O ano de 2026 vai ser um ano decisivo para o futuro do Brasil, porque nós estamos vendo um governo federal totalmente perdido na condução da economia, uma dívida pública está saindo fora do controle e isso significa tempos sombrios pela frente. Eu fui por inconformismo, por indignação com o que fizeram em Minas Gerais e teve um partido que destruiu, arrasou com Minas Gerais. Será que eu preciso falar o nome mais uma vez? O que eu quero é contribuir. Eu não tenho nenhum plano pessoal de poder. Eu já falei que eu tenho dois planos para 2026. Fazer
meu sucessor em Minas Gerais e também participar, não sei se como candidato, apoiando o candidato da eleição presidencial. E é a direita que vai levar o Brasil para o caminho certo. A esquerda, nós estamos vendo, está levando para o precipício. Exatamente. A repetição da crise de 201516. Nós assumimos um estado, ô Salomão, em que a situação, eu posso te dizer, era assim, o caos. PT tem essa bandeira social. Minas Gerais tem 1.600.000 alunos na rede pública estadual. Sabe o que que eles investiram em merenda? escolar em 2018, R$ 20 milhões deais. Isso dá mais ou
menos R$ 1 por mês por aluno, aproximadamente. Maior desafio não foi ser eleito, não. O maior desafio foi tirar o Titanic do fundo do mar. Se eles não tiverem essa visão de corrigir por bem, eles vão ter de corrigir por mal. Amanhã a bomba vai explodir de novo. Lá em Minas, eh, eu já falei, pode trazer o prêmio Nobel de economia para administrar o estado que não tem solução, porque você não tem uma receita que acompanha o crescimento da dívida. Só que o PT parece que quando uma coisa dá certa, ele faz questão de querer
revê-la, que ele acha que ele pode fazer melhor, né? Deu errado no mundo inteiro, mas nós vamos tentar aqui porque aqui pode dar certo. A sua sensação hoje de que você olha assim pro Brasil, olha para Minas, é mais de que a gente tem capital humano e dá para fazer? Dá pra gente realmente fazer o o país virar o país ir na direção certa ou é de, rapaz, é trabalho demais, o Brasil realmente vai ser isso daqui para sempre? [Música] Sim, sim, sim. Tá começando mais um Marketmers. Seja bem-vindo ao podcast da família investidora brasileira.
Eu sou Thiago Salomão, um dos fundadores dessa empresa, junto com ele, nosso CEO, nossa mente brilhante, pensante, Josué Guedes. Fala, Saloma, tá preparado? Hoje menos do que nunca, Josué. Hoje vai ser um episódio muito especial, uma pessoa que a gente já queria tanto tempo trazer aqui. Eh, Marketm já tem falado com tantos eh investidores, pessoas que já fizeram acontecer no Brasil e hoje a gente pode dizer que estamos diante de uma das principais lideranças do Brasil hoje e certamente do Brasil que veremos nos próximos anos. Eh, com muita honra que vou deixar Josué apresentar nosso
convidado Romeu Zema. Quem que é Romeu Zema, Josué? Bom, natural de Arachá, no interior de Minas Gerais, Romeu Zema iniciou sua trajetória ainda menino, entre galões de óleo e pneus no posto de gasolina da família. Filho de empresário, construiu do zero um império varejista com mais de 800 estabelecimentos pro Brasil, especialmente em cidades pequenas, gerando milhares de empregos. Inconformado com os entraves da burocracia brasileira, decidiu trocar o conforto da iniciativa privada pelos desafios da vida pública numa história um tanto intrigante. Em 2018, foi eleito governador de Minas Gerais com a promessa de aplicar os princípios
da meritocracia e da gestão empresarial no setor público. Reeleito em 2022 com 56.2% dos votos no primeiro turno, Zema lidera um estado com mais de 600.000 1000 servidores. Sua administração promoveu uma reforma administrativa que reduziu o número de secretarias para 12 e extinguiu cerca de 303 extinguiu cerca de 3.600 cargos comissionados, prevendo uma economia de 1 bilhão durante o seu mandato. Neste episódio, vamos explorar a jornada de quem vendeu 47 ladeiras para convencer o pai que era possível fazer diferente e acabou se tornando um dos nomes mais respeitados da nova política brasileira. E claro, falaremos
também sobre 2026 e o futuro do Brasil. É isso. Bem-vindo, governador ao Marketmakers. Agradeço muito, Salomão, Josué, oportunidade de estar aqui. Só escuto boas coisas a respeito do podcast de vocês e é um orgulho muito grande estar participando aqui hoje. Ótimo. Muito bom. Antes de começar o papo, só lembrando, pessoal, temos batendo, temos batido metas incríveis de inscritos, mas eu sempre trago essa estatística. 84% das pessoas que assistiram Marketmers no mês passado não estão inscritas no nosso canal. Então, pô, se você tá aqui, já se inscreve, ajuda muito a crescermos ainda mais. Estamos com mais
de 420.000 inscritos. A gente quer crescer muito mais. Já tá inscrito no canal? Você pode apoiar o Marketmakers. Clica aí no YouTube em Seja Membro e por menos de R$ 8 por mês você pode ver todos os nossos vídeos sem as propagandas YouTube e ter prioridade para mandar perguntas nas lives que a gente faz aqui. E quem quer anunciar no Marketmers faz o quê, Josué? Bom, além de apoiar aqui se tornando membro do nosso canal, você também pode anunciar no Marketmakers. E aí você é só mandar um e-mail para comercial@makers.com.br. Vai tá aqui na descrição
o nosso e-mail pedindo para receber o nosso media kit. E o Igor vai entrar em contato com você ali te dando todos os detalhes e oportunidades que você encontra aqui no Marketmakers. Boa, governador. A gente quer muito contar sua história, saber como você chegou até a política, como é que foi a sua vida pré-política. Mas antes eu queria falar de um assunto que tá muito em evidência, né? As notícias eh recentes apontam isso. E teve uma um evento recente na Expozebu, que você mesmo disse, né? Ano que vem, Caiado, Ratinho Júnior, temos que caminhar juntos
para termos forças e condições de dar uma nova alternativa ao Brasil. E a gente também tem visto até o próprio ex-presidente Michel Temer tem falado sobre uma articulação desses líderes eh de direita para pensar num governo unificado em 2026, a partir de 2026. Então, quero começar a conversa já com esse assunto mais quente. Como é que vocês estão vendo 2026? Como é que vocês estão se preparando? Como é que vocês estão se mobilizando diante do que a gente pode ver ano que vem? Ano de uma eleição muito importante que a gente vai ter. Exatamente, Salomão.
Eh, o ano de 2026 vai ser um ano decisivo para o futuro do Brasil, porque nós estamos vendo um governo federal PT, totalmente perdido na condução da economia. Uma dívida pública está saindo fora do controle. E isso significa tempos sombrios pela frente. E nós governadores de direita temos mostrado que é possível ter responsabilidade fiscal, né? Não fazer gastança, ter uma equipe de gente competente e não ideólogos trabalhando, como infelizmente ocorre eh no PT. E nós eh queremos que o Brasil volte a pender para a direita, que é o que a maioria da população já enxergou
e já eh eh já está muito claro, pretende eh fazer no ano de 2026. E eu sempre eh digo que eu sou um uma pessoa que veio para a política mais recentemente. O que eu quero é contribuir. Eu não tenho nenhum plano pessoal de poder. Eh, eu nunca havia disputado uma eleição até 2018, quando eu entrei na política e eu fui por inconformismo, por indignação com o que fizeram em Minas Gerais. E teve um partido que destruiu, arrasou com Minas Gerais. Será que eu preciso falar o nome mais uma vez, né? Senão parece que eu
tô fazendo propaganda aqui para eles. É esse mesmo partido que me parece está querendo destruir o Brasil. E nós governadores de direita, temos aí uma safra excelente de governadores. E o desafio que nós temos agora é questão de vaidades pessoais, que às vezes ocorrem, e questões também de posições partidárias, né? Mesmo que o candidato queira uma coisa, se o partido não concordar, provável que não vá adiante. E eu espero que nós, governadores de direita, que somos bem avaliados, possamos, né, contribuir muito com o Brasil em 2026. Eu já falei que eu tenho dois planos para
2026. Fazer meu sucessor em Minas Gerais. Eu tenho um vice-governador excepcional, brilhante, Mateus Simões. Eu gostaria muito de ver, eh, dar continuidade ao trabalho que nós estamos fazendo e também participar, não sei se como candidato, apoiando o candidato da eleição presidencial. Eu quero contribuir para um Brasil melhor e é a direita que vai levar o Brasil para o caminho certo. A esquerda nós estamos vendo, está levando para o precipício e nós estamos vendo exatamente a repetição da crise de 2015. Vai vir pela frente uma recessão, vai vir pela frente quebradeira, desemprego e vai precisar de
alguém para corrigir. E quem corrige é sempre a direita. Uhum. É, até a gente na ordem, não vai ser na ordem cronológica de publicação, mas a gente gravou recentemente com o ministro Henrique Merelles, foi o ministro do da gestão Temer no pósí. Ele teve que consertar. Exatamente. Então, ele sabe muito bem. E a gente até falou sobre isso com ele, né, da dessa responsabilidade que às vezes o Brasil esquece disso, né? a gente, pô, a gente vai completar 18 anos de PT nos últimos 24 anos, né? E a gente acaba vendo essa repetição dos erros
do passado e tendo que consertar depois, né? Mas eh ainda sobre isso, eh como é que tá esse processo de articulação? É uma vontade sua? Já tá havendo essa articulação? Porque a gente viu já o Temer falando um pouco nos bastidores. A gente sabe que eh a leitura política do Michel Temer é é louvável, né? Ele sabe ali entender como como vão se mover as peças. Mas como é que tão quem tá na ativa, os governadores de fato, vocês já têm se mobilizado, tm conversado? Não, nós eh governadores de direita e nós temos ainda um
grupo, né, de governadores de direita que é o grupo do COSUD, né, nós até temos encontros regulares. O COSUD é o consórcio Sul-Sudeste, os sete estados que fizeram, né, um consórcio lá em 2019, nós começamos a nos reunir desde o início desse trabalho. Estamos eu, o Ratinho e o Eduardo Leite. Uhum. Né? E depois e chegou o Tarcísio, né? E tivemos aí uma troca de governadores no Rio de Janeiro, em Santa Catarina, mas desde o início somos eh nós três e temos um alinhamento muito grande. Ainda temos Governador Caiado também. Uhum. Eh, agora, como eu
disse, eh, esse alinhamento que seria muito desejável, eh, e que eu sou totalmente a favorável, depende aí também dos partidos, né? Tem partido que fala pro seu candidato lá, não, nós queremos ainda por hora aguardar mais, mas o Brasil, na minha opinião, precisa sim dessa aliança da direita e eu sou totalmente favorável a que caminhemos juntos. Eh, já escutei aí eh especialistas em eleição falando que deveria se lançar só um candidato. Seria o ideal mesmo a direita toda se unir em prol de um nome, aquele que for mais viável. E se não tiver um nome
único na no primeiro turno, que que vá dois ou que vá três e que todos no segundo turno trabalhem unidos. Mas aí você pode ter também algum problema, pode chegar um outsider e ficar em segundo lugar e e esse outsider ir para o segundo turno. Então, seria muito bom, sim, ô Salomão, esse trabalho, mas mais uma vez depende dos partidos, entendeu? Eu acho que os candidatos, pelo que eu conheço, pré-candidatos, né, ou possíveis candidatos, nem sei como tá tratando eh essa questão nesse momento, tá muito longe ainda. Eh, deveriam estar realmente pensando seriamente, porque nós
