começa agora o programa educação brasileira o assunto do primeiro bloco é história da África no estúdio Erson granetto entrevista a historiadora Marina de Melo de Souza da USP sobre o ensino de história da África nas escolas brasileiras olha em 2003 a lei de diretrizes e bases da educação foi alterada para determinar que as escolas brasileiras deveram incluir e nos seus currículos o ensino da cultura e da história brasileiras e privilegiando a história da África dos africanos A Luta dos negros no Brasil a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade Nacional bom o
ensino de história da África é o tema da nossa conversa hoje com a historiadora Marina de Melo e Souza que é do departamento de história da Universidade de São Paulo e que é uma especialista nesse assunto né Marina tudo bem obrigado por ter vindo Eu que agradeço Marina como é que tá esse ensino essa obrigatoriedade desde 2003 como eu falei aqui né Já faz quase 10 anos e como é que tá isso as escolas estão ensinando a cultura africana a história da África ensinam mais do que ensinavam antes mas menos do que recomenda a lei
que é seria parte integrante do currículo em todos os níveis né então teria que tá sendo mais ensinada do que e de fato acontece mas é claro que alguma coisa já se faz ah em 2003 a gente não tinha sequer não tinha profess professores não tinha material didático não tinha com que trabalhar com o aluno hoje em dia já tem muita coisa né são quase 10 anos e já tem material didático livros de literatura infanto juvenil vários cursos de formação de professor mas ainda tá muito a quem do que uma lei reza que é que
seja vigente em todas as escolas agora o professor para para dar essa aula ele vai dar vai dar aula de história da África junto com o restante an da da da da da aula de história mas ele tem que estudar especificamente isso ele tem que fazer um curso se especializar nisso Pois é eu acho que aí é que reside um dos maiores problemas porque como ninguém estudou a história da África até muito recentemente eh é necessário um investimento grande em formação né um curso de formação continuada uma formação assim além do que o professor já
estudou ele tem que fazer mais certamente porque é muitíssimos poucos professores só os que realmente se formaram há muito pouco tempo estudaram eh na sua formação regular algo referente à história da África ou mesmo cultura afro-brasileira Então essa é uma formação que tem que ser complementar eh do professor que já se formou e e isso tá acontecendo né em existem vários cursos de Formação existem vários cursos de Formação eu não saberia te dizer exatamente quais mas Brasil a fora né eu eu não só nasas públicas nas universidades públicas tem nas universidades particulares privadas também sim
quer dizer as universidades particulares também tem que incluir a história da África nos seus currículos mas tem principalmente eh as secretarias estaduais as secretarias eh de de educação elas estão tentando suprir essa lacuna da formação do professor então Brasil a fora alguns estados mais alguns estados menos há eh cursos eh que oferecem essa formação pros professores da rede pública eu tô falando né claro e Eh agora os outros T que buscar tem que ir atrás os outros T que ir atrás e e eu acho que eh é você falou tem que estudar Isso é fundamental
em história da África você tem que a gente tem que estudar muito para começar a poder ensinar e transmitir um pouco de conhecimento até porque é uma área permeada de preconceitos permeada de Mal entendidos e esses preconceitos e Mal entendidos têm que ser eliminados né é Ou pelo menos eh eh eh postos no seu devido lugar seu devido lugar tá certo bom ah existe ainda divergência sobre o que sin nar sobre a África Você tem o que o que seria o básico porque muita gente fala assim ah porque para quem ensinar a história da África
desde os primórdios tal é preciso saber disso ou só a história da África a partir eh da colonização onde quando eles vieram er pro Brasil quando os africanos foram trazidos para o Brasil é importante estudar a história da África antes da colonização assim como é importante estudar a história da China história da Índia história do Japão eu acho que principalmente no mundo globalizado feito nosso que a gente tá vendo entrar o tempo todo dentro de casa informação sobre o mundo inteiro é interessante você entender e conhecer a história da humanidade na sua totalidade e não
só a história do mundo ocidental europeu ocidental que Nós Da Nossa geração nos formamos nisso Nós estudamos histórias da Europa quando muito um pouco de Estados Unidos e um pouco de América Latina agora Oriente África pouco Egito entrava porque não dá para escapar do Egito um pouco de Mesopotâmia Grécia Roma a gente não tem ideia do que seja a Índia do que seja a China do que seja o Japão e são culturas importantíssimas então nisso eu digo a África entra nisso né Eu acho que a história da África tem que ser incluída né no estudo
