E ai Rogério nessa poderia eu tô tão sozinha tô pensando em adotar uma criatura pode ser uma criança um labrador só depende da raça depender da cor que pintar primeiro bom Como você já deve ter visto em algum look ao desta tela o tema do vídeo de hoje é quem defende a criança cuia e eu vou logo antecipando de que a gente vai falar sobre um assunto tortuoso mas ao mesmo tempo revelador de uma ideologia na qual estamos todas todos e todos inseridos eu não sei se vocês perceberam mas eu comecei a Episódio de hoje
com um trecho de uma canção cotidiano de um casal feliz duplo e em vaqueira Linda 2005 né Eu como era uma LGBT no Rio de Janeiro tava por dentro e deixar parado e essa canção ela abre uma piada mas também não o episódio dessa semana porque a gente vai falar sobre um tipo de ideologia conservadora reacionária e retrógrada que tenta se legitimar sempre como normal ou então natural a gente vai falar muito sobre isso material que vamos usar na produção desse vídeo são alguns livros é da Eliete saffioti brasileira maravilhosa gênero patriarcado e violência da
ajuris butler né a nossa Bíblia para pensar corpos e gênero o livro dos anos 90 corpos que importam e da dona Silvia muito minha amiga né gente estava ali na Europa na época da do cercamento de terras da Silvia federici a gente vai usar o pescado do salário e por último porque é o que eu vou ler trechos com vocês o apartamento em Urano crônica e parecia do Gol preciado é o último livro que ele mando só e o título do episódio de hoje quem defende a criança Cooler é uma das Crônicas que compõem o
livro eu começo a fazer uma piada mas não tem nada de piada a gente veio falar sobre uma das coisas mais sérias do nosso tempo a pandemia de couve 19 ela Explicita o fato de que a língua mais falada no Brasil é a violência né Isso não é uma novidade nas periferias do Capital isso não é uma novidade no sul Global isso não é uma novidade em regiões onde existe grande disparidade salarial grande diferença material entre as classes mas ainda mais isso não é novidade em sociedades que se construíram sobre uma ficção social de gênero
do nariz tem amigo me confundir ficção social de gênero é meus amores e minhas Amoras e outras frutinhas que não mencionei quando a gente pensa a cá juntas né gênero a isso é um homem isso é uma mulher e tem que dar essa cor ela é sentimental né ele tem que ele tem esse comportamento ele gosta de carro quando a gente definir né E aqui na nossa realidade a gente define abre eterno a gente define ao absurdo a gente define posição de sentar gesto a gente define tom de voz do jeito de falar a palavra
né a gente define tudo gênero e fica tudo nessa sociedades onde os papéis de gênero essa ficção social do gênero são bastante é polarizados as violências de gênero costumam ser maior Hoje a gente vai falar um pouco sobre como a pandemia escancara a violência doméstica contra mulheres nenhuma novidade Brasil o quinto país do mundo em feminicídio você já sabem disso é Mas também como os casos de violência contra a infância violência contra criança tem nos chocado mas parece algo escondido aí o periódico de medicina New England os Estados Unidos e comenta que durante a pandemia
de covid-19 lá na terra do tio Sam houve uma queda nas denúncias de violência doméstica agressão de mulheres em casa de cinquenta por cento para Que maravilha então os casais foram ficar confinados e tudo passou não mulheres confinadas com seus agressores têm menos possibilidades de denunciá-los não é isso que o estudo conclui outro dado importante mas também alarmante aqui em 2018 o CDC nos Estados Unidos que é um órgão público de saúde Federal né que te matei a que documenta que catálogo estatística vai nos dizer em 2018 antes da pandemia o número piorou que uma
em cada quatro mulheres era vítima de agressão e violência doméstica lá na terra do tio Sam ai terra da Liberdade eterna da igual não sei para quem né meu anjo sou Dona Ritinha como que a gente tá aqui no Brasil meus a gente tá na merda né não é novidade vocês sabem que a gente está aqui no Brasil a gente tem a documentação de centro o ponto 821 mil denúncias queixa-crime de mulheres agredidas em suas casas pelos seus parceiros e a partir de 2020 a gente tem um agravamento nessas estatísticas o ministério né da mulher