temos um adversário em comum, que é a esquerda, que é quem tá destruindo o Brasil. E e como que se encaixa aí a questão do do Bolsonaro, que ainda tá aí tem toda uma questão judicial nesse processo ainda aí a ser julgado, né? Tem algumas variáveis, né? Mas essa movimentação ela une os governadores, né? Mas eh muitos falam que a a a vinda do Bolsonaro possível em 2026, se ele vier, né, se fosse candidato, né, eh seria a oposição ao ao governo Lula. Mas com essa movimentação toda, se ela se fragmenta, né, teriam mais de
um candidato. A ideia é trabalhar em torno de um nome eh eh viável entre os governadores para poder fazer uma candidatura que faça jus à direita em termos de número e em termos de número de votos, né? É, a posição e o que vai acontecer com o presidente Bolsonaro é muito importante. Eh, se ele conseguir absolvição e eu espero que consiga, ele com toda certeza seria o melhor candidato aquele que tem mais viabilidade. E vejo que os governadores iriam se unir em torno do nome dele. Caso ele não venha e decida apoiar alguém, com toda
certeza esse nome que ele apoiar será com certeza aquele terá mais chance, porque ele tem, né, um eleitorado que o respeito a que vota nele e a transferência de votos nesse caso seria bastante expressiva e eh seria muito bom que todos se aglutinassem, viu, Josué? O ideal seria isso, inclusive com o apoio dele aí, caso ele não possa ser candidato. Mas como eu falei, nós temos aí diversos desafios e obstáculos pela frente. Falar aqui, discutir é muito fácil, mas cada partido tem uma visão diferente, eh tem questões pessoais dos próprios possíveis candidatos também. Então, é
algo eh que não é tão simples assim, mas que eu espero que à medida que o tempo avance, que essas conversas venham a gerar bons frutos. Aí, mas qual que é o cenário dos seus sonhos pra gente chegar em 2026 com chance real? Ah, então o cenário do meu sonho é que a direita se una, né, em torno de um nome. Eh, esse nome eu não teria, eu acho que as pesquisas é que teriam de mostrar. esse nome aqui é o melhor nome para a direita. E e isso vai mudando ao longo do tempo e
que todos trabalhassem em prol desse nome. Isso poderia fazer com que a direita conquistasse a eleição, talvez até em primeiro turno, se conseguir trabalhar unida. Uhum. Então, e esse seria o cenário ideal, uma vitória em primeiro turno, inclusive é uma vitória que até legitima mais o mandatário. Concorda, né? Seria muito bom. Já tem tempos que isso não acontece aqui no Brasil, não tem verdade, né? Então, seria muito bom. Não precisa ir paraa prorrogação, não é isso, né? Quem ganha no tempo regulamentar parece que a vitória foi mais vitória, não é isso? É, eu eu acho
que assim, obviamente cenário político se move muito rápido, né, mas os as pesquisas recentes mostram, né, um um índice de desaprovação do governo atual que dificultaria qualquer plano de reeleição, mas a gente sabe que até lá muita coisa pode ser feita, muita bondade ou bondade, entre aspas, pode ser feito em prol de tentar uma vitória na eleição e muito muitos outros escândalos podem aparecer também, não é isso, né? É, tem esse outro lado, né? Tem outro lado aí, mas eu a gente espera realmente que a gente veja em 2026, essa é a minha vontade como
não só como investidor, mas como eleitor, como brasileiro, que a gente eh tem uma eleição mais voltada para as ideias, né? Que acho que o grande problema, talvez dos últimos das últimas eleições foi um pouco dessa dessa histeria, dessa polarização, né? E acho que essa unificação, ela de fato pode trazer essa convergência de ideias para algo mais racional, né? É. E parece que o brasileiro, Salomão, tá acordando pra questão assim dele enxergar que o futuro do Brasil, que o futuro dele depende é das pessoas trabalhando, das pessoas tendo plano e não sobrevivendo às custas de
esmola do estado. Uhum. Né? vamos dizer de auxílio aí que temos vários eh pesquisas recentes, levantamentos recentes mostraram, né? Tem muita gente que há 10 anos tá recebendo isso e não é isso que vai levar o Brasil adiante. Eh, a pessoa que tá recebendo geralmente não quer abrir mão disso, não aceita um emprego formal, aceita só um emprego precário, aonde ele não se qualifica e depois de 10 anos, 20 anos, ele vai continuar daquele jeito ali. É, nós precisamos reformular. Tem muita gente que precisa receber e vai continuar e recebendo, com certeza. Mas é preciso
aprimorar. Tipo assim, você tá recebendo Bolsa Família, você conseguiu um emprego, então você vai ter um prêmio aqui, falar: "Ó, parabéns, você vai ter porque hoje a pessoa não quer ir porque fala: "Eu tô abrindo mão, não vai ser o contrário." Eu tenho certeza que isso poderia ser até um divisor de águas aí. Eh, nenhum país avança criando pessoas dependentes, avança criando pessoas que têm autonomia, que tem plano para si próprio. Eh, a gente até teve uma conversa em algum outro podcast com um gestor que a gente tava falando, até uma questão um pouco mais
filosófica, né, mas de qual sociedade estamos criando num país onde as pessoas vivem de eh subsídios, né, vive de programas assistencialistas e você não dá uma condição ou um incentivo para ela almejar algo novo, né? você cria uma sociedade que não tem essa, não tem essa ambição, não tem essa essa pretensão. Então acho que teria que ter essa essa ordenação das coisas, né? Acho e de políticos que se utilizam disso para se perpetuar no poder, né? É um ciclo, né? Exatamente. Exatamente. E virou uma ferramenta eleitoral, vamos deixar bem claro. É. E quem é político
adora ter ferramentas eleitorais, concorda? Não é isso, né? Principalmente ano de eleição, né? principalmente ano de eleição. Isso. Verdade. Josu, vamos entrar um pouco na vida do governador. Estamos estamos falando de futuro, agora falar do da história dos lembrando que o futuro é muito incerto, né? Tudo que nós falamos aqui são conjecturas, são o Brasil até o passado é incerto, né? Mas aqui a sua história aqui talvez a gente tenha uma mais certeza. Tudo pode mudar, né? Tá difícil conversar aqui nesse podcast sem falar de 2026, né? É, principalmente com investidores aí, quem tá tomando
risco quer saber, né? que momento que a gente vai ter uma virada aí no país. É, e assim, o o o mais incrível disso tudo é um governo achar, acreditar que gastando mais com a dívida pública, crescendo do jeito que está, as coisas vão dar certo, não é? Eu não sei que que se passa na cabeça de quem pensa isso, não é? É a mesma coisa que alguém sair gastando a doidado aí o salário endividando e achar que amanhã Deus vai abençoá-lo, né? Parece que é alguma coisa assim. É, a gente quando o episódio do
Merir foi ao ar, a gente discutiu algumas coisas sobre isso, né? Que é no final do dia, resumindo uma história muito longa, mas é uma é uma linha de raciocínio que a pessoa acredita naquilo e é difícil você se opor a à ordem do chefe, né? Então, é difícil alguém entrar na sala e falar: "Opa, acho que isso vai dar vai dar ruim". Uhum. Então, acho que isso ajuda a explicar. Tá certo? Vamos lá, Josu, para, eu acho que você trouxe aí uma pauta legal. Vamos falar do pré pré-governador, né? Com certeza. Acho mais legal
começar aqui. Eh, bom, queria que você falasse um pouco de, pode ser até um pouco antes de você assumir a liderança do grupo Zema lá nos anos 90, eh, mas um pouco desses desafios que você teve, eh, como empresário mesmo, né, como sua experiência empresarial moldou o governador Romeozema, né, a gestão pública. Uhum. Ô Salomão, eu acho que eh eu comecei a ser moldado, né, pela história da minha família. Nós eh somos imigrantes italianos. Viemos para o Brasil há 127 anos para substituir mão de obra escrava. Chegamos aqui sem nada. Vamos eh morar ali, meu
bisavô, na cidade de Cravinhos, que fica ao lado de Ribeirão Preto. E para trabalhar na enchada, na lavoura de café, eh, e no final do mês você recebia X e a conta do armazém da fazenda, que era só para poder se alimentar era um X, entendeu? Então, quanto mais você trabalhava ali, mais você se endividava. Essa era a situação de muitos imigrantes chegaram aqui no Brasil e a minha família veio, como eu disse, sem nada. Acho que alguns vieram com mais facilidades, ficaram em São Paulo, conseguiram montar alguma coisa. E o meu bisavô eh viu,
assistiu a chegada dos primeiros automóveis, que foi exatamente eh logo depois, aí já nos anos 1900, 1910. E ele se interessou por aquela máquina nova que tava eh chegando e tinha um sonho, ser motorista na época chofer, né? Era o termo francês que usava. Aprendeu a dirigir e se empregou como motorista de um médico em Ribeirão Preto. E a o médico ia atender de casa em casa, acho que era a prática da época, e ele conduzindo o médico, né? Acho que carro era algo que as pessoas compravam para ter um motorista, fazia parte do contexto
da época lá. E e ele se adaptou bem com essa função, mas eh ele acabou pegando malária. Ali em Ribeirão Preto, não sei se vocês conhecem, tem o rio Pardo, né, muito mosquito. E para tratar da malária, um dos tratamentos que tinha na época eram as águas medicinais de Arachá. Então ele acabou indo para Arachá fazer uso das águas medicinais e teve de se empregar lá como motorista. Ele não tinha condição de se hospedar, teve de continuar trabalhando enquanto fazia o tratamento. E lá acabou ficando como motorista também. E aí, com muito sacrifício dele, da
esposa que era costureira, eles economizaram e conseguiram comprar um carro. E com esse primeiro carro dele, ele começou a fazer uma linha, na época não existia ônibus, Arachá, Uberaba. Hoje você faz esses 100 km em 1 hora10, 1 hora15. Na época eram 5 horas ou mais de viagem. estrada de terra, em vez de ponte, tinha de esperar uma balsa dessas de madeira, de tronco, para poder atravessar. Eh, e ele começou a fazer esse transporte. E aí ele começou a observar também que muitas vezes o carro dele ficava parado por falta de peça, por falta de
combustível. E aí ele falou: "Eu não, além de carro, eu vou também começar a vender meu carro e de outros aqui ficam parados." Então, em 1923, eh, é o que nós consideramos como o início da empresa da família, que já tem 102 anos, ele começou a vender automóveis, eh, peças, lubrificantes, combustível em Arachá. Então, a empresa nasceu nessa época e a empresa foi pequena. Eh, a maior parte da história dela, meu pai fez a empresa desenvolver muito, sempre atuando na área de concessionária de veículo, sempre, desde o início, com veículos, com eh peças, com combustível.
E eu nasci nesse contexto. Eu nasci ao lado de um posto de gasolina, ao lado de uma loja de peças. A oficina era em frente à casa, o depósito no fundo. Então, a minha vida foi dentro da empresa. E se alguém me pergunta, quando você começou a trabalhar? Eu comecei a trabalhar no dia que eu aprendi a contar. Meu pai ia vender alguma coisa e já me punha para contar ali parafuso, arruela, porca que os clientes iam levar. Então, desde sempre eu estou ajudando o meu pai desde que eu me entendo por gente. Mas o
meu pai teve uma vida muito difícil, porque ele perdeu o pai dele. Ele tinha 14 anos de idade. Meu avô morreu prematuramente num acidente aéreo com 43 anos. E o meu pai herdou eh uma empresa que era muito pequena e tava praticamente eh falida. quando ele assumiu alguns anos depois, com 14 anos ninguém consegue assumir uma empresa, mas teve problemas familiares e eh eu nasci nessa empresa bem pequena e vi o meu pai fazer a empresa crescer. Tive a oportunidade de estudar, vim para São Paulo, fiz aqui GV nos anos 80 ainda e sempre trabalhando.
