o Brasil tem o maior sistema de saúde pública do mundo o SUS e no entanto o SUS atende 75% da população e recebe apenas 4% do PIB do nosso produto nacional bruto planos de saúde atendem cerca de 25% da população e investem quase 6% então uma desigualdade muito grande e isso causa problemas sérios na atenção à saúde nós trouxemos aqui no dracast de hoje uma pessoa que tem uma uma grande experiência nessa área que é a Dra Nísia Trindade Dra Nísia é a nossa ministra da Saúde ela foi escolhida quando foi escolhida unanimidade no ambiente
da saúde [Música] pública prazer ter você aqui n prazer é meu prazer e uma honra estar aqui é honra é Nossa Claro ní Vocês pegaram um ministério da saúde que veio de uma péssima administração né Quais foram os principais problemas que Vocês encontraram eu acho que tem um problema geral e vou falar de alguns específicos eh o problema geral é o descrédito com que se encontrava o Ministério da Saúde Porque como você bem mencionou trus um sistema de saúde Universal para mais de 200 milhões de habitantes requer uma boa coordenação Nacional ainda mais de um
país tão desigual social regionalmente então o Ministério da Saúde a partir de 88 passou de fato a desempenhar um papel de coordenar o SUS eu digo é o ministério do SUS isso estava muito desacreditado porque as informações eram buscadas em outras fontes sobre a própria pandemia de covid-19 as equipes for foram desestruturadas departamentos importantes como HIV e aides também deixaram de ter deixaram de ter existência as ações passaram a ser diluídas Entre várias outras tudo aquilo que é com muita muito esforço eh com muita política pública muito aprendizado também né aprendizado técnico aprendizado de gestão
de política pública muita coisa se perdeu então recuperar não é essa capacidade é um objetivo que traçá-los ia dizer isso foi uma determinação do governo anterior né do do ministro da saúde que antecedeu governo anterior e quando Assumimos com o presidente Lula tratamos dessa e de outras questões considerava-se eh que eram informações que não poderiam se tornar públicas as alegações as mais versas que eram informações que poderiam atrair interesses comerciais mas coisas que não se sustentavam efetivamente não sustentavam e não ajudavam ao planejamento da saúde para você ter uma ideia nos últimos dias de trabalho
da equipe de transição recebemos uma planilha Excel em caráter sigiloso então que nós não poderíamos divulgar poderíamos usar apenas para finalidade de planejamento dentro do governo não é isso ele dá uma dimensão do que foi e sem isso como planejar efetivamente eu não posso dizer que houve uma transição né claro houve visitas ao Ministério da Saúde a equipe foi recebida Mas o mais importante que são as informações né um processo que nos permitisse fazer a boa gestão não aconteceu então tivemos que correr contra o tempo porque as urgências na saúde são imensas Ainda mais depois
de uma pandemia eh de termos passado por vários ministros da saúde né Quatro durante o último governo então isso tudo forou a uma desestruturação muito grande do Ministério da Saúde servidores que saíram foram para outros órgãos servidores que se aposentaram então recompor esses quadros técnicos e e restruturar departamentos isso levou assim um bom tempo eu também destaco com o problema eh estoques algumas vacinas eh principalmente vacinas da infância pólio que nós eh tivemos que comprar a própria vacina de covid-19 para que essa cobertura possa né ser efetiva eh e além da vacinação o departamento de
saúde mental que nós recriamos então várias linhas de atuação eh que seriam importantes em quaisquer condições mas após uma crise sanitária humanitária como nós vivemos seriam absolutamente indispensáveis a saúde indígena né totalmente abandonada desorganizada com desassistência isso foi comprovado né A partir eh de análises do Supremo Tribunal Federal com muitos dados instituições científicas então Eh os problemas inúmeros de todas as ordem e de uma maneira geral essa perda de capacidade do Ministério da Saúde de coordenar soma-se a isso né não sei nem todos sabem mas o o SUS funciona de uma forma muito rica muito
capilarizada e o que também implica complexidade porque o Ministério da Saúde ele não pode eh determinar sozinho as ações pela lei do SUS as principais políticas são pactuadas com os níveis estadual e municipal todo mês nós temos a reunião do conselho de secretários estaduais e do Conselho de secretários municipais de saúde com o ministério da saúde e ali define-se políticas esse ano aprovamos várias políticas fundamentais política para atenção de média alta complexidade programa para reduzir filas de cirurgias o movimento pela vacinação né tudo isso dentro de um espaço de diálogo e de pactuação entre os
entes da Federação havia muitas portarias que haviam sido determinadas no governo anterior sem essa pactuação então foi necessário também recuperar era um ambiente um ambiente de diálogo de grupos de trabalho né um esforço muito grande nessa construição também onízia você sempre foi muito respeitada no meio como uma gestora que tinha uma habilidade especial a de formar equipes pensa o seguinte vocês chegam no ministério você leva a sua equipe as pessoas em quem você confia equipe pequena sempre E aí dão de cara com tantos problemas assim quais foram aqueles que vocês definiram como objetos do primeiro
ataque o que que nós vamos tentar resolver primeiro de tudo rapidamente só para eh essa questão que você falou de formar a equipe eh felizmente com muito apoio do presidente Lula também pude eh montar uma equipe muito qualificada eh com muita experiência alguns secretários e secretárias experiências de gestal local e no próprio Ministério da Saúde em gestões anteriores do presidente da presidenta Gilma então isso tem ajudado muito gente experiente mas o que nós atacamos primeiro foi eh o programa para reduzir as filas de cirurgia e o movimento Nacional pela vacinação E essas foram as duas
ações anunciadas ainda no mês de janeiro junto com os governadores de maneira a comprometê-lo com essas ações que eram Uma demanda de governadores de todos os estados últimos 10 anos nós tivemos 12 ministros da Saúde o que dá uma média de permanência no cargo de 10 meses uma estrutura como a do SUS enorme né gigantesca acho que um ministro tem condição de 10 meses imprimir uma política de saúde pública ou definir sequer não de fato não tem eh mesmo Que ele continue e muitas vezes é positivo continuar políticas e políticas gestões anteriores é um tempo
nem mais do que curto né um tempo inviável para se conseguir de fato organizar uma gestão e é muito importante para uma política pública ter tempo né amadurecimento de equipe é eu nasci na minha visão pessoal os melhores ministros da Saúde os mais eficientes nos últimos anos for o José Serra e o temporão e os dois ficaram um longo tempo acho que 4 anos na na no na na condução do ministério você acha que isso é fundamental Eu acho que isso é muito importante é claro que na condução de um ministério podem acontecer problemas que
