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Video Transcript:
[Música] Olá eh Uma boa noite a todas todos e todes que estão conosco nessa eh apresentação nessa Live do eh lei Sul eh então Eh contextualizando né esse é um seminário do mês de julho de 2024 promovido pelo lei região Sul que envolve Então os estados de eh Paraná Santa Catarina e Rio Grande do Sul sendo que a Live de hoje foi precedida por duas anteriores né uma feita no dia 9 outra feita no dia 10 e ess do dia 11 é um prazer estarmos aqui e junto comigo estão a geoconda guid que é também
membro da coordenação do Estado do Paraná do le Sul no âmbito do compromisso criança alfabetizada e a Franciele da Silva dos Anjos stroer eh também pela coordenação do lei Sul Paraná hoje será um dia de conclusão desse ciclo de de apresentações né de palestras nós tivemos no dia 9 a professora Maria Laura eh no dia 10 a professora Liane e hoje teremos conosco o professor André magre eh na intenção né de dar continuidade e ampliar as discussões que foram feitas nos dias anteriores eu vou convidar o professor André então para eu poder apresentar tlos a
vocês eh é um prazer que eh o André eh tenha Aceito o nosso convite né o André hoje é professor da universidade federal eh Fluminense Mais especificamente do Instituto de humanidades e saúde de Rio das Ostras eh e eh o André licenciado em letras língua portuguesa e respectivas literaturas pela Universidade eh do Estado do Rio Grande do Norte especialista em Literatura e ensino pelo Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia também do Rio Grande do Norte mestre em educação e Doutor em estudos literários pela Universidade Federal de Minas Gerais eh o André tem né entre
seus interesses eh eh estudos na áreas de letras e educação sobre tudo nos temas relacionados à contra colonialidade a literatura brasileira contemporânea a educação literária para as infâncias e juventudes eh a história da leitura e da cultura escrita arte educação formação pedagógica e metodologias de pesquisa eh para o dia de hoje né a ênfase do André será na questão da cultura oral e naas particularidades aí da cultura oral dentro da do modo como André as aborda né a gente agradece antecipadamente André o aceite do convite né Eh nós estamos em localidades distantes né o André
tá no estado do Rio de Janeiro imagino nesse momento com um clima um pouquinho mais Ameno do que o clima aqui né da região sul Mas eh a tecnologia e permite essa aproximação muito grande né Nós temos tido um público muito interessado em todos os dias das eh das lives que já aconteceram tanto aqui do Paraná quanto Santa Catarina eem Rio Grande do Sul então Eh faço minha saudação a todos que estão aqui nesse ambiente virtual nesse momento e passo a palavra para você André fique à vontade nós seguimos aqui te escutando e depois voltamos
para fazer as interações a partir das perguntas do público Muito obrigado [Música] Catarina Então pessoal boa noite Eh quero agradecer mais uma vez o o convite eh para estar aqui conversando com as professoras e professores da Educação Infantil eh dos estados da região sul eh e eu espero que a gente tenha uma boa um bom diálogo aí sobre eh algumas questões relacionadas ao trabalho com culturas populares em especial relacionando leitura e escrita dentro da Educação Infantil Então vamos só aguardar a apresentação né Projetada ah perfeito eh esse é o título da da nossa conversa Eh
o meu nome Catarina já já apresentou Seu André sou professor da da Universidade Federal Fluminense em específico da área de metodologias de pesquisa em arte e cultura podemos passar Ok eh eu quero começar com essa citação do Evel cabre para que é citado pela Yolanda Reis em um livro que eu vou apresentar para vocês mais ao final eh em que ele diz o seguinte Por que Lemos para as crianças Por que gastamos uma grande energia humana e econômica em torno do ato de lei não Lemos textos para as crianças a fim de que se convertam
em grandes leitores e sim porque sabemos que essas leituras permitem que elas determinem algo fundamental para si a descoberta de que os textos são coisas que T um sentido uma pluralidade de sentidos e que cada sujeito deve trabalhar um pouco para chegar a construir o sentido em seu espírito Então essa eu decidi iniciar nossa conversa com essa passagem do do paras citado pela Yolanda Reis eh porque eh não será incomum que nós sejamos confrontados que nós sejamos questionados em determinadas situações sobre o porquê dos livros sobre o porquê da literatura para crianças especialmente as crianças
pequenas especialmente as crianças durante a primeira e a primeiríssima infância eh nós somos eh questionados e e somos provocados a justificar é muitas situações para as pessoas eh qual é o sentido de de e lidar com leitura e escrita com crianças que supostamente ainda não sabem ler e escrever e toda a nossa conversa de hoje ela é guiada por uma tentativa de desconstruir essa ideia de que as crianças precisam estar inicialmente alfabetizadas para então participarem da cultura escrita para então lidarem com a leitura para então lidarem com as di [Música] práticas sociais que lidam com
a escrita ao contrário a medida que as crianças desde muito cedo participam da vida linguística da vida cultural da vida artística desse mundo em que chegam mais condições elas terão no futuro de criarem de determinados códigos de determinados gêneros do discurso de determinadas práticas sociais de leitura e escrita Então essa primeira essa primeira citação eh ela tem o objetivo de nos provocar a pensar que eh mais do que ler com as crianças e ler para as crianças para formar um um leitor ou uma leitora eh genial que consiga ler inúmeros livros por dia ou por
semana ou por mês ou que domine com extrema perícia o o código os códigos escritos da língua eh envolver as crianças em situações de educação literária em experiências de educação literária eh tem na verdade a ver com algo maior como a gente vai ver aqui à frente então ao pensar nesse direito à literatura na infância na primeira infância na primeiríssima infância eh uma série de justificativas elas poderiam ser dadas mas eu decidi me concentrar nessas três eh a primeira delas é o a lida com diferentes textos literários na infância permite à crianças participar de formativa
da vida cultural e da vida artística da sociedade ao qual pertencem do campo humano do campo de experiências humanas em que aquelas crianças participam em que aquelas crianças são partes são sujeitas eh então para Além disso Enquanto elas participam dessa vida cultural e artística elas ao mesmo tempo se apropriam de diferentes formas diferentes manifestações e materialidades da linguagem elas se tornam sujeitos de linguagem e essa esse tornar-se sujeito eh de linguagem não tem só a ver com quem são as crianças naquele momento no tempo presente mas tem também sobretudo a ver com a abertura que
a linguagem que os textos literários sejam eles orais sejam eles escritos oferecem à crianças pequenas eh em termos de possibilidades do que eu quero ser do que eu gostaria de me tornar do que eh das possibilidades de fantasiar de imaginar e de fabular outras situações outros modos de viver outros modos de lidar com com a vida então me parece que a a força a grande força dos textos literários na infância eh se associa por um lado a fazer com que essas crianças eh sejam parte dos espaços sejam parte dos contextos parte eh da vida cultural
e artística mas ao mesmo tempo em que elas se valham da linguagem se apropriem da linguagem para descobrirem Quem são e para pensarem no que podem ser no que desejam ser no que gostariam de se imaginar sendo e essa ideia da do tornar-se sujeito de linguagem lembra muito eh o que não vou saber a citação de de imediato Mas vem dos textos eh de Lacan quando ele fala da impossibilidade da linguagem representar tudo da linguagem dizer tudo nós somos sujeitos formados forjados em linguagem evidentemente as crianças também eh e dela lançamos mão para simbolizar os
nossos desejos as os nossos medos as nossas alegrias os nossos sonhos as nossas intenções por outro lado eh a Existe alguma coisa entre o que acontece de fato o que desejamos de fato que vi de Fato e a simbolização disso por meio das diferentes linguagens que se perde Eh que que ocupa um um lugar de silêncio Ocupa um lugar de não representação eh e a experiência literária a experiência da educação literária ela tem o o desafio de ao mesmo tempo em que oferece as crianças diferentes formas e possibilidades de se pensarem e de lidarem de
viverem nesse mundo feito de linguagem com linguagem também de confrontarem eh a impossibilidade de dizê-lo por completo a impossibilidade de representá-lo por completo e é exatamente aí onde mora o Devir onde mora o porvir onde mora essa possibilidade não só das crianças mas nossa de inventar outros modos de ocupar a existência então [Música] eh pensar na literatura como um direito desde das Crianças pequenininhas eh é pensar que muito antes do processo de alfabetização eh as crianças precisam ter acesso a a a esse mundo precisam ter acesso a essas possibilidades precisam ser convidadas e precisam ser
provocadas a suspender o imediato acho que essa é também uma grande sacada do trabalho com literatura na na infância é que na infância para além das infâncias é que os bons textos literários os textos literários de qualidade sejam eles orais sejam eles escritos eles suspendem a realidade eles criam uma espécie de interrupção sabem a experiência da sei lá vamos imaginar que estamos saindo cedo pro trabalho para pras escolas onde nós trabalhamos e a gente precisa pegar ônibus para isso pegar a condução estamos lá dentro do ônibus sonolentas sonolentos um pouco ali cansados do da da
