[Música] [Música] [Música] Olá pessoal estamos iniciando Mais uma aula com a expectativa de ser mais um momento de enriquecimento e fortalecimento de uma formação docente numa perspectiva contra-hegemônica para quem está chegando chame mais o pessoal eu me chamo janed Dalva gondinho leciona as disciplinas de teoria da Educação no curso de licenciatura em artes visuais da Universidade Federal do Vale do São Francisco então um alô aí meus estudantes desde Petrolina eh Pernambuco Juazeiro na Bahia eh hoje estou apresentando eh a aula 10 pedagogia eh crítico social dos conteúdos proferida pelo Nobre colega de luta o professor
José Carlos Libânio agradecemos a participação dos cursistas e dos que se dedicam à educação emancipadora Bom dia aí a todos vão chamando o pessoal eh compartilhando aí o link paraa Nossa participação de mais uma aula escrevam aí no chat o nome o curso a cidade de onde vocês estão assistindo a aula e mais uma vez obrigada pela presença Obrigada pelo o os comentários Então bom dia aí a sui Cordeiro bérgamo falando desde Santa Maria de Jetibá no Espírito Santo agradecemos também aí a participação e um bom dia paraa Conceição Mendonça de São Luís do Maranhão
tá sempre aqui presente com a gente nton Pinheiro de Carvalho de Palmas no Tocantins André Sueli Alcantra Gomes e de Aracaju no Sergipe bom dia bom dia Bruna também do Rio de Janeiro não esqueçam né de assinar aqui o canal e a compartilhar o esse vídeo pra gente ter o maior alcance então Bom dia Sandra também de Macapá lá no Amapá eh Bom dia Marcele de Manaus Amazonas do programa de pós-graduação em educação Bom dia a todos mesmo Sônia de a do Polo UAB de da da Universidade Federal de Santa Maria bom dia bom dia
chegam mais chegam mais né eh Hoje a aula tá imperdível como todas as aulas desse curso né bom dia Luciana Coelho do curso de pedagogia L Unirio Rio Bonito e interior do Rio de Janeiro sej todos todos bem-vindas né e tajci no Maceió eita cidade maravilhosa lá em Alagoas conheço muito bem Sandra Tony dandel e de Santa Lúcia o Paraná também aqui bom dia e e Cacau Nicolau de São Paulo Bom dia Claudineia Soares né bom dia também André Wagner do Campos de Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos O fisc então mais uma vez
aqui aos pesquisadores de pedagogia e da rede nacional então mais uma vez só lembrando aqui né de curtir esse vídeo e para que possamos Aumentar o nosso alcance né de visualização do material que né tem uma equipe muito comprometida paraa elaboração desse material e ser compartilhada aí com vocês eh nas escolas né Compartilhar com os colegas das eh nos cursos nas jornadas pedagógicas nas secretarias de educação então Eh Bom dia Mário graça e a saudações é o f horário porque ele está lá de Angola Província de ambo município de bailundo no centro sul de Angola
de Angola um abraço Mário uma honra também tê-lo aqui assim como os colegas de Angola que vem participando eh regularmente dos cursos eh eh disponibilizado aqui pelo sted BR né então bom dia a Roberto Leão também do da UnB né do do Avante do grupo avante Então temos aí mais um né Campos Itajaí no Instituto Federal de Santa Catarina dur lei muito muito mais uma um abraço aí eh fraterno do grupo Cairo que é um dos nossos parceiros Santa Maria lá no Rio Grande do Sul então estamos aqui né lá de Amapá Macapá a Santa
Maria no Rio Grande do Sul eh um abraço também a Lara Lucas do programa de pós-graduação em geografia de da Universidade Federal de Alfenas né Unifal Minas Gerais e Pernambuco aqui Cupira helenivaldo também um abraço bom dia a todos eh Celso Luiz de Santa Catarina e sempre lembrando né vão chamando aí o pessoal para Compartilhar esse vídeo para assistir essa aula imperdível né que estamos sempre organizando aqui para vocês um abraço aí a Poliana de Miracema de Tocantins da Universidade Federal de Tocantins um abraço Nossa colega aí do companheira do do máo nosso colega também
então nós temos aqui eh sempre lembrando para quem não não esquecer eh reforçando né pra gente eh se inscrever no canal assinar né que é só uma bagatela de um cafezinho de 19,9 conforme afirma o nosso professor zeso né uma mensalidade eh para contribuir né na na visualização do canal do sted BR e impulsionar a projeção dos nossos conteúdos então mais uma vez aí só reforçando de inscrever nós tivemos aí uma inscrição hoje bem cedinho às 7:25 da Marisa fez essa inscrição já colaborando com o nosso com a a o o engajamento aqui da visualização
do do canal e da produção dos dos conteúdos né ah lembrando também eh aos que nos acompanham que você pode enviar as perguntas da aula a posteriore né que as de hoje já foram enviadas e o professor já recebeu pelo pelo formulário permanente né que tá disponível no site doed BR então só repetindo vamos ali né Aí se inscrever no canal um valorzinho aí de 1,99 que é o cafezinho eh bem aquela um pingado né Eh conforme a gente sempre fala aqui Todas as quintas contribuir aqui com o canal e também curtir compartilhar e fazer
o maior grupo né de alcance desse de acesso a esse conteúdo eh mais uma um inscrito aí o Artur Vinícius também o nosso mais novo membro né de assinantes e inscritos do nosso canal então de imediato já solicito aí que chame nossos colegas para acompanhar aqui os nossos recadinhos ah sempre né Lembrando que todo o material do curso está aqui no no site do sted BR é só clicar nessa nesse Ban e você vai ter a informação do cronograma das aulas anteriores da aula agora indicação das leituras as aulas gravadas também então sempre outros cursos
né que o sted BR também organiza então curto o o o site assine compartilhe eh também né esquecendo aí que falta um mês quase um mês paraa nossa jornada do stad BR lá em Fortaleza de 11 a 14 de novembro um abraço à professora clar que tá lá aí o pessoal todinho da organização empenhado em em trazer um melhor evento para todos nós né Eh tanto a Universidade Federal do Ceará como Estadual do Ceará também Lembrando aqui o eh colóquio nacional e o colóquio internacional do museu pedagógico de 6 a 8 de Novembro uma semanaz
inha antes do da jornada né que acontece lá na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia wesb então mais uma vez Relembrando a participação aí uma inscrição de ouvinte e não esquecendo também o sexto encontro de São Paulo da rede AST que foi comentado na aula anterior eh pelo professor então com o título né tarefas associativas e sindicais no combate ao neoliberalismo Educacional e solidariedade Ativa ao povo palestino pelo fim imediato mediato ao extermínio humano na faixa de gás Jordânia eh que vai acontecer no comecinho de Dezembro né 11 12 13 e e também eh colaborando
aqui com a divulgação do livro coletânia né que é um e-book que vai est disponibilizado aí por um link eh lembrando aí que esse livro eh intitulado eh ciência educação e lutas de classe desafios e perspectiva de resistência organizado pelas professoras Luciara Berton Luciana C Coutinho e Régis Reis da Silva e é um livro né organizado em decorrência da realização em 2022 do eh 14 colóquio Nacional do colóquio internacional do museu pedagógico do segundo seminário nacional e segundo internacional em parceria com stad br né da Unicamp que ocorreu em Vitória da conqu a coletânia é
composta por 20 textos que refletem e trazem né questionamentos acerca da sociedade contemporânea nas suas diversas áreas seja no do ponto de vista político Educacional social e cultural então não percam e acompanhe aí eh no chat a disponibilização do link que são 20 textos que contam que refletem né traz esses questionamentos justamente num período eh que precede as eleições e que decorre todo um uma análise de conjuntura e por fim né não esquecendo também mais uma a oportunidade de leitura o dossier eh do aniversário do livro escola e democracia contribuições e novos desafios também disponibilizada
aí no link para vocês também terem acesso como eu sempre lembro né daqueles que estão começando a estudar pedagogia histórico crítica ou as perspectivas críticas de educação é importante eh fazer as leituras e questionamentos mas também eh se reunir para o estudo né nas escolas com as os as reuniões de planejamento eh que são organizados fazer grupo também de de de impulsionar esse material aqui e as leituras que a gente sempre indica bem né pessoal então não posso eh ficar natural né não vou figir costume que a aula de hoje traz muito muita emoção do
ponto de vista de quem é formador de professores quem se formou eh lendo esses textos né então é é é muita emoção então eh não tenho como não dizer professor que estou em júbilo né é uma imensa honra em poder apresentar mediar essa aula aqui no dia de hoje então como é de pra né vou fazer aquela apresentação que todo mundo pode conhecer lá no lats só para situar que é um é uma síntese do quanto de coisas que o professor vem trabalhando ou atuando né Eh de forma muito eh insistente né dessa formação de
uma educação crítica então o professor eh José Carlos Libano prazer uma honra tê-lo muito prazer professora e estamos aqui né o professor graduado em filosofia pela pontífica Universidade Católica de São Paulo ó já tô até embargando a voz mestrada em filosofia da educação doutorado em filosofia da história da educação pela pontífica Universidade Católica de São Paulo pós-doutorado pela Universidade vadoli na Espanha Professor titular da Universidade Federal de Goiás e atualmente é professor titular da pontífica Universidade Católica de Goiás atuando no programa de pós-graduação em educação na linha de pesquisa teorias da educação e processos pedagógicos
coordena o grupo de pesquisa do CNPQ teorias e processos educacionais é membro do Conselho editorial das seguintes revistas olhar de professor da Estadual de Ponta Grossa revista de estudos universitários de Sorocaba eh educativa da PCA Goiás espaço pedagógico eh interface comunicação saúde e educação parecerista da revista brasileira de educação e revista brasileira de estudos pedagógicos pesquisa e escreve sobre os seguintes temas teoria da educação teoria históric cultural didática formação de professores ensino e aprendizagem políticas públicas para escola organização e gestão da escola eh bolista de produtividade CNPQ nível 2 membro do GT didática da amped
Associação Nacional de pesquisa e pós-graduação em educação fundador e membro do centro de estudos sobre didática e práticas de ensino ceped fundador e secretário da Associação Nacional de didática e práticas de ensino Andi e membro da comissão organizadora dos encontros estaduais didática e práticas de Ensino em dipe Muito obrigado Mais uma vez professor e a palavra é sua Ok Muitíssimo obrigado professora um abraço a você que bom tá estarmos aqui juntos e aqui tô estou em Goiânia e com uma com chuva né tô eh invejando vocês um pouco né porque aqui tava muito calor e
hoje tá tá uma temperatura muito agradável obrigado professora e bom dia e a minha saudação inicial a todos os participantes né dessa disciplina e tenho eh eh um prazer imenso estar aqui com vocês nesta manhã e minha saudação especial ao aos professores da da Educação Básica né que estão aí na linha de frente né da luta né Por uma escola humanizante emancipatória e democrática eu sei que que os os colegas que nos ouvem fazem parte de várias instituições de muitos lugares em âmbito nacional uma saudação aos colegas de Angola e e e talvez Moçambique não
é onde Eu já estive algumas vezes trabalhando lá com os professores né e quer dizer esse este este essa atividade mostra uma dimensão muito consistente né da atuação desse desse poderoso grupo de estudos que é a o stad BR eu quero cumprimentar muito especialmente os colegas eh do stbr pela iniciativa dessas aulas e eu nomei especialmente o presado amigo professor zeso incansável pesquisador e militante e e também agradeço ao professor Ribamar as orientações muito seguras que me deu não é paraa realização eh desta aula e cumprimento a a professora Jan Dalva e que fará aqui
a mediação Obrigado professora mais uma vez espero que essa atividade atinja os seus objetivos né E que possamos fazer um bom trabalho nesta manhã Sei que Sei que vocês tem tido uma sequência de aulas excelentes não não poderia ser de outra forma né e eu quero agradecer aos a organizadores eh deste muito oportuno programa de Formação eh que é o eh eh o convite né para falar da pedagogia crítico social dos conteúdos né ao lado de outras propostas de pedagogia crítica eh ela faz parte ou fez parte de um esforço coletivo de educadores num momento
muito especial e da educação brasileira não é eh porque ela ela teve início ela ela aconteceu eh nos anos finais da ditadura militar eh que nos anos iniciais do dos anos eh eh 1980 né e e e considero esse programa de estudos uma atividade de de grande alcance acadêmico e obviamente de alcance político né que é a recuperação das pedagogias contra-hegemônicas eh e elas sem dúvida fazem parte de uma bela história de proposições e de pedagogias críticas eh especialmente eh voltadas para os setores empobrecidos da da sociedade brasileira né eu me sinto eh realmente privilegiado
em ter sido lembrado eh pelos colegas do sted BR para compor as aulas desta disciplina eu vou utilizar eh o tempo da minha exposição para abordar quatro tópicos o primeiro o o contexto histórico do surgimento da da pedagogia crítica social dos conteúdos o segundo os fundamentos teóricos e práticos da dessa pedagogia o terceiro a eh que eu tô chamando da eh eh eh pedagog eh pedagogia críticos J dos conteúdos a didática desenvolvimental e o quarto eu gostaria de est trazendo o a a minha grande aposta não é eh sugerida a aos educadores brasileiros que eu
estou chamando de escola socialmente justa eh eu pedi a vocês lerem eh eh dois textos eh recentes não é um de 2020 e outro de 2022 eh que são textos que trazem eh a minha a minha o meu estudo eh eh digamos mais recente né digamos assim a a pedagogia crítica social dos conteúdos digamos atualizada né no eh neste neste momento né também para vocês lerem uma entrevista eh publicada na revista uten lá da Universidade Federal de Uberlândia onde eu detalho bastante né o o a minha trajetória eh eh de de de de de pesquisador
e apresento também eh princípios e básicos de eh eh um pouco da história então da minha trajetória eh eh de pesquisador né sobre esse tema né eu eh eh eh não houve possibilidade de de introduzir um um livro um Um Capítulo deste livro né Eh didática crítica no Brasil que eu teria muito gosto que vocês depois lessem não é mas este este esse capítulo deste livro faz uma síntese eh desse caminho que eu vou relatar agora né que é precisamente eh da didática crítico social a didática para o desenvolvimento humano eh Vocês são muito estudiosos
