Café Filosófico | A lógica da prateleira do amor: Gênero e Emoções | 13/10/2024

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Café Filosófico CPFL
No #CaféFilosófico desta semana, a psicóloga, escritora e pesquisadora Valeska Zanello participa da ...
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k [Música] [Música] o que move hoje as relações amorosas no contexto do neoliberalismo onde tudo se transforma em mercadoria os afetos podem ser comprados como é possível um encontro real no mundo das relações virtuais se a gente tá o tempo inteiro performando a gente acaba criando conexões mas não cria vínculos O que determina a forma como nos comportamos e sentimos existem scripts culturais roteiros culturais historicamente construídos que te dizem como você deve performar como homem ou como mulher como o nosso desejo é construído as coisas que compõem a nossa sociedade Vão marcar também as formas
as cores os tipos de amor que a gente tem desafios e possibilidades do amor contemporâneo tema desta série do Café Filosófico [Música] amor é sentido da mesma forma pelos homens e pelas mulheres e o que cada gênero espera realizar nas relações como ficam as expectativas afetivas no momento histórico atual com os papéis sociais de mulheres e homens sofrendo revoluções com todos os questionamentos sobre a ideia de gênero de binariedade sobre a formação da sexualidade entre desconstruções e reconstruções o que ainda esperamos do amor e o que não precisamos mais esperar ou idealizar em nossas relações
algumas perguntas vão guiar a minha apresentação e elas são as seguinte Por que que as mulheres sofrem tanto no amor não apenas quando estão numa relação mas também quando estão solteiras então quando elas estão numa relação é muito comum a gente ouvir uma queixa de que elas dão muito e recebem muito pouco em troca a gente sempre tem a sensação que a gente é que alimenta a manutenção da relação e quando elas estão solteiras a sensação de tá encalhada né Ninguém se interessa por mim por que não dá certo e por outro lado por que
que o trabalho e a Sexualidade ativa marcado sobretudo pela ideia de quantidade Ocupa um lugar tão central na vida dos homens seja Na quantidade de relações sexuais mas também na quantidade de dinheiro acumulado são as emoções universais ou elas são dependentes do contexto histórico e sociocultural o amor é um sentimento Universal a gente tem hoje pelo menos duas grandes correntes no campo de estudo das emoções divergentes nessa interpretação então de um lado a gente tem uma corrente biológica universalizante e que vai dizer que a emoção é fruto do desenvolvimento filogenético da espécie humana Então as
emoções seriam inatas iguais para todo mundo o que mudaria na cultura seria o nome pela qual pelo qual a gente chama essa emoção por outro lado existe uma corrente eh sociohistórica que vai dizer o seguinte que as emoções são configuradas modeladas interpeladas pela cultura a gente vai usar aqui na minha apresentação essa perspectiva ou seja como é que na cultura existem fortes pedagogias afetivas que não apenas interpelam comportamentos mas também modos de sentir E aí é muito importante destacar que no Brasil a gente tem duas forças sociais que são estruturantes ligadas à história do nosso
país uma é o gênero Brasil ainda é um país profundamente sexista mas também a racialização também é um país profundamente racista fruto aí de 400 anos de escravização um outro ponto importante E que a gente precisa eh também já esclarecer desde o começo é que a noção de pessoa não é uma noção meramente biológica anatômica Mas é uma noção sociológica antropológica cada cultura define o que é uma pessoa e o que é esperado de uma pessoa isso significa em termos de comportamento etiquetas sociais parentesco modos de se portar e modos de sentir numa Cultura sexista
como em geral são as culturas a cultura ocidental ou ou ocidentalizadas dentro do colonialismo eh esse conceito de pessoa ainda é marcado por um binarismo tornar-se pessoa ainda é entendido como tornar-se homem e mulher porque esse esse binarismo ele interpela tanto em termos de identidade como de comportamento e de Emoções homens e mulheres de forma bem diferentes a prateleira do amor é a metáfora que eu criei pra gente Entender esse processo de socialização e como é que essas emoções ou diferentes emoções participam dos encontros e desencontros amorosos pra gente entender essa pratileira a gente vai
adotar então a perspectiva dos estudos de gênero o que que é gênero a palavra gênero hoje no Brasil ela é usada em pelo menos três acepções ou sentidos diferentes e aqui eu parto dessa ideia eh de uma contribuição de um filósofo austríaco que é o wittenstein na sua obra investigações filosóficas wiin ele dizia que o sentido de uma palavra é o seu uso ou seja a gente usa a mesma palavra em sentidos diferentes e a palavra gênero como eu falei ela tem sido usada sobretudo em três acepções a primeira a ideia do masculino e do
