CIÊNCIA NA GRÉCIA ANTIGA | Pense Como Cientista #2

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Marcelo Gleiser
Pense Como Cientista é um curso introdutório ao método científico e suas aplicações na história, enf...
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Olá pessoal bem-vindos a nossa aula 2 do módulo 1 origems da ciência e agora a gente vai para Grécia vamos todos viajar para Grécia antiga por que que a Grécia é tão importante porque como a gente viu na aula 1 a gente estava falando dos primórdios da ciência mas sobre o ponto de vista religioso em que obviamente os nossos antepassados atribuíram poderes sobrenaturais a natureza então criaram divindades que controlavam os ventos os mares os vulcões as tempestades os ciclones Então essa maneira de você criar divindades de você de uma certa forma transformar a natureza numa
entidade Sobrenatural faz sentido porque para eles a ideia de que eles não tinham menor poder sobre o mundo natural ele é o melhor poder sobre essas forças destrutivas da Natureza e por outro lado dependiam vamos dizer assim da generosidade da natureza para poder encontrar comida tanto frutos Quanto é animais né para poder sobreviver e o que que vai acontecer então quando a gente chega mais ou menos 650 Anos Antes de Cristo se focando só na Grécia antiga uma grande transição do pensamento humano ocorre porque é ali na Grécia antiga que pela primeira vez que a
gente saiba essa transição do Sobrenatural para o natural vai ocorrer em que sentido em vez de atribuir todos os fenômenos naturais a ações de divindades que são obviamente não humanas na Grécia antiga os primeiros filósofos da Grécia que são chamados de filósofos pré-socráticos porque pré-socrático porque a maioria deles viveu antes do Sócrates o famoso Sócrates Então esse grupo de filósofos pré-socráticos eles tentaram entender os fenômenos naturais usando a razão usando o pensamento racional e não a crença Sobrenatural então por exemplo é quando a mitologia antiga dos gregos falava dos deuses do Monte Olimpo se você
tentar se explicar por que que o sol gira em torno da terra né Ele nasce no leste e se põe no Oeste então a tradição mitológica diria o seguinte que ah é porque existe um Deus Deus Élio que tem uma Carruagem essa carruagem ele transporta o sol através dos céus todos os dias Então essa é uma explicação mitológica de um fenômeno natural atribuindo esse fenômeno a uma divindade o Deus Élio né e o que vai ocorrer com esse filósofo pré-socráticos é que eles vão começar a fazer perguntas que são perguntas que eu chamaria de científicas
e eles vão tentar desenvolver mecanismos de explicar ou tentar explicar esse fenômenos cientificamente E qual é o primeiro deles eu vou fazer uma pequena breve história aqui dos filósofos pré-socráticos nessa segunda aula para a gente poder situar bem Entendeu o que que é esse pensamento e por que que eles são na minha opinião na opinião de muitos os que criaram que plantaram vamos dizer as sementes do que mais se tornou o pensamento científico então segundo Aristóteles isso é importante a gente entender que Aristóteles viveu uns 300 anos depois dessa turma pré-socrática e não existem praticamente
nenhum documento documentos atribuídos diretamente esses filósofos pré-socráticos O que existem são tradições orais são lembranças são documentos que foram escritos a partir da do que ficou da cultura pré-socrática sem 200 300 400 500 anos depois que essas pessoas existiram então obviamente existe Muita contradição existe muita coisa que a gente não entende sobre o pensamento pré-socrático mas o que a gente entende já é suficiente para atribuir a eles realmente essas raízes do pensamento científico vou dar um exemplo o primeiro deste filósofos pré-socráticos o sujeito que você já devem ter ouvido falar chamado Thalles e ele era
o Tales de Mileto porque Mileto porque Mileto era uma cidade que fica hoje na costa oeste da Turquia mas na época lá a costa oeste da Turquia fazia parte do império grego né e o Thales ele fez a seguinte pergunta do que o mundo é feito ou refraseando Qual é a composição material das coisas reparem que essa não é uma pergunta sobre os deuses do furacão dos vulcões essa é uma pergunta sobre a Constituição material do mundo essa é uma pergunta científica ele cria entender do que que o mundo é feito porque quando você olha
para o mundo você vê uma diversificação gigantesca coisas você tem pedras você tem folhas você tem borboletas você tem nuvens né e o Thales dizia o seguinte que essa diversificação ela é ilusória que tudo emana de uma substância única então repara que interessante essa ideia o cara não só tá perguntando do que que o mundo é feito que aliás é uma pergunta que a gente continua fazendo hoje né então hoje na física moderna na física que a gente chama de física de altas energias ou física das partículas elementares essa é a pergunta que a gente