estão são certamente interessados e E então podem eh ter acesso a esse livro né vocês aliás podem adquirir esse livro acho que que um um bom desconto lá na livraria Cortez né que teve a gentileza de de de conceder descontos aí eh eh aos participantes desse evento bem vou falar iniciar o nosso trabalho aqui hoje e que eu estou fazendo com muito prazer né eu vou iniciar falando do contexto histórico do surgimento da da da da pedagogia crítica social dos conteúdos eh eu vou me permitir e antes de dessa contextualização e histórica eh eu eu
queria falar um pouquinho da minha própria trajetória pessoal né Eh eu situo a o o o surgimento dessa proposta pedagógica em 1983 né quando foi publicado o o o meu artigo tendências pedagógicas na prática esc na revista da and Associação Nacional de Educação sei que muitos dos que me ouvem principalmente osos os e as mais jovens né não saberão o que que o que que foi a and mas eu falarei disso bastante daqui a pouco né uma menção extremamente importante então na entrevista que eu indiquei para vocês lerem eh eh eu conto muito eu eu
conto com detalhes a minha trajetória pessoal acadêmica e e profissional e que tem a ver com o surgimento da da pedagogia crítica social dos conteúdos eu considero muito importante a a contextualização de uma obra A contextualização de um movimento né quer dizer a a história de um de um autor de um pesquisador né seerc né na sua obra no seu trabalho e a minha eu diria que repercute diretamente né Eh então Eh eu a minha trajetória na educação tá ligada à minha formação escolar na juventude e também com a minha origem familiar eu fiz o
ginásio e o curso colegial eh Há muitos anos né numa no no num seminário católico e e uma instituição voltada paraa formação de sacerdotes né a formação de sacerdotes tem tudo a ver com magistério e e magistério tem a ver com professor né qu dizer eh magí do latim né E era muito comum na na preleção que os pades faziam aos seminaristas eh a lembrança daquela parte do evangelho que muitos de vocês saberão né que Jesus atribuía aos Apóstolos a missão de evangelizar ide e ensinai a todos os povos e eh quer dizer quando eu
saí do seminário eu continuei o curso de Filosofia já iniciado num seminário maior e na na PUC de São Paulo né e mas o meu percurso profissional eh estava traçado né eu seria um professor né e e e eu nem posso dizer que eu escolhi a docência né como profissão ela veio que como que naturalmente né na na na minha na minha na minha formação né Eh assim mas o meu desino eh eh profissional tem a ver também com a minha origem familiar eh e com a minha com a minha infância né eu nasc uma
família de lavradores no no interior do Estado de São Paulo né meus pais eram quase analfabetos viviam na roça e num quadro de de muita privação e e havia um fator muito forte que era eh eh eh eh uma cultura eh eh baseado numa economia pré-capitalista e fortemente lastrada na religião quer dizer esses fatos eh marcaram mita minha infância e e e foram reforçados no seminário e marcaram certamente a minha visão de sociedade de escola e toda a minha luta pela valorização da escola especialmente para o segmento pobre eh da sociedade isso tem muito a
ver então Eh com com com o que eu chamo da da minha militância eh na escola pública né bem eh eu eh fui diretor de escola durante 12 anos eer diz eu e eu tive uma essa formação escolar né que que que eu tive na minha juventude eh foi uma formação eh muito eh consistente e eu passei pela pedagogia gestica foram 9 anos em que eu pude vivenciar a a a pia jesuítica quer dizer a pedagogia tradicional católica quando eu eu terminei a minha graduação eu eu fui trabalhar numa escola experimental muito conhecida em São
Paulo que se chamava grupo grupo escolar ginásio experimental da Lapa é uma referência importante para tudo que eu vou dizer mais adiante nessa escola tinha como uma de suas funções eh fazer pesquisa de práticas inovadoras do ensino e tinha uma orientação explicitamente escola novista e nós como era uma escola experimental uma escola que vinculava o trabalho e à pesquisa havia Momentos de estudo sobre concepções e métodos da escola nova por exemplo dey Rogers eh também Montessori e a época já tínhamos os escritos eh de Paulo Freire não é quer dizer eh eh eu Eh quero
adiantar que eu tive esse privilégio de de durante 9 anos vivenciar a pedagogia tradicional vivenciar o encarnar essa pedagogia tradicional e depois esses esses anos eh de de da da de de trabalho como diretor de uma escola experimental em São São Paulo que era um grupo muito grande era um GR Eram quatro quatro escolas não é que que que que desenvolviam esse trabalho e e e enfim isso teve um impacto muito forte né Eh na Constituição do meu modo de pensar do meu modo de de trabalhar em 1973 a convite da Secretaria de Educação de
Goiás né Eh eh 6 anos depois não é de que eu era de que eu estava como diretor de escola eu vim trabalhar em Goiânia para fundar e dirigir um centro de formação de professores né e me mudei para Goiânia né e TRS anos depois eu fiz o concurso para professor da Federal de Goiás e fiz esse concurso mas a minha alegria de ser professor universitário durou pouco eh nem sequer 4 meses né Eh e em entre 1976 e 1980 eu fui eu fui afastado da da da Universidade Federal e da secretaria de educação após
meus direitos políticos caçados pelo regime militar eu havia tido uma militância muito grande na minha graduação eh lá lá na PUC de São Paulo não é eu era militante de uma organização política chamada ação popular e havia relatórios né do eh eh no dops de São Paulo e e e não é e e não é sni o serviço Nacional de informações né então eu tenho esse registro esse registro eh eh que que que que que eu gosto muito de contar não é que é o fato de eu ter sido por 6 anos eh eh punido
pelo regime militar né E aí sem possibilidade de ter emprego público eu acabei fundando com colegas de uma escola particular aqui em Goiânia né chamada que se chamou Colégio vocacional ele não existe mais Onde eu pus em prática tudo o que havia aprendido nessa escola experimental de São Paulo somando 6 anos de São Paulo e 6 anos aqui em Goiânia eu foram 12 anos de diretor de escola né Aí fui beneficiado pela anistia política em em 1979 retornei à Federal e a onde continuei por vários anos na graduação e pós-graduação e onde me aposentei não
é e e e e e hoje sou professor da PUC aqui de Goiás né e nesse meio de tempo eu fiz o mestrado doutorado também na PUC de São Paulo e e enfim o que eu quero resgatar colegas professoras professores dessas lembranças é que o eu tive o privilégio de passar né por duas vivências pedagógicas eh quase Opostas né Eh que eu que como eu estava mencionando né e e e mais tarde quando eu ingressei no no mestrado e e por indicação de de Demerval eu li o livro Pedagogia Progressista de George Snider em que
ele expunha brilhantemente as bases da educação tradicional e da educação nova e conclui com uma a proposta de síntese e de superação dialética entre a pedagogia tradicional e a pedagogia nova e que ele chamou de uma pedagogia de esquerda evidentemente Isso foi uma forte inspiração né pro meu trabalho que que que se seguiu né E então o mestrado na PUC foi a oportunidade de buscar fundamentos teóricos para essa síntese e formei um Forte Desejo de aprofundamento de estudos n visão sistematizar uma pedagogia crítica Com base no Marxismo né e e e boa parte do meu
conhecimento de Marxismo e E especialmente do método da reflexão dialética com saviani e Otávio an nas aulas lá na PUC né e mas eu tive também eh professores clássicos né professores clássicos da pedagogia marxista eh como sodos Eh bogdan sodi Maria manacorda jorges nider Bernard Charlot e e também um livro que que desde Essa época me orientava que é o livro dos do do do do do Vasques né bem Foi aí que começou a pedagogia crítica social dos conteúdos e era o ano de 1981 ainda na ditadura militar né lá na PUC eu defendi minha
dissertação de Mestrado em 1983 e a tese de Mestrado em 1990 eu quero então Depois deste deste relato não é eh da minha trajetória pessoal da minha trajetória acadêmica eu quero falar um pouquinho o que eu acho importante da do do do contexto histórico eh especialmente no campo da educação nesse início dos anos 1980 que é precisamente a década em que ocorre não é o surgimento da da da da pedagogia crítica social do conteúdos da pedagogia crítica da teoria curricular crítica e tudo e outras orientações né nesse período a Vida Universitária esve muito ligada a
a importantes acontecimentos políticos eh atenuação da ditadura militar o restabelecimento de direitos políticos e da liberdade de expressão não é em 1900 1979 foi assinada Lei da Anistia né e o anúncio da abertura política a movimentação de associações sindicatos e movimentos eh eh sociais eh tudo isso impulsionando o movimento pela redemocratização do país e por e e por conquistas eh sociais após esses tristes anos né da da ditadura militar no final da década de 1970 e início de 1980 ocorreu no campo da educação um reavivamento do debate eh eh sobre a realidade Educacional eh nosso
país e que resultou eh numa aposta eh eh no interesse dos educadores pela revalorização da escola pública tanto no âmbito das políticas educacionais como das práticas pedagógicas né de maneira que ganhou espaço na área da Educação a defesa da função da escola eh como eh socializadora do conhecimento historicamente produzido e especialmente do direito de todos ao acesso e permanência numa escola de qualidade social e pedagógica a história desse direito eh vocês conhecem e é e é é uma história bastante atribulada não é até chegarmos ao aos di aos dias de hoje não é mas eh
eh nesse momento havia esse investimento forte né no campo eh da educação eh eh eh eh entre os educadores né E aí que nesse período deu-se a a reorganização e a a mobilização no campo Educacional como a criação de três entidades extremamente importantes né Eh neste processo a Associação Nacional de pós-graduação e pesquisa Ed a Associação Nacional de Educação a and e e o Centro de Estudos e e educação e sociedade né que que que publica a revista que vocês conhecem educação e sociedade essas associações né que representavam segmentos de de educadores tiveram um papel
decisivo na democratização e desenvolvimento da educação brasileira né e e papel esse que que que naquele momento culminou com a realização da Primeira conferência Brasileira de educação AC cbe que foi um evento histórico e que que nenhum nenhum pesquisador de história da educação pode ignorar não é nesse evento foram caminhadas discussões teóricas e e estratégias de reconstrução da educação brasileira e principalmente a a retomada não é eh do significado social e político da escola pública e a sua função social e política eh no que se refere a a a a aos setores sociais majoritários da
população então nessa cbe e nas décadas seguintes ocorreu o fortalecimento das teorias sociocríticas não é da educação e essas mais clássicas como como a pedagogia crítica do sos conteúdos a pedagogia histórico-crítica a pedagogia a pedagogia Libertadora e e e e as de cunho que eu vou chamar aqui neoc críticas como a teoria curricular crítica eh a a a a a teoria da ação comunicativa inspirada em habermas a educação intercultural eh mais tarde a teoria da complexidade de de mohan entre outras essas teorias por um lado reforçaram a crítica ao tecnicismo e e de certo modo
as teorias crítico-reprodutivistas né que que haviam sido apontadas eh por saviani eh eh na sua produção né Mas por outro lado eh essas teorias eh eh trouxeram diferentes visões Acerca das finalidades educativas da escola eh os objetivos de funções da escola pública e que de certa forma eh eh eh formou um dissenso em torno dessas finalidades educativas né e do meu na minha avaliação dificultando ações conjuntas do coletivo de educadores em torno de um projeto de educação pública não é eh quer dizer e e eu acho que esse descenso hoje se ampliou eh eh substantivamente
né Eh se ampliou e eu vejo como desafio a nós educadores né como é que nós podemos buscar um uma uma pauta básica em torno da escola pública não é eh mesmo com base nesse descenso né da do da da área em relação a a respostas a essa pergunta para que servem as escolas né Vocês sabem muito bem que há uma infinidade de respostas a essa pergunta vamos voltar aqui a aquelas aquelas três entidades que eu mencionava né o os o a amped o sedes né Eh e a and mas eu queria falar especialmente da
da da and né que se chama Associação Nacional de Educação eh da qual eu fui eh integrante ativo eh desde o início do mestrado na PUC e 1981 não é e eu eu tenho uma um um um um orgulho muito grande de de ter participado desta Associação Olha só cada uma dessas associações criadas no final da década de 70 teve eh eh cada uma no seu no seu âmbito de atuação um importante papel na reorganização do Campo né Eh mas a and teve um papel peculiar e decisivo na luta por um ideal de escola pública
a and foi criada em 1979 for um grupo de professores e estudantes eh eh a maior parte deles ligados a ao programa de pós-graduação da PUC tendo à frente Demerval saviani e e e e ela foi criada com o objetivo de mobilizar o campo Educacional no Brasil pela democratização educação pela valorização da escola pública pela valorização do trabalho dos professores e a a a a visibilidade desse desse projeto e desse programa eh se deu por meio eh eh da revista da and não é quer dizer uma revista que circulou durante 10 anos e que teve
um papel de disseminação eh de ideias extremamente importante eh o o eu tenho aqui para mostrar a vocês a capa do primeiro número eh da revista da Andy né olha aqui que que capa bonita não é um quadro do desse pintor eh Holandês brugel não é eh esse foi o primeiro número da da revista da and e nesse número eh na primeira página eh trazia a missão da and atuar na sociedade brasileira na busca de uma educação plenamente identificada com nos princípios da democracia e da justiça social tratava-se de uma defesa irrestrita da democratização eh
da educação por uma escola de qualidade acessível a todos ensino gratuito garantia de permanência eh dos alunos principalmente dos mais pobres padrões de desempenho compatíveis com as características sociais dos alunos melhoria das condições de trabalho e da remuneração dos professores né né Eh tudo que é bom né Eh então Eh eu trago aqui o meu testemunho de que as ideias divulgadas pela and eh e o chamado que fez paraa valorização da escola pública se constituíram no momento histórico das lutas pela democratização do ensino né que que a escola pública gratuita leiga de qualidade para todos
