amor fati.

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Tinocando TV
Friedrich Nietzsche é o maior nome da filosofia desde Sócrates. E se você pudesse perguntar para ele...
Trascrizione del video:
Seja membro do canal e ganhe benefícios. Friedrich Nietzsche é o maior  nome da filosofia desde Sócrates. E se você pudesse perguntar para  ele qual caminho seguir na vida?
Qual o sentido da nossa existência? Possivelmente sua resposta teria  apenas duas palavras: Amor Fati. Em sua própria autobiografia,  Nietzsche escreve que “a minha fórmula para a  grandeza humana é amor fati.
” Talvez você já tenha ouvido  falar sobre esse conceito antes mas saiba que muito do que  as pessoas ouvem é mentira. Eu preciso deixar um alerta aqui no início  desse vídeo de que, na minha opinião o amor fati é o conceito da filosofia que  mais chegou perto de desvendar o universo nenhum homem chegou tão próximo  disso quanto Friedrich Nietzsche. Mas o que diz esse conceito?
E como aplicar ele na sua vida real? Esta é a fórmula que Nietzsche  encontrou para a vida. Então, seja bem vindo ao Amor  Fati, hoje no filosofando.
Oi, eu sou o Tinôco já se inscreve no canal e nossa história começa no longínquo ano de 1882. Neste momento, Nietzsche estava muito longe  de ser o grande pensador que nós conhecemos. Aqueles que o observavam de fora  viam um homem à beira do colapso: todos seus livros publicados  foram um fracasso de vendas suas ideias eram completamente  ignoradas pelo meio filosófico sua família não o apoiava, inclusive,  o desincentivava a seguir nesse meio sua saúde era frágil como um cristal e a sensação completa de solidão  intelectual o corroía por dentro.
Nesse contexto de arrependimento,  tristeza, dor e isolamento ele poderia facilmente ter sucumbido  ao peso esmagador de sua realidade. No entanto, ao invés de ceder, Nietzsche foi  capaz de transformar todos esses sentimentos em uma das mais belas filosofias  conhecidas até então: o amor fati. Esse termo deriva do latim e pode ser traduzido para “amor ao destino” ou “amor aos fatos”.
Esse “amor aos fatos” diz sobre você  aceitar o mundo como ele realmente é. A realidade não precisa ser melhor  ou pior, ela basta por si só. Afinal de contas, a realidade não é boa, nem ruim ela está além desses conceitos.
Quando você desconstroi as  ideias que tem na sua cabeça e tenta ver o mundo como ele realmente é sua vida muda de uma vez por todas. Grande parte dos nossos problemas  estão dentro da nossa própria cabeça. Grande parte do nosso mundo está aqui.
Nós nos apegamos em cenários  hipotéticos passados e futuros que não existem na realidade. Santo Agostinho já falava que o passado  é memória e o futuro é expectativa logo tudo que há é o momento presente. Nós nos apegamos a ideias e conceitos  que não existem no mundo real no mundo fora das nossas cabeças.
Isso tudo está enraizado na ideia de uma  falsa sensação de existência do próprio “eu” tanto que uma das maiores críticas de Nietzsche é quanto a noção de identidade pessoal ou seja, de que existe um  eu imutável e fixo no tempo. Ano passado eu li um livro muito bom que  chama “Nietzsche e a filosofia budista” que você deve ter visto nesse vídeo  aqui, o top 10 livros de 2024. Esse livro fala principalmente sobre como  nós criamos uma ilusão de que o “eu” existe.
O “eu”, a minha vida, minhas  experiências, meus sentimentos só existem dentro da minha própria cabeça logo, nós nos iludimos acreditando que  essa falsa consciência é o mundo real mas não é. A realidade está além do que nós conseguimos  imaginar dentro de nossas próprias cabeças. Com o amor fati, você começa a perceber  que sentimentos considerados ruins como a dor de uma perda ou o sentimento  causado por alguma experiência não precisam ser vistos como algo ruim.