faz quais são os componentes mais básicos da matéria e os componentes mais básicos da matéria são essas partículas elementares Mas a pergunta é a mesma os métodos são completamente diferentes porque afinal de contas hoje a gente usa o laboratório e a gente tem todo um método científico que a gente vai examinar nesse curso para poder chegar algumas respostas na época da Grécia esse método científico não existia a razão pela qual nós estamos discutindo esse esse questionamento grego pré-socrático nesse curso é porque esse questionamento grego é absolutamente fundamental para entender o desenvolvimento do método científico e
por que que ele é tão necessário na época os pré-socráticos estavam interessados em uma explicação unificada das coisas que é uma coisa muito importante repara só isso né Ele está no interessados e quando eles falam qual é a composição material das coisas a gente podia atribuir vários elementos diferentes mas o Thales não sabe aquela resposta do Thales falou tudo é água você fala como assim tudo é água pedra folha borboleta então para ele a água era uma metáfora para a natureza porque para ele a natureza tava sempre em transformação então a escola que o Thales
Funda da filosofia grega pré-socrática que é chamada de escola iônica ela é uma escola que não tem nada a ver com íon de eletricidade ionia era a região do império grego onde eles existiam onde miletos fazia parte essa escola iônica dizia que tudo na natureza tá influxo tudo está sempre em transformação isso é muito importante porque a água passa a ser uma metáfora porque se você parar para pensar a água é absolutamente essencial para vida né Nós Hoje sabemos que nós somos em torno de 70% de água né e sem água a gente não sobrevive
e a água se transforma a água vai de sólido de gelo para líquido para gasosa independente dependendo da temperatura o ciclo da água é absolutamente fundamental na natureza né então você tem água nos oceanos nos Lagos nos rios é evapora vai para o céu se transforma em nuvens altas a altitude maiores condensa em chuva volta então esse ciclo da água é fundamental Então essa natureza da transformação da água era uma espécie de metáfora para a natureza como um todo e daí que o Thales falou isso então não só ele fez essa primeira pergunta do que
que tudo é feito que é uma pergunta essencialmente científica como ele tentou responder de uma forma unificada a diferença fundamental entre o que o Tales e os seus discípulos vão fazer e os cientistas mais modernos é que na Grécia não existia a metodologia científica não existiam experimentos as pessoas conversavam sobre as suas hipóteses e discutiam a validade dessas hipóteses não chamado no que se chama hoje em dia de dialética que aliás é uma palavra grega que também veio da época socrática então a dialética é a arte da discussão vamos dizer assim então você senta com
uma pessoa e fala eu acho que tudo é água aí a pessoa vai falar mas por que você acha que tudo é água então você apresenta os seus argumentos e baseadas na razão na argumentação racional você tenta encontrar inconsistências ou erros no argumento da pessoa e Através Dessa arte da dialética você cria o que você cria conhecimento Então sempre que alguém propõe para você alguma ideia nova você deveria usar os instrumentos da dialética para poder julgar o valor dessa ideia então você começa a pensar Ok essa é a ideia essa ideia Tá certo tá errada
Será que eu posso pensar em algum contra exemplo para essa ideia Será que existe algum momento em que essa ideia pode estar errada então eu dou exemplo disso no decorrer do curso alguns exemplos disso no decorrer do curso né mas você pode por exemplo eu vou voltar esse exemplo mais tarde mas esse é um ótimo exemplo que é o seguinte na Europa em torno do século 16 15 até antes disso Existiam os belíssimos cisnes é o pássaro Cisne e os cisnes brancos todos os signos da Europa eram brancos então você pode fazer uma sessão e
dizer que porque eu vejo que os cisnes são brancos eu posso generalizar isso para dizer que todos os cisnes são brancos Ok Isso daí é o que a gente vai ver mais tarde chamado de método indutivo você observa certas coisas e Então faz uma generalização baseada nessas suas observações que são necessariamente incompletas até encontrar um outro exemplo então eventualmente que aconteceu os europeus chegaram na Austrália e viram que na Austrália existiam cisnes negros Então aquela generalização todos são brancos estava errada OK então você tem que ampliar o seu o seu leque de hipóteses para dizer