né E nesse sentido o o o o o o movimento da and reafirmou aqueles princípios Democráticos defendidos pelos pioneiros da educação nova da da década de 1930 ainda que num contexto político diferente Claro não é eh e esse e esse movimento and também fez antecipar aspirações em relação à democratização da escola pública e que hoje inspiram boa parte dos pesquisadores e professores e tenho certeza boa parte dos que de vocês que estão aqui eh me ouvindo né eu queria eh eh eh eh trazer mais um dado da contextualização do aparecimento da da da pedagogia crític
social dos conteúdos é que é o seguinte que nesse período eram intensos os debates acadêmicos na universidade né Eh alguns de vocês certamente vão se lembrar que em 1982 havia publicado o o o a a o o o o clássico livro escolha democracia trazendo uma uma primeira elaboração de uma pedagogia crítica eh Com base no no Marxismo né esse essa esse livro decorreu de uma da conferência que ele preferiu eh na na primeira cbe que eu mencionava né E então Eh como eu dizia trazia uma primeira primira elaboração de uma pedagogia crítica Com base no
Marxismo mas desde o final dos anos 19709 já havia um embate entre adeptos de saviani e adeptos de Paulo Freire não é eh muitos de vocês talvez se lembrem disso embora nem todos né que eh os mais jovens não vão se lembrar disto né mas eu tô contando como testemunho né E conforme eu relatei eu integrava o grupo de educadores né que que gravitava em torno da and eh eh que tinha a a liderança de saviani né Eh e havia então um posicionamento muito expressivo não é e afirmativo em relação ao papel da escola pública
né e enquanto isso colegas alinhados a a as ideias de Paulo freira alegavam que a escola existente era um aparelho ideológico a serviço da classe dominante e por isso era preciso defender uma educação popular e não a escola pública não é eh para esse grupo a a ênfase nos conteúdos que a gente trazia com muito peso seria uma invasão cultural contra os interesses populares né Essa Ideia depois eh eh foi foi foi abandonada ou ao menos secundarizada eh por que na gestão de Elí rondina na prefeitura de São Paulo eh eh eh entre 1989 e
1991 eh Paulo freira acabou assumindo a a Secretaria Municipal da educação portanto uma uma uma uma uma eh Instância eh da escola pública né Eh eh e aí com o programa de gestão que acabou muito parecido com aqueles eh propostos pela and não é eh bem há razões então para afirmar que naquele período político né entre os anos 1970 e 1980 né de buscas de saídas para Educação Nacional eh e e de propostas pedagógicas que viabilizassem essa escola pública democrática não é eh e aí eu creio que as minhas ideias eh mobilizaram a atenção de
educadores Principalmente aqueles que tinham digamos assim uma motivação mais diretamente pedagógica do seu trabalho porque eu gosto de falar assim eh qualidade social e qualidade pedagógica da escola pública eu acho que não adianta Só enfatizar a qualidade social tem que enfatizar a qualidade pedagógica porque ela na é lá na ponta lá na escola é é que a gente a gente a gente vai vai ver a qualidade de ensino né aquilo que os meninos aprendem né como aprendem e o que que vão fazer eh com o que aprendem né Essa disseminação dessas das ideias eh da
pedagogia crítico social dos conteúdos nãoé tiveram repercussão eh eh pela revista eh da and não é e por onde elas foram disseminadas inicialmente e depois eh a a a realização no Rio de Janeiro em 1985 em Niterói de um concorrido seminário à teoria e à prática da pedagogia crítica social dos conteúdos do Diálogo ao debate coletivo esse evento foi coordenado por uma comissão eh de colegas do Rio presididas por Nilda Alves eh eh eh e composta por Regina Leite Garcia Ana Lúcia gensen Vera candô iliana Paulo né e e para mim foi um acontecimento muito
importante porque vi que minhas ideias tinham ressonância não é e e e e e e nesse evento houve falas de saviani do do nosso amigo Carlos Jamil Curi Nilda Alves a minha fala não é e eu quero aqui mostrar a vocês o o número da revista da and né Eh onde foram onde onde foram onde for foram publicados né as conferências né do do saviani e e e perdão aqui eu mostrei a minha conferência né é com esse título que vocês estão vendo aí e e também no mesmo número da revista o texto eh do
do saviani né a pedagogia histórico-crítica no quadro das tendências eh curricular n tendências eh da educação brasileira né bem claro que mais tarde eh mais tarde os posicionamentos desses pesquisadores foram se diferenciando não é eh eh colegas que participaram desse evento eh foram para pra teoria curricular crítica eh por exemplo a Nilda Alves era cantor não é eh nesse momento surgiu foi foi dada visibilidade né à pedagogia histórico-crítica E então Eh esses pesquisadores que participaram desse evento acabaram eh constituindo suas próprias propostas e enfim é isso né nesse mesmo período também dizendo da disseminação da
da da da da pcsc vários estados com governadores ligados a movimento de oposição lançaram políticas educacionais progressistas e algumas delas mencionando nos seus projetos eh a pedagogia crítico social né como ocorreu no Paraná no Distrito Federal já por ocasião da nova república né Há relatos disso num livro do eh clássico de luí Antônio Cunha intitulado educação estado e e democracia no Brasil e em outras publicações que mostram eh estas essas incidências né e nesse meio de tempo é que eu então em 1990 defendi A Minha tese de doutorado que se chamou fundamentos teóricos e práticos
do trabalho docente estudo introdutório à pedagogia didática e que veio para consolidar as bases teóricas da da da pedagogia crítica social e nesse mesmo ano eu publiquei o livro de didática quase que uma versão da tese de de doutorado né este livro foi intencionalmente escrito eh eh a partir da tese de doutorado como uma tomada de posição né Por uma didática crítica e e onde eu eu me inspirei eh em em pedagogos e didáticas marxistas e e eh eh eh por meio de muitos livros perdão eh eh textos e livros que que eu que eu
acabei conseguindo em Cuba eh esse livro da didática teve uma uma surpreendente aceitação dos cursos de formação de professores do do país e eu eu digo a vocês que desde a sua primeira edição em sucessivas edições né foram vendidos até hoje cerca de 200.000 exemplares né bem terminada terminado esse relato dessa contextualização eu gostaria de de de entrar no segundo ponto os fundamentos teóricos e práticos da pedagogia crítica social dos conteúdos conforme eu estava contando o meu propósito de buscar eh a uma uma uma pedagogia e uma didática inspirada no no no pensamento marxista né
eh eh então Eh exatamente foi o que eu queria quando eu entrei na pós graduação da PUC de São Paulo seguindo de perto o trabalho de savian no início do mestrado eu tive acesso a um dos dos seus primeiros artigos perspectiva de educação brasileira contemporânea eh on onde ele introduzia o tema das correntes pedagógicas e o o o artigo do do do savian incluí a menção a jorges ners eh especialmente o o o livro Pedagogia Progressista ele tem outros três ou quatro livros não é que a gente tinha acesso já naquele momento né Eh então
jorges nider e é um pesquisador argentino chamado sanot e que faziam uma contrastação entre as correntes pedagógicas principalmente a pedagogia tradicional e a pedagogia nova eu já tenha mencionado isto né esse quadro traçado por por savian abria-me um um frutífero caminho para eu buscar Superar as contradições teóricas e os dilemas da minha própria prática quando eu nesses meus 12 anos de de diretor de escola né E aí em 1980 eh saviani apresentou na na a primeira cbe o texto provocativo chamada abordagem política do funcionamento interno da escola de primeiro grau e que foi publicada na
revista da and em 1981 e depois eh transformou-se no livro escolho democracia né ou ou as teorias da curvatura da V nesse texto que teve uma expressiva repercussão no meio Educacional à época ele classificava teoris da educação em não CR e críticas destacando entre essas últimas as que denominou crítico reprodutivistas eh e que situavam a escola como aparelho ideológico a serviço do capitalismo nesse mesmo ano de 83 eu 1983 eu publiquei o meu texto tendências pedagógicas na Prata escolar e e e e que fazia uma um um uma incursão não é eh eh eh na
escola eh para identificar eh as a a a as tendências pedagógicas correntes naquele momento né e eu havia terminado a minha dissertação de mestrado e que eu fiz pesquisas eh eh eh numa escola pública em escolas públicas da periferia de São Paulo e e a minha dissertação deestado chamava-se a prática pedagógica de professores da escola pública não é que me inspirou a afinal de contas e o a escrever esse texto tendências pedagógicas né então saviani sem descartar o papel da educação escolar no sistema de reprodução do Capital introduziu outro entendimento de escola né como lugar
em que se em que se reproduzem as contradições sociais e portanto um lugar de luta hegemônica de classes de resistência de conquista da da cultura eh e da ciência como meios de enfrentamento das desvantagens impostas pela organização capitalista da sociedade então ou seja uma vez que o próprio processo de produção é contraditório uma educação crítica pode promover pela escola a formação cultural e científica articulado com os interesses da classe empenhada na transformação das relações sociais presentes né eu que havia tido uma excelente Formação Cultural e científica no seminário e ao mesmo tempo eu eh proveniente
eh de uma família eh eh eh eh situada na pobreza não é quer dizer eu tive oportunidade de de de de de usufruir de desfrutar eh do conhecimento escolar não é então eu pensei gente eu a pobreza não é eh eh eh impec para aprender e aprender bem né então eu fui formando na minha cabeça né esse ideário de lutar por uma escola pública nesses termos eh já antecipados por savian né ou seja esse posicionamento se encaixava muito bem com a minha própria vivência da educação né não só pessoalmente na minha trajetória de vida como
na minha trajetória profissional né e Eu mencionei as obras de sush doski e mana corda e Vasques né e e os estudos de de Marxismo com savian e Ian não é eh mas eu eu diria que o impulso definitivo para formular as bases teóricas da da pedagogia crítica social dos conteúdos foi o meu encontro intelectual com Jorge Snider e Bernard Charlot é o Bernard Charlot que vocês conhecem sim é o mesmo que mora hoje lá em em Aracaju né uma uma uma personalidade eh eh importantíssima paraa educação brasileira né aí com eles eu formei a
ideia da escola eh eh como como Instância mediadora entre os conteúdos e as condições de vida dos alunos da dos Estudantes eu aprendi com eles que a escola no contexto do capitalismo deveria ajudar a criança a explorar e analisar as realidades sociais e as suas contradições né ou seja uma pedagogia crítico social dos conteúdos siders eh escrevia que que era o Saber ensinado que distinguia as pedagogias ou seja ele afirmava a primazia dos conteúdos articulado com os interesses eh dos alunos e com a mediação da professora do professor né ele propunha que o ensino dos
conteúdos partisse da cultura dos alunos das experiênci dos alunos para ajudá-los a irem mais longe não é e chegar à cultura elaborada né pro prides falar em pedagogia era indagar sobre a relação entre a cultura dos alunos e a cultura escolar e sobre os meios de passar de uma para outra então a escola deveria ser em parte a continuidade da experiência social corrente deles e e a outra parte de ruptura com essa experiência né quer dizer eh eh enfim como é que a cultura escular o conhecimento científico pode iluminar pode esclarecer eh situações concretas de
vida né e o Charlot charlou por sua vez ressaltava a dimensão política eh da pedagogia ou seja eh eh na sociedade de classes a escola não poderia se eximir de explicitar seus fins sociopolíticos El ele não propunha o que ele chamou de pedagogia social que se distinguia por valorizar o acesso aos saberes escolares mas por meio de ensino diretamente articulado a experiência social da criança como condição para sua motivação então a ligação dos conteúdos com as realidades sociais e as necessidades humanas básicas seria a forma de a professora o professor ajudarem ajudar as Crianças A
explorarem e analisarem o mundo social adulto suas contradições na sociedade capitalista né Eh bem eh foi daí então Eh que que inspirado nesses autores e imaginei uma pedagogia crítico social dos conteúdos né pensei muito como é que eu chamaria essa essa pedagogia não é Charlot chamou de pedagogia social Snider chamou de pedagogia de esquerda eu acabei adotando essa terminologia pedagogia crítico social dos conteúdos eh primeiro a ideia de de conteúdos eh numa perspectiva crítica e até vou dizer a primazia dos conteúdos né quer dizer eu ainda eu ainda acredito no que o sid dizia né
Há tanto Há tantas décadas né de que eh eh é o Saber ensinado que distingue as pedagogias né bem por que que eu chamei crítico porque sinalizava uma pedagogia enraizada na contradição de classes sociais na sociedade capitalista e situando o fenômeno educativo nos seus determinantes sociais e históricos não é e Era social eh considerando-se a praxe social da produção como fundamento do desenvolvimento histórico situando toda a prática educativa eh assim eh eh na dinâmica das relações sociais e portanto apreendendo nela as as contradições né contrac concepções deterministas Ou aquelas baseadas na na na eh numa
Essência numa essência de da natureza humana em resumo essa pedagogia eh teria como compromisso teórico investigar ações educativas Concretas pelas quais seria possível efetuar a mediação entre o Saber escolar e as condições concretas de existência dos alunos né em termos práticos eh eh eh essa pedagogia indagava e olha só que eu tô dizendo como trabalhar pedagogicamente com as disciplinas escolares a partir da experiência social concreta trazido pelo aluno do seu meio de origem de sua classe social de sua etnia de suas diferenças né Eh então desse modo que eh eh a visão dialética desses teóricos
com o que eu aprendi né Eh eh já me fazia pensar como dar concreticidade na escola aos condicionantes sociais né e com isto é que eh e e considerando evidentemente nesses determinantes sociais né as as diferenças socioculturais e as desigualdades sociais que incidem no processo de ensino aprendizagem né é a ideia forte que me acompanha até hoje e eu vou dizer depois porque que eu tô falando então de uma escola eh socialmente justa né bem essas ideias que eu tô trazendo aqui tinham eh ligação com o ideário defendido pelos colegas da and e e outros
