bem hoje e o nosso tema nessa eh Na continuidade então da das dos nossos encontros é Hegel e a razão dialética como justificadora do drama histórico tudo que é real é racional tudo que é racional é real uma identificação portanto entre realidade e razão a experiência da realidade é racional e a razão é a experiência da realidade na sua efetivação então o Devir é real porque ele é racional né e o racional é o que há de mais real afinal de contas filosofia do temu como lebreton era o grande quando eu digo o presente faz
sentido né a atualidade faz sentido merece ser né Eh algo sobre o que eu o filósofo reflita né É porque essa atualidade veio a ser se constituiu de maneira racional de maneira determinada né então há uma frase né que o Hegel H uma uma palavra que o Hegel gosta muito de utilizar né E que é Encarnação e no sentido mesmo religioso no sentido Cristão né ou seja o que acontece no fenômeno da Encarnação do ponto de vista teológico não é você não tem mais a distinção entre Deus e homem você tem um homem Deus e
um Deus feito homem nãoé então a Encarnação é Deus que torna-se homem sem deixar de ser Deus e um homem que é é homem é humano sofre eh tudo que é humano sem deixar de ser Deus então isso é a Encarnação e o Hegel acha que não é por acaso que no Cristian ISM eh isso ocorreu porque trata--se de mostrar como se eh esse fenômeno né da da teologia Cristã estudado pela teologia Cristã eh quisesse nos indicar justamente eh o Em que consiste o Devir e em que consiste a história né consiste no quê eh
consiste em que os fatos encarnam a razão Hum então eh essa eh frase do Hegel muito radical nãoé Muito muitos talvez Acharam a exacerbada e até de certo ponto de vista perigoso perigosa né os fatos sempre encarnam ao Não há como não ser porque o real é racional o racional é real então não há fato real que não traga em si né a sua determinação eh racional desde que nós eh vejamos esses fatos como eh realidades que vão se constituindo né ao longo de um processo eh histórico né Eh dotado de eh dotado de racionalidade
eh Então eu acho que eh podemos eh entender isso aqui de uma maneira resumida eh me valendo de um trecho de um comentador do Hegel que eu coloquei aí na bibliografia que foi distribuída vocês né E que é o Bernard bourjois o livro dele chama-se Hegel os atos do espírito tá aí na nossa na biografia que eu distribuí para vocês agora a pouco né Eh e ele diz o seguinte eu cito porque é uma espécie de resumo né daquilo que nós falamos até agora ele diz o seguinte então é possível apreender e explorar praticamente o
sentido do presente percebendo neste aquilo pelo qual ele é um momento do sentido Total ou absoluto a atualidade do presente se oferece ao olhar preenchido pelo Espírito Universal pelo Espírito Divino providencial ou pelo Espírito do mundo propriamente dito né né então Eh o que ele tá dizendo aqui é o seguinte eh qual é o sentido da Encarnação a religião nos trouxe o sentido da Encarnação mas a religião ela é um saber prévio à filosofia né a arte a religião depois a filosofia a arte e a religião antecipam a filosofia mas a filosofia que realiza o
saber então quando a religião me traz o fenômeno da Encarnação ela tá indicando aquilo que a filosofia vai realizar que é os fatos encarnando a razão quer dizer essa mesma eh relação que se dá entre o homem e Deus se dá entre os fatos e a razão porque Como diz aqui o Hegel ele usa essa expressão eh né Eh o espírito Divino providencial o espírito absoluto quer dizer a razão na totalidade do seu significado e da sua realização né muitos diriam eh Deus eh eh dessacralizada ou ou a razão né elevada ao Divino né mas
enfim um mundo o mundo Laico em que o papel de Deus é desempenhado agora pela razão com esse poder né inclusive com esse poder de fazer com que os fatos a encarem e a manifestem né Assim como um homem né Um Ser humano manifestou Deus quer dizer manifestou absoluto né então também agora os fatos eh do ponto de vista filosófico manifestam né a a a razão que é soberana é o único Absoluto em que doravante se pode aceitar se é verdade que nós superamos a religião né então agora a razão é o único absoluto que
