Marília de Dirceu [Entrelinhas]

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UFPR TV
Edição especial do Entrelinhas sobre o Vestibular UFPR e hoje o destaque é o livro “Marília de Dirce...
Video Transcript:
Bom dia, boa tarde e boa noite! Eu sou a Jéssica e  esse é mais um episódio do Entrelinhas, programa da UFPR TV que apresenta as obras de literatura  que por um acaso do destino ou nem tanto, fazem parte da lista de livros do vestibular. Se você  ainda não conhece o Entrelinhas, seja bem-vinda e bem-vindo e fique sabendo que a gente não tem só  esse vídeo, tá, mas vários outros.
Então procure nosso canal a playlist, curta e guarda os vídeos  para assistir mais tarde. Antes da gente começar é sempre bom aquele aviso para ficar bem claro:  esse programa é uma a contextualização desses livros, isso quer dizer, que o nosso papo nunca  substitui a alegria de ler a obra completa e com certeza não falaremos das questões das provas, a gente não faz ideia do que tá sendo cobrado por lá, tá. Bom, então vamos ao que interessa, para  realizar esse episódio contamos com a grande ajuda de Murilo Coelho, que é Doutor em estudos  literários aqui pela UFPR, ele vai aparecer ao longo do episódio para falar com a gente, dar  dicas e explicar aquelas partes complicadas e misteriosas que só um especialista consegue  explicar.
A gente agradece muito a sua ajuda nesse episódio Murilo. O nosso livro de hoje é um dos mais famosos do gênero de poesia da nossa história. Um livro dedicado ao amor que tem  uma trajetória que se mistura com a história do Brasil, estamos falando de Marílía de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga, então vem comigo que esse é o Entrelinhas.
O período no qual viveu Tomás Antônio  Gonzaga e que Marília de Dirceu foi escrito, é o Brasil Colônia. E se você se recordar das aulas  de História, vai se lembrar da importância enorme que nosso país tem para Portugal nessa época. O pequeno país europeu foi o centro de um império de influência política e social, que começou em  1500 e se espalhou por várias partes do mundo.
Com o passar do tempo, essa terra chamada  Brasil acaba se tornando o lugar onde os portugueses têm mais lucro com a exploração  dos recursos naturais e também por isso é onde exercem maior controle entre todos os  territórios que estão sob a posse da coroa. O século XVIII por aqui também tem como pano de  fundo a ascensão do poder econômico dado pelo ciclo do ouro. A descoberta de jazidas pelos  bandeirantes, faz com que aconteça uma grande migração do litoral para o interior do Brasil. 
O recurso extraído de um jeito predatório por mão de obra em sua maioria escrava, produz uma  quantidade enorme de riquezas e funda cidades como São João Del Rei, Sabará e Vila Rica. Com  tanto ouro aparecendo na jogada, é claro que a Coroa Portuguesa não vai demorar em criar jeitos  de taxar e controlar essa festa toda, isso lógico que não agrada muito os mineradores locais. Então,  também é lógico que a vontade de tornar o Brasil uma região Independente de Portugal, não demora a  surgir entre o povo.
Então, o famoso Movimento da Inconfidência Mineira não tardaria a acontecer.  Importante também ver que essa região do ciclo do ouro incentivou o surgimento de alguns  artistas. A construção de várias igrejas, é um exemplo visual do poder econômico da população  enriquecida, que ficou eternizada em figuras de escultores como: Aleijadinho.
Mais essa riqueza  toda, não fica só na arquitetura e na construção das igrejas, ela também pode ser sentida na  literatura, como na obra que vamos analisar hoje. Tomás Antônio Gonzaga, nasceu na cidade do  Porto em Portugal, em 1744. É o caçula de sete irmãos do casal, formado pelo magistrado brasileiro  João Bernardo Gonzaga e da portuguesa Tomásia Isabel Clark.