colegas que perfilar esse esse esse esse ideário não é que é esse de imaginar uma escola pública como lugar de luta hegemônica de classes um lugar de resistência mas um lugar de conquista da da cultura e da ciência como meios de enfrentamento das desigualdades sociais impostas pela organização capitalista da sociedade e daí então a centralidade que eu via e que vejo né no trabalho com os conteúdos críticos mas eu eh como eu já dizia eu queria apostar também numa proposta que considerasse eh do ensino as condições materiais sociais e culturais eh de vida dos alunos
né quer dizer eh porque era uma ideia que vinha da do meu da minha história escolar Mas vinha também de uma frase exaustivamente repetida no meu tempo de militante estudantil né e depois obviamente na no no curso de mestrado e doutorado de que o método dialético busca análise concreta de situações concretas quer dizer como é que nós eh juntamos não é a formação cultural e científica eh as condições eh materiais sociais e culturais de vida eh dos alunos né Eh então Eh as obras de Snider Charlot que precisamente ressaltavam essa ligação dos conhecimentos científicos com
a experiência social da criança né Eh o que implicava a ligação do trabalho escolar aos problemas a a o a a a as vivências dos alunos né na sua família na sua comunidade né e e que é o tema chave foi o tema chave de Constituição da pedagogia crítica social dos conteúdos eu queria ler aqui para vocês a definição eh eh de pedagogia crítica social dos conteúdos que está no no no no meu livro democratização da escola pública publicado em 1985 vou ler aqui eh vou ler aqui eh eh ipsis literes pedagogia crítico social dos
conteúdos entende a escola pública como Instância de difusão de conhecimentos e como tal como instrumento de luta das classes populares no processo de sua emancipação pretende resgatar a função histórica da escola o ensino e compreendê-la enquanto atividade mediadora entre o individual e o social entre o aluno e o mundo social adulto entre o aluno e a cultura social acumulada eh nesse papel mediador ao mesmo tempo que se afirma a determinação socio estrutural da educação afirma-se Também o lugar do especificamente pedagógico o núcleo central das preocupações da pedagogia dos conteúdos é como trabalhar pedagogicamente com as
disciplinas de estudo a partir da experiência social concreta trazido pelo aluno do seu meio social de origem a pergunta é quais as ações pedagógicas concretas pelas quais se efetua a mediação eh entre o Saber escolar e as condições concretas de existência dos alunos né então com base nesse entendimento não é essa pedagogia levava a uma didática crítico-social né E essa didática crítico-social se perguntava sobre a a natureza do trabalho docente enquanto prática transformadora e os e os elementos metodológicos que ajudariam o professor a situar o seu trabalho eh no movimento da prática social transformadora para
enfrentar essa esse desafio eu escrevi um artigo eh que foi um artigo eh fundamental para se sistematizar didática crítico social que é o artigo didática e prática históric social uma introdução aos fundamentos do trabalho docente que foi publicado Originalmente na revista da Hand em 1984 e depois saiu no livro democratização da escola pública onde eu juntei eh vários textos que eu que eu havia elaborado nesse período né Eh então no texto dessa da da revista o o trabalho docente seria caracterizado como mediação na relação dos alunos como saber sistematizado considerando a sua experiência social concreta
e eu apontava Nesse artigo as possibilidades de articular o método da reflexão dialética com o método de ensino né tarefa essa que mais tarde eu fui aprender muito mais com com o a teorista histórico cultural eh de de vigotski e o e a teoria do ensino desenvolvimental de da vidog né Eh bem eu eh gostaria de passar agora ao terceiro ponto que eu estou denominando da pedagogia crítico social dos conteúdos a didática desenvolvimental eh eu vou dizer logo de início não é desse tópico que ao longo dos meus estudos e da minha militância pela escola
pública eh foi compreendendo que os propósitos expressos na pedagogia crítica social dos conteúdos em relação à escola e ao processo de ensino aprendizagem eh Eles foram reforçados e até ampliados ou até modificados não é eh eh com o os estudos da didática desenvolvimental né eh eu entendi que temas né reapareciam com muito mais Inter interza e muito mais tradição e peso teórico na teoria do ensino desenvolvimental de de de davidov né que é uma teoria lastreada no pensamento de vigotski de leontiev e econi desse modo em algum momento considerei necessário perdão repetindo desse modo em
algum momento eu considerei desnecessário eh eh manter a denominação que eu havia dado a minha proposta de pedagogia e didática né Eh eh eh bem eh creio que vocês sabem mas o que eu chamo de a a a a didática desenvolvimental eh tá baseada no na formulação de vigotsky e do e do próprio davidov né de que de que o melhor ensino é aquele que promove e amplia o desenvolvimento humano não é o as capacidades humanas vamos dizer assim né Eh então eu não tenho tempo de dizer tudo que eu gostaria sobre o que eu
tô chamando de didática desenvolvimental ou didática voltada pro desenvolvimento humano não é que é o que que é o que seria a a a a a pedagogia crítica social hoje eu vou tentar falar do do do Essencial Então o período que que que se seguiu a defesa da Minha tese de doutorado e a publicação do do livro democratização da escola pública do livro de didática né esse período foi dedicado à docência na pós-graduação na participação de eventos eh eh trabalhos em eventos e é o aprofundamento das teorias de vigot que Leon teve né e e
da produção acadêmica nesse nessa nesse campo né E aí eu acrescentei três temas perdão fui acrescentando três temas eh eh eh da minha investigação além da teoria histórico cultural esse que foram a pedagogia do pensar e do aprender que me mobilizou muito né em eh eh nesse período o influxo da da das pesquisas no âmbito das teorias da cultura na pedagogia e na didática e um pouco mais recente a a internacionalização das políticas educacionais e o seu impacto na escola e no trabalho dos professores são temas extremamente importantes no meu da minha trajetória eh mas
eu não vou poder comentar agora sobre eles né eu vou eh eh eh preferi falar de como cheguei a a a a didática voltada pro desenvolvimento humano bem obviamente tem a ver com o meu o meu contato eh com o o o o a minha aproximação com a a obra de davidov né vasila davidov né e e e o meu primeiro contato então com essa obra foi em 2002 eu queria contar um pouquinho eh como é que isso se deu não é eh foi num evento do grupo de estudos e pesquisas eh sobre atividade pedagógica
o gpap não é da faculdade de educação da USP eh e e e e e e e e e durante muitos anos dirigido pelo professor ori Manuel Manuel or Osvaldo Professor Manuel oriosvaldo de Moura meu meu querido amigo não é então eh eh um professor argentino chamado Mário Golder eh eh foi convidado a a realizar um um curso lá na eh no gepac lá na na na feusp sobre a teoria histórico cultural e o ori Professor ori teve a gentileza eh de me convidar não é nessa oportunidade o gold fez um amplo apanhado dos estudos
desenvolvidos na União Soviética a partir de vigot que fez uma menção explícita a contribuição de David eh foi a primeira vez que eu ouvi esse sobrenome né davd o professor Golder eh eh era era era um era um psicólogo eh que havia passado acho que uns 10 15 anos lá na União Soviética estudando com com eh pesquisadores da teoria históric cultural evidentemente conheceu o Leon pelo menos né ele era um senhor de de cabiros grisalhos com mais de 80 anos eu ouvindo esse professor me tocou a sua paixão pela teoria histórico-cultural não é e sua
paixão pelo pelo Marxismo não é e e é o que né que ainda tenha os ecos né Eh da queda do muro de Berlim e e e da e da dissolução da União Soviética né Eh e tava aí gente agora né Eh mas o Mário Golder fortaleceu minhas convicções eh eh socialistas e minha adesão à teoria histórico cultural né aí aconteceu um um fato sei lá nãoé como diriam uns abençoado né após as aulas eu fui consultar arquivos da copiadora da Faculdade de Educação e localizei Imaginem vocês a cópia do livro de davidov né Eh
eh em inglês problema problems of developmental teaching problemas do ensino desenvolvimental eh e e eu nunca soube que quem que Professor havia deixado esse texto na copiadora né Aí eu fiz a uma primeira leitura e não tive dúvidas né acabei providenciando a tradução eh eh pro português e passei a utilizá-lo nas aulas lá do meu programa n de didática né do programa de de de educação nas árias de didática e foi com base nesse livro que eu publiquei em 2004 na revista daed o o primeiro artigo mais sistematizado sobre o pensamento de davidov né num
periódico brasileiro cujo título era a didática e aprendizagem do pensar e do aprender a eh a teoria histórico cultural da atividade e a contribuição de vasile davidov a descoberta de davidov foi um Marco diferencial dos meus estudos né porque ele respondia eh eh eh em grande parte né Eh as minhas inquietações na busca de uma didática crítica social e especialmente eh eh aqui a a a a quatro questões a primeira o Quais são as finalidades da educação escolar a segunda o sentido de conteúdos críticos Nossa foi uma maravilha né a relação entre a escola e
o conhecimento científico e o papel dos professores no ensinar a pensar a relação conteúdos métodos E especialmente as relações entre o método da reflexão dialética e os métodos de ensino até então eu eu eh eh resolvia eh essas inquietações tentava resolver essas inquietações com vigotsky e Leon que a gente já conhecia e na produção acadêmica eh de pesquisadores da teoria históric cultural mas qu da vida foi possível investir numa numa formulação na formulação de uma de uma detica assentada no materialismo histórico dialético não é e que como tô falando se chama hoje para mima desenvolvimental
né nesse dizer eu falava então das finalidades educativas né da escola não é e E aí né Com base em vigos queele ontem da vidov né Eh eh assimilei essa ideia de que a educação e ensino dizem respeito à apropriação de capacidades humanas formadas historicamente ou social e historicamente eh visando o o desenvolvimento psíquico humano ou seja o desenvolvimento da personalidade né Eh qu dizer quer dizer a ideia isso me levava à questão da compreensão do termo conteúdos né quer dizer eh eh essa vinculação entre entre conteúdos e apropriação de capacidades humanas encarnadas nos conteúdos
né então eh eh essas capacidades humanas modos Gerais de pensar e agir elas estão condensadas nos conteúdos da Ciência da arte da Moral da tecnologia não é e e eh eh e e que essa apropriação acontece na escola nas escolas eh e que isso e que essa apropriação implica uma complexa atividade da Consciência Humana que são esses procedimentos do pensamento a a abstração generalização e formação de conceitos que é o que se devia fazer no ensino aprendizagem né Eh essa isso de de do papel da escola a ensinar a pensar né Eh da vida foi
muito claro ao afirmar que que que a escola deveria ensinar eh as crianças e jovens a pensar Teoricamente eh eh quer dizer Eh claro o pensamento teórico dialético né a ideia Eh que que que eu que eu falava anteriormente eh da pedagogia crítico social era de formar pela Escola sujeitos pensantes e críticos ora eh com davidov não é eh isso ficou muito mais claro para mim né porque a a o que davidov eh queria era era era operacionalizar vários princípios de vigotsky né e eh eh sintetizado na aplicação Da Lógica dialética para promover o desenvolvimento
de capacidades e habilidades intelectuais né e mediante a formação do pensamento teórico científico ou teórico dialético E aí que ele formulou a teoria da atividade de estudo onde os alunos formam conceitos teóricos né com a autorização da abstração e generalização eh formação de conceitos né Eh Enfim vou ainda eh tentar eh resumir aos colegas que quais seri os conceitos nucleares pensamento deav que D suporte didática desenvolvimental primeiro que tudo é o que o queia abono integral de dav o melhor ensino é envolvimento humano dos alunos por meio dos conteúdos né olha só que é uma
formulação é uma formulação muito diferente né do que os professores costumam dizer né e eh assim absorver conteúdos não trata-se de um de uma atividade na escola no processo de ensino da aprendizagem trata-se do desenvolvimento de capacidades humanas né visando a personal ade integral por meio dos conteúdos né quer dizer então eh eh esse ensino eh é aquele que promove mudanças qualitativas no modo de ser pensar e agir dos alunos em função da sua personalidade integral não é eu tenho aqui duas frases eh muito muito importantes né Sen ver se eu localizo aqui nos meus
apontamentos eh eu queria citar aqui duas frases de de uma do leonte e a outra do eh mas me perdoem eu tinha destacado aqui nas minhas nas nos meus registros mas eu não não não estou localizando aqui Como dizia minha mãe dona Sabina subverteu né mas eu queria Então dizer isto né quer dizer eh a frase de Lon diz diria que que o o papel eh da escola não é eh eh reconstituir a experiência histórico cultural não é eh da humanidade né quer dizer que significa a apropriação dessa experiência histórico cultural né e e o
Xavi diria que isto é a condição da humanização das pessoas né Então nesse sentida a melhor didática é aquela que auxilia o professor a intervir atenção pedagógic né pedagogicamente no desenvolvimento dos processos psíquicos superiores Ou seja no desenvolvimento de capacidades humanas né e acabei achando a frase do Leon olha aqui ó tá no livro desenvolvimento do psiquismo apropriação da experiência social e cultural por meio de conhecimentos significa a incorporação de capacidades e comportamentos humanos formados historicamente para se apropriar dos objetos ou fenômenos que são produto do desenvolvimento histórico é necessáo ver em relação a eles
uma atividade que se que que que reproduza pela sua forma os traços essenciais da atividade encarnada acumulada no objeto Eh Ou seja o a professora o professor deve reconstituir na sala de aula não é eh eh eh a os modos Gerais que as disciplinas né Di ciências matemática física biologia Geografia História né Eh queo reconstitua os passos de investigação eh do cientista não é numa atividade de estudo como diria davidov né E savian tem uma belíssima frase o que não é garantido pela natureza tem que ser produzido historicamente pelos homens e nisso se incluem os
