[Música] eu tenho uma certa obsessão pelo cinema obsessivo do Robert egers nos quatro longas que ele fez até aqui a bruxa o farol o homem do Norte e agora nos ferat que já tá em cartaz nos cinemas a parte qualquer outra coisa o meu prazer é ver o nível insano de detalhe e de autenticidade que ele põe nas reconstituições de época dele por exemplo eu li que a figurinista dele em noosfera teve de fazer 20 versões de um par de sapatos típicos de um Nobre romeno medieval até egers aprovar o par que o Bill skarsgard
usa no papel do Vampiro o con orlock uma observação esse par só aparece durante alguns segundos na tela agora multiplique-se esse detalhe por milhares já que cada lapela de cada sobretudo recebe dele a mesma atensão e esse é o espaço mental em que o eggers cria a gente fala muito em World building ou construção de mundo em filmes de ficção científica de fantasia Mas o que o Robert hagers faz é dar todo um outro sentido a essa expressão que é o de recriar mundos passados e perdidos no tempo de uma maneira tão autêntica tão convincente
que o próprio mundo que ele tá recriando é a história do filme da mesma forma que o nosfer de de 1979 do Werner hsog este nosfer do eggers é um retrabalho do nosfer de 1922 do fw murnau que por sua vez é uma adaptação Não autorizada digamos assim do Drácula do Bram Stoker tô falando do livro Drácula o nos ferat de 22 é uma joia como nenhuma outra para mim dentre todas as várias joias do expressionismo alemão ele é a maior de todas é um longa de 1 hora e meia mudo que nunca deixa de
me assombrar pela atmosfera pela beleza pelo malestar que ele provoca Eu recomendo pelo menos uma espiada no mínimo vocês vão notar o quanto egers homenageia o murnau aqui principalmente naqueles enquadramentos fantásticos dele uma sinopse básica já que a história é a do Drácula com nomes trocados o jovem Thomas hutter que é o papel do ncolas h recebe a incumbência de fechar um contrato de um imóvel na cidade dele visborg na Alemanha com um Nobre romeno só que esse Nobre o Conor loock exige que o contrato seja assinado no castelo velhíssimo dele na Romênia O Thomas
vai porque ele precisa subir na vida e não pode recusar mas a esposa dele a Allen que é interpretada pela Lily Rose Depp tem um pressentimento horrível A Helen não tá bem na verdade nunca teve bem ela é angustiada ela tem sonhos estranhos cheiros de horror e de desejo sexual e ela tá sempre com os nervos à Flor da Pele ela não sabe disso mas ela tá amarrada a um contrato pelo Conde orlock e a viagem do marido dela Transilvânia É um estratagema do Conde para tirar o marido da Elen de cena e deixar o
caminho dele horlock desimpedido essa febre da Helen acaba contaminando até o casal amigo com quem ela tá morando na ausência do marido a esposa interpretada por Emma Coren também adoece e apesar do ser ceticismo do marido sujeito racional o aon Taylor Johnson o médico da família apela para um velho Professor cheio de conhecimentos místicos e ocultos o William daf ator preferido hoje em dia do Robert eggers que de novo rouba a cena no personagem que é a contraparte do Van Helsing O Caçador de Vampiros é uma loucura a atenção do Robert hagers a fidelidade histórica
dos modos das pessoas do linguajar das roupas delas das casas em que elas viviam do Vilarejo estupendo demais na Transilvânia em que o Thomas para antes de seguir pro castelo do orlock e essa para mim é a sequência mais impressionante de todo o filme porque ela tá encharcada na superstição do Leste euru tudo que ele faz é perfeito e quem tá dando esse aval não sou euzinha tá tem um monte de historiadores especializados Nos períodos que o filme aborda o medieval em que o warlock ainda vive e Alemanha das primeiras décadas do século XIX que
estão enlouquecidos com a minúcia e com o fato de que tudo é tão autêntico quanto seja possível cravar e isso aqui inclui a aparência do coner loock ou vai Drácula que é completamente diferente de todas as outras representações até aqui e é totalmente calcada nos retratos que sobreviveram dos Nobres romenos dos anos vai 1400 aos 1600 esse orlock mais uma vez preciso dizer o trabalho de fisicalidade do Bills NC é uma coisa impressionante esse Vampiro é uma versão decomposta corrupta repugnante e imensa de uma dessas figuras reais e isso se reflete até no castelo dele
