(RESENHA) CARTA AO PAI, de Franz Kafka

fala pessoal tudo bom Aqui é o Rodrigo Vilela E hoje nós vamos conversar sobre Um clássico chamado carta ao pai do escritor Fran kafica que eu li no caso nessa edição da editora antofágica que conta com tradução deixa eu dar uma olhadinha conta com tradução e notas de Pit rissa além de artes de Lourenço mutarelli de uns tempos para cá refletindo sobre autores clássicos que eu gosto eu decidi que eu quero ler vários livros do cafc no longo prazo se possível boa parte da sua obra tudo que eu li desse escrito até hoje me marcou

bastante de forma que inevitavelmente foi surgindo uma curiosidade em conhecer outros trabalhos dele tanto aqueles que não são tão conhecidos assim quanto títulos famosos que eu ainda não li carta ao pai era um dos principais livros dessa minha lista de leituras um texto autobiográfico bem impactante sobre a complexa e conturbada relação desse importante escritor com o seu próprio pai mas antes de entrarmos na carta em si acho importante eu considero importante contextualizar alguns aspectos que podem nos ajudar a compreender melhor aquilo que nós encontramos aqui em primeiro lugar para quem não conhece muito bem Fran

CFC foi um escritor que nasceu em 1883 na cidade de Praga cidade essa que atualmente é a capital da República Checa mas que na época era parte do império austro-húngaro O Legado da sua obra foi enorme Kafka é um dos grandes escritores do século 20 com trabalhos que muitas vezes se utilizam do Absurdo e do surreal para nos mostrar a condição humana no mundo marcado pela opressão pelo autoritarismo pela ingratidão e também pela falta de liberdade Além disso seus personagens possuem muita complexidade especialmente no aspecto psicológico algo que pode despertar algum tipo de identificação nos

leitores com relação às angústias e os problemas que eles vivenciam vários dos seus trabalhos também tiveram um rumo mais pessimista digamos assim por influência do seu pai um homem chamado Herman kafica Herman era judeu e também nasceu no império austro-húngaro ele vinha de uma família de Comerciantes de forma que acabou Seguindo os mesmos passos e abriu seu próprio negócio que era responsável por sustentar sua esposa e seus filhos a questão é que esse pai era muito diferente do próprio filho no caso Fran kafica enquanto o kafica era mais sensível conectado com as artes com a

escrita Herman tinha uma visão bem prática da realidade muito baseada na busca pelo sucesso financeiro Além disso foi um pai extremamente autoritário muitas vezes Cruel que ridicularizava ironizava desprezava atitudes e decisões do Kafka a chamada ca o pai veio como uma espécie de resposta do autor para tudo isso no caso foi a maneira que ele conseguiu expressar em palavras os sentimentos negativos provocados por essa figura paterna ela foi escrita em 1919 enquanto kafica passava suas férias no interior nessa época ele tinha terminado no noivado com Julio wac que no período era uma mulher que trabalhava

como camareira de hotel Kafka era muito inseguro Mas mesmo assim já demonstrava o seu desejo de casar algum dia fato que o pai não levava a sério ou muitas vezes não aprovava e também interpretava de forma equivocada essa mágoa com relação à postura do Herman Kafka diante da ideia do casamento foi um dos principais gatilhos do autor para ele finalmente colocar no papel tudo aquilo que ele tava sentindo a carta já concluída era enorme o manuscrito que também ganhou uma versão escrita em máquina conta com várias páginas e foi finalizado ao longo de algumas semanas

curiosamente ela nunca chegou nas mãos do destinatário Na verdade o autor deu a carta para sua mãe só que essa por sua vez não entregou ao marido o próprio Kafka também mesmo sabendo disso nunca tomou atitude de ir lá e entregar a carta diretamente pro seu pai acabou que esse texto só veio a público muitos anos depois a carta se tornou uma publicação póstuma assim como vários trabalhos do autor e foi publicada nela saiu pela primeira vez em 1952 o título no caso foi a escolha do seu amigo Max brod após essa breve contextualização quero