Isso tudo faz parte da nossa realidade  e, como o próprio Nietzsche diz está além do bem e do mal. A origem do amor fati tem uma  semelhança com o conceito do estoicismo. Para os estoicos, a vida é  governada pela causalidade ou seja, pelo simples fato de que tudo é uma  consequência de infinitos acontecimentos passados de uma complexa interconexão  de causas e consequências.
A partir desse ponto de vista cada acontecimento da sua vida não poderia ter  sido diferente do que é. O que nos leva diretamente a  uma questão chave dos estoicos: lamentar o passado, ou desejar que  as circunstâncias fossem diferentes é puramente uma perda de tempo ou melhor, uma resistência  ao fluxo natural da vida. Eles falam, justamente, que  muito dos nossos sofrimentos está no simples fato de que nós nos  apegamos a uma realidade que não existe.
Por exemplo, nós imaginamos um cenário ideal que poderia acontecer na nossa vida no futuro. Por isso, nós nos apegamos a ele e qualquer coisa diferente do que  nós tínhamos imaginado nos causa dor. Mas é importante perceber que essa  “realidade ideal” nunca existiu.
Ela estava o tempo inteiro  dentro das nossas cabeças. Obviamente, a gente precisa deixar  claro que Nietzsche odiava o estoicismo. Isso porque, embora ambos  defendam a aceitação dos fatos Nietzsche enfatiza a necessidade  de nos afirmamos em vida expondo nossas emoções, sentimentos e sensações.
O estoicismo, por outro lado, prega o auto  controle e o domínio das emoções e sentimentos o que para Nietzsche é ilusório. Ficar nesse papo de que eu sou um  personagem de anime frio e calculista que controla as emoções é coisa de adolencente que acha que é o Light. O problema é que nós comparamos  a realidade que nós imaginamos com a realidade que vivemos e nos frustramos por perceber que  a realidade poderia ser bem melhor.
Mas percebe bem o que você está fazendo. Você está criando um cenário  hipotético para a sua vida onde você não tem controle  sobre como vai se desenrolar e fica chateado quando ele não acontece. Sendo que ele nunca existiu.
A gente faz isso inconscientemente e o grande ponto é que nós  precisamos tomar consciência que estamos fazendo isso e lutar contra. A realidade está no aqui e no agora e não em um cenário hipotético  dentro da sua própria cabeça. Todas essas ideias nos trás  diretamente ao amor fati.
Muitas pessoas traduzem essa  expressão como “amor ao destino” no sentido de você amar um futuro pré-determinado como se tudo na sua vida já estivesse escrito mas essa visão é incorreta. O “destino”, nesse sentido, quer  dizer algo que você não pode mudar. Logo, o amor fati, é abraçar  tudo o que pode acontecer.
Não é sobre você escolher um cenário  hipotético ideal na sua cabeça e querer que ele aconteça é sobre perceber que existem infinitos  cenários que não estão ao seu alcance e amar esse fato independente. Acreditar que você pode  calcular todas as probabilidades e imaginar um cenário só te machuca ainda mais. Eu não sei se você já percebeu mas eu tenho que te dar a infeliz notícia de  que você não tem controle nenhum sobre o mundo.
Você não tem poder sobre como o mundo  vai se desenrolar fora da sua cabeça. E obviamente, a coisa mais importante de tudo isso é que Nietzsche fala sobre se afirmar em vida. Ou seja, não simplesmente ter uma  postura passiva de aceitar os fatos mas sim, ter uma postura  ativa, fazer suas escolhas se afirmar no mundo e aceitar  as consequências disso.
Logo, entender isso e amar a realidade  como ela é fora da sua cabeça é, na verdade, o supremo ato de amor próprio. Pois, não importa qual caminho  irá se desenrolar na minha vida afinal eu amo a minha própria vida  independente de qual caminho aconteça. Muitos de nós deitamos nossa cabeça no travesseiro e somos inundados por memórias  traumáticas e arrependimentos lembramos de infinitas possibilidades e caminhos que poderíamos ter percorrido.
