Olá você está no biblio nosso canal de Literatura e eu sou milho villacqua professora Mestre Doutor em Literatura jornalista escritora o vídeo de hoje não é uma resenha Mas é uma breve aula sobre este livro de contos nós matamos o cão tinhoso do Luiz Bernardo Romana e por que que vai ser uma aula porque esse livro cai em muitas provas e muitos vestibulares cai inclusive na Fuvest Então nós vamos resumir Os Contos nós vamos analisar e nós vamos analisar não apenas o conteúdo mas também a narrativa é um vídeo mais longo dá muito trabalho fazer
para o YouTube uma aula condensada porque poderia ser uma aula de quatro horas mas você precisa todas essas informações que eu vou te passar então você precisa ficar até o final do vídeo para entender e ao final Eu ainda vou marcar com você os principais pontos para que você possa fazer uma boa prova se você gostar do vídeo eu lhe peço que você se inscreva no canal isso é muito importante para um canal de literatura num país que não lê né E também deixe seu like compartilhe com outras pessoas que você sabe que precisam desse
vídeo para fazer uma boa prova né não vamos ser egoísta achar que o outro sempre é um concorrente no vestibular né tem espaço para todo mundo principalmente se você é uma pessoa que estuda uma pessoa comprometida com a vida né vai fazer de prova mas com a carreira que você vai seguir Primeiro é preciso compreender a importância de um livro de literatura moçambicana para nós brasileiros muitos alunos me perguntam Mas por que que cai livro de literatura africana no vestibular bem eu já disse aqui em alguns vídeos e vou repetir a nossa literatura ela é
influenciada por outras literaturas né quando o Brasil foi descoberto nós tivemos uma grande influência das principais literaturas ocidentais a Francesa A inglesa E claro também a portuguesa já que nós fomos colonizados por portugueses mas junto com essas também a literatura africana pois o Brasil foi o país que recebeu o maior número de escravos africanos do mundo que não é nenhuma vantagem pelo contrário é uma vergonha né mas a influência africana que nós temos ela não está apenas na literatura Mas ela está em muitos aspectos da vida brasileira como religião culinária música cultura no geral e
na maneira Claro de ser e de agir do africano que ele emprestou para o brasileiro outra coisa que você tem que entender é o contexto nenhum escritor está fora de um determinado contexto ele vive em sociedade então esse contexto ou influencia e também claro a sua obra nós matamos o cão-tinhoso foi escrito e publicado em 1964 e o que estava acontecendo em Moçambique então naquela época mesmo estando em pleno século 20 né década de 60 o país continuava ser uma colônia de Portugal que é um absurdo né em pleno século 20 e os portugueses como
quaisquer colonizadores oprimiam os povos originais né E aí já um ponto em comum com o Brasil que também teve colonização portuguesa Então não é à toa a escolha desse livro né esse livro vai ter muita coisa em comum conosco também virtude da colonização portuguesa o autor o Luiz Bernardo Romana ele tinha apenas 22 anos quando Ele publicou o livro e ele fazia parte da frente de libertação de Moçambique frelimo frente de libertação de Moçambique como em qualquer regime totalitário né que não admite que se pense ao contrário o Romana Ele foi preso por três anos
por participar de manifestações contra a colonização portuguesa Esse vai ser o único livro que ele vai escrever de ficção pois ele vai ter uma trajetória política e nesse período que ele vai preso que ele tá ali começando o movimento então para a independência de uma Moçambique é que ele escreve nós matamos o cão teimoso o livro Ele é fininho Mas ele tem sete contos e mais um extra que normalmente não faz parte e sobre o qual eu não vou falar eu vou falar do 7 contos o primeiro ponto ele é o mais extenso e o
