só os espectadores do canal no vídeo de hoje trazemos a vocês a entrevista que nós fizemos com a professora lilia chaves como eu disse para vocês no último vídeo nós fizemos dois vídeos em são paulo pra postar aqui no canal e esse é o segundo deles no primeiro é aquela conversa que tive com o peru e filipe figueiredo se vocês ainda não viram procure aqui no canal que é bem recente e outro essa entrevista nessa viagem que nós fizemos em são paulo nós tivemos oportunidade de entrevistar a professora lilian choques historiador e antropólogo que faz
parte do corpo docente da usp e autora de diversos livros sendo o mais recente deles lima barreto triste visionário lançado pela companhia das letras são miguel no ano passado a entrevista foi realizada pela mariani nela falamos não só sobre a carreira da ilha mas também sobre a intersecção entre história e antropologia as polêmicas sobre a arte recentes aqui no brasil entre vários outros assuntos como eu disse no outro vídeo e repito aqui esses vídeos foram viabilizados por nossos apoiadores no site apoia cujos nomes vocês estão vendo aqui embaixo se você ainda não é apoiador pensa
em apoiar algum canal que você gosta e gosta do que nós fazemos dar uma olhada na nossa campanha aqui em cima tem um caju e nós temos algumas recompensas na descrição de praticamente todos os vídeos que você encontra um link também do após além de outros como as nossas redes sociais ea obrigatória a loja do canal que tem diversos modelos de camisetas e canecas para quem gosta de ciências humanas especialmente história por fim se você acha que deveríamos entrevistar alguém comenta aqui em baixo dizendo quem e por que você acha que seria uma boa entrevistar
a pessoa que você sugeriu e sem mais enrolação vamos ao vídeo ele é um prazer nosso poder falar com você hoje muito obrigada por nos receber a primeira coisa que a gente pode conversar hoje então é falar um pouco sobre a sua formação que se deu tanto na área da história quanto na área de antropologia você poderia então falar um pouquinho para a gente sobre a sua trajetória nessas duas áreas bom eu sou netas e os dois avós maternos eram eram historiadores não profissionais e eu herdei os livros deles então há muito tempo que eu
lia histórias e eles também eram grandes contadores e tio avô italiano e um outro avô a francês e cada um contava muitas histórias do creci um pouco nesse ambiente na história vou contar aqui uma uma bobagem mas é uma verdade que o ponto muito pouco na hora de fazer o vestibular eu pensei que tinha prestado ciências sociais e entrei na história e na época que eu fiz a gente poderia chamar-se novas assim você pode resultar eu fui até lá e falei eu gostaria de ressaltar para as ciências sociais e aí ele falou não mas você
entrou com o primeira opção na história ela e falei como assim ou seja eu preenchi errado e ele diz mas você pode depois mudar para ciências sociais e falei não vou ficar foi ficando na história do rei e na no momento de prestar o mestrado eu resolvi prestar a onde nas ciências sociais na antropologia então eu sempre tive essa formação muito mista porque mesmo na graduação eu fiz a graduação em história mas já fazia todo tipo de curso me vale muito da universidade basta a gente deve se valer da universidade da possibilidade de se permitir
circular em diferentes cursos né apesar da sua primeira opção que no meu caso não era o primeiro e aí eu fui formando um programa pra mim mesma espécie de vocabulário disciplinar muito misturado fez também um pouco de filosofia e e o tempo e antropologia um pouco por uma questão porque eu conheço o carlos rodrigo brandão porque manuela carneiro da cunha estava lá o antônio augusto arantes o pt sai estão todos na unicamp na topologia eu resolvi prestar mas eu sempre fui uma espécie de terceira margem ou seja entre os historiadores ele falar mas ela antropólogos
entre os antropólogos todos não mas ela é historiador o que eu quero dizer com isso acho que a gente deve evitar esses rótulos estão fáceis e sobretudo numa época de tanta de economia que a gente viu né eu eles esquerda direita a gente não precisa obrigatoriamente se definia assim como se fosse uma questão de ética da profissão e destino não é por um lugar habitar na imagem é um bom espaço para escutar isso vai bem em direção à nossa próxima pergunta que é sobre interdisciplinaridade ajuda muito falar sobre isso na academia a gente queria saber
como é que essa tua citam transações entre essas duas áreas já falar um pouquinho mas a gente quer saber como é que é isso que contribui nem como te ajuda como uma área tipo ajuda a outra no teu processo de trabalho que o processo de escrita pesquisa então quando eu fui fazer o mestrado e doutorado essa área que agora porque já é uma área quase com bastante construído em uma área de esta história história da antropologia nome que se queira dar então ela basicamente não existe então acho que o que nós tínhamos era muito mais
