As Mulheres Podem Melhorar o Mundo | Ana Lúcia Fontes | TEDxSaoPaulo

eu sou a fontes apesar do meu sotaque é eu sou nordestina nasci numa cidade que se chama igreja nova em alagoas e como minha colega falou ontem se tiver alguém aqui é porque certamente aparente alguma coisa assim a minha família eu sou uma de dez filhos os meus pais migraram pra ir pra são paulo em 1970 é por algum motivo meu pai veio na frente com os meus dois irmãos maiores e até hoje eu não entendo porque minha mãe veio depois com os seis filhos menores ela sozinha não dá pra entender até hoje porque isso

e numa viagem de dois dias e meio de alagoas até até diadema onde eu passei a minha infância inteira bom como todos os nordestinos a nossa vida foi extremamente difícil né a gente trabalhou muito batalhou muito a vida foi sempre muito dura é nada foi entregue fácil nem de bandeja pra gente mas o meu pai e minha mãe apesar de na época serem semianalfabetos eles pensavam muito na questão de educação eles não falavam com educação eles falavam ser preciso estudar se estudasse preciso estudar o tempo inteiro eles falavam isso até porque eles não tiveram essa

oportunidade de estudar é dos oito filhos que vieram para são paulo se deve estar pensando se ela falou 10 e agora são oito né e infelizmente dois faleceram no nordeste mesmo por questões de de seca falta de condições morreram de doenças muito simples dos oito filhos cinco conseguiram terminar a universidade conseguiram é seguir essa carreira de educação e trabalhar eu fiz duas faculdades com extrema dificuldade lembro que quando eu passei na primeira universidade é na época tinha uma coisa de você acha que já tem até hoje você pagar a matrícula da escola eu tinha o

dinheiro para a mensalidade mas eu não tinha para matrícula então uma das duas coisas tinham que resolver uma vizinha super bondosa porque existe gente bondosa no mundo isso é absolutamente maravilhoso uma vizinha da minha na época resolveu pagar a matrícula e eu acabei entrando na universidade ela pagou a matrícula eu paguei a mensalidade só que eu ganhava não dava para pagar a mensalidade então todo mês há uma dificuldade se imagina 20 anos atrás vinte e poucos anos atrás é todo mês eu devia uma mensalidade e fazia bolo pra fazer bolo fazer a torta para vender

na faculdade morria de vergonha de vender então eu pedi para os meus colegas venderem porque isso pra mim era bem difícil e aí tinha uma coisa que que hoje a gente acha completamente absurdo na época não tinha código de defesa do consumidor então quando você devia universidade a mensalidade eles colocavam seu nome no quadro na universidade pra todo mundo ver a linda né você chegar e ver devedores do mês né a nomes todo meu inclusive quando vi aquela primeira vez eu fiquei super envergonhada chocada eu falei gente q horror e vergonha todos vão ver que

estou devendo e aí quando você fazia prova do mês você quem estava devendo tinha que pegar a prova na tesouraria para poder fazer passar por todo aquele processo sabe só prova não está aqui vai lá na tesouraria e aí a primeira vez que isso aconteceu eu falei gente que vergonha como é que eu vou fazer pra pegar minha professora todo mundo vai saber que não devendo né tá no quadro todo mundo vai ver mas aí quando eu levantei para pegar minha própria tesouraria 30 alunos levantaram juntos também foi raul não sou só eu todo mundo

também deve que legal e aí todo mundo comigo todo mundo que de viajo beleza feito fantástico enfim é fiz a minha primeira universidade terminei fiquei devendo um ano depois que terminei foi uma loucura mas paguei depois na época não tinha nenhum programa de governo para ajudar ninguém se tinha que ir lá e falar mesmo não tinha nenhum apoio da universidade eu tinha sonhos meus pais também têm exceções de trabalhar numa grande corporação eu trabalhei em várias corporações e boa parte da minha vida numa única grande corporação tive várias frustrações durante esse processo construir uma carreira

mas hoje eu consigo enxergar olhando da minha visão de hoje lá trás consigo enxergar várias frustrações que eu passei como até um certo bullying é preconceito uma série de coisas mas eu não enxergava isso naquela época é construir essa carreira várias vezes eu tentei ser promovida e várias vezes que eu tentei ser promovida o que eu denomino hoje de kit perfeito não tinha eu não tinha boa formação porque eu não tinha estudado em colégio particular eu tinha estado em colégio público minha vida inteira é eu não falava inglês e eu não vinha de boa família

eu ouvi isso em algum alguns processos seletivos internos ign desculpa você não tem você não estudou em colégio particular você não estudou no universitário de primeira linha e é claro que o bolsa família não falava nem gente espera eu que depois intérprete que era por causa disso também mas enfim é eu continuei eu sou super batalhadora fui atrás construir essa minha carreira e algumas coisas começaram a me incomodar durante todo esse processo vou contar um exemplo pra vocês de várias coisas que eu passei durante esse mundo corporativo essa vida inteira que eu tive é de

uma vez a participar de um processo seletivo e no processo seletivo o diretor que estava querendo me promover lá olhou para o meu currículo e falou assim nossas o currículo é fantástico é igual a vaga e olhou na minha cara falou pena que você mulher e eu assim eu não fizesse a porque eu fui eu me senti culpada eu falei assim mas porque eu não posso forçar porque não porque veja bem eu quero alguém que seja um forte que seja briguento que seja a macho e que brigue com os funcionários e você tem uma cara

de muito boazinha eu falei ah tá bom ok aceitei continuei continuei minha carreira mas aquilo foi plantando uma sementinha durante todo esse processo eu não entendia isso como discriminação eu não entendia isso como sendo o bullying ou coisa parecida eu entendi assim que eu estava errada e por que eu era mulher e não conseguia assumir aquele cargo e colocava um monte de culpa em cima de mim enfim passei quase 17 anos nesta corporação é agradeço muitas coisas não sou grata a deus muitas coisas que eu conquistei por lá mas aí em 2007 e já tinha

