e fiz errado gente tem que começar de novo i li errado eu tenho que botar mais energia para ficar parecer que é mais espontâneo sim olá eu sou Cristian lin e você está ouvindo ou assistindo o diálogos com a inteligência Esse programa aqui é uma parceria da Insight Editora da revista Insight inteligência e do meio com a ajuda de vários especialistas nós refletimos sobre temas fundamentais para pensar o Brasil e o mundo e nós só temos uma a regra aqui deixar de lado o senso comum [Música] bem-vindos no diálogos dessa semana nós temos a honra
magnífica de receber a igualmente magnífica cientista política argelina Figueiredo que é um eu diria que é a Fernanda Montenegro da Ciência Política né pelo amor de Deus CR a argelina é uma das maiores especialistas do país e em estudos dos sistemas políticos eleitorais relações do executivo com o congresso uma longa trajetória acadêmica no instituto de estudos sociais e políticos da uerg que é o IP uerg que é o melhor programa de ciência política do Brasil né além de ser Doutora em Ciência Política pela Universidade de Chicago e pesquisadora do centro brasileiro de análise e planejamento
do Sebrap e foi minha professora também mas não conta para ninguém tá bem-vindo da Angelina é um prazer recebê-la aqui querida deixa eu beijar ess essa mão aqui ó obada Muito obrigada prer eu tô aqui olhando tô aqui olhando essa revista com essa capa eh Super pra frente né que foi o número 104 da revista inteligência número 104 da revista inteligência publicamos um artigo da argelina chamado fortalecimento do congresso é o fim do presidencialismo de coalizão não pois é e né assim bom aí precisa explicar o que que porque o o presidencialismo de coalizão o
que que é Afinal tá o o presidencialismo de coalizão na verdade é uma uma é o governo de coalizão num sistema presidencialista e eu costumo dizer que governo de coalizão é uma categoria muito mais Ampla do que presidencialismo de coalizão a ideia do conceito que eh eh da expressão de fato tem sentido porque o Sérgio Abranches que cunhou o termo ele tava era o primeiro artigo sobre o funcionamento de governo de coalizão no presidencialismo brasileiro mas o presidencialismo brasileiro não era uma jabuticaba nem aqui na América Latina por exemplo Chile e Uruguai sempre tiveram sistemas
eh presidencialistas com governos de coalizão e em geral quer dizer a maior frequência de governos de coalizão é na Europa que são eh partido eh países multipartidários então o que que é coalizão coalizão quer dizer quando algum ator político tem um objetivo e se junta com outros atores para atingir um objetivo específico tá né E essa junção Essa coalizão ela é sempre temporária porque depende de atingir ou não esse objetivo e Qual é o objetivo do governante do chefe do executivo o objetivo dele é governar porque se ele não governar se ele não tiver um
governo não não implementar políticas ele vai ser um zero à esquerda E este é o mesmo objetivo de um primeiro ministro quando quando eles não têm maioria no Congresso maioria de cadeiras a alternativa é fazer uma coalizão chamar partidos para participarem do governo com o objetivo de negociar no interior do governo as políticas não vão ser políticas do partido que ganhou a eleição é uma política do conjunto do governo e por isso que eu tô chamando de chefe do do executivo que no presidencialismo é o presidente e no parlamentarismo é o primeiro ministro então a
A lógica é a mesma nos dois sistemas e depende desse de um presidente racional Porque a gente já teve Presidente racional cujo objetivo não era governar bem bem recentemente né e ser um ator governal e racional ter esse objetivo e os parlamentares quer dizer não os parlamentares os partidos parlamentares terem interesse em participar do governo porque muitas vezes o interesse dele é ficar fora do governo então o que que os participar de cargos governamentais ou seja Ministérios é importante pros partidos Porque por meio desses cargos eles podem eh entar políticas que eles defendam e ao
mesmo tempo é obter mais votos na eleição seguinte Então esse é o cálculo dos partidos ao indicar um representante do partido para participar de um governo normalmente as pessoas falam ah a pessoa quer cargo só para corrupção interesse espúrio só para atender sua clientela não a gente tem que partir do suposto que essas são as duas ele participa Se o se o partido tem como tem alguma influência no governo aí depende das instituições no interior do congresso aí eles podem não participar se ele vai ter uma influência maior ou se ele vai obter mais voto
