O NASCIMENTO DO SAMBA - Podcast História Preta #2

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História Preta (Thiago André)
Nesse episódio, Thiago André busca mapear as origens do Samba como conhecemos, desde a África até a ...
Video Transcript:
nós [Música] estamos no início do século 20 uma grande multidão saída das mais diversas regiões da cidade do Rio de Janeiro partidas são a festa anual de Nossa Senhora da Penha até o século 19 a festa da Penha era uma festa de portugueses basicamente aí na virada do século xxiv nas escadarias era a presença do soberano das Comunidades níveis a população negra chegou a festa como prestadores de pequenos serviços como as que tu terás que vendiam doces e outras Delícias da culinária de rua mas pouco a pouco a festa virou uma quermesse regada a muita
comida bebida e batucada em toda a gente sabe que a festa da Penha foi e sempre será a poesia do catolicismo perturbada pelo Delírio de barco noticiava satírica revista O Malho no domingo de outubro mês consagrado à Santa a companhia Ferroviária Leopoldina raiway precisava adicionar uma quantidade bem maior de trens nas linhas e com preço bem mais reduzido que o habitual para dar conta do volume excessivo de pessoas partindo em direção à estação da Penha no subúrbio carioca a polícia preparavam aparato especial de segurança de local o maior número de militares para os pontos estratégicos
da cidade davam aquela dura distribuíram prisões preventivas a rodo na justificativa de evitar tumultos e brigas a cada nova edição da festa é impressionante como algumas coisas não mudam no Rio de Janeiro hoje as mesmas duras e prisões são feitas aos domingos de verão carioca para evitar os tumultos nas praias da zona sul Mas de volta ao início do século 20 a história acontece em um desses Domingos de outubro urgentemente tá conhecido como João da baiana caminhava em direção a festa quando foi abordado por um policial que queria enquadrar ele no chamado crime de vadiagem
O Código Penal em atividade na época eram de 1890 trazer tipificado em um Capítulo inteiro detalhado em seis artigos o tal crime de vadiagem de acordo com a letra fria da Lei será considerado O vadio todo aquele que não pudesse comprovar profissão ou Ofício ou qualquer mistério em que ganha a vida repare o referido código foi promulgado apenas dois anos após a abolição da escravidão na ocasião muitos da população recém liberta não tinha qualificação profissional alguma e por consequência disso terminava margem do mercado de trabalho e é claro acabaram encarcerada por crime de vadiagem Essa
era apenas uma das muitas manobras jurídicas do Estado utilizava para o controle social da população Negra Li nós sabemos o maior problema é o guarda da esquina e para o guarda da esquina portar um instrumento percussivo já era motivo suficiente para ser considerado um vagabundo com João da baiana conseguiu comprovar que era trabalhador não foi detido mas como não poderia ficar de graça o policial aprender o seu pandeiro de estimação por conta desse ocorrido o ritmo está Decidiu não ir com os amigos a uma festa programada para aquela semana na casa do Senador Pinheiro Machado
imaginou que não seria útil naquele lugar sem ser o pandeiro falta foi notada pelo Senador que ao saber da história mandou um recado para João pedindo para que fosse o seu Gabinete no dia seguinte chegando lá o líder do Partido Republicano conservador diz que daria um pandeiro novo para ele e deu um bilhete para ser entregue na loja de instrumentos musicais no bilhete a instrução era para que o atendente desce o melhor pandeiro da loja para João da baiana e que nele fosse grafado o seguinte dizer ali admiração João O Senador Pinheiro Machado desse dia
em diante o filho da tia perciliana dá um salvo-conduto na forma do Pandeiro presenteado pelos triste um Senador Pinheiro Machado de certa forma esse pandeiro representa bem a complexa relação contraditória entre as elites e os músculos populares naquele Rio de Janeiro do pós-abolição por um lado senadores como Pinheiro Machado promulgaram leis como as do crime de vadiagem e botava em curso um programa de governo eugenista e pseudo civilizatório pautado no branqueamento físico e cultural do Brasil mas por outro protegiam deles mesmos podemos assim dizer aqueles que consideravam úteis de alguma forma seja músicos usados para
