e dê ao projeto boa noite nós estamos aqui para mais uma realização do projeto diálogos que é uma iniciativa do conselho regional de psicologia de são paulo que tem como objetivo registrar a história da psicologia através da história de personagens que se destacam na construção do conhecimento do fazer da ciência nessa área nós estamos hoje com muito prazer que recebemos portanto hoje a psicóloga maria helena sousa pato que do departamento de psicologia da aprendizagem do desenvolvimento e da personalidade do instituto de psicologia da usp que tem além disso uma vasta experiência na área de psicologia
escolar e para entrevistá lá nós temos de ter as escolas adriana marcondes marilene proença vanda maria junqueira e ana bock primeira pergunta que eu pensei foi sobre a tua trajetória profissional então gostaria muito que contasse um pouco a história do seu envolvimento com esse tema da psicologia escolar eu fiz psicologia na usp eo meu interesse por psicologia é foi como talvez interesse de todos nós por alguma coisa é muito dirigido direcionado a dentro da família não que houvesse nenhum psicólogo na minha família mas a minha mãe por questões a biografia dela uma mulher que queria
muito estudar e que acabou interrompendo os estudos e e ficou essa frustração evidentemente que foi a herdeira da da realização do desejo dela e ela tinha uma admiração muito grande por uma amiga dela psiquiatra a e ela queria que eu fosse ligado e eu vestir a camisa de alguma coisa se é só que se quer ver não dava porque a gente fazer um vestibular para medicina e eu sempre fui péssima em exatas gostava muito de humanas e fiz o clássico na época em que ainda havia aquela divisão e gostava de literatura e acabei então satisfazendo
minha mãe fazendo o curso de psicologia dentro do do curso de psicologia que eu fiz eu terminei o meu curso chegando na nos anos 70 num curso naquela época era um curso muito muito simplificado eu diria era um curso baseado nos manuais de psicologia dessa tecnologia clássica dessa tecnologia norte americana e único tema que me interessou foi um texto que me caiu nas mãos já no quarto e no quinto ano já não me lembro mais que era um texto sobre as crianças pobres as crianças carentes culturais é e o texto me lembro bem que se
chamava os falsos debs e isso de alguma coisa me pegou e me pegou e talvez novamente pela biografia não é porque eu fiz grupo escolar no bairro aqui da recém-chegada do interior num bairro da periferia de são paulo na zona norte um bairro chamado tremenda ela no pé da serra da cantareira eu fiz um grupo escolar que atendia uma clientela muito pobre eu tive coleguinhas muito pobres que vinham de uma favela de migrantes nordestinos e eu sempre me senti muito incomodada com aquilo porque eu era a primeira classe e já teria formalizado até a escola
e eu ficava muito incomodada revoltada com aquela diferença uma maneira com essas crianças eram tratadas na escola e eu tirava comunista a mãe da minha mãe era filiado ao partido comunista brasileiro e andou dando umas lições durante a vida me doutrinando né e juntou tudo isso esse texto fez muito sentido pra mim então a partir deste contato com esse texto que falava dessa coisa das crianças pobres que não são bebes na verdade são galinhas culturais ea questão toda a aprendizagem escolar e tudo eu comecei por aí e e aí entrei e daí não sair eu
passei a vida inteira não é mergulhada nisso eu dei psicologia escolar e problemas de aprendizagem durante 25 anos como é que você se vê resistindo a um movimento social uma força social que é sempre contrária às suas vontades há a resistência e se esse contra o discurso e se conta quadro que a gente vai procurando ajudar a construir e muitas pessoas a ver constroem-se conta quadro não é ajudam a construir una é uma coisa minha é eu comecei é é a consumir basicamente portanto fazer a crítica da teoria da grandeza cultural que foi a coisa
que me encantou e que me levou para a psicologia escolar é foi a partir de duas coisas não é primeiro a ida às escolas de periferia e aos bairros de periferia com grande desafio de realmente olhar para essa realidade observá-la de um amigo maneira vivida e pensar eu acho que isso eu aprendi fazendo alguns cursos a população quando estava preparando meu doutorado por exemplo o curso de gaia bose e outros cursos mas principalmente de cleia bose né que me mostrou como é que nosso olhar sobre a realidade passa por filtros que nos impedem de ver