No entanto, nenhum desses caminhos  existem de fato, eles não são reais. Cada decisão que você tomou  no decorrer da sua vida foi a única possível para aquele momento. Nós jamais devemos julgar  nossas escolhas do passado com o conhecimento que temos no presente.
Ao imaginarmos mundos diferentes acreditamos que eles são reais, mas eles não são. Por isso, o amor fati é uma  declaração contra o arrependimento é você olhar para toda a sua vida  composta de perdas, tragédias, decepções e entender que esta é a realidade e  você não precisa de nada além disso. O mundo onde você não passou por essas  perdas, tragédias e decepções não existe.
Seja lá o que esteja te mantendo  acordado durante a noite no final das contas, a realidade é o que importa. Não se deixe levar pelas ilusões das realidades  alternativas criadas na sua própria cabeça porque isso não é real. E aí você pode falar: é muito fácil  você falar isso, você é youtuber, irmão!
Você está aí com o ar-condicionado ligado você ganha dinheiro falando abobrinha na internet amar a realidade é fácil demais para você. E você está certo. Nietzsche chegou a falar sobre isso e o problema está justamente e novamente  nessa comparação de realidades.
Quando você está passando por  um momento difícil e complicado o que torna difícil amar a realidade  não é o peso da realidade em si mas sim o peso da comparação  entre cenários “melhores” que você criou na sua própria cabeça. Com esses cenários nos atormentando é muito fácil deixar de  enxergar a beleza do que temos e o presente se torna apenas um lembrete doloroso de todos os sonhos que não se realizaram. Nós nos afundamos em um profundo niilismo ou seja, numa crença no nada rejeitando qualquer tipo de  moralidade e significado na vida.
Com isso, nossa visão de mundo se torna completamente obscurecida  pela insatisfação e ressentimento sempre desejando que as coisas  fossem diferentes do que são. Nós deixamos de viver no agora e ficamos presos em um  passado que não podemos mudar ou em um futuro que nunca será o que sonhamos. É como se a vida nos devesse  algo que nunca chegou.
Isso não significa que você deva  simplesmente aceitar os problemas e conviver com eles até o final da sua vida. Você deve sim, tentar mudar o mundo ao  seu redor e transformar a sua realidade. Só que isso não vem a partir  de uma rejeição ao que é real mas sim de uma aceitação de que, com suas ações você molda o mundo ao seu redor,  transformando a realidade.
Ele pede para você tirar um pouco o foco em  denominar a sua realidade entre boa ou ruim justamente porque, como falamos, isso não existe. Nietzsche, em A Gaia Ciência, diz  justamente isso quando ele fala que “Não quero travar uma guerra contra a feiura. Não quero acusar; não quero nem  sequer acusar os acusadores.
E, considerando tudo e o todo: quero algum dia ser somente alguém que diz sim”. Quando ele diz sobre “não  travar guerra com a feiura” ele está falando justamente sobre essa  ideia de que a vida pode ser feia ou bonita boa ou ruim. Ela só ganha esses adjetivos quando nós  comparamos com realidades melhores ou piores mas quantas vezes eu vou ter que  dizer que essas realidades não existem e que não tem o menor sentido  comparar elas com a sua vida?
Quando ele fala sobre “dizer sim” à vida significa reconhecer que você  tem o poder de mudar seu destino e isso pode significar a coragem de  dizer "não" a uma situação destrutiva. Dizer “sim” pra vida, é dizer  “não” para algumas situações. Não porque você nega a realidade mas porque você afirma sua própria existência e seu desejo de uma vida melhor, mais autêntica.
Quando dizemos "sim" à vida,  estamos dizendo "sim" a nós mesmos à nossa capacidade de agir, mudar, de  encontrar propósito em meio ao caos. É isso que a filosofia do  amor fati quer nos lembrar: amar o destino é, muitas vezes, um ato de coragem de revolução interna e de  profundo autoconhecimento. É destruir o que fomos, desfazer as  partes de nós que não estão mais servindo e, em seguida, construir  algo novo sobre essas ruínas fazendo da vida uma missão  de esculpir a nós mesmos de acordo com o que acreditamos.