Férias, tava lá ajudando ele aqui, estudando, tava aqui resolvendo problemas da empresa também. eh, era como se fosse um emissário da empresa em São Paulo. E assim que eu formei, voltei e aí eu realmente falei: "Agora eu vou dedicar de corpo e alma aqui à empresa, porque não tenho mais que estudar, tá tudo resolvido". E aí eu e o meu pai, eh, ele queria um plano para mim e eu não me adaptei ao plano dele. Tinha que idade nessa época, governador? 22 anos. 22 anos eu formei e aí ele queria que eu fosse trabalhar em
concessionária com ele e eu comecei a ver que eu tava preso na concessionária. Concessionária é franquia. Você queria abrir uma filial na cidade vizinha, não podia, porque a região era de outra cidade. Você queria abrir ali, a fábrica ia ficar 4 anos para te dar uma resposta se podia ou não. Era um negócio rentável, concessionária eh até os anos 90 só tinham quatro marcas no Brasil: Fiat, Ford, VX e GM, né? Quem queria comprar carro era um Opala, um Chevete, um Passate ou uma Brasília. né? Não tinha muitas opções, não. Eram essas aí as opções.
E eu vi que nós tínhamos lá um outro negócio que o meu pai não gostava de forma alguma, que era um varejo, loja de móveis eletrodomésticos. E eu falei: "Eu vou querer mexer com isso aqui". Ele falou: "Não vai não, isso aqui é muito ruim. Eh, você precisa vender 40 geladeiras para ganhar o que eu ganho vendendo um Chevete. Mas, ó, e vender 40 geladeiras dá muito mais trabalho do que vender um Chevete. Mas eu falei, mas aqui eu vou ter liberdade, eu vou poder abrir filial aonde eu quiser, eu vou poder pintar da cor
que eu quiser, adotar o uniforme que eu quiser. E aqui na concessionária parece que eu não não tô tendo liberdade para poder atuar. E aí combinamos, ele ficou contrariado, meio decepcionado, né? Porque eu em vez de ir pro negócio bom, eu fui para um negócio ruim, mas ele me emprestou dinheiro para poder fazer esse negócio crescer, como se fosse um banco cobrando juros. E eu paguei tudo direitinho de volta. E em resumo, nos 30 anos seguintes eu consegui abrir 470 lojas que estão lá funcionando no interior de Minas Gerais e nos estados vizinhos, dando mais
de 5.000 empregos. Eh, ralei muito. Nesses 30 anos eu rodei mais de 2 milhões de quilômetros dirigindo. Não é de avião, não. É de carro dirigindo para abrir uma loja. Você tem que conhecer a cidade, depois você vai alugar o imóvel, depois você vai reformar o imóvel, contrata alguém para fazer essa reforma, depois você tem de contratar a equipe, depois você tem de inaugurar e você tem de acompanhar a operação. Então eu passei boa parte da minha vida eh na estrada acompanhando e essa operação de varejo e eh nunca havia pensado em ser político. Eu
tinha até uma visão antipolítica. Eu cheguei a colocar regra lá na empresa que não era para deixar político entrar em época de campanha para poder fazer divulgação, etc. Eu tinha uma visão muito simplista. Nós estamos aqui ralando na empresa e eles estão ralando lá no setor público e cada macaco no seu galho. Uma visão bem simplista e eu descobri tardiamente errada, né? concorda? Muito errada, né? Mas em 2016, em outubro de 16, para ser mais específico, eu falei: "Ó, minha missão aqui na empresa está cumprida. A empresa cresceu mais de 100 vezes aqui na minha
gestão, tá profissionalizada, balanços auditados. Eh, e eu quero passar o bastão. Sempre gostei muito de estudar sobre gestão, administração e fala e todos falam: "O maior desafio de um gestor é fazer uma sucessão adequada". E eu falei: "Eu quero fazer a minha sucessão enquanto eu estou novo ainda, se alguma coisa der errado, eu ainda posso voltar e reassumir." Mas deu certo, foi bem encaminhado, a empresa tá lá estruturada. Varejo nos últimos anos tem passado por uma período difícil. Vocês têm acompanhado aí, né? Varejo de bens duráveis. Muitas empresas sumiram lá em Minas nós e uma
outra rede só, uma rede no Sul de Minas. Eh, os demais acabaram, as grandes que existiam há 15 anos, há 20, infelizmente não sobrou ninguém. E nós temos algumas particularidades. Primeiro, nós atuamos em cidades pequenas. Nós não temos lojas em região metropolitana, eh, grandes centros. Não temos loja em shopping. São lojas em cidades de 20.000, 30.000 habitantes, que é o perfil de Minas Gerais. Então, é uma rede que fora de Minas é pouco conhecida porque é um nicho de mercado bem específico no qual nós nos especializamos. Mas voltando aí à questão da sucessão, eu falei:
"Agora eu quero ir pro conselho e quero ter uma vida menos tumultuada. E no ano de 17, realmente eu tive um ano diferente. Eu fui pros Estados Unidos conhecer startups, li muito mais do que eu já lia, contribuí com a empresa de outra forma, não como executivo. E no final do ano de 17 vem eh um convite do Partido Novo. Ó, 2018 tem eleição para governador e nós queremos te convidar para ser candidato. Alguém que nunca foi candidato, que não gosta, gostava de política, falaria o quê? Não, né? E foi o que eu falei. Falei:
"Não, não vou de jeito nenhum. Não gosto de política e e e não é minha praia". Mas o que que aconteceu a partir daí? Eu tava lá dormindo à noite, acordava, ficava pensando, gente, o que que me impede de ser candidato? E eu sempre critiquei tanto o setor público. Teve uma vez que nós construímos um posto numa estrada. O posto ficou pronto 3 anos aguardando uma assinatura e um carimbo da Secretaria do Meio Ambiente de Minas Gerais. Em vez de dar emprego lá para 70, 80 pessoas, nós ficamos dando emprego para três vigilantes tomar conta
daquele posto lá. Eu já tinha sofrido raiva demais com poder público, questão de licença, questão de autuação indevida, eh, etc. Eu falei, gente, eu sempre reclamei tanto, que que me impede hoje? Meus filhos estão formados, a empresa tá profissionalizada. Se eu ganhar ou perder eleição, não vai mudar em nada a minha vida. Pelo menos eu vou poder mostrar na campanha o meu inconformismo e a minha indignação. Chance de ganhar, eu sei que eu não tenho, ou é mínima a chance que eu tenho de ganhar. E antes de falar assim pro partido, eu fui numa psicóloga
para ver se eu não estava tendo alguma alucinação também, porque você começa a desconfiar, né, quando você faz uma mudança tão dramática de vida assim. falando aqui parece que é fácil, mas na hora que você tá decidindo, né, você é passarinho e fala: "Agora eu vou virar peixe ou vice-versa, né, eu sou peixe, agora eu vou começar a voar". Eh, é algo que você começa a se questionar se você não tá, mas a psicóloga falou: "Não, você não tá com nenhum problema mental, não, você tá totalmente são, pode ir." E aí, 2018 foi o ano
que eu me dediquei à minha e primeira eh eleição. Peguei meu carro, fui em mais de 200 cidades diferentes, mais de 60.000 km dirigindo com mais uma ou duas assistentes, dependendo aí da fase, a campanha mais barata e a mais votada. É, até essa coisa de pegar a estrada e dirigir, né? Já deu para ver pela história que vem de família ali, né? Então, desde desde o início, é, deu para perceber isso. É. E e pô, quando seu pai falou que não gostava de imóveis eletrodomésticos, até ia falar: "Ó, se me perguntasse na época opinião,
ia falar: "Seu pai tá certo, porque dá o trabalho eh bombar com esse setor." Agora, fiquei curioso, duas curiosidades, na verdade. A primeira eh qual que você falou que a empresa cresceu 100 vezes, mas qual que era o faturamento da empresa quando você passou o bastão? Que que que é em números a a empresa? Você lembra? Ó, quando eu passei lá em 2016 devia ser alguma coisa, um b2 aproximadamente e hoje tá mais ou menos, acho que o dobro disso. Muito bom. Eh, como é que foi esse contato com o novo? De onde surgiu? Porque
assim, você já pela sua fala você nunca teve interesse em ser político, mas rolou ali um uma troca de olhares, alguma coisa, sei lá, um uma curtida no nas redes sociais? De onde veio esse esse contato inicial? Então, eh, eu não conhecia ninguém do novo. Alguém do mercado financeiro aqui de São Paulo, que eu tinha muito contato, já tinha me falado: "Ó, surgiu um partido diferente, novo, que é um partido que quer combater corrupção, quer combater privilégios, mordomias, um partido que quer um estado enxuto, um estado eficiente, transparente. Então, eu já tinha escutado só, mas
assim como eu nunca me interessei por política, eu falei: "Que bom e que que esse partido cresça muito e só isso quando eu era empresário ainda ou logo quando eu saí". Eh, mas eh o pessoal do novo de Belo Horizonte, que tem lá o diretório municipal e estadual, teve contato com um primo meu que tá sempre mais próximo de política e e esse primo meu falou a meu respeito para para eles, falou: "Ó, eu tenho um primo que eh seria um bom nome porque ele tem um histórico empresarial que já montou aí diversas é, unidades
da empresa no estado. E e aí eles entraram em contato comigo, pessoal do novo, mas eh eu não os conhecia e nem eles me conheciam. Esse primo meu é que acabou servindo aí como uma ponte de ligação, já que ele eh fica sempre em contato aí com partidos, etc., acompanhando. E tá aí veio o convite. Você obviamente pensou de antemão, né? Não, não faz sentido. Mas aí você mudou de ideia. Que que foi fazendo você mudar de ideia? O que que que como é que foi essa sua preparação girar a chavinha aqui de agora eu
sou político? Não foi muito difícil, né? Porque você eh assim eh eu sempre fui muito racional, né? Para você ser empresário, você tem de falar: "Eu preciso sobreviver, né? eu não posso gastar mais do que ganho. E e eu tinha plena ciência eh da dos adversários. Eu falava eh se essa eleição aqui fosse um grande aquário, teria aqui alguns tubarões e eu seria um lambari. Você entendeu, né? O cenário era esse. Eh, nas primeiras pesquisas lá, meu nome aparecia com 1% de intenção de voto, entende? Mas assim, eu fui muito porque eu acreditava nas propostas
do Partido Novo. Eh, alguém me questionava: "A sua chance é muito pequena". Eu falei: "É, mas eu tô aqui para ajudar as propostas daquilo que eu acredito para uma política para pro futuro do Brasil. Eu vou estar ajudando a divulgar essas propostas e quero também aumentar as chances desse partido, eleger deputados estaduais, federais, senador, eh apesar da minha chance ser bastante reduzida. Então eu fui muito mais, eu posso te dizer assim, com o espírito de ajudar a ideia do que com a intenção de ganhar, porque eu sabia das minhas limitações. Uhum. Eh, eu tava disputando,
pensa bem, um novato que nunca ocupou um cargo público, que nunca teve uma eleição, nenhum prefeito me apoiando dos 853, disputar com que era governador naquele momento, Fernando Pimentel, e com o ex-governador Antônio Anastasia, né? É, é, é, é a mesma coisa que e alguém, né, de 40 kg, 1,5 m, e entrar no ring contra o Mike Tyson e falar: "Eu vou ganhar dele, né?" É, é meio querer e ir contra a lógica, né? Tem que ir por ideal mesmo. É. E não, mas assim, na época eu já tava no mercado financeiro, eu fazia, eu
era editor chefe do Infomoney e a própria a gente acompanha a política no mercado através do do preço dos ativos, né? Acho que um ativo que eh deixou muito bem claro como foi surpreendente, né, a sua ascensão e a vitória por as ações da SEMIG, né? tava até acompanhando antes da gente começar a entrevista que ela ela ficou ali num patamar ali oscilando sem muita volatilidade nos três se meses antes da eleição e nos cco dias antes da eleição do primeiro turno, que foi quando você começou a subir nas pesquisas, 5 dias antes, a ação
subiu 20%, e quando veio o resultado da eleição, ela já subiu mais 20% na segunda-feira e continuou subindo. Hoje ela já vale o triplo do que valia ali tempos atrás. Olha só, e ninguém me ninguém me conhecia ainda, né? Mas acho que já sinalizava o que seria feito pelas propostas do Partido Novo. Exato. Não, e só também de aí eu não sou mineiro, mas vou falar em nome do do estado, né? Acho que também era uma troca de governo que novos ares ali acho que eram necessários até para trazer essas novas ideias, querendo ou não,
as ideias do novo são muito agradáveis para o mercado financeiro, mas também havia uma uma discrença dos nomes atuais ali da política. Então, acho que foram duas coisas muito favoráveis. Mas para você, como é que foi aquela semana ali? E pô, de repente eu era o era o a pessoa de 1,5 m 40 kg no rin com Mike Tyson e o Mike Tyson balançou ali, foi cair, vai ser nocouteado. E aí, como é que foi para você? Então, eu acho que a grande eh surpresa, ô Salomão, foi o primeiro turno. Eh, para você ter ideia,