lá é inclusive os filtros teórico os filtros dessas estereótipos rasos seu dos científicos quase quase senso comum não é que são essas afirmações dessa psicologia é superficial dessa tecnologia de algibeira quase a bom a partir daí a partir do momento que eu pude olhar para essa realidade vivê la lá e pensar lá criticamente é não tinha escolha eu tinha que começar a de alguma maneira denunciar a e de alguma maneira chamar os psicólogos para uma reflexão a respeito do exercício da sua profissão e fazer também a crítica da escola olha não é fácil a gente
ocupar o lugar de quem é diz o rei está nu eu fiquei aí dizendo olha o rei está nu rei está nu essa psicologia psicologia perigosas a psicologia é minha é afinada com os interesses não populares essa psicologia uma psicologia que contribui para a dominação é essa tecnologia chega a ser em determinados momentos criminosa essa psicologia pode é simplesmente é tirar de certas crianças e de certas pessoas o seu direito de cidadão e por isso eu disse até numa publicação aqui do do concelho que os laudos psicológicos eram verdadeiros crimes de lesa cidadania eu usei
essas pessoal e deve ter causado muita raiva entre os que se cometa cristas mas essa regra não chega até mim até porque eu nunca estou muito disposta não é bom resistir resistir resistir tudo o que eu escrevi foi nessa direção todas as palestras que eu fiz do iapó que o chuí foram nessa direção teve uma época teve de mala na mão no aeroporto indo pra lá e pra cá atualmente faço - isso né e não sei o que foi que isso não quis juntou é certamente está muito longe do que eu gostaria de ter contribuído
para fazer surgir existe uma certa melancolia portanto você bate a cabeça nos 50 anos que eu já bati barão tem até um galo aqui e você fica se perguntando é o momento dos balanços o que foi que eu fiz da minha vida e como grande parte da minha vida desde que é isso a pergunta é inevitável valeu se olhar em termos muito imediatista seu acho que não valeu eu ainda ver bom educação eu vejo cada vez que ó embora digam os mais otimistas ou realistas não sei que a semente fica e que atualmente tem muito
mais gente falando a nossa língua do que existia há dez anos atrás eu tenho ouvido isso do ponto de vista da psicologia só um pouquinho mais otimista até porque eu acho que o âmbito um pouco menor mas eu acho que nós que trabalhamos para formar esse contra quadro não é pra convidar os psicólogos é uma postura mais flexível e mais crítica eu acho que muito devagar muito aos pouquinhos eu acho que isso está chegando a essa comunidade de psicólogos quer dizer ainda tem muito curso por aí muito ruim fazendo ensinando uma psicologia de quinta categoria
não é uma psicologia que certamente vai prejudicar pessoas isso me preocupa muito mas eu tenho a impressão não sei se estou querendo me consolar um pouco mas eu tenho a impressão de que não foi em vão que essa atitude é mais freqüente hoje do que era quando eu fiz o curso de psicologia ela absolutamente não existia não existia a postura apesar de a gente está falando aqui de termos superado a teoria de carência cultural que você avaliar se um pouco nas políticas pensadas da educação e da escola pública é os programas que são feitos pela
escola pública se nestes programas dessas políticas você percebe superada essa questão da carência cultural ou se ela ainda está presente em programas que são pensados neste momento ainda me formei é eu passei um ano nos estados unidos no ainda teria lugar daqueles cultural vigendo dirigindo e os programas de educação compensatório visitei alguns aqueles programas de educação compensatória né com aquelas crianças todas negras porto riquezas e tal né mas na época já havia um movimento contrário lá já havia jato jet já não tinha começado a ver uma crítica teoria teoria da aparência cultural mas ainda trouxe
todo aquele material de janeiro pela estrutural cheguei aqui fiz a minha tese de mestrado que é uma tese de teorias cultural tanto que todo mundo todos eles relaxem se eu compro eu compro para poder esconder aquilo é porque eu sei bem quem não devia ser assim porque ele não é a gente é aquele negócio você começa a andar a mão para depois poder andar na contra mão mas que eu compro culpa é do juiz quando né é jogo fora enfim mas quando eu li esse livro recentemente pelo consumo ler o que escrevo o público eu