rotina e de repente a gente olha pela janela e vê um um grande painel eh [Música] grafitado ou a gente vê um determinado picho num num prédio e aquilo interrompe aquilo suspende o automatismo aquilo suspende eh a a rotina e fixa por alguns segundos a nossa atenção naquele objeto e Ali há um um espanto ali H alguma coisa que nos diz esse momento esses segundos que estou vivendo nesse momento são diferentes dos anteriores e será diferente daqui para frente então os bons livros fazem isso conosco o Roland Bart num texto é um texto pequenininho Vale
super a pena ler chama o prazer do texto se eu não tô enganado ele vai falar sobre eh sobre os textos que exigem do leitor que ele Erga a cabeça aquela situação em que a gente tá ali né concentradas concentrados lendo um determinado livro um determinado texto e de repente aquelas palavras Ou aquelas imagens nos acertam com tanta força que a gente precisa parar respirar um pouco olhar para cima olhar ao redor e tentar lidar com aquilo que aqueles textos e aquelas palavras nos causaram e essa experiência ela não é exclusiva das pessoas adultas ela
não é exclusiva dos jovens ela não é exclusiva dos Adolescentes as crianças também se espantam as crianças também eh São provocadas pelas imagens São provocadas pelas palavras sejam as palavras que elas conseguem ler sejam aquelas palavras que elas escutam que são lidas para elas por esses adultos adultas que vão fazer o papel de mediadores de mediadores de leitura então [Música] Eh formar crianças leitoras ler com as crianças ler para as crianças eh em grande medida tem a ver com ensinar o espanto ensinar o espanto diante da arte diante da palavra diante da linguagem né demover
e retirar a retirar do caminho o automatismo o rotineiro o imediato e provocar o que tá Além disso E aí eu me pergunto e convido vocês para pensar junto comigo se pode existir vida humana sem narrativa ora há pouquinho tempo nós falávamos que somos sujeit de linguagem Precisamos das diferentes linguagens para forjar e para materializar a nossa experiência no mundo alguém pode dizer não André Ok mas isso tá nos livros né Isso tá na nas histórias mas uma montanha é uma montanha ela tá lá no lugar dela um carro é um carro ele tá lá
no lugar dele é material É palpável ele existe não tem como quer questionar que ele não existe eh um corpo ele é físico o meu corpo ele existe efetivamente o corpo de vocês existe efetivamente nós sentimos dor nós sentimos frio nós sentimos sono nos sentimos frustrados ou nos sentimos extremamente animados eh só que tudo isso todas todos esses objetos Tod todos esses cenários esses espaços o nosso nosso próprio corpo a aquilo que vivemos precisa ser simbolizado precisa ser representado então É nesse ponto de de inflexão eu diria que a linguagem eh nos inventa ao mesmo
tempo que nós a inventamos porque eh embora os corpos embora os espaços Os territórios eles existam efetivamente eh Há que se narrar há que se dizer aquilo que eu vejo H que se dizer aquilo que sinto há que se dizer aquilo que eh que integra a minha a nossa experiência no mundo então Pensando na possibilidade de existir vida humana sem narrativa eu arriscaria dizer que não nós precisamos narrar e nós precisamos das narrativas dos outros porque são essas narrativas que fazem de nós quem somos são as histórias que contamos sobre nós mesmos são as histórias
que ouvimos das outras pessoas são as histórias que as crianças dividem conosco E essas histórias que as crianças dividem conosco elas não precisam ser necessariamente eh eh eh enunciadas eh de modo articulado enunciadas de com começo meu e fim as crianças elaboram narrativas de inúmeras formas e quando nós participamos e quando Nós aceitamos o convite delas para participar com elas dessa invenção de outras possibilidades de contar de dizer de si de contar o que vejo de contar o que sinto de ouvir o que o outro arra e conta sobre aquilo que vive que experiencia nós
temos a vida acontecendo nós temos a vida em marcha nós temos a vida eh sendo produzida não por acaso um filósofo da educação que eu gosto muito que tem textos muito bonitos sobre a relação entre educação e experiência e literatura que é o Jorge larossa diz que o sentido de quem somos é a a construção e a interpretação de um texto narrativo e como tal obtém seu significado tanto das relações de intertextualidade que mantém com outros textos como do seu funcionamento pragmático em um contexto e mais à frente conceção passeg diz que narrar é humano
então dificilmente se pode falar em vida humana a quem da narrativa de uma vida humana que eh que esteja que dispense a narrativa que dispense o compartilhamento de histórias que dispense a a possibilidade de trocar de compartilhar de intercambiar os nossos modos de ver e de estar no mundo porque quando nós contamos histórias e quando nós ouvimos histórias nós não temos ali uma situação de mera representação nós também inventamos e nós também recriamos o objeto da nossa narrativa e aí o que pensamos pensando na literatura como direito na primeiríssima na primeira infância pensando no papel
dos textos literários na educação literária das crianças o Que Nós pensamos efetivamente Quando falamos em cultura popular para vocês pensarem junto comigo cultura popular Quais são as primeiras imagens que vem à nossa cabeça vocês podem usar os comentários eh dentro da da da própria Live para conversarem para trocarem ideias Mas pela minha experiência discutindo esse assunto de antemão as imagens que nos chegam de cultura popular geralmente são cultura popular é oralidade cultura popular é é é algo que tem a ver com o passado que tem a ver com tradição que tem a ver é algo
feito por pessoas pobres é algo oriundo do Povo isso Daniela eh e e esse oriundo do do Povo ele já nos provoca que povo é esse né a gente lembra das brincadeiras Alguém falou isso aí nós vamos lembrar de determinadas determinadas manifestações do folclore então a expressão cultura popular ela é carregada ela tem uma carga semântica tem uma carga de sentidos muito bem definidos no Imaginário eh no nosso Imaginário social cultural e aí eu quero conversar com vocês sobre essas imagens eh porque eu sou um grande partidário da Necessidade da formação de professores da formação
de professores ela conversar com os elementos teóricos e com os elementos práticos da Praxis pedagógica Trocando em Miúdos eh às vezes há uma tendência de reduzir a discussão sobre formação de professores a ensinar certas técnicas de como fazer certas coisas para as professoras e para os professores deixando de pensar deixando de nos pensar como produtores de conhecimento deixando de nos pensar como sujeitos profissionais como trabalhadores do do conhecimento da palavra da pesquisa do ensino para nos reduzir e nos limitar reprodutores que recebem uma determinada um determinado material e precisam eh executar esse material conforme foi
pensado por uma equipe X por um grupo Y por uma Fundação Z eh e eu penso de outra forma eh evidentemente a dimensão metodológica do nosso trabalho e didática ela é fundamental mas ao lado disso é importantíssimo que nós dominemos e que a gente tenha eh clareza sobre os pressupostos teóricos que estão por trás daquelas práticas que orientam aquelas práticas que direcionam aquelas práticas eh e esse é um dado importante num num grupo diverso num grupo vasto inclusive vasto geograficamente como esse em que estamos aqui e é importante de ser lembrado e é importante de
ser reivindicado que é o lugar da formação para o professor o lugar da formação para a professora eh e em relação à cultura popular especificamente muitas das imagens que nos Vem quando pensamos nessa expressão são imagens que tendem a reproduzir certas relações de poder e elitismo especialmente por causa dessa oposição entre erudito versus Popular Então o que é Popular não é erudito O que é erudito não é Popular O que é erudito é aquilo que é reconhecido pelo campo cultural estabelecido é aquilo que eh está nos grandes museus é aquilo que recebe uma legitimação distinta
por parte da escola por parte da Universidade por parte da mídia por parte de uma série de de Campos que vão cada um a seu modo com seus recursos definir o que é mais legítimo O que é mais válido o O que é alta cultura O que é baixa cultura Então embora o título da nossa da nossa conversa seja fale de culturas populares uma primeira provocação que eu quero fazer é de pensar que eh se todos produzimos cultura se todos os espaços produzem cultura se eh a vida ela é intimamente produzida por causa de práticas
por causa de eh de modos de participar da cultura eh qual o sentido dessa divisão qual o sentido da emergência do conceito de popular em oposição ao conceito de erudito Então são questões para que a gente reflita e pense que a própria adoção do conceito de cultura popular eh tem a ver com relações de poder e de elitismo que colocam certas manifestações culturais certas produções culturais certos agentes artístico culturais eh em lugares hierarquicamente diferentes e essas hierarquias elas não têm só a ver com alguém dizendo que isso é mais bonito ou que isso é menos
bonito Elas têm a ver inclusive com eh o quanto os produtores de Cultura eh lucram ou não com isso não é por acaso que quando nós vamos a uma feirinha eh uma feirinha anal né como a gente gosta de falar e a própria ideia de divisão de arte e artesanato ela também é recalcada eh em termos de um certo elitismo no debate cultural e nós eh tendemos a olhar para o para aquelas peças de arte produzidas por homens produzidas por mulheres produzidas por jovens que não estão sendo que não estão participando por exemplo de nenhuma