eu posso eh aceitar né então Eh veja bem eh o momento do presente eh ele deve ser percebido como um momento do absoluto então o sentido do presente tá inserido num sentido total por qu o presente está inserido na totalidade então quando eu vio o presente e me interesso por ele é Nesse sentido porque senão eu dou ao presente uma dimensão que o isola do tempo e o isola da história então o Hegel eh percebe bem isso a supervalorização do presente não é uma atitude histórica é a pessoa se comportar como se o presente a
sua vida a sua época aquele dia fossem absolutos quando não é aquilo tudo é passageiro é histórico então o sentido Global está na história na própria passagem no próprio devis então quando eu me interesso pelo pelo momento presente eu me interesso por tudo isso e portanto vejo tenho que ver como o presente se constitui e como ele vai deixando de ser para que a totalidade né vá se constituindo como ele é um momento da totalidade né E como a diferença do presente eh o sentido que ele possa ter na sua singularidade né Eh deve ser
reconhecida mas reconhecido como um momento da totalidade isso é eh algo difícil não é Ou seja eh como podemos entender que a história é feita de diferenças cada momento tem a sua singularidade cada época tem o seu perfil eh essas diferenças fazem a história né Eh nos fazem perceber a história caminhando né mas ao mesmo tempo a percepção dessas diferenças não deve me segar para a totalidade não é em que essas diferenças acabarão por se integrar no absoluto no espírito absoluto ou naquilo que alguns leitores de Hegel chamam de o fim da história né Eh
então é uma eh eu digo que é difícil porque é uma relação eminentemente dialética nãoé em que os opostos têm que se relacionar e a diferença eh tem que aparecer também como manifestação de uma identidade isso é dialético né a tensão dos opostos manifestando o real e não uma coisa só escolher Ou isso ou aquilo não é então diferença e igualdade né diferença e identidade diferença produzida na história mas também essa totalidade igual a si mesma que é o absoluto né as duas coisas lá estão então quando diz os fatos encarnam a razão ele quer
dizer os fatos o o mais corriqueiro dos fatos desde que ele seja real e histórico de alguma forma ele manifesta a razão manifesta que se manifesta a totalidade porque ele não tem sentido senão ali dentro daquele plano né de realização então ele é diferente de um outro fato e ele é diferente da totalidade mas ao mesmo tempo ele a manifesta né e ele a manifesta dessa forma nesse sentido eh dialeticamente dialeticamente quer dizer manifesta-se no próprio momento em que se opõe manifesta alguma coisa no próprio momento em que se opõe aquilo que assim que é
é a dialética a relação de opostos né não uma relação de Harmonia uma relação de opostos Então o que o o Real se manifesta por via da oposição por via da da dessa dessa contradição né Eh então Eh Ou seja eh a o pensamento de Hegel exige um tipo de racionalidade que permite reconhecer os vínculos entre os elementos opostos quer dizer as tensões constitutivas da realidade né Eh e principalmente esse aqui que nós citamos agora o vínculo entre a diferença e a identidade para nós completamente opostos mas dialeticamente relacionados né Eh de um lado eu
não posso dizer que os momentos as experiências do presente são apenas relativos eh e não são nada diante do todo só fazem sentido em relação ao todo muita gente interpreta o regel assim não é eh verdadeiro quer dizer eh ele há muitas frases de Hegel em que a impressão é que a totalidade impera de tal maneira que os fatos as particularidades as singularidades somem Não não são nada né não é bem assim porque a totalidade é construída através dessa singularidade né mas o Hegel eh tem frases que por uma certa ambiguidade eh levam a isso
