Luciano Subirá - A RECONCILIAÇÃO | FD#38

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Luciano Subirá
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Video Transcript:
Nas aulas anteriores abordamos diversos aspectos da salvação. Começamos pela regeneração, na aula intitulada "O Novo Nascimento", depois falamos a respeito de adoção, santificação, redenção, justificação e nessa aula eu quero falar a respeito de reconciliação. Todos esses aspectos são desdobramentos ou facetas da mesma grande obra de salvação.
Alguns deles enfatizam o que acontece no homem, por exemplo, já imediatamente na conversão como adoção, a santificação inicial, distinguimos algumas dessas etapas, a própria redenção, a justificação, mas enfatizar cada um deles nos ajuda a enxergar o quadro todo, somar as peças do quebra cabeça para ter a visão do quadro completo. Então, quando falamos a respeito de reconciliação, há algo que precisa, de fato, ser enfatizado. O apóstolo Paulo, quando escreve aos coríntios na sua segunda epístola, segunda aos Coríntios, no capítulo cinco, ele faz uma afirmação no verso 18: "Ora, tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação", verso 19: " a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não levando em conta os pecados dos seres humanos e nos confiando a palavra da reconciliação.
" Então vamos lá. Tudo provém de Deus que nos reconciliou consigo mesmo. O próprio Deus nos reconciliou consigo mesmo por meio da obra de Jesus Cristo.
O apóstolo Paulo ainda afirma em Colossenses, no capítulo um e no verso 20 a respeito de Cristo, diz: "e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus. " Então, porque havia necessidade de reconciliação? A própria necessidade de reconciliação, ela presume que houve separação, que houve desconexão ou que houve o que, em primeiro lugar, eu quero caracterizar aqui como a base do problema: Inimizade.
Então, quando falamos a respeito da salvação, sempre estamos procurando entender o que é que aconteceu ao homem, a queda, as suas consequências, para entender aquilo que Deus está procurando reverter no sentido de nos remeter ao plano original. Então, o que o pecado produziu na humanidade, entre tanto estrago, a porta de entrada para a morte e tantas tragédias de todo o pacote de maldição, nós podemos destacar que ele produz distância, desconexão de Deus. Isaías, no capítulo 59, nos versos um e dois, afirma: "Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; e o seu ouvido não está surdo, para não poder ouvir.
Mas as iniquidades de vocês fazem separação entre vocês e o seu Deus; e os pecados que vocês cometem o levam a esconder o seu rosto de vocês para não ouvir os seus pedidos. " Embora Isaías está dirigindo uma palavra especificamente às pessoas dos seus dias, seus contemporâneos, ele não está falando que o pecado tinha esse efeito exclusivo só para aquela geração. Portanto, desde o início, as iniquidades dos homens fazem separação entre nós, a humanidade e o nosso Deus.
E quando a gente fala de separação, a gente precisa, de fato, entender este conceito bíblico. Por exemplo, a advertência que foi dada lá desde do Éden, quando Deus estabeleceu o homem e disse: "Olha, vocês podem comer de toda a árvore do jardim", ele afirma isso em Gênesis, no capítulo dois, versos 16 e 17: "E o Senhor Deus ordenou ao homem: De toda árvore do jardim você pode comer livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal você não deve comer; porque, no dia em que dela comer, você certamente morrerá. " E nós sabemos a Palavra de Deus vai reconhecer lá na frente isso, em Romanos, no capítulo seis, no verso 23, nós lemos: "porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Então Cristo vem promover a vida como contraponto da morte que entra por meio do pecado. Agora, a pergunta é quando Deus diz: "No dia em que dela comer, você certamente morrerá", Deus estava falando de morte física? Certamente que não, por quê?