levem à saída dos ministros mas um tempo de permanência é muito importante pela complexidade do SUS pela complexidade da saúde complexidade que só aumenta hoje quando nós temos além de Emergências sanitárias Emergências as climáticas né muda totalmente o tempo de planejamento o sentido de urgência é cada vez maior então é muito importante esse essa experiência acumulada e a até por tudo que eu falei antes né você precisa também organizar uma relação de confiança com Estados com municípios isso tudo leva a que o tempo seja realmente fundamental Ministério da Saúde é sempre fonte de c política
né é um ministério que tem uma verba grande e que só gasta esse dinheiro tem que ser distribuído para até chegar nas prefeituras que é onde se dará o atendimento do SUS né o ministério tem mecanismos para controlar essa possibilidade de malversação do dinheiro público de corrupção sim o ministério tem órgãos de controle a lei de controle interno tem tem auditoria não é tem um sistema E para isso além de encaminhar a própria Controladoria Geral da União então esses mecanismos existem no Brasil e o que eh pauta também a nossa gestão e já se verificou
nos governos presidente Lula da presidenta Dilma também uma transparência maior nessas informações né então acho que esses fatores são fundamentais Eu acho que o ambiente de controle de Transparência num SUS tão complexo ele é fundamental Nunca será perfeito eh mas nós temos buscado aperfeiçoar cada vez mais com a ideia de Transparência do governo e de controle né de fiscalização naturalmente e o ministério tem condições de seguir essa a aplicação das verbas até chegar nas prefeituras e no atendimento público nós temos eh o controle desses recursos que são repassados pelo Fundo Nacional de saúde eh não
tem não podemos dizer que tudo possa ser visto nesse sistema Mas cada vez mais esses mecanismos de controle eh estão sendo aperfeiçoados né Eu acho que isso é que é o importante é o mais importante é dar transparência também aquela distribuição de recursos que o ministério faz naturalmente o o no município Quem é responsável pelo ordenação de despesa pode gerar algum problema isso tem que ser analisado investigado Quando é o caso todos que falam sobre saúde pública dizem que nós temos dois grandes problemas eh no SUS O primeiro é de problema de gestão não é
fácil você gerir um sistema com essa abrangência e o segundo é você não tem dinheiro suficiente para isso quer dizer o que o governo as verbas destinadas a saúde pública São pequenas e elas vêm diminuindo eh progressivamente é esse ponto acho que é fundamental primeiro e o você mencionou na na abertura do programa destinação de 4% e do PIB para investimento em saúde temos e er um compromisso inclusive de campan a ampliação desses recursos que esses recursos possam ser progressivamente ampliados e o subfinanciamento é um problema histórico do SUS o que eh nós verificamos nos
últimos anos desde que foi aprovada a emenda constitucional 95 que essas perdas desde então quer dizer de 2016 em diante eh somam cerca de perto de 80 bilhões de reais então a menos a menos ainda que seja insuficiente eh o atual quadro de financiamento este ano em 2024 nós vamos estar recuperando mais de 70 cerca de 74 bilhões para o orçamento do Ministério da Saúde portanto para o orçamento do SUS isso porque houve o esforço eh da emenda da eh constitucional da transição e depois disso mais o incremento do para o piso da enfermagem e
também o incremento de um projeto de lei complementar eh para reduzir as perdas em estados e municípios com destaque paraa saúde e a partir de 2024 volta a funcionar a regra de 2015 que é 15% da receita corrente líquida ou seja nós temos já definido este ano e no próximo uma recuperação orçamentária se não tivesse acontecido essas medidas tão importantes nós teríamos um orçamento para algumas áreas com corte de 60% nada disso que eu falei que já foi feito teria sido possível né E nem sei te dizer em que situação nós teríamos o país e
o SUS porque os cortes não foram só na saúde Então o que foi feito é de uma gravidade extrema felizmente né graças ao trabalho político realizado e aprovação do congresso naturalmente conseguimos essa recuperação dizer a saúde ao contrário deem outros ramos da Economia em que a tecnologia quando vem e é incorporada barateia o custo do produto final na saúde ao contrário tecnologia é incorporada isso aumenta os custos né como lidar com essa equação essa é uma questão eh Fundamental e hoje ela é sentida em todos os sistemas de saúde do mundo mas o o SUS
nos anos principalmente eh a partir do primeiro governo do presidente Lula nós conseguimos algo que eu considero da maior importância que é iniciar eh o que nós chamamos é um conceito de um economista que retornou ao Ministério da Saúde Carlos Gadelha secretário de Ciência Tecnologia como complexo econômico industrial da Saúde vendo que a saúde também deve ser vista como um fator para desenvolvimento econômico sustentável e para a sustentabilidade do SUS então nós recriamos esse ano esse grupo executivo eh para que essa tecnologia possa ser incorporada ou desenvolvida através da política de inovação no país então
é um grupo de 11 Ministérios coordenado por mim pelo vice-presidente Alkmin envolvendo o setor setor público setor privado com parcerias de desenvolvimento produtivo e outros mecanismos voltados para inovação e para aumentar a autonomia do país de uma forma bem simples acho que a população toda viu o que aconteceu na pandemia de vacinas a máscaras tínhamos que importar e respiradores eh ou importar o produto ou importar os insumos eh para para a produção de vacinas Então essa realidade nós eh temos a meta de alterar isso não e mudar de forma radical e positiva paraa nossa sociedade
né com a meta de em 10 anos alcançarmos 70% da da produção nacional para garantir toda essa produção então isso eu acho que é um fato da maior importância só para dar um exemplo recentemente nós já fizemos a o o apoio para o desenvolvimento de Terapias eh muito recentes muito de ponta terapias celulares para câncer Mara que você conhece em profundidade tratamentos caríssimos tratamentos caríssimos só que desenvolvido em laboratórios brasileiros eh úp de Ribeirão Preto em Associação com o Instituto Butantã com a fio Cruz nós temos capacidade técnico-científica no país temos uma capacidade de produção
que pode ampliar eh temos inclusive no setor privado empresas de biotecnologia eh que foram fruto de políticas públicas também então o que nós estamos agora é organizando o ambiente para que essas ações possam ser realizar elas estão no programa de aceleração do crescimento entre outras ações paraa saúde Então isso é muito importante ainda mais considerando que cada vez são mais caros como você bem apontou tratamentos de saúde medicamentos vacinas e o diagnósticos E além disso nós temos o fenômeno do envelhecimento da população O que traz ainda uma desafio custo enorme Um Desafio especial então vemos
esse mecanismo com mecanismo fundamental para fazer frente a essa questão Além disso acho que há toda uma discussão sobre política de de propriedade intelectual batentes custos de medicamento né quer dizer é um tema que também deve ser visto sobre esse H vamos voltar pro pra mudança desse perfil epidemiológico né quando o SUS foi fundado 88 89 90 Começou a funcionar a população era bem mais jovem a população brasileira e os mais jovens em geral T doenças que requerem um atendimento pontual Então você pega um jovem teve uma uma gripe um resfriado complicou com uma sinusite