animar festas particulares nas grandes mansões com João da baiana ou até mesmo as tias baianas que prestavam serviços religiosos para a elite política da capital é nesse tipo de relação contraditória que será a cada cultura popular Urbana que dará origem ao samba como conhecemos é Olá meu nome é Tiago e o história preta de hoje vai falar sobre o nascimento do Samba [Música] é a origem do Samba é controversa cheia de vai-e-vem um sem-número de estudos etimológico da palavra samba declarações escritos enfim não é à toa que a uma gama de pesquisadores que dedicam suas
vidas a isto mas nosso objetivo aqui é falar de uma forma Bem Mais Simples então não vamos entrar na controvérsia do Samba Como diz a música de Vinícius de Moraes e Baden Powell nasceu lá na Bahia ou se como diz o samba de Zé Keti eu sou o samba Sou natural aqui do Rio de Janeiro e a pré-história do Samba vem da África chegou aqui no Brasil por meio da população negra que foi sequestrado em seu continente e trazida para cá para ser escravizadas parte dessa população Manteve algumas ações tradições praticadas em África e uma
delas era um samba assim mesmo com e e etimologistas vão dizer que essa expressão em kimbundu uma língua da Angola significa umbigada no sentido de movimento corporal então é correto dizer que o samba não surge apenas como um ritmo musical mas como um ritmo que vai dar movimento ao corpo ou seja o samba é o todo tanto ritmo como a dança e sobre essa questão do corpo Frantz fanon vai dizer algo que se caixa bem aqui porque ele diz que o primeiro ataque do colonialismo será o corpo dos sujeitos colonizados aqui no Brasil como em
outras colônias escravagistas o corpo negro vai ser alvo da domesticação Colonial tanto na dimensão física pelo trabalho e Castigo corporal quantidade mim a cólica pela religiosidade visão do mundo que deriva dela porque na lógica da tradição católica o corpo é profano e é por meio dele que pecamos é necessário dominar a carne para que haja um crescimento espiritual não há possibilidade de sacralidade sem o sacrifício das vontade de trás carnais já na visão e Uruguai nas culturas de transe a coisa totalmente oposta corpo e aponte para o sagrado Pois é por meio dele que acontece
a ligação com o mundo espiritual enquanto uma cultura diz que é o corpo que te afasta de Deus a outra firma que só pelo corpo é possível vislumbrar o Divino e o samba nasce disso Desse contato entre o tambor e o cortou esse samba ou no samba que vem bem antes do Samba como conhecemos consiste no ajuntamento de pessoas em círculo batendo palmas tocando instrumentos improvisados enquanto outros dançavam no centro por muito tempo foi uma manifestação cultural restrita apenas às zonas rurais do recôncavo baiano e o que viria a mudar no século 19 e fica
com sabia a ver para poder fogo bebê e na segunda metade do século 19 aumenta o fluxo migratório do Nordeste para o Sudeste acompanhando a mudança dos ares no campo econômico que já tinha começado lá no século anterior processo que foi acelerado com a mudança da capital de Salvador para o Rio de Janeiro o número expressivo desse contingente de pessoas era formado por negros Livres sejam eles filho de forros ou Liberty pela lei do ventre livre Este grupo que se unia não forte laço de solidariedade Íris instalar no bairro da saúde no centro do Rio
região que ficou conhecida como pequena África devido à presença hegemônica de pessoas negras na região essa rede de solidariedade era em grande parte garantida pela figura das Tias baianas mais velhas que foram pioneiros na chegada ao rio que exerciam liderança na organização familiar na religião e no lazer a casa das tias baianas era ponto de encontro para os que chegavam de mudança para a capital era também ponto de encontro para Os cultos de religiões afro-brasileiras e para as festas que come a ser chamadas de samba a mais conhecida delas era doce e cozinheira e Lara
