Hoje eu vou te contar qual é o melhor remédio para dor de cabeça. Você tem dor de cabeça com frequência? O que você faz para aliviar aquela dor de cabeça forte?
Comenta aqui embaixo se você tem um remédio preferido. Mas e se eu te contasse que tem um remédio que começa com D. .
. um dos mais usados do Brasil, mas que é proibido em vários países? Fica até o final do vídeo para descobrir que remédio é esse e se você corre algum risco ao usar ele.
Eu sou Lucas Zanandrez, Biomédico e eu estou aqui no Olá, Ciência! toda semana há mais de 7 anos te entregando informação científica de mão beijada pra que você possa tomar melhores decisões. Se você gosta do nosso trabalho, dá uma olhada na nossa loja lá na Chico Rei, tem camisa, caneca, pôster e sempre tá rolando promoção.
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A dor de cabeça, assim como qualquer dor, é um sinal de alerta do corpo. Quer dizer que tem alguma coisa errada. Mas apesar de sentirmos a dor na cabeça, nem sempre o problema está lá.
Em situações de estresse, durante uma infecção ou até mesmo por fatores naturais, como o ciclo menstrual, o corpo libera moléculas chamadas prostaglandinas. Algumas prostaglandinas ativam neurônios espalhados pelo corpo e que são responsáveis pela sensação de dor. Esses neurônios ativados ficam mais sensíveis a qualquer estímulo, por menor que seja.
A partir daí, um desequilíbrio causado por ansiedade ou até mesmo alimentação inadequada e desidratação já é suficiente para disparar um sinal que vai ser enviado para o cérebro, onde é gerada a sensação que nós chamamos de dor. Como os neurônios da dor, incluindo os da cabeça, se juntam no pescoço para chegarem no cérebro, há uma troca de informações entre eles. Parece que quem está doendo é a cabeça, quando o sinal da dor pode ter vindo de quase qualquer parte do corpo.
A mesma coisa acontece quando você fica doente. Seja um resfriado, hipertensão ou um tumor, os neurônios da dor podem ser ativados da mesma forma. E olha que muita gente vê a dor de cabeça como algo simples e passageiro.
Mas dor de cabeça… nem sempre é um problema trivial. Antes de tomar qualquer remédio, é importante refletir se a dor que você está sentindo não está intensa demais ou diferente daquela que você está acostumado. Se sim, o melhor é procurar um médico.
Às vezes a sua dor de cabeça, na verdade, é uma enxaqueca como eu expliquei nesse video aqui. Agora, para a dor de cabeça comum, muita gente nem procura o médico né. Já toma um remedinho e pronto.
Isso gera até discussão, já que cada um tem um remédio preferido. Mas será que realmente existe diferença entre os remédios de dor de cabeça? Qual é o melhor?
No Brasil, temos 4 principais remédios usados para dor de cabeça: a dipirona, o paracetamol, o ibuprofeno e o Ácido Acetil Salicílico, que você deve conhecer como AAS ou aspirina. Quando você toma esses remédios, eles são absorvidos no sistema digestivo e caem na corrente sanguínea. Depois, o remédio não vai direto no foco da dor, como os fabricantes adoram falar nas propagandas da televisão.
O remédio não tem GPS, galera. Ele é distribuído para todas as partes do corpo à medida que o sangue circula. Só que querendo ou não, em algum momento, ele vai esbarrar nas moléculas que geram dor ou no neurônio que está mais sensível.
Aí que nós temos o alívio da dor. E pra você descobrir se existe um remédio melhor que o outro você precisa entender que existem dois grupos de remédios de dor de cabeça. O primeiro grupo, com o AAS e o ibuprofeno, vai bloquear a produção de prostaglandinas no organismo inteiro.
Se você produz menos prostaglandinas, o estímulo da dor, independente de onde ele está sendo gerado, não vai acontecer. Já o segundo grupo de remédios, com o paracetamol e a dipirona, até consegue bloquear um pouco a produção de prostaglandinas. Mas a ação principal deles é outra.
Os estudos mostram que eles atrapalham a transmissão do sinal de dor entre os neurônios e o cérebro, impedindo não o estímulo inicial, mas a sensação de dor. Todos esses remédios são vendidos na farmácia sem receita né. Em tese… todos funcionariam… Mas por que tem gente que diz que não sente efeito com o remédio X ou Y?
Será que realmente tem um remédio melhor pra dor de cabeça de cada um? Apesar de todo remédio ser desenvolvido para funcionar na maior quantidade de pessoas possível, cada organismo responde de maneira diferente. Por questões genéticas, tem gente que produz naturalmente uma maior quantidade de moléculas que degradam algum tipo de remédio.
O remédio pode eliminado do corpo antes de gerar o seu efeito máximo. E essa diferença de resposta que algumas pessoas sentem entre os remédios está também no tipo de dor de cabeça que elas sentem. Os remédios mais usados agem nos neurônios da dor, que causam a maioria das dores de cabeça, mas não todas.
