O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) na Terapia Comportamental Dialética (DBT)

26.52k views7729 WordsCopy TextShare
Psicóloga Beatriz Gualandi
A Terapia Comportamental Dialética, criada por Marsha M. Linehan, é hoje o tratamento de primeira es...
Video Transcript:
Olá pessoal tudo bem no vídeo de hoje conforme prometido a gente vai falar novamente de transtorno da personalidade borderline mas dessa vez focando mais no olhar da terapia comportamental dialética para esse transtorno a terapia comportamental dialética ou dbt como a gente abrevia é hoje a principal Alternativa de tratamento para o transtorno da personalidade borderline com excelentes evidências científicas e hoje a gente vai falar um pouquinho sobre como que a gente vê o desenvolvimento e os padrões comportamentais do paciente borderline dentro da terapia comportamental dialética bom pessoal não tem como começar a falar de terapia comportamental
dialética falar de dbt sem falar da martelinha que é a criadora dessa abordagem para quem não sabe a Marceline ela é também diagnosticada com transtorno da personalidade borderline ela passou por uma série de internações psiquiátricas ela era Tida realmente Como aquela paciente que não tinha mais jeito aquela paciente desacreditada E ela diz que hoje né olhando para trás ela vê que de fato não existia naquela época nada que pudesse ajudá-lo os profissionais que estavam atendendo ela As instituições pelas quais ela passou não tinham recursos para realmente tratar o transtorno dela um dia venha ela essa
decisão essa sensação de que eu vou sair disso que ela mesma denomina um verdadeiro inferno eu ainda não sei como eu vou fazer isso ainda não faço ideia do caminho mas eu vou sair e uma vez que eu conseguir sair eu vou voltar para buscar outras pessoas na mesma situação que eu Então essa é a motivação Central principal inicial da Marceline em criar essa abordagem a dbt ela foi sendo moldada né com componentes que ela foi encontrando na sua própria jornada ela via muito nas abordagens cognitivas comportamentais esse conceito muito voltado para mudança de solução
de problemas realmente né para que a gente consiga mudar o cenário na vida dos pacientes e a Marceline ela sentia um pouco falta do conceito de aceitação partindo do ponto de vista que às vezes nem tudo na vida a gente consegue mudar e aí aquilo que a gente não consegue mudar o que que a gente faz com isso né então ela começa a entender que a aceitação no tratamento desses pacientes ela seria tão importante quanto o componente da mudança na Medicina na psicologia ocidental ela acaba encontrando muito isso então ela começa a buscar isso em
outras Vertentes mas orientais e ela encontra por exemplo é essa base assim exatamente que vai muito de encontro com que ela pensava nessa questão de aceitação nos em budismo inicialmente né tendo essa identificação e etc ela pensa em nomear a abordagem como abordagem Zen comportamental uma coisa nesse sentido não vou me lembrar exatamente agora o nome e aí alguém muito sabiamente dá um toquinho nela e tipo marcha esse negócio aí Dizendo nome a comunidade científica vai te rechaçar né o pessoal não vai muito com a cara disso não e aí ela muda de ideia e
continua buscando ali um termo que pudesse integrar o nome dessa abordagem até que conversando ali com a secretária na universidade em que ela era professora é a secretária dela ali ela fala que bom isso aí que você tá me falando né da viagem da ideia que tu quer passar e etc tem muito a ver com a dialética o meu marido que é filósofo né e ele trabalha muito com esse conceito de dialética E aí acho que ela bate um papo ali né vai atrás de saber o que que é essa tal de alérgica que ela
nunca tinha ouvido falar e ver que tem tudo a ver esse conceito filosófico com aquilo que ela tava pensando para abordagem que ela tava criando E aí sim ela afirma né e Cunha o termo terapia comportamental dialética esse termo dialética ele aparece a vários filósofos de formas diferentes se referindo a coisas diferentes mas principalmente baseado no reino Então eu tenho uma ideia aqui que é a minha tese e eu tenho uma antítese que é uma ideia aparentemente oposta que aparentemente anularia essa tese mas dentro dessa filosofia do rei ou né ele traz que que essa
tese essa antítese elas tendem a chegar a uma síntese entre as duas ideias aparentemente Opostas A Marceline Ela traz isso da filosofia do Rei Gil pra dentro da dbt no sentido de começar a trabalhar saindo desses padrões de extremos a gente percebe que os pacientes borderline no geral eles tendem a caminhar nos extremos né então ou é isso ou é aquilo é e isso no geral gera muita inflexibilidade psicológica e dificulta a vida desses indivíduos então a martelina ela começa a através dessa desse conceito da dialética a propor que ideias aparentemente Opostas conceitos aparentemente opostos
eles podem ambos ser verdadeiros E coexistir então eu posso ter tristeza e felicidade por exemplo eu posso ter sofrimento e ainda ter alguma dose de satisfação na minha vida eu posso sentir amor por uma pessoa e às vezes sentir ódio por essa mesma pessoa então bom e ruim é ácido e doce né eles podem coexistir e a gente pode sair desses extremos de uma coisa ou outra e buscar trilhar o que a Marceline ela chama do caminho do meio então o caminho do meio é esse é esse movimento de alético que a gente vai fazendo
no momento é o momento de entender que às vezes eu vou ter uma tese E aí começa a se apresentar uma antítese e aí a gente vai caminhando para uma síntese e nesse movimento dialético a gente consegue caminhando e avançando na vida então para a gente começar a falar do Olhar da terapia comportamental dialética para o transtorno da personalidade borderline a gente começa falando da teoria Bio social dali né então a linha ela Traz essa teoria Bia social para explicar né hipotetizar o desenvolvimento do transtorno da personalidade borderline Então essa teoria social ela tem alguns