mais importante e é justamente aquele que se chama nós marcamos o cão tinhoso que vai lógico por ser mais importante dar título ao livro O Narrador deste conto é um menino chamado Ginho e vai ser pelo seu olhar que nós leitores vamos conhecer a história e por que que isso é importante é importante porque é um olhar infantil às vezes até ingênua então marca isso desse narrador ser uma criança e Ginho ele não era uma criança qualquer ele era um menino mais sensível observador que não jogava bem futebol e que muitas vezes por isso ele
era gozado pelos seus amigos da Malta e o que que é Malta né Malta é a expressão portuguesa para a turma então Toda vez que você ler Malta né traduza para turma o Ginho nos conta que havia na sua escola um cão e ele vai falar e repetir que esse cão que ele chama de tinhoso tinha olhos azuis e essa é uma referência importante os olhos azuis porque porque olhos azuis não era uma característica física né do Povo original de Moçambique mas de quem que era era do colonizador europeu o Ginho ele dizia que os
olhos do cão tinhoso eram grandes e metiam medo e ainda vai completar essa essa descrição né dizendo que o cão timoso tinha a pele velha cheia de pelos brancos cicatrizes e muitas feridas ou seja se você pegar a história do Povo português ele é um povo antigo um povo com muita cicatrizes e muitas feridas ninguém gostava desse cão porque ele era um cão feio o genus diz o autor né ele repete essa descrição mais de uma vez que é um recurso literário para chamar a nossa atenção enquanto leitor né porque que ele repete né você
vai falar poxa mas ele já falou isso ele tá chamando a nossa atenção para dizer que essa descrição é importante e mais mais uma vez essa descrição toda do cão tinhoso corresponde ao colonizador português e o que que significa tinhoso que é uma palavra que a gente não usa muito aqui no Brasil tinhoso é alguém que provoca repugnância mas também é alguém que é teimoso e insistente mais uma vez características da colonização portuguesa gianos conta que ninguém gostava do cão teimoso ninguém gostava de lhe fazer carinho por causa das feridas né Por causa da pele
com exceção de uma menina chamada Isaura E aí ele faz uma coisa muito interessante Porque ele disse que é Isaura não era uma criança comum ela não era inteligente e a professora dizia que ela não tinha tudo aqui dentro ou seja alguma coisa no cérebro na alguma coisa na cabeça e isso também é simbólico né como se só alguém com algum tipo de deficiência pudesse gostar do cão-tinhoso ou seja pudesse gostar do cão colonizador né do colonizador português se você é se apenas ou se um apenas um moçambicano que não pensasse direito é que poderia
gostar do português aquele que tinha alguma vantagem talvez com a colonização portuguesa um dia o administrador ali daquela região manda que o veterinário mate o cão Timor e o veterinário encarrega um empregado chamado senhor Duarte de matar que por sua vez não vai matar também encarrega os meninos da ma de matar o cão então mais uma vez isso é simbólico como se ninguém quisesse puxar para si esse trabalho então quem tem de agir são as crianças são os jovens são os meninos e eles vão Então correndo para suas casas e pegam uma arma isso nos
surpreende né nos causa algum estranhamento primeiro pela naturalidade como que se tem armas em casa e depois por eles serem crianças né então eram crianças portando armas para tirar no cachorro mais uma vez tem toda uma simbologia por trás disso são os mais jovens que tem a coragem de pegar em armas até uma discussão se eles não poderiam matar com remédios né o cachorro mas o autor ele quer me mostrar que em evolução né para expulsar um colonizador que tá lá tanto tempo às vezes é preciso pegar em armas os remédios já não fazem assim
tanto efeito e cabe ao Ginho que é o mais sensível do grupo O que talvez tivesse menos coragem a dar o primeiro tiro claro que isso é uma provocação do Kim que é o chefe ali da Malta que é o menino que lidera né o Ginho tipo Bia ele tem medo mais o que né que é o líder que eu já falei está o tempo todo o desafiando e para não parecer Covarde O Ginho Então fecha os olhos e atira no cachorro quando ele atira a gente ouve um grito e o Ginho fala mas parece