Batista de Almeida dona de um tabuleiro de Quitutes armado na rua da Carioca mais conhecida como a si até de Oxum ou como entraria para a história tia ciata é amor de mãos dadas Neste País a nossa no último dia 13 na Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos homens pretos do centro do Rio de Janeiro estavam Reunidas algumas das mais importantes figuras da música popular brasileira precisava ser uma missa em memória de tia ciata velha testeira morta 55 anos e que naquele dia completaria 125 anos foi pelas portas das casas de
férias dias como pediatra tomate rede até que o samba entrou no Rio de Janeiro onde encontraria o melhor terreno para crescer e por isso não é à toa que a história do Samba esteja tão intimamente ligada às mulheres nascido em Santo Amaro da Purificação na Bahia iniciada no candomblé por meio do tio bomba Xê tia ciata era mãe pequena no terreiro de João alabar cargo hierárquico que botava ela na posição de auxiliar direto do pai de santo assim como muitas mulheres negras diferenciadas como tia pela comunidade uma tia da tia Celeste Tia Mônica tinha perciliana
tia Mary tantas outras que se ateve as indiscutível liderança Comunitária na região da Saúde Cidade Nova e Gamboa sua casa e seu terreiro EA época localizada na Rua da Alfândega era além de um espaço religioso o local de acolhimento e proteção social que abrigava trabalhadores do porto capoeiristas procurado pela polícia pretos velhos tocadores de tambor de outros sujeitos marginalizados pela aqui no Brasil Republicano que acabaram de nascer as festas na casa da tia ciata tinha era para começar mas não tinha hora para acabar que a Fartura de comidas bebidas e batucada que não parava era
um festejo com Ares de culto religioso quase as pessoas aproveitavam a festa e levava seus filhos para que a tia os abençoasse então era comum ver um monte de criança andando de lá para cá no meio daquele monte de gente já se acostumando com barulho da Batucada era o caso dos ainda pequeno João José Ernesto o primeiro era a filha da tia perciliana que era uma brilhante tocador de pandeiro o segundo era filho de uma Imigrante portuguesa Graciliano como negro pintor de painéis te né e o terceiro era filho da famosa tia amélia aquele trio
de muleques entraria para a história não com seus nomes de batismo mas por seus apelidos que no caso era respectivamente João da baiana Senhor e Donga essa geração Pioneira do Samba mas vou me conter aqui e aqui ficou conhecido por ser o autor do primeiro samba quer dizer não é bem o primeiro samba mas podemos dizer que foi o primeiro gravado e que fez muito sucesso na verdade fez sucesso para caramba pelo telefone samba carnavalesco gravado por baiano e o corpo de fórum o [Música] rap da polia pelo telefone mas a minha auditar e com
alegria não se pressione para sempre tentar ai ai no final do ano de 1916 que dona registrou na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro uma composição que ele chamou de samba carnavalesco a tal música é essa que vocês acabaram de ouvir pelo telefone só história dessa música já dava o episódio inteiro de um podcast ela é cheio de versões e contradições assim como toda a origem mítica deve ser a verdade que antes de Donga e sua música já havia sido registrado as outras composições com a mesma nomenclatura mas nenhuma teve um sucesso eo alcance de
pelo telefone teve a obra de Donga Foi um sucesso no carnaval de 1917 em torno e sobem incomparavelmente mais popular só para se ter uma ideia o Flávio Silva pesquisador que publicou uma dissertação de Mestrado sobre a música pelo telefone diz que em 1916 a empresa carioca utilizou o termo samba apenas três vezes no carnaval daquele ano em 1917 o ano do Sucesso estrondoso da música de droga o tema foi visto 22 vezes na imprensa em 1918 ano seguinte do Sucesso foram encontradas 37 menções a palavra samba daí para frente o prestígio da palavra só