elementos a gente vai falar de cada um deles mas basicamente se colocava numa espécie de uma fórmulazinha seria uma disfunção biológica como a Marceline somada a um ambiente invalidante que é um outro conceito que a gente também vai explicar que resultaria numa alta desregulação emocional que para marcha Alina É o aspecto Central principal do transtorno da personalidade borderline então para Marcelina essa desregulação emocional ela resulta do somatório desses dois grandes fatores que é um ambiente invalidante somado algumas disfunções biológicas prévias daquele indivíduo Começando por essas disfunções biológicas a gente tem aí desde influências genéticas né
então desses genitores é desses pais né Então essas influências genéticas familiares podem compor essa disfunção biológica a gente pode ter algumas alterações cerebrais né em algumas áreas de funcionamento que podem ser diminuídas ou aumentadas em alguns outros transtornos uma hiperativação ou uma hipóativação algumas diferenças na circuitaria cerebral mesmo né de como determinadas áreas determinadas circuitos do cérebro se comunicam né então a gente sabe que isso existe hoje muitos estudos em relação a isso não só com relação a personalidade borderline mas em outros transtornos também então a gente sabe que existem algumas alterações cerebrais típicas de
cada transtorno faz a gente ainda sair investigando né mas já temos aí alguma noção de que elas estão presentes e que elas existem E além disso a gente tem algumas características mais inatas dessa criança né então uma emocionalidade mais negativa no geral que já é mais Renata do temperamento dessa criança um fator de impulsividade um pouco maior que também já é típica daquela criança e sobretudo uma alta sensibilidade emocional esses fatores eles vão se somando trazendo essa vulnerabilidade biológica para a vida daquele indivíduo esses fatores temperamentais que são mais inatos da criança a gente entende
que eles estão presentes mais precocemente na vida do indivíduo E aí então se a pessoa tem essa vulnerabilidade biológica necessariamente ela vai desenvolver o transtorno da personalidade borderline e a resposta é não em qualquer transtorno mental a gente entende que as causas elas são multifatoriais ou seja nunca é uma coisa só é um conjunto de fatores que vai se somando e a gente acaba tendo ali como resultado o aparecimento desenvolvimento de uma sintomatologia típica de algum transtorno no caso do transtorno da personalidade borderline de acordo com seria biossocial da Aline além dessa dessa disfunção biológica
que a gente viu que tem por si só já vários fatores a gente tem também somado a isso O que a marcha Alina É chama de um ambiente invalidante Então como o próprio nome sugere A Marceline handefine esse ambiente como aquele ambiente que no geral invalida banaliza ou pune as emoções dessa criança então essa criança que ela já tem uma expressividade emocional uma sensibilidade emocional aumentada por fatores mais biológicos às vezes ela acaba se inserindo dentro de um ambiente que não tá preparado para lidar com essas demandas emocionais E aí na falta de recursos para
lidar com essa alta emocionalidade dessa criança acaba muitas vezes realmente tendo uma postura mais punitiva banalizadora invalidante em relação a essa emocionalidade apresentada naturalmente por aquele e é isso acaba carretando um treinamento inadequado das emoções dessa criança então esse ambiente ele não consegue ensinar para essa criança as habilidades necessárias para regulação emocional para sua efetividade de interpessoal para uma série de coisas que vão ser importantes para lidar com essa emocionalidade a gente sabe que crianças Muito pequenas é no geral não tem condições ainda de se regularem emocionalmente sozinhas Essas são habilidades que são ensinadas que
são treinadas nós Não nascemos com elas então esses dias eu vi até um vídeo que eu achei muito engraçado que reflete isso de uma mãe falando assim motivos pelos pais da minha filha chorou hoje né E aí era bom não deixei ela ser jogadas ou não deixa ela levar para casa um dinossauro de 10 metros que ela viu no shopping não deixei ela beber uma garrafa de vinho que ela encontrou na geladeira enfim e ela chorou né por tudo isso porque uma criança muito pequena ela não tem essa avaliação racional na super estruturada que um
adulto tem do porquê que ela não pode fazer aquilo ela simplesmente lida com a sensação emocional da frustração E isso está presente no funcionamento de todos nós enquanto crianças Muito pequenas aí com o tempo a gente vai tendo um amadurecimento cerebral né e um treinamento ambiental para conseguir lidar com as nossas próprias emoções e se regular realmente emocionalmente de fato Então essas habilidades elas não vem prontas previamente e o ambiente né os adultos dessa relação que Teoricamente são os cérebros maduros daquela relação e que deveriam treinar essas habilidades às vezes também não tem recursos repertório
para fazer esse treinamento então a martelinha inclusive ela fala que uma criança com essa vulnerabilidade biológica ela tende a ser um desafio maior para o ambiente mas ainda assim é um desafio do Qual é essa famílias são ambiente etc precisa dar conta né e muitas vezes é acaba não conseguindo gerenciar esse treinamento de habilidades esse treinamento da expressão emocional da regulação dos afetos e etc nessa criança então pensa que enquanto né A maioria das crianças já impõem desafios ao seu ambiente aos seus cuidadores É nesse ensino de habilidades essa criança que tem uma alta desregulação
emocional ela vai impor às vezes desafios ainda maiores e às vezes esse ambiente ele não vai estar preparado para lidar com essas demandas emocionais esse treinamento inadequado às vezes ele envolve uma questão de reforço de alguns comportamentos que na verdade a gente gostaria distinguir por exemplo Então esse adolescente essa criança ele tá ali tentando da forma que ele pode com os recursos que ele tem no momento ainda muito imaturos junto com essa vulnerabilidade biológica expor de alguma forma os seus limites necessidades e muitas vezes isso não é ouvido por esse ambiente e aí às vezes