que existem cisnes negros e cisnes brancos e assim você então ganha conhecimento Então esse método é extremamente importante e ele vem da dialética a origem fundamental do método indutivo como a gente vai ver mais tarde é né dialética grega Ou seja você provar ou tentar aprovar alguma ação e a pessoa com quem você tá se relacionando tentar conta contra dizer a sua sessão com contra exemplos ou com inconsistências Na Linha Do seu pensamento Ok e O interessante é que dentro dessa escola pré-socrática que Eu mencionei do Thales né os discípulos já vão começar obviamente Ao
contrário ao mestre então por exemplo o primeiro discípulo famoso do Thales o chamado anaxímenes ele vai dizer o seguinte que não esse negócio de água é muito concreto que existe uma substância totalmente abstrata no universo no Cosmo né chamada de o sem fronteiras o ilimitado não tinha nenhum nome exato né o ilimitado é melhor coisa mas esse o limitado ilimitado era material tudo vinha desse limitado e tudo voltava para se limitado então repara mais uma vez a ideia do fluxo da transformação em todas as coisas então dentro da visão de mundo desse expressocráticos da escola
iônica o Tales o anaximenes a natureza era um processo sempre um processo e um processo em fluxo de transformações materiais e se pro Thales essas transformações brotavam vamos dizer assim da água para o anaxímens que era um cara mais abstrato essas transformações viam de matéria que surgira desse ilimitado e voltava para esse limitado Como se você tivesse uma substância que permeáce todo o espaço e tudo vinha nessa substância e tudo voltava para essa substância né Então essa que a ideia do anaxínes mais uma coisa interessantíssima do Alex que é muito muito importante e que mostra
a transição fundamental entre as explicações mitológicas e as explicações prótons científicas ou seja um pouco antes da ciência é que lembra que Eu mencionei a ideia que para a mitologia grega o sol viajava pelos céus por causa da Carruagem do Deus Helio Pois é sabe que o anaxima eles vai dizer o anaxima diz o seguinte não não tem Deus velho nenhum o que existe é um mecanismo em que a Terra na época ainda existia a terra ainda era considerada o centro do universo como vocês sabem a terra era o centro e a terra era circundada
por várias rodas na época era as rodas das bigas né dos instrumentadoras dos carros que eles tinham puxados a cavalo né puxadas a cavalo né mas a ideia é a seguinte Imagina que uma roda de bicicleta então a gente fala uma roda de bicicleta tem um centro que seria onde a terra tá né E você tem então a roda em si que tá cheia de ar Então imagina que você pega o centro da roda da bicicleta e gira então A Roda Vai Girar né em torno do centro para o anaxímenish as rodas as cósmicas não
tinham ar elas tinham fogo então eram rodas cheias de fogo que giravam em torno da Terra Só que olha a sacada do cara só que a roda do Sol tinha um buraco e desse buraco escapava o fogo e o sol nada mais é do que a luz que emana desse buraco a medida em que essa roda gira então a ideia do anaximanes é que não existia uma força Sobrenatural explicando o movimento do Sol nos céus mas existiam mecanismo e Esse modelo mecânico para explicar a rotação do Sol é pelo que nós sabemos o primeiro modelo
mecânico do universo então uma pessoa no ano 620 antes de Cristo 600 antes de Cristo criando uma um modelo cósmico que é totalmente baseado em mecanismo usando roda porque a ideia da rotação e ele é mais além também a lua também era uma outra roda as estrelas na bola da Celeste eram rodas também então o universo essencialmente era uma espécie de cebola concêntrica com essas rodas girando cada uma delas com seus buracos e os objetos celestes que a gente via eram objetos que vinham desse fogo dessa luz que emanava desses buracos Ok esse o anaxímenes
e o seu discípulo o anaximandro e eu conto essa história porque eu acho ela genial como você vê como que você vai de um mestre por um discípulo para um outro discípulo e as Visões de mundo vão sendo modificadas porque por causa do Poder da dialética exemplo o anaxima eles então falou que o sol era essa roda né girando né o buraco que a gente via com fogo saindo né o seu discípulo o anaximandro todos eles da ionia diz o seguinte mas pera aí mestre se é verdade isso é porque que às vezes a gente
não vê o sol por que que às vezes tem Eclipse o eclipse solar é um fenômeno natural né então o anaxima o anaxímel não é porque o que acontece é que é o ar é muito rarefeito a gente não vê tudo porque o anaximandro fala mas pera aí se tem uma roda girando cadê a roda a gente só vê o fogo meio estranho isso né eu era que sim mas é pois é que não dá para ver a roda ela é meio tem muita muito gás muitas nuvens no Cosmo a gente não vê Ana que