grande Bienal do eixo Rio São Paulo Paulo eh tendemos a achar caro tendemos a querer negociar a querer pedir desconto e de muitos modos a desvalorizar de muitos modos a não olhar para aquilo para aquelas eh para aqueles objetos artístico culturais do mesmo modo como olhamos para outros então pensar em cultura popular é pensar nas relações de poder que circundam e que atravessam esses objetos e esses sujeitos primeiro porque o popular não é uma identidade fixa isso é uma coisa importantíssima para ser lembrada Ah o que é popular é o que vem do povo e
que povo é esse nós falamos do povo como se ele fosse uma unidade monolítica como se fosse um grupo sem história sem cultura sem geografia sem inscrição material na própria vida então questionar a a essas noções é um dos passos mais importantes para um trabalho efetivo para um trabalho crítico para um trabalho criativo com as culturas populares na educação infantil e em qualquer outra outro nível outra etapa da educação lembrar que eh essa a própria adoção do termo popular ela cria uma oposição em relação ao que não é popular e isso precisa ser pensado a
ideia de Popular ela não tem a ver com nenhuma identidade fixa tanto que vocês colocam aí nos exemplos os poucos que eu consegui ler enquanto tô conversando com vocês uma série de manifestações uma série de práticas que embora abrigadas nesse guarda-chuva do popular são diferentes são distintas com regras próprias com situações de apreciação situações de S específicas então não dá para dizer que ah a cultura popular é isso e ponto e nessa mesma linha pensar que o povo não é o povo não existe esse povo no singular esse povo com uma única identidade esse povo
que pensa de um determinado modo e só pensa daquele modo então questionar essas verdades é uma tarefa de qualquer professora de qualquer professor de qualquer pessoa que se interesse pela discussão sobre culturas populares no espaço escolar não é por acaso que o Nestor Garcia canclini diz o povo é resgatado mas não conhecido isso tem a ver com uma palavra que é muito comum no debate no campo cultural é quando a gente pensa em cultura popular nós sempre ouvimos as pessoas falando em resgatar vamos resgatar vamos resgatar vamos resgatar resgatar isso resgatar aquilo quase como se
a cultura as diferentes culturas populares elas estivessem sempre em perigo e estivessem sempre necessitadas de serem colocadas nessa redoma né nesse lugar de de proteção nesse lugar museológico de eh olha precisamos resguardar isso aqui a gente precisa gravar isso a gente precisa fazer isso porque isso aqui tá em vias de acabar eh e o cancin ele vai cancin outros estudiosos vão fazer uma crítica eh a esse tipo de de prática e pensar que mais do que tá interessado em resgatar isso resgatar aquilo a escola e aqui eu trago a escola especificamente como Sujeito da nossa
conversa a escola ganharia mais se tivesse dedicada a conhecer conhecer o que chama de cultura popular conhecer as pessoas que fazem a cultura popular porque embora pareça a cultura popular pareça em alguns casos né que a cultura popular ela não tem corpo ela é uma é um conjunto de tradições milenares que quase se apaga ao longo da própria história a cultura popular é feita por sujeitos feita por homens feita por mulheres feita por crianças feita por pessoas que dividem e partilham certos códigos certas práticas certos símbolos certas linguagens e conhecer isso e colocar as crianças
em contato com essas pessoas e levar a escola até esses espaços é um é parte de um trabalho eh é parte de um trabalho muito necessário é parte de um trabalho muito [Música] eh muito necessário para desde muito cedo ajudar as crianças a construírem um olhar sobre aquilo que se chama de cultura popular não etnocêntrico um olhar não estereotipado como a gente vai ver aqui à frente o perigo de uma infância e uma literatura únicas certamente vocês já Ouviram isso de outra colegas ao longo desse seminário belíssimo e já ouviram em outros espaços mas é
sempre bom reforçar eh quando nós falamos de crianças nós não falamos de uma criança modelo de uma infância idílica de uma infância comum a todas as crianças as infâncias elas são diversas porque as crianças também são diversas ocupam diferentes territórios desse país Continental de diferentes formas com diferentes condições de de de participação no mundo diferentes condições socioeconômicas diferentes acessos a determinados bens culturais determinados Bens Materiais então Eh alerta perigo Alerta bandeira vermelha eh quando a gente se depara com discursos que tendem a defender e tendem a falar em uma criança comum em uma criança eh
modelar em uma criança unilateral e ao mesmo tempo uma única infância aqui eu recupero alguns trechos de um livro maravilhoso curtinho dá para ler assim enquanto a gente toma um café alguma coisa assim um chimarrão né no caso do Sul eh que é da chimamanda DIT o perigo de uma história única quando ela diz esses dois trechos mostre um povo como uma coisa uma coisa só sem parar e é isso que esse povo se torna a história única cria estereótipos e o problema com os estereótipos não é que sejam mentira mas que são incompletos eles
fazem com que uma história se torne a única história e em relação às culturas populares Esse é um grande calcanhar de Aquiles porque a gente tende a reproduzir imagens muito monolíticas imagens muito com concretas e muito fechadas do que chamamos de povo o povo costuma ser pobre o povo costuma não não participar adequadamente das práticas de leitura escrita o povo é ignorante o povo é simples o povo eh não tá não costuma tá eh participar de certas discussões de modo mais complexo tende a simplificar as e o povo não saberia se comportar em determinadas situações
notem essa carga muito densa de preconceitos e de estigmas que acompanham essa ideia de povo acompanham essa ideia de povo então é disso que é é não é exatamente disso mas é disso também a gente pode relacionar quandoa Amanda fala sobre essa prática de mostrar um povo como uma coisa uma coisa só sem parar e é isso que esse povo se torna eh eu sou potiguá nascido e criado como se diz lá no Rio Grande do Norte na cidade de panguaçu no na região do Vale do Açu eh então eu nasci numa cidade eu venho
de uma determinada cidade eu conheço aquela cidade Só que não é incomum quando nós transitamos entre determinadas regiões entre determinados espaços vê essa especificidade ver esse lugar de onde partimos de onde somos dissolvido num grande caldo chamado Nordeste nordestino então Nordeste tem nove estados esses nove estados têm centenas de municípios espalhados em diferentes espaços desse recorte geográfico chamado Nordeste com diferentes sotaques com diferentes tradições gastronômicas culturais musicais literárias no entanto no entanto uma das coisas mais comuns é imaginar essa região e seus sujeitos como um grande bloco uma massa onde todo mundo dança forró onde
todo mundo come cuscuz e gosta de cuscuz onde todo mundo só lê literatura de cordel ou só escuta cantorias eh onde todo mundo mora em cidades extremamente quentes onde eh o turismo só pode ser no litoral só pode ser feito de praia enfim Vocês conseguem observar e eu tenho certeza que Vocês poderiam e podem dar uma série de outros exemplos sobre essa estereotipia eh relacionada às regiões em relação ao su determinadas imagens que são veiculadas pela mídia pelo boca a boca Pelas conversas pela literatura pela música pelas artes de modo geral que tendem a engessar
uma identidade ou seja ao invés da identidade ser provisória ser histórica ser situada ela passa a ser um lugar de eh fronteiras muito delimitadas e que asfixiam a gente dentro desses estereótipos E aí é o que se fala aqui não é que o estereótipo seja uma mentira não é que o não é que que não não tenha literatura de cordel sendo produzida e lida em inúmeras cidades e em inúmeros espaços eh do Nordeste não é que não existam cidades muito quentes no Nordeste mas é que não é só isso Não é só isso Existe diferença
existe ruptura existe eh existe o o que não é o que não se identifica com isso então é por isso que os estereótipos são perigosos porque eles levam a gente a crer que só há uma única história que só há uma única criança só há uma única Literatura Infantil um único tema adequado para as crianças uma única forma de apresentar as culturas populares para essas crianças então ter consciência disso eh é essencial para que o trabalho com culturas populares dentro da escola seja um trabalho que ao invés de reificar e de reafirmar eh visões preconceituosas
visões reducionistas visões limitadas dessas desses objetos artístico cultur dessas práticas desses sujeitos que possa lê-los e possa pensá-los na verdade reconhecendo-os conhecendo-os como alguns de vocês falaram tão bonitamente aí no nos comentários né Eh vamos lá e aí ao pensar nessa relação entre escola pública e culturas populares eu adoro essa essa imagem de um fazer dentro da essa é uma expressão que a professora Eh Maria inê Aiala é uma professora da Universidade Federal da Paraíba hoje Se não me engano já aposentada ela usa para se referir ao conto Popular para se referir às culturas populares