Ele perdeu a sua mãe com um ano de  vida e aos quatro foi levado pelo seu pai para a região do nordeste no Brasil. Ali, Tomás Antônio  Gonzaga estudou em um colégio de jesuítas na Bahia. Um lugar de Formação semelhante a de outros escritores brasileiros que vieram antes dele, como: o Padre Antônio Vieira e Gregório Matos Guerra. 
Quando era adolescente retorna para Portugal para continuar seus estudos e vai até Coimbra, uma das  instituições de ensino mais renomadas e antigas do país, onde se forma em Direito. Depois disso,  o futuro poeta passa vários anos por lá atuando como juiz na cidade de Beja, que fica no sul do  país. Um dia o já magistrado é convidado para se tornar Ouvidor Geral na cidade de Vila Rica, uma  daquelas cidades criadas pelo ciclo do ouro que a gente falou agora a pouco.
Se você não entendeu,  um Ouvidor Geral é uma espécie de comissário da Justiça, que tem o poder de fiscalizar a cidade,  mas também ouvir as reclamações da população, que não deveriam ser poucas, tendo em vista a mão de  ferro com que Portugal dominava a área. Bom, o que acontece é que Tomás Antônio Gonzaga vai para  lá e se torna amigo das pessoas mais influentes do lugar, que por um acaso do destino eram as  mesmas que queriam decretar a Independência do Brasil. Daqui em diante vocês sabem, os  planos deles foram impedidos pelos portugueses, Tiradentes morre e sobra a prisão para todo  mundo, inclusive para nosso escritor, que foi apontado como um dos líderes do grupo.
Mas aqui,  começa uma parte meio estranha, porque o papel dele na Inconfidência Mineira, é tema de discussão  até hoje. O que se sabe é que: ele era amigo do grupo que pretendia declarar a Independência do  Brasil, conhecia Tiradentes e toda a galera por lá. Mas a gente tem que relativizar o fato de  que ele se seria supostamente um dos líderes dos Inconfidentes, isso por conta do exagero  com que as denúncias foram feitas pela Coroa Portugues.
Por um lado, ele foi apontado como o  futuro Governador do Brasil e seria responsável por escrever a Constituição do país e por outro  lado, o próprio Tiradentes dizia que ele nada tinha a ver com o movimento, ficou um diz que  me diz tão complicado que até hoje não sabemos qual é a versão verdadeira, mas o fato é que ele  foi preso e mandado pro Rio de Janeiro para ser julgado e por ali passa 3 anos detido. Em primeiro  momento, é condenado à extradição perpétua em Angola, uma das colônias portuguesas na África,  mas com o passar do tempo o caso é revisado e essa pena muda. Bom, depois de todo esse tempo  preso e muitas idas e vindas, a sentença de Tomás Antônio Gonzaga é finalmente decretada: 10  anos em Moçambique, uma das colônias portuguesas na África.
Ele parte então para lá e nunca mais  volta ao Brasil, apesar de algumas versões dizerem que o escritor teria morrido louco de amores do  outro lado do oceano Atlântico, as evidências históricas dizem o contrário. Tomás se casou  com Juliana de Souza Mascarenhas, herdeira de uma casa de Comércio de Escravos com quem teve  dois filhos. Lá em Moçambique, também escreveu e publicou uma outra obra de poesia chamada "Marialva", sobre um naufrágio que aconteceu na costa de Moçambique.
Tomás Antônio Gonzaga, só morreu  em 1809, sete anos depois que sua sua sentença já tinha expirado, acho que encontrou uma vida  boa por lá. Pois é, a realidade quase nunca é igual a ficção. O roteiro da vida dele  é bem cinematográfico, mas onde que tá o livro "Marilia de Dirceu"?