um discurso favorável à interdisciplinaridade do que uma tática de fato de interdisciplinaridade e costumava brincar que fazer se ele interdisciplinar era cruzar o corredor que na usp vai no fim a gente pega um corredor que vai das ciências sociais para letras ou para a história cruzar o corredor com um livro em baixo do braço né eu penso que a gente pode mais do que fazer uma moratória sobre a intelectualidade se valer desses locais então eu penso que a história da antropologia uma noção de tempo muito importante na ou seja é uma forma como nós começamos
a é possível problematizar as noções de tempo as noções de continuidade as noções de espacialidade ou seja nós estamos mais acostumados na antropologia a pensar vamos dizer o espaço pensar pensar certo os marcadores como caça gênero geração classe nós estamos pouco acostumados a pensar no marcador importante nas nossas vidas que é a questão da história do tempo eu acho que é a história me deu o primeiro isso também me permitiu nas minhas pesquisas a recuar ao passado mas com óleo de antropologia da antropologia então porque eu acho que eu faço uma historiografia totalmente contaminada pela
antropologia eu penso que eu vou atrás de questões com os marcadores sociais a diferença nem acaba de publicar um livro sobre lima barreto onde os marcadores como sexy gênero geração região classe são muito importantes sobretudo quando intersecção nados da antropologia me deu um olhar e me deu uma perspectiva eu aprendi a andar muito mais importância à noção de símbolos de como símbolos não são essências indução relações então eu acho que eu acabei fazendo uma antropologia cheia de história e uma história cheia de antropologia e eu sempre digo uma frase que pra mim foi fundamental nessa
ideia de que o presente está lotado de passado que o passado está lotado de presente porque a gente vai ao passado com questões que são questões do nosso tempo então essa fronteira muito porosa muito fluida que me permitiu fazer as pesquisas que eu tenho feito e atualmente tem tido atuação profissional publicado 4 horas né eu sempre tive essa bom quando eu comecei a aula a luís luís meu marido e eu nós já tínhamos a companhia das letras né eu tive uma parte uma um papel julgo importante pra divulgação de da literatura acadêmica mas uma temperatura
acadêmica de boa leitura nós no momento em que nós começamos a companhia das letras nós podemos fazer os livros que nós era pai pra mim parecia uma faz um milagre a gente podia publicar o kaluguin us do o sócio que enfim tudo o que você quiser e vistoso nós podemos publicar se quiséssemos o salim de limou estavam todos lá a nossa disposição e isso me ajudou também entre finalidade porque é obrigado a ler não apenas os livros que interessavam a minha biografia a minha pesquisa eu tinha que me abrir pra pensar o que o público
podia gostar a mesma coisa valeu os pesquisadores nacionais tentam entrar em contato com o paulo de melo souza joão reis reginaldo prandi manuela carneiro da cunha leyla perrone-moisés vim aqui passar o dia falando desses nomes foi uma parte muito importante da minha formação eu comecei a vir a historiadora nas o pólo ao mesmo tempo que eu fui virando editora então eu já tinha esse lugar bastante há como dizer como eu direi escorregadio não é o que pensa em me ajudou muito porque me deu abertura para outras aulas nesse meio tempo eu acabei entrando primeiro nome
campo e como professora depois passei para a usp uefs na na usp a terminei meu doutorado o meu doutorado fiz ali docência fiz a titularidade então eu devo muito à usp muito a unicamp não eu acho que todas as áreas que o ato eu trago sempre comigo essa bagagem que veio da academia que eu acho que uma bagagem fundamental mas eu a por conta da editora eu tinha sempre essa perspectiva essa preocupação de alguma maneira sair também do muro seguro da da universidade então eu acho que no brasil nós temos poucos intelectuais que se pretendem
públicos não no sentido de fazer política imediata mas por exemplo no momento nos falamos falamos eu trabalho eu tenho uma coluna no jornal next eu brinco que eu sou a mais antiga lá não só de idade como de tempo de permanência no jornal inscrever a cada 15 dias nacional nexo me deu uma gana e uma coragem para falar dos temas que são da minha especialidade mas também falar com toda a humildade de temas que não são da minha especialidade mas que eu penso que o público precisa conhecer também me deu a oportunidade de me manifestar