feminino a segunda como orientação sexual e a terceira como identidade de gênero Então a primeira acepção masculino e feminino como certas características físicas emocionais de habilid foram historicamente atribuídos a um sexo ou ao outro Isso muda muitas vezes aquilo que é considerado feminino hoje por exemplo os AB brinco badulaques era muito comum que os homens utilizassem na Europa no século X tá eh existem correntes dentro dessa primeira perspectiva que vão essencializar Como por exemplo o determinismo biológico se você nasceu de um sexo Então você tem que ter um comportamento x ou determinismo religioso Então essa
é a primeira acepção a segunda é como orientação sexual que é para onde se direciona o desejo sexual para pessoas do mesmo sexo ou não Hoje tem a discussão se do mesmo gênero ou não é a pã sexualidade enfim tem se multiplicadas possibilidades aí neste campo e a terceira acepção como identidade de gênero então aqui sobretudo os estudos trans né de pessoas então que T um sexo ou um reconhecimento de um sexo diferente daquilo que é atribuído em termos de gênero pela cultura bom eu trabalho na primeira perspectiva porque ela é muito importante para entender
os processos de socialização e eu adoto a ideia de binarismo estratégico que é uma ideia de uma pensadora indiana a gaiatri spivak onde eu tomo o binarismo de uma maneira instrumental para dar conta de visibilizar e nomear os efeitos desse binarismo no meu caso pesquisadora do campo da Saúde Mental nos processos de subjetivação como é que esse binarismo produz comportamentos e emocionalidad distintas preciso destacar então que para mim gênero não é universal não é uma essência porém e aqui a gente tem que tomar muito cuidado mesmo sendo uma construção social cultural promove efeitos reais porque
hoje a gente tá no momento que as pessoas dizem Ah é só uma construção social não é uma construção social isso é pesado isso gera efeitos na realidade social afetiva e econômica das pessoas bom a gente precisa Então entender como é que se formou historicamente na história mais recente esse binarismo porque ele é uma construção cultural o binarismo existente Hoje ele se liga à consolidação e ao avanço do capitalismo vejam até o século XVI mulheres e homens eram compreendidos num E aí predominou a teoria aristotélica e mulheres eram entendidas como homens menores ou menos desenvolvido
se acreditava que mulheres e homens tinham o mesmo órgão sexual A diferença é que no caso das mulheres esse órgão era embutido pela falta de calor e durante a gestação da mãe então aí a gente tem a primeira projeção da Imagem e de um órgão sexual feminino é uma imagem gente do século X é um pênis Thomás laquer um Historiador americano e ele fez um trabalho de exegese de hermenêutica de Interpretação da retratação dos órgãos reprodutores masculinos e femininos nos livros de anatomia e fisiologia na história do ocidente e o que que ele percebeu que
até o século XVI o foco era a semelhança a partir do século XV esses órgãos são representados de forma completamente diferentes e aí em geral as pessoas dizem assim Ah claro a ciência evoluiu ele vai dizer Olha eu acho que o motivo não é tanto a evolução da ciência mas as mudanças sociais culturais e políticas que estavam acontecendo naquele momento na Europa veja até então a gente tinha um antigo regime Nascimento definia destino se você nascia filho de um aristocrata você era aristocrata existiam aristocratas mais pobres mais ricos Mas você era aristocrata se você nascia
filho de um plebeus ia ser plebeu Nascimento então definia a posição social da pessoa e houve então uma luta da burguesia para mudar isso isso acontece na Revolução Francesa em 1789 nesse momento é estabelecido o contrato social e aí é muito importante dizer isso contrato social entre os iguais para todos e não para todas as mulheres são excluídas do contrato social e por que o motivo que é utilizado é uma certa concepção de natureza pelo fato de supostamente poderem gestar né nós podermos gestar fomos ligadas à natureza e a nossa função maior seria então nos
casarmos termos filhos cuidarmos dos maridos e dos filhos É nesse momento também no século XVI que é criado o discurso ideológico do instinto materno ou seja uma vocação em aspas naturalizada eh para o cuidar capitalismo traz uma grande novidade pras sociedades ocidentais que é a ideia de possibilidade de mobilidade social o capitalismo se baseia assim na divisão sexuada do trabalho e na divisão entre o público e o privado o público atribuído aos homens e o privado atribuído às mulheres Então nesse momento histórico certas diferenças físicas foram eleitas foram escolhidas para justificar desigualdades sociais Isso serve
também para entender boa parte das questões raciais a racialização vem no nesse binômio sexismo e racismo dentro do colonialismo o contrato social entre iguais se baseia sim no contrato sexual na manutenção da hierarquia sexual isso tá num livro muito famoso na história do feminismo Leiam que é o contrato sexual da kol pitman eh tem uma autora que eu acho que pode nos ajudar pode contribuir na compreensão dessa ideia do sexo como categoria social que opera efeitos que é uma socióloga cientista eh nigeriana a oer onque oe umi ela tem um livro que se chama the