Pois então, entre tantas  histórias um pouco inventadas e um pouco reais, um fato concreto é que as "Liras de Marília de Dirceu",  são dedicadas a Maria Doroteia Joaquina de Seixas. Uma jovem pertencente a uma família abastada de  Vila Rica, onde ele morava quando aconteceram os eventos da Inconfidência Mineira. Então não dá  para negar que a moça que estava prometida para se casar com ele, certamente foi um acontecimento  importante na vida do poeta e mais do que isso Maria Doroteia acabou se tornando uma das musas  mais inspiradoras e importantes da história da literatura brasileira.
Por ter transitado entre  tantos territórios e realidades tão diferentes, Tomás Antônio Gonzaga pode ser considerado uma  espécie de escritor globalizado da época. // [Murilo]: - No caso do Tomás Antônio Gonzaga, apesar de existir esse embate na crítica para tentar disputar qual é a nacionalidade dele, se ele é brasileiro ou então  português, me parece que seria mais proveitoso encarar ele como sendo um poeta do período  colonial e um poeta, portanto luso-brasileiro e africano. // O livro "Marília de Dirceu", pode ser  creditado ao arcadismo ou ao neoclassicismo, importante movimento estético e literário  que aconteceu no século XVIII na Europa.
Essa corrente de pensamento surgiu em Roma, na Itália e  se caracteriza como uma crítica de alguns artistas ao que chamavam de "Mau Gosto do Movimento  Barroco", que também acontecia nesse período. Segundo os Arcadistas, o Barroco pecava pelo  excesso de figuras de linguagem como contraste de palavras no discurso, chamada na gramática  de Antítese e outras coisas que transformavam o texto em uma poesia carregada, distante da  vida e das inspirações perfeitas da natureza. E é justamente nessa busca pela simplicidade,  que esses autores recorrem a um tipo diferente de escrita: uma poesia feita de versos livres,  que exalta um tipo de visão da natureza ligado ao campo, aos costumes simples e uma expressão  do amor permeado de leveza.
O termo arcadismo, vem de Arcádia uma região da Grécia Antiga, que  existe até hoje e que está ligada há milhares de anos a um cenário de tranquilidade, onde os  pastores cuidam de seus rebanhos com dedicação e amam as mulheres camponesas que inspiram  neles a vontade de escrever versos bonitos. Nesse cenário também aparecem os deuses as ninfas e os pastores, que são figuras de linguagem sempre presentes nessas obras. Como nada se inventa e tudo se transforma, vem daí essa vontade de retornar ao passado grego e romano, e por isso chamado também de neoclássico.
Seja o novo com base no antigo ou o antigo com base no novo, seja como você queira ver  o arcadismo fez bastante sucesso entre os autores dessa época, que levaram essas regras de escrita  muito além da Itália. Várias associações chamadas Arcádia são criadas em outros países da Europa, entre eles Portugal. Os poemas falavam do amor, mas também era comum que tratassem dos feitos épicos ou fossem dedicados a alguém como aos reis ou aos mecenas, que financiavam a vida desses artistas.
Uma das regras principais do arcadismo é que os  autores não usem seus nomes reais e escrevam sobre pseudônimos, que são nesse caso tipo uma  identidade de pastor apaixonado. No caso de Tomás Antônio Gonzaga, a identidade assumida  é a do pastor Dirceu que canta o amor pela sua amada Marília, mas pera aí por que será que  esses caras escreviam desse jeito? // [Murilio]: - Ele é o Tomás Antônio Gonzaga, no entanto quem ele é no mundo  da literatura?
Quem ele é no mundo da poesia? No mundo da poesia ele é o pastor de seu, ele deixa de  ser portanto esse Eu Real e passa a ser esse Eu Poético. É como se ele criasse uma espécie de  dimensão lúdica do imaginário ficcional estético literário, para daí a partir desse primeiro  ato ele poder produzir a literatura dele.
Ele escolheu a palavra Marília, porque ela também  é essa projeção, ela também não é a Maria Doroteia que é mulher real e ela também é uma  pastora, que ele encontra digamos nesse mundo da poesia. Agora porque Marília? É um anagrama  de LiraMia.