O grande objetivo do amor fati é a grandeza de uma vida que assume para  si mesmo a tarefa de se impor valores de carregar a si mesmo em direção a  algo que ela ainda não sabe o que é de afirmar até a própria afirmação. O que Nietzsche e sua filosofia pregam é a  ideia de uma atitude ativa perante a vida um desejo de si mesmo, de querer dominar, criar,  inventar e dar sentidos próprios à existência. O amor fati, portanto, nos  convida a amar não só o presente mas tudo que a vida nos oferece reconhecendo o valor de toda  experiência como parte do que somos e do que nos tornamos.
E aqui, Nietzsche argumenta que para  alcançar esse nível de consciência de estar realmente presente  no momento em que se vive é preciso estar constantemente preparado  para as inevitáveis mudanças da vida. Ao contrário de uma abordagem que busca  o controle sobre as circunstâncias o amor fati sugere que devemos abraçar  o movimento constante da existência reconhecendo que a vida é marcada  por fluxos e variações ininterruptas. Essa perspectiva da vida ecoa  das ideias de um outro filósofo: Heráclito, um pensador  pré-socrático da Grécia Antiga que disse a famosa frase de que “ninguém  pode entrar duas vezes no mesmo rio pois quando se entra novamente nem você nem as águas do rio serão as mesmas”.
E é justamente quando entendemos  que a vida é composta de ciclos que momentos de dor não são eternos e que momentos de alegria também são transitórios que conseguimos viver com mais leveza. Nesse sentido, entender que  a existência é passageira é fundamental para compreender  o que significa estar vivo. E essa compreensão da transitoriedade da vida é especialmente importante quando precisamos  enfrentar a perda de um ente querido como um pai ou uma mãe.
Como podemos nos despedir de uma pessoa  que esteve conosco por toda a nossa vida? Com o tempo, por mais amedrontador que isso seja vamos aprendendo a lidar com o medo  de viver o resto de nossas vidas sem a companhia dessa pessoa. Mas independente da forma que cada um  de nós encontra para lidar com o luto é preciso lembrar que o luto não  é somente sobre dor ou tristeza mas principalmente sobre amor.
É o que eu sempre digo: todo  amor um dia vai virar saudade. E é aí que o amor fati entra: aceitar essa dor, não como  um inimigo a ser vencido mas como parte de quem você é agora. Uma coisa que precisamos entender é que os sentimentos são parte da natureza humana eles não são controláveis e  também estão além do bem e do mal.
O amor e a raiva não são sentimentos bons ou ruins os dois estão querendo te dizer  algo que está além da moral humana. Por isso, sentir ansioso, por  exemplo, durante a vida, é normal. O amor fati não vai te impedir de sentir ansiedade mas vai amenizar a dor desse sentimento.
Porém, apesar desta ser uma mensagem significativa isso tudo ainda é muito abstrato pois mesmo que consigamos entender  o objetivo da filosofia do amor fati não é tão claro como podemos aplicá-la  tão intensamente em nossas vidas. Para isso, existe um outro conceito  também desenvolvido por Nietzsche que está intrinsecamente ligado ao amor fati e serve como uma ferramenta mental que nos ajuda a encarar a vida  de forma mais ativa e afirmativa. Para este conceito, Nietzsche  deu o nome de “eterno retorno” e para entender o que isso significa é necessário se imaginar revivendo toda a sua vida da exata mesma forma, infinitas vezes.
Isso significa que cada escolha  que você fez, faz e fará será vivida e revivida de  novo e de novo infinitamente. Ao imaginar isso, você coloca  um peso maior no presente na ideia de que você está vivo e tem  controle sobre suas próprias escolhas. Assim, o objetivo é que você escolha apenas aquilo que esteja disposto a  escolher por toda a eternidade algo que escolheria novamente infinitas  vezes mais, sem arrependimentos.