isso se acumula e de repente essa criança esse adolescente ele tem uma resposta extrema E aí aquele ambiente não consegue mais ignorar essa comunicação agora a demonstração foi séria demais que a ponto da gente não conseguir ignorar isso a ponto da gente não conseguir simplesmente não olhar para essa necessidade para esse pedido para esse limite e etc e aí muitas vezes nesses momentos a família acaba reforçando aquela expressão emocional aversiva de que forma por exemplo aleatório imagina lá o Adolescente quer sair de casa para viajar com o namorado ou quer dormir na casa do namorado
quer ir numa festa com as amigas e tudo mais e aí esses pais dizem não tu não vai a gente não vai deixar que vá por conta disso disso e etc e aí naquele momento aquilo pega muito aquele indivíduo que uma alta desregulação emocional e ele tem uma resposta muito extrema por exemplo toma um monte de medicação se tranca no quarto diz que quer morrer né enfim tem uma resposta muito extrema diante daquela frustração que ele sofreu naquele momento e aí essa família se desespera né de meu Deus do céu agora a gente precisa fazer
alguma coisa ele ficou muito mal ela ficou muito mal tá muito difícil de lidar com essa situação a gente viu que realmente mexeu muito com ele ou seja às vezes Enquanto essa pessoa esse indivíduo tava tentando comunicar isso de outras formas em outros momentos e etc isso não é ouvido mas de repente quando essa pessoa tem uma resposta extrema o ambiente reage positivamente favorável realmente Então os pais vão lá por exemplo bate na porta não meu filho então sai daí de dentro a gente vai deixar pode ir pode ir para casa da sua amiga pode
ir para festa Pode viajar com a namorada vai lá faz o que você queria porque agora que você explodiu agora que né teve essa comoção extrema essa expressão emocional super aversiva a gente entendeu que isso é muito importante Essa é a mensagem do ambiente nesses momentos né então isso é um reforço negativo por exemplo né Então tinha ali uma proibição eu retiro essa proibição diante da emissão daquele comportamento daquela externalização Extrema e o que que acontece eu reforço esse comportamento então basicamente ainda que isso não seja um processo consciente para o indivíduo muitas vezes não
é mesmo 100% consciente de cada etapa desse aprendizado mas basicamente o que o ambiente ensina Nessas horas é que quando eu reajo de forma intensa assim as pessoas me ouvem as minhas necessidades são atendidas então quando eu tento me expressar de outras formas e etc meu ambiente não acolhe isso mas quando eu tenho respostas extremas Ultra aversivas eu consigo é o que eu preciso eu consigo comunicar as minhas necessidades os meus limites são vistos e etc e aí esse comportamento é reforçado esse indivíduo ele passa agir assim mais vezes com mais frequência e com mais
intensidade ao longo dos anos às vezes pode acontecer o que a gente chama de um reforço positivo também né Ou seja eu adiciono um estímulo então às vezes quando o indivíduo tá ali aquele adolescente aquele adulto né início de vida adulto eles andaram não consigo fazer tal coisa eu tenho muita dificuldade sei lá para ir para uma entrevista de emprego conseguir fazer essa prova para atingir Algum objetivo agir de uma forma autônoma independente etc e às vezes indivíduos se mostra muito fragilizado né então assim em alguns momentos isso é completamente ignorado em outros momentos em
que o ambiente percebe que o indivíduo tá muito mal muito fragilizada até porque às vezes assim já aprendeu a isso né E que quando ele comunica isso vem um afeto adicional vem um acolhimento adicional vem uma validação do ambiente Então as pessoas ficam mais atentas mais preocupadas é fornecem uma ajuda que antes não estavam fornecendo né demonstram amor carinho afeto mais cuidado mais zelo e aí a adição desses fatores ambientais né desses recursos do ambiente acabam de fato fortalecendo novamente também aqueles comportamentos que na verdade a gente queria distinguir então o indivíduo também aprende que
quando ele se mostra com reações extremas e etc as pessoas também adicionam mais essa dose de afeto de carinho e etc Então pensa que a possibilidade né milhares de formas que a gente tem de reforçar aqueles comportamentos que no longo prazo vão se tornar constitucionais na vida daquele indivíduo mas que naquele momento a gente não percebe isso e acaba reforçando ao longo dos anos isso acontece muito a gente vê isso de forma muito clara depois que esses pacientes futuramente às vezes chegam para terapia e etc então basicamente o que a gente vê aí é essa
parentalidade ineficaz esses cuidadores no geral Eles não têm muitos recursos para de fato lidar com as especificidades emocionais dessa criança desse adolescente desse familiar enfim dessa pessoa que tem já essa vulnerabilidade que você realmente acaba desenvolvendo o transtorno da personalidade borderline então a gente percebe que na verdade existe uma fragilidade no ajuste entre as características dessa criança com as características ou os recursos desse ambiente desses cuidadores seja às vezes por questão de falta de de dinheiro de recursos de suporte social de uma rede de apoio enfim milhares podem ser os motivos também pelos quais esses
pais esses cuidadores no geral não conseguem fornecer isso é obviamente a maioria dos pais dos cuidadores não faz isso por mal mas o que a gente percebe no longo prazo é isso esse desajuste entre as características do ambiente e as características dessa criança que no longo prazo vão ali interagindo entre si ao longo dos anos e gerando alguns resultados indesejáveis Então dentro disso Ela traz três tipos de família né que ela denomina às vezes com uma família caótica a família perfeita e aquela família típica que é uma família mais comum né então e de que
forma que esses modelos de família podem contribuir né para essa parentalidade ineficaz para esse treinamento inadequado das habilidades emocionais da criança né para reforçar às vezes esses capaz de comportamento que vão potencializar aquela vulnerabilidade biológica prévia que aquela criança já tinha Então essa família que a Marceline não como a família caótica né é mais fácil da gente ver isso no sentido de que normalmente é aquela família onde os pais às vezes são muito instáveis mesmo os cuidadores enfim essa criança passa de mão em mão fica com várias pessoas às vezes os pais já são usuários