de modo geral é um fazer dentro da vida e é exatamente disso que se trata o trabalho com literatura na infância é disso que se trata o trabalho com culturas populares dentro da da educação literária é o fazer é o pensar é o ler é o praticar dentro da própria vida e não nessa preparação paraa vida né Essa Ideia muito questionável e muito eh eh limitada eu diria e não menos neoliberal de precisamos ensinar leitura e escrita porque as crianças tem que aprender de rapidamente Elas têm que ler o máximo de livros que elas possam
Elas têm que conhecer o máximo de histórias porque isso vai prepará-las para o futuro vai prepará-las para as provas em larga escala que elas farão a partir do ensino fundamental prepará-las para o exercício de uma determinada profissão evidentemente todas essas questões fazem parte farão parte da vida dessas crianças que se tornarão adolescentes jovens adultos enfim ao longo da vida o que não significa que o trabalho da escola Deva se limitar a isso ou Deva instrumentalizar os textos literários para isso lembrem lá daquela citação do par no início da da da nossa conversa eh o trabalho
com literatura o trabalho de educação literária com as crianças ele vai além disso ele precisa ir além disso precisa ir além do instrumental do imediato precisa lidar com com outras esferas da vida humana aquilo que faz sentido e aquilo que nos ajuda a dar sentido a nossa experiência e eu tô aqui conversando com vocês e lembrei de um filme lindíssimo que eu assisti esses dias e vale muito a pena dar uma conferida é um filme sobre silêncios é um filme sobre rotina é um filme sobre certa lentidão da própria a vida e ao mesmo tempo
sobre como é possível se espantar se comover e se encantar eh diante do que aparentemente é repetitivo é ordinário é muito simples e o nome do filme se chama dias perfeitos certo vale muito a pena conferir fica a dica para vocês o que eu vou apresentar para vocês agora entrando já nessa parte final da nossa conversa em que eu falo né porque aí eu quero ver os comentários de vocês eh não são exatamente não é um manual do tem que fazer assim em todas as escolas para dar certo mas são pistas são sugestões com base
na minha experiência como professor da Educação Básica E também como pesquisador dessas relações entre educação e cultura popular primeiro ao levar as culturas populares à escola é preciso aprender a fazer o caminho inverso levar a escola até elas aprender com a comunidade então Eh toda cidade pequena ou grande vai ter pessoas daquela comunidade que contam histórias pessoas daquelas comunidades que produzem determinados objetos que praticam determinadas que colocam em marcha né que colocam que dão vida a certas práticas culturais relacionadas à Dança relacionadas ao corpo relacionadas ao registro de certas experiências de vida e aí é
claro que as crianças podem assistir uma animação sobre isso elas podem ouvir as profas lendo para elas histórias sobre isso contando histórias Mas por que não convidar essas pessoas até a escola Por que não levar as crianças se possível dentro das condições de cada comunidade escolar levá-las até esses espaços levar as crianças até uma comunidade quilombola levar as crianças até uma comunidade indígena levar as crianças eh até um uma uma outra parte da cidade eh que elas talvez desconheçam que elas talvez não conheçam e alguém pode perguntar Ah mas as crianças são muito pequenas para
eh eh para para esse tipo de experiência Olha esse alguém Definitivamente não seriam vocês porque as professoras e os professores de crianças na educação infantil são as são os os melhores eh são as melhores pessoas as melhores provas se é disso que estamos falando aqui é da inventividade da Inteligência da capacidade de de se espantar da capacidade de de praticar e de vivenciar o novo que as crianças demonstram diariamente então Eh o aqui essa essa orientação ela vai muito além do que fazer ou não com um dado texto literário na de aula mas ela vai
para um lugar um pouco mais amplo que é o de ajudar as Crianças A experimentarem o mundo do qual elas são partes e a se apropriarem de diferentes espaços de diferentes realidades ouvirem outras vozes se depararem com outras cenas com outros espaços porque tudo isso integra essa experiência de leitura do mundo mais Ampla da qual Paulo Freire tão belamente fala em seus muitos textos é aquela leitura que sim tem a ver com escrita que sim tem a ver com com o código eh escrito mas que tem a ver Sobretudo com o sentido de estar no
mundo o sentido de fazer parte do do mundo da experiência aqui conosco eh os textos literários ditos populares e aqui esse ditos ele é provocativo tá é porque eh é porque a gente por exemplo eh diz eh que a cantoria ela é Popular que o Cordel é Popular que a certas brincadeiras são populares mas aí quando determinados autores quando determinadas autoras se apropriam dessas tradições se apropriam desses textos Se apropriam desses conhecimentos e produzem sei lá um romance editado pela companhia das Letras ou então cria um espetáculo que tá sendo exibido no eh no maior
teatro de eh de Curitiba ou de Porto Alegre ou de Florianópolis eh e o ingresso é caríssimo então é outra coisa né Nós não vamos chamar aquilo de Popular embora aquilo exista em grande medida por causa do contato e por causa da da desse dessa circularidade que ocorre entre as culturas né Nós queremos utilizar isso mas o que nós estamos produzindo é erodito que nós estamos produzindo é uma outra coisa que não dá para chamar de Popular Vocês conseguem notar o notar a o que tá o o esse esse ranço el por trás desse tipo
de oposição e eu vou dar um exemplo para vocês agora vej muitas de vocês talvez conheçam esse livro lampeão e Lancelote do Fernando Vilela Esse é um livro belíssimo ele foi editado inicialmente pela kak naif se não me falha a memória Hoje ele é publicado pela pequena zar e é um livro de de poemas belíssimo com ilustrações de tirar o fôlego como Fernando Vilela consegue faz como ninguém eh e dentro desse livro Uma grande parte dele é em Literatura de Cordel é em cordel é o mesmo esquema rítmico é a mesma métrica é a mesma
organização estrófica Inclusive tem prática porque se apropria também da da figura de Lampião que é um personagem histórico muito comum em muitos textos da literatura de cordel eh só que dificilmente vocês vão ouvir alguém se reportando a esse livro como um livro de literatura Popular dificilmente não isso aqui não é literatura Popular não André aqui tem capa dura eh na a ilustração da capa é laminada eh as páginas eh são uma gramatura do Papel bem alta de altíssima qualidade não não isso aqui não não é não é literatura Popular literatura Popular vai ser o folheto
o folhetinho eh impresso em papel jornal eh ou então em papel sulfite grampeado com uma ou duas fontes tipográficas apenas sem ilustração colorida n n n isso daí é popular é o folheto é literatura de cordel essa literatura de cordel aqui nós até reconhecemos que é cordel que que tá relacionado mas isso aqui é uma outra coisa então Vocês conseguem perceber que essa divisão essa oposição muito fixa entre o popular e o erudito ela tá amparada em grande medida nessa oposição entre alta e baixa Cultura entre quem pode eh eh Pode ocupar certos espaços culturais
e entre e e aqueles que não podem aqueles a quem é relegado um outro espaço Então quem faz cultura com c maiúsculo né quem faz cultura com c minúsculo Essas são são questões que precisam estar no horizonte no nosso Horizonte como profissionais da educação que trabalhamos com crianças ou com outros grupos eh de pessoas também por isso os textos literários ditos populares guardam a possibilidade de experiências coletivas que redesenham a relação das Crianças consigo e com os outros na e além da palavra Esse é um elemento que eu considero dos mais importantes quando as crianças
participam de uma roda de coco quando as crianças participam de uma contação de histórias quando as crianças participam eh eh vão até a casa de uma senhora ou de um senhor para ouvir as histórias deles para ouvir eles contando sobre suas vidas sobre suas experiência sobre aquele lugar muito mais do que a palavra As crianças estão ali lidando com o encontro entre diferentes linguagens e por isso eu falo de experiências coletivas o lugar da individualidade da Solidão nós com nós mesmos é fundamental e eu nunca vou entrar numa de não defender isso mas as experiências
coletivas elas são igualmente importante as crianças precisam aprender a fazer junto a estar junto a ler junto a se emocionar junto a brincar junto e isso é algo que esses textos literários ditos populares conseguem fazer com muita maestria eu não vou dizer que só eles conseguem não mas como a conversa sobre eles eh e há um potencial gigantesco na nos textos ditos populares de promover esses encontros entre as crianças e o mundo e o mundo e as Crianças a educação literária e os diferentes textos favorecem a fala e a expressão verbal mas também não menos
importante o silêncio a escuta a suspensão do imediato aquilo de que nós falamos falávamos no no começo é claro que as crianças que leem vão conseguir eh lidar com outros gêneros da da cultura escrita eh se espera que com mais com mais qualidade né com mais eh competência com todos os problemas né que em torno dessa palavra mas não só para Além disso o contato com a literatura a experiência e a educação literária elas também ensinam o silêncio a escuta a espera essa suspensão da do automático E isso também é muito importante nos dias de
hoje em que a gente vê muitas crianças e muitos adolescentes desesperados quando o celular descarrega desesperados quando a internet e eh não tá funcionando é é como se sem ter o que rolar sem ter o que ver o tempo todo sem aqueles estímulos visuais constantes das redes sociais das das plataformas Enfim sem isso é como se se eles não tivessem lugar se eles não tivessem lugar não soubessem o que fazer com consigo mesmos nesse mundo desconectado nesse mundo off então a literatura pode em grande medida auxiliar esse cultivo do silêncio da escuta da espera como