não leio nunca li os livros eu religião as partes desse aí dizer como é que a ação cultural educação compensatória para escolar eu nem sei não é tese de mestrado eu vi que já tinha um gérmen zezinho ele no último capítulo de duas páginas enquanto começavam será que existe mesmo isso e tal não tava o que dizer o germe estava mas quem ajudou a olhar de esguelha espero essa coisa foram os pobres as pessoas pobres da periferia porque eu estudei muito a teoria da carência cultural e lá vou eu para os bairros pobres e chego
lá eu começo a conviver com essas pessoas e não bate com a teoria porque a teoria mostra essas pessoas como por sustos poços de deficiências eles são incapazes de falar pensar eles não têm outra cidade e cometem problemas de motricidade problemas de linguagem problemas emocionais problemas é perceptivo os problemas motores 27 certa e eu chegar lá e não vi nada disso eu via crianças que falavam falava uma língua que eu entendia falavam português ninguém falava uma língua absurda todo mundo falava português com essas diferenças gramaticais que marcam as de passar a língua nas diferentes classes
sociais pessoas que propunham criavam refletiam faziam construíam se viravam em condições quase inviáveis de vida desenvolveu estratégias de sobrevivência faziam críticas fundadas as a escola tinham crítica da escola não têm quando estão dentro da escola mas ele está uma mãe fora da escola pra você muda de figura então foram essas as primeiras pessoas que me mostraram que essa esse negócio errado juntei com toda essa teoria que me permitiu fazer a crítica e fui aos poucos quer dizer eu acho que meus trabalhos são passos na direção da superação total da teoria da aparência cultural espiritual e
geologia depois é que veio esse outro e atualmente está fazendo um outro que vai mais fundo na crítica da psicologia porque porque eu estou tentando reconstituir a construção histórica da psicologia no brasil porque sem história não dá né sem a constituição histórica você só pode entender o presente você e 4h com o passado e outra atrás dos rugai momentos históricos das ideias porque se você não tiver não partir dessa idéia de que desse princípio de que as idéias são geradas numa realidade social concreta você cai no idealismo as idéias vêm de onde então estou em
busca da constituição histórica das idéias presentes na psicologia 98% das crianças no brasil estão na escola 30% dos brasileiros estão na faculdade e mais outros artística eu estava esperando a hora é essa estatística ia vir a público porque porque eu acho que a política educacional atualmente é feita com dois objetivos baratear a escola pública ensino ao máximo essa história de acabar com a aprovação essa coisa das faixas de aceleração esse negócio de botar as crianças de 14 anos todas para os supletivos da vida isto tudo é ditadura do banco mundial está financiando neste momento a
educação em alguns estados brasileiros no sentido de baratear o custo per capta dentro do sistema educacional o outro objetivo que são dois objetivos um é baratear e outra é maquiar estatísticas porque 98% das crianças brasileiras da escola ok mas dentro de escola aprendendo o que é uma farsa esses indivíduos jamais vão ter condições de competir em pé de igualdade com quem fez uma escola particular emprego e vestibular no que for eles estão criando a ilusão para essas pessoas de que elas vão ter é igualdade de condições de competição no mercado de trabalho elas estudarem se
estudarem não ser a frequentarem essa escola não é o que está havendo então uma nova política que segura os excluídos dentro do sistema da escola está adiando a exclusão o pé do dia tem um livro lindo que saiu um dos dois anos até chamada miséria do mundo no qual tem uma parte que é sobre escola na frança em que ele denuncia isso acontecendo na frança desde os anos 50 está acontecendo agora aqui no brasil uma época que teria da carência cultural estava sim muito presente na política educacional eu não sei se nossa política atual tem
