não escutam a palavra racismo as crianças não falam falar sobre dor a gente fala na escola que a humanidade sublinhar cada turma da escola é um reino africano E amenismo então G2 que a turminha de dois anos é o império Inca o G3 é
o rede da omé o G4 Império Maia no G5 é o impera oxante o primeiro ano é o império do Mali o segundo ano é o reino dos povos Tupinambás aí tem o reino dos povos tem vários impérios para dar uma dimensão de que a nossa história não surge com a chegada dos brancos europeus que a gente já tinha trajetória que a gente já tinha reino que a gente já tinha impérios que a gente já tinha potência a gente já tinha poder e aí as crianças vão estudar muito nesse lugar né de potencialização Então sei
lá elas vão estudar sobre cores e formas geométricas E aí a gente já vincula como a nossa cidadania aí elas estudam sobre o processo de atravessar a rua e aprender um pouco sobre o semáforo o semáforo foi desenvolvido por um homem negro chamado Garret Morgan no início do século passado que foi um cara também que desenvolveu a câmara a máscara Câmara não a máscara de gás né um cientista preto e ali Elas aprendem sobre que cientistas pretos produzem coisas aprendem sobre as fórmulas do Círculo sobre o retângulo sobre as cores sobre cidadania sobre o que
como atravessar a rua como não atravessar o que significa o vermelho amarelo verde então é um ensino todo articulado o tempo todo as crianças elas vão pensar em questões corporais né no trato no Cuidado elas vão pegar escova de dente mas estudar que surgiu três mil anos antes da era comum em África escova de dente que era cerdas de sisal e um pedaço de madeira tudo amarrado e as pessoas africanos escovavam escova de dente nossas traz africanos e hoje a gente utiliza escova de nylon que veio depois de dois processos de reformulação com os conhecimentos
dos chineses e depois com os conhecimentos do século passado então é um ensino potencializador a gente não fala de tragédia a gente não fala de dor a gente fala o tempo todo de potência ancestral isso para crianças negras indígenas crianças brancas crianças de origem diversas crianças precisam ser crianças e precisam ser potencializadas as brancas também a sociedade potencializa a criança Branca o tempo todo a família branca que coloca seu filho branco na escola tá muito tranquilo sobre isso sabe que em todos os lugares aquela criança Branca vai ser potencializada então coloca aquela criança lá na
escola para ela aprender sobre a potência do outro porque não dá para a gente sozinho potencializar crianças negras indígenas aqui e a sociedade civil potencializando crianças brancas para elas acharem que elas são sempre do mundo porque lá na frente a gente vai ter guerra a gente vai ter conflito E aí essas crianças negras que a gente tá falando aqui não vão dizer lá na frente com todo respeito admiração a genialista que eu tenho de que eles eles combinaram de nos matar e nós combinamos não morrer lá na frente que a gente vai ter o seguinte
eles combinaram de nos matar então a gente não quer que isso aconteça a gente não quer a gente não tá evitando o que pessoas negras na sociedade querem sabendo que os não entendeu ainda é que a gente a gente não quer revanche a gente só quer direito e olha que coisa base lá a gente passou quatro séculos Leandro aqui nossos ancestrais sendo assassinados de instituição de humanidade até hoje a gente não tem direito a sonho a gente não tem Estamos nas taxas de tudo de genocídio de suicídio de depressão de Alquimia de tudo as maiores
taxas são nossas e a gente não quer revanche a gente só quer os direitos básicos Muito obrigado Bárbara a tua palestra Foi incrível quem podia ter mais tempo para falar contigo eu vou passar para a palavra para Vânia a gente poderia encaminhar o encerramento Mas agradeço desde já muito obrigado professora antes de falar vamos ainda ter três etapas que vai ser muito rápidas Mas eu vou pedir para o professor Bruno passar a palavra professor Bruno falar em seguida vou convidar todos para abrirem as suas câmeras para que a gente possa então tirar uma foto e
em seguida a gente aí eu faço a fala de encerramento tá bem por favor professor Bruno Obrigado Vânia professora Bárbaro agradeço mais uma vez assisti agradecido antes da Live né mas agradeço em nome do programa pela sua fala muito importante né Eu acho que eu tenho comentado isso com a Vânia inclusive tivemos no ambiente Universitário tão fechado em assuntos acadêmicos e muitas vezes a gente não conversa sobre assuntos tão importantes como como Equidade racial né outras fotos importantes né como questão de gênero e acho que é a gente teve uma um privilégio de poder escutar
alguém com tanta experiência né e uma trajetória tão incrível como a sua aqui no entanto eu acho que ainda dentro da universidade é um local onde a gente mais consegue conversar sobre esses assuntos é de onde surge as discussões em fóruns como esse e eu queria saber da sua opinião como eu não sei se vocês têm com certeza tem experiência né mas como chegar na periferia com esse com essa discussão né nas escolas Existem os projetos aqui a gente tem os novos projetos das Gurias na ciência que Tem trabalhado bastante nas escolas né mas não
só nas escolas como chegar na periferia de um modo geral para tentar conscientizar a população de modo geral Obrigada professor já trouxe um pouco da própria resposta aí né a gente é ensina pesquisa e extensão Eu acredito que a gente tem pensado a periferia muito na dimensão do ensino e dentro talvez dos Campos mais das humanidades da educação mas a gente tem abandonado ainda esse lugar da extensão como um lugar importante dentro da academia né tanto que enfim a gente não é tanto medido nosso desenvolvimento nas nossas unidades não é tanto medida pelas ações de