características que formam Nossa humanidade também e que precisam ser burilados desde muito cedo escapar ao lidar com as culturas populares do culto a beleza do morto do impulso de situar o povo e sua cultura num lugar antir relacional passadista sem corpo sem vida essa imagem da Beleza do morto é de um poema de João Cabral de Melo Neto maravilhoso e em grande medida essa imagem é o que ocupa o ocupa as reflexões de algumas pessoas sobre a cultura popular nós vamos ela já morreu ou então ela tá prestes a morrer então o que que a
gente faz vamos preservar e vamos vamos ali contemplar a beleza do morto ou no mínimo A beleza do moribundo a beleza de quem tá ali à beira da morte quando na verdade as diferentes práticas ditas de cultura popular estão aí pulsantes em diferentes partes do Brasil em diferentes regiões com diferentes sujeitos e eh eh se dar conta disso e assumir esse lugar de que a cultura popular é viva porque produzida por sujeitos homens mulheres pessoas crianças que estão ali vivos é ir na contramão dessa ideia de cultura popular como Lugar do Passado lugar da repetição
lugar daquilo que não muda lugar daquilo que é arcaico lugar daquilo que não lugar daquilo que é rústico que é exótico essas palavras todas elas não são aleatórias elas são usadas e elas reforçam essa imagem de que eh de que o O Popular ele é malfeito ou então El ele não é ele não pode ser refinado porque se ele for refinado ele não é ele deixa de ser popular E aí eu lembro demais de uma conversa uma vez com cordelista que ele disse assim tem gente que acha que a gente não gosta do que é
bonito tem gente que acha que a gente não gosta que os nossos textos sejam revisados tem gente que acha que a gente não gosta de publicar os nossos poemas também em livro em fol sim mas também em livro também em blogs também no canal do YouTube é como se nós fôssemos Os portadores de uma mensagem de um determinada de uma determinada cultura popular de um determinado cordel ali do do final do século X que precisa ser mantido tal e qual como se o tempo não mudasse como se a história não tivesse movimento como se os
sujeitos como se as pessoas que as pessoas que Edit as pessoas que ensinam que vendem que divulgam o Cordel não p não fossem outras e não mudassem também no tempo já estamos nos encaminhando aqui pro finalzinho tá lembrar que as tradições se reinventam e ocupam o presente exatamente por isso não paramos no tempo então umado tal na no trabalho com culturas populares na escola lembrar que ah mas nós estamos lidando com a tradição a tradição ela é estanque é tradição ela permanece Não não é por aí as tradições Elas têm sua parcela de permanência mas
essa parcela de permanência ela sobrevive graças à capacidade de se Reinventar não é por acaso que a literatura de cordel que é um gênero literário um gênero poético dos mais antigos no Brasil esteja viva e em movimento pulsante ainda hoje não é porque se mantém tal e qual foi no século X e ponto é porque o que se Manteve o que surgiu o que aconteceu no século XIX conversou com o que veio acontecendo ao longo do século XX e hoje no Século XX e esse encontro entre a tradição e a modernidade entre tradição e o
contemporâneo faz eh eh faz do cordel esse gênero poético absolutamente pulsante como é é necessário construir espaços de experiência literária na escola que valorizem diferentes linguagens objetos artístico culturais E materialidades então quanto mais diversidade de textos mais diversidade de experiências mais diversidade de pontos de vista de territórios forem ocupados pelas crianças mais Ampla será a visão dela desse mundo e maior e mais complexas serão eh maiores e mais complexos serão os modos dessas crianças participarem desse mundo onde vivem E aí a minha bandeira de defesa da biodiversidade porque ela cria espaços plurais de Formação estética
e ética uma num eu lembro de uma certa palestra em que uma professora falava sobre a importância de ler textos de diferentes estados diferentes autorias diferentes regiões e alguém perguntava assim meio sabe arisco eh ah Quer dizer então que eu preciso ter um livro do Maranhão na minha instante eu preciso ter um livro do Rio Grande do Sul na min instante eu preciso ter eh um livro do Rio Grande do Norte na minha biblioteca E aí a professora respondeu Sim é isso mesmo é exatamente isso então a biodiversidade ela é necessária porque com diferentes pontos
de vista com diferentes objetos artístico culturais práticas artístico-culturais as crianças e nós de modo geral temos acesso a diferentes espaços de Formação estética e de Formação ética também E aí eh eu trouxe para vocês como sugestão de dois gêneros que são muito interessantes e que podem participar desse trabalho nas escolas eh a literatura de cordel e o conto de tradição oral são dois gêneros que requerem de nós mediadores eh certas certas práticas de planejamento da nossa Performance em sala de aula porque ler é performar eh nós não estamos ali diante da das crianças decodificando o
texto a gente precisa imprimir vida ao texto né e esse é um dado importante na leitura desse tipo de gênero eh textual por isso algumas notas metodológicas para vocês a leitura em voz alta requer planejamento não dá para pegar o livro simplesmente ali na hora no calor eh e começar a ler Às vezes isso precisa acontecer porque o cotidiano escolar é aquele é é aquela pulsação é aquela coisa de o planejamento agora é outro esse não vai dar certo Vamos fazer outra coisa mas isso não é todos os dias então na medida do possível enquanto
a gente puder planejar é importante que a gente planeje eh a experiência literária é individual e coletiva e a escrita e a oralidade não são formas linguísticas e antagônicas esse é uma outra visão reducionista da cultura popular como se o popular fosse tudo que é oral e o erudito tudo que é escrito ora o povo as pessoas que e eh em diferentes espaços situações lidam com a escrita também a escrita ela não é um um objeto que só vai ter espaço na capital na cidade grande em diferentes comunidades em diferentes espaços do Brasil profundo eh
as pessoas também lidam com a escrita de diferentes formas Então essa oposição de que o popular é oral cuidado com esse tipo de de reducionismo também tá inclusive porque eh muito mais do que Oposição a encontro e a troca entre seas duas formas de linguagem e aí eu quero ler para vocês um cordel chamados animais tem razão de Antônio Francisco para tentar eh dar uma ideia de como as entonações de como essas de como esse trabalho [Música] de de planejar o ato de leitura e reconhecer que é um ato performático e a nossa performance vai
est diretamente ligada ao modo como as crianças vão participar e vão recepcionar esse texto são questões que precisam estar no nosso Horizonte Tá bom então vamos lá o texto é deste cordelista Ant Francisco Ele é mossoro lá do Rio Grande Norte um dos maiores poetas brasileiros eu diria vale muito a pena ler muito a pena conhecer e o livro que eu vou ler É esse aqui eh os animais Têm razão certo vejam esse texto foi publicado em folheto depois ele passou a integrar um livro Como coletânia e depois recebeu pela ep essa essa edição eh
paraas infâncias então vejam as diferentes material em movimento Então tudo isso contribui para que a gente desconstrua essa ideia do popular como homogêneo do popular como fixo como uma identidade que não muda e que não se ado a diferentes públicos e a diferentes situações Então bora lá para dar tempo da gente conversar ainda quem já passou no Sertão e viu o solo rachado a catinga cor de Cinza duvido não ter parado para ficar olhando o verde do Juazeiro copado e saí dali pensando como pode a natureza num clima tão quente e seco numa terra em
defesa com tanta diversidade criar tamanha beleza o Juazeiro seu moço é para nós a resistência a força a garra e a saga o grito de independência do sertanejo que luta na frente da emergência noos seus Galhos se agasalham do periquito ao cancão é hotel do retirante que anda de pé no chão o general da Catinga e o rgia do Sertão eu vinha de Canindé com sono e muito cansado quando vi perto da estrada um Joazeiro copado subi armei minha rede e fiquei ali deitado como a noite estava linda procurei ver o Cruzeiro mas cansado como
estava eu peguei no sono ligeiro só acordei com os gritos debaixo do Juazeiro quando eu olhei para baixo eu vi um porco falando um cachorro e uma cobra e um burro reclamando um rato e um morcego e uma vaca escutando isso já faz tanto tempo que eu nem me lembro mais se foi para lá de fortinho se foi para cá de cristais eu só me lembro direito das falas dos animais o porco dizia assim pelas barbas do capeta se nós ficarmos parados a coisa vai ficar preta do jeito que o homem vai vai acabar o
planeta já sujaram Os Sete Mares do Atlântico ao Mare jeu as florestas estão capengas os rios da cor de breu e ainda por cima Dizem que o cebo sou eu os bichos bateram Palmas o porco deu com a mão o rato se levantou e disse prestem atenção eu também já não suporte ser chamado de ladrão o homem sim mente rouba vende a honra compra o nome nós só pegamos a sobra daquilo que Ele come e somente o necessário para saciar Nossa fome Palmas gritos assovios ecoaram na floresta a vaca se levantou e disse franzindo a