como cidadã no país como o nosso que está vivendo essa perda dos direitos civis sociais e políticos um país que sabe ver se ano um projeto democrático muito falhado senão interrompido então eu agradeço muito ao nexo já esteve na folha nesta praticamente já escrevi no estado esporadicamente mas o nexo me deu essa caçá pontualidade eo rigor de escrever curto que é muito difícil nesse meio tempo também eu fui convidada da aula implícito foi é uma experiência muito importante eu já tinha dado ao em várias universidades nem em oxford em layden blau colômbia mas principalmente de
um lugar fixo e me deu também a posse habilidade de comparar não é todo mundo que a gente perguntar então você acha que os alunos de princeton são muito melhores do que os alunos da usp eu sempre digo não é aquele resposta do macho levy citou sobre machado de pedra o machado de ferro não é superior a outro é que o pedra a pedra não é ferro eu também diria a mesma coisa pensou me abriu os olhos para entender como funcionam outros sistemas acadêmicos outras universidades é um intercâmbio muito bom por fim eu fui chamada
pra ser também curadora adjunta para histórias do masp a eu brinco sempre que como curadora eu sou uma boa proposta da historiadora ano mas que junto com adriano pedrosa ele deu essa oportunidade nós passamos a fazer uma história do museu nós revisitamos o que era um museu revisitamos a filosofia do museu e criamos esse projeto que chamam se histórias nós já fizemos histórias da infância história da sexualidade em junho agora nós a vimos a história safra atlânticas eu já vinha trabalhando como curadora já tinha feito histórias mestiça junto com adriano já tinha feito por conta
de uma bolsa do bairro que eu tive uma exposição sobre toné na pinacoteca e também nos deu de belas artes no rio então agora eu tenho esse lugar eu acho que é uma experiência muito importante um museu localizado na avenida padre paulista onde estão milhares de pessoas a principal avenida da cidade onde nós vemos desfilar na nossa frente todo tipo de de opção de gênero de de geração né de classe e e me deu então oportunidade de fazer projetos são de fato públicos a última exposição história da sexualidade bateu todos os recordes de público e
os números são estonteantes então uma coisa a gente escreveu uma tese sobre performatividade de gênero em outra coisa é de dar em seis linhas pra você escrever sobre performatividade de gênero e com o tipo de determinação assim olha não pode falar por exemplo interessante personalidade que ninguém entende também não pode é muito e ambivalência ninguém entende enfim é um desafio né falou da sua atuação no nexo e a gente tem uma pergunta nesse sentido também nessa direção que renan já tinha falado um pouquinho na tua resposta né assim como é a tua experiência é da
divulgação da história o mesmo da antropologia em diferentes mídias sociais jornal internet televisão o que você acha é que que são os maiores desafios então de um acadêmico de uma acadêmica de uma professora de alguém que a universidade que adentrar esses espaços para são muitos o primeiro deles é você fechar seus olhos e fala não vou contar com os colegas de se eles vencerem por exemplo quando eu fiz aquele programa na bandeirantes com dança tuba que é era uma vez uma história eu fiz tudo eu fiz um roteiro fiz o texto porque é eles vão
fazer o roteiro eu li o roteiro pensei não vou falar nada disso e depois na hora de interpretar como do - a atriz o dançurbana me ajudou muito o que ele falou 'você nunca você escreveu isso aí fui eu e você que sabe essa história então eu vou te fazer as perguntas certas você sai falando então foi uma história na televisão bacana porque eu acho que foi um programa muito crítico acho que num que eu saiba não se conta a história dessa maneira teve impressionante como os professores escrevem a todo momento contando como estão usando
os episódios foi uma experiência cansativa como você pode imaginar ea eu lembro que tinha 11 uma pessoa muito bacana eu sei porque eu não sabia mas como eu era uma das protagonistas de uma pessoa só para cuidar de mim então 5 20 falam que o guarda chuva então vamos dividir o guarda chuva não quer colaborar nana eu disse vamos dividir a banana rica no final falou a professora só não está entendendo eu estou aqui só para cuidar da senhora né e depois ele não me falou qual é o seu papel nesse nesse filme que nós
estamos fazendo é chamada de filme ela foi olha o chico não entendeu temos quase o último dia eu sou historiador a do dc nesse projeto ele falou 'não não não' professora você não a historiadora você é a mocinha eu então enfim eu acho que a reação do público é muito boa né há muitas vezes a relação dos colegas não é tão bom eu lembro quando eu publiquei dos dois primeiros livros em quadrinhos um com jelen e outro com miguel paiva eu também escondido os colegas aí é muito difícil esconder um programa de televisão em rede