um grito humano e era mesmo era um grito das aura que não foi ferida né mas ela tinha seguido os meninos e ela gostava do cachorro Então ela ela tem até impedir que eles continuem atirando Então ela protege o cão com o seu próprio corpo mas os meninos vão lá e arrancam dali e todos os outros garotos então é todos eles atiram estraçalham né matam o cão teimoso então é um trabalho de equipe um dá o primeiro tiro mas depois todos os outros atiram Ainda há uma cena no final em que Ginho e o quinta
lá na escola e eles conversam sobre terem alguma coisa alguma culpa né Por ter matado o cão Mas eles conversam repetem que ninguém queria brincar com aquele cão teimoso e que eles só cumpriram ordens as ordens do Senhor Duarte E aí esquece e vão para sala de aula então mostrando que vida que segue então esse conto ele tem menos de 50 páginas né a todo uma narrativa camuflada isso escondida é evidentemente porque eram regime totalitário e havia a censura portuguesa então é uma história que usa um cachorro mas na verdade ela tá tratando da revolução
da luta pela independência de Moçambique que havia sido anexada ao império Português em 15005 né logo depois do Brasil foram séculos de dominação e a frente de libertação de Moçambique da qual o Luiz Bernardo nosso autor participava estava começando com as ações de guerrilha em 1964 né então é o mesmo ano do início dessas guerrilhas né com o ano da publicação do livro Poucos países isso é importante a gente fazer a relação tiveram uma Independência tranquila como foi a do Brasil né a nossa história ela é muito diferente pois O Herdeiro do Trono o português
é que declara a independência então não há Guerra Não há luta não há nada né porque o reino de Portugal não ia contra o seu herdeiro mas se você pensar A grande maioria dos países teve de pegar em armas para expulsar o colonizador exatamente como então acontece no conto por mais medo por mais dúvidas que o povo pudesse ter né E mesmo havendo entre o povo algumas isauras né é ou então alguns vinhos mais sensíveis que não tivessem muita coragem ainda assim era preciso lutar pela independência né e o autor ele quer isto mesmo ele
quer levantar essa consciência e mostrar que na maioria das vezes a única saída você se colonizador não vai embora é pegar em armas e expulsar tá então acho que esse é o painel do primeiro conto e acho que está bem claro para você se situar já o segundo conto chamado inventário de Imóveis e já sei é um conto curto de apenas cinco páginas e muito diferente porque é a descrição de uma casa de família por isso que é inventário ele vai inventariar os itens que tem na casa a narrativa é feita por um filho que
a gente imagina que seja uma criança mas isso não fica ali muito claro o conto começa durante a noite todos na casa estão dormindo menos o narrador né o narrador é tanto o primeiro como segundo contos foram narrados são narrados em primeira pessoa tá calor né nessa noite o pai ou papá como ele chama né como ele o chama não gosta de dormir com a porta ou a janela do quarto aberta então o quarto tá muito abafado porque ali dormem cinco pessoas aí ele começa nos contar também que no outro quarto dorme a mãe com
as irmãs o narrador né ele vai descrevendo a casa em que ele mora e obviamente é uma casa que a gente percebe que é uma casa pobre o que como é que a gente percebe isso ele vai falando pela falta de espaço né cinco pessoas dormindo no mesmo quarto pelos colchões de palha pela escassez dos móveis e ele diz ainda que nem cabem todos na mesa de jantar então isso claro é uma casa de gente pobre não é uma casa de Regente rica né são muitas pessoas fica claro em uma casa pequena agora o que