foi dia 7 de outubro de 2018, né? O domingo, dia da eleição, no dia 5 de outubro, na sexta-feira, nós desmontamos o nosso diretório lá da campanha. Despedimos de todos, ó, a jornada foi ótima. Nós devemos concluir aqui com a votação expressiva. 10 12% para um partido novato, para um candidato novato, é um resultado excepcional terminar em terceiro lugar. Então despedimos, né? Missão cumprida, né? Devemos conseguir fazer alguns deputados estaduais, federais. Eh, e e desde o início da campanha eu trabalhei com essa visão, né? Eu quero é divulgar o partido, ele tá começando, ele vai
ter uma uma história pela frente ainda. Eh, eu sempre pensei sempre no longo prazo. Eu sempre falo, nós vamos viver muito mais nos próximos anos e décadas do que nas próximas semanas e meses. Você concorda, não é? E o meu governo, depois nós vamos falar, é um governo de projetos de longo prazo também. E a surpresa veio no domingo, dia 7. Em vez de ter lá 12, 14%, que era o esperado, nós tivemos 42. Já fomos o mais votado logo no primeiro turno. E aí é que o mundo virou de cabeça para baixo, porque aí
nós tivemos de sair chamando todos de novo e mais alguns para reforçar. Imagina bem, nós tínhamos ido voltado para zero e de repente precisou contratar todos e mais alguns, né? E eu, um candidato sem muita eh bagagem, né, sendo bombardeado pela imprensa e acho que a imprensa, o meios de comunicação não tinha nenhum nenhuma afinidade, até porque não me conheciam, né? E e foi bastante sofrido eh essas três semanas. até o dia 28 de outubro, que foi quando foi a eleição. Eh, mas no dia 28 veio o resultado final, 72% a 28%, né? Aquela eleição
de 2018 foi uma eleição diferente, foi eleição antisistema, né? Ele a primeira eleição pós Lava-Jato, né? Pós impachma. Então, o brasileiro tava indignado pós recessão, né, de 2015 e 16, que seifou 3 milhões de empregos direto. Mas assim, para mim, naquele momento, eh, foi tudo muito meio, vamos dizer, assustador, né? Alguém ver tudo aquilo acontecendo e e e sem, vamos sem ter um histórico, né? É a mesma coisa. Quem nunca operou eh um dedinho já vai operar um coração, né? Vamos dizer que é mais ou menos isso aí. Mas eu sou disciplinado, tava muito bem
assessorado também pelo próprio pessoal do Partido Novo, pelo próprio pessoal que estava me acompanhando ali, que já tinham bagagem desde esse início aí. Meu vice-governador atual, Mateus Simões, já estava junto e ele é da área jurídica, já era vereador eleito na época, então já tinha conhecimento. Mas eu posso te dizer que o maior desafio não foi ser eleito, não. O maior desafio foi tirar o Titanic do fundo do mar, viu? Depois foi dia 1eo de janeiro de 2019, quando eu tomei posse. Aí é que veio mais difícil. Mas ô governador, nessa nessa subida que você
teve no primeiro turno, acho que teve um fato aí, inclusive a gente abriu ali para as pessoas mandarem algumas perguntas lá e a pessoa, uma pessoa mandou uma pergunta pedindo para você falar um pouco sobre o último debate que aconteceu nesse primeiro turno, né, que eu acho que ele teve uma mudança de chave ali pro pro porque aconteceu no resultado. Como é que foi aquele acontecimento? Então, aquele último, eh, primeiro assim, eu acho que teve aí, né, alguns fatores que acabaram viabilizando a minha eleiçõ a minha eleição. Eh, primeiro que, eh, as emissoras decidiram que
chamariam aqueles candidatos que ultrapassem 5 ou 6%. E eu ultrapassei 5 ou 6%, caso contrário, eu não teria sido chamado e não teria tido a oportunidade de mostrar as minhas ideias. E teve lá, eh, acho que deve ser esse debate aí em que eu falei, ó, quem vota eh no Bolsonaro e no João Amoedo vota em mim. E isso que naquela época, naquela ocasião, criou um malestar no Partido Novo, porque eh eh mas ambos são de direita. Eu não falei nada indevido não, mas me parece que algumas pessoas lá naquela ocasião no partido não gostaram
que eu tivesse mencionado o nome do Bolsonaro e eu tenho a linha de atuação da direita e o que eu falei procedia, mas eh julgaram que eu agi meio que não eh eh de acordo com aquilo que o partido esperaria. Criou aí um malestar. Eh, teve gente, depois eu fiquei sabendo do partido que queria até a minha expulsão, etc., devido eu ter tido esse posicionamento. Não falei nada de errado. E e e na última eleição, 2022, inclusive teve, né, casos de quem votou em Lula e votou em Zema também em Minas Gerais. Você tá entendendo?
Então, eh, muitos municípios, ele foi o mais votado para presidente e eu fui o mais votado para governador. Acho que mais de 500 municípios. Segundo turno você, noem 2022 você foi eleito no primeiro turno com 56%, né? 56%. Isso. Tava pensando em falar já da do primeiro mandato? Sim, eu queria entrar nesse. Posso fazer uma pergunta antes do Zema empresário, cara? seu CEO, velho, pra gente pra gente saber um pouco aí da linha de atuação, Zema, a gente fala aqui com muitos investidores, inclusive a gente fala com founders também de de empresas aí e é
impressionante o sucesso que você teve na vida empresarial, né? E tô querendo saber um pouco da da sua cabeça, como é que você era como gestor, um administrador de empresa, né? Como é que você construiu a sua empresa pra gente entender um pouco mais sua linha de raciocínio? Então, eu sempre gostei e faço até hoje isso como governador, é de estar em contato com chão de fábrica. Isso parece que faz parte do meu DNA, né? Eu toda semana em Minas Gerais eu tô no interior do estado. Acho que não tivemos nunca um governador que visitou,
que esteve sequer na metade das cidades que eu já estive. Acho que eu já passei de 400 cidades diferentes que eu fui como governador. 400 cidades diferentes. Mas pegar Uberlândia, eu já devo ter ido da Uberlândia 18, 20 vezes. Tô contando uma Uberlândia. Juiz de Fora não deve ficar muito para trás disso, contando uma vez, 400. Por aí você vê a quantidade de tempo que eu passo no interior do estado. E me parece assim, quando você está em contato com o chão de fábrica, no caso da empresa era em contato com a loja, com os
vendedores, com o gerente, você toma conhecimento daquilo que está acontecendo de uma maneira que nenhum relatório, nenhum sistema te informa. Não tem sistema que que te informa que o funcionário tá com o olho brilhando, que o cliente tá reclamando de tal coisa. Eu sei que pelo 0800 da empresa você consegue acompanhar alguma coisa, mas quando você está ali eh no chão de fábrica, você vê às vezes oportunidades que nenhum relatório financeiro te mostra, que ninguém te conta e que você acaba enxergando. Eh, então eu sempre tive eh essa essa forma de lidar eh bem próximo,
vamos dizer, da operação. Gosto muito de delegar também. Eh, muitas consultorias já me criticaram. Não, você delega demais. Mas se eu não confiar no meu exército, eu vou confiar no exército do adversário. Então, você concorda, não é? Eu confio. Já me decepcionei muitas vezes, né? Mas acho que decepção faz parte. Frustrar, né? uma pessoa que faltou com honestidade, com ética, que cometeu desvios de conduta, de mercadoria, de recursos, etc. Eh, mas acho que até quando você confia, eh, eu acho que até você tá valorizando a pessoa. Você tá falando: "Eu acredito que você é honesto
até que você prove o contrário". E posso te dizer que acho que 99% das pessoas são honestas, que foi uma minoria que deu esse dissabor, que deu essa decepção aí eh na minha vida empresarial. Então, acho que valeu a pena eh ter eh acreditado nas pessoas e e eu via a empresa também, ô Josué, muito mais como uma missão do que como algo para me satisfazer. Da mesma forma que eu vivia, eh, quando praticamente eu era estudante, comecei minha vida de empresário, eu vivo hoje. A empresa cresceu, mas eu não mudei meu eh modo de
viver, não. Eh, paraa minha empresa é para melhorar a vida das pessoas, de quem trabalha nela, gerando oportunidades dos clientes que passaram a ter condição de comprar um produto que caso contrário não teriam. E nós fomos colocar essas lojas, vamos deixar aqui bem claro aonde em 90% das vezes ou 80 o cliente não tinha opção de tá fazendo aquela compra como nós passamos a oferecer. Eu lembro muito bem as primeiras lojas que eu abri foi na época da inflação alta ainda, né, antes de 94. Lá em 94 acho que a gente tinha umas 15, 20
lojas quando veio o plano real. E logo que veio a estabilização da moeda, deu para parcelar em prazos maiores. Eu lembro, os concorrentes só aceitavam vender em três pagamentos com cheque prédatado. Eu fazia carnê em 12 pagamentos. Falava aqui, você não precisa dar cheque nem pagar em três, você vai pagar em 12. E a nossa loja era mais bonita, era mais limpa, mais bem iluminada, era a equipe tava treinada, uniformizada. Então nós fomos para eh oferecer algo que os clientes não tinham. Eh, lembrando mais uma vez, lojas no interior de Minas em cidades pequenas. Então,
eh, muitas vezes eh nem existia aquela atividade em alguma dessas cidades, entende? Então, eh, isso contribuiu e dando empregos que naquela cidade são considerados empregos bons, todo mundo registrado, ganhando um salário e meio, dois salários, com plano de saúde, com uniforme, com outros benefícios, com oportunidade de crescer profissionalmente. Eu fico muito feliz quando às vezes eu, hoje eu ando menos, mas antes de ser governador eu andava mais. Já teve casos de eu ir em hipermercados grandes do Carrefur, açaí, etc. E o diretor da loja lá que dirige 600, 700 funcionários, ser um ex-funcionário nosso que
eu treinei, entendeu? Você vê que a pessoa cresceu na carreira, tem muitos ex-funcionários que andando pelo interior do estado e eu encontro e que hoje estão numa posição muito melhor e que eu fico muito satisfeito de ter participado. Quando eu assumi a empresa, vamos dizer, ela devia até lá 20, 25 funcionários, quando eu saí, ela tinha 5.000. Então, quando uma empresa cresce, as oportunidades surgem para muitas pessoas. Então, eh, a em linhas gerais, eu tenho essa forma aí durante e acho que ainda continua. A empresa é sempre classificada entre as melhores para se trabalhar pelo
Great Place to Work. Desde lá 2000, 2001, a empresa sempre esteve aí no ranking das melhores, porque nós também eh fazemos questão de sermos uma empresa justa nas promoções, nas demissões. Eh, eu lembro que muitas vezes veio pessoas de outra empresa e falava: "O clima aqui é melhor, aqui não tem politicagem". Sabe? Parece que é politicagem eh que tem dentro de empresa, né? Questão de fofoca, falar um do outro. eh, que parece que tá todo mundo trabalhando por uma causa única só e não um querendo puxar o tapete do outro. E acho que isso veio
eh do DNA da empresa também, né? Lembrando que, apesar de eu ter feito um negócio crescer, né, eu peguei muito, foi o estilo do meu pai. Eh, nós no início compartilhamos estrutura, eu não fui criar uma contabilidade para aquela empresa, tinha contabilidade que fazia eh a contabilidade no geral, recursos humanos, a mesma coisa das concessionárias e a gente fazia um rateio. Então, eh, eu, eu diria que boa parte disso também veio do histórico da empresa, que é uma empresa que já tem mais de 100 anos e parece que alguns valores vão se consolidando ao longo
das décadas, né, e vão ficando ali fortes. Então, eu acho que eu tive também eh esse privilégio aí de ter contado com esse histórico. É muito bom, um propósito, né? Acho que isso faz toda a diferença. Uhum. Eh, governador, queria saber como é que foi, como é que tem sido, né, a sua gestão, eh, pensando até trazendo, foi legal essa pergunta do Josué para introduzir a a maneira, o jeito zema de gerir uma empresa, o quanto isso se associa à gestão pública, né? O a gente sabe que um essas ideias mais liberais, meritocráticas, não necessariamente
elas acabam se encaixando dentro do do da gestão pública. E então como é que foi para você incorporar isso? Quais foram as medidas práticas que você conseguiu implementar? É, os resultados a gente consegue ver nos indicadores econômicos do estado de Minas Gerais que conseguiram ter uma melhora, mas eu queria saber como é que foi a implementação disso tudo desde que você assumiu. Eh, eu acho que a gestão do estado tem uma semelhança com a campanha. Na campanha ninguém acreditava que nós poderíamos ganhar. E quando nós ganhamos, ninguém acreditava que nós poderíamos tirar minas do buraco.