aberta não é e acho que os meus colegas foram muito generosos comigo depois eu devo dizer que eu sempre faço com muito receio a mesma coisa com histórias mestiças quando nós começamos então a questão de artes todo mundo sabe que a área de antropologia visual não era ainda uma área tão reconhecida como é agora né então os desafios vão ficando melhores mas acho que há uma batalha que eu penso que é nossa ou seja de 9 nos reinventarmos com sinto muito eleitorais nós estamos numa época que a influência da internet a influência da televisão a
influência de todas essas mídias é é avassaladora e que se nós não ganharmos também esses espaços o problema é que o perigo é o encostamento é que a gente fala muito bem isso mas só entre nós eu preservo muito lugar da academia eu acho que há conversas na academia que só se tem na academia você vai passar por uma defesa de doutorado que é um privilégio e em que lugar que as pessoas ficam cinco a seis horas discutindo um texto dessa maneira e como isso é importante como as nossas revistas são importantes mas eu acho
que não é eu não trabalho com a lógica do golo mas com a lógica do erro então nexo por exemplo me trouxe essa essa alegria mesmo de poder me pronunciar como cidadã né e eu tenho tido muitas respostas têm sido chamado por uma série de aulas inaugurais muitas vezes a 1 servem aos inaugural eu acho que é por causa dos meus pessoal não não é por causa do seu artigo do nexo que você escrever anos e ela tava lendo não tá tudo muito bom né você foi é curadora de exposições de super projeção nacional como
histórias mestiças história da sexualidade é tudo ia falar um pouquinho pra gente sobre essa relação e tecnologia story museu que tem tudo bem eu acho eu sempre fui uma pessoa foi questionada por a china afirma a coleção de arte na minha casa quando ainda era possível fazer e sempre visitei muitas exposições em sempre muito sobre a arte e desde o meu do mestrado que era chamava-se retrato em branco e negro eu já usava muito as imagens dos jornais e analisava o que é isso que vai agora aparecer nas finalizações plásticas dos anúncios as posturas de
corpo depois no doutorado o espetáculo das raças eu fiz a o texto da tese já vimos uma exposição que brincava que não os bigodudos que andam todos os diretores de instituições na minha vida ciência que foi às barbas do imperador era o diálogo quadro com a imagem é evidente não quer dizer as imagens a encaminhavam na todo o texto o livro tem 600 imagens a tese tinha mil e 200 imagens né ia não é porque não fazia tanto e aí a amiga titularidade foi envolta do tonel é de nikola toné que eu tive essa bolsa
berrar eu usei para viajar e pra cá recuperar todos os todas as obras do torneio fez um catálogo fiz um livro que se chama só no brasil eu gosto muito na época e se quiser esse personagem que era absolutamente cativante na pessoa que detestou brasil né que achava que o azul do céu era azul de maio era artificial que achava que a nossa floresta tinha muita variação de verde que não cabia na palheta e não havia necessidade de tantos verdes ele dizia isso porque o sol do brasil insiste em se movimentar então todo mundo menos
sal do brasil acho que é um elogio mas não é cada capítulo começa com um viajante uma vez sobretudo toné acabando com o nosso sol dizendo que é impossível pintar com o sol do brasil e que ele o fusca tudo que ele é irritante enfim era um personagem maravilhoso eu consegui fazer por causa da bolsa duas exposições grandes e essa é a ieme lancei mesmo na nessa questão porque foram duas posições uma a no museu de belas artes outra na pinacoteca tomé nunca tinha as obras napoleônicas honecker imensa nunca tinham aparecido aqui e foi assim
eu falo isso como vida depois eu fiz uma exposição para o livro chama longa viagem da biblioteca dos reis e que o ponto a independência do brasil a partir da perspectiva dos bibliotecários que detestaram viajar pelo brasil sempre pego esses personagens cãozinho 100 sáb e mas também cria criativos na ea e foi nesse meio tempo que eu fiz não escrevi um livro com adriana varejão há na verdade foi adriana que me escolheu não o contrário é ela que disse que queria que eu fizesse eu entendo nada da sua obra e esse livro foi muito importante
pra mim pra ela nós escrevemos juntos ficamos cinco anos escrevendo juntas e aí ela me apresentou adriano pedrosa ea gente nós lançamos nessa exposição chamadas histórias mestiças compramos a briga com o termo mestiçagem a gente começava a exposição dizendo que mestiçagem como diz também a mostra muito bem e laura moutinho as mensagem é mistura mas nestes agem essa separação de que não dá pra pensar se não for dessa forma a exposição teve muito boa repercussão o adriano acabou sendo contratado como diretor curador diretor do masp logo ele me chamou e eu entrei nesse mundo de