dos direitos humanos sob o governo da Damares muda a metodologia de pesquisa e a partir de 2020 fica impossível comparar os números de violência e denúncia com anos anteriores porque a metodologia de catalogar armazenar retém informação trocou né Qualquer semelhança com a distopia onde o governo fica trocando os métodos de análise para gente não poder fazer isso tudo comparativo ano-a-ano mera coincidência não é um projeto do governo tô deixando também aqui na descrição do vídeo junto com todas as referências que vão usar um dossiê né organizado pela artigo 19 Brasil que faz o seguinte levantamento
e em 2010 o Brasil registra assombrosos cinco espancamentos a cada dois minutos de mulheres em suas casas no nosso país 2013 Três anos depois a gente tem um feminicídio a cada 90 minutos e o anuário brasileiro de Segurança Pública vai nos dizer que no primeiro semestre de 2020 ali no começo da pandemia a gente teve 648 assassinatos de mulheres porque elas eram mulheres dona Rita e só absurdo só alarmante só estarrecedor é meus só que eu tô usando a jurisprudência ler corpos que importam tô usando a Silvia federici it né o patriarcado do salário tô
usando Eliete saffioti gênero patriarcado e violência para tentar e salientando para vocês que essa violência de onda essa condição de corpo objeto é essa condição de corpo sem valor é uma constante a estrutura social tô tentando salientar aqui para vocês que a mesma violência não é tida de forma igual para corpos diferentes corpos objetos corpos subalternizados estão mais sujeitos à violência do que os outros corpos agora vamos falar um pouco sobre economia psíquica né Ah pára para pensar que recentemente a população brasileira foi submetida a um choque né a um abismo lamento por causa do
caso do menino Henry Borel esse menino foi violentado torturado assassinado e houve uma omissão conivência ou cumplicidade né dos seus cuidadores nesse crime inclusive um dos seus cuidadores eram bolsonarista defensor da família né uma imagem dele um um Arauto da Moral e dos bons costumes o caso do menino Henry Borel não acontece sozinho né é esse caso de violência contra criança e a fazer com a nossa memória social casos como por exemplo da Isabella Nardoni né casos esses dois que repercutiram muito que foram notícia que foram debatidos que foram investigados no entanto é preciso que
a gente faça uma pequena pausa aqui esses Casos eles precisam nos chocar nos abismar nos colocar para debater sociedade rumos estruturas vivem em seus valores mas no entanto Nossa função enquanto proponentes desembarque articuladores da educação é apontar contradições e a contradição que existe aqui é a mesma violência não existe para corpos distintos quando a gente fala sobre assassinatos de crianças esses casos que todo mundo tem na ponta da língua se lembra são muito diferentes dos assassinatos promulgados pelo Estado quando numa invasão da polícia é através de bala perdida de uma tropa de é através de
uma ação criminosa o estado mata crianças e coincidente mente né magicamente As crianças que morrem são tão fortes que importam ou são corpos sem importância as crianças que morrem são ricas brancas da centralidade do sistema ou São pretas pobres fundidas e periféricas e nunca saberemos e você que está me acompanhando sabe quem foi Isabella Nardoni sabe do caso ficou chocada chocado se lembra do menino Henry Borel acha hediondo aquele crime mas se conseguiria ter na memória os três casos que eu vou citar agora aonde morava aí o que que aconteceu com a Agatha Félix a
onde morava o que que aconteceu com o Cauã Alves a onde morava e o que que aconteceu com João Pedro Matos e se você tá tendo alguma dificuldade de se lembrar saiba que você está instrumentalizado dentro de um sistema cuja economia a psíquica foi planejada desta forma existe um levantamento encomendado por um jornal aqui no Brasil que entre os anos de 2017 a 2019 ou seja dois anos mais de 2215 crianças foram assassinadas por violência estatal Será que a gente teria esses nomes Será que a gente reverberou essas notícias Será que houve investigação desses crimes