ou com uma pneumonia ele vai para hospital é tratado o pior que pode acontecer é precisar passar uns dias internado para tomar antibiótico na veia e depois disso ele desaparece o custo dele pro sistema de saúde é zero por muitos anos quando você tem pessoas agora a faixa da população brasileira que mais cresce é aquela que tá acima dos 60 anos e aí vem o peso das doenças crônicas hipertensão arterial diabetes os brasileiros estão envelhecendo e envelhecendo mal né mais da metade das pessoas que chegam aos 60 anos T mulheres e homens T pressão alta
no nas doenças crônicas o objetivo já não é mais a cura elas exigem um acompanhamento elas o tratamento é para você controlar a doença não é mais para curar que tamanho de desafio isso coloca no atendimento Ah esse desafio é enorme se nós pensarmos em termos eh de de mortes os números de mortes 74% das mortes no Brasil se devem a doenças crônicas e com o envelhecimento da população claro que a pressão é maior mas você disse uma coisa fundamental o mais importante é envelhecer bem então nós não podemos olhar só a questão do controle
que é fundamental mas antes disso né Nós temos que ter a promoção da saúde a prevenção estamos no ministério muito atentos a um princípio do su que nem sempre é muito falado a gente fala muito da universalidade da Equidade que é a integralidade o cuidado integral desde a atenção básica ou atenção primária saúde até atenção de média alta complexidade que é fundamental para pessoas com doenças crônicas Então esse desafio ele se tornará cada vez maior e ele deve ser olhado no conjunto né E também pensando eh centros de reabilitação Eh que que vão ser importantíssimos
e que nós temos buscado recuperar também para envelhecer bem eh os cuidados com alimentação né Eh uma vida eh com melhor qualidade são fundamentais e as condições sociais não permitem isso para grande parte dos brasileiros mas olhando do ponto de vista do controle o que eh nós estamos trabalhando é para que haja também duas coisas fundamentais uma integração de do que nós chamamos em saúde pública da linha de cuidado né então não não pensar de forma separada mas pensar a pessoa né como um todo é acompanhando a sua trajetória no Sistema Único de Saúde e
para isso também é fundamental eh que nós tenhamos um sistema de informação adequada e que usemos a tecnologia de informação a tel saúde também a favor desse cuidado Então esse é um grande desafio neste momento pro Ministério da Saúde pro SUS né como um todo e nós temos trabalhado de uma maneira muito intensa nessa direção agora e envelhecer bem também começa até numa idade anterior como sabemos né então os cuidados eh tem que est em todo o ciclo de vida eh com promoção da saúde e com melhoria das condições e sociais né por isso que
em várias das nossas ações nós temos trabalhado com os outros Ministérios porque saúde é bem-estar né não é só ausência de doença o sistema de saúde brasileiro é muito centrado na figura do médico né tanto a gente fala em assistência médica né Parece que é o médico que vai resolver todos os problemas Claro se você não tem médico não tem como dar assistência médica eu acho que a figura mais importante no sistema de saúde brasileiro para mim é o agente de saúde o agente comunitário de saúde Então eu queria que você falasse um pouquinho do
programa estratégia saúde da família a estratégia ela envolve exatamente médicos envolve enfermagem envolve equipes multiprofissionais a saúde bucal que é tão importante não é o Brasil sorridente Então as equipes multiprofissionais não é envolvendo V várias profissões e o agente comunitário de saúde e o agente de emis Eles são de fato fundamentais para essas estratégias foi um programa que tem outras outros programas próximos em outros países mas que o Brasil foi Pioneiro e inspirou vários outras iniciativas na nas Américas na África Então você tem toda a razão em apont tá essa importância eles são é um
programa que é considerado dos melhores programas de saúde pública do mundo de todas saúde públ exatamente no último eh programa e plurianual eles foram uma das iniciativas mais importantes apontadas pela população também dizer nós temos aí ão ao redor de 260 270.000 agentes de saúde é muita gente né E eles vão de casa em casa isso eles cobrem quanto por cento das residências brasileiras quantoas por cento das famílias brasileiras ah 66% em torno de 2/3 da população brasileira é atingida pelos agentes comunitários de saúde que fazem um trabalho essencial eh à medida que vão as
casas eh que verificam problemas que são capazes até mesmo de ajudar na detecção de possíveis surtos de doenças mas que também orientam paciente de doenças crônicas e também acompanham a vacinação eh eu costumo dizer que eles são mensageiros da Saúde porque também levam para as equipes de saúde da família que é um outro grande avanço eh do Brasil que nós precisamos ampliar mas que já consideram um avanço eles levam também as queixas da população a melhor forma de abordar eh os grupos a as famílias né então eles cumprem um papel realmente essencial não dá para
pensar a estratégia da Saúde da Família sem pensar nos agentes comunitários explica um pouquinho como é que funcionam essas equipes do estratégia as equipes de saúde da família elas eh funcionam em unidades básicas de saúde elas são responsáveis pelo atendimento Inicial pela orientação pelo diagnóstico pela prescrição também eh quando se faz necessário algum uma medicação e são equipes eh que devem ser multidisciplinares né temos a importância do médico que já nos falamos aqui mas também eh das Enfermeiras dos Enfermeiros em muitos casos essas equipes contam também e isso é importantíssimo com psicólogos equipes multiprofissionais eh
que dão esse apoio na na atenção primária e essas equipes eh eu acho que elas também tem um papel não apenas no início é isso que nós queremos cada vez mais eh incentivar no Brasil mas que elas orientem todo o cuidado na vida daquele daquela família ou daquele daquela pessoa daquele cidadão né de maneira que nós tenhamos eh o seu histórico Clínico eh se ele precisar de um especialista e que isso tudo possa estar referenciado por essa equipe de saúde da família por essa atenção primária então é um sistema em que não há uma divisão
não é e não há uma fragmentação do cuidado esse é o é o ideal do sistema de saúde nzia eu queria falar um pouquinho do Mais Médicos pela natureza e o trabalho educativo que eu faço faço gravações pelo país inteiro toda cidadezinha por mais distante abandonada que fosse quando tinha um médico do programa a população era muito agradecida a eles falavam coisas assim olha Graças a Deus chegou aqui uma pessoa assim com um médico uma médica eles dão muita atenção pra gente eu não vi em lugar nenhum alguém fala mal dos médicos cubanos aí por