museus o que agora sua pergunta propriamente dito mais trabalho casamento eu já estuda eu tinha estudado muito que a dinâmica de um museu no meu doutorado no espetáculo das raças porque o primeiro capítulo era sobre os museus de tecnologia então eu já tinha uma reflexão sobre a importância do museu na base na constituição da antropologia na casa os primeiros museu de etnografia que nos deus e produtivos nos seus etapa pistas é que são os seus maravilhosos né me de todos os reinos removeu e de todas as máscaras mas com as mesmas vão receber todos então
eu também me contaminei por essa questão da linguagem do museu de etnografia e por exemplo nas histórias mestiças gente jogo sempre jogava com isso né com a idéia de personagens em março nas caras trilhas e rotas cosmologia 100 emblemas nacionais então essa linguagem da antropologia já estava muito presente nas exposições que eu fazia na exposição histórias da infância a discussão sobre a questão da geração era fundamental para a exposição eu aprendi com que com a tecnologia nessa exposição tais da sexualidade eu coloquei toda a minha expertise com os museus de tecnologia no gabinete que eu
fiz é a exposição história da sexualidade é diferente dividida em várias seções né a primeira corpos nus que nós colocarmos todo tipo de cortar corporalidade palavras de gênero mas também falamos de questão física a tinha uma outra que se chamava se performatividade de jenny outra questionou avô e nismo todos os temas que outro chamado mercado de sexo né e havia uma que eu gostei muito questionava totemismo o adriano falou pra mim você vai ter que explicar muito bem porque tem o mesmo nome como é que o público vai entender cheguei conseguimos eu acho ea nós
fizemos uma um gabinete igual a um museu de tecnologia do século 19 tinha um gabinete onde nós colocamos vários falos né beijo provenientes de da época pré colombiana até a maquiagem a nossa diz que faz aqueles falos que se movem em textos e que têm cabeças e tem com 11 e tudo mais mas se vocês olharem aqui o modelo era um modelo de museu de etnologia então eu penso que a antropologia tem tudo a ver com essa área eu acho que nós temos uma contribuição imensa a dar para essa área sobretudo no sentindo de que
os curadores que são mais formados em artes plásticas que ele se abra um pouco né pra não abandonar as categorias formais mas para fazer um equilíbrio entre uma perspectiva mais formalista em uma perspectiva mais historicismo eu gosto muito de um crítico de arte e chama baksan down é que ele fala de padrões de intenção ou seja que a gente possa entender que existem padrões existem convenções visuais que a nossa visualidade compõem retóricas muito semelhantes às nossas retóricas escritas né mas quem é possível sempre balizar a compreensão dessas formas dessas formas gestuais nessas formas plásticas com
isto sim que o contexto determine né essa questão de terminar a nossa interpretação como diz o calo guinness book eis que expulsa pela porta ela a história volta pela janela a professora a gente viu ser divulgado na mídia também que essa exposição na história da sexualidade ela sofreu um arranhão interdito de de idade uma participação e tá né impeditiva nem legitima exatamente tudo isso por causa daquela performance considerada polêmica do do ator wagner schwartz não no museu do de artes modernas a gente queria saber a sua opinião qual é a sua ideia sobre essa questão
da sexualidade ainda ser vistas em muitos segmentos conservadores da sociedade como o que não se deve falar como algo que nós deve estar numa exposição dentro de um museu que passa por um cuidado não é uma exposição passa por um cuidado de uma seleção criteriosa de quais objetos é telas podem estar podem não estar com uma narrativa é tem uma intenção a gente queria saber a sua opinião sobre sobre essa é a questão mais conservadora da sociedade atual e que medida os museus as exposições ajudam a quebrar os paradigmas nem ajudam a levar essa informação
essa idéia ou essa não naturalização de uma sexualidade normativa bom nós estamos vivendo um período de muito retrocesso né em retrocessos sociais chinesa e mails como eu já disse aqui e acolá a exposição história da sexualidade foi elaborada vinha sendo elaborado há dois anos e meio a prova maior é que toda antes de nós abrirmos essas grandes coletivas nós fazemos seminários internacionais então nós já tínhamos já tinha ocorrido dois seminários internacionais são seminários e convido a todos sempre seminários abertos grátis as pessoas podem ir mas o i seminário nós chamamos especialistas que ajudam também os
curadores a entender melhor o que é preciso fazer é colocar na exposição uma exposição como essa o primeiro não se trata de reunir obras você tem que ter uma concepção como eu disse nós organizamos uma série de núcleos e as obras dialogavam atenciosamente porque nós temos essa perspectiva de não fazer exposições cronológica a nossa maior intenção é fazer os tempos veja como antropologia entre os tempos convergirem de forma às vezes por vezes contraditória por vezes ambivalentes mas são os temas que organiza uma exposição então vimos fazendo há dois anos e meio antes até do episódio