e principalmente levam a interpretar como um desprezo da enquanto sofrimento e constituição de infelicidade né porque tudo vai acabar no absoluto Então por mais que se sofra né Por mais que que as contradições sejam dolorosas porque elas são históricas então elas doem não é apenas uma coisa lógica não só questão de lógica né é questão de experiência histórica eh ainda assim o absoluto aparece no horizonte como síntese e conciliação né e o Hegel tem uma frase que muitos interpretam nesse sentido de um certo desprezo pela eh pelo sofrimento concreto né Ele diz o seguinte eh
as feridas do Espírito se fecham sem deixar cicatriz né ou seja tudo aquilo pelo que a humanidade passa Se a humanidade é o espírito na realização na direção da autorrealização Absoluta de si mesmo então o que acontece com todas as feridas que vão acontecendo pelo meio do caminho se fecham e no não deixa a cicatriz Então mas não é como se não fosse nada né é que é próprio do Espírito a superação dessas situações de contradição e de dor né na nessa direção que o Hegel insiste eh é digamos assim a sua herança clássica né
o absoluto tem ainda que ser posto né como meta eh da filosofia meta do saber e até mesmo meta da experiência eh histórica Então para que a gente possa compreender isso é preciso entender o modo pelo qual as contradições devem ser pensadas E essas oposições aqui eh devem ser eh eh devem obedecer essas duas exigências nãoé quer dizer eh a necessidade racional um um certo encadeamento racional e as diferenças que fazem as singularidades e portanto nesse sentido também a a a as dores pelas quais a humanidade passa e que são irredutíveis e insubstituíveis não é
eh no no como experiência vivida né então como manter essa conciliação a exigência do Universal em que tudo está cicatrizado curado eh conciliado e ao mesmo tempo essas diferenças que onde a ferida do espírito aflora manifesta né e a humanidade então percorre uma via de Sofrimento de contradição e etc como conciliar como pensar essas duas coisas ao mesmo tempo para isso seria preciso eh pensar de modo profundamente dialético há quem acha que nós ainda não chegamos nisso quer dizer depois de Hegel depois de Marx ainda não se constituiu um pensamento dialético porque em nós a
força da Razão analítica é tão forte que nós acabamos reduzindo o que seria o pensamento dialético há algo que acaba sendo eh análise unil linearidade porque isso é muito forte na nossa nossos hábitos mentais né Eh então Eh por isso que nós ficamos perplexos diante dessas dessas exigências Opostas compensá-las só dialeticamente Mas será que conseguimos Né verdade pensar verdadeiramente de modo dialético né a quem diga por exemplo que o Marxismo principalmente na sua fase Ortodoxa né esteve muito longe de pensar dialeticamente aplicava os esquemas de causa e efeito como faria por exemplo um cant nesse
sentido não era muito diferente então ah a eh Quando eu digo por exemplo que a consciência é Reflexo das condições objetivas da realidade eu tô dizendo que as condições objetivas da realidade são causa da consciência bom um filósofo do século XVII não diria coisa diferente se ele tivesse que se expressar sobre esse assunto não é então a dificuldade de pensar dialeticamente é que talvez eh esteja eh aí nessa eh nessas dificuldades todas né Eh a a maneira pela qual nós ainda não conseguimos não teríamos conseguido superar né o ã o os hábitos de pensamento analítico
e portanto eh aquilo que está no núcleo do pensamento do Hegel ainda estaria por se realizar porque não não se conseguiu pensar nem ele mesmo nem o próprio heg teria conseguido levar a dialética não é a sua eh radicalidade Então nesse sentido eh vendo os fatos através dessa dup a singularidade que faz a diferença deles e a universalidade na qual eles estão inseridos eh eu focalizo o presente o presente é o meu tempo singular mas esse meu tempo singular tá inserido numa universalidade que vai desembocar no absoluto eh então eh a atualidade se define dessa