de substâncias ou já tem problemas com alcoolismo Enfim uma família que no geral tem muitos conflitos em casa muita briga muita agressão violência às vezes não conseguem né de fato se comprometer cuidadores estáveis de fato para aquela criança né ser ali uma base forte que ela precisa para crescer para se orientar na vida e etc Então nesse sentido é uma família mais caótica mesmo de um modo geral a gente tem ainda aquela família que edita perfeita né Então aquela família de comercial de margarina e às vezes é aquela família que tudo precisa estar sob controle
tudo precisa correr conforme o script não se tem muito espaço para a expressão emocional porque esse é visto como fragilidade tem que se dar conta de tudo tudo precisa estar muito milimetricamente calculado dentro do controle e passar aquela impressão de estabilidade em todo tempo e aí por que que isso no longo prazo tem de potencializar essas vulnerabilidade biológica desse indivíduo porque ele não dá conta de viver nesse ambiente Ah então assim tem essa expressão emocional maior essa fragilidade emocional maior e esse ambiente é incompatível né ele tá ali tentando tacando areia em cima daquela expressão
emocional invalidando muito punindo muito essa expressão emocional porque completamente incompatível com o perfil de perfeição daquela família que não tem espaço no geral para essa expressão emocional e existe a família de itatípica que é mais em comum de acontecer mas que às vezes sim acaba né vindo ali essa criança com uma emocionalidade mais aflorada dentro dessa família dita típica que a princípio não tem características tão marcantes negativas a priori mas que por ser essa família típica que não tem o mesmo perfil de vulnerabilidade biológica dessa criança às vezes gera algumas incompatibilidades então às vezes eu
percebo que as pessoas esperam sempre que o ambiente e a família que esse indivíduo viveu seja sempre uma família com alguma problemática específica né E muito marcada e na verdade famílias típicas também podem contribuir para potencializar essas características mais biológicas dessa criança desse adolescente então às vezes essa família né vai lidar com algumas temáticas com algumas questões como a família típica então ah é realmente isso é difícil e tal mas vamos lá né vamos lidar com isso da próxima vez haja diferente Faça diferente mas como né como faça diferente como age diferente se essa criança
não tem repertório para isso e ela tem essa vulnerabilidade emocional então a família típica ela tende a reagir diante da criança das suas expressões de algumas situações típicamente só tem um pequeno problema essa criança não é uma criança dita típica né é uma criança que já tem uma vulnerabilidade biológica e que tem uma necessidade de instrução de treinamento de habilidades etc mas específicas que esse ambiente ele não consegue fornecer porque ele não vive as mesmas dificuldades então ele simplesmente espera que a criança reaja como os demais membros da família reagem mas isso nem sempre vai
acontecer porque essa criança Ela tem necessidades específicas que o restante dessa família dita típica não tem além dessas questões mais familiares né mais do ambiente nuclear dessa desse indivíduo A Marceline Ela traz uma fotocástico muito interessante que é a questão do sexismo Como ela chama então o sexismo seria uma fonte de invalidação para todas as mulheres obviamente Nem todas as mulheres têm transforma a personalidade borderline chegam a desenvolver esse transtorno mas a Marceline não ela propõe que o sexismo independente da família que você nasce independente do seu contexto ele já é uma fonte um fator
de invalidação no geral para todas nós mulheres Então ela acredita que isso se reflete muitas vezes né nas taxas altíssimas de abuso sexual de violência sexual além de outras formas de violência também que as mulheres tendem a sofrer mais na sociedade algumas taxas de violência sexual contra homens né contra meninos são subnotificadas mas é inegável que as taxas e os casos de abuso sexual entre mulheres são muito maiores né então a Marceline ela coloca essa questão da violência sexual talvez como uma das formas mais abruptas mais devastadoras que uma mulher possa enfrentar ao longo da
sua vida e não é à toa que muitos pacientes com tração da personalidade borderline trazem isso no seu histórico de vida então não é uma regra é uma pessoa não precisa sofrer uma violência sexual para desenvolver o transtorno da personalidade borderline Ah nem todo mundo que tem transtorno da personalidade borderline viveu algum tipo de abuso sexual mas é um fator de vulnerabilidade que aparece associado com uma certa frequência Então não é uma relação de causalidade uma coisa causa a outra mas existe uma correlação muito forte ou seja muitas pessoas pessoas que têm TVB também tem
na sua vida o histórico de abuso sexual apesar disso não ser uma regra E aí quando a gente fala dessa questão do sexismo a gente também consegue perceber Um dos fatores de Talvez o porquê dessa discrepância do diagnósticos de TPB entre homens e mulheres então a gente sabe que a taxa é mais ou menos algo em torno de 75% de mulheres diagnosticadas com transtorno e apenas 25% homens né Eu acho que é algo em torno disso se não me falha a memória então a gente vê uma discrepância muito grande não só na TPB mas em
vários transtornos mentais que a gente tem catalogados né descritos hoje nos manuais Então tem um ou outro que é mais frequente em homens Como por exemplo o transtorno da personalidade social né alguns transtornos mais ligados a um comportamento disruptivo um comportamento mais hostil mais agressivo mais violento que são mais Associados aos homens Mas no geral uma grande maioria dos transtornos mentais no dsm eles estão mais presentes no funcionamento feminino e o transtorno da personalidade borderline Essa discrepância ela é muito grande Eu particularmente nunca atendi por exemplo um homem com transtorno da personalidade borderline todas as