numã a tinha ocorreu o episódio no santander não seja que o banco tomou na minha opinião uma posição mais acovardado não vamos falar do mais puro e simplesmente fechou a exposição então nós viemos de duas experiências muito difíceis o fechamento da exposição à tela da grana varejão filho pródigo que estava no santana já estava programada trabalha pra figurar na exposição história da sexualidade tinha acabado de ocorrer o episódio como bailarina usuários o episódio que todos a a sociedade brasileira anda muito moralista e normativo mas eu sempre fico me perguntando quem protegeu a menina né ao
contrário imagino que essa menina sofreu a menina que chegou perto da performance e como ela foi filmada imagino que ela sente ninguém se preocupou com isso né e o que aconteceu foi que há uma semana uma semana antes da exposição abrir a equipe curatorial que era feito não só por mim mas anos eu adriano pablo de la barra a camisa dele e shell é eo adriano pedrosa fomos convocados para uma reunião com o conselho só fomos eu ea camila porque os outros não podiam na verdade não era um conselho era parte do concelho com advogados
o museu e os advogados nos colocaram uma semana antes de abrir com todos os empréstimos já no brasil a com todos os nossos compromissos não só com os artistas mas com as instituições internacionais é uma exposição com 600 obras no seu organismo a 600 obras assim só para se aproveitar do contexto né nem consegue obras internacionais assim ao contrário todas vêm com curry e demoram segundo é uma questão é maluco bola' esse tipo de exposição os advogados muitos colocaram dias a seguinte dúvida que mera mesmo ou seja ou nós colocávamos alguma ajuda a as obras
que eles consideravam impeditivas para 18 anos em uma sala separada ou nós teremos que correr cortar cerca de 40% pois essa é uma posição muito difícil era uma escolha de sofia porque a cortar 40% das obras era ter toda a comunidade internacional e nacional contra nós e colocar as obras numa sala especial me lembrava eu até escrevi sobre isso nexo a exposição a de arte degenerada feito na alemanha um ano de 1938 em que se retiraram obras de artistas como cliente no costa que nós gostamos tanto né colocaram numa sala especial para mostrar olha isso
regeneração então a a curadoria fez uma opção difícil a gente sabia que enfrentar tudo mas nós pensamos que o nosso grande objetivo era manter a exposição aberta nós não queríamos que a exposição fosse fechada de maneira alguma como havia acontecido no santo andré e segundo não não tocar em uma obra que tinha sido originalmente concebida para constar da exposição nós abrimos a exposição eu fui falar nisto moreira salles foi discutir com o jônatas andrade uma exposição dele na frente da exposição dn a primeira pergunta veio pra mim dois dias antes da explosão ele porque que
o mas que censurou a minha resposta foi você vive no canadá na finlândia ou no brasil vocês acham que a atitude do masp é causa é conseqüência e refletir nós queremos e aí eu pedi olha eu lembro que eu falei foi até na mídia ninja no fim é o que nós queremos é que a sociedade deixe ser normativa moralista e vocês nos ajudem a derrubar esse impedimento e foi o que aconteceu a exposição abril na mesma semana nós tivemos seis processos para fechar a exposição a exposição só não fechou porque era proibida para 18 anos
e depois de passadas a nuvem de conservadorismo que a gente sabe que é assim que eles se movem nós tivemos uma outra liminar pedindo para a gente abrir se para que fosse 18 anos não é impeditivo mais indicativo e nós imediatamente aprovamos a exposição fica aberta até o final né até o momento que nós prevemos um final do carnaval só indicativa e pra vocês terem idéia 10% da honda o público foi um público abaixo de 18 anos o que eu considero uma vitória agora a pergunta era um pouco sobre o que nós estamos vivendo então
eu acho que eu tentei embute a quinta no dia da abertura da exposição vamos falar comigo agora fazer de hidrografia da exposição que é muito boa nós tínhamos mil e duzentas pessoas dentro da exposição e entorno segundo a polícia de 600 pessoas fora havia de tudo gente que vê nos dá apoio veio de gente que vem falar contra a censura e eu tenho o meu no meu computador censura nunca mais né tinha de tudo e foi importante porque eu acho que a experiência de uma exposição como essa que não é fechada que permanece na sua
integralidade e que é freqüentada com esses números não é conhecido no público inacreditável mostra que o brasil pode se preparar para um outro momento ou seja mostra que primeiro nós vamos negociar né a um ator que eu gosto muito e precisou chamar cada 500 dias e ele usa um conceito que é a brega à brega ele é de porto rico ele fala quando se pergunta pra ele arcade como você vai falar eu já estou em la vega brigar é quando você reconhece que você tem um inimigo forte e que você muitas vezes tem que saber