nos surpreende e o que é diferente é que embaixo da cama do narrador a caixa de livros A livros e embaixo da cama do seu papá também a livros e no corredor Ele disse que há uma estante com cinco prateleiras cheias de livros e o que que é o livro nesse inventário o livre é aquilo que abre a nossa cabeça né é aquilo que nos faz enxergar em um determinado momento como se não fosse muito importante falando assim meio ampação de passagem mesmo ele tá falando de cortinas é como se ele deixasse escapar ele disse
que o pai foi preso anteriormente porque não sabemos isso não é explicado Mas a gente pode fazer uma ligação entre os livros e a prisão e imaginar que ali naquela casa talvez houvesse um rebelde né ou um rebelde que por ter sido preso foi abafado e ele termina falando das revistas que a mãe coloca na sala de visita né a revista muito diferente do livro é um entretenimento e o pai acha que aquelas revistas uma porcaria e aí ele completa esse narrador abre aspas é por isso que não tenho assim tanta vontade de sair da
cama embora não tenha sono nenhum Ah então fecha aspas A então gente um desânimo anunciado Como Se não valesse levantar da cama Como Se não valesse a pena em meio aquela pobreza fazer qualquer movimento para mudar uma situação perceba que móveis e imóveis São coisas que não se movimentam né o nome já diz Imóveis então da mesma maneira que o povo moçambicano e o narrador também Estavam estavam Imóveis aceitando a colonização portuguesa vamos lá agora vamos para o terceiro conto o terceiro conto chama-se Dina e passa-se em uma plantação que eles chamam lá em Moçambique
de machamba e tem um idoso que lá eles chamam por madala na língua local e esse 12 esse madala trabalha na machamba o conto começa com idoso com muita dor nas costas e no rins com o dorso nu e tá um grande calor um sol imenso né e ele não tá aguentando mais ficar curvado sobre o milho ele tá catando milho né Então tá doendo muito mas ele não ousa endireitar as costas porque ele tá com ele tem medo do Capataz O Capataz Branco português apesar de já ter suado Dina que que é isso o
horário do almoço não é o nome de gente é o horário almoço o Capataz ainda não havia mandado que eles parassem de trabalhar e uma Dalla que é o idoso apesar da dor vacinante não usava sequer parar por conta própria nesses nesses momentos de agonia ali de dor uma Dala percebe como ele já tá velho para o trabalho na machamba quando por fim o Capataz da ordem para eles poderem almoçar alguém o avisa que a sua filha Maria está ali uma Dalla estranha né e a filha diz que ele ela tinha apenas apenas e do
vê-lo os homens da do trabalho né os colegas ali olham para Maria percorrendo as suas formas sobre o tecido que ele cobre o corpo que é chamado de capulano esse tecido Seu pai sabe que dízimo que trabalha com ele gosta da Maria mas como a Maria dorme com muitos homens ninguém quer casar com ela então né Isso já começa a nos situar ali Quem é a Maria a Maria insiste para o pai ir almoçar enquanto ela fica lá num canto perto do celeiro esperando por ele mas madala vê que de longe o capital o Capataz
se aproxima da Maria e os dois começam então a conversar por fim os dois entram na machamba o dimo o dízimo pergunta para madala se quer que ele faça alguma coisa né para impedir porque os dois estão indo ali todo mundo sabe o que que vai acontecer mais uma bala ele não responde logo depois então eles vem o catata ali e a Maria desaparecerem na machamba né sendo encoberto pelos pés de milho e nós sabemos que então o Capataz ali ele força um pouco Maria não quer muito mais ela acaba cedendo o Capataz tem relações
sexuais com a Maria os homens do Acampamento acham aquilo um horror ele se reúnem em torno de madala como se esperassem uma ordem do Idoso para reagir mais madala não faz nada ele engole em seco enquanto ele aperta com raiva uma raiva surda que ele ou muda né que ele não demonstra ele é amassa uma planta imaginária em suas mãos mais ou menos como ele tava fazendo lá no milho pegando as plantas ele amassa uma planta imaginária quando o Capataz e a Maria voltam ela conta que o Capataz que uma bala era seu pai o