No entanto, mais uma vez, apesar deste  ser um conceito relativamente simples o eterno retorno é também extremamente  difícil de ser aplicado integralmente pois ele coloca um peso muito  grande em cada decisão que tomamos e escolher apenas aquilo que estamos  dispostos a escolher por toda a eternidade é um constante ato de coragem. Quantas escolhas nós fizemos por nós mesmos por um simples desejo de viver  de acordo com o que acreditamos? E quantas escolhas fazemos por medo ou fraqueza temendo as consequências de dizer  sim para a vida que queremos?
O amor fati é o resultado  desta seleção das forças ativas de escolher agir com coragem e buscar  aquilo que nos faz crescer e mudar. E, muitas vezes, quando tomamos decisões  baseadas no medo e na insegurança deixamos de ser autênticos e  passamos a viver numa mentira mentira essa que contamos para nós mesmos. O problema é que mentir para si mesmo  é como construir uma prisão invisível uma ilusão que, aos poucos,  vai te afastando da verdade e te afundando em um limbo existencial.
Talvez, a palavra chave para entender  o amor fati seja autenticidade. Esta é a grande tragédia de mentir para si mesmo é isso que nos mantém presos  em um estado de constante fuga onde estamos sempre buscando algo além uma saída que nunca chega um futuro ideal que nunca se materializa. Amar a realidade como ela é, é o  primeiro passo para quebrar essa prisão.
Não é sobre buscar algo além, algo ideal é sobre aceitar que a vida, com todas  as suas dificuldades, incertezas e dores já é suficiente, já é digna de ser vivida e amada. Quando você para de mentir para si mesmo quando você para de fugir  do presente e do que é real você começa a ver a vida como ela é e, nesse momento, os problemas  que antes pareciam insuperáveis começam a parecer menores, mais tangíveis. Quando você traz suas preocupações  para o plano da realidade elas se tornam mais simples  de lidar, mais concretas.
Às vezes, você só percebe o  tamanho dessa bola de neve quando já é tarde demais quando ela já te arrastou para um lugar  onde você se sente completamente perdido. Mas o simples ato de perceber essa mentira de perceber o ciclo de negação já é o primeiro passo para se libertar. Não porque a realidade seja fácil mas porque ela é a única coisa verdadeira.
Em última instância, aderir ao amor fati  é responder a uma pergunta muito simples: “Você ama a vida? ” Ao ouvir essa pergunta é natural que pensemos nos momentos  felizes e prazerosos que vivemos e, apesar dos momentos ruins podemos chegar a conclusão de  que sim, de que amamos a vida. Porém, responder dessa forma é fugir da pergunta.
Isso porque, quando eu pergunto se você ama a vida eu quero dizer a vida em sua totalidade e não apenas suas partes boas e felizes mas também suas partes trágicas e dolorosas. Afinal, é isso que a vida é, um  conjunto de experiências boas e ruins. Portanto, amar somente as partes  boas não seria amar a vida mas sim amar um ideal da vida ou seja, amar uma ideia de como  achamos que a vida deveria ser.
E é justamente aqui onde muitos de  nós caímos em uma armadilha sutil. Isso porque, enquanto tivermos um ideal  na nossa cabeça de como a vida deveria ser seremos para sempre escravos dessa  ilusão criada por nós mesmos. Dessa forma, ao dedicar toda sua vida à uma  ideia que acha que irá lhe trazer felicidade você mesmo se impede de amar sua vida como ela é ou seja, enquanto insiste nesse amor por um ideal será sempre impossível amar  o real, o que é aqui e agora.
Por isso o amor fati é tão incisivo  ao pregar um amor pela vida como ela é incluindo suas injustiças e partes indesejáveis simplesmente porque é assim que a vida é. Afinal, não adianta esperar do  mundo mais do que ele pode dar. Portanto, ao aceitarmos e compreendermos  que nossa existência aqui é passageira que ela é uma chance única e preciosa torna-se uma conclusão natural, e quase inevitável querer aproveitá-la ao máximo  e amá-la da forma que ela é.