causa da mudança política e por razões puramente políticas esses médicos esse programa acabou e deixaram uma lacuna que não foi substituída Que destino vamos dar pros Mais Médicos é já estamos dando né bom Primeiro só concordar com você que os médicos cubanos foram extremamente bem avaliados estudos foram feitos mostrando o impacto dessa desse primeiro momento do programa Mais Médicos em vários indicadores n é desde eh controle de doenças que já falamos aqui e Hipertensão várias outras eh ações que eles mostraram a sua capacidade de levar uma melhoria para essa condição e além do acolhimento que
é fundamental né o o médico que acolhe que ouve eh que é o mesmo o perfil do do médico de família mas eh nós retomamos o programa mais médico só que hoje contando predominantemente com médicos brasileiros como isso foi possível eh nós lançamos este ano né no mês de abril uma nova versão do Mais Médicos e aprovamos também uma lei para isso então Eh os médicos se credenciam esse programa depois que os municípios aderem também a ele e hoje nós temos mais médicos brasileiros que nós estabelecemos incentivos para esses médicos de Formação era a principal
queixa dos médicos brasileiros que participaram do programa era não ter alternativas de especialização de Formação então isso tá tá sendo oferecido eh para os médicos abatimento do crédito Educacional do fiéis também então como mais uma medida então com isso hoje nós temos eh predominantemente médicos brasileiros em parte médicos com registro né com CRM e formados no Brasil em parte brasileiros que foram estudar no exterior aí por razões que né que nós sab sabemos e buscar um curso de medicina privado é muito caro no Brasil aqueles que não conseguem acesso a universidade pública então tem existem
todos esses fatores mudou muito o perfil nos últimos anos da formação médica então isso faz com que hoje nós tenhamos 500.000 médicos né era um dado que não existia em 2013 quando mais médicos foi criado e com isso nós temos o tivemos uma maior mais os incentivos uma maior procura é de médicos eh brasileiros Então vamos agora estamos implementando o programa vamos chegar a 28.000 médicos em todas as áreas do Brasil as áreas remotas né como dizemos aquelas de vazio assistencial também a periferias das cidades onde é é difícil fixar o médico então nós estamos
avaliando essa fase de implementação e vamos avançar nessa avaliação Eh estamos com uma boa Ativa é de que o programa seja bem sucedido né já nessa nova versão não mais com os médicos cubanos E além disso nós estamos trabalhando para algo muito importante draus que a a sua experiência como médico é muito valiosa que é na formação dos médicos essa é uma grande preocupação em termos de qualidade técnica e em termos de compromisso né com cuidado com Salv vidas então estamos trabalhando isso junto com o Ministério da Educação estamos fortalecendo as residências médicas que nos
últimos anos ao contrário que se dizia que o mais médicos era para desvalorizar a medicina a lei a lei quando foi aprovada em 2013 ela previa residência de uma forma Universal eh previa muitas medidas positivas e nós estamos recuperando essas medidas agora e então eh não é não é simples não vai ser uma coisa imediata mas eu tenho certeza que nós vamos eh conseguir melhorar não só o provimento de médicos mas essa formação nós tivemos um problema muito sério aqui no Brasil muito grave nessa área embora não seja tão da da área de influência do
Ministério da Saúde Mais do Ministério da Educação que essa proliferação desenfreada de faculdades de medicina atendendo aente esses puramente comerciais pequenas cidades que às vezes tem duas três faculdades de medicina numa região que já tá cheia de médicos nãoé me me lembra isso sabe o qu antes da ditadura tínhamos vários programas de planejamento familiar no Brasil e aí os militares acabaram com todos esses programas porque eles partiram do princípio que quanto mais crianças nascessem seria mais fácil você povoar as regiões do centro-oeste e do Norte que eram despovoadas e na ver verdade nós fomos povoar
o quê as favelas nãoé essa proliferação das faculdades de medicina você as faculdades custam 8 R 10.000 12.000 algumas até mais caras você vai conseguir Que tipo de alunos aqueles das da classe média alta no mínimo que são pessoas acostumadas a viver nas cidades grandes isso Vai facilitar formar tanta gente vai facilitar distribuir esse pessoal todo pelo país inteiro com certeza não e a e esses jovens se formam sem a experiência da residência do aperfeiçoamento profissional eh em cursos de qualidade eh ruim né como você mencionou isso tudo contra a lei do Mais Médicos que
a lei do Mais Médicos estabelecia regras não é para criação de faculdades estabelecia também a regra da residência como eu falei então agora com o Ministério da Educação e sob a liderança do Ministério da Educação temos uma missão conjunta e estabelecemos regras para criação de novas faculdades que obedeçam alguns critérios vazios assistenciais e espaço para Prática de Campo leitos e em hospitais eh programa de residência e então nós estamos justamente trabalhando para que haja essa qualidade e que atenda os interesses do Sistema Único de Saúde da sociedade né em última instância então nós estamos exata
trabalhando e já com medidas concretas para reverter esse quadro di explica para quem não conhece como são constituídas essas equipes do saúde do estratégia de saúde da família a equipe básica de da Estratégia da Saúde da Família Ela é formada e pelo médico O Enfermeiro técnico de enfermagem o auxiliar de enfermagem e os agentes comunitários de saúde né Essa é a equipe básica mas nós estamos retomando algo que foi muito importante até 2015 que são os núcleos de Apoio à Saúde da Família na forma de equipes multiprofissionais e essas equipes multiprofissionais aí elas já contemplam
a depender eh de cada da realidade de cada município fonólogo nutricionista um conjunto de outros profissionais eh que vão ajudar a essa estratégias de uma maneira muito importante e aí essas equipes multiprofissionais na verdade funcionam na mesma UBS a mesma unidade básica de saúde sim e nas unidades básicas de saúde também nós temos as equipes eh de saúde bucal do Brasil do programa Brasil sorridente que hoje é lei não temos em todas as unidades a estratégia de saúde da família tem uma cobertura como nós falamos de 2 ter e a estratégia de saúde bucal cerca
de 45% eh de cobertura no país mas eh elas convivem essas equipes convivem nas unidades básicas de saúde integram a estratégia portanto m sabe o que mais me dói quando eu olho pro SUS é que o SUS tem tudo o que precisa para funcionar bem não se Inventar nada não é você tem lá na ponta tem o agente de saúde aí equipe do estratégia de saúde da família tem a unidade básica de saúde tem os pequenos hospitais que atendem a nas cidades pequenas Você tem os hospitais regionais que aí resolvem os casos mais importantes e
você tem no fim os hospitais terciários que fazem cirurgias cardíacas transplantes etc né Essa estrutura quando você Olha esses pequenos hospitais que nós temos espalhados pelo país são hospitais eh para um número pequeno de leitos 80% deles tem menos de de de 50 leitos e os técnicos dizem que você para ter um hospital viável do ponto de vista financeiro ele tem que ter no mínimo 100 leitos O que fazer com esses pequenos hospitais você não pode fechar nenhum Prefeito vai aceitar uma coisa dessa e a população também não Claro agora Que destino eles devem ter