invention of Women tá traduzido eh como a invenção da mulher essa autora ela fez uma pesquisa em uma comunidade da iub lândia no continente africano E ela percebeu nos documentos que ela analisou que até a vinda do colonizador essa cultura reconhecia a diferença sexual mas o sexo não era usado para classificar hierarquicamente as pessoas e nem dar uma posição de maior ou menor prestígio Somente depois da colonização é que a ideia de mulher e homem passam a ser dotadas Vamos colocar assim de prestígio de poder e de hierarquia voltando então pra Revolução Francesa os homens
Aram a ideia de igualdade ou seja o nascimento não define né o destino mas mantendo Então essa desigualdade sexual isso levou algumas revolucionárias que apoiaram a Revolução Francesa A usarem a própria ideia de igualdade para dizer olha vocês estão repetindo os valores exatamente que vocês disseram que iam combater ou seja elas usaram a própria ideia de igualdade para reivindicar a inclusão das Mulheres nesse grupo e obviamente que Muitas delas tiveram destinos cruéis como Lamp degu que foi mandada paraa guilhotina por fazer esse tipo de reivindicação pra gente aqui o que nos importa é que surge
uma categoria mental nova no Ocidente que é a ideia de igualdade no próximo bloco seu corpo ele é fruto da história que você teve e da cultura onde você foi socializado isso quer dizer que existem fortes pedagogias afetivas que não apenas nos ensinam a nos comportarmos mas também a sentir desde a revolução francesa iniciada em 1789 os ideais liberdade igualdade e fraternidade são propagados nas sociedades e desde esse momento a revolucionária olimp de G mostrou que esses valores não eram tão universais as mulheres continuam de Fora deste mundo ideal em 1791 ela publica declaração dos
direitos da mulher e da cidadã considerando que a ignorância o esquecimento ou o desprezo dos direitos da mulher são as únicas causas das jventuras públicas e da corrosão dos governos o sexo superior em beleza e en coragem nos Sofrimentos da Maternidade reconhece e declara em presente e com os auspícios do ser Supremo os direitos da mulher e da cidadã artigo primeiro a mulher nasce livre e tem os mesmos direitos do homem as distinções sociais só podem ser baseadas no interesse comum em 17 artigos ela defendia inclusive o direito dos filhos Bastardos em 1793 com 45
anos de idade olimp foi condenada a guilhotina e as mulheres continuaram suas revoluções em busca de liberdade e de igualdade Em geral os movimentos feministas têm sido dividido em ondas e aí é importante dizer que didaticamente serve mas eu quero que vocês Imaginem cada onda cheia de tensões com divergências já surgindo algo antecipando algo mas mantendo algo do passado também a primeira onda essa classificação é do mundo anglófono também tem divergências com quanto a isso mas a primeira onda foi a luta pelo sufrágio então a reivindicação de uma cidadania para as mulheres né o direito
a propriedade o direito ao voto a segunda onda surgiu sobretudo no final da década de 60 e começo da década de 70 foi nesse momento que a palavra gênero surgiu ela veio sobretudo de dois autores o John m e o Robert stoller que trabalhavam sobre a questão da identidade de gênero mas o movimento feminista importou esse conceito para entender como é que alguém se torna mulher ou se torna homem mas eu queria destacar uma coisa muito importante apesar da palavra do conceito ter vindo desses autores a categoria mental já estava presente através da contribuição de
pelo menos duas grandes teóricas importantes que é a Margarete mid antropóloga e a Simone de bovar com segundo sexo se a função de fêmea não basta para definir a mulher se recusamos também explicá-la pelo eterno feminino e se no entanto admitimos ainda que provisoriamente que há mulheres na terra teremos que formular a pergunta que é uma mulher é portanto a luz de um contexto ontológico social psicológico que temos que esclarecer os dados da biologia o corpo da mulher é um dos elementos essenciais da situação que ela ocupa nesse mundo mas não é ele tampouco que
basta definir trata--se de saber como a natureza foi nela revista através da história trata-se de saber o que a humanidade fez da fêmea humana ninguém nasce mulher torna-se mulher nenhum destino biológico psíquico econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam de feminino nesse momento se defendia a seguinte ideia que existem diferenças anatômicas entre homens e mulheres essas diferenças seriam indubitáveis e o gênero seria uma construção social a partir dessa diferença qual é o
problema nesse momento ainda se pensa homem e mulher no singular então mulheres que não se viam representadas nessa representação começaram a questionar e homens também é nesse momento que surgem os estudos das masculinidades então sobretudo isso vem através do movimento de mulheres negras nos Estados Unidos mas também latinas chicanas lésbicas indígenas Isso eclode numa terceira onda sobretudo aí no final da década de 80 cuja autora principal é judit butler aqui eu trago duas contribuições da butler A primeira é a ideia então de que o próprio sexo é uma construção de gênero e aqui a gente