Capataz não sabia ele fica todo atrapalhado ele diz que ele não sabia Ele quer dar ali algum dinheiro para uma bala para recompensar mas diante do imobilismo do madala ele diz que então o Dina acabou né o horário do almoço acabou e que todos devem voltar ao trabalho só que ninguém se mexe então para nós leitores parece por um instante que finalmente aqueles trabalhadores que são tão oprimidos todo dia trabalhando de só a Sol eles vão ter coragem e vão reagir Contra esse homem branco que os oprime fica ali um silêncio o Capataz oferece vinho
amadala uma bala olha para garrafa ninguém sabe o que que ele vai fazer mas ele pega a garrafa e ele bebe Aquele vinho escorre Então nesse momento a todo um silêncio que é um silêncio de derrota né E todos voltam ao trabalho e conto Termina Esse conto é diferente dos dois primeiros porque ele é narrado em terceira pessoa e por quê Porque é um narrador onisciente aquele narrador que tudo vê tudo escuta tudo sabe e ele precisa ser esse narrador onisciente para ele ver tanto a relação sexual da marido Capataz quanta vergonha e a humilhação
de madala esse narrador ele vê a submissão do Povo moçambicano ao Capataz branco que tem o poder e o dinheiro então ele vê ali que não há luta nem pela sua honra o povo é um povo cansado vamos ao quarto conto que chama-se a velhota e esse conto ele começa com um jovem sendo espancado ele foi ali parece que expulso de um bar era tipo um bar loja que podia comprar mantimentos também e ele tá ali caído no chão um pouco bêbado não dá para se ter certeza mas ele diz que ele era um elemento
estranho ridículo exótico e sei lá mais o quê então a gente imagina que ele estava num bar numa loja de branco né E porque o branco acha o africano exótico Aos olhos do português o original ali de Moçambique era exótico depois ele disse que ele não conseguiu bater no tipo com quem ele brigou porque abre aspas ele era todos os outros e exatamente como isso é que ele me bateu ou seja ele não apanhou de um único indivíduo literalmente pode ter sido um mais simbolicamente Ele apanhou de todos os dominadores que justamente por serem dominadores
justamente por saberem que eles têm ali uma rede de apoio de poder ele se achavam no direito de bater no povo original de Moçambique né então esse rapaz Pensa que é melhor ir para casa ver a velhota e os Miúdos Quem era velhota a velha era sua mãe e os Miúdos eram os seus irmãos pequenos que ele dizia serem muito muito barulhentos há um trecho que eu gosto né que eu acho bonito sensível e que ele diz e precisava ir para casa para encher os ouvidos de berros os olhos de miséria e a consciência de
arroz com carinho de amendoim então o carinho de amendoim é uma comida de pobre né de quem não tem dinheiro e de novo a uma clara alusão a desesperança que reinava naquela vida né então ele precisava ir para casa para enxergar e sentir tudo isso de novo ele chega em casa a velhota ali que a sua mãe está servindo as crianças que estão brigando por um pedaço de carne um irmão tira só tem um pedaço para cada um irmão tira a carne do Pedaço do prato da irmã Ele pergunta para mãe se ela vai comer
ele desculpa velho outra pergunta ela insiste querendo saber se ele vai comer ele fica bravo porque que ela tá insistindo tanto e aí ela meio envergonhada né Ela disse que é porque só havia sobrado na panela o coco o que que era o coco o coco é aquele arroz que fica grudado queimado no fundo da panela que normalmente as pessoas não comem E aí então ele pergunta para mãe se só tem o coco né o que ela vai comer mas ela diz que ela não tem fome e ele percebe que então não deve ter mais
qualquer comida na casa ela ainda oferece ali para fazer um chá para tapear o estômago dele mas ele disse que ele não quer e ele fica emocionado E abraça mãe ela é estranha porque ele não costuma fazer isso né E aí então ela pergunta para ele se ele apanhou-se os portugueses Bateram nele ela não diz os portugueses ela pergunta se eles Bateram nele ao que ele responde que eles destruíram tudo Eles roubaram o que mais uma vez então é uma menção ao colonizador português né o colonizador ele rouba a terra ele rouba os bens a