dentro desse sistema para ser integrados ao sistema de saúde de forma mais racional muitas iniciativas foram tentadas no sentido de dar essa racionalidade eh porque quando o Ministério da Saúde também fica ausente a tendência ainda estimular mais ainda não é a criação de equipamentos de saúde que sempre a população vai querer mas que não é a forma mais racional de Cuidado então uma das estratégias foi eh usada na Bahia eh e o atual ministro da casa civil Rui Costa que foi Governador e sempre lembra que é a formação de policlínicas usar transformar esses equipamentos em
equipamentos ambulatoriais nãoé então a há forma de racionalizar Esse é o exemplo Mas você falou uma coisa muito importante não é que o SUS tem tudo para funcionar nós fizemos um levantamento e é incrível nós temos uma população de mais de 200 milhões de pessoas né 209 né pelo último censo e nós temos uma uma contagem de exames de pequenos procedimentos e intervenções no SUS que vão a faixa de 2 Bilhões quer dizer 10 vezes o tamanho da população mas falta exatamente uma uma regulação desse processo um fluxo uma linha de cuidado as pessoas demoram
e a queixa que o presidente Lula sempre faz com a sua sensibilidade né paraas questões reais da população eh eh fica na fila para o exame né então atenção primária nós evoluímos mas nós não evoluímos nessa linha de cuidado como um todo e é o que nós precisamos fazer além de racionalizar os equipamentos eh de uso hospitalar né esse é um grande desafio né mas eu acho que nós temos meios de fazer isso e assim O Último Ponto é que eu ia colocar a além desse sistema Universal eh capilarizado tudo que nós falamos se tem
muita competência técnica a aprendizado teórico e prático não é exatamente pelos grandes Desafios de um sistema desse eu acho que nós temos muita capacidade de transformar eh todo esse sistema em algo melhor temos que olhar também a gestão do trabalho né que não é um tema já foi mais falado do que é hoje as condições os vínculos de trabalho né valorização profissional então há vários aspectos que nós temos eh que nos aprofundar e e ter as melhores políticas em todas essas áreas é mesmo porque pra tem determinadas políticas tem um impacto enorme na saúde são
totalmente desconhecidas da população né ex pegar um exemplo típico Farmácia Popular pessoal vai a farmácia olha aqui tem Farmácia Popular então recebe os medicamentos gratuitamente ou a preços muito muito baixos e eu vou ler uma uma uma um estudo que foi feito pelo ipé que é um instituto de Pesquisa Econômica aplicada sobre o impacto da farmácia popular a farmácia popular O programa né evitou 287.000 hospitalizações 19.400 óbitos rec só relativos à hipertensão arterial diabetes e asma isso aconteceu em apenas um ano e economizou 200 e E essas doenças consumiriam 233 milhões do SUS então ess
a farmácia popular que as pessoas entendem como uma mola PR as pessoas que não tem um impacto enorme uma Economia em saúde que torna o gasto com a farmácia popular ridículo quando comparado a quando comparado a eficiência né exatamente o que vocês acha o que você acha que pode ser feito para ampliar o alcance da farmácia popular é interessante dizer que nós estamos com uma eh uma peça de uma campanha né de esclarecimento sobre Farmácia Popular mostrando que muitas vezes as pessoas não sabem o direito que tem né então uma algo que nós fizemos este
ano quando relançamos o programa que estava com problema de gestão Seríssimo eh não tinha separação entre quem fiscalizava e quem era responsável pelo contrato uma série de questões apontamentos do Tribunal de Contas da União nós nos debruçamos sobre isso e com os recursos que nós já falamos aqui que conseguimos né na jornal da transição nós conseguimos reerguer o programa E e essa ampliação ela hoje se deu com a gratuidade de todos os medicamentos são 39 para 11 doenças e mais as fraldas geriátricas né isso que compõe o elenco do que é oferecido na farmácia popular
acrescentamos também osteoporose anticoncepcionais na gratuidade para diabet e Hipertensão também são gratuitos os medicamentos os outros eh são a preços módicos né com grande desconto e agora pro Bolsa Família pro bolsa família não para as pessoas beneficiadas pelo Bolsa Família todos os medicamentos são gratuitos né então isso dá um alcance de 55 milhões de pessoas recebendo né ou tendo esse direito e tem aumentado muito o uso da farmácia popular E além disso nós conseguimos cadastrar mais 180 farmácias porque temos a questão do acesso né precisa até a farmácia cadastrada eh 80% nas regiões norte e
Nordeste então há uma ampliação importante nesses lugares onde é mais difícil o acesso principalmente a região norte né onde a dificuldade é maior e também uma ampliação eh do da gratuidade uma ampliação também eh de de medicamentos at interessante esse dado truso que é o nosso programa mais bem avaliado pela população aquele que a população vê né como um direito seu e nós fazemos mais coisas na área de assistência farmacêutica né é uma área assim que se desenvolveu muito no Brasil muito qualificada né além da farmácia popular isso nas unidades de saúde né na orientação
eh quando são medicamentos para eh doenças mais crônicas ou mais difícil precisam de uma orientação Então são programas que de fato o Brasil pode se orgulhar né Só precisamos eh não só eh fazer com que esse Cuidado se dê de forma mais integral e e também dialogar mais com a sociedade né sobre esses problemas acho que isso é muito important an e daí eu acho que entre as suas várias contribuições Essa é fundamental que essa mensagem chegue as pessoas nós temos um desafio muito grande que é o tratamento de câncer né câncer uma doença de
Diagnóstico nem sempre fácil de tratamentos complexos dispendiosos E no entanto a segunda causa de morte no país várias pessoas morrem no Brasil hoje de doenças cardiovasculares em primeiro lugar de Câncer em segundo Qual o tamanho do desafio pro Ministério da Saúde é Um Desafio enorme até porque muitas ações que foram feitas eh no passado né recente elas no último governo principalmente foram eh bastante descaracterizadas não continuadas primeira ação que nós tivemos eu acho que importante foi é aprovar uma política para alta e média complexidade incluindo com um destaque o tratamento do Câncer Nós também recuperamos
a questão do tratamento com radioterapia Eu mesma não tinha tinha uma pouco uma noção teórica disso mas não na prática que muitas pessoas no Brasil tem que percorrer 600 km para um tratamento que já por si se dá numa situação de fragilidade de vulnerabilidade você imagina o desconforto né de de fazer isso rotineiramente então tô dando esses exemplos né porque nem sempre a gente tem a dimensão das dificuldades num país eh como como nosso e são desigualdades de norte a sul do país a gente às vezes pensa desigualdades mais na Região Norte na região Nordeste
não são desigualdades em todas as regiões Então o que nós fizemos foi eh ter uma ação específica para pro câncer priorizar e essa ação fortalecer a questão da linha de tratamentos tratamentos inovadores E essas ações eu hoje eu creio que elas tê que levar em conta também eh o cuidado com as pessoas e a sustentabilidade Além disso também nós participamos e dialogamos bastante com O parlamento brasileiro que aprovou recentemente uma política eh nacional para o câncer como lei né aí pensando várias coisas desde eh do diagnóstico precoce até o tratamento o controle posterior a reabilitação