Então, tem temos essas duas semelhanças aí. Foram dois grandes desafios, mas o segundo eu acho que foi até maior. Nós assumimos um estado, ô Salomão, em que a situação, eu posso te dizer, era assim, o caos. Eh, você olhava e e pensava, será que tem jeito de consertar essa terra arrasada aqui, né? Vou te dar aqui alguns exemplos para você ter ideia. Eu assumi em janeiro de 2019 até o último dia, o ex-governador do PT Pimentel falou: "Eu vou pagar amanhã o 13º e não pagou até o último dia. Amanhã eu tô pagando, amanhã eu
tô pagando. Assumi sem ele que tá. Tive de parcelar o 13º de dezembro de 18 em 10 vezes. Na hora que eu acabei de pagar o 13º de 18, já tava na hora de pagar o de 19 já. Você concorda, né? Essa era a situação. Salário, você ia terminar de quitar a folha, em vez de ser no quinto dia último, era quase que no 30º dia útil. ia pagando parcelado, pagava 2.000 os menores salários primeiro e e os maiores eh no no final do mês. Não tinha a data certa, mas nós olhamos, fizemos uma previsão
de caixa, começamos a pagar. Medicamento tinha nada. Medicamento de uso contínuo na rede pública, nada de estoque. Fomos comprar medicamento. Aí a indústria farmacêutica fala: "Ó, podemos vender, mas vocês estão aqui devendo há 2 anos R 45 milhões deais. precisa pagar primeiro. Vai comprar da B. Ó, podemos vender, mas vocês estão devendo aqui 38 milhões. Já tem 1 ano e meio. Tivemos de no Ministério Público pedir para furar a fila de pagamento para quitar esses laboratórios que vendem medicamentos que podem salvar vidas para poder começar a abastecer a rede pública do estado e e assim.
Então, então assim, aquela dificuldade, primeira semana como governador, não sei se vocês conhecem a cidade administrativa, eu fico lá num prédio mais baixo, edifício Tiradentes. 400 prefeitos chegaram lá com trio elétrico, com megafone, fazendo manifestação para receber os repasses municipais que eles têm direito, que o governo passado do PT não pagava os 853 municípios. Numa coisa, o PT foi muito justo. Ele deu o calote em todos, você entendeu? nos 853, igualmente, não ficou um prefeito que não tenha sofrido rasteira do PT lá em Minas Gerais. E lá nós tivemos casos, ô Salomão, que eh acho
que em outros estados do Brasil não aconteceu. As prefeituras começaram a morrer também. É como se eu tivesse aqui morrendo e de hemorragia e começasse a tirar o seu sangue e daqui a pouco você começa a entrar em falência também. Foi mais ou menos que aconteceu. Nós tivemos lá em Minas prefeitos que em vez de pagar salário, começaram a fornecer cesta básica pros funcionários falando: "Ó, sobreviva até a gente ver que que isso aqui vai virar". Virou um escambo. E é virou algo nessa linha. Tivemos prefeitos que renunciaram, que a pressão é muito grande. Tivemos
prefeitos que adoeceram e prefeitos que suicidaram lá 2017, 18. A Constituição tá lá clara. O estado tem de repassar para os municípios 25% do ICMS, acho que 25% do IPVA, eh, da educação, tem lá as verbas. E o Estado de Minas simplesmente falou: "Não vou cumprir isso aqui mais". Pagava o que dava. É igual uma empresa que entra em dificuldade falar: "Ó, esse mês eu vou pagar só 40% do salário e pronto." Você entendeu? Então, as prefeituras morrendo. E logo que eu assumi, em janeiro nós tivemos de fazer a transição porque não abriram nada para
nós. Nós ganhamos a eleição dia 28 de outubro. Não abriram nada, tínhamos novembro e dezembro, nenhuma senha de sistema, nada. Aí que nós fomos ver, né, o Titanic no fundo do Oceano Atlântico mesmo. Funcionário público. Lá em Minas nós temos 600.000 entre aposentados, pensionistas na reserva e na ativa. Desses 600.000, 240.000 estavam com o nome sujo no SPC e Serasa porque descontaram o empréstimo consignado e não pagaram as instituições financeiras e os bancos cobrando. Eh, a minha família é concessionária de veículos, né? Tem algumas marcas. Pessoal dessas empresas, os presidentes começaram a ligar pro meu
irmão, ó, o seu irmão agora é governador, vê se ele paga a gente aqui, que nós vendemos ônibus, vendemos moto, vendemos carro pro governo de Minas e não recebemos nada. Até envolver o negócio que não tem nada a ver, meu irmão me ligando, ó, os presidentes estão te ligando aqui, você entendeu? Então assim, eh, e, e, e, e eu reuni o secretariado, né? Até eu tenho de agradecer muito a primeira, os primeiros secretários, porque eles vieram como voluntários, eles vieram para poder eh resgatar minas do fundo do mar. Eh, e foi gradativo. O que que
você tem de fazer para resgatar, né? Não tem regra que escape disso. Reduzir despesas e ampliar receita sem aumentar impostos. Para reduzir despesas, nós fomos na linha de tudo que é possível reduzir, vamos. E eu fiz questão de dar o exemplo. Eu falei, se tem alguém aqui que tem de dar exemplo, é governador. Como que o último governador procedia? morava num palácio, palácio das Mangabeiras, 32 empregadas, garçons, cozinheiras, metre, não sei mais o quê. Eu fui morar na casa que eu pago o aluguel, falei: "Não vou morar em palácio, tenho uma pago o aluguel da
minha casa e tenho uma empregada que eu pago do meu bolso também. ex-governador Palácio das Mangabeiras é no oposto da cidade administrativa, helicóptero todo dia para ir, para voltar. Eu aluguei uma casa perto da cidade administrativa, 20 minutos de carro. Eu tô lá no meu local de trabalho, elevador privativo, governador e vice-governador tinham seis elevadores privativos à disposição. Seis. Não é um nem dois, não, seis. Não sei o motivo. Eh, desativei, desliguei todos. Uso o mesmo elevador que os demais funcionários lá do edifício Tiradentes, eh, utilizam e por aí vai. E fiz eh o mesmo
com secretários, vários os secretários no passado tinham privilégios, mordomias. E eu cheguei para todo mundo e falei: "Ó, aqui nós temos de acabar com tudo. O estado tá falido, não tem gente morrendo por falta de medicamento. Nós vamos ficar aqui vivendo com privilégio, com mordomia." E as contas foram melhorando ao longo do tempo. Entre administração direta, estatais e autarquias, nós reduzimos mais de 50.000 cargos. 50.000 cargos não é pouca coisa não. Quantas empresas no Brasil tem 50.000 funcionários. Acho que você conta no dedo das mãos, não são muitas não. E 2018, que foi o último
ano do governo PT, o déficit foi coisa de 11, 12 bilhões. No primeiro ano do meu governo, ele já caiu para oito com essas medidas que nós tomamos. Depois caiu para cinco ou quatro e o ano passado, pelo quarto ano consecutivo, nós já tivemos superavit, 5 bilhões de superavit o ano passado. Então nós saímos de -1 bi para mais 5 bi de de supervist e não déficit mais. Eu levei 2 anos e 8 meses para colocar a folha de pagamento em dia. Eu fiquei 2 anos e 8 meses pagando atrasado ainda a folha de pagamento.
E depois que você coloca a folha em dia, você começa a ver uma certa claridade, né, no fim do túnel. Aí, mas eh eu te diria que avançamos muito, mas ainda temos muito que fazer lá em Minas Gerais, mas pelo menos hoje o estado tem as contas. vamos dizer, equilibradas, nós precisaríamos ter mais recursos para recuperar as estradas, para fazer mais investimentos, mas pelo menos já temos eh uma situação controlável e não é caótica mais. Tivemos avanços muito grandes na educação, reformamos 2300 escolas, um estado que não paga a folha de pagamento em dia, que
que você acha que ele faz de manutenção? Nada, né? Então, estrada, escola, tudo sucateado. Reformamos já 2300 escolas, eh, herdamos um cemitério de obras inacabadas e nem cercar cercaram. Tudo vandalizado, tudo depredado. É, é, é assim, é o exemplo da politicagem que rasga dinheiro, sabe? E que não entrega nada pra população. Concluímos essas obras. o que não concluiu que são cinco grandes hospitais regionais, tá no caminho final aí para para conclusão e todos os indicadores de políticas públicas melhoraram nesse período. Aí se você pegar a criminalidade hoje é muito menor do que era na saúde.