que é uma maravilha visigótica na República Checa mas uma maravilha arruinada que Aliás o Herzog usou também no nosfer dele em 79 Aliás a fotografia é esplêndida não só na luz nas composições eh na maneira como ele usa Bruma como ele difunde os contornos das coisas mas também na linguagem que o egers aplica a essa história uns super closes com o fundo chapado mas em Foco como se os personagens estivessem numa dimensão mental que não é a de verdade umas inversões de ângulo em que em vez de fazer Plano Contra plano ele faz a câmera
pivotar no mesmo eixo lindo uns planos Gerais em que parece que a gente tá olhando asse cidade como se tivesse observando as formigas num Formigueiro são umas coisas que me deixaram babando por isso embora pra minha própria surpresa a exceção do William daf eu não tenha me envolvido com os personagens nem com o filme em geral eu fiquei meio fria enquanto eu assistia e a sensação do filme evaporou meio rápido depois que ele acabou mas eh por isso Apesar dessa distância em que eu fiquei eu admirei imensamente o filme e me interessei por ele de
um jeito muito mais intelectual do que psicológico mas me interessei de verdade porque tem ideias muito bem defendidas aqui e algumas dessas ideias são bem complexas nesse nosfer aqui a Alemanha Mercantil dos anos 1830 né a epítome da civilização e dos bons modos burgueses ela preza tanto o racional e o objetivo que ela não tem defesa contra o sobrenatural porque ela não é de equacionar a existência dele esse é um mundo que perdeu os instrumentos para isso e essa é uma visão fica muito explícita quando o personagem do William daf diz que não fomos tanto
iluminados pela ciência quanto cegados por ela e no entanto nós que estamos do lado de cada tela a gente tem que incluir um outro termo nessa equação porque foi nesse mundo esse mundo que se originou da Revolução Industrial e Mercantil do Iluminismo do pensar pensamento cartesiano que a ficção gótica nasceu e é um exemplo dela que a gente tá vendo na tela e foi de uma outra Alemanha ainda economicamente politicamente muito instável mas em um momento incrível de liberdade criativa e social que nasceu o nosfer do murnau que o Robert egers viu pela primeira vez
Aos 9 anos e que marcou ele profundamente talvez até porque o egers também cresceu numa sociedade que é basicamente pragmática sociedade americana mas ele cresceu em uma parte dela a nova Inglaterra em que as marcas do passado que ele recuperou em a bruxa né do passado dos Colonos puritanos ainda são muito visíveis muito presentes no espaço do filme e no espaço da plateia então o mote é dualidade ou complementação ainda que um indivíduo ou uma sociedade não reconheçam isso o ser humano tem uma necessidade evolutiva de abarcar de algum uma forma o que ele não
pode explicar ou até mais do que isso ele tem necessidade de guardar na imaginação algumas zonas associadas ao arcaico à superstição aos medos arquetípicos e associadas também à pulsão sexual e ao Tabu sexual porque essa é uma das correntes que alimentam o conto de fadas na forma original dele que é muito sinistra e que alimentam muito da ficção gótica também e esse Esse é o outro recorte principal desse nosfer do egers muito mais do que um terror clássico ele é um drama psicossexual a obsessão sexual do klock com a Helen é o desencadeador da história
e o que conduz a história é o Desejo Proibido que atormenta Helen Eu já cansei de ver gente reclamando que o Drácula do copola por exemplo distorce o texto do Bram Stoker porque esses elementos de paixão e Sexo não estavam nele Na verdade o que o copó o Herzog o egers agora fazem é trazer pra superfície um subtexto que não podia ficar explícito na época em que o Bram Stoker escreveu o Drácula dele e o que interessa ao Robert eggers neste filme e nos outros três que ele fez é eu acho o inconsciente o mais
precisamente vai a maneira como aquilo que move as pessoas em geral é inacessível para elas está blindado delas próprias é ação e reação mas sem que a pessoa Conheça o que liga uma coisa e outra e eu acho que é isso que mais me fascina e me emociona no cinema do Robert egers eu pelo menos interpreto Essa obsessão dele com esse perfeccionismo dele como uma ânsia de atravessar o espelho Por um momento que seja para viver outras vidas viver em outros tempos antes de mergulhar a plateia nesses passados que ele recria é ele que se
joga nele E com isso eu me identifico completamente e é por isso também que eu acho que é meio um pecado não vend nosfer na tela grande porque são muito poucos os cineastas de hoje em dia que ainda CONSEG imprimir tanta a imagem quanto Robert ERS consegue e que conseguem tornar ela tão linda quant ele tor se você gostou desse vdeo não se esqueça de curtir inscreva-se no canal e clique no Sininho e a gente se vê no próximo vídeo m [Música]