ou será que alguns corpos não recebem reconhecimento das suas vidas pelo Estado por que será que a última campanha política e social que toma o mundo se chama vidas negras importam Será que se a gente precisa colocar isso no título da campanha é porque materialmente falando objectivamente falando o que a gente vê documentado nas nossas realidades a que essas vidas não importam é que essas vidas são assassinadas são ceifadas a parada sem que nada aconteça a ser Os paradores Ceifadores e assassinos desde o dia vinte e sete de dezembro de 2020 nós temos três meninos
crianças pretas pobres em Belford Roxo uma cidade pobre da Baixada Fluminense desaparecidas e as investigações até agora Descobriram muito pouco ou quase nada Fernando Henrique tem 11 anos de idade Alexandre tem 10 e Lucas Mateus tem oito porque a vida dessas três crianças não viram notícia Porque que a gente não vê uma investigação sendo feita para descobrirmos onde estão essas três crianças e aí eu vou caminhando para o título do vídeo quem cuida da criança Preta Quem cuida da criança pobre e periférica e quem cuida da criança cuia no Brasil a gente vê esses levantes
né contra o aborto pela família pela maçã é mas onde estão esses advogados e advogadas esses guerreiros e guerreiras terrenos em nome da família Quando essas famílias são destruídas em 2020 a gente teve documentados e a gente sabe que esse número é uma subnotificação oito assassinatos de crianças trans no Brasil quero um rapaz tinha 13 anos de idade quando foi assassinada e Pietra Valentina 16 essas duas crianças foram assassinadas com Requinte de crueldade foram vítimas de uma violência transfóbica e absurda do nosso país e você viu algum advogado da família se pronunciar sobre esses casos
o preciado no livro dele vai dizer quando é movimentos conservadores e reacionários juntam mais de 600 mil pessoas para advogar contra os direitos de se casarem e constituírem família de pessoa a GVT que ia mais o povo diz que esse setores chegaram ao acordo para fazer do direito da criança de ter um pai e uma mãe o argumento Central para justificar a limitação dos direitos dos homossexuais e isso que a gente tá falando e privilegiar um grupo e nesse caso o grupos essa criança abstrata sem cor sem nacionalidade sem etynia sem gêneros tem que ser
que fora da criança criança não abstrato criança tem direito de ter pai e mãe Mas criança tem direito a definir seu gênero criança tem direito a descobrir sua sexualidade criança tem direito a ser pobre preta e periférica e não desaparecer é Impossível não lembrar daquele nojo de mulher amarga e Tati quando ela implementa em 88 no Reino Unido que era uma Emenda Constitucional que proíbe a que as escolas falassem sobre gênero e a idade né eu vou lhe para vocês como está descrita A Lei e uma declaração da Margaret Thatcher a lei diz o seguinte
fica proibido promover o ensino da aceitação da homossexualidade como uma pretensa forma de relação familiar Ou seja família só a deles a nossa não e amargar e taxa eu tô deixando um vídeo aqui na descrição dela falando isso ela diz o seguinte as crianças que precisariam ser ensinadas a respeitarem os valores morais para adicionais estão sendo ensinadas que elas têm um direito inalienável de serem gays todas essas crianças estão sendo corrompidas e privadas de um início seguro na vida né sorte que morreu essa velha filha da [ __ ] porque essas crianças elas não estão
sendo privadas Na verdade o que tá acontecendo é que todas as crianças corriam estão sem o moradas para um abismo de violência de ostracismo de alienação de tortura enquanto protege-se o direito dessa criança no abstrato que é sempre cisgênero e heterossexual todas as outras crianças que não são terão suas vidas transformadas e enfermos Vale lembrar que eu tô falando de 88 tô falando de um dos áudios e Picos da pandemia de HIV e AIDS no mundo e vamos tocar não vamos transformar em Itabuna e proíbe foi apreciado faz as seguintes perguntas quem defende os direitos