ficando na oposição ele não participa Então depende do interesse dos dois tipos de atores é se se a gente compreende o presidencialismo de coalizão dessa forma assim Mais lata então a Rigor a gente tem presidencialismo de coalizão desde sempre né porque no império você tinha um sistema bipartidário Mais ou menos também porque ali mas sei lá de 46 paraa frente mas é gente tem presidencialismo de coalizão sempre é 46 foi um um regime na verdade o artigo do Sérgio abranche Se referia ao período de 46 e um dos dos eh argumentos do artigo é que
o Sérgio Abranches ele defendia o multipartidarismo mas ele comparava o presidencialismo de coalizão no Brasil com os países parlamentaristas europeus então para ele era o presidencialismo que tinha mais problema e não multipartidarismo e ele defendia que tinha que ter eh mudanças no no no na no nas regras do presidente nos poderes do presidente etc e e e a a minha visão do Fernando Limonge que a gente estudou muito sobre o parlamentarismo de eh o presidencialismo de coalizão Era exatamente e que o Sérgio abranche escreveu antes da constituição está pronta e a gente escreveu depois e
num período que a gente já podia ver alguns efeitos e comparar com o período 46 64 o que a gente viu é que apesar do multipartidarismo do federalismo e eh eh federalismo multipartidarismo da das instituições de representação serem difusas o pod do executivo ficou muito concentrado com a constituição então foi Medida Provisória foi poder urgência pros projetos do executivo controle sobre o oramento e muitas dessas medidas foram eh melhoradas nos tipo de transformadas em medidas que não são autoritárias mas foram herdadas do período no regime militar Ah no período militar que tinha eh foram elas
foram primeiro implementadas aprovadas durante o período militar aí por exemplo a medida provisória o o congresso constituinte alterou porque o o legislativo podia alterar as medidas Provisórias enquanto que no período autoritário se o legislativo não fizesse nada ela tava Pois é isso que eu queria perguntar o que que aconteceu assim você tinha o presidência de coalizão desde tempos imemoriais por assim dizer uhum mas ele não gerava estabilidade o que foi que aconteceu que ele passou a Gerar estabilidade por volta de 94 93 por ali é não foi é só 94 uma maior estabilidade sim é
porque an não tem quer dizer você tem o governo antes ditadura não conta não não conta antes 46 64 é instabilidade Total total uhum É o Color enfim pertence a aquele pequeno grupo de gente que não quer governar com o congresso color bolsonaro Dom Pedro I exato Jânio Quadros Jânio Quadros né Eh mas aí a coisa Começou a funcionar o que foi no tempo do Itamar foi a partir dali que começou a ter uma né que a democracia meio que estabilizou é olha só a gente o período sarnei se a gente conta a Constituição de
88 foi um período muito pequeno né E aí veio o o Color que também governou por não governou por do anos mas ele ainda fez algumas coisas ele tinha um programa que era meio maluco mas ele fez quer dizer ele tinah mas tinha primeiro a ideia de que ele podia governar sem o congresso e ele viu que não dava e isso é uma coisa importante porque o congresso ele tentou formar uma coalizão Depois de dizer que não ia fazer nada com o congresso e não adiantou acabou sendo quer dizer ele renunciou mas o impeachment ia
sair depois o que a gente vê é já começa com Itamar porque entra inclusive o Plano Cruzado dur plano real é durante o governo Itamar né então Eh essa um argumento quer dizer o principal argumento meu e do Fernando que essa estabilidade vem exatamente desse poder de agenda do executivo o Executivo passa a comandar o processo decisório inclusive no no Congresso o que que isso significa eh a gente todas as prerrogativas que o Executivo assumi passou a a ter na Constituição não existiam na Constituição de de 46 Inclusive eu dou um exemplo que é eh
constituição fazer uma constituição é prerrogativa do congresso exclusiva normativamente em geral é isso o os militares deram poder ao executivo de fazer Constituição e a Constituição de 88 Manteve isso tanto fazer que eu tô dizendo é assim a Constituição de 88 permite que o Executivo mande um projeto de emenda constitucional Ah tá é não fazer a constituição não pois é emenda constitucional o presidente é antes de 64 no período 45 64 não tinha esse direito de iniciativa não tinha e era uma coisa que era totalmente comum de acordo com uma visão do que é executivo