aumenta a década de 20 Senhor o mais importante compositor de canções populares ficaria conhecido como o rei do Samba e 20 anos mais tarde o samba tomaria conta do Brasil e ficaria conhecido até mesmo no exterior como o ritmo tipicamente brasileiro e quando puxamos o fio desse novelo de lã no início de tudo está Donga e sua música pelo telefone da importância dessa canção específico e do próprio Donga Olá tudo que a gente vai conhecer de música popular Urbana no Brasil daí para frente vai beber do Samba para se fazer respeitada né ai ai ai
máscara de comentar a controversa por trás da autoria desse primeiro samba porque Senhor e outros frequentadores da casa da tia ciata reivindicavam aqui na verdade a música surgiu numa roda de improviso de partido-alto no terreiro de tia ciata e Que bom dá só fez compilar uma série de versos soltos que foram jogadas a público numa das reuniões muitos anos e depois do Dom da de mentirinha que tá no telefone era assim compilado de versos populares e deixava no ar a real possibilidade não ser uma obra nascida somente na sua cabeça o que não tira o
mérito do dom de fazer a música alcançar o sucesso que alcançou porque além de ser um excelente compositor como viria a provar antes depois ele se mostrou um cara com Faro muito apurado ao mercado musical daquele momento que na verdade nem existe no mercado musical para isso é É verdade ele traçou uma estratégia bem definida para chegar onde chegou o primeiro passo foi dado meses antes do estouro da música Quando ele marcou uma audição para jornalista no teatro Haddock Lobo na Tijuca a repercussão desse evento foi pífia rendeu apenas uma notinha mixuruca de rodapé feita
para o seu amigo Mauro de Almeida no do Jornal A Rua Dona não se importou com isso porque o objetivo dele era apenas cumprir uma formalidade apresentar a obra em público para que em caso de contestação de autoria pudesse ter testemunha de que o primeiro apresentar a composição tinha sido ele daí o público alvo será a imprensa em vinte de novembro de 1916 Ele registrou na Biblioteca Nacional a partitura da composição e seu nome agora para cumprir a formalidade legal que te garantia que os direitos de autoria iriam para ele em seguida Dunga mandou imprimir
a partitura e ao invés de vendê-las como era comum na época ele é dois de graça para de maiores confiar a caranga de bandas militares da cidade em todo lugar da cidade tinha uma bandinha tocando a versão ainda sem letras de pelo telefone de modo que não havia um carioca se quer que não soubesse a melodia daquela música após uma nota favorável um dos jornais de maior circulação no dos jornais de maior circulação da capital o jornal do Brasil Dona fez correr por outras gerações EA letra da música já havia sido prometida por Mário de
Almeida e deixou toda a cidade na ansiedade para saber o que viria não vai jogar na só ele tinha ganhado o aval dos maiores nomes do Carnaval carioca pelo de pés frios e morcego já que em cada partitura conte uma dedicatória aos 2 e também dos cronistas mais famosos da cidade ou seja tinha respeito nas ruas e nas redações dos jornais Isso foi uma fórmula matadora como os principais jornais começar a divulgar que pelo telefone tinha uma letra ser lançada a maioria dos cariocas já conhecia a versão instrumental tocada inclusive pela banda do que os
primeiros e da Marinha do Brasil quando a letra finalmente saiu ela apareceu uma colcha de retalhos com oito estrofes totalmente desconexas sem nenhum padrão de rima ou narrativa mas o grande público não se importou nem um pouco com isso a música foi recebida de uma forma que nenhuma outra música tinha sido recebida antes a casa Edison importante gravadora da época não perdeu tempo e gravou duas versões da música Vamo instrumental tocada pela banda Órion e outra com a letra interpretada na voz de baiano cantor quase que oficial da casa e nenhuma das versões tinha sobrado