Mais adiante nós vamos ver no livro de Gênesis, no capítulo cinco, por exemplo, a Bíblia começa a apresentar a genealogia a partir de Adão, de todas as pessoas que foram geradas e no verso cinco, a Bíblia diz assim, Gênesis 5. 5: "Todos os dias da vida de Adão foram novecentos e trinta anos; e morreu. " Adão está entre as pessoas que mais viveram no registro bíblico.
Alguns anos atrás, de Matusalém, que é o detentor do recorde do homem que viveu mais tempo, mas ele viveu quase um milênio. Então, quando Deus diz: "No dia em que você comer, certamente você vai morrer", Deus não estava falando da morte física, embora a morte física também esteja no combo, no pacote das consequências do pecado e a forma como isso afetou a humanidade. O que eu e você precisamos entender é que, na Bíblia, o conceito de morte é de separação e não de fim de existência.
Esse entendimento, ele se repete. Então, por exemplo, quando a Bíblia fala a respeito de morte física, ela não está falando do fim da nossa existência, apesar da limitação de qualquer contato com a pessoa que partiu, que ela não vai ter mais contato com ninguém aqui, isso não significa o fim da existência dela. É o fim da permanência dela nessa terra, no relacionamento com as pessoas, mas não de existência.
Segundo os Coríntios, no capítulo cinco, no verso um, o apóstolo Paulo diz: "Pois sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos humanas, eterna nos céus. " Então o apóstolo Paulo vai falar respeito dessa casa terrestre se desfazer e quando isso acontecer, seremos recebidos numa outra casa. Logo, existe continuidade e não fim de existência.
Mas, existe desconexão no nível natural. Quando a Bíblia fala de morte espiritual, ela está falando da separação ou da desconexão de Deus. E lá no Apocalipse, quando a Bíblia fala da segunda morte, ou o que nós chamamos de morte eterna, não apenas se refere à separação de Deus, mas à separação permanente num estado irreversível.
Porque o homem hoje, na condição de iniquidade distante de Deus ou um ímpio que precisa de salvação, espiritualmente falando, ele está morto. Não é que o seu espírito não existe, mas está separado de Deus, alheio à vida de Deus, como Paulo escreveu aos Efésios lá no capítulo quatro, a partir do verso 17. Mas este homem pode ter essa situação mudada hoje por meio do arrependimento da fé em Jesus.
Quando o destino eterno for selado, então, esse quadro para aqueles que não se arrependeram, a Bíblia nos mostra que será irreversível. Em todas essas dimensões de morte natural, espiritual, a morte eterna, que é a morte espiritual irreversível a ideia sempre é de separação. Mas quando a Bíblia fala de separação, ela não dá a ideia apenas de distância, de desconexão.
Aliás, a primeira pergunta que Deus faz a Adão no jardim não foi: O que é que você fez? A pergunta de Deus é: Onde você está? Naquele momento, o homem teme a Deus e ele foge de Deus.
Ele se esconde de Deus porque, evidentemente, houve uma ruptura no plano espiritual. Então, o problema gerado é classificado nas Escrituras como inimizade. E há um texto que define bem o cerne do problema, que é o primeiro aspecto que nós estamos enfatizando que é Romanos, capítulo cinco, eu quero ler dos versos 6 até o 11.
O texto diz assim: "Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Dificilmente alguém morreria por um justo, embora por uma pessoa boa, alguém, alguém, talvez tenha coragem para morrer. Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando ainda éramos pecadores.
Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. " A ira é a condenação. "Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida!
E não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, mediante o qual recebemos, agora, a reconciliação. " Então a Bíblia fala da reconciliação como um ato inicial que já está operando na minha e sua vida, Ele se manifestou quando ainda estávamos na condição de inimigos, essa é a ênfase da Escritura, e a Bíblia diz: "estando já reconciliados", ou seja, o processo já teve o seu início, nós podemos ter essa capacidade de celebrar que a salvação, ela será plena, ela será completa e nós podemos experimentar tudo o que Deus tem manifestado, e, portanto, nós, os que nos arrependemos e cremos, temos recebido a reconciliação. Ela veio tratar com o cerne de um problema chamado inimizade.