se manda e falou essa história me desculpa mas não tá colando eu tenho uma proposta nova reparem novamente o poder O Poder Desse método dialético de você duvidar de uma serção e propor uma outra que tenta explicar ou tenta sobrepor as fraquezas desse argumento anterior então alexmandro diz o seguinte não não é uma roda são esferas cristalinas transparentes e o que que acontece como elas são transparentes a gente não vê e o sol tá grudado nessa esfera A Lua tá grudado na sua esfera Então você tem a lua o sol os planetas as estrelas cada
um tem as suas esfera cristalina e a medida em que essa esfera Cristalina vai girando a gente vai vendo o sol se mexendo no sol no céu a gente vai vendo a lua se mexendo no céu a gente vai vendo as estrelas os planetas então o anaximandro usa essa metodologia para criar um argumento melhor mais poderoso para justificar mecanicamente como os objetos celestes se movimentam nos céus e essa é a raiz do método científico se separar para pensar Você tá criando uma explicação uma narrativa que é melhor do que anterior e essa é a ideia
a grande diferença que é fundamental eu vou voltar a isso muitas vezes durante nosso curso é que você não pode na Grécia antiga fazer experiências eles não tinham essa ideia do que a gente chama de validação empírica que quer dizer isso né o empiricismo é a ideia de você ver para crer né de você fazer uma experiência e poder confirmar ou não o que tá acontecendo Então a gente vê nessa relação entre o anaxímen e o anaximandro o poder do raciocínio né então o cara apresenta o argumento O anaxímens que é muito belo e sensacional
e incrivelmente revolucionário né de você atribuir um fenômeno natural ao mecanismo e não há um Deus e o discípulo dele diz o seguinte bom estou mecanismo é muito bom mas não é perfeito dá para fazer melhor Então em vez de você ter uma roda que a gente não vê olha a importância de você atribuir realidade ao a percepção que você vê do mundo através de sentidos E aí para o que você não vê uma esfera Cristalina perfeita transparente e olha só o poder dessa ideia do anaximandro é tão gigantesco que vocês sabem quanto tempo todo
mundo todos os astrônomos vão acreditar na existência das esferas cristalinas desde 600 antes de Cristo até o final de 1500 ou que ou seja 2.100 anos as pessoas acreditavam na existência das esferas cristalinas Essa é uma das ideias com maior longevidade que a gente tem na história da ciência né E só em 1577 o astrônomo tipo Brain vai acabar com essa ideia então reparem o poder de uma boa ideia mesmo que ela esteja errada como ela era a melhor ideia ela foi aqui sobreviveu durante o maior tempo né Isso é muito muito importante bom então
depois desses dessa escola iônica existiam outras escolas eu vou falar só de uma delas porque quem tiver interesse nisso obviamente pode sempre ir lá no para entender melhor todas as diferentes escolas de pensamento grego basta visitar lá como física para apoiadas no YouTube mas no nosso curso o importante é a metodologia né e é importante a gente mencionar o seguinte dado que essa escola a escola dos iônicos acreditava que a natureza era um processo era uma transformação influxo constante inclusive um dos filósofos pré-socráticos mais famosos dessa escola chamado Heráclito Ele é famoso por ter dito
algo como no Exatamente isso Lembra que eu falei que a gente não tinha os todos os manuscritos dessas pessoas a gente tem pequenos fragmentos mas o Heráclito falou algo do tipo que é meio famoso que é você nunca pode pisar no mesmo Rio duas vezes por que que ele dizia isso porque quando você for pisar pela segunda vez o rio que está sempre fluindo não vai ser o mesmo e você não vai ser o mesmo então a ideia de que não existe a repetição das coisas né a ideia de que tudo está em transformação a
noção do tempo que passa e que você faz parte dessa passagem do tempo então esses dois mil e cem anos atrás não dois mil é por aí tavam já 2.500 2600 anos atrás estavam já pensando nas mesmas coisas que a gente está pensando hoje moçada entendeu E a escola que vai então contrapor essa ideia do que tá tudo em fluxo é a escola de Parmênides que morava lá em Lelé no sul da Itália que vai dizer o oposto que vai dizer não esse negócio de que tudo tá em transformação não é bom o que a
gente quer é que as coisas que sejam verdadeiras O que é essencial nas coisas não mudem Então em vez de focar a atenção nas transformações Vamos focar nossa atenção no que é permanente do que é eterno e essa é a noção do ser né da ideia da permanência em vez da impermanência lá da visão dos iônicos né que tu tá em fluxo a ideia da permanência O que é não pode se transformar porque se se transformar vai virar o que não é né quando você vira alguma outra coisa você já não é mais aquilo que