vai ter interpretações diferentes interpretações mais radicais que vão dizer não sexo não existe interpretações mais eh de um construcionismo social menos radical eh mesmo que haja divergências entre os filósofos da linguagem uma coisa que grande parte deles concorda é que a gente não tem acesso pur e simplesmente as coisas as coisas sempre me aparecem interpretadas pela linguagem falar é interpretar Então quando você diz menino ou menina além de ter algumas vão dizer uma eh uma constatação porém existe uma atribuição daquilo que você espera do brinquedo que você compra das perguntas que você faz dos desenhos
que vão ser assistidos ou seja esses dois seres humanos serão colocados num país sexista em lugares sociais muito diferentes em termos de acesso a privilégio que pode ou não pode fazer a segunda contribuição da butler vem através da definição do que é gênero e ela diz que gênero é uma repetição estilizada de performances o que que isso aponta que existem scripts culturais roteiros culturais historicamente construídos que já estavam presentes Quando você nasceu e que te dizem como você deve performar como homem ou como mulher para poder ser membro de uma determinada comunidade quando você performa
de acordo com esse ideal você é reforçado e quando você não performa você é punido ou seja de uma forma às vezes direta mas muitas vez vezes Sutil a gente vai aprendendo um determinado jogo comportamental e emocional porém essa repetição também vai fazendo história o nosso corpo ele se subjetiva numa história pessoal marcado Pelas nossas relações pessoais mas também pela cultura Ou seja é o que A fenomenologia chama de laib de corpo vivido e eu tenho me interessado cada vez mais por essa ideia do embodiment da incorporação seu corpo ele é fruto da história que
você teve e da cultura onde você foi socializado isso quer dizer que existem fortes pedagogias afetivas que não apenas nos ensinam a nos comportarmos mas também a sentir e aqui eu me aproximo de um campo maravilhoso que é antropologia das emoções dito de uma forma muito sucinta gente as emoções elas apontam para um processo de incorporação de embo do scripts e regras socialmente compartilhadas as emoções não são aleatórias elas fazem a gente participar dessa comunidade partilhada na mesma cultura mas como é que se dá essa aprendizagem emocional e comportamental através das tecnologias de gênero Esse
é um conceito que foi criado por uma autora eh semea italiana que a Teresa de laures e o que que significam as tecnologias de gênero produtos culturais que não apenas retratam essas diferenças de gênero mas tem um caráter ativo de incitar de criar de fazer acontecer E aí a se a gente for pensar na nossa cultura as principais tecnologias de gênero são as mídias então músicas filmes livros eh Hoje não tem mais banca de jornal mas as revistas digitais as propagandas que a gente assiste por exemplo nas redes sociais a gente pode tomar vários exemplos
de tecnologias de gênero algumas que eu gosto sempre de pegar porque eu acho que tem um script que sempre retorna às vezes com uma cara mais bonitinha mais moderninha mas tá lá o roteiro é por exemplo a b fera então a história de uma menina linda que se apaixona pelo monstro o monstro maltrata ela e grosso com muito esforço ela transforma o monstro num prícipe Encantado [Música] Bela sou eu quantos desenhos e filmes vocês conhecem onde eh a O Príncipe beijou a sapa um outro exemplo a história de uma sereia linda e tal topetuda o
pai diz assim não vai em tal lugar ela não tá nem aí faz o que dá na tenda até conhecer um homem e aí para variar né Eu Sou psicóloga clínica então já ouvi Esse roteiro muitas vezes ela se torna uma Abada E aí vai pro fundo quem nunca né gente as hétero aqui tem que rir de nervoso e aí ela vai pro fundo do mar e vai barganhar com a Úrsula para poder ter um corpo de mulher e a Úrsula pede algo em troca que é a voz agora cante [Música] [Risadas] vejam duas grandes
pedagogias afetivas que a gente não para para pensar quando a gente tá assistindo a gente fica ai que fofo que é um a coisa mais importante na vida de uma mulher é ter um homem e se você quiser ter um homem Você precisa aprender a se calar o silêncio é um comportamento gendres e mulheres se calam eh por razões e com sentidos bem diferentes tá e pros homens a principal tecnologia de gênero é a pornografia e veja a pornografia é péssima não por um sentido moral ah meu Deus vai entrar no inferno Não é nada
disso tá principal motivo da pornografia ser ruim é o tipo de emocionalidade que é interpelada nos homens que é a capacidade da objetificação sexual O que que significa objetificação sexual o estabelecimento de uma relação hierárquica onde eu desumano os outros ou as outras a gente precisa falar disso as masculinidades estão muito adoecidas no nosso país no próximo bloco as mulheres se hiperresponsividade [Música] o que quer uma mulher questionava a psicanálise de Freud em 1900 o que era permitido a uma mulher querer questionaram as revolucionárias feministas de todo o século XX as revoluções feministas fizeram e