Minha lira é italiano. Lira, no caso, é o instrumento musical da Grécia, e  inclusive também é o nome dos poemas. O livro é dividido em duas partes e cada um dos poemas  é chamado de lira.
Acredito que tem essa questão do anagrama também e tem a questão do fato  de que Marília rima com poesia. O que ele fala dela, a endeusa, digamos assim, mas ao mesmo tempo que ele enaltece, ele enaltece também a poesia, existe essa digamos que essa via de mão dupla,  materializadas que se encontram nela, tanto a aquela beleza que o convida pro amor,  quanto ela também aquela beleza que possibilita digamos assim ser poeta. /// Falando agora sobre  a obra, ela se divide em duas partes principais ou originais, já que ela foi editada várias vezes  ao longo do tempo e inclui em versões posteriores outra parte que divide opiniões dos especialistas. 
Isso porque existem outros poemas que parecem ter sido incluídos depois e também há quem diga que  talvez nem sejam escritos de autoria de Tomás Antônio Gonzaga, de qualquer forma são também  poesias mas que parecem não ser conservadas com a mesma unidade. Bom, vamos focar nessas duas partes mais importantes: a primeira parte tem 33 poemas que são chamados na obra de Liras. Esses  escritos, tem um tom mais otimista no geral, com o poeta exaltando a beleza de sua amada Marília.
Ele faz uso de vários jogos de palavras e ao longo dos poemas, se pode ver que Dirceu uma  hora deseja a sua amada e em outros momentos está feliz por ter ela por perto. Na segunda parte que  traz 32 liras, o cenário muda observamos o poeta entristecer por ter perdido sua amada, entendemos  em alguns versos que ele está preso em um local distante e sonha com um possível reencontro, isso  faz sentido com o momento da prisão do autor que passou pelo menos 3 anos encarcerado esperando  por sua sentença. Do ponto de vista da estrutura dos poemas, María de Dirceu é muito plural e  faz uso de versos livres, não há uma estrutura fechada como no caso de um soneto ou haikai e  nesse sentido se pode pensar em uma liberdade inovadora da escrita, já que o poema não segue  fórmulas prontas.
Perguntamos para o professor Murilo,  a questão que não quer se calar: qual é o melhor jeito de se ler uma poesia? // [Murilio]: - Não se deve ler poesia como se lê por por exemplo, uma bula de remédio ou então uma revista. São gêneros  do discurso ou então gêneros textuais, muito distintos uns dos outros.
Respeitar esse tempo e perceber que às vezes sim, um poema exige que você leia ele e aí passe de repente 1 hora ou 1 hora  e meia lendo aquele poema. Eu acho que existe essa falta de paciência para passar tanto tempo  assim lendo um conteúdo tão pequeno, no caso do Tomás Antônio Gonzaga ainda um pouco mais  complicado, eu diria porque ele é aquele simples complexo. Todos esses poemas são monólogos e  onde o Dirceu descreve a Marilia e fala sobre o amor dele por ela ou seja, na própria  estrutura não existe esse diálogo.
A gente não sabe por exemplo, o que que a Marília pensa  dele, mas eu recomendaria isso pro os alunos. É muito divertido, ler o Marília de Dirceu e pensar no Dirceu de Marília. Pensar no que ela de repente pensa a respeito disso, tipo o  quem é essa pessoa que só existe na visão dele e que não tem essa esse espaço para poder falar,  gente não faz a mínima ideia de quem é a Marília.
Mas e aí, o que será que esse livro  tão estranho pra gente tem de tão relevante na atualidade? Bom, como é comum em uma obra  de poesia os versos têm significados muito mais profundos do que se lê. Em primeiro lugar dá  para ver, ao longo do livro que esse amor de Dirceu por Marília se assemelha muito a um tipo de uma  relação de casal numa vida doméstica, valor muito comum na atualidade e que eu duvido que você  não tenha ouvido por aí em algum lugar seja num filme ou numa novela, e claro de montão nas  redes sociais.