e legislativo que a constituição é o contrato da sociedade o Executivo ele representa uma parte da sociedade ele é eleito por maioria o congresso não um congresso com sistema proporcional ele representa 100% da sociedade e então o poder constituinte está no Congresso né O que que por exemplo aconteceu em 63 o Jango ele tinha um projeto de emenda constitucional para eh a reforma agrária para uma reforma agrária e era um projeto que era um projeto aceitável pelo menos negociável com aquele congresso e o que que aconteceu o Jango não podia mandar ele precisava que o
PTB que é o partido dele só o partido que podia mandar um projeto de emenda e o PTB mandou um projeto de emenda super radical que era impossível de qualquer congresso aprovar que na reforma agrária ele o projeto incluía também reforma Urbana Hum muito avançado muito avançado é muito é na verdade muito radical porque não existe no mundo um exemplo de reforma agrária que tenha passado por meio uma reforma agrária dessa natureza por meio do congresso não quis dizer que era muito muito e adiantada era reforma urbana que é uma coisa de hoje né uma
é uma coisa que tá na paa do dia é pois é aí a gente tem então Eh essa estabilização depois depois tem uma espécie de desestabilização ali em 2015 2015 por ali o que que aconteceu ali olha ali eh O que aconteceu com aquela toda desestabilização é bastante política o fato do presidente eu sempre mantive isso o fato do presidente eh comandar o o projeto dele ter uma força muito grande Legislativa influir no processo legislativo portanto no resultado das das eh das leis né da produção Legislativa ele eh ele é limitado pela aprovação ou não
do congresso ajuda mas não obriga né é uma relação no fundo que que requer a aprovação explícita do congresso e na medida provisória que era a medida mais forte eh ela funcionou muito bem no governo Fernando Henrique e até eu digo funcionou muito bem porque o Fernando Henrique tinha um apoio político muito grande e principalmente pelo fato de ter feito um programa de estabilização eh bem sucedido né que era uma demanda importante da sociedade o Lula depois pôde nos dois governos fazer a mesma coisa com uma outra demanda incrível assim bem grande da sociedade que
era diminuição de desigualdade combate à pobreza etc a Dilma no primeiro governo tinha um programa que era muito menos consensual na sociedade e entre os políticos que na política econômica e os interesses são muito mais fortes isso era um Ponto Além disso tem a questão da lava-jato a lava-jato começou a atingir não só os partidos mas parlamentares quer dizer não é eh determinados partidos mas um número grande de parlamentares que estavam envolvidos e a Dilma tava firme no combate à corrupção não permitia nenhuma eh interferência do Ministro da Justiça Isso Fernando Limonge conta no livro
dele com bastante detalhe e que leva a um comentário do Jucá para eh dizendo a gente tem que parar essa sangria a sangria era a ameaça que pairava sobre os militares ó sobre os parlamentares sobre os parlamentares corruptos então eh o o movimento dentro do congresso contra Além de que o congresso já tava ficando um congresso mais conservador desde a eleição de 2010 uhum eh gerou esse clima político que na verdade foi reforçado pela atitude do temer que era vice-presidente e começou a ver o caminho do futuro dele né traçar o futuro dele e uma
coisa muito interessante de você perceber sobre o em processo de impeachment é o seguinte enquanto o congresso não tem uma perspectiva do que que vai acontecer depois do impeachment ele acaba não fazendo impeachment a imprevisibilidade coíbe né é isso e ali não tinha o temer tava lá ele ia ser o presidente ele tava in conluio com esses grupos quer dizer apoiou saiu de uma de uma uma primeira tarefa que a Dilma tinha atribuído a ele de estancar esse movimento dentro do congresso e aí foi isso para mim foi eh na verdade antes se você pensar
do ponto de vista democrático teve uma uma atitude que foi a atitude do Aécio Neves de suspeitar jogar uma suspeita sobre o processo eleitoral eh ele era presidente do partido candidato derrotado e isso nunca tinha acontecido no Brasil aham e a justiça eleitoral nunca foi contestada mas quando o temer assume ele restabelece o um presidencialismo que é quase um parlamentarismo né porque parecia que ele ele não tinha nem mais presidente que ele era o primeiro ministro sem presidente mas a instabilidade continuou mas aí a instabilidade era externa né a s é na verdade é uma
estabilidade muito que de acordo entre ele e aquele congresso que depois deu no que deu que ele foi o presidente mais mal avaliado do período de redemocratização eh eu não sei se se se chamar de primeiro-ministro é agir junto com o congresso na verdade porque na verdade não tinha presidente do ponto de vista da legitimidade Ah tá da legitimidade não tinha então ele era como fse o primeiro ministro de um presidente que não existia é ele não é mas ele não era nem o primeiro-ministro porque ele não tava lá governando porque é aquilo que eu