Mas quando falo de tratar, eu quero, em segundo lugar, questionar: O que Cristo veio fazer? É lógico que uma resposta óbvia, direta seria boa: Ele veio solucionar o problema. Mas a pergunta é: Como exatamente essa solução, ela veio da parte de Deus ou ela foi oferecida em Jesus?
Esse questionamento também é importante para que a gente entenda a reconciliação. Quase tudo aquilo que a Bíblia enfatiza sobre a obra de Jesus na cruz envolve troca. Aliás, podemos dizer que o calvário é troca, substituição.
O que é que significa isso? Em segunda aos coríntios, por exemplo, no capítulo cinco e no verso 21, a Bíblia diz: "Aquele que não conheceu pecado", uma referência a Jesus, "Deus o fez pecado por nós, para que, nele, fôssemos feitos a justiça de Deus. " Qual é a troca?
Ele era justo. Nós, pecadores, Ele assume o nosso pecado sobre si, para que a Sua justiça nos seja comunicada e transmitida. Então ele leva o pecado que eu e você deveríamos sofrer, Ele leva sobre si, Ele carrega essa culpa como se ele tivesse praticado, embora nunca tenha pecado, e Ele nos transmite a sua justiça.
Ela nos é imputada por meio da fé. Então é um lugar de troca. Em segundo aos Coríntios, no capítulo oito, no verso nove, o apóstolo Paulo diz: "Pois vocês conhecem a graça do nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vocês, para que, por meio da pobreza dele, vocês se tornassem ricos.
" Então, obviamente, embora Jesus viveu uma vida de simplicidade e ausência de posses terrenas, o texto não fala mera e simplesmente de pobreza material. Estava falando de como Ele, subsistindo na forma de Deus, baixa gigantescamente, abismalmente o padrão e se nivela como homem. E a Bíblia, diz: "Ele se fez pobre".
Por quê? Assumiria também a nossa condição não apenas de humanidade, mas de pecadores. Para quê?
Para que nós recebêssemos a obra da salvação e tudo aquilo que nos reconecta com Deus. Então Ele se faz pobre para que nós sejamos ricos. Troca.
Gálatas capítulo três, verso 13 diz: "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro)". O verso seguinte, o 14, vai dizer: "para que a bênção de Abraão chegasse" até mim e chegasse até você. Então a ideia dele assumir a nossa maldição é para que a sua bênção prometida, que se manifestaria através de Abraão e da sua linhagem, nos alcançasse.
Então, mais uma vez, a ideia de troca. Por que estou dizendo isso? Nós estávamos na condição de inimizade contra Deus, como inimigos.
Jesus assume esse lugar. Quando a Bíblia diz que "verdadeiramente Ele levou sobre si as nossas iniquidades, e nós nos tornamos inimigos de Deus", separados de Deus por causa das iniquidades, e elas caíram sobre Jesus, Jesus se torna como um substituto naquele momento, alguém inimigo, separado, desconectado do próprio Pai. Talvez isso nos ajude a entender o juízo da cruz, onde Jesus cita uma frase de uma profecia messiânica do Salmo 22.
1. A Bíblia diz assim, Mateus 27. 46: "Por volta de três horas da tarde, Jesus clamou em alta voz, dizendo", isso é um brado da cruz: "Eli, Eli, lemá sabactani?
Isso quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? " Eu acredito que foi Billy Graham, o grande evangelista, que disse que nesse momento Deus teria virado as costas para o Senhor Jesus, não apenas no sentido de: "não posso contemplar isso", mas pela identificação. Nesse momento Jesus está sofrendo o que eu e você deveríamos sofrer como inimigos, justamente para que a reconciliação pudesse nos ser oferecida e provida, e aqui eu quero ler mais uma vez segundo aos Coríntios 5.