que é algo também muito importante né para vários eh tipos quando há necessidade seja radioterapia seja uma cirurgia e nós temos investido no ministério da saúde no aporte para Centro de Reabilitação então um conjunto de ações eh que o câncer os vários tipos né porque a gente nem pode falar no singular e estamos com uma ação muito importante que é equipar com aceleradores a rede hospitalar não é a partir de uma análise feita das condições eh de cada estado e primando sempre pela ideia que você já mencionou das regiões de saúde né porque é preciso
dar um alcance e uma racionalidade a essas ações para que elas atinjam da melhor forma possível né a nossa população garantindo esse acesso o que vocês têm pensado no Ministério da Saúde de medidas para abordar o problema da gravidez na adolescência no Brasil que na minha opinião a maior violência que a sociedade brasileira comete contra as mulheres pobres é condená-las até um número de a ter um número de filhos que elas não vão ser capazes de de manter é e tê-los numa idade em que precisam ser cuidadas e não cuidar não é de de uma
outra pessoa nós temos uma coordenação eh da saúde da criança e do adolescente para se dedicar a esse tema eh temos discutido essa questão com a sociedade de pediatria em várias outras instâncias e nós fizemos uma coisa muito importante draus que é reativar o programa saúde na escola eh com uma grande adesão dos Municípios brasileiros porque felizmente houve eh essa universalização da Educação Básica no Brasil né E com isso nós podemos também atingir melhor eh As adolescentes e essa é uma das linhas do programa que é a saúde sexual a saúde reprodutiva colocar esse tema
discuti-lo com seriedade e nos associarmos saúde e educação para essa abordagem você acompanha a saúde pública há muitos anos e eu sou um velho médico nós sempre tivemos um orgulho muito grande do nosso PNI né o programa nacional de imunizações havia movimentos antivacinas aí pela Europa alguns nos Estados Unidos que se limitavam a determinadas minorias aqui no Brasil nós não tínhamos esse tipo de de problema né e de repente vem um governo antivacina que coloca uma dúvida em relação à segurança segurança das vacinas pra população inteira e nós vios os índices de de de de
vacinações das vacinas mais variadas caindo muito isso eu imagino que temha eh que seja uma emergência que o que o ministério tem que enfrentar né é uma emergência foi tratado como emergência por isso foi eh das como eu falei Duas Medidas iniciais foram eh o movimento Nacional pela vacinação e o programa para redução de filas de cirurgia com esse negacionismo como se diz e a atitude do governo anterior não é se criou um ambiente de desconfiança algo como você falou que não existia o Brasil tinha uma cultura da vacinação que avançou muito com a campanha
pela erradicação da varía uma doença que efetivamente foi erradicada desapareceu desce né e outras que foram eliminadas né não foram erradicadas como poliomelite o sarampo sarampo voltou né quer dizer como algo absurdo Então esse é um Desafio e que deveria unir a todos né porque nunca foi um objeto de separação política ideológica vacinação no Brasil não foi já houve no início do século revolta da vacina com Osvaldo Cruz mas a vacina ainda não tinha se consolidado como instrumento de saúde pública eh que se demonstrou ser né Eh a vacina e água tratada são apontadas pela
Organização Mundial de Saúde como os grandes fatores para redução de mortalidade infantil portanto aumento de expectativa de vida né então acho que são fatores assim que a gente fica se perguntando como isso aconteceu mas isso faz parte de um movimento internacional eh de eh distorção eh de fato é uma desinformação deliberada uma coisa são movimentos pontuais como você falou pessoas que acham que a vacina pode fazer mal eh isso até existir o naturismo né achar que qualquer coisa que você coloque no seu organismo eh vai trazer um mal mas não é disso que nós estamos
falando nós estamos falando de um movimento organizado né deliberado de desinformação em que imagens são transmitidas às pessoas informações muitas vezes infelizmente com falas de profissionais de saúde às vezes médicos levando a desinformações do tipo que a vacina altera código genético não é que a vacina tem provocado mortes nas crianças que aumentou o número de mortes súbitas pela vacinação então alguém tomou a vacina infartou logo a vacinação A vacina que é responsável né Isso foi feito muito com a vacina de covid mas já foi feito com outras vacinas e acaba se estendendo para todas as
vacinas Essa é a verdade então esse essa desinformação deliberada o Fake News nós queremos dizer mas é É de fato algo que nós temos combatido com um portal e conjunto não é só do Ministério da Saúde que é o saúde consciência que vem dentro de uma política tem projeto de lei para combater essas fake News né e a vacina eu acho que é o foco maior né eu tenho sido alvo de um muita eh distorção difamação eh em função do trabalho que nós não podemos abandonar de modo algum né felizmente no primeiro dia do movimento
pela vacinação presidente Lula foi se vacinar dando esse exemplo eh mas acho que nós temos que combinar várias estratégias né várias estratégias e temos feito isso nós fizemos esse ano um processo de campanha que não havia né campanha e não existe vacinação sem campanha né exatamente agora as campanhas nós fizemos regionalizadas porque também esse mundo da comunicação mudou muito eh fizemos também eh microp planejamentos que são planejamentos adequados a cada local tivemos muito apoio da organização Panamericana de saúde que fez essa metodologia unimos várias iniciativas da fundação Osvaldo Cruz do Conselho de secretários Estaduais de
saúde para estimular essa vacinação um dado interessante mais de 3.000 municípios fizeram vacinação nas escolas vacinação nas escolas é muito importante que facilita né no caso da vacinação de crianças e adolescentes eh então usamos muitas estratégias né A Volta do Zé Gotinha né com força que é um símbolo disso mas sabemos que a nossa meta é reverter essa tendência de queda n coberturas as com a maior velocidade possível atingir as coberturas que precisamos ter mas sabemos que isso não vai ser um processo para um ano Mas enfim estamos eh nesse momento sistematizando todos esses dados
para prestar contas à sociedade porque foi uma das ações que mais demandou energia eh do nosso da nossa gestão né como tem que ser mas eh só quero dizer isso que junto com os gestores estaduais e municipais então há uma consciência também da maior parte da nossa sociedade da importância de recuperar essas coberturas Você não acha que as pessoas responsáveis por esses movimentos antivacina por toda essa desinformação deviam responder criminalmente por esses atos acho existe um projeto de lei para isso e existe também eh dentro dessa nossa visão do saúde e consciência é a ideia