alguma teoria por trás tem o famigerado construtivismo que eu acho que tem sim o pressuposto de que estas crianças das classes populares têm um desenvolvimento cognitivo atrasado eu acho que tem eles têm na medida em que dizem que são crianças que estão na fase pré sílaba e tem sei lá o que não entendo disso não é aliás uma piada engraçada a respeito disso né disse que daqui alguns anos perguntaram por uma criança pobre porque ela não está mais na escola porque ela não terminou a escola tem claramente tudo ela me dizia que eu era tio
tinha uma doença séria eu era pra esse lado é então eu acho que está assim viu ram da teoria da carência cultural ainda continua orientando esses técnicos que fazem essa política educacional ea teoria da aparência cultural é uma meta uma filha das teorias raciais do começo do século e quanto mais estudos e teorias raciais mas eu confirmo chegou a essa conclusão é um é um racismo disfarçado é uma teoria baseada fortemente no conceito de desigualdades e eu acho que tá aí eu acho que ainda está aí sim com toda força principalmente através do construtivismo que
é o referencial teórico maior da política educacional hoje não é só quando eu vejo essas crianças não dos ambientes delas na casa dela na rua brincando eu não vejo essa deficiência cognitiva que dizem que elas têm eu não vejo a pergunta que eu queria ter a fazenda mas no âmbito da pesquisa não é então você que tem tido essa experiência longa né com como pesquisadora e como uma pessoa que é tem lido o projeto de pesquisa dado pareceres a esses projetos têm participado portanto muito intensamente nessa área é como é que você vê a pesquisa
na área educacional hoje é que dificuldades você vê acontecendo nessa área que perspectivas não há até alguns anos atrás a único modelo de pesquisa que era considerado científico era o deles mental hum a pesquisa que não tivesse dado se não tivesse em e só ficar disse os tratamentos estatísticos não era uma pesquisa e eu acho que nós conseguimos e aí foi muita gente é muita gente nessa área de método receber uma atenção grande muitas pessoas não é enchente do rio também um milhão de coisas muito interessantes local de esgoto que ele muitas coisas do lembo
relacionadas com essa coisa da pesquisa quebrando esse mito de que pesquisa é só a pesquisa nos moldes experimentais olhando o mundo como composto de variáveis variáveis dependentes e independentes mexe nas dependências independente para ver o que acontece nos dependentes quantifica e descreve os dados na ama eu acho que desse ponto de vista do ponto de vista de método é essa metodologia nova chamada com tito qualitativo essa metodologia é chamado etnográfica essa dessa secundarização que houve dessas idéias de amostragem é essa ênfase que houve a mais recente nos estudos qualitativos nos estudos de caso eu acho
que isso fez a psicologia progredi muito na produção de conhecimento e mais eu acho que permitiu a psicologia passar da produção de conhecimento para produção de compreensão do seu objeto de estudo eu acho que pode parecer um jogo de palavras não é mas não é eu acho que uma coisa é o conhecimento que esse conhecimento tradicionalmente neutro objetivo é que é frio que é distanciado que é impessoal não é e outra coisa é este conhecimento produzido no calor de um estudo de caso em que você é profundo contato com a realidade do d'água e você
sabe onde a pesquisa começa mas você não sabe como ela vai terminar porque a realidade estudada é eletra no mais profundo do seu projeto de pesquisa ela está presente na pesquisa ela não é uma coisa externa a pesquisa ela faz parte ea produção então da compreensão do objeto de estudo é preciso compreender o que nós estamos estudando se for uma família e inseri la num contexto maior não é que o lugar ao social ela ocupa qual é a sua trajetória de onde ela vem porque vem como vive o que pensa quais são as suas dores
quais são as suas frustações quais são as suas esperanças eu acho que isto é fabuloso eu acho que é por aí que a gente produz um conhecimento que é mais do que conhecimento é compreensão que eu acho que é o objetivo máximo pra mim da pesquisa de um da busca de resposta para algumas perguntas então desse ponto de vista eu acho que houve sim progressos eu acho que muitas vezes também é até por conta dos cursos de formação porque eu acho que falta basicamente o que falta história falta filosofia nos cursos de formação de psicólogos