minhas pacientes que têm TPB são mulheres e aí esse papel do sexismo ele entra muito nisso a partir do momento que a gente entende né e a Marceline ela ela fala muito sobre esse propõe que as experiências de socialização das mulheres no geral desde cedo fazem com que a gente seja mais conectada afetivamente e mais focada no contato interpessoal desde a nossa primeira infância ao contrário dos homens então a gente vê isso por exemplo em profissões ligadas ao cuidado na enfermeiras professoras psicólogas é tem uma série de profissões em que você vê que elas são
ocupadas prioritariamente por mulheres normalmente são funções de cuidado isso vai mudando um pouco nos últimos anos e que bom né mas a gente percebe que existe desde cedo meninas sendo conduzidas para esse olhar mais interpessoal mais da conexão afetiva com o outro e etc só tem um problema nisso que quando a gente cresce né E algumas mulheres né que vão sendo estimuladas ali a vida toda em relação a isso que já tem essa vulnerabilidade biológica que já foi exposta esse ambiente invalidante durante anos vai desenvolvendo essas características de mais apego na relação de mais expressividade
emocional quando chegam na vida adulta são tidas como as loucas da relação então a gente percebe que um dos critérios Diagnósticos do TPB por exemplo o medo intenso né do abandono real ou imaginado Então por que que talvez as mulheres te amam muito esse abandono né Porque de fato elas foram introduzidas desde cedo nas suas vidas nas suas vivências nas suas experiências a hipervalorizar a relação com o outro conexão emocional e afetiva E aí quando né algumas mulheres como no caso do TPB acabam desenvolvendo um apego extremo excessivo e etc que foi cultivado ao longo
da sua vida socialmente falando né todas nós temos essa influência lá na frente são colocadas como doentias como Fora de Controle e etc além disso esse fator mais social mais cultural ele também adentra o ambiente familiar o ambiente da criação desses indivíduos né então quando a gente Para para pensar por exemplo que às vezes as meninas são punidas no ambiente familiar por terem gostos e comportamentos que são considerados meninos às vezes os irmãos homens daquela família vão ter o mesmo míssimo comportamento e não vão ser punidos por isso porque existe essa discrepância de expectativas do
que que a menina pode fazer e do que que o menino pode fazer eu tenho até um exemplo curioso sobre isso na minha própria família né minha mãe relata que uma vez ela arrotou na mesa durante uma refeição e ela levou um tapa no meio da cara da minha avó e a minha voz assim ficou super irritada com aquilo né disse que aquilo era um horror e tudo mais e a minha mãe se sentiu muito invalidada porque meus irmãos faziam isso o tempo todo né eu já tinha um irmão mais velho na época e teu
tio fazia isso quase diariamente e ninguém nunca questionou isso ninguém nunca tratou isso como um absurdo mas eu arrotar na mesa foi assim um né e a ponto de levar uma boafetada na cara todos nós já estamos impregnados desses fatores sociais e culturais aí às vezes a gente reproduz isso sem sequer perceber então é bem comum a gente ver no relato das pacientes e que de fato a existia essa discrepância no tratamento do que que os irmãos poderiam fazer e do que as meninas não deveriam fazer o que elas não poderiam fazer a própria martelinha
não fala né dá alguns exemplos disso na história de vida dela né onde os pais a mãe né uma mulher super bonita Super Vaidosa e etc e irmã também era uma irmã que se encaixava muito bem nesse modelo socialmente esperado né de uma irmã bonita e socialmente atraente e ela não se encaixava muito nesse perfil e aí às vezes não só essa discrepância entre os irmãos com base em características de gênero mas também a comparação entre pessoas do mesmo gênero né entre filhos do mesmo gênero então duas meninas onde uma é socialmente super condizente com
o modelo vigente que se encaixa muito bem que cumpre esse papel feminino sem muito esforço e às vezes uma outra que não cumpre tá não não se encaixa tão bem nisso e às vezes tem muitas ali comparações né muita invalidação também das características dessa menina que são próprias dela são típicas dela mas que não são validadas e respeitadas no seu ambiente então percebe que olhando esse fator do sexismo né é interessante a visão que a Marceline traz porque ele impacta tanto né desde aspectos mais culturais mais sociais que estão lá fora e que também adentram
as famílias né então é mesmo quando você não está dentro de uma família como essa não propõe que você vai como mulher sempre está debaixo dessa fonte de invalidação constante e inevitável a todas nós que é o fator do sexismo na sociedade que a gente vive então basicamente na teoria bio-social a gente entende que esse ambiente invalidante somado aquela vulnerabilidade biológica que a gente falou antes são dois fatores que vão interagindo entre si milhares e milhares e milhares de vezes ao longo dos anos e essa interação vai dando lugar ao desenvolvimento dessa Auto desregulação emocional
e aí essa alta desregulação emocional que é marcha ali né fala ela tem algumas características muito marcantes a primeira delas diz respeito ao estímulo emocional então quando a gente compara pessoas que tem uma alta desregulação emocional com a resposta habitual das demais pessoas a gente percebe que o indivíduo que tem altas regulação emocional ele precisa de um estímulo menor para gerar uma resposta emocional então aquelas coisas que para a maioria das pessoas às vezes não seriam tão significativas assim às vezes não despertariam uma resposta emocional no indivíduo que tem ultrassom da personalidade borderline que tem