18 e 19, que lemos no início: "Ora, tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo". Ou seja, não existe reconciliação que possa ser anunciada a não ser por meio dessa troca, a não ser por meio dessa substituição realizada por Jesus na cruz. Agora, não apenas nos reconciliou por meio de Cristo, mas a Bíblia diz: "e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não levando em conta os pecados dos seres humanos e nos confiando a palavra da reconciliação.
" Essa expressão: "não levando em conta os pecados dos seres humanos", ela não aparece apenas aqui. O apóstolo Paulo, por exemplo, quando está pregando em Atenas, em Atos, no capítulo 17, nós vemos que ele faz a mesma declaração. Ele diz assim no verso 30 de Atos 17: "Deus não levou em conta os tempos da ignorância, mas agora ele ordena todas as pessoas, em todos os lugares, que se arrependam.
" Então, quando a Bíblia diz que Deus não levou em conta, não está dizendo que não era pecado, porque a mensagem é: "Ele manda que agora se arrependa". Só faz sentido se arrepender se aquilo que aconteceu foi pecado. Mas a Bíblia diz que ele não levou em conta os tempos da ignorância.
Então os homens, durante muito tempo estiveram desconectados de Deus por causa da ignorância e, nessa hora, a bíblia estava dizendo: "Ele não levou em conta os pecados dos seres humanos, a não ser o fato de que eles necessitavam da manifestação de misericórdia. " Agora, se a misericórdia obviamente não for aceita, não for abraçada a ira da qual deveríamos escapar, ser livres, então infelizmente, ela vai se manifestar. É quando a gente entende a reconciliação, que é baseada justamente na mudança de inimizade para amizade com Deus, que vai fazer sentido a declaração de Romanos, capítulo cinco, verso um, que diz: "Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio do nosso Senhor Jesus Cristo".
O que é a expressão "paz com Deus"? Não quer dizer que Deus estava brigado com a gente no sentido que muitas vezes nós imaginamos falta de paz, mas era justamente a desconexão. Aliás, citei anteriormente Colossenses, capítulo um, verso 20, que diz que Jesus, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, então essa é a reconciliação.
Agora, qual a ideia da reconciliação? Não é apenas remover o estado de inimizade para nos colocar no lugar de neutralidade. Quando observamos, lá no início, Deus criando o homem, qual era a ideia?
Deus queria ter comunhão, relacionamento com o homem. Aliás, eu costumo brincar que Deus não respeitou nem a lua de mel do primeiro casal. Todo dia Deus ia visitar o casal e com isso, para mim, ele estava dizendo o quê?
"Eu quero ser parte da vida de vocês. Eu quero comungar com vocês, quero ter comunhão, relacionamento. " Aliás, eu mencionei antes que quando Adão pecou, o comentário de Deus não foi algo do gênero: "O que é que você fez?
" A pergunta de Deus é: "Onde você está? " Em outras palavras, eu entendo que Deus não estava questionando:"O que é que você fez, cara? " Mas Ele está dizendo: "Para onde o que você fez te levou?
Para longe de mim. " O que eu e você precisamos presumir é que o plano de Deus não era só remover a culpa do pecado que nos levaria à condenação eterna, mas não restaurar a amizade. A ideia de remover a inimizade é justamente para que a amizade seja restaurada.
E ao longo da Escritura nós vamos perceber isso. No entanto, precisamos ser cuidadosos por quê? Nós estamos constantemente debaixo de ataque, de fogo cerrado do inimigo, tentando nos desviar.
Paulo, escrevendo em segunda Timóteo três, ele fala de pessoas que se tornaram mais amigos dos prazeres do que amigos de Deus. Então, essa amizade que foi restaurada e instituída depois da remoção da inimizade, ela deve ser construída, edificada a crescer, mas ela também pode sofrer retrocessos. Aliás, Tiago, capítulo quatro, verso quatro diz; "Gente infiel!