O ano passado nós batemos recorde em cirurgias eletivas. Eh, o maior número tinha sido pré-pandemia em 2019. coisa de 800.000 cirurgias. No ano passado nós fizemos mais de 1 milhão. Na pandemia foi lá embaixo. Uhum. E hoje, eh, em muitas regiões do estado, nós não temos mais fila para ninguém fazer cirurgia. Você tem o período do agendamento só, o que é uma conquista muito grande. O Brasil como um todo, muita gente ainda tá aí esperando meses ou até mais de ano para poder fazer alguma cirurgia. e em Minas, em muitas regiões, nós zeramos essas filas.
Eh, a avaliação dos alunos tem melhorado e eu gosto muito de falar da hipocrisia do PT. PT tem essa bandeira social, mas eh eu provo, né, e tá no portal da transparência para qualquer um ver o que que o partido, que no discurso fala que é social gastou com merenda escolar em 2018. Minas Gerais tem 1.600.000 alunos na rede pública estadual. Sabe o que que eles investiram em merenda escolar em 2018? R milhões deais. Isso dá mais ou menos R$ 1 por mês por aluno, aproximadamente. O ano passado nós investimos R$ 470 milhões deais na
época do PT lá. Sabe o que que os alunos muitas vezes comiam? uma água com uns grãozinhos de arroz que eles falavam que era uma sopa, era merenda escolar. Hoje tem carne todo dia, tem fruta, tem verdura. E não foi por acaso que o ex-governador nem ir pro segundo turno foi, né? se aquele homem fosse pro segundo turno, eh, o povo mineiro tava meio que sofrendo de alguma alucinação por votar nele. Então, eh, num ponto, eu posso dizer que a imagem do partido lá em Minas ficou assim a pior possível, porque foi uma gestão que
realmente fez o estado retroceder mesmo. é incrível assim, eh, até por isso um dos motivos pelos quais a gente tava bem ansioso de trazer você aqui, governador, é justamente mostrar como uma gestão que não só eh uma liderança eficiente, mas que prega pelo exemplo, né, como isso pode fazer bem pra sociedade de maneira geral, porque no final do dia foi um remédio amargo que pôde que teve que ser dado no começo ali, mas que trouxe os seus benefícios e a A gente vê isso nos números e você consegue mostrar isso de uma maneira mais evidente.
A gente espera que isso de fato reverbere em 2026, né? As pessoas consigam fazer esse ter esse discernimento de quem tá fazendo uma liderança de fato benéfica pro longo prazo. Um ponto que eu não citei aqui, que eu acho que assim tá dentro desse contexto, é você mudar um modelo mental. o Salomão e Josué assim, parece que dentro do estado você percebe muitas pessoas, não vou dizer que são em todas, não, mas em muitas, que toda aquela estrutura, tudo aquilo é para satisfazer um grupo. Eles esquecem que eles estão ali para poder atender as pessoas
que todos pagam impostos no Brasil. E acho que o fato de eu vir de uma empresa de varejo que sempre precisou prezar por um atendimento deve ter ajudado a mudar um pouco esse modelo mental que ainda precisa mudar muito. Eu vejo gente lá que só olha pro próprio umbigo. O meu setor aqui precisa de mais gente, mas não tá preocupado se tá atendendo mais pessoas, se tá melhorando o serviço que presta, só quer encorpar, só quer eh mais poder, mais cargo. Então, acho que essa visão que eu sempre tive eh ajudou a a mudar um
pouco, né? Não vou falar que tá no ponto ideal, não tem muito que avançar ainda, mas o estado no Brasil, quando eu falo estado é prefeitura, é são os estados, é a união, a as autarquias tem muito essa visão corporativista. Eh, nós somos nós, o resto é o resto e ninguém olha, nós estamos aqui para poder servir. Então, acho que essa visão de servir, nós temos uma finalidade que atender bem o mineiro foi de fundamental importância para poder eh trilhar esse caminho aí de melhoria. muitas vezes, eh, infelizmente o que se tem no setor público
é desprezar o público, que nunca deveria acontecer, né? Eh, eh, é só distribuir privilégios, distribuir mordomias, favores e o povo ao povo que se deu para entender, né? Então, eh eh é muito ruim você ter um país onde o estado descolou das pessoas. Uhum. Ô Zema, você ficou tanto tempo na gestão, na iniciativa privada ali, eu acho que gerir uma empresa é bem diferente de gerir um estado, né, o o governo ali. O que que você encontrou de dificuldades ali que você teve que se adaptar do modelo que você tinha de tocar uma empresa, um
negócio bem-sucedido, que eu acredito que muito dessa mentalidade você levou para dentro do governo, mas tinham coisas também que são diferentes porque é o setor público, né? O onde foi ali que você teve que encontrar um equilíbrio no na sua tomada de decisão? as coisas são mais lentas por serem por ter necessidade de passar por várias pessoas. Não, acho que sem dúvida, né? Uma empresa que tem 5.000 funcionários, acho que tem, né, um certo grau de formalização, mas um estado que tem 600.000, né, entre aposentados, pensionistas e ativos, tem uma formalização muito maior, controles muito
maiores e tem uma dinâmica diferente também, né? Ah, na empresa você tem o conselho de administração, os acionistas, os diretores. É um público pequeno, você conhece todos, coloca todos numa mesa se necessário, daqui uma hora. E no estado, muitas vezes, as mudanças são eh feitas através de alterações na legislação que precisa ir paraa assembleia, que muitas vezes demandam audiências públicas que t um prazo para serem analisadas, que está fora do seu controle. E assim, eu de certa maneira eh me frustrei muito porque logo no início do meu governo, eu encaminhei eh paraa Assembleia Legislativa a
adesão de Minas ao regime de recuperação fiscal, que é a RJ do setor público, né? Eh, o projeto simplesmente teve, né, uma oposição lá que não deixou ele ser votado. Eh, não há alternativa para Minas a não ser ter uma forma diferente de pagar a dívida com o governo federal, que hoje é de R5 bilhões de reais. É uma dívida monstruosa. Imagina quanto tá CELIC hoje? 14,25. 14. joga isso aí em cima disso. Apesar que a taxa lá, a a o serviço da dívida, ou é Selic ou é IPCA mais 4 ou menor. No passado
foi maior. Mas essa dívida é é bom salientar aqui, eu não fiz um centavo dela, eu herdei. O único documento que eu não assinei como governador foi empréstimo, financiamento, que o estado não tem nota de crédito. Então tem essa vantagem, né? Não pode se endividar mais. E foi uma dívida que cresceu nos últimos anos numa proporção muito maior do que a economia do Estado, quando alguns eh ou jornalistas ou a mídia fala que o Propag que foi aproa beneficiar estados gastadores, é porque não conhece a história. Essa dívida foi feita lá na época do PROER,
final dos anos 90, aonde vários bancos estaduais foram vendidos, tinham passivos que foram assumidos pelos estados. E de lá para cá, essa dívida teve uma correção muito superior do que arrecadação. É igual aquela história que já aconteceu no Brasil, muitas vezes do sujeito financiar a casa própria. Emos, em 30 anos, ele começa pagando 10% do salário. Daí a 10 anos ele tá pagando 50% do salário de prestação. Mais ou menos foi isso que aconteceu com os estados. E nós temos de lembrar que eh esse endividamento não foi pro estado fazer investimento lá atrás. Minas Gerais
não construiu estrada, nem ferrovia, nem nada com esses recursos. Minas Gerais cobriu um passivo de ben de Minas Caixa, de banco de crédito real, coisas que vem lá dos anos 60, 70, 80. Eh, agora nós temos de olhar pro futuro, né? A União é um banco que tem de cobrar juros dessa maneira dos Estados ou é um ente federativo que precisa ser ressarcido com a devida correção dos valores. Aí tem de discutir. Sei que a União hoje paga juros elevadíssimos para poder captar, mas por culpa da própria que tem uma irresponsabilidade fiscal enorme que sinaliza
pro mercado que tá a cada dia menos solvente. E o estado não tem culpa disso. Então, criar uma situação, não é só mina, são vários estados. E se eles não tiverem essa visão de corrigir por bem, eles vão ter de corrigir por mal. Amanhã a bomba vai explodir de novo. Lá em Minas, eh, eu já falei, pode trazer o prêmio Nobel de economia para administrar o estado, que não tem solução, porque você não tem uma receita que acompanha o crescimento da dívida. que que que economia que cresce 14% ao ano. No Brasil não tem nenhum
estado que cresce isso. A dívida tá crescendo quase que isso. Então fica numa situação realmente muito difícil. Governador, eh, vendo a situação de Minas como tava quando você assumiu, eh, vou aqui pegar emprestado uma frase do Marcos Lisboa quando ele fala do Brasil, que ele fala: "Isso é trabalho para profissional". como conseguiram levar o estado na situação que ele chegou assim, é, é o fato de fazer algo muito ruim por muito tempo ou é aquele estrago muito rápido? Enfim, porque os números que você trouxe são impressionantes assim, como o estado chegou aonde chegou. Eu fico
imaginando que seria mais uma gestão que não fosse uma gestão austera, onde que estaria Minas Gerais no momento como esse? Qual sua avaliação depois de tudo isso que tá acontecendo? Sei que você ainda, você diz que ainda tem muita coisa a melhorar, mas muita coisa já melhorou. Como, como chegou até onde chegou, Minas Gerais? Então, você tá querendo dizer assim, o que que nós fizemos nesse percurso aí, não? Até antes de você chegar, né? Por que que piorou tanto? Como que Minas chegou naquela situação que você encontrou ela? Sim. naquele caos, naquele desastre que foi
na política. Eh, hoje eu vejo lá muitas vezes eh você eh o o político do modo geral, né? Eu não vou falar que são todos não, né? Nós temos muitas exceções, mas vamos falar que nós temos aí eh a metade que quer só se reeleger e a metade que pensa no futuro. Eh, mas esse pessoal que só pensa em eleição, em voto, eh, para eles comprometer o futuro não significa nada. É, é, é uma visão assim, se eu ganhar eleição, o que me interessa. Eh, por isso que eu acho que assim, eh, político de carreira
é um sujeito, você tem de ver ele com uma certa reserva, porque muitas vezes alguns deles, né, podem fazer de tudo para ganhar uma eleição, que ele sabe que o futuro dele depende de ganhar uma eleição. Eu falo que o meu futuro, se eu ganhei eleição, não ganhei eleição, não vai mudar em nada. Eu sempre vou ter o que fazer. E e a política, Salomão, eh, por incrível que pareça, é uma atividade que atrai gente às vezes que não tem competência e que não tem ética também. Eu já vi alguns casos e acho que não
são poucos do sujeito que tenta diversas coisas na vida, em tudo que ele tenta, ele é mal sucedido. E aí, pra infelicidade dos brasileiros, ele fala: "Eu vou ser candidato". e acaba sendo eleito, entendeu? Aí você já viu o resultado como vai ser. E você vê, né, eh, é um populismo, é alguém falar que está protegendo a população enquanto, na verdade está prejudicando essa questão dessa de querer mudar essa escala 6 por1, né? Um país pobre, um país que precisa exportar, né? a uma medida dessa vai encarecer tudo que o Brasil vende, tirar a competitividade.