forma os fatos encarnam a razão quer dizer eh os elementos constituintes da história né a dimensão social a dimensão política a ética a economia a organização do Estado a relação entre estado e sociedade Constituição de sociedade civil o indivíduo tudo aquilo que a gente possa pensar né como componente eh da experiência histórica tudo isso deve ser compreendido ao mesmo tempo na dimensão das ocorrências singulares quer dizer na diferença em que isso é vivido o indivíduo por exemplo o indivíduo é aquele que vive a sua diferença né A Experiência dele a experiência individual a experiência da
diferença que eu faço né como indivíduo e ao mesmo tempo eh momento do Devir racional da totalidade eu indivíduo o que que eu sou o momento do Estado O que é o estado momento do d realização do Devid do absoluto e assim por diante eh então Eh tudo isso eh eh são problemas né que devem ser pensados e resolvidos eh que se põe para o Hegel mas que de certa forma também eh se põe para eh para nós não é quer dizer eh o mundo contemporâneo eh coloca essas exigências né Eh da particularidade da universalidade
do indivíduo da totalidade da Liberdade da necessidade da multiplicidade da unidade tudo tá aí nãoé Eh como que esperando para ser pensado de maneira conjunta mas sem redução de um ao outro como eh fazer isso nãoé bom eh a resposta é ao mesmo tempo simples e e complicadíssima e isso é dialética né agora como pensar dialeticamente aí já entramos né numa outra grande dificuldade então Eh porque o o esse autor que eu que eu citei aí na biografia de vocês o Bernar bjir ele diz o seguinte eh as coisas se realizam de maneira conjunta e
antinômica quer dizer as coisas estão juntas mas se opõe uma a outra isso é que é dialética as coisas estão relacionadas mas de que modo por oposição não por complementariedade né Por oposição então tão juntas mas se opõe então Eh entender essa eh esse modo pelo qual os fatos estão juntos se associam mas ao mesmo tempo se opõe as coisas estão juntas mas se opõe uma a outra isso é que é dialética as coisas estão relacionadas mas de que modo por Oposição não por complementariedade né Por oposição então tão juntas mas se opõe então Eh
entender essa eh esse modo pelo qual os fatos estão juntos se associam mas ao mesmo tempo se opõe né isso que seria necessário para entender como eh o Universal eh se expressa no particular e como particular de alguma forma eh manifesta né o esse eh esse Universal então Eh agora uma coisa que nos aproxima também da crítica que vamos fazer depois ao Hegel eh do ponto de vista dessa dessa determinação racional da história que é muito poderosa né é a seguinte eh essas determinações Racionais eh elas talvez não atinjam eh o pormenor dos fatos empíricos
na sua diversidade na sua riqueza digamos assim né na sua complexidade e na sua eh multiplicidade né quer dizer o o Hegel tá preocupado com o Universal não é então ele acha que todos os fatos são são determinados de forma Universal podemos concordar com isso agora a questão é a a pergunta seguinte seria essa Como como é que cada fato na sua singularidade empírica é determinado pelo Universal mostre isso na no plano dos fatos né porque isso sim é a realização da dialética né Universal que é o oposto do particular está conjugado com ele como
não é então isso heg não não não não encontramos na filosofia da história do Hegel porque aí há um desequilíbrio para a afirmação das determinações Racionais dos Fatos e esta tese os fatos encarnam a razão portanto eles são universalmente determinados Mas isso fica ainda longe de uma eh um mergulho né nos fatos de tal maneira que a questão e da relação entre o Universal e o singular se realize né ã muito bem achada essa questão eh de que há uma relação de Encarnação nãoé porque quando nós falamos em Encarnação nós falamos eh de uma dialética
entre a união íntima e a separação absoluta que é o caso do homem em Deus é o caso da Encarnação no sentido do Cristo mesmo né É o que há de mais íntimo e ao mesmo tempo mais oposto Hum e e isso então é um um excelente e achado porque eh quando eu digo que a a relação entre o Universal e o singular se dá dessa maneira eu estou realmente preservando né a diferença do singular e a força do Universal não tô reduzindo um ao outro uma coisa por exemplo é dizer que eh o particular