negociar tem que saber brigar tem que saber jogar pra poder ter a sua vitória então o que mais que fez com que acho que a gente deve fazer fundamentalmente é brigar ou seja ver que forças nós temos que avaliar as forças que nós temos em insistir porque eu penso que o nosso momento pede vigilância pede atitude cidadã pede intervenção e thais responsabilidade ou seja como é que nós vamos conseguir fazer isso mas de maneira que está aqui a sociedade brasileira possa resolver né em junho do ano passado você lançou o livro do lima barreto neto
deste visionário e nem as questões de cunho racial elas adquirem um bom central para pensar não só a trajetória do do jornalista e escritor mas também um pouco do contexto da sociedade brasileira em que ele viria e aí nesse sentido para te fazer uma pergunta e aí eu puxar um pouco para antropologia é como que a gente pode pensar nesses marcador sociais a diferença de raça de sexualidade de classe como pontos para a gente fazer essa ciência é a gente fazia antropologia ou mesmo a gente pensar a história e com isso ajuda no nossas produções
atualmente bom eu faço parte com muito orgulho do grupo numa leve fazendo estudos mais aqui é o meu orgulho de ter pensado no nome é que estou números que é muito bom nos núcleos marcador que a gente estava numa reunião inicial com júlio assis simões a heloísa buarque a lara moutinho e penso que o conceito vinha muito das pesquisas do julho e da laura sobretudo a questão da inter segurou intersexualidade quem foi que eu aprendi muito com duas né eu acho que quando nós começamos esse conceito são dez anos agora na escola não celebrar nesta
o senhor centenário é é eu estive na reunião e se esse conceito marcador de social diferença nenhuma importância que salvo engano e humildemente eu digo que não existe não tinha que ser o grupo consolidou um conceito que já existe é claro mas que enfim o grupo colocou em prática e colocou em prática sobretudo expandem diallo pesquisas que partiam de questões muito distintas como é que em julho como é que geração de diálogo com o gênero sexo laura raça gênero sexo é luiza né toda pesquisa dela de geração e de gênero eu também tive eu vinha
pedindo sempre a questão sobretudo da raça desde o meu mestrado mas não lima barreto foi o momento em que tive foi uma pesquisa de muito fôlego foram dez anos né porque eu pude me valer desses conceitos que eu aprendi no mas mais do que entender cada marcador separadamente eles propõem uma outro tipo de narrativa quando compreendido de forma intersecção nada ou seja quando você coloca intenção elementos como esses marcadores que nós estamos citando aqui na nossa conversa durante tanto tempo então no caso lima barreto lima barreto construiu a sua literatura a partir de determinados lugares
por exemplo ele se dizia nos que todos os bugs você já tenha um discurso de região muito claro eu digo que ele faz uma literatura em trânsito que é do subúrbio é o centro do centro para o subúrbio e o que é mais interessante quando ele estava dos no subúrbio ele é ele se via como um funcionário do centro que é humano que eles davam para a capital porque tudo é rios é quando ele estava na capital ele se dizer do subúrbio e falava da linguagem de subúrbio outra questão importantíssima geração lima barreto de uma
geração subseqüente à geração de machado de assis machado de assis é incontornável neste momento na biblioteca do lima barreto eu encontrei ele tinha todos os livros de machado de assis no entanto ele se construiu como anti machado de assis não há literatura mas no projeto de inserção nesse clube da literatura desse clube da república a ele criticava a academia ele criticava os escritores burgueses que ele escreveria dedicava à mãe que dizia os escritores alan bicadas renan enfim e que na verdade quando ele falava da literatura de machado ele gostava muito e estava muito mais próximo
do que distanciados vejam como veja como a questão de local ou seja ele é do sul book e geração já em ter sim ter seccional de uma forma muito evidente a briga de lima barreto também com os modernistas paulistanos né foi também fundamental ele recebeu a placa sondas nos nas mãos do sérgio buarque de holanda não era o grande historiador era um novato bastante bom é bastante dande bastante a nota que foi lima barreto que sempre fazia falou uma não gostou disse klaxon lembrar a buzina e que buzina lembrava a modernidade que modernidade lembra o
estrangeirismo e que aquele tal de marinette não tinha nada a ver que todo mundo conhecia e que aqueles paulo enfim ele tinha problema com os paulistas ele chamava o graça aranha de desgraça aranha enfim ele agiu mas ele fazia com que esse estilo bate só pra ele bateu depois ele falou mas muito bem vindos à nossa luta nessa nova essa é a nossa nova modernidade que não é tão moderna e lima barreto e os paulistas fizeram o que fizeram e julgaram lima barreto para um lugar entre com pessoas que o palco às quais ele não