Então assim, e tem um apelo popular, você concorda, né? a pessoa ganha visibilidade propondo uma medida que vai afundar o país. E aqui é o que eu tô lembrando, eh, e e lá em Minas, eh, foram muitas coisas feitas eh nessa linha e e assim um um distribuição de favores em escala industrial, você enxugar 50.000 1 cargos. Eu acho que tinha gente lá do PT, do Brasil inteiro de pendurado na folha de pagamento de Minas Gerais, que o PT inclusive tinha eh saído da presidência, né, com impeachment. Então, acho que um dos maiores estados que
o PT tinha ainda um governador naquela ocasião era Minas Gerais. Acho que migrou tudo para lá. Então, para poder manter eh companheirada, ganhando alguma coisa, arrasar o estado de Minas Gerais. E também gente incompetente, sabe? Nós tivemos lá secretário de saúde que nunca aplicou um uma injeção. O meu secretário é médico. Eu não eu acho que para ser secretário de saúde tem de ser alguém da área. Você concorda? lá tinha secretário do meio ambiente que eh acho que não sabia que que era um pasto e um gramado, você tá entendendo, né? A mesma coisa também.
Então assim, eu acho que é é é é e e é é achar que o discurso resolve as coisas. Eu acho que a esquerda tem muito isso. Se eu falar bonito aqui, as pessoas vão acreditar e o mundo vai mudar com esse discurso e com essa fé que nós temos nessa proposta. E nós sabemos que as coisas não funcionam dessa maneira. Aí, ô governador, eu tem uma pergunta. Eu eu acho que eu já sei a resposta também, porque o senhor foi candidato, ganhou, foi candidato pela segunda vez e agora a gente já tá falando de
2026, mas dado seu seu histórico de não gostar de política antes de entrar pra política, eu fico querendo assim saber quando quando o senhor assumiu ali Minas naquela situação eh e reverteu o quadro, como o senhor contou aqui, a sua sensação hoje de que você olha assim pro Brasil, olha para Minas, é mais de que a gente tem capital humano e dá para fazer, dá pra gente realmente fazer o o país virar o país na direção certa ou é de, rapaz, é trabalho demais, o Brasil realmente vai ser isso daqui para sempre. Não dá para
mudar sim, eu sou muito confiante e eu vivi acho que alguma coisa que vocês não viveram. Uma mudança acho que vocês viram, a outra acho que só eu vi, né? até 94 eu tava lá fazendo a empresa crescer. Eu tinha de fazer lista de preço toda semana por causa da inflação. Nós conseguimos acabar com a inflação aqui. Quem que foi contra o Plano Real na época? Que partido? PT, né? Tudo que é para melhorar o país, parece que o PT vai contra, mas acabamos com a inflação. Depois, com as reformas que o FHC fez, né,
no decorrer dos anos 90, eh, e quem acabou colhendo os louros foi o sucessor dele, o Brasil conseguiu fazer algo que nunca tinha conseguido na história. Eh, eu cheguei a viver max desvalorizações. Aquilo para as empresas é uma tragédia, né? Tem pessoas que têm dívida eh em moeda estrangeira. A nossa empresa mesmo sofreu muito lá em 83. Eu era bem novo ainda. Lembro do aperto que o meu pai passou com a desvalorização do Delfim Neto ainda. Depois eu peguei uma, acho que de 99 ou 2002 que teve lá também. Eu tinha dívida em dólar também
e passei apertado também. E hoje acabamos com esse problema. O Brasil é um país que hoje tem reservas internacionais, que não está mais sujeito a essas tempestades que podem acontecer lá fora e ter reflexo aqui. Então, duas conquistas muito importantes, acabar com a inflação e acabar com a exposição externa, devido você ter reservas aqui. E agora falta o quê? Ter austeridade fiscal que nós já tivemos. Só que o PT parece que quando uma coisa dá certo, ele faz questão de querer revê-la, que ele acha que ele pode fazer melhor, né? Aqui é o país, assim,
deu errado no mundo inteiro, mas nós vamos tentar aqui porque aqui pode dar certo. Parece que eles têm essa visão eh de querer implementar. Já tivemos eh um período longo, FHC, eh Lula 1, dois, com uma certa austeridade fiscal e agora eles estão, né, querendo reinventar a roda novamente, achando que gastar mais é a solução. Me parece que é um projeto eleitoral, né? Só pode ser, mas pelo que eu tô vendo, né, vai ser um tiro no pé, porque a inflação tá cada dia maior, a taxa de juros subindo e a economia desacelerando, né, tudo
ao mesmo tempo. Isso aí uma hora não dá certo. E o que tentaram lá atrás, eu me lembro muito bem que eu ainda tava à frente da empresa, foi colocar anabolizante na economia. durante um tempo você até consegue mostrar musculatura, vigor, mas depois vem os efeitos colaterais. Então, eu acho que dessa vez eh nós ainda estamos com economia que foi muito afetada pela recessão de 2015 16. Eh, o efeito desses anabolizantes vão ser até eh muito menos potentes do que foram lá atrás, quando a economia do Brasil ainda tava mais robusta. eh naqueles anos 2011,
12, 13, quando eles começaram a fazer aquela quantidade de bobagens, estão repetindo agora, mas vamos dizer, o doente hoje tá mais fragilizado do que estava naquela época. Então, nós vamos ter aí tempos sombrios pela frente, mas espero que as eleições de 2026 venham a dar um alento para nós. Dando um pouco de cor a essas essa resposta do governador e a sua pergunta, né? Matéria do Estadão dessa semana que a gente grava. Lula turbina salários de 323 aliados com cargos em conselhos. A gente aqui investe em algumas empresas da bolsa que tiveram algumas indicações um
pouco controversas de conselheiros, né? Mas o que os cargo de conselheiro, né? Às vezes a empresa pode remunerar em até R$ 80.000 um conselheiro de uma empresa. Então dá meio que uma turbinada no salário do dos aliados do governo, né? Enfim, eu acho que um pouco desse dessa austeridade que a gente precisava ver eh liderando no federal, não só no no estadual. Governador, queria entrar no assunto, pois que você até já expressou uma preocupação com a conotação política que o judiciário brasileiro teria tomado, né, afirmando que o Brasil precisa de mudanças no judiciário. Que mudanças
que de que forma que a gente poderia modificar isso? Como você enxerga o uma mudança nesse lado que aí já foge um pouco ali da esfera, né? Acho que aqui a gente falou muito das medidas que você fez no estado de Minas Gerais, que, pô, tendo uma equipe bem alinhada, todo mundo pensando junto, você consegue. Mas no lado judiciário, que que daria para ser feito? Salomão? Eh, nós somos três poderes, né? executivo, judiciário e legislativo. Eu sempre fico desconfortável para falar sobre os outros, mas eu sou da opinião que o que vale para um deveria
valer pros outros. Lá no governo executivo, aonde eu estou, ninguém ganha acima do teto de salário. Nós temos um teto que a Constituição eh determina. nós não temos lá eh nada extra. Por que que em algumas áreas existe, né, o que se chama aí de penduricalos lá no poder executivo, se alguém cometeu algum ato antiético, algum ato grave, ele vai sofrer um processo administrativo e vai ser demitido se provar que ele não agiu corretamente. Por que no judiciário, às vezes no legislativo, isso não acontece. né? Porque o peso e a medida é diferente? Aonde tem
ser humano, tem muita gente honesta e tem alguns desonestos. E eu sou da opinião que quando você tolera os desonestos, você acaba manchando e prejudicando a imagem dos honestos, que são a grande maioria dentro daquele grupo ali. Então, eu sou favorável eh a mudanças eh numa reforma administrativa que elimine alguns diferenciais que algumas categorias t, porque somos todos servidores públicos. Sou governador de Minas, eu não tenho penduricalo. Eh, eu não tenho uma série de privilégios. E por que que eh algumas categorias precisam disso, sendo que já recebem até super salários já? Você concorda? Alguém quer
enriquecer? Venha ralar aqui igual vocês, não é isso? Monta um escritório de advocacia, vai atrás de cliente, aí você vai ganhar 1 milhão, dois. Nós vamos ficar caladinhos agora. Querer ganhar do pagador de impostos aí não tá certo não. Querer ganhar da estrutura pública, a estrutura pública foi feita para servir. Parece que esse é o problema aqui do Brasil. E não para privilegiar alguns que acham que podem ser privilegiados. Acho que todos têm direito de querer ser milionários, bilionários, mas não no setor público. Lá você está lá para obedecer a lei. Tem um teto de
salário, você tem de saber que aquele ali é o máximo que você vai ganhar. Agora o seu plano pessoal é ganhar muito mais, vai pro setor privado. Agora parece que tem gente que quer ficar no setor público com segurança, com estabilidade, com poder e mexer as regras em favor próprio da sua categoria. Aí tá errado. Então eu vejo que há um desbalanceamento muito grande, eh deputado federal fazendo barbaridades aí e o corporativismo mantendo ele lá. Não, né, pessoal? Nem nem fica corado, né? mesmo com a exposição que tem, não há constrangimento. E isso seria ótimo
paraa grande maioria dos funcionários públicos que estão submetidos ao que eu estou falando. É uma minoria que não está, você tá entendendo? e que acaba ficando mal vista por causa de um grupo, sei lá, de 5% que tem privilégios, que tem um tratamento eh diferenciado. Então, assim, eh causa muita indignação você ver, né, alguém cometer um crime, em vez de ser demitido, ele é afastado, ele é premiado. Você concorda? aposentadoria compulsória, périas de 2 meses por ano, porque aqui a carga de trabalho é maior. Eu queria que eles me acompanhassem visitar 10 em 10 cidades
num dia, como eu fiz aí há pouco tempo atrás, entendeu? Você acorda 6 horas da manhã, se der tudo certo, 11 horas você chega no hotel, tá entendendo, né? Então, é, e e assim, se você quer servir o público, se você fala que você é tão eh benemérito assim, né, esteja disposto a ganhar um teto que para a grande maioria dos brasileiros seria o quê? Um um prêmio, não é? Acho que menos de 5% dos brasileiros deve ganhar o que que é o teto no setor público hoje? 40.000 é o salário do ministro do Supremo,
né? E e é alguma coisa assim, não é isso? É próximo disso aí. É, tem muitos empresários aqui que vão nos escutar que não faturam isso por mês. Você concorda? Faturamento, né? A margem é às vezes é é 10, é 20, é 30% disso. Então, eh acho que eh precisamos ter assim uma mentalidade de querer servir mais e querer eh usar, ser servido menos. Josué Guedes, vou deixar contigo a agenda do governador tá tá se encerrando. Fazer aí mais uma pergunta, talvez duas antes do pingpong. Vai entrar pro pingpong. É, não, só tem uma aqui.