da história da humanidade como um todo em todos os tempos sem esquecer que o o homem surgiu na África né o homo sapiens surgiu na África então é o berço do homem e agora é um continente fascinante que tem eh você tem milhares de perspectivas de abordagem né e e Inclusive a lei Não fala só em História Eu Sou professora de história a gente tá aqui falando de história ex Mas a gente pode abordar de vári geografia arte Literatura e então a minha eh Proposta o que eu sempre falo né O que que tem que
se como tem que se lidar com o ensino de história da África eh integrando a o continente Africano em todas as etapas da história da humanidade é porque tem muita gente que reclama assim ah mas vou colocar mais um mais uma um um ponto no meu currículo já tenho tanto pouco tanto para dar em tão pouco tempo coloco mais a África como é que eu vou fazer vou ter que correr com o resto do material não é bem isso é no meu entender não essa é uma eh eh reclamação que a gente sempre ouve do
professor né mas imagina mais uma coisa para eu dar e no meu entender eh isso eh não é mais uma coisa quer dizer é é é é arular questões africanas com o que ele já dá e então se tá dando idade média europeia tem que pensar nas grandes os grandes impérios do sael mal sonai sonai tá articulado com os almorávidas que estão articulados com a a ocupação árabe da Península Ibérica se a gente tá estudando grandes navegações a gente vai tem que estudar quem que esses eh Diogo cão e o Bartolomeu Dias e os grandes
exploradores quem que eles encontraram no continente africano que sociedades são essas que eles encontar não apenas contornaram o continente Africano em busa das Índias né eles contornaram mas eles quis eles se relacionaram exatamente principalmente os portugueses Primeiro eles queriam comerciar e comerciavam com essas sociedades depois a próprio momento da colonização né final do século XIX século XX eh não é o europeu só no continente africano são sociedades milenares seculares que estão entrando em contato com esses europeus então da Parte dessas sociedades como é que é essa relação esse contato se dá como da Parte dessas
sociedades então para no meu entender a questão de ampliar o foco de não ficar com o eixo fechado no homem ocidental e ampliar o foco e é uma coisa muito contemporânea inclusive em termos de conhecimento a gente sair do etnocentrismo e a gente perceber que os outros têm T lógicas e tem eh processos que são específicos deles então eu acho que é muito mais uma questão de olhar do que de acúmulo de mais uma informação quer dizer só abrir o que já tá sendo o que já tá sendo dito agora você precisa de muito estudo
para poder incluir isso porque ninguém a gente não conhece então volta ao início da conversa tá e e tem material para isso tem Professor tem na universidade tem Professor tem material tem livro livro para para para esses estudos agora a gente tem resultados de pós--graduação de pesquisas de pós-graduação então a gente agora começa a ter livros de história da África publicados no Brasil feitos por pesquisadores brasileiros por brasileiros afora isso nós temos o antes disso nós temos o grande African cólogo como ele gosta de se chamar que é o embaixador Alberto da Costa e Silva
que é um pioneiro entre nós e é reconhecido internacionalmente com livros eh fundamentais pro Ensino né que é enchada e a lança manil libambo afora os livros de artigos as coletâneas de artigo então material tem não é que estamos com suficiente mas já já se começa a andar Então e e onde que tá o problema então da da disseminação dessa dessa desse ensino pelas escolas básicas do país Olha eu acho tem vários várias questões você falou em preconceito o preconceito a onde da escola do Professor dos aluno da sociedade brasileira sociedade brasileira mas é preconceito
contra o africano contra o quê olha essa questão da construção da relação com o negro e com o africano a gente é é é é uma é uma construção histórica muito localizada primeiro num passado escravista né então nós associamos o negro africano a um passado escravista que a gente quer mais é esconder jogar de Riscado a nossa história e quando nós eh abolimos a escravidão e nos tor tornamos uma nação independente querendo entrar no conjunto das Nações eh importantes Europa e Estados Unidos é um momento aonde as ideias em vigor é o evolucionismo basicamente então
a ideia de que a humanidade caminha de um nível inferior para um nível superior e nesse nível superior estão as sociedades africanas ditas primitivas portanto há uma associação entre África primitivo ah atrasado e nós brasileiros não podemos negar a nossa herança e a presença da do afrodescendente entre nós então isso também é um problema na conformação da nacionalidade brasileira que tem toda a ideologia do branqueamento inclusive né a o estímulo à imigração europeia e não e proibição mesmo de imigração africana tô falando Virada do século XIX pro século XX Então tem um problema que é