o menor resquício de sonoridade original do partido-alto executado na casa da tia ciata não havia tambores nem Palmas nem provisos a coisa ficou bem gessada com enfoque nos instrumentos de sopro na versão cantada tinha apenas um violão eo cavaquinho de fundo não tinha nada mais que lembrasse a originalidade que se vemos terreiros e nas festas das Tias baianas a música genuinamente Negra chegava a indústria fonográfica brasileira mas só depois de ser normatizada e sofreu uma certa pode estética é indiscutível a importância de pelo telefone para o que viria a ser o samba carioca como conhecemos
mas ele era ainda um próton samba podemos dizer assim porque o samba mesmo como conhecemos ele se popularizou por todo o país tem um compasso um tanto diferente daquele samba feito por dono já imaginaram um agrupamento tá nabalesco na rua andando cartão pelo telefone samba e já fez autoriza parapara se transformar em tudo o que é [Música] E aí tudo que se diz faz eu único você não resisti eu vou falar hoje achar bem tudo pedir me faz eu digo direita vai que não resisti no fim dos anos 20 mais ou menos dez anos depois
do Sucesso de dólar começa a surgir um Novo Movimento a partir do bairro do Estácio o Estácio bairro que recebe esse nome em homenagem ao Estácio de Sá fundador da cidade é uma região meio estranha de se localizar no Rio de Janeiro e por que ele está próximo do centro mas não é certo tá próximo do porto mas não é porque é um e para zona norte da entrada para zona sul Afinal o que que é o Estácio que tem a melhor resposta na minha opinião é o Luiz Antonio Simas Historiador Fluminense que tem se
dedicado a estudar para as culturas da diáspora africana no Rio de Janeiro aqui é a entrevista concedida por ele na casa comum que ficava lá no Estácio e foi publicado no YouTube no canal da casa como eu digo no trecho sobre o São Carlos o seguinte o São Carlos Mais especificamente era um mosaico carioquíssimo no início da década de 20 repleto de ambulante empregadas domésticas feirantes peixeiros caçadores de rato condutores de bondes prostitutas do Mangue rufiões gigolôs jogadores de chapinha apostadores de Ronda o jogo de baralho Predileto da malandragem Carioca anotadores do bicho vendedores de
maconha a Popular erva do Norte Capoeiras mães-de-santo o gancho pequenos Funcionários Públicos eles davam ao morro em consequência o Estácio uma vitalidade única marcada pela tênue fronteira entre a beleza EA violência a arte o crime a fome e a festa a macumba e a missa então Estácio ele era grande Encruzilhada carioca e o status eu era o ponto onde você encontrava o Ruby woo da praça Onze o cigano da praça Onze a prostituta que trabalhava na zona do Mangue o rufião que tinha mulher na zona o estivador do cais do porto em virtude dessa centralidade
que ele possuía Oi e aí está se Encruzilhada que junta sujeito e como brancura Ismael Silva bid baiacu Gaguinho Geraldo vagabundo Henrique cabeça grande João mina e tantos outros esses caras se reuniu quase todo santo dia no bar do Apolo Ou no café do compadre que obviamente não serviu só café e era dali que surgiu as composições ideias para os blocos carnavalescos que essa turma administrava a cultura de blocos era uma marca do Estácio nos anos 20 e foram esses blocos que deram origem direto às escolas de samba Eles eram muito parecidos com os blocos
que vemos nos dias de hoje reuniu foliões geralmente do mesmo bairro que em torno de um estandarte cantaram músicas de sucesso do carnaval do ano corrente ou também composições próprias dos membros do bloco A coisa era tão Popular que no carnaval tio chamado dia dos blocos onde esses grupos de bairros distintos se juntavam desfiles pelas ruas do Rio e aquela turma o Apolo compõem um dos blocos mais populares do Estácio mas apesar de todo o sucesso dos blocos no carnaval o resto dos anos eles eram trabalhadores comuns não deviam da música do meu de listinha
de bombeiro hidráulico a fundidor estivadora sapateiro de feirante a lustrador de móveis mas a grande maioria mesmo vivia de e bicos quase todos eles se identificavam pelo título de malandro que para eles não era de mérito era um estilo de vida que proporcionava a possibilidade de subverter a lógica de encarceramento em massa por crime de vadiagem e também de mim de câncer independente do destino social que cada um teve o da Total ausência de Formação musical serei desse grupo de sujeitos que viriam novo no para músculo bana Popular depois deles o samba nunca mais seria