" Essa palavra aqui traduzida "gente infiel" ou "infiéis", em algumas traduções, no grego é "moichos", significa "adúlteros". Aliás, por isso, algumas das traduções clássicas diz: "adúlteros e adúlteras". Ele diz: "Vocês não sabem que a amizade do mundo é inimizade contra Deus?
Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo se torna inimigo de Deus. " Ou seja, o que eu e você precisamos entender é que a declaração de que muitas coisas relacionadas ao mundo, ao pecado, à impureza, nos remetem ao lugar de inimizade. Em Romanos, no capítulo oito, no verso sete, o apóstolo Paulo diz, com toda a clareza: "a inclinação da carne é inimizade contra Deus, porque não está sujeita à lei de Deus e nem mesmo pode estar.
" Então, o que eu e você precisamos, de fato, compreender é que a reconciliação não é algo que diz: "Bom, então está tudo feito. Eu deixei de ser inimigo. " Não.
Há uma amizade a ser cultivada que deve ser desenvolvida e que pode sofrer retrocesso se não vigiarmos. Então, precisamos entender o que é que Jesus veio oferecer. É mais do que perdão, é o estabelecimento de um novo nível de relacionamento.
Aliás, quando falo de um novo nível de relacionamento, isso precisa despertar em mim e em você a ideia de um acesso irrestrito que passamos a ter a Deus. Eu vejo muitas pessoas que na hora de orar, parecem uma espécie de mendigo estendendo o chapéu para Deus para ver se recebe uma moedinha, uma esmola. E quando eu e você entendemos a remoção da inimizade, o estabelecimento da amizade e da aproximação, qual o tipo de sentimento, de entendimento que isso deve gerar em mim e em você?
Em Hebreus, no capítulo 10, dos versos 19 a 22, a Bíblia diz: "Portanto, meus irmãos, tendo ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que Ele nos abriu por meio do véu, isto é, pela sua carne, e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos com um coração sincero, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e o corpo lavado com água pura. " O autor de Hebreus está fazendo um paralelo do tabernáculo e ele vai falar sobre entrar no santuário, assim como os sacerdotes podiam entrar por causa do sangue do animal que era sacrificado, a Bíblia está dizendo que eu e você temos ousadia para entrar pelo sangue de Jesus. Ou seja, não precisamos estender um chapéu pedindo uma esmola.
Nós precisamos compreender que a reconexão que nos foi proporcionada pelo sangue de Jesus é algo que eu e você podemos usufruir, estabelecendo amizade, mantendo e desenvolvendo o relacionamento, cultivando a comunhão por meio da santificação, jamais comprometendo a amizade e sabendo que a base da reconciliação que trouxe a paz que definitivamente removeu qualquer distância e separação, me permite um relacionamento de acesso e, eu diria mais, de ousadia, de plena certeza de fé no relacionamento com Deus. Um dos aspectos que também vale enfatizar a respeito da reconciliação, ele não será desenvolvido aqui, posteriormente, numa aula futura, talvez mereça um pouco mais da nossa atenção, é quando, em Efésios, no capítulo dois, a partir do verso 14 até o verso 18, a Bíblia fala da reconciliação entre judeus e gentios. Olha o que o texto diz, Efésios 2.
14: "Porque ele é a nossa paz. De dois povos ele fez um só, e na sua carne, derrubou a parede de separação que estava no meio, a inimizade. Cristo aboliu a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois criasse em si mesmo um novo homem", a Nova Almeida Atualizada, a tradução que eu estou usando diz: "uma nova humanidade, fazendo a paz.
e reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por meio da cruz, destruindo a inimizade por meio dela. E, quando veio, Cristo evangelizou paz a vocês que estavam longe", os gentios, "e paz também aos que estavam perto", presume se, os judeus, "porque, por meio dele, ambos temos acesso ao Pai em um só Espírito. " Então ele não apenas pega dois povos, no Velho Testamento, a distinção entre judeus e gentios é muito clara.