ainda fazem toda a sociedade se questionar sobre tudo aquilo que parecia estabelecido para as mulheres o casamento e a maternidade como destinos o gênero biológico como determinante de um modo de existência de desejo e nos dias de hoje depois de algumas conquistas Ainda precisamos nos questionar o que pode uma mulher querer que autonomias sociais e psicológicas ainda nos faltam alcançar no Brasil hoje a gente tem sobretudo dois dispositivos importantes nesse tornar-se mulher e a gente tem um dispositivo no tornar-se homem então o primeiro dispositivo amoroso que eu tenho cada vez mais chamado eh de dispositivo
do amor romântico porque tem gente que acha que é Amoroso no sentido geral e não tem a ver com uma certa forma de amar que é extremamente Daninha PR as mulheres eh esse dispositivo ele aponta para uma terceirização da autoestima das mulheres O que que a gente aprende que a gente só é desejável se tem alguém nos desejando que que eu escuto noss Valesca tem do anos até saí aí dei uns Mat no Tinder mas o cara nem me mandou a mensagem no outro dia mas às vezes ela achou o cara um super perb tem
mau hálito mal educado ela não quer o cara mas ela quer ser desejada por Ele para se sentir validado e tendo valor se a Minha autoestima depende do outro gente é vulnerabilização total e qualquer perebas no direito de nos avaliar as mulheres se subjetiv na prateleira do do amor sua autoestima é construída e validada pela possibilidade de ser escolhida por um homem essa prateleira é regida por um ideal estético o qual vem se construindo desde o começo do século passado possui a característica de ser branco loiro jovem e magro quanto mais distante desses ideais maior
o impacto sobre a autoestima da mulher e maiores são as chances de se sentir encalhada na prateleira ficando em posições mais desfavoráveis na mesma O que que a gente aprende na subjetivação no dispositivo amoroso a gente aprende que para nós mulheres o nosso corpo e a beleza é o nosso principal capital Não interessa se você é desembargadora pós dooc sei lá das quantas se você tiver com uma roupa amarrotada cabelo branco Enfim gente vão falar que você é uma desleixada que falta autoestima Tá então não é à toa que o Brasil é um dos países
que mais consome procedimentos cirúrgicos e intervenções estéticas Qual é a chancela de sucesso da prateleira ser escolhida se a chancela de sucesso da mulheridade a ser escolhida então ou eu quero brilhar mais ou apagar o brilho da coleguinha Ou seja a prateleira do amor ela incentiva ela promove a rivalidade entre as mulheres e quem é que lucra com essa rivalidade os homens então uma coisa muito importante a prateleira é profundamente racista não é à toa que tem sido tão discutida solidão da mulher negra mas também das mulheres gordas das mulheres velhas mulheres indígenas também mulheres
com deficiência no fundo prestem atenção nisso a prateleira não é boa para ninguém apesar de ser pior para algumas uma outra coisa importante é que a prateleira constrói então uma assimetria porque quem é eleito como avaliador físico e moral das mulheres os homens qualquer perebas no direito de nos avaliar quem avalia as mulheres são os homens Mas quem avalia os homens são os próprios homens tá então aquele homem que já teve relação sexual com várias mulheres diz ai não vou namorar fulana porque ela é uma galinha é sobre isso o botão de vulnerabilização que é
criado nas mulheres é o ser escolhida gente e isso pode vir de muita formas e Geralmente nebria vou te falar uma coisa eu já tive várias mulheres mas você é a que é para casar você vai ser a mãe dos meus filhos Então tudo aquilo que te diferencia Veja a mulher nem tá vendo pere bada ela já fica lá ele é maravilhoso Tá quanto pior a localização na prateleira pior gente porque esse homem passa a ser um Salvador e a ideia se não for ele vai ser quem e vejam que em relações abusivas os homens
manipulam isso e se a mulher tiver vulnerabil ada no dispositivo amoroso é muito difícil de sair lembra Bel e a Fera não ele é grosso de vez em quando mas vai mudar ele faz tratamento de silêncio uma semana porque ele ficou com raiva de alguma coisa uma semana sem falar comigo mas isso é falta de maturidade emocional ou seja as mulheres se hiperresponsividade de energia e de investimento na relação é muito diferente é marcado por uma grande simetria enquanto a gente coloca 100 os homens colocam C 10 os melhores é uns 15 e a gente
acha o máximo Nossa amiga ele sempre compra um bolo de aniversário Uau ele compra uma roupa que cabe em você ele sabe seu número ele lembra o livro que você queria ler gente isso é o mínimo nós mulheres nos tornamos mendigas do amor em nossa cultura os homens aprendem a amar muitas coisas e as mulheres aprendem a amar os homens Esta é uma relação marcada pela desigualdade e dissimetria enquanto as mulheres investem grande parte de sua energia e preocupações na relação homens investem em seus próprios projetos e vidas eles podem se focar em investir quase