você era e portanto a essência das coisas não pode se transformar em ciência das coisas têm que ser eterna e essa ideia do Parmênides e um dos discípulos do Parmênides O Zeno vai criar um monte de paradoxos para poder justificar esse pensamento do parmend são os paradoxos do Zeno justamente usando a força mais uma vez da dialética a ideia de que eu vou tentar provar que esses caras da ionia os caras que acreditavam transformação em fluxo então errados então eu vou criar alguma maneira algum argumento para destruir o pensamento deles então O Zeno por exemplo
é o cara que bolou a história do da corrida entre o Aquiles e a Tartaruga né então rapidinho né o Aquiles o grande herói da guerra de Tróia etc né o Semideus o que tinha o calcanhar né que era o único ponto frágil dele né super veloz apostando uma corrida com a tartaruga só que aqueles porque ele era bonzinho né ele sabia que era mais rápido né ele dá para tartaruga uma vantagem para começar 10 metros mais na frente dele então tá lá o juiz o juiz toca lá toca lá o a flauta começa a
começa a corrida e a Tartaruga então vai se movendo né E o Aquiles a tartaruga 10 metros na frente daqueles ou aqueles Então logo chega Aonde tá tava a tartaruga esses 10 metros mas nesse tempo que aqueles demorou para cobrir esses 10 metros a tartarugandou um pouquinho então Aqueles Tem que cobrir aquela distância e quando aqueles cobre aquela distância A tartaruga anda mais um pouquinho então Aqueles tem que cobrar Tem que cobrir aquela distância e assim por diante até que você mostra aqui racionalmente dentro desse argumento ou aqueles nunca vai chegar na tartaruga porque ele
sempre vai ter que cobrir uma distância mesmo que seja uma distância muito pequenininha da onde vem isso moçada Para para pensar é um argumento que você começa a pensar que que tá acontecendo aqui esse argumento faz sentido racionalmente né mas não pode estar certo porque você sabe que aqueles vai passar a tartaruga mais racionalmente se você olha só para construção do argumento matemático sempre vai ter uma pequena distância entre aqueles a tartaruga Esse foi o argumento dialético dos caras da escola do parmênia de Parmênides são chamados do eleáticos para tentar destruir a noção de transformação
e fluxo dos iônicos né Qual é o erro desse argumento para ninguém perder o sono hoje à noite e tal o erro do argumento é que eles não conheciam a noção de velocidade ok velocidade é uma coisa que só vai surgir bem mais tarde só na Idade Média lá na universidade Oxford mas a ideia da velocidade é a seguinte é qual a distância que Você percorre num determinado intervalo de tempo obviamente se você tem que percorrer 10 metros e você tem uma velocidade alta significa que você percorre esses 10 metros no intervalo de tempo pequeno
em vez de ser 10 segundos é um segundo é e a ideia é que aquele está percorrendo essa distância no intervalo de tempo muito menor que a tartaruga ele tem uma velocidade maior e vai portanto passar mas os gregos não conheciam isso então esse era o tipo de argumento dialético né que os caras passavam um tempão pensando sobre e que mostra Justamente a importância para os gregos da argumentação e não da experimentação então você vê como que o que tá faltando aí nesse pensamento grego é justamente a ideia de você faz uma experiência cara entendeu
Então ninguém fez a experiência O importante era o argumento era o uso da razão e racionalmente o que O Zeno fala parece Tá certo mas a gente sabe experiencialmente quando a gente olha para o mundo que não pode estar certo mas para eles a razão era mais importante porque a razão é que determinava o mundo como a gente vai ver daqui a pouquinho na aula três quando eu falo sobre Platão então terminando aqui essa aula dois a gente vê essa tensão entre permanente e o dever a ideia da transformação que são as duas características da
filosofia grega de certa forma são as características até hoje a gente hoje vê na ciência essa ideia das coisas que mudam sempre uma estrela que nasce cresce explode etc e a permanência Então você tem uma impermanência das Estrelas né ou da gente né Nós também nascemos crescemos eventualmente morremos mas a permanência a existência essencialmente eterna pelo que a gente sabe das leis da natureza que são sempre as mesmas ou será que não são para isso a gente vai ter que chegar mais adiante No método indutivo mas antes disso a gente ainda tem que visitar os
grandes sábios da Grécia Antiga Platão e Aristóteles na aula 3
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