se subordina ao geral não é eh como todos os números subordinam a série aritmética dos números né E aí o que que eu faço eu igualo tudo né E fica simples fazer a relação né uma relação puramente lógica mas quando eu digo que tudo aquilo que se relaciona com o Universal se relaciona pela mediação da sua própria singularidade singularidade de cada um aí fica muito difícil né entender eh como essa relação acontece e no entanto é isso que tem que ser entendido não é porque a exper histórica não é re não quer aplainar a experiência
histórica e dizer que tudo se equivale ou então não tem expressão nenhuma os fatos os indivíduos nada tem expressão é tudo válido é tudo real né justamente então é preciso que a singularidade e a universalidade se conjuguem dessa forma por isso que a Encarnação né é um termo forte que quer dizer isso então a partir dessa dessa dificuldade é que nós podemos apanhar um pouco a o que nos interessa e que depois vamos eh voltar a isso de uma maneira mais crítica né que é a exploração que o Hegel faz da modernidade né Eh Ou
seja eh como compreender a modernidade por via dessas determinações Racionais mas também por via das singularidades e das Diferenças que são muito forte porque a modernidade é a época do indivíduo Então como o indivíduo a singularidade afirmada até o extremo pode se conjugar com o império do Universal né e o o Hegel eh não é e não pode ser muito claro esse respeito mesmo né Eh e ele sofreu então críticas nesse sentido eh já o o que quear no século X né Eh filósofo de da marqus já criticava o reo nesse sentido quer dizer eh
qual é a realidade o que é real quando você olha para o mundo o que você vê como real né você vê coisas particulares indivíduos singulares isso que é o Real Quando você vai desses indivíduos particulares singulares diferenciados para e um Universal você você passa da realidade para o conceito né Então kgar acha que o Hegel ele realiza uma espécie de eh perversão filosófica aquilo que todo filósofo bem ou mal acaba por fazer né Eh que é eh eh reificar o conceito quer dizer inverter as posições né o indivíduo é real mas o Universal também
é real ou mais real até né então quear is absurdo porque você você destitui a realidade né Eh da sua condição em prol daquilo que é o conceito quer dizer você confunde lógica com realidade né E aí então você o que faz você reifica você não tem mais meio de separar nãoé a a singularidade individual eh daquilo que é o conceito que te permite compreendê-la e o afã o desespero de compreender né leva a essa eh eh esse privilégio do conceito porque a realidade individual na sua singularidade Talvez seja irredutível a algo mais do que
ela esse Então essa é a questão será o indivíduo compatível com alguma coisa que sendo mais do que ele possa englobá-la ou o indivíduo deve sempre ser compreendido na sua singularidade e sempre que sairmos dessa singularidade Vamos pro artifício vamos para alguma coisa que é o conceito eh que é uma uma estratégia eh racional mas que o Kirk chega próximo de chamar de ideológico né porque a a é a razão produzindo estratégias né para pôr-se a si mesma nas suas categorias né lógicas como algo mais importante do que o Real que ela deveria compreender Então
ela tem eh no afã de compreender a realidade ela acaba o que vem acontecendo né viria acontecendo des do cant né Eh voltando-se mais para si mesma que no entanto é o meio de compreender do que para as coisas para a realidade que seria o fim que seria a finalidade não é por isso essa exacerbação do conceito do Universal eh ou do pensamento categorial né então não não sei se é essa crítica quando dirigida a o Hegel ela é inteiramente justa mas o o o Kirk gar eh tem essa crítica ela é famosa e muito
repetida exatamente por conta disso né Eh quando você eh você não compreende o indivíduo colocando num sistema né você eh compreende o indivíduo nele mesmo né quer dizer você não compreende eh uma realidade eh dando a ela um conceito não é eh não posso deixar de contar a vocês só para eh um intervalinho eh de gracejo é uma uma coisa que um médico me disse uma vez que eu fui eu tava com uma problema meio complicado e ninguém acertava os médicos não acertavam e havia então nomes para isso é isso e aquilo não sei o