próprios homens a a a a produção humana não é que é o que faz educação consequentemente o trabalho educativo é é é o ato de produzir direta e intencionalmente em cada indivíduo singular a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens né Então essas duas coisas que eu estou aqui relatando a vocês né Eh bem eh vamos dizer de uma forma mais específica que a didática desenvolvimento mental eh eh eh eh diz respeito a a a um ensino como meio pelo qual os alunos aprendem a pensar Teoricamente né Ou seja a raciocinar
dialeticamente pensamento teórico é o pensamento teórico dialético né Por por onde se transita do pensamento abstrato ao pensamento concreto nós vamos das relações Gerais que expressam A Essência de um objeto de estudo para além do seu aspecto aparente que é o o geral eh eh eh as relações particulares referentes a esse objeto né Eh é isso que na vida chama de pensamento teórico né então ele ele ele escreve assim que que o conteúdo do processo de ensino e aprendizagem visando o desenvolvimento humano é o conhecimento teórico por meio do qual se forma o pensamento teórico
dos Estudantes Com base no método dialético materialista atenção que tô falando aqui eh correndinho né mas a a ideia a seguinte se você forma os alunos por meio do do conhecimento empírico você só chega a desenvolver o pensamento empírico e com os seus limites se você trabalha com os alunos com o conhecimento teórico dialético eh você forma nos alunos o pensamento teórico dialético não é eh então eh é isso que é o digamos assim o nuclear o coração eh o ponto de partida do de de de da vidov né quer dizer entender o o o
o o pensamento teórico como um modo de operação mental pelo qual captamos a realidade em sua totalidade ou em sua complexidade né quer dizer é um tipo de pensamento que Visa aprender um objeto de estudo em suas relações onde nós interrelacion as partes com o todo aspectos gerais e aspectos populares de modo a a descobrir uma relação geral um princípio geral que caracteriza eh o o fenômeno estudado não é eh E isso nós fazemos então pelo pelos por esses procedimentos do nosso pensamento que é a abstração a generalização e a formação eh de conceitos né
Eh bem o que que eu poderia est fechando essa ideia essas ideias de dizer que conteúdos então conceitos teorias habilidades procedimentos valores eles não valem por si mesmos e nem sequer podemos dizer que que o papel do professor eh eh eh eh ajudar os alunos a absorver conteúdos não os conteúdos são bases para a formação de capacidades eh cognitivas Gerais e específicas né E esses modos perdão como análise síntese comparação valoração resolução de problemas formulação de hipóteses né Eh quer dizer eh isso isso tudo que são são são eh capacidades humanas mas retiradas extraídas dos
conteúdos né Eh eh dos modos Gerais de resolver problemas de cada uma das ciências né a física matemática história geografia etc né então é isso que eu afirmo em relação à didática desenvolvimental importa menos o o o o o conteúdo em si e mais Olha só o processo mental que propicia esse o o conteúdo né no fim das contas aprender a pensar não é Nós aprendemos a pensar pelos conteúdos se se nós dermos conta de extrair desses conteúdos capacidades humanas e habilidades para pra nossa vida corrente né eu vou terminar eh dizendo falando um pouquinho
da escola socialmente justa acho que acho que tá ainda tem uns 5 minutos ainda eh e eu quero falar um pouquinho então sobre esse tema né a escola socialmente justa Olá colegas sim uma luta áa e imprescindível de toda a sociedade contra a pobreza é uma condição ind dispensável não é para um desenvolvimento sustentável e a humanização da sociedade evidentemente estou plenamente de acordo com isto né eh e e e e nesse sentido o esse compromisso com a pobreza passa pelo econômico pelo social pelo ambiental não é eh mas eu penso e isso que eu
quero insistir agora e terminar a minha fala com esta com essa ideia penso que temos compromisso pedagógico com a pobreza e as desigualdades sociais no cotidiano da escola e das salas de aula não é e é isso que me leva então à escola socialmente justa o que que é essa escola é aquela que promove e amplia olha a promove e amplia o desenvolvimento de capacidades e habilidades humanas em aspectos intelectuais procedimentais e valorativos por meio dos conteúdos um por meio dos conteúdos e que se organizam num currículo de Formação Cultural e científica mas vejam bem
eh eh Questão de Honra o que o que segue né precisamente um currículo aberto à pluralidade de sujeitos em suas origens sociais diferenças em suas peculiaridades culturais e por isso mesmo é articulado pedagogicamente com as desigualdades sociais e as diversidades socioculturais eh eh eh por portanto diretamente entrelaçado à condições materiais sociais e culturais de e de vida dos alunos Onde estão eh eh as desigualdades sociais e a diversidade né então Eh eu eh dizer e essa escola essa escola socialmente justa né ela ela tem dois princípios o um princípio ético político que é o de
assegurar a todos o direito ao desenvolvimento de suas capacidades humanas né e habilidades meio da educação e do ensino isso para mim assegura a condição de igualdade entre os seres humanos e o segundo princípio é a adequação do ensino aade social cultural e material dos alunos e que se manifesta principal mente nas desigualdades sociais não é que atingem eh os nossos alunos né quando ela ela quando ela assume Esse princípio a escola atende a diferença entre os seres humanos né Eu quero fazer uma relação dialética não é entre entre igualdade e diferença eu penso que
você superestimar a igualdade não é a homogeneidade você sacrifica a diferença mas você superestimar a diferença Nós também prejudicamos a igualdade quer dizer o o direito dos alunos ao entre eles entre os direitos o acesso ao ao ao ao ao ao conhecimento e ao desenvolvimento eh das suas capacidades humanas né então Eh essa ideia que eu tenho eu eu busco na teoria que eu adoto né tanto vigotski quanto da vidov né e é o meu entendimento de que o ponto forte de uma escola socialmente justa é o desenvolvimento humano físico intelectual afetivo moral de todos
os seres humanos né mas mas mas mas seres humanos que são diferentes né entendendo a diferença como do caráter de universalidade do ser humano nãoé então quero dizer com isto que a diversidade sociocultural a diferença integra o sentido mais amplo da educação para o desenvolvimento humano né Eu gosto muito de de falar de trazer a frase do do Charlot que que é uma escola boa uma escola ideal uma escola que faz funcionar ao mesmo tempo o princípio da diferença cultural e o princípio da Igualdade dos sujeitos enquanto seres humanos ou seja o princípio do direito
à diferença e o princípio do direito à semelhança todos somos iguais todos somos diferentes a diferença como constitutivo da universalidade do ser humano né e eu eu tenho absoluta convicção de que o reconhecimento mentro da diversidade sociocultural é uma conquista humana é uma conquista da sociedade um avanço social inestimável mas eu penso também que a universalidade do ser humano é pressuposto das particularidades do ser humano porque é pela Universidade que que podemos identificar essas capacidades humanas constituídas social e historicamente e eh que e que precisam ser apropriadas por todos né Eh e aquelas capacidades nãoé
eh encarnadas dos conteúdos né que possibilitam o ser humano se educar fazer projetos de vida e e tudo mais né quer dizer é uma ideia de de de de um colega Sinésio Ferraz Bueno que que que diz pela sua natureza o seres humanos são diferenas então considerar diferença significa fazermos a transição entre ser humano singular e o que ele pode ser em relação à universalidade do ser humano né então por isso que eu falo de uma escola eh socialmente justa bem acho que eu vou eu vou parar por aqui n é eh e eh aliás
eh vou só fazer uma síntese professora um minutinho só eh eu vou dizer isso de depois com mais detalhes porque tem uma pergunta que vocês fizeram não é eh que me permite ampliar um pouquinho mais né É É essa ideia que eu tô desenvolvendo agora não é eh dessa ligação entre o conhecimento entre o pensamento teórico dialético e as condições materiais sociais e culturais de vida dos alunos ess eh eh eh eu me apropriei eu me apropriei H há há uns bons anos não é eh eh do pensamento de de de Marian redgard que é
uma é uma pesquisadora dinamarquesa né que precisamente trabalha com davidov mas incorpora traz não é a a questão eh eh de como é que nós eh articulamos o o o trabalho com os conteúdos visão da formação do pensamento teórico né e lev considerando ou partindo não é só considerando partindo das condições materiais sociais e culturais de vida dos alunos né Eh para para esse para para para essa autora eh a compreensão dos conceitos Gerais das matérias né por meio do pensamento teórico dialético deve se dar por meio da e em relação à situação concreta de
vida eh dos alunos né Eh que que eh eh redgar também me ajudou muitíssimo né a compor essa esse entendimento eh de di de de da da da eh da união entre a formação do pensamento teórico dialético e a e e e e e as práticas socioculturais de vida dos alunos né quando eu tive acesso a a a aos livros e artigos da redgar eh eu tinha a clareza da determinação sociohistórica do desenvolvimento psíquico isto era não só do Marxismo não só do do pensamento da da da do método da da eh da reflexão dialética
né como do próprio vigos essa frase a determinação sociohistórica do desenvolvimento psíquico é a a um dos núcleos conceituais né do pensamento div gosk o que eu não tava conseguindo captar na teoria histórico-cultural eh eh eh clássica né era a ideia de uma aprendizagem situada né a aprendizagem eh num determinado contexto de Cultura de relações não é E especialmente como é que a gente expressava esses condicionantes socio-históricos no didático não é no processo de ensino e aprendizagem não é enfim eu queria a a a minha o meu investimento era saber eh como pôr em prática
aquilo que falava Snider né Eh quer dizer ações pedagógicas concretas para fazer a mediação entre o Saber escolar e as condições concretas de existência dos alunos não é Ou Eh vamos dizer a relação entre a cultura dos alunos e a cultura escolar aí por isso que eu acabei me me interessando pelo pelos estudos dessa dessa pesquisadora né Eh justamente o que ela defende e uma uma Teoria de Aprendizagem baseada na formação do pensamento teórico dialético em articulação com a experiência social e cultural dos alunos é por isso que eu falo como é que nós vamos
introduzir inserir no coração dos conteúdos a desigualdades sociais e a diversidade eh sociocultural muito bem É ISO que eu queria dizer a vocês até este momento Acho que tô cumprindo o tempo né professora perfeito perfeito muitas eh comentários né Eh agradecendo aí as explanações magníficas eh e didáticas né de todo esse percurso do seu da sua trajetória enquanto indivíduo e depois a trajetória de como profissional e sinto do que a gente eh nas universidades precisa articular mais essa história né das referências da educação brasileira ah sobretudo eh essas organizações né coletivas nas associações como o
professor bem lembrou no finalzinho de 70 e começo de 80 né Então as nossas articulações no não só nos sindicatos mas nas associações né dos nossos dos nossos pares então recorda aí a a amped eações posteriores né então sedes né ah sedes todos então tem toda uma uma necessidade de recuperar essa história e e foi muito bom essa essa articulação Além disso né além da sua fala a gente tem a indicação aqui dos livros que o professor apontou desde as entrevistas n tanto na indicação das aulas mas também os livros que estão com cupom de
desconto né da editora Cortez então é é relembrar isso eh pros colegas aqui que estão acompanhando o curso Então a para além da aula aqui para além desse momento de explanação também de de de estudo né a partir dos livros e aproveitar esse cupom eh e adquirir livro né adquirir livros discutir com os colegas os textos e aprofundar eh essas ideias apresentadas aqui então enquanto eu vou dando outros recados professor dá uma descansada aí tomar uma uma uma água Dá uma esticada um alongamento né porque a gente fica muito tempo sentado então dá um tempinho
aí para dar uma recuperada para as perguntas eh então né pessoal eh aproveitar aqui o o cupom de desconto da revista da editora ah com os livros do professor Libânio eh e veja aí né tantos os os os livros que ele indicou aqui mas também a colega aí no no chat também indicou né outros livros então um deles foi o que ele apresentou o primeiro didática crítica no Brasil super recomendado né esse livro Como semifinalista do prêmio Jabuti acadêmico 2024 então Eh é uma boa oportunidade de sistematizar tanto a fala do professor aqui como também
aprofundar né Essas essas orientações da pedagogia crítico social dos conteúdos na escola além de outros livros né com com de autoria do professor que está aí disponível no no no site da editora então eu aconselho aproveitar bem esse cupom porque é sempre muito bom eh ter livros e discutir as as temáticas aqui que nós a cada aula né eh trazemos ah então é muito importante fazer esse esse esse movimento né esse movimento e outra né a gente precisa sempre lembrar que tem 300 315 pessoas assistindo e pelos comentários vamos intensificar aí a a curtida né
no no nosso vídeo né Eh lembrar e assinar o canal né com as uma parcela bem eh pequena em relação a tantas outras coisas mas é um valor aí nós temos que durante a aula né Tem um novo inscrito aí que foi Jaqueline novo inscrito do nosso canal né assinante assim como Ana Paula também eh sejam bem-vindos aqui porque a importância né a Nanda também do Santos a importância da assinatura do canal para que a gente possa impulsionar ainda mais o conteúdo desses desses cursos né A além também da curtida né então a curtida o
like vamos intensificar aí porque vocês também são corresponsáveis por esse curso né de levar para os seus suas localidades seja na escola na universidade uma discussão contra hegemônica né então vocês também são responsáveis por essa por esse engajamento por essa esse fortalecimento das das perspectivas que nós estamos trazendo a cada quinta-feira né então agradecer aqui a Marile Marile morela também falando das ótimas reflexões eh provocadas pelo professor né que fez tanto essa trajetória eh histórica mas também conceitual né da sua atividade enquanto intelectual né revendo a própria pedagogia eh urea né Eh que que comenta