Nietzsche, inclusive, interpreta  a vida de Jesus Cristo como alguém que viveu em total harmonia  com essa filosofia do amor fati. Isso porque, o filósofo  argumenta que a história de Jesus mostra um homem que saiu das margens da sociedade caminhando entre os marginalizados e oprimidos e desafiou o sistema vigente não com a intenção de destruir  ou condenar a realidade mas para viver e mostrar uma nova  forma de existência com novos valores – uma que não fosse guiada pelo ódio,  pela vingança ou pela sede de poder. Nesse sentido, o que distingue a figura de Jesus é sua capacidade de não lutar contra  a injustiça com ressentimento ou raiva mas com amor e aceitação profunda da realidade que é exatamente o que o amor fati propõe.
E, no final das contas é justamente isso que o amor  fati nos desafia a fazer: amar o que estamos experimentando aqui e agora e não tentar buscar nada além disso já que qualquer desejo ou ideal de algo além é um sinal claro de negação a  vida da forma que ela já é. E mais uma vez, não é um simples  ato de aceitar ou suportar a vida mas amá-la, a tal ponto que irá  querer revivê-la de novo e de novo em um eterno retorno. Por isso a pergunta “você ama a sua vida?
” é tão difícil de responder pois com a filosofia do eterno retorno em mente essa pergunta quer que você  se questione se está disposto a viver da exata mesma forma que viveu  e ainda vive infinitas vezes mais. E se não conseguir responder  um profundo sim para isso talvez seja um indício de que  não ame a vida em sua totalidade e ainda existem coisas que  precisa superar e aprender a amar. Assim, mais importante do que  responder o “quanto você ama a vida?
” é responder o “quanto você ainda pode amar? ” Eu comentei no início do vídeo que  amor fati mudou minha vida para sempre. Isso porque ela me fez perceber tudo que  existe além da minha própria consciência.
Eu era um homem completamente apegado a ideias e cenários que eu criava  dentro da minha própria cabeça. Durante um longo período de tempo eu precisei passar por uma  desconstrução de valores ideias e cenários enorme e  que não terminou até hoje. Eu aprendi muitas coisas nesse caminho e talvez a principal delas seja que  eu parei de mentir para mim mesmo e para outras pessoas.
A partir do momento em que eu me  baseei na realidade para viver eu não preciso de mais nada. Eu não fico pisando em ovos  para falar alguma coisa eu simplesmente falo o que eu vejo como real. E se você também se baseia na realidade não importa se o que eu falei é bom ou ruim afinal a realidade está além de tudo isso.
Eu sempre sou sincero com vocês e comigo mesmo então saibam que é de coração quando eu digo que o amor fati  mudou minha vida para sempre. Então lembre-se de que não é somente sobre  perceber e aceitar o mundo ao seu redor é sobre amar a vida e se afirmar nela. Tem um poema que eu gosto muito que eu queria deixar como reflexão  final aqui no vídeo.
Ele diz: “Daquilo que fui, nada restou. Porque o que fui nunca foi o que quis. E, por não ser o que quis, nunca soube ser.
E, por não saber ser, perdi-me no caminho. ” Bom, esse foi o vídeo, eu  espero que você tenha gostado. Produzir esse tipo de  conteúdo dá um trabalho enorme e se você tem interesse em ajudar  a gente a continuar produzindo você pode nos apoiar se  tornando membro aqui do canal.
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. ) do Getúlio Vargas e todo o drama por trás tá muito bem feito, eu garanto que você vai gostar e nós também temos a nossa  playlist especialmente de Nietzsche chamada “Nietzsche, apenas” só com vídeos nessa pegada que  você pode assistir clicando aqui. Enfim, muito obrigado pelo seu  acesso e até o próximo vídeo valeu, falou, um grande  abraço do Tinôco e lembre-se: A existência é passageira.
Tchau!
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