que e tal síndrome disso síndrome daquilo aí eu fui lá e disse ele falou assim então o que que os médicos têm dito eu falei é isso síndrome disso síndrome daquilo paraná paraná Aí ele disse assim você você faz filosofia você é professor de Filosofia eu falei sou ele disse você sabe o que que os médicos e os filósofos têm em comum eu falei não quando eles não sabem o que é alguma coisa dão um nome então é eh o o k gegar tá fazendo um pouco essa acusação ao ao ao Hegel não é a
impossibilidade de compreender a singularidade faz com que ele dê a ela um nome geral e com isso é essa aparente abrangência eh da a ilusão de compreender como se compreender fosse conter alguma coisa em outra não compreender é considerar o singular na sua singularidade não englobá-la em outra coisa misturá-lo com outra coisa diluir justamente né O que ele teria de eh individual eh então Eh o que nós vamos eh quando abordarmos o bodeler o que isso vai nos servir eh para eh mostrar que a extraordinária complexidade eh manifestada pela Inter interdependência entre o indivíduo e
as condições objetivas na época moderna né quer dizer qual é eh a relação de extraordinária complexidade que desafia mesmo a razão não é que faz com que a subjetividade moderna eh esteja em relação porque tem que estar com a as condições objetivas históricas que fazem a a modernidade né ou seja e o que é que faz com que a sensibilidade de baudel à modernidade seja um tipo de compreensão dessa modernidade eh e o que que nós precisamos fazer para colocar esta eh sensibilidade subjetiva não como uma coisa isolada ou até por vezes se faz até
patológica mas relacionada com condições objetivas a eh eh responde a história né O Sat tem uma frase que é muito significativa ele diz a única maneira de responder à exigências que nos estão feitas pela história é desenvolver uma neurose então todos nós desenvolvemos um projeto neurótico de existência não é e o que diferencia são os perfis desses projetos neuróticos porque a a a a inserção da subjetividade na universalidade histórica eh a partir das condições em que o indivíduo é engendrado só pode ser neurótica né Então você começa com as diversas usinas de neurose né primeiro
vem a família depois vem a escola depois vem o trabalho então a as diversas fábricas de neurose né vão Então produzindo a inserção que portanto só pode ser neurótica né mas não não não adianta nada dizer é neurótico é preciso explicitar compreender né esse projeto neurótico que é de cada indivíduo e ao mesmo tempo é alguma coisa que a modernidade produziu em todos né Eh então isso é muito importante eh pra gente levar em conta essa crítica que faz o o o o Kirk gar né é o indivíduo o indivíduo é real é ele que
conta é ele que tem que ser compreendido né Eh Quando nós formos entender de que maneira a sensibilidade bana ela é um tipo de contato de compreensão nãoé dessa eh de interpretação né dessa eh realidade moderna quer dizer eh nós dizemos a realidade em que baudel viveu mas também podemos dizer e e conjuntamente a realidade que Ele viveu né não a realidade em que Ele viveu a realidade que Ele viveu e é isso que o o vai nos ensinar eh esse outro livro que eu citei aí que nós vamos usar posteriormente que é o livro
do do Marshall Berman tudo que é sólido se desmancha no ar não é onde justamente ele ele mostra que ou nós apreendemos a modernidade eh através dessa fusão né do do do subjetivo eh e do histó que é uma forma de realizar a fusão entre o singular e o Universal né ou então nós não aprendemos se mantivermos a separação perdemos aquilo que é o mais e importante né quer dizer a fusão da subjetividade individual com as condições objetivas de uma época né por isso que há quem diga como S que essa relação é sempre neurótica