da criança diferente quem defende os direitos do menino que gosta de vestir Rosa da menina que sonha em se casar com a sua melhor amiga quem defende os direitos da criança homossexual da criança transexual da criança transgênero quem defende o direito da criança de mudado e gênero caso assim deseje o direito da criança a livre autodeterminação sexual do seu gênero quem defende o direito da criança de crescer no mundo sem violência de gênero a violência sexual o povo é dizer que esses discursos retrógrado os conservadores reacionários mobilizam é um silogismo né silogismo é Um fundamento
da filosofia aristotélica né lá na Grécia antiga é que faz a gente pensar em um conjunto de três por exemplo todo homem é mortal Platão é um homem Platão e mortal né o silogismo que existe aqui operado por esse discurso de gênero esse discurso ideológico de gênero é sempre sobre natureza ayu natural é isso resta saber natural para quem né a gente já catalogou já documentou que comportamento heterossexual na natureza não é regra depois desse discurso começa a falar sobre a vontade de Deus mas é um Deus deles né é o Deus de quem acredita
nesse Deus então é a natureza deles o Deus deles EA moral deles Oi e aí a gente tem um grupo criando um conjunto de tecnologias biopolíticas de regras de leis de regimentar ações que uma sociedade baseada neles mesmo se a gente cai na paranoia de nós eles matem eles ficamos nós o pão nos diz o seguinte a política de gênero nos vigia desde os berços para transformarmo-nos todos em corpos de crianças heterossexuais ou você é heterossexual ou a morte e depois o Pou conta de um episódio na vida dele que quando ainda criança e ao
nascer ele foi designado Beatriz uma menina é a escola pediu que as crianças desenhassem como imaginavam suas famílias no futuro ou se imaginava casado com a sua melhor amiga com três filhos e vários animais gatos e cachorros o desenho foi parar na diretoria os pais foram chamados na escola e o pão nos diz o seguinte e os dias depois do colégio enviou uma carta para casa dos meus pais aconselhando-os a me levarem a um psiquiatra para cortar o quanto antes o problema da minha identificação sexual a visita o psiquiatra veio acompanhada de fortes represálias o
desprezo Do meu pai a vergonha EA culpa da minha mãe espalhou-se no colégio a ideia de que eu era uma lésbica uma manifestação de naturalistas conservadores esperava por mim todo dia ao sair da aula [ __ ] nojenta eles diziam vamos estuprar você para que você aprenda a preparar como Deus manda eu tive pai eu tive mãe no entanto eles não foram capazes de me proteger da repressão da humilhação da exclusão da violência eu tive pai eu tive mãe mas nenhum dos dois me protegeu do meu direito a livre autodeterminação do Meu gênero da minha
sexualidade e o Pou conta que em 2005 quando o governo socialista sobe ao poder na França e eles começam a legislar pela igualdade entre sexualidade e gêneros os pais do Povo agora já passados pela experiência de ter um filho transexual vão marchar em defesa dessa criança e aí eles entendem Nós também temos o direito de ser seus pais eu termino lendo a conclusão da crônica do Povo O que é preciso defender é o direito de todo o corpo independentemente da sua idade dos seus órgãos sexuais ou genitais dos seus fluidos reprodutivos e de seus órgãos
gestacionais a auto-determinação do seu gênero e da sua sexualidade O que é preciso defender é o direito de todo o corpo de não ser educado para transformar-se compulsoriamente em força de trabalho ou força de reprodução é preciso defender o direito das crianças em todas as crianças de serem consideradas como subjetividades políticas irredutíveis a uma identidade de gênero de sexo ou de raça bom eu espero que da próxima vez que vocês se depararem com discurso reacionário conser vador retrógrado vocês sejam capazes de perguntar e quem defende a diferença é isso da semana que vem um beijinho
tchau tchau tchau E aí