e falta um bom curso que também dias e durante todos os anos os cinco anos de método poderia nos aprofundar a formação dos psicólogos como pesquisadores deveríamos fazer isso nas pós-graduações então sem dúvida e continua faltando isso na quadra avançou porque porque os psicólogos costumam ter o seu treino e método onde nas matérias de psicologia experimental não digo que não é importante eu acho que é o primeiro contato com a ideia de rigor científico mas não pode parar aí porque existem outros mais compatíveis com certas concepções teóricas o método experimental não é compatível com algumas
teorias não estou falando em quantificação aí é outra coisa essa história de dizer que método quantitativo que quantitativo é fato é preciso positivista e qualitativa pesquisa materialismo histórico é uma bobagem se existe alguém que quantificou pra burro foi max que passava noites analisando tabelas de salários de preços e fazendo mil contas para poder rolar aquela teoria todo aquele gol né então não é quantitativo não existe nenhum mal em quantificar o importante é o que você faz com a quantificação a quantificação é abstrata o empírico é abstrato o empírico só se torna concreto quando você insere
aqueles dados num contexto maior para poder entender o significado daquele os números daí você tem uma concretização daquilo que é abstrato empírico é clube é uma abstração então eu acho assim progredimos muito mas agora precisamos garantir que os futuros pesquisadores domingo as novas propostas metodológicas que vieram com novas concepções de mundo de sociedade e de homem com a importância que você atribui à pesquisa histórica na formulação das questões que a psicologia enfrenta hoje é nós temos a psicologia hoje constituída é puro de diferentes áreas não é uma das quais é a psicologia do desenvolvimento é
que a região recebeu duas novas antigamente a psicologia evolutiva né é e psicologia do desenvolvimento muito próxima fazendo parte mesmo da constituição é da chamada tecnologia nova é da escola nova aquela coisa toda não é tanto pelo preço filho diz numa das obras dele lá na década de 20 por lá que eu fui pará ele diz que é duas ciências são as ciências constitutivas dessa nova pedagogia biologia ea psicologia e daí eu vi que psicologia essa é uma psicologia de uma base bastante biológica também e é psicologia clássica do desenvolvimento dessa tecnologia desenvolvimento e nome
de alguma maneira está aí até hoje ora tanto é a pedagogia nova com a psicologia científica são filhas de um mesmo momento histórico são filhas dessa da história moderna da história contemporânea o que corresponde a ascensão da burguesia mundo ocidental a burguesia e seus projetos à burguesia seus interesses muito bem então é possível sim vocês grande história saber porque é que a pedagogia nova tem as características que tem que o homem se está querendo formar e tendo em vista que interesses que modelo de um homem que modelo de sociedade tendo em vista atingir objetivos eu
quero que você fale um pouco da formação dos psicólogos e como é que você vê hoje os desafios é para formação dos psicólogos mas quero que é quero que você responda uma coisa que eu quero ouvir quero que você fale dessa formação é da perspectiva do desconforto da perspectiva do compromisso que são dois termos que você usou várias vezes então que desafios estão colocados para a formação dos psicólogos hoje que a gente como formadores precisaremos estar atentos pois é goiano eu acho que talvez o que eu participei eu dou uns dois anos atrás não é
de uma tentativa lá no instituto de uma reformulação curricular nós fizemos uma proposta de reformulação curricular temos dois um ano inteiro e produzimos um caderninho e tal que foi uma desgraça deu 111 instituição quer mandar um erro porque foi uma coisa constituída de cima pra baixo e ninguém perguntou para essa instituição se ela queria mudar e na verdade não quer está cristalizada de há décadas exatamente da mesma maneira os departamentos são feudos ninguém venha me dizer o que eu devo dar o que não devo dar como eu devo dar enfim é é a própria estrutura
dos cursos de psicologia a própria estrutura da universidade de hoje é um obstáculo a ser superado para qualquer mudança curricular qualquer mudança na formação dos psicólogos bom que eu posso dizer a você hoje pra você ficar contente porque você me impediu de dizer o que você quer ouvir olha eu acho o seguinte que tem uma coisa que é nuclear nessa formação dos nossos psicólogos que o lugar da ética nesse curso e à concepção de ética eu acho que esse curso de ética profissional da maneira como tem sido dado pelo menos até onde eu sei pode