testa eu convivo com o homem mas sei que ele não presta é um mal agradecido orgulhoso inconsciente é doido e se faz de cego não sente o que a gente sente e quando nasce é tomando a pulso o leite da gente entre aplausos e gritos a cobra se levantou ficou na ponta do rabo e disse também eu sou perseguida pelo homem para todo canto que vou para vocês o homem é ruim mas para nós ele é cruel mata a cobra tira o couro come a carne estour o fé descarrega todo o ódio em cima na
Cascavel é certo eu tenho veneno mas nunca fiz um canhão e entre mim e o homem há uma contradição o meu veneno é na presa e o dele no coração entre os venenos do homem o meu se perde na sobra numa guerra o homem mata centenas numa manobra aa tem cego que diz eu tenho medo de cobra a cobra ainda quis falar Mas de repente um esturro é que o rato pulando pisou no rabo do burro e o burro Partiu para cima do rato para dar mro mas o morcego notando que ia acabar a paz
na FR do burro disal raz baixa AB o o que o homem faz o burro pediu desculpas e disse muito obrigado me perdoe se fui grosseiro é que eu ando estressado de tanto apanhado do homem sem nunca ter revidado o rato disse seu burro você sofre porque quer tem força por quatro homens da Carroça e o chofer sabe da co se morder só apanha se quiser o burro disse eu sei que sou melhor do que ele mas se eu morder o homem ou se eu der um co nele é mesmo que está trocando o meu
juízo no dele os bichos todos gritaram burro burro muito bem o burro disse obrigado mas aqui ainda tem o cachorro e o morcego que querem falar também o cachorro disse amigos todos vocês TM razão o homem é um quase nada rodando na contramão um quebra cabeça sem prumo nem direção eu nunca vou entender porque o homem é assim se odeiam fazem guerra e tudo quanto é ruim e a vacina da raiva em vez deles dão em mim os bichos bateram Palmas e gritaram vai em frente mas o cachorro parou disse obrigado gente mas falta ainda
morce dizer o que ele sente o morg abriu as asas deu uma ada e disse eu sou o único que não posso dizer nada porque o homem para nós tem sido até camarada constrói castelos enormes com torre sino e Altar põe cerâmica e azulejos e dão pra gente morar e deixam milhares deles nas ruas sem ter um ar o morcego bateu asas se perdeu na escuridão o rato pediu a vez mas não ouvi nada não peguei no sono perdi o fim da reunião quando o dia amanheceu eu desci do meu poleiro procurei os animais não
vi mais nemum roteiro vi somente umas pegadas debaixo do Juazeiro eu disse olhando as pegadas se essa reunião tivesse sido por nós estava coberto o chão de piúvas de cigarro guardanapo e papelão botei a maca nas costas e saí cortando o vento tirei a viagem toda sem tirar do pensamento os sete bichos zombando do nosso comportamento hoje quando vejo na rua um rato morto no chão um burr mulo piado um homem com um facão agredindo a natureza eu tenho plena certeza que os bichos tinham razão então Fantástico não sei se vocês gostaram mas eu adoro
é um poema incrível uma narrativa muito criativa muito interessante que dialoga com essa grande tradição das histórias para crianças que envolvem os animais onde os animais ocupam esse lugar de protagonismo de de pensamento de de agência de de existência e de atuação sobre o próprio mundo e aqui tem uma passagem que eu quero compartilhar com vocês sobre essa relação entre a e a letra é algo que a Iolanda Reis fala de que nessa escuta da narração oral diferente de de alguma alguma compreensão que tenda a ver isso só como um contato da criança com a
oralidade ao contrário nessa escuta da narração oral a criança também lida com as leis da escritura com as leis da escrita porque enquanto a gente vai lendo com e para as crianças elas vão internalizando o modo como nós lemos elas vão entendendo e vão se apropriando dessas dessas estruturas eh de pensamento da linguagem estruturas invisíveis como a a própria Olanda fala nesse livro porque elas notam que há pausas elas notam que a nossa voz se eleva que a nossa voz abaixa elas notam que a gente lê de forma mais rápido algumas passagens de forma mais
lenta outra e isso é um um um espaço de aprendizagem da dos mais potentes dos mais complexos porque é quando a criança se dá conta de que a linguagem é muito mais Ampla muito mais complexa do que parece no dia a dia com a nossa fala comum cotidiana ali meio no automático certo então Eh esse é um dado importante para justificar também o porquê da necessidade do trabalho com textos das da ou com textos oralizados ou com textos de fato orais no no espaço da Educação Infantil e mais embaixo ela diz que Os relatos contados
pelas vozes adultas permitem que as crianças entrem em contato com a língua diferente dessa fala do imediatismo e essa experiência acaba sendo fundamental para nutrir o pensamento são parte do Diálogo que a gente vem fazendo e por fim eu acho que é fim mesmo aqui eh as histórias importam muitas histórias importam as histórias foram usadas para espoliar e caluniar mas também podem ser usadas para empoderar e humanizar elas podem despedaçar a dignidade de um povo mas também podem reparar essa dignidade despedaçada Isso é o que aima Amanda fala naquele texto o perigo de uma história
única então que nós Recor essas histórias e não para instituir estereótipos e para dizer olha nessa região é assim todo mundo lê assim todo mundo fala assim olha em tal lugar do país só funciona desse jeito não que essas histórias elas participem da humanização dessas crianças da humanização no sentido de perceber que existem muitas histórias muitos modos de elaborar experiência de vida muitos modos de dizer que quem somos De onde viemos para onde queremos ir do que gostamos do que não gostamos e e eu quero agora fazer rapidamente algumas recomendações de leitura que eu usei
para planejar essa apresentação e que eu acho que vale partilhar com vocês primeiro a casa imaginária da Yolanda Reis Gente esse livro é maravilhoso no de um jeito que e para quem trabalha na primeira e na primeiríssima inf para quem trabalha com as crianças já mais crescidinhas ali no ensino fundamental para quem tem filhos para quem quer entender mais sobre as crianças vale muito a pena é uma leitura de cabeceira esse livro primeiras leituras arte e cultura na primeira infância é um livro organizado pela fabíula pela Carolina e pela Juliana lá de BH um livro
lindo que vai falar sobre a importância do contato das Crianças desde muito cedo com arte com cultura com isso tudo do que a gente tá falando aqui Literatura Infantil e juvenil organizado pela Marta e pela Jéssica Tolentino eh também vai trazer uma série de textos que ajudam a gente a compreender esse campo da literatura para crianças e para jovens Essas são leituras de Formação não são leituras para ler com as crianças mas para que a gente Leia e consiga eh se formar como também como formadores delas textos sobre cultura popular o cultura popular no Brasil
do Marcos e da Maria in aala a feira dos mitos é um livro para assim bagunçar todas as mitologias que a gente tem na nossa cabeça sobre o que é folclore e cultura popular vale muito a pena um livro assim paradigmático do professor Duval Muniz doque Júnior excelente assim como cordel leitores e ouv da professora Ana Maria de Oliveira Galvão Esse é o livrinho da chimamanda o perigo de história única que eu ci os trechinhos tremores escritos sobre experiência e experiência e educação também são livros lindíssimos sobre essa relação entre educação linguagem e experiência aqui
são algumas sugestões literárias a gente leu os animais tem razão mas eu recomendo muito o Vozes da tradição do Marco Aurélio Marco Aurélio é um dos grandes eh coletores de narrativas da tradição oral hoje no Brasil ele escuta essas histórias na Bahia em diferentes estados brasileiros e as escreve né e as edita sobre a forma de livro e com isso elas tomam o mundo Esse é um dos muitos livros nessa linha dele vale muito a pena conhecer ela tem ó de céu eh ganhou o prêmio Jabuti de melhor livro infantil acho que em 2013 é
da Socorro Acioli do Mateus Rios uma história Lindíssima também em cordel vale a pena conhecer Bento vento tempo é do Estênio Gardel e do Nelson Cruz recém lançado pela companhia das letrinhas lindo lindo lindo também de literatura de cordel Batam o olho lá vocês vão amar mesma coisa vale paraa solução do Peixe Boi da Mari bijo e ilustrado pela Joana Lira pelo Lampião também Lampião e Lancelote do Fernando Vilela Os Contos de tradição oral eh também são coletados e reescritos pelo Ricardo Azevedo esse livro dele contos de espanto e alumbramento é fantástico só que ele
tem outros Armazém do folclore eh um eu esqueço o título agora mas é alguma coisa de um Pé de Maravilha também e ao lado dele algumas edições de textos clássicos como pavão misterioso aqui numa edição de arievaldo vian e jo Oliveira o sete fábulas em cordel ilustrado pelo Eduardo Azevedo que foi organizado pelo poeta rostino rinaré mais com textos de outros colegas e aqui estão os meus contatos para quem quiser esticar essa conversa porque eu já Estiquei demais inclusive peç desculpas a Catarina a joconda aí eu prometi que eu cumprir o tempo direitinho mas acabei
me alongando Obrigada Professor eh a gente fica aqui numa situação meio cruel assim anotando tudo vendo tantos comentários e o nosso tempo é limitado né Eh antes de começar com as perguntas a gente tem um tempo muito breve eu só queria dar alguns avisos só retomar para quem tá seguindo desde o primeiro encontro só retomar para quem chegou hoje eh pode aproveitar que as lives né esses momentos eles estão gravados ficarão disponíveis no canal do lei suul para as cursistas também nós iremos retomar né Eh então vai ser um prazer retomar essa Live pra gente