essa alta desregulação emocional pode ser um estímulo suficiente para desencadear uma crise por exemplo para desencadear uma reação comportamental mais extrema para desencadear essa resposta essa reação emocional e para a maioria das pessoas poderia não acontecer então aí a gente vê na prática aquilo que o dsm traz sobre ofensas ditas mínimas serem suficientes para causar alguma desregulação no comportamento na reação emocional do indivíduo são insignificantes às vezes para das pessoas ou até seriam situações que mexeriam né com a maioria das pessoas mas não nessa proporção né então um estímulo menor já é capaz de gerar
uma resposta emocional no indivíduo que tem essa alta desregulação emocional além dessa questão do estímulo menor já gerar uma resposta a gente tem essa resposta que acontece de uma forma abrupta de uma forma rápida a gente sabe que a primeira coisa a gente que tem a se modificar diante de uma situação diante de um problema diante de uma ofensa é a nossa resposta emocional mas para o indivíduo que tem alta desregulação emocional essa Esse aumento né essa reação do ponto zero até o ponto máximo da emoção ela é mais rápida no geral então enquanto a
maioria das pessoas vai subindo né Mas um pouco mais progressivamente até atingir o pico da emoção indivíduo que tem essa alta desregulação emocional ele pode de 0 a 100 muito rapidamente então e de um ponto neutro né de Uma emoção um estado emocional neutro e atingir um ápice de raiva de tristeza de frustração de uma série de remoções né que mobilizam muito o indivíduo de uma forma muito rápida então além desse estímulo e dessa rapidez que ele gera né de resposta a gente tem também uma intensidade de limite que essa emoção atinge muito maior então
enquanto a maioria das pessoas né ficaria aqui numa pontuação cinco seis sete de uma reação emocional esse indivíduo que tem uma auto desregulação emocional ele pode escalonar para Uma emoção de nível 10 por exemplo então indivíduo ele tende a atingir respostas emocionais que são mais intensas de fato do que para a maioria das pessoas não tem essa desregulação emocional além disso a gente tem ainda um quarto fator né que a gente precisa observar que é o retorno lento ao basal como a gente chama então a maioria das pessoas na atinge esse pico emocional e essa
emoção logo em seguida ela começa a decair a gente começa a retornar para o nosso estado de equilíbrio para o estado basal de humor o indivíduo que tem uma altas irregulação emocional essa resposta né emocional ela atende a decair mais lentamente mas devagar o retorno para o estado basal o retorno para o estado de equilíbrio de neutralidade ele é mais lento essa emoção ela demora mais a se dissolver e aquele estado emocional realmente passar né então fazendo um resumão um estímulo muito pequeno é capaz desencadear uma resposta muito rápida que vai de 0 a 100
em poucos minutos segundos né às vezes poucas horas dependendo da situação atinge um nível de intensidade dessa resposta emocional maior do que atingiria para a maioria das pessoas e uma vez que atinge esse pico demora a se dissolver um pouco mais Então essas são algumas características que ajudam a gente a entender como que a reatividade emocional a regulação emocional a resposta emocional de modo geral é se apresenta para os indivíduos que tem o transtorno da personalidade borderline E como que isso se diferencia do que acontece com a maioria das pessoas eu acho que entender isso
é um fator que também gera consegue gerar na maioria das pessoas um pouco mais de empatia né de entender que para aquele indivíduo de fato algumas coisas podem ser muito mais difíceis do que a própria maioria das pessoas e obviamente isso não tira a responsabilidade do indivíduo de ter que lidar com isso de ter que aprender habilidades para regular as suas emoções mas o de fato existe uma série de características na resposta emocional do indivíduo borderline que o diferencia da maioria das pessoas e aí essas características emocionais essa alta desregulação emocional ela acaba gerando no
paciente que tem o transtorno da personalidade borderline algumas características alguns padrões de comportamento que são muito típicos que a marcha Aline exemplifica e coloca eles dentro do que a gente chama de dimensões dialéticas porque a gente tem ali extremos de padrão de comportamento Então eu tenho aqui um padrão de comportamento e lá na outra ponta um outro padrão de comportamento que é nitidamente oposto que é nitidamente diferente né eles parecem muito contraditórios mas ambos estão presentes no funcionamento do paciente borderline em momentos diferentes então falando de cada uma dessas dimensões dialéticas né a gente tem
ali o que a Marceline chama de uma vulnerabilidade biológica né Essa vulnerabilidade emocional e etc Então esse indivíduo de fato ele tem uma alta sensibilidade emocional e isso é algo mais biológico mas inato do funcionamento dele enquanto ao mesmo tempo esse indivíduo ele tende pelo aprendizado ambiental ele tende a se auto invalidar então a vivência no ambiente invalidante a convivência com outras pessoas que no geral são mais invalidantes e banalizam ponem as expressões emocionais dele faz com que esse paciente às vezes desenvolva um padrão de comportamento de se auto invalidar então é um comportamento aprendido
alguns momentos os pacientes eles são mais vulneráveis emocionalmente e expõem isso às vezes pedem que as pessoas compreendam isso justificam as suas atitudes nisso né de Olha eu tenho essa vulnerabilidade emocional Isso é muito difícil para mim é por isso que eu ajo assim mas em outros momentos né Eles saem desse extremo de vulnerabilidade emocional e vão para o extremo de alto invalidação aí dizem Ah isso é uma besteira mesmo eu sou um idiota por hoje assim eu sou um estúpido por fazer tal coisa por sentir tal coisa então é existe né Essa tensão dialética
né Entre esses extremos de hora eu de fato Ágio de acordo com uma vulnerabilidade emocional extrema Ora eu migro para um outro Polo para um outro extremo que é a auto invalidação além dessa dimensão dialética a gente tem uma outra que a gente chama de crises inexoráveis diversos proibido então às vezes o paciente ele entra de fato em crise emocional né então são aqueles momentos em que parece que tá tudo indo Ladeira abaixo na vida do paciente que tá tudo dando muito errado que as coisas estão desmoronando ao redor aqueles momentos em que o paciente