ser em algumas faculdades seja muito bem dado é um curso que reduz o conceito de ética há duas outras coisinhas ética do psicólogo é dar um caráter confidencial aos laudos ser discreto alguns professores em sala de aula chega até dizer que faz parte da ética atender de tayer outro dia os alunos vieram me contar não é então é ou seja uma concepção muito instrumental de ética ética é muito mais do que é trancar a sete chaves os laudos porque esses laudos na verdade mostrariam como são as pessoas mostram nada eu não acho eu acho bom
porque eu acho que os psicólogos de maneira geral não sabem o que é ética ética na sua concepção filosófica ética para mim é toda a ação orientada para valores positivos e aqui eu estou me valendo da águia seller o que são valores positivos são valores comprometidos com a humanização com a promoção da vida com a promoção da dignidade das pessoas esses temas não são discutidos nos cursos de psicologia o que a organização você precisa de materialismo histórico para entender isso o homem se constitui ao longo do processo histórico e o processo histórico deve ser um
processo é sobre o qual nós possamos intervir para que surja num determinado momento o homem humano porque toda a evolução social das sociedades acaba indo na direção da desumanização da coisa edificação dos homens os homens não tiveram oportunidade histórica de se realizar como homens com aquilo que eles têm de gelo e na mente humano não é bom diz mattos ele se humaniza naquilo que ele compartilha com os animais e se desumaniza naquilo que ele tem de mais humano que a capacidade de transformar o mundo para produzir aquilo de que necessita e transformar de maneira intencional
ou seja a capacidade de trabalhar como é que nós podemos atrelar a psicologia a produção não é deste mundo em que os homens não sejam coisa ficados e o que eu tenho visto é a psicologia serviço da coisificação pra mim quando você bota uma criança na sua frente com aquele monte daquelas coisas um cronômetro na mão e fica lá perguntando quem descobriu quem foi gengis khan e e quem fez o primeiro vôo sobre a ponte porque é melhor dar dinheiro para uma instituição de caridade cristã para um pobre na rua seja uma concepção de inteligência
que é anti inteligência a concepção de inteligência que existem os testes de inteligência é uma anti inteligente quem for inteligente não se sai bem um teste desses para pensar já perdeu diz 'não eu prefiro da proposta está pedindo na rua 00 agora quem tem um pouco de crítica vai dizer o que eu não vou dar para uma instituição de caridade eu vivo num país em que eu sei que as instituições de caridade são quase todas se não todas trambiques que enriquecem pessoas tá cheio de gente e milionária na base de instituição de caridade então a
psicologia é uma psicologia que vai na direção da coisificação você põe a criança na frente com o cronômetro essa coisa dessas perguntas absurdas todos não entre em contato com ela não a vê não deixa que ela se manifeste ela só disse aquilo que você quer que ela diga ela só faz aquilo que você de antemão já definiu que ela vai fazer mesmo as terapias qual é o objetivo da maior parte das terapias de adaptar à realidade sem questioná la o conceito de adaptação é essa aceitar o que está aí e adaptar se o que está
aí ser produtivo ser eficiente ser obediente e eu acho que sem discutir seriamente ética não dá para comprometer os psicólogos com a realização deste mundo nas brechas existentes no mundo atual porque também nós temos que levar em conta o seguinte existem limitações históricas a certos tipos de atuação mas dentro desses limites o que é que psicólogos podem fazer indo numa direção da humanização do resgate da dignidade e o pessoal que vai nessa direção geralmente é um pessoal que saiu desse âmbito restrito tecnicista da psicologia por exemplo eu tenho um contato com esse pessoalzinho que trabalha
na luta anti mãe de mani comel é um pessoal que foi e outras coisas que não a psicologia é um pessoal foi ro é um pessoal que foi ler todos esses críticos da psiquiatria e é um pessoal que tem um profundo compromisso com o resgate da dignidade das pessoas porque basta entrar num postal psiquiátrico pra ver que a dignidade não estava basta entrar numa sala de aula de uma escola de periferia de uma escola de periferia não escolhe periferia pra ver que a dignidade não está esses indivíduos são tratados como coisas é o que você