a construção da identidade brasileira querendo se afastar de uma herança inegável que é associada a uma a um at Mas até hoje a gente carrega isso Marina Isso mudou isso a gente tá falando do início do século XX eh a gente construi então a ideia de uma nação mistia de uma nação H que se afastou da herança Africana e a gente abandonou esse conhecimento do nosso passado africano então durante todo o século XX eh antropólogos e talvez alguns eh estudiosos de cultura popular laram um pouco com a questão da das heranças africanas Mas mesmo o
movimento negro isso não era uma questão para movimento negro movimento negro queria os valores ocidentais é só em 1960 daí em diante que começa e com uma mudança feita eu falei de perspectiva do que seja ah A alteridade então você não tá mais pensando em termos de hierarquia do mais primitivo pro mais desenvolvido e tá pensando em termos de diferenças sem eh graduação nessas diferenças aí o olhar pra África começa a ser di um outro né Tá mas e aí vamos lá onde é que a gente encontra o preconceito hoje nas escolas Mas isso ainda
tá muito arrago essa a sensação de que eh o africano é atrasado tá dentro de nós mas nós temos que estudar Isso Enfim tudo bem agora virou lei obrigaram a gente a estudar Isso aqui e por que que a gente não não se dá o não se dá o trabalho de estudar eh eu acho que isso tudo que eu falei eu acho que ainda tem muita ã eh pesa muito nessas opções né de se afastar dessa questão do passado africano eh tem a questão do desconhecimento a gente não tem instrumentos para ensinar esses assuntos eh
e aí tem acho que um grande embate que é o embate entre eh movimento negro obrigatoriedade e a crítica da sociedade e de alguns setores com relação à obrigatoriedade Então como se aquilo fosse uma imposição do movimento negro e aí tem toda uma resistência e por outro lado quando o movimento negro tá envolvido no ensino é uma coisa muito politizada e no meu entender isso prejudica porque aí entram questões eh primeiro que o conhecimento eh transmitido a partir de uma perspectiva muito politizada ele é é tendencioso el não tendencioso precário superficial E E H E
cria muito mais resistências Então criou-se acho que um um campo de de fricção de de de oposição eh em função da politização do assunto e que é inegável que é um assunto político mas no meu entender quer dizer eu sempre digo a gente eh ensino de história da África e de afro-brasil é um passo importantíssimo e eu acho que a sociedade brasileira com isso vive um momento H assim com grandes possibilidades de transformação para vencer de fato o preconceito porque na hora que você se depara com eh sociedades africanas dentro da sua positividade e você
valoriza esse passado em vez de querer jogar para baixo do tapete É um enorme passo em direção a eh realmente ver o sujeito com a cor negra como o seu igual ou ou como eh portador de valor de positividade e não de negatividade eh Então eu acho que fazer direito essa transição né do da incorporação do passado afrodescendente e da inclusão da África como um tema eh é um passo decisivo na sociedade racialmente mais igualitária ao contrário do que muitas eh correntes de oposição dizem que isso aguaria os preconceitos no meu entender na hora que
você vê a África dentro da sua ah do seu sentido próprio você percebe o negro de outra forma mais alguma coisa pra gente encerrar a nossa entrevista mais algum preconceito que você acha que deve ser toreado aí levado tirado da nossa frente o preconceito de que é difícil ensinar a história da África não a gente tem que estudar como tudo mas eu acho que eh tem que e achar que é possível e que se empenhar e vencer né essa esse momento de dificuldade de implantação da Lei e que os professores realmente eh descubram né a
as grandes potencialidades e a a beleza né contida naquele continente Marina Obrigado sua presença aqui na univers TV eu agradeço a gente faz um intervalo rápido voltamos daqui a pouquinho até já começa o segundo bloco do programa educação brasileira o assunto é cultura afro-brasileira no estúdio Ederson granetto entrevista a antropóloga Raquel ruab sobre o ensino da cultura afro-brasileira nas escolas a nossa convidada de hoje a pesquisadora Raquel rua bac que tem uma experiência com o tema e que é e que fez parte da de uma pesquisa que você fez nãoé tudo bem sim tudo bom