[Murilo]: A gente vê lá os pastores, etc. . .
, mas é tem muito esse clima de uma vida doméstica,  uma vida a dois um casa, vivendo uma relação de amor bem dosada, bem ponderada, bem equilibrada e sem  excessos, etc. . .
, quase que o paraíso, eu diria na terra de um de uma de um casal burguês, vivendo  um momento pleno de amor a dois, onde ela é a mulher mais importante,  tudo mais importante para ele e vice-versa. // Mas do que o amor a dois, os poemas têm uma relação  com a ideia da beleza do amor e aí bom, quem é que nunca se apaixonou. // [Murilo]: São 65 liras e no final das contas, são 65 formas de dizer eu te amo, um dos aspectos interessantes do livro, porque todas as formas desde que você leia com atenção, respeitando o tempo do texto, você percebe que todas as formas são bonitas e todas as formas são sutis e muitas dessas formas,  por exemplo, se tornam o foco de muitos filmes, não que exista uma conexão direta, mas  são espaços comuns do sentimento amoroso.
// Se você conseguir superar os séculos de distância  que separam Marília de Dirceu dos nossos dias atuais, vai perceber que a obra é uma grande  carta de amor que também traz um significado bem otimista sobre o ser humano. // [Murilo]: - Basicamente é uma ideia de que: olha, nós seres humanos viemos para cá pro planeta terra para fazer o quê? Dentre  outras coisas amar é uma das demandas da natureza e um determinado momento da vida, o amor vai nos  enredar em sua trama e nós faremos parte desse universo.
// E se você ainda não tá convencido do  quanto Marilha de Dirceu tem de mágico e eterno procure pensar em como essa relação de amor que  teve começo meio e fim, como tudo na vida, serviu de inspiração para que ele escrevesse essa obra  durante tanto tempo. // [Murilo]: - Foi um momento na vida dele tremendamente significativo, um momento no qual  ele conheceu e vivenciou de fato o amor na sua vida e depois disso a vida dele se tornou outra  coisa, mas aquele momento foi um momento especial. Um momento, enfim no qual ele conseguiu  escrever essas poesias porque ele tava amando ela.
Para aprender mais a a respeito dessa  obra, nada melhor que entender um pouco mais o contexto histórico em que ela está inserida, nesse caso tem vários filmes que contam do movimento da Inconfidência Mineira. Um dos mais  recentes, se chama Joaquim e conta a história de Tiradentes de um jeito um pouco diferente. A obra  relata os acontecimentos anteriores ao movimento, que pretendia libertar o Brasil de Portugal.
O filme lançado em 2017 e foi dirigido por Marcelo Gomes, e pode ser encontrado nas plataformas de  streaming pela internet. Outra dica para entender um pouco do cenário descrito por Tomás Antonio  Gonzaga em suas liras, é pesquisar na internet as obras do pintor francês Antoine Watteau. O artista que viveu mais ou menos na mesma época que o poeta e retratou em vários de seus  quadros as paisagens feitas de cupidos, moças campestres e os poetas com seus instrumentos  musicais cantando versos para suas musas e por fim, para quem quiser entrar mais fundo  nessa paisagem do campo mas uma perspectiva feminina, coisa que Marília de Dirceu não faz,  recomendamos assistir o filme islandês LAMB, realizado em 2021 a produção conta a história de  um casal que encontra uma menina recém-nascida em meio à suas ovelhas e decide criá-la  mas coisas estranhas acontecem a partir de então.
Esse terror psicológico vai te dar  um pouco do olhar feminino sobre esse mundo imaginário aparentemente tranquilo pintado e  narrado pelos homens do arcadismo. Bom, por hoje é isso pessoal e espero que tenham gostado, não  esqueçam de curtir e compartilhar esse vídeo com aquele colega que também tá estudando ou pode se interessar por esse assunto, muito obrigado por assistir até o final e até mais!
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