se reconhece graça aranha ou coelho neto então veja como pra mim a questão de região era fundamental a questão de raça no momento do pós abolição e que ninguém falava desse tema que esse era considerado nos termos da época o tema ante um termo antipático lima barreto falava a todo momento se vocês pegarem isaías caminha a descrição do ritual isaías caminhantes a iso bulo parar para pedir uma média e conhecer o preconceito quando o dono do bar não lhe serve uma média e serve a um menino branco louro é o lima barreto muito forte quando
ele descreve as relações do pai da mãe ou pai era um par dos rails caminho não é o pai um padre a mãe mais escravizada e como eles não se falava ele mostra toda a tensão que existia neste momento nas suas crônicas ele falava o tempo todo disso por exemplo hoje fui convidado para uma recepção na embaixada do chile não pediram documento a ninguém amin pediram eu me zanguei ou seja eu acho até que ele faz martin afro-brasileiro uma arte uma literatura negra porque não porque ele seja negro mas porque as questões negras os personagens
os termos que ele usa terá um capítulo só sobre isso que chama as cores do lima a são fundamentais hora foi um número que me ensinou a ver como a questão de raça e cor as questões são classificações poderosíssimas e agora juntamos com classe fato de ele ser pobre o fato dele se dizer pobre e não é tão pobre como ele se dizia pobre ele era um funcionário público aposentado cedo mas vejam como o lima barreto vai juntando uma série de marcadores foram fundamentais para minha pesquisa lima barreto teve uma biografia fundamental do francisco de
assis barbosa só que o francisco assis barbosa no seu contexto não quis perguntar lhe sobre raça ele mesmo diz vou me calar sobre esse tema e eu penso que não existe pesquisa definitiva não existe biografia definitiva porque cada momento volta ao passado inter pelo passado a partir de questões que são do seu presente então interpelem lima barreto a partir de questões que eu aprendi na academia e que eu aprendi na nossa sociedade penso que a minha geração foi uma geração que lutou e presenciou muito essa linguagem dos direitos civis e eu encontrei com todo o
medo do anacronismo e nos termos da língua barreto um autor que o começo do século 20 tinha uma pauta nem chamava de uma literatura militante então era uma literatura dizia ele pelos pobres pelos oprimidos que podem ser pobres ou podem ser ricos uma literatura contra a violência das mulheres apesar de ele ter essa posição tão contraditória em relação às mulheres né mas ele é muito inteligente que lhe dizem que são muitos feminismos ele diz eu sou contra esse feminismo alambi caso amplamente da elite eu penso em outra outra forma de falar das mulheres enfim um
autor sobretudo contra a discriminação racial num país que em 1889 em 1890 logo depois da proclamação da república faz o hino da república portanto um ano e meio após a abolição da escravidão e uma parte do hino dizia nós nem queremos que escravos outrora tenha havido em torno do país ou seja outrora era um ano atrás ontem ninguém mais lembrava isso uma espécie de amnésia social eu sempre pedi então eu acho que há um clima barreto foi um e é um autor que ia fazer essa biografia foi muito importante tanto para enfrentar de uma vez
por todas o gênero biografia uma biografia não é um pacto com seu biografado há muitos momentos da biografia que eu não gosto de lima barreto não é uma espécie de enfim deixa eu não vou falar da questão da homossexualidade tem trechos terríveis quando joão do rio por exemplo em que ele ataca de nota qualifica de forma terrível chega a chamar joão do rio de orangotango o que tenho para tanto pitecantropo diretos então não se trata de defender o autor mas se trata de enfim fazer uma biografia iluminada fertilizada vitamine zada muita proteína a partir de
conceitos que eu aprendi sobretudo com o grupo dono mas né são os nossos marcadores sociais a diferença era isso e agradecia o tempo pela nossa empresa eu que agradeço aos 2 quer falar alguma coisa nossa câmera man eu que agradeço obrigada fez bom por enquanto é isso eu queria agradecer a liga faz por ter nos recebido tão gentilmente em sua casa e dar essa entrevista tão bacana pra gente se você gostou não se esquece de se inscrever no canal curtir compartilhar e tudo mais e se você quer mais entrevistas como essa no futuro comenta aqui
embaixo sobre quem você gostaria de ver interessado ou entrevistado no canal e por que você acha que seria legal entrevistar essa pessoa e olha claro nossa campanha não à posse porque é ela que viabiliza esse tipo de conteúdo muito obrigado e até a próxima