o mesmo e o que aconteceu é que nós tivemos um tipo de samba no Rio de Janeiro O que é o saldo pelo telefone que está fazendo 100 anos e tal aqui não é o samba do Estácio é um samba que a gente chama de Samba amaxixado ao samba que seria mais ou menos esse da polícia pelo telefone mandou me avisar que um alegria não fiquei funcione para se brincar ai ai ai e essa turma do Estácio começou a perceber que esse samba amaxixado ele é um samba muito bom para você dançar no lugar mas
ele não é um samba né que sustente um desfile em cortejo e os blocos percorriam as ruas da região em cortejo eles começaram a perceber que se ele salão gás em a nota desse samba amaxixado e preenchessem completamente o vazio eles criariam um tipo de samba propiciou desfile em português e aí com o inventado o samba de sambar do Estácio que ao invés de seu taki taki passa seu kkk se alongou a nossa intenção do Rio de Janeiro a invenção do Estácio de Sá esse novo samba o samba Sambado vende certa forma a romper com
alguns conceitos absolutos até então O terreiro das cheias de baianas não reinar mais soberano na centralidade Criativa da música popular Urbana ele passa agora dividir o seu espaço no Imaginário coletivo os botequins o Botequim é para o Rio de Janeiro dos anos 20 como Clube é para Londres ou café para Paris antes de tudo um lugar de encontro e sociabilidade a água da Carioca como diz o próprio Luiz Antonio Simas o Botequim é o lugar tão habitual o sambista desse novo estilo que acaba sendo muito comum nas letras mais famosas é o caso da música
conversa de botequim do Noel Rosa é o garçom o favor de me trazer ele França uma boa média que não seja requentada um pão bem quente como a empresa benção guardanapo e um copo d'água bem gelada fecha a porta da direita foi muito cuidado e não estou disposto motor enumera com uma certa galhofa em serviço que se espera de um bom garçom de botequim servir a média com pão e manteiga informar o resultado do jogo de futebol trazer cigarros Telefonar emprestar dinheiro e Tô sim pendurar a conta os blocos ebute Kings em contraste com as
Casas das seis baianas que só entrava as pessoas que elas queriam que entrasse são lugares mais abertos e chegou neles quem quiser Em ambos os lugares ficou lá uma pessoas de todas as classes sociais Mas é bom lembrar que estamos falando de botequim localizado no Estácio aquele está se Encruzilhada que temos falar passava por ali gente de todo canto do rio potencial criativo e aca a circulação do Samba nesses lugares de sociabilidade eram bem maiores do que os terrenos das série baiana é num desses encontros e desencontros de do Estácio Encruzilhada que pedir tromba com
o campeão de vendas da música Francisco Alves e mostra a ele uma das suas composições Chico Alves jovem branco bem abençoado filho de imigrantes portugueses já tinha uma certa habilidade para descobrir composições nas zonas mais pobres do Rio já tinha gravado algumas músicas dos grandes nomes do Samba antigo Donga senhor Pixinguinha foram alguns nomes dos que venderam composições para Chico Alves e agora ele estava descobrindo uma nova mina de talentos pela boca de bidi bidi falou para ele que era fácil conseguir músicas como esta em qualquer Botequim do Estácio [Música] mal Silva estava internado tratando
de um quadro desse feliz quando soube de bide que Chico Alves estava disposto Olá boa grana por sambas como aquele que eles faziam de improviso no bairro da Polo Ismael e bid como o outro que foi contadores da região viviam num aperto só sem grana para nada quase todos tinham passagem pela polícia por crime de vadiagem e essa relação com o Chico Alves de venda de músicas eram a chance muito boa para sair do buraco aquele mesmo ano Francisco Alves gravou dois sambas a malandragem e me faz carinhos no carte dizia que essas músicas eram