mãe quer que ele conte o que aconteceu os irmãos escutam para que ele Conte mas ele pensa que não deveria ser ele a destruir nos pequenos nos Miúdos o que quer que fosse uma esperança uma ilusão e que a seu tempo alguém se encarregaria de colocar os Miúdos em raiva quando os irmãos vão dormir Ele conta então para velhota para mãe que Ele apanhou e de como seus algozes o fazem com que ele se sinta tão pequenininho ele é a mãe ficam abraçados e a velhota só consegue dizer para terminar o conto meu filho e
é lindo gente esse contra é muito muito bonito o quinto conto chama-se Papa cobra e eu e de novo o narrador é em primeira pessoa é uma criança e é justamente o Ginho do primeiro conta aquele que dá o primeiro tiro no cão tinoso ele mora com a família em uma pequena propriedade e nessa propriedade entra uma cobra na capoeira que que é capoeira você tem que saber é uma espécie de galinheiro e essa cobra ela está matando as galinhas a mãe fala para o pai precisa fazer alguma coisa então o pai diz que vai
arrumar alguém para matar a cobra mas quando o pai sai para trabalhar e a mãe vai fazer uma visita ou seja os dois saem de casa o Ginho ele volta a capoeira porque ele ficou curioso ele quer ver a cobra o seu irmão menor chamado mandito ele não sabe nada da cobra mas ele segue né aquela coisa de irmão menor que segue o irmão maior E aí quando ele tá lá na capoeira junto com ginha que ele fica sabendo que é uma cobra ele morre de medo ele quer ir embora mas o Ginho não quer
sair junto com ele ele tem medo de sair sozinho então ficamos dois lá olhando a cobra e então o Ginho tá olhando e o outro tá olhando e morrendo morrendo de medo que também é simbólico estão os dois ali bem quietinhos no galinheiro talvez a gente pensando né o que fazer contra aquela cobra que mata as galinhas da sua família né É olhando né que que ele vai fazer o que que ele vai deixar de fazer E aí também pode ser uma alusão ao colonizador português porque porque a cobra ela entra na casa sem ser
convidada ela é Traiçoeira ela se instala e mata a galinha ou seja tira o alimento da mesa né seja do pobre seja do dono da casa né então é isso que o português fez em Moçambique Ele entrou se instalou e pegou as riquezas de Moçambique então tão os dois ali entra o totó que é o cachorro da família e junto o lobo que é o cachorro do vizinho português chamado senhor Castro percebam a simbologia dos nomes dos cachorros Totó é um nome completamente inofensivo carinhoso afetivo mais Lobo já é aquele que ataca que ele quer
feroz né então ele é o cachorro do português então nisso olhando eles os cachorros latindo a cobra dá um bote morde o lobo o lobo sai correndo Então tá também o irmão ali o também o pequenininho sai correndo e o Gil corre para chamar alguém tem um trabalhador ali e os dois matam a cobra logo depois disso o senhor Castro está aciona o carro ali chegou o pai e a mãe mas também o senhor Castro ali tudo mais ou menos junto e ele disse que ele sabe que o cachorro dele o lobo chegou em casa
e morreu e que as pessoas falaram que ele saiu da casa deles então o lobo era um cachorro perdigueiro um lobo um cachorro caro e ele quer então uma indenização o pai de gene era pobre não tinha dinheiro ele bobo se ele qualquer coisa mas o português não quer nem saber o pai fica com muita raiva mas humilde ali na frente do português não faz nada na hora do jantar ele Reza e isso o menino diz que é uma coisa que o pai faz toda vez que ele tem raiva e o Ginho Pergunta para o