falei o primeiro-ministro ele é ele tem a prerrogativa de governar no presidencialismo é o presidente se não é o presidente não vai E então eu chamo a situação que a gente enfrentou pós governo bolsonaro resultado dessa crise que começou em 2015 e que é uma crise política eu nem Considero que essa crise começou em 2013 como muitas pessoas falam porque eu acho que as jornadas de junho de 2013 foram um eh uma manifestação de de insatisfação da sociedade como um todo de vários grupos tanto que tinha várias demandas né e que não não afetou só
o governo federal afetou os governadores afetou até eh prefeitos de cidades grandes Então na verdade começou em São Paulo com com a coisa do passe livre tudo então eu considero que aquilo não é uma crise mas aquilo mas assim a impressão que eu tenho é que aquilo ali foi uma expressão de insatisfação do ponto de vista de de de crise da representação política quer dizer eh aquelas pessoas não se sentiam representadas por alguma razão no naquele Tipo de política que era feito naquele momento eu acho que depois fica mais claro porquê porque você tinha na
verdade uma nova direita que não se via naquele que não se via no regime da nova república é eu eu sei É verdade tinha isso mas tinha vários componentes eh que uma parte não era só da direita a direita aproveitou ali tomou carona e entrou eh e entrou também por meio de de canais institucionais que o próprio legislativo Sim foi 2000 is isso é uma coisa que eu até falo as pessoas do um ficam meio espantados Quando eu digo isso que é assim que a eleição de 2018 ajudou a reduzir a crise de representação porque
essa direita entrou dentro do a e aí a pressão de Fora começou a diminuir Pois é mas a eu aí eu só que o não quis governar com o Congresso é eu colocaria Pois é eu colocaria esse senão o ele não queria e ele não tinha em princípio essa eh e o congresso não aceitava essa agenda super radical eh radical e de costumes muito cons adores mais do que o congresso aceitaria tanto nenhum Presidente no Brasil governa sem congresso e isso o Lula sabe muito bem claro e você tem que negociar não tem jeito aí
e e o Color foi uma um uma prova disso e inclusive o Color muita gente fala dos dos car dos caras pintadas não sei qu mas foi o congresso que abriu a comissão a CPI Então antes do pessoal ir pra Rua o congresso já tinha agido mas enfim voltando ao bolsonaro no primeiro ano ele teve muitas propostas rejeitadas pelo congresso e no segundo ano ele viu que não dava e aí ele comprou o congresso né comprou principalmente o Lira eu digo comprou não forte alugou alugou alugou o Central É verdade é alugou mesmo porque era
temporário mesmo porque só por 4 anos né com possibilidade de ou até o golpe pod ou até o golpe ó ou antes de qu depois você não precisa mais alugar antes de 4 anos tem com certeza mas a A ideia é e e nesse ponto eu digo eu usei o termo comprou porque ele passou a dar carta branca pro con congresso em toda a questão orçamentária Pois é é isso eu quero fazer uma pergunta sobre isso mas antes eu quero fazer uma perguntinha pequena que é o seguinte você acha que ele tinha alguma coisa na
cabeça porque a impressão que dá é que ele alugou pro centrão mas que ele próprio não tinha um programa Ah quer dizer o único programa que ele tinha era um programa Pessoal pessoal dele da família dele e perpetuar-se no poder a de infinito isso não tinha nada para manter essa proteção familiar é eu concordo inteiramente que ele não tinha programa eh e Presidente sem programa não tem o que negociar com o congresso ele põe as coisas o congresso e fazer então eu por isso é que ele compra negociar é diferente de comprar bar ganhar é
diferente de comprar E por que que o lder fica tão tão forte por eh ele na verdade Toma essa quer dizer ele tem um poder institucional muito grande que é aceitar o pedido os pedidos de impeach e o bolsonaro tinha muitos e passou a ter mais ainda depois da pandemia né pela atitude dele ele tinha razões de sobra para ser impedido o Lira podia fazer isso então ele comprou sim de fato e o Lira ganhou um um um poder muito grande porque o congresso o presidente da da câmara principalmente e o relator do do orçamento