comentar agora com vocês com mais detalhes um pouco sobre o que que nós encontramos afinal de contas nesse livro a leitura se inicia da seguinte maneira vou ler aqui rapidamente para vocês querido pai recentemente você me perguntou porque afirmo ter medo de você como de costume não soube como responder em parte por causa do medo que tenho de você em parte porque há tantos pormenores justificando esse medo que sinto dificuldade em reuni-los numa conversa esse trecho Inicial já nos dá uma ideia de que o Kafka pretende tratar de várias coisas aqui de vários pormenores que

explicam o sentimento que ele desenvolveu pelo pai no primeiro momento o autor apresenta o ponto de vista do do Herman do seu pai uma perspectiva muito muito baseada numa espécie de orgulho né onde ele não não enxerga nenhum tipo de erro da sua parte onde ele consegue apenas apenas observar uma ingratidão do seu filho segundo o autor na visão do pai ele trabalhou muito para sustentar a própria família permitindo ao Kafka que ele pudesse se preocupar única e exclusivamente com seus próprios interesses em troca ele só queria um pouco de empatia algo que não recebia

do seu filho já que o Kafka parecia sempre sempre tentar se desconectar dele vivendo uma uma vida à parte a partir daí o autor da carta passa a falar sobre os seus próprios sentimentos ele trata das próprias memórias e tenta nos mostrar a inadequação daquele pai em ser pai tem um trecho no livro interessante que diz o seguinte vou ler rapidamente eu ficaria feliz em tê-lo como amigo como patrão como tio como avô até mesmo ainda que com mais hesitação como sogro apenas como pai você foi duro demais para mim Kafka a partir daqui começa

a destrinchar a imagem do Herman nos mostrando como ele era uma figura extremamente autoritária e que só sabia criar os seus filhos nesses termos como exemplo Kafka cita um episódio traumático da sua infância no caso ele fala sobre quando foi colocado para fora de casa de noite com a porta fechada pelo simples fato de que de que tava choram engano Pedindo água o pai que era um homem grande e forte foi se tornando aos poucos uma figura muito ameaçadora que conseguia respeito e obediência Com base no medo ele não notava e nem pare a se

importar com a personalidade mais sensível do seu filho tentou criá-lo com rigidez mas só conseguiu acentuar as suas inseguranças segundo Kafka o Herman também nunca achava que tava errado em alguma coisa tem um outro trecho sobre isso que eu vou ler aqui para vocês você governava o mundo de sua poltrona sua opinião estava correta todas as outras eram loucas exageradas estúpidas anormais sua autoconfiança era tão grande que você não precisava ser coerente e no entanto não deix deixava de ter razão também era possível que você não tivesse opinião nenhuma sobre um assunto e como resultado

todas as opiniões possíveis sobre o assunto deviam estar erradas sem exceção no decorrer da Leitura Kafka vai nos mostrando como o pai era uma figura agressiva provocadora sarcástica e que também não tolerava questionamentos Além disso outra característica muito forte era a hipocrisia já que ele exigia dos filhos coisas que ele próprio não praticava como vemos na carta a influência negativa do pai foi significativa e desenvolveu no autor diversos traumas vou dar uma lida em mais um trecho sobre isso aqui para vocês nunca entendi como você era tão completamente insensível ao sofrimento e a vergonha que

poderia me inflingir com suas palavras e seus julgamentos era como se você não tivesse a mínima ideia de seu poder Kafka nos mostra como a opinião do seu pai adquirir um peso desproporcional o que o incapacitar muitas vezes de tomar uma atitude sem sentir culpa Além disso fez com que ele tivesse constantemente um sentimento de de submissão de insignificância tornando-se inclusive uma pessoa mais calada isso tudo incentivou o autor a tentar se afastar se distanciar do pai seus escritos e o desejo de casar funcionavam muito nesse sentido serviam quase como um tipo de fuga só