né Aí cabe né verificar se é isso mesmo então algumas perguntas que a gente já pode fazer visando o nosso desenvolvimento próxima aula ainda vamos falar do Marx nesse sentido mais ainda de uma da reflexão filosófica que se debruça sobre a modernidade né mas já tendo em vista essas perguntas a serem respondidas posteriormente né quer dizer qual é o alcance de uma compreensão racional que é ao mesmo tempo uma jus né quer dizer a a a filosofia na sua história e e ela tem um eh algo que aparece de forma muito nítida há uma fusão
entre conhecer e justificar né na filosofia clássica isso é muito claro né conhecer o mundo é justificá-lo né então o lnes por exemplo é exemplar e disse esse mundo que nós conhecemos se o conhecermos Bem veremos que não há melhor possível não haveria melhor possível então conhecer é justificar né Agora a de que modo a aplicação da razão a es conhecimento justificador eh aprende a realidade ou deixa escapar muita coisa ou até falseia né a realidade quer dizer eh ou se por exemplo o que o Hegel faz através das determinações Gerais da razão né na
no entendimento da Gênese das singularidades não seria por exemplo eh não não incorreria por exemplo no risco de atingir digamos assim a forma da vida moderna nas suas determinações Gerais mas deixar escapar as nuances de conteúdo de eh de experiência no sentido mais eh forte da palavra né que é justamente aquilo que eh o bodeler procura apreender contornando a perspectiva racionalista né através eh de uma uma eh de uma apercepção sensível né do mundo mais do que eh de uma determinação eh racional né quer dizer eh utilizando uma uma distinção que o Benjamim eh fez
né Eh muitas vezes a experiência que é já a vida refletida eh deixa escapar ou oculta a vivência que é o modo imediato de relacionamento né então seria preciso compor uma atitude nãoé tal que essa o conteúdo vivencial de uma subjetividade singular aquele sujeito que vive né ou que aquilo que os fenômenos chamam de vivido algo muito nãoé dentro da esfera da subjetividade esse indivído Claro ele pode transformar numa experiência maior uma coisa mais refletida na direção do Universal né Mas será que nesse processo não se perderia algo de característico né desse contato eh desse
conteúdo vivencial portanto eh singular Que por ventura não seriam totalmente redutíveis à determinações Gerais de ordem racional né então Eh em suma né O que a gente vai tentar compreender é se numa perspectiva por exemplo a hegeliana se ela eh fosse correta se ela for correta eh nós teríamos a possibilidade de compreender racionalmente a sensibilidade moderna isso que na Esfera do bordel a gente chama de sensibilidade moderna O que é isso re eu diria algo a ser compreendido algo a ser integrado nas determinações Racionais será Então essa é a pergunta né Será que isso é
integrável é redutível né na as determinações Racionais ou isso constitui uma outra maneira de estabelecer contato eh com as coisas né então se existe isso que os os estudiosos chamam de sensibilidade moderna né E que nós vimos na aula passada o Foucault chamar de atitude moderna atitude de modernidade né eh e a primeira questão a ser vista é se a o o uma perspectiva racionalista dá conta dessa sensibilidade se a integra né no universo de racionalidade ou se é preciso manter uma certa distância entre a compreensão racional e a compreensão sensível não é do eh
do mundo moderno né então eh essas perguntas eh vão nos guiar na na nas nossas próximas aulas e a próxima que vai completar esse essa eh introdução eh que Visa mais uma eh constituir uma situação filosófica do do olhar a modernidade né que nós vamos então falar um pouco do Marx eh notadamente no do manifesto né Manifesto Comunista eh e usar bastante eu vou usar bastante a interpretação que é dada pelo Marshall Berman da dessa eh posição do Marx diante da modernidade né que o o esse autor mar Berman acha que é uma coisa que
foi eh deixada um pouco de lado né pelos estudiosos Eh Ou seja a compreensão que o Marx tem da modernidade num sentido muito amplo né quer dizer não só uma compreensão no sentido de exlar a modernidade como sendo a a exploração do homem pelo homem mas de compreendê-la na sua necessidade né quer dizer hegelian M nas determinações que levam a esse estado contraditório né l