O gentio, para abraçar a fé, tinha que, por meio do rito da circuncisão, se tornar um prosélito, um convertido ao judaísmo. Era a maneira como ele iria expressar a fé para ter comunhão, acesso com Deus. A Bíblia está dizendo que Jesus veio resolver o problema dos dois grupos.
Aliás, o Novo Testamento nos mostra que a salvação, inicialmente é oferecida aos judeus, Jesus enfatiza isso várias vezes: "Eu vim primeiro atrás das ovelhas perdidas da casa de Israel", quando ele manda os seus apóstolos pregarem Ele diz: "Ide primeiro às ovelhas perdidas da casa de Israel", Paulo explica isso aos romanos, dizendo que Deus não faz acepção de pessoas, mas que há uma ordem, que a salvação é primeiro do judeu, depois dos gentios. Jesus explica isso para a mulher samaritana lá em Sicar. João, capítulo 4 Ele diz: "A salvação vem dos judeus.
" Então emanou deles, transbordou primeiro para eles, obviamente, na sequência, Deus não fez acepção de pessoas no sentido de valor, mas de ordem, ela alcançaria os gentios. Mas a Bíblia está dizendo que não apenas cada um dos grupos seria reconectado com Deus, mas que haveria uma reconexão entre eles. Tanto que antigamente o judeu não podia se misturar com o gentio.
E a experiência de Pedro em Atos, capítulo dez, nos mostra Deus removendo essa barreira. Situações como a que Paulo aborda em Gálatas dois, de um distanciamento desnecessário que alguns judeus praticaram lá na igreja de Antioquia, na Síria, era justamente pela falta de entendimento dessa reconciliação. Então, a reconciliação é abrangente e ela nos remete em outra direção.
Ela não apenas promove reconciliação vertical do homem com Deus, mas ela também promove a reconciliação horizontal dos homens entre si. Com isso, eu quero terminar falando a respeito do ministério da reconciliação, porque nós não podemos simplesmente apenas deduzir que aquilo que Jesus veio fazer por mim e para você se limita a nós no sentido de que a gente seja beneficiado por isso, de que a gente receba de uma maneira, eu diria, até egoísta, desfrute e a gente diga: Acabou! A pergunta é: O que a reconciliação deveria produzir em mim e em você?
Além da remoção da inimizade, da aproximação de Deus, do cultivo da amizade, ela não apenas nos toca enquanto indivíduos para que a gente desfrute melhor de Deus. Ela gera o que o apóstolo Paulo chamou e lemos inicialmente de um "ministério da reconciliação". Ou seja, Deus não apenas nos reconciliou, mas a Palavra de Deus claramente diz que por meio de Cristo, além de Deus nos reconciliar consigo mesmo, Ele nos deu um ministério da reconciliação, segundo aos Coríntios 5.
18. Qual é o ministério? No verso 19, o apóstolo Paulo diz: "nos confiando a palavra da reconciliação.
" Isso faz de nós o quê? Mensageiros. Deus nos confiou uma palavra que deve ser pregada.
O verso 20 diz, segundo aos Coríntios 5. 20: "Portanto, somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por meio de nós. Em nome de Cristo, pois, pedimos que vocês se reconciliem com Deus.
" Então, a parte prática não é apenas a minha própria reconciliação com Deus, mas é um recrutamento para que agora eu seja parte de um exército de mensageiros que vai proclamar a mensagem. Nós não podemos falar da salvação que Cristo nos ofereceu e simplesmente ignorar a responsabilidade que nós temos de transbordar isso aos outros. O apóstolo Paulo escreve a Timóteo e diz: "fazendo isso, você salvará tanto a você mesmo como àqueles que te ouvem.
" Eu gosto de chamar isso de "salvação transbordante". A gente nunca deve pensar só na nossa salvação, mas na salvação de outros. Porque o que Deus fez por nós, o que Deus fez por mim e por você, não pode parar na gente, precisa transbordar.