Você fez uma pesquisa de doutoramento com isso isso pesquisa de doutoramento começou em 2007 Eu terminei o ano passado 2011 defendi em novembro era a respeito da do ensino de história da África e cultura afro-brasileira a partir da lei 10639 né de 2003 O que que você queria provar Qual era tua pergunta Na verdade eu queria entender eh a questão de como as religiões afro-brasileiras apareciam no ensino de história e cultura africana e afro--brasileira e os problemas que decorriam disso quer dizer quais eram os conflitos que apareciam sala de aula quando a questão da religiosidade
afro--brasileira Mais especificamente a umbanda e o Candomblé apareciam no materiais sobre o ensino de história e cultura afrobrasileira e o que que você encontrou tem muita gente já que incluiu no currículo você foi fácil encontrar escolas que estava incluí não não foi fácil eh a minha a minha pesquisa ela ela teve dois grandes momentos né No início né 2007 2008 eh 2009 foi bastante difícil no para cá principalmente 2010 houve uma modificação grande porque eh o movimento negro o ministério público e houve uma pressão para isso entrar nas escolas de certa forma houve um processo
também de formação e de oferecimento de curso de formação para esses professores para que eles tivessem condições de trabalhar com essa temática né muitos dos professores que estão na Rede hoje eles não tiveram história da África nas suas formações inici n e como é que eles estão resolvendo essa questão bom aí a partir de 2009 você passou a encontrar com mais facilidade escolas que dava que tin eu comecei a encontrar eh nessas escolas uma organização até mais institucionalizada por exemplo antes eram professores que tinham interesse no tema e trabalhavam individualmente aquilo aquilo não era um
projeto da escola não passava necessariamente pela diretoria ou pela Coordenadoria pedagógica a partir de 2009 eu comecei a encontrar escolas que já tinham uma articulação mas institucional para que tivesse algum tipo de abordagem dessa temática então a gente começou a encontrar eh principalmente eh a inclusão dessa temática no 20 de novembro Então tinha a semana do 20 de novembro você tem a né a o dia da da consciência negra Então você tinha atividades que as escolas faziam ou discutiam esse essa temática ou no 13 de Maio que existe uma certa Pol sim que contesta muito
é o movimento negro né que contte M movimento negro contesta muito isso e às vezes na em algumas escolas que t a chamada semana da cultura popular brasileira E aí essa temática aparecia de diversas formas de maneira transversal mas o Quais são são os principais impecilhos que você encontrou para que nem todas as escolas assumam e esse ensino Você tem uma dificuldade de formar dos professores né que precisa enfim entender e outra coisa esse é um tema transversal então ele não é de responsabilidade de uma um professor ou uma disciplina ele tem que atravessar o
currículo né então isso existe um tratamento de uma interdisciplinaridade que também não é tão comum na escola Brasileira hoje você tem um currículo fechado que as pessoas pessoas se preocupam em dar esse currículo e tem uma dificuldade de se trabalhar a interdisciplinaridade Então esse é um outra dificuldade enfrentada aonde vai onde isso vai aparecer né E como o texto da Lei fala muito que é da história e da cultura afro-brasileira e cita a disciplina de de literatura de história e de a educação artística como os locais privilegiados não únicos mas privilegiados para se trabalhar isso
eh isso acaba pesando nas costas do professor de história ou de educação artística ou de literatura que é onde você acaba encontrando eh mais exemplos em que isso é trabalhado por exemplo nas semanas de arte acaba se trabalhando muito a questão das máscaras africanas Ou da dança afro-brasileira ou de música capoeira capoeira etc ou na na aulas de literatura trabalha-se muito a questão das influências da banto o yorubá na língua portuguesa alguns autores algumas escolas trabalhando do Machado de Assis ou am Jorge Amado Castro Alves principalmente com o navio negreiro ou algumas vezes n nas
próprias aulas de história que aí o o professor Faz uma leitura crítica da da história brasileira quando cai na questão da Cultura afro-brasileira a gente ainda para no período colonial e trata o o negro a população negra dentro do contexto da escravidão eh e sem eh se atentar o que que acontece após a escravidão Então você tem material didático por exemplo que fala eh vem falando da questão da consciência negra da luta do direito da consciência negra aí você vira a página fala da vinda dos Italianos pro Brasil e da e da questão da né
da vinda desses Imigrantes europeus e porque vieram porque não acabou a escravidão e não tinha mão de obra quer dizer esses negros não não sumiram de um dia pro outro pa eles não desapareceram eles continuaram Ou seja você tem no mesmo livro Uma falando material conscientizando né propondo uma perspectiva diferente e aí você vira a página e volta paraa leitura de uma história pouco crítica sobre você acha que isso tem preconceito aí eu acho que tem eh eu acho que tem uma dificuldade de lidar eu acho que gera preconceito mas tem uma dificuldade de lidar