aí que sempre sonhou em conhecer ah a gente conheceu aqui virtualmente para quem não conhecia só tinha acesso a leitura do texto mas nos eventos né que o professor também participa eh tanto do do da do endipe né da da didática como também de todos os outros trabalhos e organizações eventos que a gente acompanha aí o professor eh Libânio olha mais mais um comentário aí da D Mares pela excelente né Eh explanação do professor agradecemos aí mais uma vez a participação lembrando também né que as perguntas que vão ser eh discutidas após foram encaminhadas no
formulário permanente né então Eh sempre lembrando que eles foram encaminhados até a terça-feira à noite pra gente ter o tempo AB e enviar para o o o professor a professora convidada da aula né então mais uma vez a a gilceia né parabenizando aqui o professor Libânio né pela sua posição estaticamente organizada né Eh realmente é uma honra ouvi-lo né toda a sua organização do pensamento como também eh propostas né pedagógicas na escola e aqui o nosso eh subcomandante Professor zes lembrando aí de se inscrever no canal eh e tornar né nos canal uma referência eh
A partir dessa eh se tornando um membro né com a contribuição aí mensal de 1,99 como ele mesmo diz é um valor menor que um cafezinho então eh só reforçando aí a a participação de vocês assinando o canal né Então essa participação não é só uma um um reforço que nós fazemos Todas as quintas mas a importância dessa atuação de vocês nos ajudar né na responsabilidade de impulsionar esse material esse esse trabalho que fazemos aqui e aumentar o alcance de visualização eh a Raquel também aqui comentando né o Encantamento da descoberta e da produção do
significado do saber e mediar o processo do aprendizado é maravilhoso dentro essa perspectiva que nós estamos né defendendo aqui da uma uma educação contra-hegemônica né Ah mais uma vez reforçando né Professor zeso a de de não custa nada clicar aí no no gostei né considerando que temos aqui 300 15 pessoas assistindo Então vamos impulsionar essas avaliações positivas do vídeo até porque o professor Libano é uma referência na educação brasileira assim como savian e todos os outros que participam aqui de forma muito generosa né da do dedicando uma parte do seu dia que é uma manhã
Eh trazendo aqui a sistematização do seu P pensamento e provocando também eh questionamentos pra gente pensar uma outra escola né uma escola mais justa e humanizada eh mais uma vez aqui a Laureane reforçando né de de dar o like e ajudar o canal a ter maior visualização desse conteúdo então é importante sempre utilizar né desses recursos para que a gente fortaleça a nossa luta né contra hegemônica Então não é uma não é um não é modismo é uma necessidade da gente também se constituir na frente né utilizando os recursos midiáticos hoje na no fortalecimento e
impulsionar as pessoas de no mais longinquos lugares do Brasil A pensar como o professor Libano nos colocou aí eh um pensamento dialético né histórico dialético Olha só o que o o professor nos deixou essa responsabilidade que vemos né realizando isso e eh compartilho da fala do professor no início né os professores da Escola Básica são os nossos né O que estão enfrentando todo esse movimento aí de precarização e tudo mais mas vamos lá paraas perguntas né Relembrando que foram encaminhadas no nosso formulário Permanente no site do sted BR nada aula Ah vamos lá né então
professor em que consiste a diferença entre vou eu vou lendo as perguntas e aí a gente vai fazendo um batebola tipo maril Gabriela né Em que consiste a diferença entre a pedagogia crítico social dos conteúdos e a pedagogia histórico-crítica consigo perceber Anas mas tenho muitas dúvidas em que aspectos ou perspectivas elas se diferenciam Ok professora Obrigado e agradeço aos a quem fez as perguntas antecipadamente né O que me me permite dar uma resposta um pouco mais elaborada do que do que a gente se pego de surpresa né Eh eh você trouxeram várias perguntas e E
aí a o a a algumas delas são difíceis de responder com poucas palavras né e mas tudo bem eu vou fazer o melhor possível para poder corresponder às suas inquietudes né vamos dizer assim né então Eh essa pergunta já me foi feita várias vezes e foi feita também várias vezes ao ao ao professor demal né eh antes de de de tudo eu eu eu quero dizer a a a vocês que estão me ouvindo que dem eval e eu eh fomos colegas de seminário e fomos colegas de faculdade né Eh então Eh durante 4 anos e
nós convivemos diariamente né Eh eh e e e fomos formando uma sólida amizade né e quando a gente era estudante lá na lá na PUC de São Paulo no curso de Filosofia Nós dois somos formados em eh em em filosofia o que o que antigamente se falava filosofia pura né então nós nos formamos na eh eh eh eh eh Na graduação em em em filosofia e aí as nossas crenças políticas eh foram formadas né no mesmo contexto né tudo que eu falei hoje daquele contexto tem a ver também com com o Demerval e E então
as nossas crenças nós fomos formando elas por meio do estudo né que que era um curso muito puxado e e o curso de Filosofia e também foi foram forjados na na militância política né e enfim eh como vocês sabem foi savian que criou o curso de pós--graduação em educação lá na PUC de São Paulo né da qual ele foi coordenador e professor por vários anos e demal foi orientador da Minha tese de doutorado né então evidentemente que conversamos várias vezes sobre a a denominação aá a uma proposta de pedagogia assentada no no materialismo histórico e
e dialético não é no no no começo dos nossos dos nossos encontros né ali em 1981 82 quando eu comecei ao mestrado e depois segui com o doutorado eh ali naquele início depois da minha da minha dissertação de Mestrado né eu eh no final do mestrado no início do doutorado eh eh havia esse projeto não é já alimentado pelo pelo pelo demal saviani há há há uns bons anos né Eu já eu disse isso na minha na minha exposição né e mas naquele momento da Minha tese de doutorado não havia ainda uma uma denominação né
e e sobre essa pedagogia assentada num maté histórico dialético e E aí eu fui elaborando a a a fui fui caminhando no nas minhas reflexões eh ele evidentemente caminhando nas deles né e e enfim em algum momento né passou a existir a pedagogia bíblica Doc e a pedagogia histórico-crítica Eh que que eh eu não posso dizer que é precisamente eh a a mesma proposta são são propostos que T Como diz a pergunta H semelhanças h aproximações a um a um solo comum não é mas a eh eh o o percurso de acadêmico de cada um
de nós foi delineando determinadas orientações né Eh que não não ferem do meu ponto de vista absolutamente não ferem as premissas eh epistemológicas e as premissas políticas não ferem não ferem mesmo não é eh mas enfim eh a a a a Angelita pergunta ela ela tem razão de de ter dúvidas eh sobre onde se elas se diferenciam né então eu já falei também na minha na minha na minha exposição quando o próprio saviani né Nesse artigo que ele escreveu pra revista da and acredito que ele foi publicado depois em outro livro não é Savi diz
que a concepção histórico-crítica de educação é aquela que expressa o caráter crítico detica com os condicionantes sociais né articulação educação condicionantes sociais da minha parte desde o início dos meus estudos eu queria visualizar uma pedagogia crítica também inspirada no materialismo histórico e dialético mas eh sempre meu interesse esteve voltado pra didática e e e para trabalho eh dos professores né e foi o que eu fiz quando logo depois da tese de doutorado eu publiquei o meu livro didática e que expressava o o o aquele meu pensamento daquele momento reproduzido na na tese de doutorado né
então eh eh bem eh quando eu assumi eh a partir de 2002 como eu contei né a teoria do ensino desenvolvimental de David eh que é o suporte teórico da didática desenvolvimental eh eu assumir uma orientação diferente eh eh do que vinha levando eh eh eh Demerval e e o seu grupo de pesquisa não é e qu dizer o o o os desdobramentos pedagógicos da pedagogia histórico-crítica não não t correspondência direta né com a didática voltada pro desenvolvimento humano mas isto é é uma questão de opção são são escolhas São alternativas que teóricas e metodológicas
né que cada cada um cada cada pesquisador cada estudioso eh vai se orientando né Eh E no caso dessa minha opção pela pela pela pela teoria do ensino voltado pro desenvolvimento humano Eu também eh a minha adesão a a o que eu chamo de pesquisa cultural quer dizer essa adesão ao pensamento eh de de Mariana redgard eh que eu já mencionei eh eh aqui há pouco né quer dizer quer dizer essa adesão minha ao a a a a essa abordagem chamada radical local não é eh demarca uma uma diferença muito sensível em relação à pedagogia
histórico-crítica essa essa visão chama-se abordagem radical local que é isso aqui o ensino que articula o conhecimento conceitual enraizado num contexto histórico social e a situação de vida dos alunos né quer dizer eh então Eh redgar Marian redgar ela endossa integralmente a formulação teórica de davidov acerca da relação entre educação e desenvolvimento humano não é especialmente isso de formação do pensamento teórico dos Estudantes né mas traz uma contribuição teórica importantíssima no sentido de Artic particular a atividade de ensino com as práticas sociais institucionais e e né e as condições histórico-culturais e materiais de vida eh
dos alunos né eu eu tô indo longe eh eh eh A partir dessa proposta né né e estou aqui introduzindo muito fortemente eh eh a a a ideia de como é que a gente insere no coração dos conteúdos as desigualdades sociais e a diversidade eh sociocultural não é eu não vou me cansar de dizer algo que num primeiro momento é óbvio mas que tem Profundas repercussões eh na nossa pesquisa e no nosso trabalho de professores que é isto que desigualdades sociais produzem desigualdades escolares e desigualdades escolares produzem eh eh diferenças sociais né Eh eh perdão
desigualdades escolares produzem desigualdades sociais é isso né então eh eh bem eu eu acho que eu já disse o básico né Eh então essa esse meu investimento nessa Perspectiva da da abordagem radical local não é quer dizer a abordagem radical no sentido de os conteúdos situados historicamente enraizados no contexto da sociedade e o local que são essas condições sociais materiais e e e e culturais de vida dos alunos penso que que esse investimento torna mais concreta mais mais mais terra terra a relação entre condicionantes sociais e as práticas educativas né E aí não é não
é possível no meu entender deixar de lado aquilo que foi pesquisado no que se refere a a a a a pesquisa cultural né E então eu entendo que eu entendo que partindo de uma base epistemológica né do do materialismo histórico dialético eu eu tenho no meu modo de ver na minha prática no eh quer dizer eh eh eu eu tenho eu eu eu penso que nós devemos buscar Sim tudo aquilo que foi produzido vem sendo produzido não é e que Não Se Afasta dessas premissas né Eh eu acho que a gente tem que incorporar sim
e e e nessa Perspectiva da da de Mariana redgard eh eu vejo que que eh a minha proposta é é uma proposta que responde né as necessidades dos alunos as necessidades da escola e tudo mais né é isso professora em primeiro momento é só vou fazer uma ressalva né eu falei a pé o professor fez Tod histórico da and né então Eh é importante a gente ter esse esse entendimento do Papel dessas associações né na luta por uma configuração de uma educação brasileira então a segunda pergunta como chegou o estudo de bigot e leontiev a
pedagogia crítica no Brasil durante a ditadura Eles foram lidos como críticos ao Marxismo oficial ou parte dele ok professora Ok eh eh quem tá perguntando é o Felipe né Olá Felipe vamos delimitar eh para para eu poder responder essa pergunta do Felipe a a ditadura militar entre os anos 1964 1984 né embora Figueiredo tenha deixado o governo no dia 15 de março de 85 né pela porta dos fundos né bem eh então Eh os estudos sobre a recepção de vigotski e e da teoria histórico cultural no Brasil estudos que já foram produzidos e são vários
né E todos eles concordam que a obra de vigotski foi foi sendo conhecida eh no Brasil ao longo dos anos 1980 não é essa década que eu tava mencion iando né até o final dessa desse ano ainda eram escassos as publicações de vigos no Brasil eu diria eu falei escassas mas eu vou corrigir não é não havia nenhuma obra de vicot que traduziram no Brasil e o que se tinha eh eh eh di eram eram eram obra textos vindos de de outros países né né Eh eh inclusive em língua espanhola Com certeza né mas o
acesso a essas obras eram eram restritas a a um grupo seleto né de pesquisadores né olha só em 1984 é que foi traduzido do inglês pro português o livro a formação social da mente e em 1987 é que foi publicada a tradução do inglês de pensamento e linguagem né mais tarde foi esse mesmo livro com outro título eh foi traduzido aqui eh do Russo pro português e que é a obra que a gente recomenda pros alunos ao invés dessa que foi traduzida diretamente do inglês né então no no nos mesmos anos 1980 eh eh eh
eh surgiram grupos de pesquisa sobre a teoria histórica Cult cultural ou sociocultural na USP na feusp na Unicamp e na PUC de São Paulo eu mesmo em em 1984 eu tava concluindo o mestrado em educação eu tive o privilégio de de participar de eh de de de Momentos de estudo em um dos primeiros desses grupos né E que foi no curso de pós-graduação em psicologia social da pu de São Paulo 19 84 grupo esse que era liderado por uma professora eh Silvia tatian maurine a professora Silva heline muito conhecida na área da Psicologia marxista né
E então Eh esse eu participei desse grupo de pesquisa enquanto Mestrando E então nesses grupos eram feitas leituras de mar rub eh o rubinstein vigotsky e leontiev né que mas eram textos como é que eu digo eh textos esparsos né Eh nós não tínhamos nenhuma obra complete muito menos em português né E até das pesquisas desse grupo resultou nesse ano né de 84 a publicação de uma das primeiras obras coletivas com temas da da psicologia histórico-cultural que é um livro chamado psicologia social o homem em movimento eu até ia reservar o livro para mostrar para
vocês me esquecia né Eu tenho um capítulo neste livro eh eh sobre sobre sobre eh pedagogia marxista né foi uma uma o primeiro artigo né que eu fiz que se chamava psicologia Educacional uma avaliação crítica né que ousadia mim né Eh eh bem aí então foi nesse grupo que eu comecei a a estudar vigos iev né E E por aí que eu que que eu que eu respondo à pergunta da tô respondendo na pergunta do do Felipe a primeira metade de 1990 eh foi muito fértil em publicações no campo da educação eh Claro muito por