pai se ele acredita em Deus e o pai responde que sim que tende a ver uma esperança a qual Esperança ele tá se referindo obviamente a esperança de deixarem de ser dominados pelos portugueses tá então é para isso que ele está rezando E aí se ele paga se ele não paga Nós não sabemos o que vai acontecer isso também não é importante o sexto ponto chama-se as mãos dos pretos e é um conto bem curtinho é um menino querendo saber porque a Palma das mãos dos Pretos são brancas e ele vai perguntando e cada um
com quem ele conversa lhe dá uma explicação diferente né uma uma explicação mais esquisita e sem sentido do que a outra inventa-se um monte de coisa para Palma da Mão do negro ser branca mas aí ele vai e pergunta para mãe e ela disse uma coisa muito bonita ela disse que Deus fez pretos porque tinha desfazer mas que ele se arrependeu de ter feito porque outros homens Riam deles e os levava m para casa para trabalhar como escravos isso é bem legal né gente Deus Se arrependendo de ver como negro sofria como Deus não podia
transformar a todos em brancos fez com que somente as mãos se tornassem brancas assim tudo que qualquer um fizesse ou negro ou branco teria sido feito por mãos iguais O que é uma clara alusão então ao racismo né porque não era só uma colonização de branco sobre branco mas era de branco sobre negro e é uma chamada de atenção que tanto brancos ou negros ou pretos quem preferir são todos iguais O que determina o caráter de uma pessoa não é a sua cor mas seus atos O que suas mãos fazem por fim o sétimo e
último conto chama-se inguitimo e o que que é inguitimo é o vento que vem do Sul um vento forte e esse conto conta a história do vírgula 8 um rapaz que apesar de trabalhar na machamba do Rodrigues que é o dono da loja do bar ali tinha sua própria machamba e onde ficava machamba dele do outro lado do rio em um local que ainda não se não tinha sido transformado em reserva indígena né e os portugueses não ligavam muito ainda para aquela terra não se interessavam muito então vírgula 8 e com outros pequenos proprietários tinham
a sua machamba ali o vírgula 8 de forma Inocente né ali no bar do Rodrigues pessoa contar de sua lavoura e de como ele iria ganhar tanto dinheiro com ela e ainda fez uma coisa bem arriscada que Ele previu que quando o Igor e Timo chegasse né as marchas grandes Elas seriam destruídas pela fúria do vento mas a dele e a dos seus vizinhos elas eram protegidas pelas árvores né então o vento não provocaria tantos danos como naquelas machambas grandes que não tinham essa proteção das Árvores um amigo dele tentou precavelo para ele parar ali
de falar e porque os portugueses poderiam não gostar dele ganhar tanto dinheiro mas o vírgula 8 ingênuo né achou que ele tava fazendo tudo certo que era só pagar os impostos né para os portugueses que os portugueses não iriam se importar entretanto o Rodrigues que é o dono do bar ele Alerta o administrador né dessa dessa machamba do vírgula 8 dizendo que era um desperdício uma terra Tão rica ficar com os pretos Enquanto isso o vírgula 8 né tá lá na sua propriedadezinha ele fica feliz com a colheita ele faz planos de se casar quando
a colheita terminar com uma jovem chamada nitice né n após fidea-se né se escreve Mas de repente todos esses sonhos Dele são desfeitos os portugueses chegam para requerer a sua terra ele não se conforma com aquilo ele enfrenta os portugueses e ali é ele mata alguns tem um que consegue fugir vai até a loja do Rodrigues e o Rodrigo chama mais homens então para empreender e matar 1,8 ao ouvir isso o narrador que tá no bar jogando baralho né ele se incomoda consigo próprio e ele se pergunta como ele podia ficar matando rola né que
matando um tipo de passarinho e jogando sete e meio enquanto tantas coisas em volta dele estavam acontecendo ele se levanta decidido e diz que aquilo tinha de mudar então termina o sétimo conto e termina o livro né E por que que ele termina assim o livro acaba mostrando claramente que não era mais possível aceitar passivamente toda a exploração do colonizador português lembra que eu falei no início 64 quando livra escrito publicado é quando eles começam a partir para guerreira enfrentar o português então ele mostra que neste conto que era chegada a hora e que aquilo