de sua autoria mas na verdade a primeira era de bide e a última era de Ismael Silva e E aí [Música] oi oi [Música] E como dá para ouvir essa música passa longe de ser um legítimo samba do Estácio a execução na gravação Fica por conta da orquestra Panamericana do Cassino de Copacabana não há tambores e batuques nem nada só cordas e bastante metal é na voz de sujeito e como Francisco Alves que o samba vai se popularizar mas para isso ele precisa ser domesticado embranquecido desafricanizar dado a música Feitiço da Vila de Noel Rosa
é frete bem essa questão em minha opinião Esse é um dos sambas faz emblemáticos Doutor e trata-se de homenagem a Vila Isabel bairro de origem do compositor e as qualidades do Samba ali praticado caramba segue e nós mais bem transformam [Música] nesse trecho Noel disse a fila tem um o feitiço sem farofa sem velas sem Vintém tendo nome de princesa transformou samba num feitiço decente que prende a gente aqui o samba para o Noel Rosa é um feitiço Esta palavra é usada principalmente pelas elites do Brasil para designar de forma genérica qualquer oferenda deixada nas
Encruzilhadas para orixás oferenda as festas que na maioria dos casos tinha comida aqui na letra é representada pela farofa velas e moedas que o autor chama de Vintém na linha seguinte ele faz uma alusão a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea que libertou os escravos e comprar o bairro de Vila Isabel que segundo ele transformou o samba fazendo dele um feitiço decente analogia bem clara para Noel Ávila representada por ele mesmo fazer um samba que ainda era feito isso mas é um feitiço decente desprovido de farofa velha e vim tem elementos físicos da religioso e
afro-brasileira na concepção dele de outros para o samba ser respeitado precisava abandonar a malandragem do Estácio e os terreiros comunitatea com a ascensão de Getúlio Vargas EA Ditadura do estado novo o samba é cooptado pelo Estado para compor um conjunto de medidas que buscava dar ao Brasil uma identidade nacional único aquele Novo Brasil que nascia na década de 30 modernizado não cabia mais prática as primitivas e debaixo cultura ou seja cultura africana queremos o samba mas não a África os africanos mais uma vez o Brasil enquanto nação buscava a harmonia social celebrando a mistura das
raças enquanto apagava sistematicamente tudo traço cultural que não fosse Branco obviamente a história do Samba não acaba aqui mas é possível ver desde sua origem essa relação de poder entre as classes mais baixas e as classes dominantes culturas da diáspora africana são culturas de reinvenção da Ou seja no campo físico ou no campo simbólico apesar de toda a força feita pelas classes dominantes pelo controle da narrativa histórica a população negra se reinventa e ocupa as lacunas deixadas no meio do caminho tia ciata Donga João da baiana senhor bid Ismael Silva brancura e tantos outros sujeitos
foram marginais naquela sociedade abertamente racista conseguiram de forma genial mudar e mudar a história da música popular brasileira se hoje a uma MPB devemos muito esses homens e mulheres negros e por serem negros foram quase riscados da história eu sou o samba A Voz do Morro Sou eu mesmo Sim senhor Quero mostrar ao mundo que tem o valor eu sou e nos terreiros Olá aqui é o Thiago de novo agora um pouco sem Antena 1 a falar que se você gostou desse Episódio gostou do episódio anterior tem gostado do história preta e considere e compartilhar
com seus amigos porque apesar de ter pouco tempo de duração dá muito trabalho para que a gente possa produzir cada episódio e a gente produz aqui com muito muito carinho então se você gostou desse Episódio gostou do episódio anterior considere e compartilhar com seus amigos compartilhe com aquelas pessoas que você acha que deveria saber um pouco dessas histórias compartilha com principalmente com a pessoa emendas que talvez não conheço muito bem a sua história então quando o seu apoio e até o próximo episódio tchau era um mostrar a única que tem um valor eu sou é
dois primeiros eu sou samba [Música]
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