ver novamente algumas questões paraas atividades que serão desenvolvidas e não temos listas de frequência né tivemos algumas pessoas que pediram então só alguns avisos aqui paraa gente fazer eh algumas observações professor professor porque olha tivemos muitas todo mundo aplaudindo ali tivemos muitos aplausos na hora né que eh o professor eh apresentou o poema muitos comentários muitas experiências né porque aqui trabalhamos com as muitas professoras né claro que muitas daqui do su nós tivemos professoras de outros lugares também muitas também do Rio Grande do Norte ali que sinalizaram que são oriundas de lá e que cumprimento
né o senhor mas eu queria eh eu vou chamar a Frank para me ajudar com algumas questões porque ela anotou algumas eu anotei também a professora francele eh eu vou começar Professor com uma uma questão que ela é da Camila rebelato que eu acho que ela traz aqui uma reflexão interessante também sobre ela fala assim existe escolas e aqui principalmente no foco a imagem de escolas particulares que ela coloca onde é muito mais presente uma cultura internacional né Principalmente norte-americana E aí ela pensa ela pergunta como que a gente consegue subverter um pouco isso né
mas ela também faz uma uma complementa essa reflexão eh trazendo a seguinte eh questão aqui eh muito mais contato com culturas de outros países que no nosso próprio né e depois até ela coloca a expressão isso é muito doido nessa questão ela escreve assim Acho que tem a ver com a produção de massa né Essa produção de massa enfim ela coloca essas questões e eu acho que aqui Professor seria interessante a gente pensar um pouquinho eh também que o o a gente tem vivenciado aí principalmente instituições eh públicas também uma crescente de crianças que são
migrantes né Eh então seria interessante a gente pensar assim de fato a gente tem uma cultura de massa uma produção que muitas vezes vem de cima para baixo né na tradução de muitos livros eh também e de uma imposição de algumas culturas mas a gente também vivencia uma uma um um momento interessante principalmente em algumas cidades desse processo migratório né que eu acho que aí tem uma uma questão interessante pra gente pensar então passo para ti depois a gente volta aí com mais algumas observações com a professora Franc perfeito geoconda vamos lá qual o nome
da me lembra o nome a Camila rebelato Camila rebelato Oi Camila tudo bem eh então você traz uma questão que é muito importante e aí eu vou focar na bibli diversidade eh eu sei que especialmente nas escolas particulares Muitas vezes o nosso espaço como professoras como professores de atuação é um espaço mais controlado é um espaço mais tutelado vigiado arbitrado mesmo acho que são essas as palavras eh mas a a recomendação que eu faria é dentro do que é possível dentro do que tá ao seu alcance dentro que do que tá ao alcance de outras
professoras e outros professores nessa situação é de colocar ali no meio dessas desses textos Eh que que vem de outros países e eu fiquei aqui pensando será que esse outros países eh eh resume-se a Estados Unidos e uma parte da Europa essa é uma questão Porque se forem textos de lugares diferentes de diferentes países africanos diferentes países europeus diferentes países do continente americano de outras partes do mundo e isso é o ideal também porque coloca as crianças em contato com outros universos com outras tradições com outras experiências de vida eh O problema é quando os
textos eles meio que circunscrevem ali a um só Campo a um só campo de experiência a um só campo de linguagem porque isso reduz esse diálogo das Crianças com a diferença e isso que a joconda falou sobre o a migran nós temos livros lindíssimos vale a pena eh Tomara que vocês tenham aí outros seminários bonitos como esses outras lives outros encontros presenciais para falar sobre o tema da migran nos livros para crianças porque tem Produções belíssimas belíssimas lindas sensíveis delicadas que ajudam a pensar essas questões e então acho que que é isso eh apostar na
bibli diversidade dentro das condições que nos são que nos são oferecidas eh para também não ficar eh a gente não ficar em torno de si mesmos eh de Ah não estamos no Brasil vamos trabalhar só com as experiências do Brasil só com a literatura produzida no Brasil esse caminho vai cair naquele lugar do etnocentrismo vai cair naquele lugar do antir relacional e não é isso que a gente quer o que a gente quer que as crianças aprendam e se relacionem com o mundo na diferença na diversidade que o mundo tem para oferecer para elas Obrigada
Fran queres comentar um pouquinho Boa noite pessoal vocês me vem bem sim sim que bom Parabéns André Parabéns também aos nossos intérpretes que noite belíssima né para fechar com chave de ouro aí esses três dias de seminário eh agradecer então aos comentários as pessoas nossos colegas de profissão aí no chat foram uma série né como disse a geoconda de elogios a tua fala de agradecimentos a tua Fala André eh e perguntas muito potentes também né que nos ajudam ainda mais a compreender e essa discussão tão potente tão necessária eu vou trazer uma questão aqui que
é da Eloí Nossa formadora estadual ela diz o seguinte você afirmou que devemos ensinar o espanto diante da arte da palavra da linguagem comente mais sobre o papel da bibli diversidade neste ensino do Espanto vamos lá Eloí eh essa discussão sobre o espanto ela é muito muito interessante tem muito pano para pra manga o que eu diria é que com a bibli diversidade multiplicam-se os gêneros de texto multiplicam-se as ilustrações multiplicam-se os formatos dos livros multiplica-se A forma como a linguagem toma forma se escrita se falada se encenada se performada multiplicam-se os temas os pontos
de V as perspectivas então eh a Bíblia as autorias isso é fundamental Tava esquecendo esse detalhe as autorias eh Então os projetos gráficos os projetos de designers diagramações todos esses elementos eles participam e devem participar disso que a gente tá chamando aqui de bibli diversidade E à medida que eles ocupam o espaço da escola que eles ocupam esse espaço de educação literária das crianças eh inclusive em casa também não só na escola não só no espaço escolar eh as crianças elas são confrontadas com o diferente com o desconhecido e o espanto nasce do nosso contato
com aquilo com que não estamos acostumados com aquilo que não participa da nossa rotina ou que participa da nossa rotina mas que De algum modo nós somos provocados a Olhar de outro modo a olhar de outra forma a a olhar de um outro lugar então Eh espantar tem evidentemente a ver com bibli diversidade mas também tem a ver com essa Educação do Olhar tem textos lindos do Ruben Alves sobre isso sobre a educação do olhar eh que é exatamente ensinar junto com as crianças e também aprender com elas porque se tem um se tem um
povo se tem uma galera que eh que olha com olha diferente olha com muita paixão e com muito espanto para as coisas são as crianças então eu diria que a gente tem muito a aprender com elas sobre esse modo como direcionamos o nosso olhar mas é isso Eloí a Biblia diversidade ela é importante para espantar a gente e as Crianças eh porque ela nos coloca diante da diferença em diferentes frentes em diferentes questões Obrigada Professor eh eu acho que tem tem gente que quer muitas dicas suas recomendações assim se quiseres passar uma hora a gente
pode até colocar na descrição do vídeo eh de indicações de leituras de poesias lá da da sua terra do Rio Grande do Norte muitas pessoas colocaram aqui professora Então se quiseres passar umaora a gente coloca aqui na descrição do vídeo também tá bom eh eu queria aproveitar Para retomar uma questão que eh o professor colocou lá no início da sua fala sobre o direito à literatura na infância e conforme o professor foi falando foram feitas várias observações eh se eh Se o professor pudesse falar um pouquinho mais sobre essa participação da vida cultural e artística
a gente tem obviamente que um público de professoras de educação infantil eh que muitas vezes também tem seus limites com relação até a vivenciar a cultura local né Mas como que você imagina esses outros espaços o que da cidade da região paraa criança vivenciar junto com a professora ou mesmo com as suas famílias e ter acesso a essa vida cultural artística da comunidade assim como que tu pensas um pouco isso eh excelente pergunta jonda isso vai vai depender muito das cidades depender dos territórios porque a as práticas culturais e os espaços eles vão variar e
vão mudar de acordo com cada território evidentemente quem Talvez esteja aí falando assistindo né de de alguma capital de Florianópolis Curitiba Porto Alegre eh vai ter necessariamente acesso a certos equipamentos culturais que alguém do do interiorzão do do Rio Grande do Sul ou do interiorzão eh de outras de outros estados não não terá Mas isso não significa eh que não existam pessoas que possam ser convidadas que possam ser visitadas como os contadores de histórias os os mestres de saberes benzedeiras rezadeiras essas pessoas elas têm muito a contar e elas têm muito a compartilhar da experiência
de vida delas eh e outros espaços que podem ser pensados são eu tô pensando aqui no museu eu tô pensando aqui num eh levar as crianças ao museu levar as crianças a um determinado Centro de Arte Mas também de levar as crianças para estar em determinado sítio ir numa determinada árvore eh eh ir próximo a um determinado a um determinado Rio com todos os cuidados do mundo né porque é é é necessário enfim mas de levar as crianças a vivenciarem a participarem desses espaços de espaços que vão além das quatro paredes da sala de aula