minha primeira filha e aí aquilo me incomodava muito porque eu tinha que trabalhar muito como todo mundo que trabalha em uma grande corporação não me incomodava trabalhar muito o que me incomodava era aquela de a mica além do dia a dia de sacrifício sem ter um mínimo de flexibilidade para cuidar pra vocês terem uma idéia da minha primeira filha é eu sair de licença o parto da minha filha foi no domingo eu parei de trabalhar na sexta feira à noite no domingo a minha filha nasceu e dois meses depois estava de volta ao trabalho o

que é absolutamente absurdo pra quem é mulher sabe que esse momento esses 44 5 meses que você tem que conviver com a sua com a sua filha com a sua família ou enfim aquele momento mágico de vocês e mãe eu infelizmente não vive esse momento da minha primeira filha bom enfim 2007 eu estava super chateada não tava num me sentia mais feliz de estar naquele ambiente e resolvi pedir demissão dessa empresa e aí quando eu pedi demissão a reação de todo um país para onde você vai que a empresa você vai trabalhar eu falei não

eu vou pedir demissão vou ficar em casa durante um período eu quero dar uma fazenda de talks né ficar em casa um pouquinho para ver se as coisas ficavam um pouco diferentes e aí eles falaram 'você vai tirar um sabático falei 'não gente vou ficar em casa nessa batida em casa entendeu em casa o olhar as coisas tudo fiquei nove meses em casa cuidando da minha filha me virei dona de casa verde o motorista da família cuida de todo mundo e todos do cartório banco porque quando a gente trabalha em casa as pessoas não acham

que a gente trabalha né está em casa fazendo alguma coisa enfim foi um período muito importante pra mim muito interessante me fez bem né viver aquele momento mãe tá tá na minha na minha na minha casa cuidando de coisas que eram mais do dia a dia em 2008 eu resolvi abrir o meu 1º negócio é quando ninguém falava de de empreendedorismo aqui no brasil antes de abrir seu primeiro negócio fazer um parente seu trabalhei numa outra corporação durante oito meses mas eu falei isso não é pra mim mesmo de jeito nenhum quero construir outras coisas

quer achar meu propósito quero buscar uma outra vida e aí é saindo dessa outra corporação eu resolvi empreender no meio desse processo chegou minha segunda filha porque ela chegou mesmo chegou um presente de deus é a gente estava no processo de adoção na fila e depois de dois anos e meio ela chegou foi uma é uma alegria muito grande você deve imaginar como isso deve ser não posso ficar falando muito senão vou me emocionar enfim e aí em 2008 abriu seu primeiro negócio virar empreendedora quando no brasil em prender ninguém sabia o que era pra

onde era e como fazia cometi todos os erros possíveis e imagináveis como empreendedora todos eu tenho uma lista posso fazer uma palestra de umas três horas sobre todos os erros que eu cometi e aí eu encontrei finalmente o meu propósito de vida porque eu vi que nos meus erros eu encontrei várias outras mulheres que também estavam empreendendo e empreendendo pelos mesmos motivos que eu estava empreendendo que era encontrar alguma coisa que eu gosto de fazer que tinha o propósito e que ao mesmo tempo eu conseguisse ser uma pessoa normal e consegui olhar para as minhas

filhas conseguir de vez em quando levar as minhas filhas na escola é passar os dias jantar com elas enfim ter uma convivência maior é hoje eu sou empreendedora eu tenho três negócios desde então mas a minha causa de vida é ajudar outros empreendedores e especialmente ajudar mulheres empreendedoras é isso que eu faço é isso que o que eu mais amo e porque eu amo ajudar mulheres empreendedoras é primeiro porque é meu propósito que eu sou empreendedora eu passei uma série de dificuldades e isso é muitas pessoas me abraçaram muitas pessoas me acolheram estiveram junto comigo

para me ajudar e hoje eu consigo é fazer isso por quase 200 mil mulheres no brasil inteiro que é o trabalho que a gente tem na rede mulher empreendedora e porque eu ajudo essas mulheres empreendedoras a porque é bonito porque é seu propósito porque você gosta de ajudar as pessoas também por isso mas eu ajudo mulheres empreendedoras porque essas mulheres quando elas têm micro e pequenos negócios quando elas são reconhecidas e quando elas têm a empresa delas dando certo sabe onde elas investem acham que elas investem roupa pra elas vocês acham que elas investem em

comprar coisas para elas elas investem nos filhos elas investem na família desculpa me emocionar elas investem na família e elas investem sociedade mulheres quando elas têm um negócio que dão certo elas investem na comunidade onde elas estão elas ajudam as pessoas elas ajudam os funcionários elas ajudam a comunidade delas a ser uma comunidade melhor ea conseguir fazer com que as pessoas andem com ela também de forma melhor mulheres ajudam a família estendida delas elas conseguem ajudar o pai a mãe o irmão e todo mundo para que consiga junto com ela e consiga trilhar o caminho

do sucesso junto com ela e por conta disso porque essas mulheres têm essa representatividade porque nós somos 52% da população mundial e detalhe né nós somos mãe da outra metade então vamos combinar que a gente tem o dom que a gente tem o poder e vamos combinar e aí sempre sempre me perguntam é uma pergunta muito frequente você acha que as mulheres podem dominar o mundo vocês acham que as mulheres podem dominar o mundo também eu também acho mas eu acredito mais ainda do que as mulheres podem dominar o mundo que as mulheres podem melhorar

o mundo eu acredito nisso fortemente quero que vocês acreditem nisso junto comigo também muito obrigada