exclusivamente nos próprios projetos porque tem alguém focado neles por eles e para eles é sobre isso e a gente tem tecnologia dias de gênero que o tempo inteiro nos lembram que o grande sucesso da nossa vida é o casamento em geral o casamento é um fator de risco pra saúde mental das mulheres o amor romântico ele é vivido como algo identitário pras mulheres como não é pros homens aí os homens falam ai mas a gente também ama Ainda bem né gente não é sobre isso mas quando os homens não estão amando Eles não estão sofrendo
tipo ah eu não estou amando e as mulheres o tempo inteiro estão pô tô solteira queria tanto ter alguém é sobre isso positivo materno ele aponta para um borramento historicamente construído como eu falei lá na Revolução Francesa entre a capacidade de gestar e o cuidar o cuidar é uma habilidade humana gente todo mundo tem capacidade de cuidar mas foi naturalizado e concentrado nas pessoas nas mulheres supostamente por conta da capacidade de gestar então a própria noção de maternidade sofreu transformações e aqui eu me utilizo de um livro da Elizabeth uma filósofa francesa que escreveu o
livro mito do amor materno e ela mostra que até o século X na Europa era muito comum que as mulheres dessem seus filhos para serem amados por amas de leite independentemente aí se era Nobre ou não o que que acontecia o índice de mortalidade infantil era muito alto capitalismo precisa de excedente populacional para quem é mãe filho dá muito trabalho imagina que que foi preciso fazer para convencer agora as mães a amamentarem veja o poder ao invés de ser apenas repressivo e essa é uma ideia do Foucault passou a ser constitutivo ao invés de reprimir
se criou um discurso de exaltação da Maternidade vocês são responsáveis pelo futuro gente para quem não tem reconhecimento nenhum ter algum é muita coisa então se criou aquilo que eu chamo de empoderamento colonizado que é muito mais difícil de sair porque é totalmente sedutor e nebria te dá uma inflação narcísica é importante dizer que a metáfora da pedagogia afetiva do dispositivo materno é o heterocentrismo quem sabe eu tem mulher que nem sabe o que quer o que gosta o que deseja Diferentemente do tornar-se homem que é marcado pelo egocentrismo sobrou comida você deixou na geladeira
e à noite você teve uma reunião de trabalho você chegou ai sobrou aquele strogonof maravilhoso opa aí você chega não tem strogonof nenhum porque ele comeu tudo em geral quando a gente come o que sobrou a gente pensa Ah vou deixar um pratinho para ele veja egocentrismo é pior egoísmo é quando eu falo eu não vou dar pro outro mas eu reconheço que o outro existe o egocentrista pô amor você comeu todo strogonof eu tava doida para comer um pouco também nossa eu nunca imaginei que você ia querer mas era para imaginar né então assim
o desafio aí pros homens é sair desse egocentrados o ápice das exigências em relação ao funcionamento do dispositivo materno é a maternidade real então isso também tem sido muito pesado para as mulheres e não é à toa que tem aumentado o número de depressão com Esparto muitas vezes a mulher mãe deixa de ser pessoa ela perde até o nome ela vai na creche ela não é chamada pelo nome é mãezinha né Vejam a maternidade é identitária pr as mulheres como a paternidade não é pr os homens aí sempre vem os homens mas eu gosto de
ser pai Ótimo que bom precisamos né de pais exercendo a paternidade mas o pai é reforçado e valorizado quando ele faz o mínimo e as mulheres quando elas fazem o máximo elas não são nem lembradas elas são lembradas quando elas deixam de fazer e isso vai desde a sociedade a justiça quem é encaminhada por negligência a criança são sempre as mães o pai só vai ou quando ele cometeu abuso sexual ou quando ele faz uso de drogas na frente da criança queria chamar atenção que o capitalismo ele apropria o dispositivo materno que é o cuidar
é um trabalho que não é considerado trabalho né é invisibilizado não apenas na vida pessoal e doméstica Mas na vida profissional quem ocupa as profissões de cuidado somos nós e mesmo quando a gente trabalha numa profissão em aspas masculina a gente é demandada a cuidar e isso também leva uma precarização das condições de trabalho do salários Porque se é uma vocação não precisa ganhar muito bem não é verdade Claro que não é verdade né gente os homens eles lucram afetivamente com dispositivo amoroso e materno nós mulheres Então somos colocadas numa encruzilhada entre a vida amorosa
barra familiar e a vida profissional se a gente tem um grande projeto de vida quanto mais a gente investe nesse projeto numa carreira menos a gente é vista como cumprindo o mandato da feminilidade é totalmente diferente dos homens quanto mais eles investem melhor isso faz com que muitas mulheres abdiquem da radicalidade do seu os sonhos para achar uma coisa meio termo para dar conta de ter uma família ter filhos se casar e manter ainda uma realização profissional por exemplo na medicina tem mulheres que o sonho era ser neurocirurgiã mas você não tem hora para trabalhar