com uma coisa o Brasil se construiu como um país eh miscigenado né e a missena nos homogeniza né nos tornam todos brasileiros a gente tem dificuldade de entender as nossas diversidades internas né Por causa da própria maneira como nós com construímos a nossa identidade como nação e com com relação à questão do ensino Por exemplo quando você vai falar de Cultura Negra você vai falar obviamente lá de Candomblé e o que preconceito que surge aí de quem de pais professores de alun de todos de Tod de todos os lados na verdade surgem preconceitos aí primeiro
que a abordagem da escola é uma abordagem laica então eh a tentativa desses materiais é trazer essas religiões como elementos culturais que são fundamentais paraa construção de um jeito de se inserir no mundo de entender o mundo né que se que tem o seu lado religioso mas que se expra em outras manifestações da cultura negra na próprio na na capoeira no própria escola de samba numa maneira de ser na verdade e quando eh as pessoas vão falar às vezes elas não estão falando necessariamente de religião mas estão falando de alguns elementos que são elementos polifônicos
por exemplo um tambor é um elemento polifônico um colar é um elemento polifônico né então você tem casos a gente que a gente viu em escolas que vai se falar vai ser um um um evento de um uma de um contador de história que vai contar um mito africano que não tem nada a ver com Candomblé e Umbanda mas que o que a pessoa que tá contando tá tocando um atabaque um tambor etc e aí você ouve uma pesso sou gritando lá de fora vão parar com a macumba aí na escola entendeu são eh o
preconceito ele ele eles esbarra em todos esses elementos que são da cultura negra que não necessariamente tá dentro de um contexto religios aula na escola a Já Chega Chegou casos por exemplo não de proibir mas de boicotar tipo eh professores narraram de de repente vai trabalhar com a questão da história da AF cultura afro brasileira não tá nem trabalhando com a questão da religiosidade e por exemplo o data show some sim no dia da aula e não aparece ou o DVD não aparece ou o aluno fala ah meu pai não quer que eu aprenda isso
e começa a se negar ficar sentado ou pais que chegam em casa com aquela com aquele tema ou com um trabalho uma pesquisa tem que fazer E aí vai pra escola e reclama na diretoria que isso tá sendo dado que ele não quer que o que o filho dele participe da aula então você tem assim uma série de elementos que que geram esse boicote e acaba às vezes inibindo o professor de trabalhar com esse assunto quer dizer não necessariamente é IMP impede o trabalho mas inibe é isso inibe bastante porque é e quando o professor
é é contrário a essas religiões ele pode simplesmente não abordar eh eu eu ouvi relatos de professores falando de colegas que que eles conheciam que chegavam por exemplo na página x do livro que tinha questão da religiosidade alguma forma parecida dos orixás Ele simplesmente Virava a página e não dava aula nas escolas qu Conseguiu quebrar a resistência tiveram resultados muito interessantes né os alunos refletiram sobre esses termos sobre o significado de macumba sobre a questão do preconceito religioso e começaram a entender de maneira diferente inclusive alunos evangélicos teve relatos do meu dorá de alunos evangélicos
que e de professores evangélicos também porque assim não é só o evangélico que tem preconceito em relação a essas religiões católicos ateus enfim faz tá presente na cultura nacional isso não não aparece só o preconceito isso não aparece só entre professores evangélicos é que essa disputa entre entre as religiões afro e algumas linhas niges evc é uma coisa que tá que aflora né esse conflito aflora muito claramente na nossa sociedade então a gente T de achar que são professores evangélicos só que tem essa resistência Mas não é verdade não S não são só el resistência
geral muito muito bem eh o nosso tempo já já terminou quer dizer então você acha que o melhor mesmo professor é tentar descobrir formas de abordar a questão africana com os mitos todos tal eh diluindo isso um pouco é e não tem medo não tem medo de abordar ou se o tema aparecer é entender é ir atrás procurar entender o que que são Essas manifestações religiosas os o contexto das suas formações até para saber falar delas de uma maneira que não seja pejorativa tá então estamos aí carentes de formação de professores nesse sentido muito obrigado
muito obrigado sua presença aqui na Univesp Tv obrigado obrigado fim do programa educação brasileira produção da Univesp Tv canal da Universidade virtual do Estado de São [Música] Paulo h