tinha de mudar aquela situação não podia mais ser suportada isso são os todos os contos Eu já fui analisando com você agora vamos aquilo que é fundamental ao livro todo o livro todo então tem um único tema que é a colonização portuguesa e a opressão do povo moçambicano e cada conto vai explorar uma faceta dessa exploração seja através da pobreza da prostituição das mulheres da submissão dos homens sejam eles jovens 8 horas do medo de enfrentar o poder da necessidade de pegar em armas para combater o português do racismo do português branco contra o moçambicano
negro fala também da falta de Esperança ao lado da fé é muito é um contraste a falta de esperança do lado da fé que acredita que algum tipo algum dia esse povo tão Manso tão passivo vai se rebelar e por fim né a tomada de consciência que é preciso fazer algo para expulsar o português sair do imobilismo que é próprio de móveis né cadeiras etc eu esqueci de dizer uma coisa importante que esse vento o inquitimo ele também ia simbólico porque o vento que tava faltando para varrer o português de terras moçambicana foi por isso
que ele dá título ao último conto né do livro apesar disso estar muito claro Principalmente agora que eu analisei conta conto com você tá muito claro nas Entrelinhas a um cuidado do autor em Não Dizer explicitamente por causa da censura portuguesa Mas isso não vai adiantar muito porque ele vai ser preso e vai ficar preso de 1964 a 1967 esse livro se tornou um Marco na literatura moçambicana né era uma tomada de consciência a forma de narrar contribui para a apreensão da mensagem ou seja a gente pega mensagem que o autor quer passar e utilizar
de narradores em primeira pessoa toda vez que narração é em primeira pessoa a gente sente as coisas a gente acompanha junto então é uma narrativa mais intimista e principalmente por esse narrador ser em crianças e jovens se você pensar são justamente os jovens que em qualquer lugar do mundo tem coragem em se rebelar contra regimes autoritários os mais velhos normalmente ou tem medo ou estão acomodados demais para sair lutando contra um regime totalitário não é uma narrativa Clara explícita por causa da censura como eu já falei mas ela é de metáforas de elipses né que
é quando a gente some com alguma elemento da narrativa e talvez né como ele sabe que ele teve que usar todos esses recursos para não passar despercebido ao leitor ele usa a repetição então ele usa repetição para trechos importantes para chamar a nossa atenção então você tem que saber isso é ele usa alguns recursos narrativos para esconder como metáfora e elipse mas ele usa outros para nos chamar atenção como a repetição então quando você for ler não estranha a repetição ele tá falando para você presta atenção nisso isso é importante Outro ponto forte da narrativa
é que apesar de ter sido o livro escrito em português que é a língua oficial de Moçambique o autor usa termos de várias tribos diferentes deixando claro que todas as tribos né são Moçambique E aí você tem de ler porque tem sempre uma nota de rodapé falando daquele termo e da tribo ou da língua aquele pertence a frase da revolução moçambicana que ficou famosa diz o seguinte é preciso matar a tribo para nascer a nação Ou seja a revolução ela pregava não apenas a expulsão do português mas a criação de uma identidade nacional todas as
tribos sob uma única Bandeira não é um livro longo não é difícil com esse vídeo que você acabou de assistir você é capaz de fazer uma leitura mais atenta mas se ficar Qualquer dúvida me escreva que eu vou ter um enorme prazer em responder se você quiser ler essa resenha ela está no meu site www.br as terças-feiras nesse mesmo site eu publico as minhas crônicas minhas crônicas são a minha visão de mundo que se você quiser conhecer eu vou ficar muito feliz até o próximo post compartilhe esse vídeo e nas vés do vestibular tornem assistir
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