de que o que fo e desinformação deliberada não cidadão com dúvida certamente né mas o que for um processo deliberado de plantar notícias falsas como as que eu falei é preciso sim investigar e responsabilizar nós falamos de muitas coisas aqui e você deu muitas explicações sobre os programas do do SUS sobre a importância do SUS os avanços que SUS trouxe pr pra saúde dos Brasil você acha que o ministério da saúde eh se comunica bem com a população explica bem pra população eh O que é o SUS e de que maneira ele deve ser utilizado
acho que precisamos avançar muito na comunicação Então acho que a nossa comunicação ela tem se intensificado como eu disse com campanhas com explicações mas essa comunicação ela tem que ser sempre uma vias Mão Dupla né então nós temos que saber um pouco mais o que o que que é a dúvida temos que fazer esse movimento de ir e vir né como eu digo uma comunicação eh mais centrada nessa escuta também né Eu acho que isso nós estamos fazendo planejando agora e fazendo agora agora um dado muito interessante eh uma pesquisa recente do Datafolha mostrou que
os brasileiros vem o SUS como algo Positivo né Eh então percebem o SUS como um grande sistema é um sistema que atende a todos os brasileiros Isso é Coisa Nova porque em pesquisas anteriores quem usa muito SUS em geral respondia positivamente mas a uma parcela que não o SUS naquele sentido que você falou da assistência direta muitas vezes vi o SUS como sinônimo de filas de má gestão Então essa imagem mudou também e a pandemia contribuiu eh para essa consciência né causou muitos males mas trouxe essa consciência é preciso fazer muito nesse terreno da comunicação
mas o SUS ele é hoje um visto como patrimônio Você se lembra você falou do NHS o sistema inglês nas Olimpíadas de Londres eh tinha NHS o símbolo do sistema Universal inglês uma conquista da Luta dos trabalhadores lá né na Segunda Guerra lá estampada então eh no Brasil não se tinha essa visão do SUS como patrimônio este ano a 17ª conferência nacional de saúde que é um grande processo de participação com conferências locais até chegar ao nível Nacional propôs uma tese que eu vou levar à frente junto com os conselheiros que é propor o SUS
como Patrimônio da Humanidade né Então veja como mudou essa percepção né nós né Eu você e todo todos aqueles que trabalham eh no campo da Saúde principalmente na saúde pública na saúde coletiva temos Essa visão do SUS mas ela não era eh Espraiada né Universal na nossa sociedade então acho que é o momento para nós aproveitarmos e falar Mais especificamente dos programas como funcionam não é como é que nós podemos transformar esse sistema num sistema mais forte eh com mais Equidade porque ainda temos muito problemas de Equidade Apesar dele ser Universal eh como podemos fazer
também ele ser eh resiliente a tantas crises que infelizmente as sociedades vão enfrentar mudanças climáticas possíveis emergências sanitárias possíveis epidemias não é não tô quero ser catastrofista porque não sou mas é o que todos os estudos apontam e não precisa nem muito estudo a nossa realidade não é e imediata o que nós vivemos este ano por exemplo não é com ondas de calor com questões de secas inundações com impacto muito grande na saúde diretos e indiretos então assim precisamos ter um sistema eh equânime precisamos ter um sistema que cuide de da Saúde de forma integral
que seja sustentável Como já falamos aqui e que tem a resiliência para lidar com essas situações tão diversas né que temos hoje mas o SUS é um patrimônio é você sabe que eu recebi nos últimos dias vários amigos me mandando os comentários que o Bill Gates fez sobre a saúde pública brasileira mostrando que o SUS fez cair a mortalidade infantil fez cair a mortalidade materna falei quantas vezes eu recebi esses repasses dos amigos olha o que o Bill Gates escreveu você deve ter recebido também né e saiu com uma pessoa de Fora completamente desinteressada né
chega ver de fora e se assombra né com essas com essas eh vitórias que o SUS conseguiu com esses objetivos que ele atingiu nesses últimos anos né Eu acho que nós assim como o brasileiros temos que nos orgulhar do Sistema Único de Saúde quem fez medicina antes da existência do SUS compara com hoje eu não Tomei vacina nenhuma quando era criança nenhuma eu nasci no no bairro do brá em São Paulo que é no bairro Fabril e que fica meia hora a pé da Praça da Sé uhum hoje você anda pelo Brasil inteiro você não
encontra uma criança que não tem acesso a um Pediatra a uma vacina eí você falou ass tem questões de acesso que são não só de ordem de desigualdade social mas de distância de isolamento de meios de comunicação como a gente vê e os Os Profissionais de Saúde sobretudo os enfermeiros né que são nas equipes de saúde da família que fazem vacinação indo nos barcos vacinar né a as crianças ou os adultos quando é uma vacinação para adultos vacinação dos povos indígenas não de fato é algo assim muito muito impactante é um exemplo mesmo e além
do Bill Gates né que realmente circulou bastante esse artigo muitas pessoas ve estudar o Brasil estudantes da Universidade de Harvard estudantes da Europa Querendo entender né e vendo como exemplo nós temos muitas demandas de países dos Bricks e das Américas para eh expor as características eh do nosso modelo como é que funciona a atenção primária o sistema de transplantes então de fato é uma potência e uma construção histórica recente né como você falou porque a maioria dos brasileiros estavam totalmente fora dessa cidadania né que a saúde garante né que a saúde reconhece agora tem um
um ponto que no artigo do Bill Gates que eu acho que é importante eh destacar que é é muito bom né essa avaliação positiva na na mortalidade infantil Tá corretíssimo mas a mortalidade materna cresceu nos últimos anos Então esse é um ponto de alerta e de atenção né Nós dobramos a taxa de mort idade materna nos últimos anos é um grande ponto de atenção das nossas políticas também e no ministério você foi a primeira mulher a presidir a fio Cruz que é um órgão importantíssimo na saúde brasileira e agora a primeira ministra da saúde que
nós tivemos o fato de ser mulher como é que você foi recebida por aquele bando de homens se bem que no ministério tem muitas mulheres também não o SUS é formado 70% e de quem trabalha no SUS essa formação é de mulheres né na fio Cruz também a maioria dos profissionais entre as pesquisadoras também eh o a questão são eh quando você chega a outra direção conselho deliberativo eraa 1/3 é alto É os de chefi de departamento ainda tem muitas mulheres mas no conselho deliberativo Não sei se mudou n agora nesse período mais recente mas
é era de 1/3 só de mulheres que não corresponde nem a presença não é só pesquisador que pode estar em cargo de chefia mas só para reforçar esse argumento eu sofri assim preconceitos na na fio Cruz e também no ministério nem sempre eles são explícitos mas são comentários do tipo assim ah é um é um Desafio muito grande não é não é a melhor cargo e além disso ou outras coisas eh não mais sutis muitas vezes né Eh olhar primeiro para um ministro homem do que para uma ministra mulher né coisas né que nós vemos