extensão que a gente desenvolve então é uma via importante de aproximação e bem como as pessoas também que são convidadas dentro da universidade para estarem à frente de programas nacionais de liberdade tipo de sistemas avaliativos de livros didático pensando os parâmetros né Nós temos grandes nomes dentro da academia que sai para pensar isso e entender que o livro didático por cerca de 16 anos é o único livro que entra na vida de muitas pessoas pretas e pobres no nosso país muita gente a única literatura que a família toda vai ter acesso ao livro didático então
ele é importantíssimo porque ele vai onde a gente não vai ele vai muitas vezes enfim pensar nesse lugar mesmo das políticas públicas de extensão de literatura de projetos pessoas que acessam os Ministérios nós temos pessoas da academia elas vão também acessar quadros dentro do governo né pensar o repasse de verbas do governo para ações de projetos periféricos existem uma série de geladeiras literárias nas periferias existem projetos eu sou fruto disso na minha favela a pessoa do computador que eu falei com vocês acabam de chegar de centros sociais né Eu fiz curso de inglês por r$
15 mensal na minha favela então assim existem ações e olha que era uma ação de um grupo filantrópico assim não era de governo o governo pode arcar com isso bancar com isso eu acho que é pensar onde que a gente está atuando Onde você tá atuando é o seu lugar que você acha Certo muito obrigado professora mais uma vez então professora eu vou seguir para o encerramento antes a pedidos muito grandes Vamos fazer uma pose bem bonita para nossa foto oficial vamos lá Senão acaba comigo Avisa a Manu pessoal quem quiser abrir as câmeras por
favor mas eu acho que para o pessoal do YouTube ficar difícil né Manu porque a gente tá fazendo a transmissão tá não a nossa foto foi batida obrigado então mas professora Então agora eu faço uma colocação muito rápida eu enquanto professora eu busco muito associar a ciência que repasso para os meus alunos com a história dos cientistas e eu sempre considerei isso algo geral né como importante para representatividade uma questão de humanizar a ciência principalmente em relação aos cientistas que não tinham condições de estudar e batalharam ou que tiveram uma chance aproveitaram e também cientistas
que por exemplo na Química Como gibs foram totalmente descredenciados durante muitos anos e hoje em dia a gente usa os seus conceitos Mas eu ainda vejo que eu sou restrita porque os livros me são restritos né a falar sobre homens agora com o projeto a gente tem essa grande influência né de estudar mulheres e a gente busca né estudar mulheres diversas né história de mulheres diversas e a gente vê o quanto o nosso autoconhecimento e o conhecimento da nossa ancestralidade enquanto brancos pretos negros e etc e percute na força do nosso trabalho e nos sonhos
que a gente tem ou deveria ter que algo que a gente fala muito no nosso projeto tanto nas escolas Como projeto sociais tenham sonhos tenham sonhos Esse é um grande ato de resistência né então a sua palestra da sua fala vai muito ao encontro disso né e a gente também traz também traz novos elementos eu acho eu sempre fui bem fascinada pela pelas escolas enquete né e justamente dessa desmistificação do berço grego da ciência e de outras Artes Então acho que isso todos Vamos ser elaborar em seguida pensando tanto no nosso programa de pós-graduação né
egosticamente falando mas também todos os âmbitos que estão aqui lhe vendo eu acho que isso essa reflexão ela tem que durar daqui adiante né Para a gente pensar novas ferramentas cada vez mais então realmente é uma honra e Será uma honra a gente sempre para a gente dizer que a gente já recebeu e a gente quer receber ela mais vezes e Agradecemos muito seu tempo de exposição para tratar conosco é realmente inspiradora muito muito obrigada por tudo Obrigada professora obrigada mesmo bom gente eu agradeço ao projeto de vocês parabenizo projeto incrível que bom que você
chegam nas periferias socializando sonhos libertando desse dessa mazela social que é a perda do direito de sonhar eu perdi um irmão assim não depressão polimia 38 anos depois uma depressão de 10 anos e eu entendi que ele morreu antes dele morrer quando eu perguntei para ele qual era o sonho dele ele disse que não tinha sonho então que a gente significa as existências dos jovens né que a gente ressignifique essa desistências possibilitando que eles têm um projeto de vida a vida é linda é imensa e cada um de nós somos muito importante né né então
é isso muito obrigada parabéns pelo projeto Parabéns ao programa de pós-graduação Obrigada pela audiência as pessoas que estavam aqui acompanhando escutando que trouxeram inúmeras perguntas trocas tô muito feliz muito lisonjeada e sigamos a gente se encontra por aí ou por aqui em outro momento tá bom muito obrigada mais uma vez eu vou deixar todos darem o seu Obrigada que me despeço também obrigada ao público que nos seguiu e se Manteve né assim foi muito interessante ter essa abrangência e diversidade também temos de perguntas e de falas agradecemos a todos e passo a palavra rapidamente também
para Manu e para Márcia né para também fazerem essas despedidas Professora Muito obrigada muito obrigada pela palestra tava maravilhosa superando as expectativas e esse assunto a gente precisava mesmo trazer queda para região toda na verdade né Muito obrigada já te sigo faz um tempo viu maravilhosa obrigada depois que me apresentou eu disse mano nós precisamos de Bárbara e a busca para poder ter um tempo para conosco então te agradeço muito tu me energizou Agradeço também que eu sou uma pessoa energética Falo isso de mim tá Eu sou ligada te agradeço imensamente me trouxe mais energia
muito mais para esse processo de educação Te Agradeço também vou continuar te seguindo e quando puder vamos fazer pessoalmente Muito obrigado beijo obrigada um beijo minha gente Obrigada que tarde linda