ou que vão além das quatro paredes da escola eh a escola pública ela é extremamente necessária ela é importante ela cumpre um papel fundamental num país desigual violento eh autoritário como o nosso eh e ela ganha quando ela se nutre dos outros espaços que estão ali no seu entorno se não dá para organizar um ônibus e lá na capital na cidade maior mais próxima se se se isso não é possível então vamos ver quem quem a gente consegue trazer de lá ou vamos conversar com quem tá aqui perto com quem tá no nosso entorno conhecer
mapear esse território a escola vai ter muito a aprender com isso e é a aprender com a comunidade tem um livro da da Bell hooks lindo sobre isso que se chama exatamente aprendendo com a comunidade e e que fala sobre essa esse papel da educação feita com os outros não para os outros mas feita com os outros isso também é freiriano né Fran queres fazer mais alguma observação só agradecimento né pela pelas palavras do professor André pela pergunta da geoconda eh a gente só tem a ganhar né com esse diálogo com essa interlocução tem mais
uma série de questões ali no chat também de elogios mais uma vez a professora André eh só para dizer né assim da Alegria da satisfação e do quanto tudo isso que você trouxe eh professor André me fez pensar eh na potência da literatura de todas as linguagens né que você traz eh na vida de cada uma das Crianças com as quais a gente Eh vive convive e partilha né de mundo de experiências Enfim no sentido de que eh quanto mais esse repertório é ampliado quanto mais elementos da cultura quanto mais diversidade quanto mais pluralidade né
a gente apresenta a elas eh tanto mais vasto são as suas possibilidades de compreender o mundo de se relacionar com o mundo com o outro com a diversidade então dizer assim dessa potência formativa que não tem nada a ver com o instrumentalizar as linguagens a literatura a poesia o Cordel né mas sim potência formativa é aquilo que eh fica como afetação né E que permite de algum modo assim eh se construir numa Liberdade possível né numa Liberdade aqui eh bem estética assim aquilo que a gente faz aquilo que a gente cria sem essa necessidade usual
Mercantil né enfim aí do mundo acho que é isso assim é só agradecimento mesmo por est aqui nesse espaço com tanta gente potente né e acompanhada de 2.000 pessoas tão potentes né e tão incríveis que são professores que estão conosco nesse desafio eh Professor mais de 2.000 pessoas Então pensa quanta Quantas mensagens quantas eh experiências foram trocadas eu Imagino que obviamente durante sua fala é um pouco mais difícil né mas a hora que tu quiseres pode dar olhar um pouquinho ali o chat porque tem contribuições maravilhosas eu anotei várias aqui para pensar depois e até
trazer nas nossas formações assim vários comentários que foram ricos eu vou então pra gente encaminhar Considerando o nosso teto eu vou convidar a professora Catarina para para estar nesse momento final ela esteve conosco no início e eh pra gente finalizar e E agradecendo todo mundo que participou conosco nessa noite e nos outros dois dias professora Catarina o áudio professora Achei que ele retomava Achei que ele retomava automaticamente aí eh bom e eu vou começar e depois André Acho que te passo a palavra mais uma vez mas assim agradecendo como reiterar né os agradecimentos que a
joconda e aan fiz eram e eu acho que sobretudo eh demarcar algumas questões né porque eh eu acho que a a tua abordagem e a tua trajetória também eh E como você pensa né A questão da literatura nos fazem eh refletir e pensar sobre preconceitos nossos né E sobre estereótipos de modo geral porque ainda que a gente queira às vezes que uma ideia represente né um um um povo uma cultura ura uma região eh nem sempre essa ideia vai eh simbolizar tudo que eh a a diversidade a pluralidade das culturas de fato eh contém né
Eh e quando você traz o gênero do cordel né e do conto de tradição oral eh acho também que pra gente é bastante eh é é um pouco esse exercício do Espanto né do da estupefação do Fascínio até mesmo Catarina o seu microfone fechou eu acho que agora foi automático eh acho que não acho que eu que botei uma coisinha em cima ali mas não sei onde eu volto ali mas assim nessa ideia né de que a prosódia a leitura melódica que você fez do cordel eh provoca né Uma emoção enorme na gente e traz
esse exercício de ficar estupefato diante de uma ideia né eh ah essa prosódia que você trouxe parece assim uma narrativa simples fácil e ele tá fazendo uma crítica feroz a nós humanos né Eh colocando a gente humano contra parede vendo assim o quanto os animais conseguem ser mais Eh mais atentos né a à Vida como um todo do que nós eh então deixa agradecer bastante nesse sentido André eh e aí Eh eu quero eh né manifestar aqui em nome da Coordenação eh também um agradecimento à grande equipe que vivifica né Essa rede que é o
compromisso Nacional criança alfabetizada e a formação do eh leitura escrita na educação infantil que vem desde as equipes eh das diretorias da difor eh na pessoa do professor Lorival José Martins Filho eh e na diretoria da DDI na pessoa do professor Alexandro Santos no mec eh agradecer ainda né as pesquisadoras e pesquisadores que conceberam a coleção do Leitura escrita na educação infantil as equipes de cada região em especial a equipe da região sul nas pessoas das professoras Simon al buquerque e Dani Marques e a equipe do nosso Estado né do estado do Paraná nas estudantes
e técnicos que aqui no Paraná participam e dão suporte ao processo formativo a Vanessa a Caroline a Kelly a Jéssica a thí e a Maria Fernanda e ainda né e não menos importante as formadoras estaduais e as formadoras municipais que compõem conosco essa rede formativa eh agradeço ainda né em nome da Coordenação a CPAD que é a superintendência de inclusão e políticas afirmativas e diversidade da Universidade Federal do Paraná pela oportunidade de termos tido conosco os intérpretes de libras Priscila Mara Simões e Peterson Simões nosso agradecimento especial eh para eh sobre essa noite de hoje
né vou pedir permissão antes de passar pro André eh para me referir e ler um poema eh do grande poeta né Eh Paulo minsk eh poeta eh de abrangência Nacional internacional Quem sabe né E que a gente tem o privilégio de que ele tenha nascido em Curitiba né ao mesmo tempo que ele é um artista do mundo então Eh dentre os muitos gêneros que povoaram aqui as nossas os nossos encontros nessas noites né Eh eu gostaria de ler esse esse poema um bom poema leva anos C anos jogando bola mais cinco estudando sânscrito seis carregando
pedra nove namorando a vizinha sete levando porrada quatro andando sozinho três mudando de cidade 10 trocando de assunto uma eternidade eu e você caminhando junto e quero te passar então a palavra André para um aceno né para uma desp aí E mais uma vez agradecer muito a tua estada conosco na noite de hoje Ô Catarina Muito obrigado obrigado a jocunda obrigado a Priscila e Peterson pela eh tradução e interpretação em Libras eu tentei eh falar não muito rápido no processo Às vezes eu não consegui mas eh obrigado a vocês obrigado a Fran também e a
todas as professoras e aos professores que acompanharam em diferentes lugares do da região sul de outros estados do do Brasil fiquei surpreso de gente do Rio Grande do Norte aqui assistindo eh e muita alegria de ter minhas conterrâneas e meus conterrâneos por aqui também foi eh muito bom conversar Esse é um assunto muito prazeroso eh e eh de se discutir a formação de crianças leitoras é muito prazerosa de se discutir e eu só queria comentar para concluir acho que alguém eh colocou nos comentários perguntou algo sobre se esse espanto é o encantamento acho que alguém
perguntou uma coisa assim se o momento de espanto é o momento de encantamento E aí eu diria que nem sempre nem sempre porque que o espanto Às vezes pode ser desconfortável o espanto Às vezes pode ser eh assustador eh não necessariamente encantador mas as crianças também precisam desses espaços e precisam dessas emoções e precisam eh lidar com isso tá super famoso aí vou fazer uma propaganda não financiada pro divertidamente eh e assistindo ao filme A gente se D conta do papel da do das diferentes emoções então às vezes aquela tentativa da gente de eh privar
as crianças do do Medo privar as crianças do eh eh eh da tristeza privar as crianças de de outros outras emoções achando que elas não são capazes de lidar com aquilo que elas não têm idade para lidar com aquilo é é uma coisa que eu sugeriria e recomendaria que a gente sempre visse com cautela porque é vivendo as emoções que as crianças vão aprender a lidar com elas e conosco ali ao lado ajudando elas a passar por isso mediando conversando acolhendo e não eh selecionando quais experiências elas eh estão mais aptas ou não a a
viv a gente precisa confiar na inteligência das crianças precisa confiar na força delas e na capacidade delas de ocuparem esse mundo do jeito delas no tempo delas com as condições que elas têm naquele momento mas ocupando ativamente então muito obrigado foi um prazer imenso tá aqui tô muito feliz com a resposta positiva de vocês a nossa conversa e eh muito sucesso no no projeto no lei todos os outros que vocês organizarem colocarem aí à frente agradecemos em nome do lei Sul E lembramos né que esse material todo então é material que vai ser usado ao
longo da formação que vai ser retomado muitas vezes eh Desejamos a vocês aí uma excelente semana né a todos e a todas a todes espero que a gente possa se ver em breve ah
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