sente completamente perdido completamente submerso pelas suas emoções ela usa esse termo né inexorável que acho que define muito bem o que são esses momentos para o paciente borderline que é algo que vem de forma muito Implacável de forma muito irredutível que a gente não consegue É ultrapassar né Então essa é realmente a sensação que às vezes os pacientes têm nesses momentos né acho que aquilo é algo assim muito Implacável é uma dor insuportável que vem e se instaura e às vezes é muito difícil sair daquela onda emocional que o paciente entrou outros momentos o paciente
tem o que a gente chama né Desse comportamento oposto desse padrão comportamental totalmente diferente que é o luto inibido ou seja é um momento de muita indiferença é como se o paciente não estivesse sentindo nada ele não expressa nenhuma reação emocional então às vezes a gente percebe muito isso na própria terapia Quando Às vezes o paciente faz contato num dia com a gente e as coisas estão muito mal tá tudo muito ruim o paciente fala com terapeuta se expressando realmente uma confusão enorme que tá acontecendo e às vezes a gente até Marca uma sessão Extra
adianta sessão enfim e aí o paciente chega na sessão Parece que nada aconteceu e aí a gente fica ué que que aconteceu aqui e aí a gente enquanto terapeuta né que já tá habituado com esse modelo e etc Às vezes a gente consegue identificar que na verdade o paciente entrou ali naquele trem amor inibido mas para a maioria das pessoas lá fora né para a maioria dos familiares dos amigos das pessoas que convivem com esse paciente às vezes isso pode ser muito problemático porque isso transmite para as pessoas a mensagem de que tá vendo como
não era importante mesmo fez aquela cena toda e agora tá aí como se nada tivesse acontecido então às vezes esses padrões comportamentais Tão Diferentes né Em alguns momentos acaba transmitindo para as pessoas algumas ideias algumas mensagens errôneas e às vezes o próprio paciente não percebe essa conexão entre os seus comportamentos e algumas reações que as pessoas têm a esses comportamentos e eu desenvolvimento desse Insight né dessa consciência é muito importante na terapia e obviamente também ensinar né habilidades para o paciente sair dessa escola e sair desses Trevos e efetivamente conseguir ter um padrão comportamental mais
está e melhorar né suas relações a sua vida de um modo geral mas o que a gente percebe é muito isso né então às vezes o paciente Ele tá em momentos da sua vida em crises intensas em crises que parecem intermináveis que parecem sufocá-lo né e submergilo Nessa onda de emoção em outros momentos do paciente às vezes até chega a verbalizar e relatar isso que aí eu não tô sentindo absolutamente nada É como se eu estivesse totalmente indiferente a tudo né E aí a gente percebe claramente esse contraste então enquanto as crises inexoráveis elas estão
ali a favor né dessa característica mais biológica dessa característica mais inata do indivíduo é o luto inibido ele estaria mais ali a favor né se aprendizado ambiental que o paciente vai desenvolvendo de conter de pegar né de não entrar em contato com a sua expressividade emocional e por fim a gente tem esse essa última dimensão dialética que são é o que a gente chama de passividade ativa versus competência aparente por ter essa vulnerabilidade biológica experimentar uma disforia uma ansiedade uma angústia muito grande Diante de determinada situações são pacientes que às vezes podem se sentir muito
incapazes muito impossibilitados de lidar com as demandas e os desafios da vida Tem situações em que o paciente simplesmente paralisa e ele diz eu não consigo eu preciso de ajuda eu preciso que alguém faça alguma coisa por mim para Me tirar desse sofrimento porque eu não sou capaz de lidar com isso sozinho eu sou aqueles momentos que o paciente ele é muito ativo em solicitar que outras pessoas resolvam os problemas deles que outras pessoas solucionam apresentam soluções ajudam ele Façam as coisas por ele e de alguma forma ele a lidar com aquilo que ele se
sente completamente incapaz de fazer essa passividade Ativa é exatamente isso paciente ele é ativo em ser passivo né então ele é passivo e resolver os seus problemas e ativo em solicitar a ajuda das outras pessoas e às vezes até transferir algumas responsabilidades para outras pessoas com justificativa nessa sensação de inadequação de incapacidade para lidar com determinadas de demandas em outros momentos o paciente pode ter um padrão oposto completamente diferente que tá mais a serviço dessas expectativas sociais né ambientais que é o que a gente chama de competência aparente então na competência parente Aquele momento em
que o paciente borderline ele tá agindo de forma surpreendentemente bem né então o paciente ele vai lá ele faz as próprias coisas às vezes ele tem um desempenho Acima da média em algumas coisas ele entra num projeto de cabeça isso também Muita confusão nas pessoas ao redor né então assim como é que ontem você tava fazendo x y z e hoje você diz que você não consegue fazer isso aqui que é muito menor do que x y z então às vezes não tem muita lógica para as pessoas ao redor eu já tive exemplos de pacientes
por exemplo dizerem Ah eu já fui capaz de planejar viagem internacional guardar dinheiro tinha planilha é tudo organizado para cumprir esse objetivo que eu tinha de viajar para um lugar x E aí agora todas as vezes que eu não consigo fazer alguma coisa que eu falo para minha família que eu não consigo fazer algo e etc Nossa mas você já foi capaz de fazer isso você já foi capaz de fazer aquilo em outros momentos você já sabe e deu conta de coisa muito maior como é que agora você não consegue fazer isso né então para
as pessoas ao redor ficam um pouco essa impressão e para o paciente aquilo muitas vezes é real né Em alguns momentos ele consegue ter essa ausência parente Ele se mostra socialmente muito competente aparentemente e em outros momentos com pessoas às vezes mais íntimas né em determinadas situações essa passividade ativa ela vem à tona né então às vezes colegas de trabalho por exemplo pessoas em outros contextos do paciente podem ter uma visão dele completamente diferente os ambientes em que ele funciona nessa competência aparente de outras pessoas que às vezes convivem com o paciente em situações mais