conta da eh da retomada do processo democrático vocês se lembram que em 1988 foi promulgada a Constituição Federal né Eh esses acontecimentos que eu já relatei na minha exposição eles explicam eh como é que a partir de de 1990 começou a a a percussão no campo da educação e da Psicologia Das ideias de vigotski lúria e leontiev eh mas especialmente os estudos sobre Vig e que foram mais eh numerosos né Eh bem eh a outra observação que eu quero fazer sobre a questão do do do Felipe de uma maneira mais pontual como é que chegaram
as ideias de vigos no Brasil que eu já falei eh eh e eu eu vou vou acrescentar Como tem sido a a sua recepção no Brasil não é uma colega Nossa eh eh Flávia asbar fez uma pesquisa em 2021 nós temos hoje 115 grupos de pesquisa eh no no campo da teoria histórico cultural mas o o que eu quero destacar é que não há uma homogeneidade desses grupos nos títulos desses grupos não é e e e portanto não há uma homogeneidade nas diferentes recepções do pensamento desses autores né eu eu falei aqui da didática desenvolvimental
na perspectiva de David mas há duas ou três outras eh eh eh eh eh eh manifestações de didática desenvolvimental que seguem caminhos eh caminhos eh diferentes né mantém-se uma epistemologia mas são caminhos diferentes de compreensão de como é que a a a teist cultural se aplica ao processo eh ao processo de ensino aprendizagem né Eh eh entre elas a a orientação teórica do grupo de pesquisa do professor saviani né que que que é uma é uma é uma recepção diferente do pensamento de Vig el on né bem eh Há portanto uma diversidade de opções teóricas
como é de se esperar não é e até diferentes compreensões de conceitos básicos né da escola de vigos e de outros vinculos vinculados a ele né O que significa que esses grupos de pesquisa e colegas pesquisadores não é eles se distinguem por adesões orientações teóricas específicas nãoé por exemplo muitos colegas vão pela teoria da atividade de né outros colegas vão pela teoria cultural que é mais centrada em estudos linguísticos e em temas da diversidade sociocultural outros trabalham com a teoria da assimilação por etapas das ações mentais de de de um de um famoso eh teórico
e da didática desenvolvimental que é exemplo se galperin né Eh outros como eu adotam a teoria do ensino desenvolvimental e dvid outros ainda vão pelas teorias da linguagem associadas a btim né Eh enfim e outros que que são mais fiéis Mais especificamente a vigotsky não é que muitos pesquisadores não não não não desdobram a sua pesquisa para para derivações da escola de de vigotsky né Eh bem eu eu acho que bem você pergunta se eles foram lidos como críticos do Marxismo oficial sem dúvida sem dúvida a produção eh a produção desses autores né naquele período
né que que que transpassou do do do período de de Len para Stalin não é eh especialmente não no período de Stalin na out houve perseguição política mas no regime stalinista houve sim eh eh perseguição política a a vários pesquisadores da teoria histórico cultural e são muitos muitos pesquisadores eu não não posso detalhar aqui né então os estudos que nós temos hoje e são vários que que recuperam a história da teoria históric cultural mostra que o grupo que formava a a a a a teoria cultural eram perseguidos pelo comitê central do Partido Comunista no regime
de Stalin né davol foi foi afastado da direção eh de um grupo de pesquisa por causa das suas ideias né quer dizer que era era como como que a gente podia dizer de uma maneira sintética é um assunto que não dá paraa gente aprofundar aqui não é quer dizer eh eh muitos criticavam vigotski por se afastar da ortodoxia e e e se afastava mesmo né Por uma séria de razões né Eh eh e e foi foi criticado por ser demasiado Idealista e e por abandonar o o uma um modo mais mecanicista de entender não é
o o o o Marxismo né Assim como pelo fato de destacar a subjetividade papel das emoções né no no essa liga articulação entre afetividade e emoção que era inadmissível né pelo pelo pelos membros do comitê central do Partido Comunista soviético ou depois chamado de politburo né Eh econi por exemplo que foi um companheiro de pesquisa de DD e um dos teóricos muito importantes da teoria histórico cultural eh segundo o relato de uma colega pesquisadora da Rússia que esteve aqui em Goiânia no evento que nós trouxemos Galina zman Galina relatou algo que a gente nunca podia
imaginar né eucon Eh que que era um um pesquisador de relevo foi acordado de madrugada na sua casa por agentes da da de do do regime estalinista e disse olha você nós estamos te dando a oportunidade de você fugir agora porque de dia amanhã nós vamos te prender e o con teve que fugir da sua casa incógnito e viver escondido numa cidade longínqua no interior da Rússia né e depois a própria esposa dele nesse mesmo momento nesse mesmo período não é acabou sendo eh eh eh presa pela pela pela pela repressão estalinista e morreu não
é então eh eh eh eh vocês sabem que a revolução socialista foi em 1917 liderada por Len e o Len morreu em 1924 eem 1927 eh Stalin assumiu o poder não é e logo logo eh começou a Perseguição das ideias de vigotski e e de todo esse grupo de pesquisadores né eh e aí então houve um recrudescimento do controle estatal sobre a pesquisa científica da União Soviética né Eh alguns pesquisadores acabaram se mudando paraa Ucrânia não é inclusive nessa cidade que apareceu muito atualmente carcova onde leonte e um grupo de pesquisadores se instalou para fugir
do do clima eh de perseguição né olha só em 1936 houve uma resolução do comitê central do do partido comunista da União Soviética que proibiu as obras de vigotsky né eh e e os textos dele foram censurados nãoé eh até que ali por volta de 1980 eh eh foram liberados mas aí já havia uma mudança de uma mudança de regime né Eh bem É isto aí que eu queria que eu posso falar Eh sobre esse tema né os os colegas Russos a gente recebeu vários deles aqui eh tanto em Goiânia quanto os colegas de Uberlândia
eh eh vários pesquisad Russos né do primeiro time da teoria históric cultural e eles não falam desse assunto né Eles não falam do assunto Stalin né eles não e quer dizer o todos eles entendem que Stalin traiu a causa da da revolução socialista né vou parar por aqui professora eh Inclusive eu falei desse assunto na minha aula de psicologia da Educação no curso de artes visuais a gente estuda o a psicologia história cultural na no entendimento da criação né OK e e menciona e menciona esse detalhe né Da Da perseguição política né isso então vamos
lá né Eh como a pedagogia crítico social dos conteúdos propõe a superação da divisão entre trabalho prático e trabalho abstrato seria apenas fora da escola Ok eh eu vou dizer se eu entendi bem a pergunta né eu eu eu pensei pensei pensei o eh O que que a colega queria falar essa pergunta eu vou responder o que eu entendi tá e se a colega ou a colega ou colega quiser eh eh eh dizer outra coisa o que eu entendi eu vou dizer agora o eh eh eh eu entendi que é a relação entre o trabalho
pedagógico de caráter teórico por exemplo a formação de conceitos e o trabalho prático quer dizer como é que os conceitos se concretizam como é que eles se materializam Como é que os conceitos se aplicam a casos particulares se for por aí eh eh a minha resposta é muito simples não há separação possível entre conhecimento teórico e conhecimento prático não é não há separação possível entre conteúdos e desenvolvimento de de capacidades e e habilidades né Eh na na minha visão Aliás a a visão que que eu eu aproprio de davidov né é que conteúdos e habilidades
eh eh juntas conexas interligadas vão produz é que vão produzir mudanças qualitativas no modo de de pensar e agir não é então isso me leva a retomar um pouquinho a questão dos conteúdos né quer dizer David é muito claro A esse respeito [Música] né mas se uma professora perguntasse eh perdão Se eu perguntasse a uma professora professora que que é conteúdo né ela vai dizer no mínimo que é o conteúdo é a matéria são os conhecimentos de uma matéria são os assuntos de uma disciplina escolar na teoria ensino desenvolvimental a definição de conteúdo vai mais
longe do que isto né Eh eh dizer segundo da vi na atividade humana Olha só vou fazer um raciocínio aqui que que que que é o que é assim o a a a composição lógica que me permite explicitar o que que é o que que é conteúdo então davd Eh diz que na atividade humana de transformação da realidade vão surgindo diferentes formas de atividade intelectual como atividade cognitiva atividade artística religiosa não é eh a moral não é e que ele vai chamar de formas de consciência social e de pensamento essas formas de consciência social e
de pensamento se se se materializam na ciência na arte na moral nas leis e hoje podemos falar na tecnologia né então eh essas formas de consciência social consistem ou referem-se à cultura material espiritual da humanidade que são transformadas em conteúdos escolares né e a apropriação deles é que possibilitará a aos a aos indivíduos aos seres humanos o desenvolvimento de sua forma de agir de sua consciência eh individual e social e do seu pensamento né O que que Leon eh diz isso de um outro jeito quando uma criança se apropria dessas formas de consciênci social reproduz
a atividade humana histórica encarnada nessa as formas né bem essas formas de consciência social portanto estão associadas a capacidades e habilidades humanas como formas práticas de agir conforme essas essas práticas né então Eh quer dizer o que que eu quero dizer com isto né o desenvolvimento histórico social da humanidade vão constituindo os vários Campos do saber da da do conhecimento científico da arte das leis etc etc né que que a as ciências vão sendo Campos de conhecimento que vão eh vão vão eh eh eh formando modos de resolver problemas e com isso vão desenvolvendo capacidades
humanas né Essas capacidades humanas eh elas se se encarnam nos conteúdos escolares não é de uma forma um pouco mais eh eh específica né quer dizer que são os campos do conhecimento a física química matemática a arte de maneira que conteúdos eh são a base de conhecimentos de uma matéria que sintetiza modos Gerais de resolver problemas eh no âmbito de uma ciência de uma arte no âmbito eh eh de leis Morais por exemplo né e de outro jeito falando de outro jeito os conteúdos reúnem neles capacidades e habilidades humanas que foram desenvolvidos ao longo da
história numa determinada ciência na arte na moral etc né então apropriar-se do conteúdo é experienciar a forma humana pela qual foi produzido né Por exemplo as pessoas precisavam resolver problema de contágio do Gado das plantações da construção de habitações então foi se formando a ciência matemática a matéria matemática incorporou nela modos de solução de problemas desenvolvidos ao longo da história da humanidade e nisto cons aprendizagem da Matemática Então se isso que que eu tô falando faz sentido Não é quer dizer eh eh quando o aluno se apropria do conteúdo não é para memorizar a matéria
não é para dominar o conteúdo como a gente fala né significa que os alunos devem se apropriar das capacidades e habilidades humanas incorporadas dos conteúdos né quer dizer aqueles modo social e historicamente desenvolvidos de lidar com os objetos da realidade nos vários Campos da ciência né eh e aí que eu que eu que eu tiro a conclusão e se eu entendi a a a a a a a pergunta né é de que é de que não há conteúdos sem a o desenvolvimento de capacidades e habilidades correspondentes uma boa professora é aquela que extrai eh dos
conteúdos né capacidades e habilidades que que que os os meninos os alunos vão usar na sua vida né quer dizer eh quer dizer os conteúdos devem se converter em procedimentos de pensamento e modos de agir então eu eu eu eu eu costumo dizer que a bncc além de muitos pecados ela comete um capital não é ela separa conteúdos de competências né não é não é transformar competências em conteúdo que nós ajudamos os alunos a formarem o seu pensamento vou parar por aqui professora tem mais perguntas né É É sim mas maravilhoso né Toda Toda a
explicação aí próxima pergunta então como deixou como o diálogo com a Teoria de Aprendizagem desenvolvimental contribui para repensar o papel do professor e das interações sociais no processo de aprendizagem e de que forma essa abordagem pode promover o desenvolvimento das funções cognitivas superiores Ok eu tô vendo aqui que a Larissa é que fez essa pergunta né oi sempre participa aqui com a gente Olá Larissa Larissa já falei sobre isto né na na na minha na minha exposição não é quer dizer eu eu eu trouxe uma série de elementos que poderiam dos quais podem eh nós
podemos derivar eh eh eh o trabalho do professor em promover o desenvolvimento eh dos processos eh psíquicos Super né Eu prefiro falar em vez de cognitivos processos psíquicos superiores né então eh eh bem eu já falei também agorinha que há várias teorias de ensino desenvolvimental a partir de vigos né e enfim é uma uma e eu tô trabalhando na perspectiva de vasilha da vida né então considerando considerando então esses princípios do ensino desenvolvimental da aprendizagem desenvolvimental eu teria algumas ideias eh sobre o trabalho do professor né primeiro que tudo primeiro que tudo a o entendimento
de que aprendizagem aprendizagem Visa o desenvolvimento de capacidades humanas e habilidades dos alunos a partir dos conteúdos Eu já falei isso agorinha né a segunda ideia não é é que é que o professor o professor é um é um digamos assim é um gestor de mediações né na relação eh do aluno com o conteúdo e aí a a a vigos aponta a a Como como o coração da teoria do ensino jental atividade de estudo é nessa atividade que com base em problemas com base na em busca de problemas com base numa em boas perguntas né
Eh os alunos reconstituem eh na neles próprios na atividade deles próprios né os passos e desenvolvidos pelo cientista nãoé de maneira a a a fazer a conceitualização eh dos elementos componentes do do problema para isto para isto eu eu não abro mão há muitos anos né as professoras e professores precisam dominar a estrutura lógica da matéria os princípios da organização da matéria e além disso como é que essa matéria como é que a ciência que dá origem essa matéria investiga e o seu objeto de estudo é complicado eu tô pedindo muitoos professores né mas eu
não entendo que que dentro da perspectiva que eu trabalho seja possível os professores eh na sala de aula sem o domínio dos conteúdos absolutamente imprescindível não é bem eu teria de que dizer muita podia dizer muita coisa com a partir daí e uma delas que é o o o o fracasso das licenciaturas em pedagogia em boa parte porque elas não ensinam as futuras professoras os conteúdos que vão ensinar as crianças né então sem domínio de conteúdo nada feito né uma outra coisa que eu que eu espero dos professores né Eh é o que eu falei