acha que uma psicologia critica outro uma psicologia que estivesse compromissado outra visão de homem do mundo que contribuições você considera que ela poderia estar dando pra educação eu acho que a psicologia precisa procurar outras formas de estar com as pessoas tendo como objetivo é ajudá los e ajudá las o que eu acho que ajudá las a entender em o mundo que elas vivem em um lugar que elas ocupam esse mundo eu acho que a psicologia pode é ter um instrumento interessante de colaboração com as pessoas no sentido de elas reflitam reflexão no sentido de se
conhecerem sim mas não aquele conhecimento de um psiquismo considerado como uma caixa fechada que não tem relação com o mundo e só tem relação no máximo com a família porque meu pai porque a minha mãe eu acho como como instrumento de reflexão é aquilo que adriana marcondes costuma dizer que eu gosto muito é o psicólogo pode ser um desencadeador e um coordenador de uma atividade de paciente de doha ou grupal que ela chama de intensificar o pensar pensar os bloqueios ao pensar os conteúdos do pensar as formas de pensar tem muito a ver com a
sua dinâmica psíquica todo as suas resistências às suas os seus mecanismos de defesa às suas fantasias as suas angústias é preciso sim quando se a gente se propõe a ajudar as pessoas a se conhecerem melhor não é em um mundo que está aí é que lugar e ocupa o papel desempenhado por exemplo é muito fundamental junto a professores mas se intensificaram pensar que é fundamental que está que isso aconteça é é fundamental que lhe demos sim com fantasias com angústias com defesas com matéria disse com esse objeto da psicologia e quando eu falo aparecem no
grupo e individualmente é tanta azia angústias e mecanismos de defesa eu estou dizendo alguma coisa a mais não é estou dizendo o seguinte uma das teorias que eu acho muito interessantes para que os psicólogos se aprofundem se apropriem mas também conheçam a crítica que foi feita a ela porque ela é datada como todas as idéias é a psicanálise é o ford produziu não é um conhecimento a respeito do psiquismo e da dinâmica psíquica que eu acho que não é de se jogar fora é um instrumento muito interessante para você trabalhar com as pessoas e tendo
em vista muitas e muitas vezes e por que na época chegou a se cogitar uma entrada assim é entre as no âmbito da saúde que tem sido uma tendência atual né eu acho que diminuir trabalhar com o sofrimento das pessoas para ajudá las a resolver não é aquilo ou pelo menos entender aquilo que causa às vezes um sofrimento insuportável o objetivo é button é ver as causas do sofrimento e poder entender os a sofrer menos não importa como você seja não é virá necessariamente heterossexual mas é poder trabalhar com outras pessoas angústias do homossexualismo que
são historicamente produzidas é poder ver junto com os professores de onde vem todo o desespero deles e eles poderem pensar de uma forma que eles identifiquem o real inimigo porque geralmente o que eles fazem eles identificam errado inimigo o inimigo é a criança ea família da criança nesse sentido essa expressão do intensificar o pensar eu acho perfeita e não é coisa puramente nem tal nesse sentido intelectual quando a gente fala intensificar o pensar e mobilizar a pessoa inteira mas enfim é é uma experiência interessante né porque obriga a pensar em coisas que normalmente você não
pára pra pensar você vai fazendo vai escrevendo e tal mas essa síntese que esse tipo de programa obriga são sínteses que são importantes pra mim foi muito importante até porque eu posso só eu percebi onde é que estão as baixas em nome do conselho estabelecendo adriana marilene aí há anos não é todo mundo que ficou aqui também ajudando a construir as questões e de modo muito especial na maria helena que acha que conseguiu falar o tempo todo como a partir da paixão na de uma situação muito difícil represar de denunciar a situação nos deixou ainda
com muito mais esperança do que a gente já tinha quando começou essa conversa então realmente um agradecimento muito carinhoso nome do concelho né e a gente concluiu em maio que esse projeto diálogos né obrigada mais uma vez