Mas o ministério da reconciliação, ele não é apresentado na Bíblia apenas na perspectiva de nós, enquanto mensageiros, pregadores, proclamadores do evangelho, tentando reconectar os homens com o próprio Deus. Existe um outro aspecto que diz respeito a promover a reconciliação entre os próprios homens. Em Mateus, no capítulo cinco e no verso nove, Jesus diz: "Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.
" A carta de Paulo a Filemom é uma promoção da reconciliação entre Filemom e Onésimo, que era um ex-escravo fugido, foragido e que agora Paulo está dizendo: "Eu peço que você o receba não mais como escravo, mas como irmão. " E Paulo faz de tudo para promover uma reconexão entre ambos, não apenas baseado no formato antigo de relacionamento de senhor e servo, mas agora na perspectiva de irmãos em Cristo. Quando eu olho para as Escrituras, eu percebo a importância de um entendimento correto de uma mensagem, por exemplo, como a do perdão que o Senhor Jesus nos ensinou.
Nós precisamos entender que a mensagem relacionada com o perdão não é mera e simplesmente comportamental. Em Mateus, no capítulo 18, por exemplo, nós temos a parábola do credor incompassivo. Foi perdoado pelo seu senhor de uma dívida que era impagável, imperdoável.
Mas depois ele encontra um conservo que, proporcionalmente falando, lhe devia muito pouco e lhe diz: "Não, eu não vou te perdoar. " A Palavra de Deus nos mostra que aquele senhor manda prender o primeiro que estava perdoado da dívida, dizendo: "É assim que você vai tratar o seu conservo, seu semelhante? Eu também revogo o seu perdão.
" Quando a gente olha para o final da parábola, a aplicação prática de Jesus, no verso 35 é: "Assim também o meu Pai, que está no céu, fará com vocês, se do íntimo, não perdoarem cada um a seu irmão. " O que é que Jesus está dizendo? Quem tinha uma dívida imperdoável diante de Deus era eu e você.
Ele, por meio de Cristo, nos ofereceu a reconciliação. Um perdão gratuito, nos tira da inimizade, nos aproxima, nos reconecta com Ele. Agora, quando um irmão que tem uma dívida pequena conosco, a gente se recusa a oferecer a mesma misericórdia e compaixão que nos foi dada e não perdoamos.
Quando a gente se comporta dessa forma, nós estamos simplesmente contradizendo toda a declaração da reconciliação da obra de Cristo. E o Senhor diz: "É isso que você quer? É assim que você vai tratar os outros?
Então o meu perdão sobre você também está sendo revogado. " Ou seja, não é só quando a gente deixa de pregar reconciliação aos outros. Quando a gente desconecta e não quer reconciliar nós estamos sempre afetando, quando criamos desconexão horizontal, estamos sempre criando um problema de desconexão vertical com Deus, até dentro de casa e da família.
O apóstolo Pedro diz lá na sua primeira epístola, no capítulo três, no verso sete: "Maridos, tratem as esposas de vocês com honra, como o vaso mais frágil", ele diz: "para que não sejam impedidas as suas orações. " Ele não está dizendo: "Olha, trate bem a sua esposa, apenas para que você tenha uma qualidade melhor de vida debaixo do teto", ele diz: "Não crie desconexão horizontal para não provocá-la na vertical. " O entendimento dessas coisas deveria nos levar à compreensão de vamos usufruir da reconciliação com Deus e vamos promovê-la para com os homens, seja reconciliando outros com Deus ou preservando entre todos nós e entre as pessoas o que o apóstolo Paulo chama do "vínculo da paz".
Que haja sempre no nosso coração uma verdadeira guerra contra todo formato de inimizade, seja do homem com Deus, ou seja dos homens entre si, o que vai inevitavelmente provocar inimizade também para com Deus. Que o Senhor nos ajude a compreender, desfrutar e promover esse aspecto extraordinário da salvação: a reconciliação.
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