saber extrair dos conteúdos as capacidades né Eh intelectuais importantes a serem desenvolvidas nos alunos como é que eu Transformo os conteúdos em procedimentos de pensamento por isso que eu falava que a visão de de conteúdo ou de conhecimento que eu que eu que eu que eu me aproprio desses autores que eu estudo não é eh quer dizer é de que o o é de que não há separação possível entre conteúdos e e e habilidades ou conteúdos e capacidades humanas e habilidades não é eh porque é nos conteúdos que estão as capacidades eu não posso dissociar
isso não posso separar eh eh eh competências isoladamente dos conteúdos que Dão origem a elas né M muito bem eh Claro claro que que o professor que eu que eu que eu que eu imagino que eu sonho né é aquele que faz sabe trabalhar com a compreensão conceitual e e quer dizer eh e a relação crítica né Eh eh a relação crítica entre os conceitos cotidianos que são gerados eh Nas condições sociais materiais e culturais de vida dos alunos né e enfim a ideia de de de promover interfaces reais onde se evidencia desigualdades e diversidades
né quer dizer é nisso que eu vejo né a a a a condição crítica o caráter crítico eh dos conteúdos né Eh veja eu não quero mudar o caráter científico dos conteúdos não né Eu quero que as desigualdades e diversidades entre no coração dos conteúdos né e e e que seja possível então eh uma uma uma inflexão crítica desses conteúdos né bem acho que eu vou vou dizer por aí né acho que acho que que é uma eh não respondi tudo que foi perguntado mas eh acho que acho que nós estamos já terminando o nosso
tempo né OK professora ok eh por isso a importância de retomar a leitura dos textos né dos livros para Ok para para completar né isso e elaborar também seu entendimento né Ok Ok eh próxima pergunta então em que medida o uso de problemas para estabelecer a formação do pensamento teórico conceitual aparecendo aqui se aproxima das pedagogias ativas que vemos na moda hoje ok uma uma belíssima pergunta vamos ver se eu dou conta de de responder né eh olha Todos nós sabemos vocês professores professoras especialmente quem está nas escolas privadas né Eh tem aí vamos dizer
essa essa como é que eu vou falar divinização das metodologias ativas né Eh quem estuda quem estuda a história da educação sabe que as metodologias ativas não é um tema novo elas foram formuladas junto com o movimento da educação nova no final do século X não é e e e e e o objetivo delas Como a educação nova eh valorizava eh o aluno a iniciativa do aluno o protagonismo do aluno não é eh e e e especialmente a ideia de que o aluno é ativo no processo de aprendizagem né Então as metodologias ativas teriam como
função o aluno numa atividade e que isso levaria a uma melhor aprendizagem né Tudo bem tem lógica isto e eu eu eu eh não teria nenhuma dificuldade em aceitar esse entendimento né Então aí o trabalhinho grupo ensino individualizado aprendizagem baseada em problemas aprendizagem por projetos a metodologia da problematização contratos didáticos portfólios comunidades de investigação enfim hoje e hoje são também fortemente identificadas com o uso de tecnologias digitais né o ensino híbrido sala de aula invertida gamificação robótica essas coisas todas né eh eh então eh a atração pelas metodologias ativas especialmente no ensino Privado não é
eh inclusive na em políticas oficiais né em documentos aí oficiais né até a bncc o documento da bncc recomenda metodologia ativas eh de uma forma meio hipócrita né porque eh o o a bncc eh não tem nada a ver com a atividade própria do aluno né Então essas metodologias têm Aparecido como indicador de uma suposta inovação nos métodos de ensino né Eh aí alegação eh do impacto das das mudanças trazidas pelas tecnologias digitais etc né E especialmente critica-se a pedagogia tradicional eh porque ela ela é atrasada ela não incorpora as tecnologias etc né E fica
mantendo essa relação passiva do aluno na eh com com com com conhecimento não é e eh Então nossa as metodologias ativas a salvação né vão transformar os alunos em sujeitos ativos autônomos etc etc produtores do conhecimento nada mais falso né e eu poderia gastar aqui um tempão argumentando que isto é uma hipocrisia mesmo né Eh a pergunta que que eu acho importante de ser feita eh a partir do que foi colocado né na eh que tá a questão que tá aí na na tela né Eh o ensino baseando em problemas na didática desenvolvimental eh aproxima-se
das pedagogias ativas a minha resposta é sim e não sim porque as metodologias ativas compõem mesmo o repertório de de metodologias e que sem dúvida no meu entendimento tem a ver eh eh tudo com a a a iniciativa do aluno com a atividade do aluno tô falando aqui qual é o coração do ensino desenvolvimental segundo da vida atividade de estudo precisamente colocar o aluno numa situação em que ele lide com lide com o objeto de estudo e faça operações mentais faça transformações mentais desse objeto de estudo na sua cabeça né por meio de Abstrações e
generalizações né Eh eh E com isso então ele vai desenvolvendo o pensamento teórico eh dialético né Eh eh Então mas não porque porque não não tem nada a ver as a a a o a a a a perspectiva dessas metodologias ativas numa visão positivista e mecanicista não é com a visão de de de problemas de de problemas da da teoria histórico-cultural né eh eh eh bem sem dizer que bom eu quero dizer o seguinte né Eh essa as metodologias ativas da perspectiva eh eh desentendimento vou chamar aqui e eh eh positivista né claro que é
positivista significa que o a essas metodologias Estão vinculadas às eh elas são vistas como meio eficaz de lidar com situações de ensino e aprendizagem no plano operacional no plano de resolver problemas imediatos e práticos as metodologias ativas aí dessas faculdades comerciais e Mercantil né Elas são artifícios para resolver problemas imediatos e práticos e que pena que isso é usado inclusive emem algumas faculdades de medicina hein então colegas professoras professores é minimizado o papel do conhecimento científico e não são incentivados e promovidos na atividade do aluno processos cognitivos né E muito menos metacognitivos né então a
ênfase no fazer no aprender fazendo leva a que o domínio dos conceitos fique restrito ao domínio de competências operativas e não ajudando não chegando no desenvolvimento de capacidades intelectuais autonomia intelectual né esse é o limite e por exemplo que chama de aprendizagem baseada em problemas na tanto na Perspectiva da escola nova do dewing não é eh eh eh quanto outras eh outra outros entendimentos da da da da aprendizagem basada em problemas Olha só na tradição da da teoria histórico-cultural o aspecto mais importante na resolução de um problema de aprendizagem é a aquisição de métodos Gerais
de ação Eu já falei sobre isto né O que implica o conhecimento teórico dialético acerca desse problema olha se o aluno não parte de conceitos teóricos eles vão aprender as operações eh repetitivas em si mesmas né eles aprendem só as condições de ação específicas ao problema particular e imediato né não adquirem olha modos de ação modos de ação Gerais que vão permitir o uso de conceitos teóricos para analisar o problema eh eh é a ideia que eu tava desenvolvendo desta desta ide entendimento de que as capacidades e habilidades estão encarnadas nos conteúdos né então quero
dizer que o problema é pedagogicamente bom quando mobiliza a atividade intelectual quando o menino põe tá estudando água Põe água aqui ó para fazer Abstrações e generalizações parte de um princípio geral sobre a água para para aluno aprender a aplicar esse esse conceito geral em situações particulares né então lidar com o problema não é só uma atividade empírica uma atividade sensorial né Eh eh eh na na teoria históric cultural você põe os meninos frente a um problema para que realize ele realiz transformações mentais e vão lidando então com as contradições os conflitos os contrastes né
Eh você está estudando a adaptação adaptação eh do animal de um animal ao seu meio ambiente né Então você põe um um problema o que aconteceria se a gente levasse um macaco eh da região Amazônica para uma geleira lá da lá do uma geleira né lá no Polo Norte não é veja você vai explorar contradições conflitos e E por aí você vai ajudando ao aluno a incorporar conceitos sobre a a relação entre o o o um animal e seu hábitat né Então olha só concluindo mais do que uma solução prática de um problema é preciso
prover o aluno de meios conceituais para formar ação de ações mentais não é eh formar conceitos que vão servir de ferramentas mentais para lidar com os problemas né bem vou parar por aqui tá magnífico Professor eh debate extremamente fundamental paraas questões né atuais né primeiro dessa trajetória de uma Lucidez teórica né política um posicionamento todo assim a gente só tem agradecer e em razão da hora né do nosso limite aqui eh já vamos encaminhar para as considerações finais do nosso encontro eh acredito que o sentimento de todos e todas que assistiram é de muita gratidão
por essa oportunidade de de debate de conhecimento eh não só nas nos questionamentos e provocações que o professor trouxe mas também bem de dessa importância de dominarmos o nosso conteúdo né no caso da pedagogia tem uma eh uma especificidade Eu trabalho com a formação de professores de artes visuais então também é muito importante esse Resgate eh de do reconhecimento da necessidade de dominar a estrutura lógica dos conteúdos então assim e é gratificante naquilo que essa palavra traz mas também na nossa responsabilidade enquanto professores de encaminhar isso paraas escolas né Então pessoal como eu disse em
razão do nosso tempo nosso tempo mesmo eh encaminho para você Professor das suas últimas palavras as considerações finais e depois a gente encerrar a transmissão Ok bem colegas professoras professores e um abraço muito especial a a vocês que estão lá na Linha de Frente lutando pela escola pública lutando pelo eh fazendo o que é possível eh porque eh nós vocês e nós todos temos uma responsabilidade muito grande pelo destino humano dos nossos alunos né E como é que a gente trabalha com o destino humano dos nossos alunos né Eh é é uma posição que eu
tenho uma posição que eu trago que eu trouxe aqui o hoje para vocês não é quer dizer que eh eh eh eu parto do entendimento de que o Grande Lance da da educação da educação crítica da Educação transformadora não é é a gente eh eh eh trabalhar na nossa disciplina pro desenvolvimento das capacidades humanas e habilidade dos nossos alunos com base nos conteúdos né e e diz a outra ideia importante que eu trouxe aqui a vocês é a ideia da escola socialmente Justa nãoé e eh Essa imperiosidade não é essa imperiosidade de que que de
que nós desenvolvamos a sensibilidade né Eh paraas desigualdades sociais e paraa diversidade sociocultural né Eu disse a vocês e e e repito não é o desenvolvimento humano é o grande é o grande objetivo da da da educação escolar e nós fazemos isto eh eh precisamente investindo no eh no desenvolvimento de capacidades humanas e habilidades eh com base nos conteúdos mas nós temos que considerar né a a a nossa sensibilidade a a a a a nossa a nossa preocupação pela desigualdade sociais eu não preciso lembrar vocês da de que a a chaga não é a chaga
exposta não é eh pela pandemia foram precisamente as desigualdades sociais né E que vão determinar desigualdades escolares e a ausência o o perdão e as desigualdades sociais por sua vez são promotoras não é das das desigualdades sociais né eu tô eu falo muito sobre isto hoje então é isso que eu tô dizendo né quer dizer o nosso trabalho de professores implica uma atensão muito forte né Eh de é um duplo movimento no ensino não é dos conceitos cotidianos gerados na experiência sociocultural concreta dos meninos para os conceitos científicos aí ele reelabora esses conceitos pela abstração
colocando água colocando eh eh temas das disciplinas como objeto de reflexão como objeto de abstração e generalização né E os meninos podem voltar a sua comunidade a sua família né ele aprendeu água lá em ciências mas a professora pediu para os meninos pegarem um um um um potinho de água né pediram pegar um potinho de água aqui ó lá no córrego perto da casa deles né Aí cada criança Traz esse essa água evidentemente que vai ser um uma um assim aqui um um um um um vidrinho transparente mas a água que vai aparecer lá né
lá do Córrego perto da casa do menino não é nem inodora nem como inodora eh que a água inodora ô meu Deus fugiu aqui nem é transparente nem é nem é transparente né e insípida né insípida olha só Aí o menino vai vai operar isto operar conceitualmente Isto vai colocar água aqui na cabeça né a professora sabendo trabalhar aí o menino vai para casa e diz minha mãe vamos vamos botar um filtro aqui na nossa casa mãe mãe vamos ferver a água mãe vamos dizer para esse vereador que vem aqui eh para prometer coisas aqui
para nós diz que vai vir água tratada e até hoje mãe estamos aí com água de de de cisterna água de poço não é isso que eu tô dizendo né conteúdos intrinsecamente ligados com capacidades e habilidades e capacidades e habilidades intrinsecamente ligado aos conteúdos né Obrigado professora pela sua companhia aqui comigo deixa um abraço carinhoso a todos vocês que estão aqui e eh acolhendo O Chamado do sted BR Parabéns pel iniciativa E espero ter contribuído com vocês para compreender né Essa essa história toda da pedagogia crítico social dos conteúdos e no que é que ela
transformou hoje tá ok obrigado pela sua atenção nós que agradecemos professor e é inspirador e o conhecimento encanta né então agradecemos aqui mais uma vez a presença de todos e todas eh Compartilha esse link né dá o like no vídeo pra gente ter um maior alcance das formação de professores nas escolas nas reuniões pedagógicas pra gente retomar né que o nós professores somos ais né profissionais também que produzimos conhecimento então agradecida Professor José professora foi um prazer mediar essa aula Ok professora deixa um abraço a você professora jidal agradeço um momento Nós faremos isso presencialmente
isso com certeza e aí gostaria de liberá-lo e passar para vocês né o qu code da inscrição frequência na verdade da aula de hoje e só lembrando pra próxima aula a formulário permanente de vocês encaminhar as perguntas até terça-feira à noite então mais uma vez obrigado e até a próxima [Música] k [Música] [Música] p a [Música] [Música]