é de madrugada Às vezes você não vai poder levar o filho na escola e muitas escolhem tem pesquisa sobre isso eh um determinado ramo especialidade da Medicina onde ela consiga ter um horário fixo Quem geralmente abre mão projeto P somos nós no próximo bloco se apaixonar e amar muitas vezes é ressentido como uma falência na masculinidade por é perder o controle de si para uma outra pessoa e pior ainda gente por um ser inferior que é uma [Música] mulher a histórica desig entre os gêneros ases lutar por igualdade direito ao voto ao mercado de trabalho
à liberdade sexual mas se o casamento e a maternidade não são mais imposições ainda hoje muitas de nós mulheres consideramos como a principal forma de reconhecimento ser escolhida por um parceiro na prateleira do amor e nesse mercado dos afetos é mais desejável quem está mais perto dos ideais de beleza e Juventude as manifestações as ET aristas e machistas da nossa dinâmica social também determinam quem tem mais direito ao afeto se as revoluções feministas foram fundamentais hoje as revisões da masculinidade são um passo indispensável tanto na reconstrução do papel de mulheres e homens como do lugar
do afeto entre eles as masculinidades elas aqui no Brasil elas se constituem através do dispositivo da eficácia primeira coisa o que que é entendido sobre o que é ser um homem ser homem é entendido no negativo e no imperativo não seja uma menininha não seja um a ideia aparentemente de uma homofobia esconde uma misoginia dentro do preconceito existe uma ideia de que um homem gay ele é uma mulherzinha Eu Nunca entendi porque alguém xingar a outra pessoa de mulherzinha eu deveria ser ofensivo né Eu acho que isso diz muito da nossa cultura então um exemplo
o menininho tá lá 3 anos eh rebolando imitando Anita aí o pai diz assim tá parecendo uma menininha Você é o que que ele tá aprendendo ele tá aprendendo a misoginia ele tá aprendendo que as mulheres e o mundo a elas relacionado é inferior queer se rebaixar a homofobia então tem no seu centro a misoginia e essa misoginia ela pode se expressar de muitas formas uma forma direta é o femin ídio temos os discursos Infelizmente aqui no Brasil até razoavelmente frequentes do neonazismo né mas a gente vai ter discursos mais maquiados a meu ver a
principal forma de manifestação da misoginia é a objetificação sexual Qual é a carteirinha de pertencimento à casa dos homens se mostrar capaz de objetificar sexualmente mulheres mesmo e é Um Desafio aqui PR os homens eh romper com isso mesmo que você não Concorde não veja graça veja que isso começa muito cedo um exemplo o pai vai buscar o filho ele tá no parquinho tem do anos ele tá brincando na areia com a amiguinha aí o pai diz assim no carro filhinho Quem era aquela menina Quem era aquela gatinha aí ele diz assim do anos ai
era Maria era sua namoradinha ele nem sabe o que que é isso gente mas ele já entendeu se ele falar não a cara de decepção do Pai ai meu filho não é meu filho né mas se ele fala era aí geralmente P Ah esse é o meu meninão é sobre isso venha fazer parte da casta o processo de tornar-se homem ele é marcado por um processo de interpelação do embrutecimento na relação consigo mesmo tanto no sentido físico quanto emocional tá morrendo de dor de cotovelo tô nem aí aquela mulher não prestava né na relação com
outros homens então as brincadeiras e aí brother pá na cabeça na relação com as mulheres também por exemplo eh se apaixonar e amar muitas vezes é ressentido como uma falência na masculinidade por isso que os amigos muitas vezes zoam por qu é perder o controle de si para uma outra pessoa e pior ainda gente por um ser inferior que é uma mulher existe uma complicidade entre essas masculinidades a masculinidade se forma naquilo que é denominado de casa dos homens é um conceito eh de um sociólogo francês que eu gosto muito que é o Daniel velser
langang então Imaginem uma casa onde para você mudar de um cômodo pro outro homens que já foram testados vão te testar sejam homens reconhecidos pela virilidade sexual pela riqueza ter status profissional só que não existe um cômodo final então a masculinidade é sempre dar a prova perante outros homens a masculinidade ela é homoafetiva e homosocial o que gerencia a casa dos homens é o silêncio cúmplice vejam exemplos comuns aqui no Brasil e viram até piada mas são bem violentas e tem um casal o homem disse ah vou sair para tomar uma cerveja com brother e
na verdade ele tá ficando com uma outra mulher e tá trindo e a esposa liga então pro telefone dele ele não atende Liga pro amigo aí o amigo diz assim nossa eu tava aqui a gente bebeu todas ele Chapou no sofá mesmo que ele seja amigo dessa mulher pros homens eu pergunto a vocês aquele amigo que não paga pensão e que você sai toda feira para tomar um chope você já falou que ele é um canalha não você é cúmplice Você tá no grupo de WhatsApp masculino e que e eu tenho Espiões eu fiz pesquisa