eles têm uma relação grande porque o relator ele tem uma um uma função que é institucional depois eu posso falar um pouco sobre isso o que o eh o Lira fez foi transformar isso e conseguir muito mais dinheiro por o o relator ele pode conseguir mais dinheiro porque ele quando eu digo que ele tem uma função institucional ele faz os ajustes sobre o projeto que o Executivo mandou porque depois que o Executivo manda pro Congresso não tem mais como mudar o Executivo não pode mais mudar então tem que ser via emenda e o papel do
relator é fazer o seguinte por exemplo aumentou o salário mínimo o projeto mandado foi salário mínimo x passou a ser x+ um o relator tem que fazer uma Emenda para cumprir os compromissos da Previdência por exemplo e várias outras coisas dessa natureza então ele tem a possibilidade de criar e criou na na não foi por eh na na lei de diretrizes orçament áreas eles regulam o orçamento e ele criou uma maneira de colocar dinheiro em outras funções que não essas institucionais foi isso que o Lula que o governo do Lula conseguiu em 23 mudar isso
porque senão continuaria Pois é é isso que eu queria te perguntar o orçamento impositivo e o aumento de ingerência e escopo das emendas parlamentos têm sido tratados como um avanço do Legislativo sobre as prerrogativas do poder executivo como é que você vê essa leitura o que que ocorre hoje é algo inédito no país é inédito n na redemocratização Porque de fato o o Executivo tinha toda a liberdade de executar ou não as emendas dos parlamentares e ele executava da maneira que queria não queria dizer só por exemplo eh é privilegiando os partidos da coalizão que
isso é o que acontece em todos os governos do mundo também mas também dando eh emendas para os demais eu não sei se se as pessoas sabem mas os parlamentares a emenda individual eles têm um valor único igual para todos os parlamentares então a soma das emendas individuais é um valor fixo ela muda por exemplo de uma eh de vez em quando ela muda eles têm direito a 10 milhões aí daí a 2 anos passa a ser 15 mas então é é 15 milhões vezes 513 Então isso é fixo o que o orçamento secreto permitiu
foi aumentar muito mais esse dinheiro por meio do relator tá por isso que chamei emenda emendas do relator emenda do relator porque o relator que criou uhum e como era do relator de fato você não sabia para onde ia nem quem tava mandando e esse foi o grande poder do líder e que ele certamente ia querer manter durante o governo Lula o fato do supremo ter proibido esse tipo de emenda porque realmente não pode um orçamento público eh você ter distribuição de dinheiro sem saber para onde vai recurso para onde vai quem mandou então isso
era uma questão que o Supremo acabou com eles aí o que que aconteceu durante o governo Lula eles passaram a aumentar o orçamento das emendas de comissão e as emendas de comissão também você não pode saber porque a comissão toda que aprovou e o Lula fez um acordo diminuiu para você verja esse já tem negociação agora essa ideia de primeiro que eu não gosto dessa desse nome ingerência porque não é ingerência é um direito do congresso e que eu acho que é um direito legítimo que ele tem uma participação no orçamento de investimento e no
meu entender isso não prejudica nem as políticas públicas nem torna mais distorce o gasto público porque isso por exemplo agora significa 20% do gasto de de investimento todas as emendas não é só individual Então as comissões as bancadas eh o próprio relator Eles têm e os parlamentares individuais dentro dos limites deles eles têm direito de dar opinião sobre onde vai gastar dinheiro mesmo que seja pelas eleições dele mas o Executivo também você tem um programa de governo você vai botar de mais dinheiro no seu programa Tá sim então Eh é é é totalmente legítimo que
ele fala não é legítimo que não saiba quem mandou para quem quando é individual agora no caso das comissões fica mais difícil porque é uma decisão da comissão E aí eu eu não sei é só negociação para diminuir agora sobre a imposi eu eu vou contar uma uma uma um episódio que aconteceu no governo do Lula o táo genro convocou uma reunião grande que até o Cândido Mendes estava e e eu tava também uhum e vários cientistas políticos o Jairo tava e tinham outras pessoas importantes também e o era o o Alexandre Ai meu Deus
agora o atual ministro das relações institucionais Ah o Padilha o Padilha e era o Alexandre Padilha aí ficou perguntando para cada um o que que achava que reforma devia fazer que não fazia não sei qu aí eu falei essa discussão de reforma já tão batida tão as mesmas e nunca passaram eu acho que vocês PT devia Inovar e a Inovação que eu sugiro É apoiar o orçamento impositivo Aí o Alexandre padil virou e falou assim mas professora assim a senora acaba com meu ministério Aí eu falei não não acaba não seu ministério vai vai ser