Se a dor vem de outra alteração no organismo, como é o caso da enxaqueca, que não tem uma única causa, os remédios comuns podem não resolver. E se a dor de cabeça vem de um problema de saúde mais sério, o remédio também pode não funcionar enquanto aquele problema não for solucionado. Pensando em acabar com a dor de cabeça comum, a verdade é que não existe remédio melhor ou pior.
Cada um tem uma formulação e estratégia de combate à dor e você tem que ficar atendo as contraindicações, que é uma coisa que pouca gente fala. Já deixa o seu like se você chegou até aqui e me diz nos comentários se alguma vez alguém te contou que você não pode tomar mais de 4 comprimidos de 1g de paracetamol por dia, por causa de danos comprovados ao fígado. Ou s alguém te contou que se você tá grávida não pode tomar e nem dar pro recém nascido ibuprofeno, porque ainda não tem dados de segurança nesses grupos.
E aspirina, você não pode tomar se estiver no terceiro trimestre de gravidez ou se tiver histórico de sangramento, porque o efeito colateral é justamente atrapalhar a coagulação do sangue. É por isso que a aspirina também não deve ser usado em caso de suspeita de dengue, porque pode favorecer a dengue hemorrágica. E a dipirona, bem, essa é polêmica.
Apesar da gente comprar dipirona tranquilamente no Brasil, ela é proibida em mais de 30 países por conta dos efeitos colaterais. Você sabia disso? Eu fiquei chocado quando descobri que aqui na Austrália não tem dipirona!
Por que será que ela é proibida nesses países? Será que tomar dipirona te coloca em risco? A dipirona foi criada na Alemanha por volta de 1920 a partir da modificação de um outro remédio chamado aminopirina.
Tanto a aminopirina quanto a dipirona chamaram a atenção dos médicos por disparar, em algumas pessoas, uma reação chamada agranulocitose. Que nome bonito. Mas o que que é isso galera?
Nas pessoas que usaram dipirona ou a precursora dela, alguns dias depois, a quantidade de células de defesa chamadas granulócitos, que aparecem no seu exame de sangue como neutrófilos, eosinófilos e basófilos diminui pouco a pouco, diminuindo a proteção do organismo contra infecções. E aí em 1964, um cientista chamado Charles Huguley juntou os dados de vários estudos sobre a segurança da aminopirina e viu que a cada 174 pessoas que tomavam aminopirina, 1 delas morria de agranulocitose. Para um remédio que milhões de pessoas tinham acesso fácil, era um risco muito alto!
Huguley concluiu então que a aminopirina não era um remédio seguro. E que a dipirona, por ser derivada dela, provavelmente geraria um risco parecido. Sabendo disso, entre as décadas de 60 e 70 países como Estados Unidos, Austrália, Reino Unido e Suécia resolveram proibir ou restringir a venda da dipirona.
Só que essa decisão foi precipitada, já que foi baseada em estudos que avaliaram a segurança não da dipirona, mas da aminopirina. Depois dessa polêmica, estudos mais confiáveis vieram à tona. Um deles, por exemplo, foi feito com 22 milhões de pessoas em 7 países diferentes e mostrou que, na verdade, o risco de desenvolver agranulocitose tomando dipirona gira em torno de 1 em 1 milhão.
E mesmo nesses casos, existe tratamento. Mais de 90% das pessoas têm uma vida normal depois da recuperação. Mas não teve jeito.
A dipirona ficou com a reputação manchada e continuou proibida em muitos países até hoje. Felizmente, não foi o caso do Brasil. Em 2001, a Anvisa junto com um grupo de cientistas avaliou tudo o que a ciência sabia sobre os riscos e concluiu que a dipirona é tão segura quanto os outros remédios para dor disponíveis hoje.
Para minha alegria porque é o meu remédio preferido e o único que funciona pra mim. Inclusive, outros remédios comuns, como amoxicilina e ibuprofeno, que a gente toma aí direto, também geram um pequeno risco de agranulocitose. Leia sempre a bula e consulte um farmacêutico se tiver qualquer dúvida.
E se tiver febre, sangramento ou lesões na pele, sintomas que aparecem na agranulocitose, procure um médico. Lembra que os remédios não agem só onde tem algum problema. Eles vão circular pelo corpo todo e justamente por isso, não existe o melhor remédio e nenhum remédio… nunca… vai ter risco zero.
Me diz se você já imaginava que a dipirona tinha tanta discussão assim no mundo. Enquanto isso, assiste esse vídeo porque nesse aqui não tem discussão: pedra nos rins é provavelmente a causa da pior dor do mundo e eu vou te explicar como você pode se prevenir Ou então, se você estiver interessado em outro assunto, assiste esse vídeo aqui que o YouTube te recomendou. Um grande abraço, espero não ter te causado dor de cabeça e eu te vejo no próximo vídeo.
Tchau.