né assim eu tive que ter estômago E aí o coleguinha tá lá partilhando nude partilhando um monte de foto que desumaniza as mulheres você fica em silêncio para não tritar com colega tá sendo cúmplice nós precisamos dos Homens para desconstruir o sexismo nesse país e o lugar de vocês não é no palanque lugar de vocês o Fronte de guerra é na casa dos homens e saibam que se vocês tretar vocês vão receber a violência que geralmente é direcionada para nós mulheres provavelmente vão falar ai o cara virou fruta né vão te tirar do grupo de
WhatsApp mas é muito necessária a participação de vocês um outro ponto importante das masculinidades é que os homens aprendem a terceirizar a sua responsabilidade afetiva e comport mental já nós mulheres aprendemos a nos hiperresponsividade você gostava de decote E aí quando vocês começaram a namorar aí ele fica com a cara feia e faz o tratamento de silêncio que é uma violência psicológica fica uma semana com aquela cara amarrada vejam que que que que a gente começa a fazer a mudar a roupa a botar uma roupa sem decote a deixar de ir para um determinado lugar
para se poupar da violência psicológica quer dizer a gente não coloca os homens no sentido deles terem que se mexer de ter que se aver com as suas próprias emoções com as suas questões com as suas vulnerabilidades no dispositivo da eficácia a gente tem dois grandes Pilares que sustentam esse dispositivo que são a virilidade sexual e a virilidade laborativa é muito importante pensar que a chancela de sucesso da virilidade laborativa é o acúmulo de dinheiro e o status porém Eles não estão disponíveis para os homens igualmente quem menos acessa esses dois valores são os homens
negros e isso tem tem a ver com a história do Brasil com a racialização né com a a escravização o que que sobra pro homem negro na nossa Cultura em termos de reconhecimento dentro da própria casa dos Homens A virilidade sexual Vejam a quantidade de tecnologias de gênero que a gente tem que exaltam o negão o negão comedor que parece ser uma coisa que tá exaltando mas é racista porque determina e limita o homem negro ao pênis e a performance sexual Inclusive essa é uma ideia muito desenvolvida por um autor muito importante que é o
fanon um ponto importante também dentro da virilidade laborativa é que ser bem-sucedido tanto em termos de dinheiro Quanto de status aumenta a chance de acesso à prateleira do amor Então esse é um Imaginário muito insuflado nos homens né e a virilidade sexual Vejam a virilidade sexual de todas as virilidad é a que por mais tempo perdurou na história ocidental mas o seu seus sentidos e configurações se transformaram hoje a virilidade sexual ela se baseia em duas grandes injunções uma positiva e uma negativa Qual é a positiva atividade sexual a ideia pros homens do imperativo coma
Qual é a chancela quantidade de mulheres mas também a duração da relação sexual com pênis ereto o Brasil é um dos maiores consumidores de seales e a gente não tem um país que tem a maior quantidade de homens com disfunção herética aqui o uso também é Recreativo tá E qual é a injunção negativa ser impenetrável no corpo e nas emoções os gays no Imaginário Popular eles não cumprem essa virilidade sexual porque eles são entendidos Então como mulherzinha bom por fim queria destacar dois pontos subverter a heteronormatividade não necessariamente leva a subverter os dispositivos de gênero
a gente vê isso claramente nas relações lésbicas a gente tem muito uma simetria muito maior e a Lei Maria da Penha protege a mulher lésbica vítima de violência de outra mulher porque o alvo é vulnerabilizando nesse dispositivo e terminar uma relação amorosa para uma mulher coloque em cheque seu valor e identidade de uma forma que não coloca os homens não é à toa portanto que é tão difícil para as mulheres Saírem de uma relação amorosa o desafio então para as mulheres é colonizar o dispositivo amoroso e materno e principalmente aprender a se nutrir afetivamente de
outras fontes aprendam a amar mulheres aprendam a amar outras coisas para além dos homens historicamente o ideal de amor romântico e do amor materno guiaram a vida e o desejo das mulheres ainda hoje o ônus de manutenção dos relacionamentos e da dinâmica familiar recai muito mais sobre elas provocando adoecimento mental assim como a ideia de não ser escolhida por um parceiro na prateleira do amor gera a sensação de não merecimento de afeto rever os ideais de masculinidade é também fundamental na legitimação das mulheres em seus novos lugares sociais este programa termina aqui mas no canal
do Café Filosófico no YouTube a psicóloga Vales cas anelo segue com essa reflexão sobre o sexismo e os caminhos para sua desconstrução inscreva-se no canal do Café [Música] Filosófico Não fique se culpando e só combatendo a escuridão acendo uma vela o que você gosta o que te faz sentir potente é quase Espinosa o que provoca em você uma paixão positiva né que aumenta a sua potência sua vontade de ser é isso que você tem que redescobrir e esse é um ponto importante se junte com outras mulheres porque aí isso promove a politização do sofrimento fortalece
[Música]
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