Zema, eh, o que que governar, quase 8 anos aí de governo de Minas, o que que governar Minas te ensinou sobre o Brasil ou sobre o brasileiro que você não sabia? Ó, me ensinou que no setor público tem muita gente boa, muita. Eh, aonde você vai, você vê pessoas excepcionais, comprometidas. Agora, o que que acontecia antes? Você tinha um general que mandava esse pessoal lutar a luta errada. Você concorda, não é? Aí aí é o pior dos mundos. Então, por isso que eu falo que eu sou confiante no Brasil. Você tem muita gente que sabe
fazer direito, mas não consegue caminhar no sentido certo, porque quem tá liderando manda e remar em outra direção. Então essa acho que foi uma das grandes surpresas. Eh, para mim que não venho do setor público, eu falo que cada ano como governador foi um doutorado que nenhuma faculdade teria me ensinado tanto, porque eh para mim tudo foi de certa maneira novo. Você concorda? Se eu tivesse ido administrar outra empresa de vareja, eu não teria tido a oportunidade de aprender como eh eu aprendi nesses 6 anos e 4 meses. E eu vejo que eh estando lá
dentro, né, que você precisa mudar muito essa forma de pensar, que muita gente vê o estado como um meio de vida e não o estado como um instrumento para desenvolver a sociedade, né? né? O estado é para mim ganhar dinheiro, o estado é para mim distribuir favor aqui e não o estado como indutor do desenvolvimento econômico e social. Então, acho que lá em Minas nós conseguimos mudar um pouco essa chave. Não vou falar que eh mudou o que precisava, não, mas mudamos um pouco e vamos deixar. Eh, eu recebi um estado caótico, um cemitério de
obras inacabadas e eu vou entregar o oposto, um estado com contas em dias e um canteiro de obras em andamento. A concluir, as grandes obras no s eu não vou inaugurar, os meus sucessores é que vão. Eu falo que lá com a maioria dos governos plantam é soja e milho para poder colher rapidinho. Lá eu plantei muito, foi mogno e eucalipto. Os meus sucessores é que vão inaugurar o anel metropolitano, o rodo anel metropolitano. Aqui em São Paulo vocês já têm, Belo Horizonte não tem ainda. Vai inaugurar o meu sucessor, a linha dois do metrô,
obra já iniciada, concedida já. A duplicação Belo Horizonte Ouro Preto, a duplicação Belo Horizonte Brumadinho, Inhotim e muitas outras obras aí. Então isso na política é raro alguém fazer algo para outro colher, mas para mim não tinha nem se eu quisesse tinha como ser diferente porque não tinha nada. Eu tinha era de pagar a dívida, ainda tô pagando e tô deixando tudo isso estruturado. E e um detalhe, o dinheiro tá reservado, né? Porque nós já fizemos já o compromisso com as a a as concessionárias, etc. Muito bom, muito bom. Bom, governador, agora a gente vai
entrar no momento mais confortável do papo, ping pong, aquele momento que a gente fica sabendo um pouquinho mais os gostos literários e musicais do convidado. Eh, lembrando, todos os livros que os nossos convidados, o Marketmakers sugerem, estão em contato@makers.com.br. Eh, governador, vou começar pelo sugestão de livro para ler. Qual o recomendação que você dá pra nossa audiência? Eu já li muitos livros, ainda sou um leitor, né? Apesar do pouco tempo, às vezes eu perco sono e pego lá o livro para ler final de semana também. Mas um livro assim que me marcou muito, que você
vai conhecer, vai no mesma linha aí do Malcolm Gledwell, né, que tem vários, foi o livro previsivelmente irracional do Dan Ariel, né, um autor israelenseum que eh de certa maneira prova que nós somos irracionais e de maneira previsível, né, por incrível que pareça, né? Então, é um livro assim bom paraa gente ver como que o ser humano pode muitas vezes eh ir numa direção de maneira previsível e totalmente irracional. E os outros livros deles são bons também. Tem aquele lá sobre desonestidade, eh tem alguns outros, mas os do Malgadel são excelentes também. É, a gente
falou antes da gravação do Malo, foi uma grata surpresa saber que é os livros do Adam Grant também são muito bons, né? Tem um dele que fala sobre a doação, não é isso? Que é excelente também. Eh, que as pessoas que se doam são aquelas que mais prosperam de certa maneira. Eu não vou lembrar isso. Dar e receber. Isso. Aquele do eh do hábito também, que é o mais antigo, é muito bom também do habit no o poder do hábito ou o poder do hábito. Isso. Ah, o poder do hábito. Poder do hábito. E e
o do Prêmio Nobel também, aquele rápido e devagar, excelente também. Isso, rápido e devagar. Então são muitos aí que acho que são livros assim que ensinam sobre a natureza humana e e faz a gente até ter mais cuidado com aquilo que nós fazemos e decidimos. Você concorda? Você que é do mercado financeiro, não é? É, é. E o rápido devagar, eu sempre dou essa recomendação para quem não leu. É o Daniel Canneman, o autor do livro, faleceu ano passado e nesse ano foi ao ar no Wall Street Journal a matéria contando sobre a morte dele,
que foi revelado só esse ano, que ele optou pela o que é chamado lá fora do É como se fosse uma eutanásia, mas você não estava doente para isso é aquele aquela morte assistida. E ele conta o é o relato escrito por um o Jason Suig de por que ele escolheu isso. Então assim, é uma é uma reflexão muito interessante sobre a vida, né, e a escolha que ele teve. Eh, um cara que realmente pensava muito diferente da imagia muito esses livros, né? Você concorda, né? E não são livros ideológicos, nada, só falam sobre a
natureza humana. Quem entende um pouco da natureza humana sabe que essas propostas da esquerda nunca vão dar certo. Agora, governador, essa aí não sei se vai ter político geralmente fica um pouco mais contido nisso, mas a gente também pede um livro para não ler. Você tem uma recomendação de livro para não ler? Ó, eu acho que eu tenho, né? Todos esses livros aí de autores marxistas, leninistas, trotquistas, né? Isso aí é eh você lê, vamos dizer, algo que já tá comprovadamente eh inviável, né? Que só trouxe coisas ruins paraa humanidade, morte, destruição, radicalismo, doutrinação que
não leva a nada. Então, acho que ela é leitura para contaminar a mente. Uhum. Né? Eh, eh, é, é querer trazer para a terra o paraíso. E nós sabemos que nós estamos na terra, né? Não tem paraíso na terra. Aquele que quer te propor o paraíso na terra, cuidado com ele, vai tá te lesando, né? É querer vender alguma coisa que não existe. Governador, uma música. E por que essa música? Bom, o filme é antigo, mas eu assisti ele, eu me lembro, fazendo o ensino médio em Ribeirão Preto, eu gostei demais da música Sounds of
Silence, do Simon e do Garfonkel, muito boa. Daquele filme A Primeira noite de um homem, né? Eh, acho que naquela época lá eu tava um pouco apaixonado, então eu escutava a música mais ainda, sabe? Eh, então, eh, me marcou muito, eu gosto, né? Uma melodia muito bonita, são vivos ainda, né, os cantores, não são, né? Mas não vamos ficar só numa não. Eu gosto muito das músicas do Simple Minds também. Olha lá, né? E vamos pegar brasileiro também. Gostava muito das músicas do Rich, Menina Veneno, né, e outras lá também que tinha. Então, temos de
lembrar dos brasileiros aqui também. Muito bom, muito bom. Um convidado que você gostaria de ver aqui contando a história dele para nós no Marketmers. Ó, eu gosto dele, estive com ele ontem, né? Um empreendedor nato e a gente até se dá bem. O João Adib. Opa. Ele tá aqui do lado, ó, né? Ele vem a pé aqui, ó. Não, é só é só chamar que ele vem. Manda um WhatsApp para ele quando for pro episódio, manda lá para ele e fala: "Ó, fala com os meninos lá". Chama também um mineiro que tem contribuído muito aí
com a direita, o Salim Mat. Não sei se você já chamou também ou não. Eu sei que ele tá meio recluso para falar. A gente já chamou, mas talvez se você falar para ele também, pô Sal, vai lá que vale a pena. Quando eu fui pra última, penúltima vez que eu fui pra BH, eu vi uma palestra dele muito boa. Seria muito legal o Salin Matra falar. Agora, para fechar, qual a maior gentileza que já fizeram na vida de Romeu Zema? Ó, tem algumas coisas que marcam muito. Então, eh, eu estava lá em Ribeirão Preto
fazendo o ensino médio. Eu faço aniversário dia 28 de outubro. Então, no dia que eu fiz 18 anos, eu tava na véspera de prestar o vestibular. vestibular seria ali em dezembro, janeiro, né? E naquela eh disciplina para estudar, era aula o dia inteiro, estudando sábado e domingo, ia prestar vestibular da USP, da GV, vestibulares difíceis. E um dia, no dia do meu aniversário, nós tivemos aula lá até 10 horas da noite, né? Não sei se ainda existe hoje o tal do terceirão, né? que é você fazer o terceiro ano junto com o pré-vestibular. Então, tinha
tido aula o dia inteiro e nós terminamos a aula 10 da noite e um colega meu falou: "Ó, eu tô com fome, vamos comer ali um sanduíche". Eu morava num pensionato lá em Ribeirão Preto e aí passamos lá no sanduíche, deve ter durado aí uns 15 minutos. E na hora que eu chego no meu quarto lá na pensão, tá praticamente a sala inteira que estudava lá no Ângulo comigo dentro lá para cantar um parabéns para mim. E e aquilo te deixa, vamos dizer, meio emocionado, né? O pessoal me atrasou ali para comer um sanduíche para
eles terem tempo de todos para lá para poder eh comemorar lá o meu aniversário. Eh, todo mundo estudante, nem tinha comes e bebes, mas teve aquele calor humano ali e eu senti, né, como eu era querido ali pela turma lá do Ângulo de Ribeirão Preto, que tava lá fazendo pré-vestibular comigo. Não sei se isso é cortesia, mas foi algo assim que me marcou muito, né? Porque eh eu não tava esperando. Eu cheguei e abri, né, a porta, entrei no quarto, na hora que eu vou acender a luz, tem lá 30 pessoas lá dentro cantando parabéns.
Então, eh, você fica satisfeito de ver que as pessoas, eh, gostam de você. Legal, muito bom, muito bom. Governador Romeu Zema, obrigado por ter vindo, obrigado pelo que você tá fazendo pelo estado de Minas Gerais e consequentemente pelo Brasil. A gente torce que seja um exemplo para as futuras lideranças políticas do Brasil. Obrigado. Eu é que agradeço, Salomão, Josué, espero ter contribuído aí e contem conosco lá em Minas, estamos à disposição. E trouxe aqui o quê? Eu sempre, ô louco, eu sempre faço propaganda de produtos mineiros. Olha lá. Ah, que maravilha. Esse aqui é o
cachaça mineira. Confesso que eu gosto antes de um churrasquinho. Tem aí um azeite. Azeite de abacate. Opa. E um café. E um café premiado aí. Café hoje em dia é is presente luxo, hein? É. E esse aí é é dos melhores que nós temos lá. Deixa eu ver aqui. Não, vou até tirar aqui então para mostrar. Peg Campos Val. Olha lá. Que maravilha, pô. Obrigadão. Agora já ganhou, já tinha ganhado o nosso coração. Agora ganhou também aqui. Ontem, ontem eu dei uma sacola dessa pro João da Simed. Tive lá uma reunião com ele. Aí ele
me falou: "Ó, na próxima vai ter produtos da Simed produzidos em Minas também, né? O João mosqueteiro, né? Excelente. Então a sacola nossa tá encorpando com o tempo aí, né? Tudo produção mineira e e a gente costuma levar queijo, mas como a viagem foi meia longa, queijo estraga. Da próxima eu trago. E eu fiquei até pensando aqui, devia ter trazido um pãozinho, uma cestinha de pãozinho de queijo pra gente colocar pro governador comer aqui. Mas, pô, com esse daria um contexto bom, né? É, já e abacate, esse azeite é algo meio novo. Abacate é uma
azeitona gigante. Não sei se você já tinha parado para pensar. Eu não sabia não. Quando eu fui lá conhecer essa produção, ela tem óleo tanto quanto azeitona e o azeite excelente. Quem quiser saber se é bom ou não, depois vai lá no Saloman e no meu Instagram vou fazer um um react do Mas quem sabe a gente faz a segunda edição lá em Minas em 26, né? Aí a gente come um queijinho lá com o governador. Maravilhoso. Convidados. Bom pessoal, desse jeito a gente se despede aqui. Valeu demais quem acompanhou até o final. Like no
vídeo, se inscreve no canal. Toda terça e quinta 18 horas tem episódio novo do Marketmers. Lembrando que a gente não é só podcast, temos a nossa newsletter para mais de 50.000 pessoas. Temos o M3 Club, nossa consultoria e muitas coisas mais que você encontra em mers.com.br. B, até a próxima e tchau.