que traduzem o que é esse traço de machismo na nossa sociedade agora o que para mim é muito importante em relação a isso é que são 120 mais de 120 anos agora são 124 anos a história da fio Cruz São 70 anos história do Ministério da Saúde o Brasil teve grandes lideranças no campo sanitário de mulheres né eu poderia eh citar vários nomes mas vou citar por exemplo a Dra Zilda arnes né para ficar num exemplo conhecido de todos nós teríamos muitos outros nomes né muitos mesmo e no entanto nós não tivemos uma mulher no
Ministério da Saúde até hoje né Eh acho que houve essa sensib idade do presidente Lula foi um dos critérios que para ele era importante que fosse uma mulher o outro é que fosse alguém ligado ao SUS e o que eu vejo é que nós precisamos avançar em políticas públicas né não basta eu ser mulher e estar no Ministério da Saúde é importante termos políticas de Equidade de gênero temos uma iniciativa na área de gestão do trabalho no SUS coordenada pelo Ministério da Saúde que é um programa de Equidade de gênero e eh não falamos muito
da desigualdade racial é um outro né marcador social fundamental para se entender o Brasil e suas desigualdades então nós fizemos esse programa eh para formar melhor os trabalhadores do SUS para eles também terem consciência eh dos seus direitos de preconceitos que possam sofrer eh de discriminações eh então eu creio que nós precisamos ter uma política pública muito Clara muito forte tanto paraa Equidade de gênero como paraa Equidade de raça no Brasil falamos de mortalidade materna e de fato há uma desproporção se nós olharmos as mulheres negras e brancas né só para ficar nesse exemplo então
Equidade gênero e raça é uma ação transversal a todas as políticas de saúde né isso eh algo que demarque desde os primeiros dias de gestão no ministério e temos áreas coordenações voltadas eh para essa finalidade mas tem que trabalhar com a sociedade né isso a gente não trabalha de gabinete temos que trabalhar com a sociedade e aí volta a importância do Diálogo da comunicação né de nós podermos eh difundir essas mensagens e construir né consensos A partir desses valores uma última pergunta se quando você chegou no ministério você falou meu deus do céu onde eu
cai eu sou uma pessoa muito determinada quando eu aceito um desafio então quando o presidente me convidou e eu estava na equipe de transição o que ajudou muito né então estava o tempo todo ouvindo vários setores da sociedade me debruçando eram ex-ministros majoritariamente que estavam no grupo e me debruçando sobre aquela realidade eu tinha vindo de um aprendizado da fio Cruz que não se compara mas conhecendo de perto algumas áreas do ministério sobretudo a ciência a tecnologia e a vigilância ajudando logística me reunir com o consórcio dos governadores Nordeste muitas vezes com Fórum de governadores
com prefeitos e então não é que o desafio no Ministério da Saúde era muito maior e eu nem imaginava naquele contexto que eu receberia o convite do presidente Lula Mas o que eu quero dizer a você que eu eu fiz uma imersão eh no Brasil eh de como responder a uma crise sanitária humanitária daquela magnitude e o que que era possível fazer porque eu por exemplo não podia ir pra praça pública falar mal de governo não podia eu era presidente de uma instituição e do Estado mas naturalmente vinculada ao Ministério da Saúde não é então
assim eu falei não isso a sociedade vai fazer os intelectuais as lideranças dos sanitaristas a sociedade os movimentos sociais eh o setor empres Aral que ajudou muito em várias ações todos vão fazer o meu papel é coordenar esse esforço então eu digo a você que eu cheguei ao Ministério da Saúde já numa outra realidade felizmente né a pandemia ainda não havia se colocado a questão do fim da emergência sanitária a covid Continua sem uma preocupação aliás até hoje mas eu vim assim de um processo de um trabalho de equipe nas piores condições numa situação de
crise né eu aceitei o convite eh muito no espírito de missão que eu poderia fazer e confiante que eu poderia fazer reunir de uma maneira rápida né com apoio do presidente uma equipe eh muito qualificada com pessoas muito experientes em áreas diversas então eu em momento nenhum assim eu senti não vou conseguir eu não senti isso claro que tem dias tem coisas que eu por exemplo não tinha menor eh experiência eh por exemplo a relação eh com o Congresso Nacional eu tinha mas como dirigente de uma instituição de a comissão de vacinas de a comissão
externa de covid não é mas não eh da negociação não de aspectos que fazem parte né Eh da relação hoje entre executivo e legislativo então há muito aprendizado naturalmente certamente erros são detidos mas eu me sinto assim muito confiante primeiro em fazer parte de um governo né e não querer que a vaidade eh não nos V não nos deixe ver que o trabalho da Saúde ele é impossível sem combate à fome eh sem combate à desigualdade sem política de ciência e tecnologia né então acho que procuro ter uma o tempo todo um quase que um
aut diálogo assim né Por onde vamos o que que é possível fazer para fortalecer esse projeto e eu me vejo como uma ministra do SUS alguém que vem do Sistema Único de Saúde né estudei um pouco o sistema Desde da sua história né Essa é é a minha trajetória na fil Cruz eu comecei como pesquisadora no centro de pesquisa histórica e memória tem um sociólogo norte-americano tem um texto que eu acho que é muito bonito que é imaginação sociológica que nós precisamos ter a dimensão histórica né do dos acontecimentos para poder pensar o futuro né
Para poder nos entendermos né Eh e olharmos em perspectiva mais relacional eh menos imediatista os problemas né as questões e ao mesmo tempo também a experiência de gestão bom tudo bem mas há coisas que precisam ser feitas aqui e agora a respostas que precisam ser dadas de imediato então talvez assim a combinação desses dois lados que de alguma maneira muito cedo caminharam juntos da atividade na pesquisa né eu mantenho a hoje muito menos mas alguma atividade acadêmica e a atividade na gestão né assim uma coisa não se opõe a outra em alguns momentos é claro
como hoje A gestão é absoluta né Não tem como ser diferente um desafio desse tamanho né que falamos aqui mas eu procuro sempre algum ponto de distância e reflexão isso acho um pouco que eu quero dizer né E aí vou lá e penso na história disso tudo o que que era o Brasil né antes eh do SUS do ponto de vista de direitos né o que que era o Brasil no início do século que 80% da população era formado pessoas que não tinham acesso nenhum à educação eram analfabetas né então eu coloco isso tudo em
Jão histórica né E que saltos a gente pode dar agora porque também eh essa transformação não pode ser muito lenta né Não pode ser lenta n Eu acho que o Brasil tem tudo para dar um salto para desenvolvimento sustentável e paraa igualdade em pouco tempo nós temos base para isso né temos muito muita potência n Muito obrigado é muito bom ter conversado com você também boa sorte no ministério e boa sorte pro SUS Ah boa sorte boa sorte pra nossa sociedade e o SUS é fundamental para isso esse foi mais um do draus orquest nós
temos mais de 100 draus orchestres com assuntos mais variados assista também os nossos outros podcasts o saúde sem tabu o porque dói e o outras histórias todos estão disponíveis nos principais agregadores e no canal do YouTube Muito obrigado pela atenção