íntimas em situações mais específicas e que percebem essa passividade ativa muito intensa então é dessa forma que a gente entende alguns padrões de comportamento dos pacientes border também é dessa forma que a gente pensa as nossas atitudes enquanto terapeutas né então enquanto a gente tem ali as dimensões dialéticas falando do comportamento do paciente a gente também tem as dimensões dialéticas que precisam estar presentes no funcionamento nas características do te que trabalha com a dbt Então aquela orientação para mudança mas ao mesmo tempo uma orientação para aceitação Às vezes o terapeuta vai precisar ter uma firmeza
mais convicta às vezes ele vai precisar ter um pouco mais do que a gente chama de uma flexibilidade empática fazer exigências benevolentes para que a terapia ande em outros momentos ele vai precisar encher né esse paciente com colchãozinho ali de estímulo Extra né então o terapeuta ele também vai equilibrando as suas características na relação terapêutica para dar conta dessas dimensões dialéticas dos padrões de comportamento borderline então basicamente o que a gente está buscando tanto através da postura do terapeuta quanto através de todas as estratégias da terapia comportamental dialética é ajudar esse paciente a sair desses
extremos de comportamento aprender habilidades para a sua efetividade interpessoal a sua capacidade de comunicar as suas necessidades e etc nas suas relações a regular melhor as suas emoções a estar mais atento mais consciente das coisas que efetivamente mexem com ele e por que que elas mexem com ele a tolerar momentos de desconforto de extrema mal-estar de crise como é que a gente sobrevive a esses momentos né e através de todo esse conjunto de estratégias a gente espera de fato que esse paciente ele consiga sair dos extremos e encontrar o caminho do meio na sua vida
com padrões de comportamento mas equilibrados de um modo geral mais efetivos e que ajudam ele a caminhar em direção a construir essa tal Vida que Vale a Pena Ser Vivida como a gente chama na terapia comportamental dialética Então essa é uma visão um resumão né o mais breve e ao mesmo tempo completo que eu consegui trazer para vocês de como que a gente enxerga o transtorno da personalidade borderline dentro da terapia comportamental dialética Espero que tenha ficado Claro Espero que tenha trazido informações úteis para vocês né de entender um pouquinho o que que essa tal
abordagem que ficou tão famosa para o tratamento desse transtorno tem a oferecer qualquer visão dela para o tratamento dos pacientes borderline um beijo e até o próximo vídeo
Related Videos
Transtorno da Personalidade Borderline (TPB) | Critérios Diagnósticos (DSM)
44:59
Transtorno da Personalidade Borderline (TP...
Psicóloga Beatriz Gualandi
7,650 views
7 LIÇÕES VALIOSAS DA TERAPIA COMPORTAMENTAL DIALÉTICA | Pressupostos da DBT
27:46
7 LIÇÕES VALIOSAS DA TERAPIA COMPORTAMENTA...
Psicóloga Beatriz Gualandi
17,709 views
Transtorno de Personalidade Borderline - Qual o melhor tratamento: Terapia do Esquema, TCC ou DBT?
59:14
Transtorno de Personalidade Borderline - Q...
Fernanda Landeiro
39,321 views
Psiquiatra explica: Borderline melhora com o tempo #003
1:26:27
Psiquiatra explica: Borderline melhora com...
Manoel Vicente | Integro Psicologia e Psiquiatria
37,288 views
Terapia Comportamental Dialética | HUMANAMENTE
35:10
Terapia Comportamental Dialética | HUMANAM...
Rádio BandNews FM
6,736 views
BORDERLINE: DISFUNÇÕES COGNITIVAS | ANA BEATRIZ
14:25
BORDERLINE: DISFUNÇÕES COGNITIVAS | ANA BE...
PodPeople - Ana Beatriz Barbosa
787,589 views
BORDERLINE E FAMÍLIA | Como a família pode ajudar no tratamento?
55:18
BORDERLINE E FAMÍLIA | Como a família pode...
Psicóloga Beatriz Gualandi
6,165 views
Autismo Adulto ou Borderline - semelhanças e diferenças entre TEA e TPB
25:20
Autismo Adulto ou Borderline - semelhanças...
Lygia Pereira - Autismo Feminino
36,967 views
Maratona TCC para a Depressão - Aula 1: Depressão: o que você precisa saber sobre esse transtorno
2:02:12
Maratona TCC para a Depressão - Aula 1: De...
Papo de Consultório com Eliene Oliveira
1,466 views
"Psicopata" tem cura? O que a ciência diz sobre o Transtorno de Personalidade Antissocial (TPAS).
1:17:18
"Psicopata" tem cura? O que a ciência diz ...
Fernanda Landeiro
22,009 views
5 ERROS NA RELAÇÃO TERAPÊUTICA COM PACIENTES BORDERLINE
47:40
5 ERROS NA RELAÇÃO TERAPÊUTICA COM PACIENT...
Psicóloga Beatriz Gualandi
4,839 views
Como orientar FAMILIARES de pacientes BORDERLINE
19:07
Como orientar FAMILIARES de pacientes BORD...
Dr. Rafael Gomes
7,481 views
A Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) na prática clínica - Igor Finger
1:20:06
A Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT)...
Psi com Ciência - ABPBE
4,145 views
Winnicott - Tratamento de uma Paciente Borderline
12:14
Winnicott - Tratamento de uma Paciente Bor...
#DicasPsi
24,657 views
Explicando o Borderline: Uma Visão Psicodinâmica - Psiquiatra Sérgio Kedhy
1:23:52
Explicando o Borderline: Uma Visão Psicodi...
Shelter Psiquiatria e Psicologia
108,024 views
Techniques of Cognitive Behavior Therapy | CBT Key Techniques
14:58
Techniques of Cognitive Behavior Therapy |...
Diego Falco
338,726 views
DESFUSÃO e ACEITAÇÃO através de metáforas | Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT)
23:08
DESFUSÃO e ACEITAÇÃO através de metáforas ...
Psicóloga Beatriz Gualandi
8,630 views
Transtorno de Personalidade Borderline
57:26
Transtorno de Personalidade Borderline
MEDICINA UFMT
66,620 views
Borderline é Trauma, Não Mimado! Vamos Entender!
20:27
Borderline é Trauma, Não Mimado! Vamos Ent...
Manoel Vicente | Integro Psicologia e Psiquiatria
3,239 views
SEXUALIDADE NO TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BORDERLINE
11:47
SEXUALIDADE NO TRANSTORNO DE PERSONALIDADE...
Escola de Saúde Mental
25,750 views
Copyright © 2024. Made with ♥ in London by YTScribe.com