que como veremos a questão do casamento em particular se tornou muito delicada era algo desaprovado completamente pelo pai que não levava as decisões do filho a sério e consideravam suas atitudes levianas isso foi a gota da água pro Kafka finalmente escreveu essa carta que por sua vez serviu para enfrentar né foi a sua maneira de enfrentar o seu pai mesmo que que no campo Imaginário já que como eu comentei antes o manuscrito nunca chegou nas mãos do Herman carta ao pai é uma leitura em tom de desabafo onde a tristeza prevalece tristeza essa provocada pela

falta de carho pela dor e pelo ressentimento familiar no texto cfk esclarece que não basta disponibilizar coisas no no aspecto material para automaticamente se tornar um bom pai a relação deste com os filhos se baseia em aspectos muito mais profundos muito mais complexos existe aqui um sentimento de culpa e repulsa ao mesmo tempo na mesma medida que Kafka não consegue ser aquilo que o pai espera ele também sente desprezo por aquela figura tão complicada nesse cenário de inadequação e traumas o sofrimento se torna inevitável o Kafka quer ser ele próprio só que com tantas inseguranças

cultivadas ao longo do tempo ele não vê nem a aprovação e nem o espaço para conquistar isso tem um outro trecho interessante do livro sobre isso que eu vou ler aqui rapidamente para vocês às vezes imagino mapa munde aberto e você estendido sobre ele então me parece que para minha vida só são levados em mod ação aqueles territórios que você não cobre ou que não estão ao seu alcance e de acordo com a ideia que tenha do seu tamanho não são muitos e não são áreas muito reconfortantes e o casamento em particular não está entre

elas tudo aquilo que o kfk expõe aqui parece ser fruto de muita reflexão de muito autoconhecimento mas também de muita mágoa são palavras fortes que questionam aquela ideia ilusória de que os filhos têm que ter inevitavelmente algum tipo de admiração pelos pais independente de qualquer coisa o aor nos mostra de forma detalhada como a sua vida foi muito impactada justamente por conta de uma paternidade tóxica e problemática temos reflexos disso não apenas no livro carta ao pai mas em vários títulos da sua obra como um todo bons exemplos são o livro A Metamorfose ou conto

veredito eu sei que eu já li vários trechos aqui do livro para vocês mas eu prometo que esse é o último e é inclusive um dos mais marcantes do livro na minha opinião vou ler rapidamente aqui minha escrita tratava de você apenas nela eu reclamava daquilo que não podia reclamar na sua cara era uma despedida intencionalmente prolongada mas forçada por você embora na direção que eu havia determinado não foi o meu caso mas se eu pudesse voltar no tempo hoje em dia eu iniciaria as leituras da obra do kafica justamente com carta ao pai eu

acho que é um livro que dá muita clareza sobre o porquê do cfca tratar tanto de temas como autoridade tirania impotência culpa e por aí vai enfim fica aqui a minha recomendação de leitura Eu particularmente gostei bastante de ler o livro nesse exemplar da antofágica que teve a gentileza né de me enviar esse exemplar aqui eu gostei muito da edição tanto pela tradução e pelas ilustrações quanto também pelos textos que tem no final do livro que complementam bastante a leitura vale muito a pena dar uma oportunidade para essa obra carta ao pai na mesma medida

que é um livro que nos coloca para refletir sobre a influência das relações familiares também é uma obra que apresenta a história de um homem tentando simplesmente compreender e entender melhor as suas frustrações suas dores e inseguranças bom é isso Pessoal espero que vocês tenham gostado desse vídeo de hoje dessa resenha do livro carta ao pai do Fran Cica aproveito também como sempre para lembrar que todo domingo às 18 horas tem vídeo no aqui no canal além de outros conteúdos que eu posso publicar aleatoriamente ao longo da semana e se você gosta do conteúdo do

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