transformado realmente em relações institucionais vai dar trabalho pro seu ministério vai dar não e vai ser de relações institucionais enfim eu falei isso porque eu acho que é total direito e não vai distorcer e você não pode supor que o Congresso é não é supor partir da premissa que o congresso vai fazer vai ser mais corrupto do que executivo não tem essa suposição Pois é aí eu pergunto a você de onde vem essa raiva que o brasileiro eu não gosto de falar em brasileiro não porque isso é muito pouco científico mas assim de onde é
que veio essa raiva do senso comum contra o congresso Por que que a gente tem a impressão de que de que por regra com todas as exceções o o o o presidente é mais legítimo que o Congresso é existe uma uma percepção difusa de que o Congresso é é ineficiente é ilegítimo é o que ele faz é tudo meio mal visto entendeu E o presidente não é tem tem eu acho que isso tem uma tradição aí por trás disso né e e ela essa coisa não é só assim do brasileiro comum e tem pessoas que
por exemplo eu eu tinha uma colega lá na Unicamp quando eu falava das coisas do congresso e tal ela falava gelina Você pode falar que o congresso faz coisa mas eu gosto mais de executivo mes então porque as pessoas têm uma ideia de urgência aham é Como assim o Executivo pode fazer qualquer coisa e o congresso demora aham E demora e o país é atrasado não pode esperar não pode esperar eh o o congresso demora e tem uma uma diferença essa demora maior no Congresso tem um pouco a ver com o seguinte o Executivo Ele
tem ele tem uma equipe de pessoas especialistas nos Ministérios o próprio Ministro que é político que vão fazer o projeto e vão mandar pro Congresso um projeto já estruturado pronto o congresso para fazer um um eles são 513 com diferenças partidárias muito grande sem o compromisso de de pertencer ao governo ele vai eh ter um custo muito maior de formular um um projeto que seja mais viável e ao mesmoo tempo ele tem que influir no projeto do executivo Então eu acho que vem um pouco dessa dessa instituição dessa pressa da urgência porque o Brasil é
atrasado e tem que o dinheiro é pouco tem que ser ideia de assim congresso é lento é ineficiente e hoje as pessoas estão achando que o Supremo tá bem tá melhor porque o congresso fica parado o Supremo legisla é é uma coisa É uma difícil eu eu sempre falo o seguinte as pessoas falam muito mal da política porque a política É de fato complicada eh eu não acho que aquela parafraseando não é o o Brasil não é para principiantes mas política também não é muito difícil você tá preocupado com as suas coisas da toda a
preocupação que a população toda tem que a gente tem no dia a dia ainda ficar entendendo essas coisas assim da política né Eu acho que existe pouca informação também deixa fazer uma última pergunta aqui que é a seguinte a gente teve agora asas eleições municipais a gente a gente existe um certo diagnóstico de que o governo Lula tem hoje por conta do do que sobrou ainda do orçamento secreto que já não é tão tão secreto mas é opaco sei lá o nome que você queira dar né você tem muito mais dificuldade da na na na
criar ou enfim proporcionar a governabilidade quer dizer o que a o poder de agenda do presidente se reduziu né Por conta dessas desse avanço do do eh do congresso maior do congresso sobre sobre o orçamento é isso é um diagnóstico inclusive do próprio governo e tal mas a gente sabe também que tem um a gente tá vivendo uma época diferente de de 15 anos atrás né a gente tem um um um um eleitorado de direita muito maior como é que você eh é vê os esses resultados da da desse primeiro turno da eleição Municipal né
em perspectiva por exemplo para para para adiante possíveis reflexos para adiante eh para 2026 e de que maneira você acha que isso pode impactar ou não eh essa essa essa essa gestão dessa coalizão do do do do presidente Lula porque tem gente que fala ah o PT foi derrotado o PL tá aí a Extrema direita avançou mas eu fico um pouco com a impressão de queo tudo bem verdade tem agora tem um partido forte muito forte ali na na na na na extrema direita entendeu Mas entre mas o mas o governo Lula gera uma coalizão
que tem uma porção de gente e entre o PT e o e o PL tem lá uns cinco se sete partidos no meio do caminho como é que você vê essa essa essa situação esse resultado olha eh um eh o resultado eu acho que pode eh tem a ver com com distribuição de recurso e etc mas não por causa da impositivamente por causa deste eh conluio político que houve com bolsonaro que tá difícil de tirar mas que eu acho que tirou bastante pela decisão do supremo e pela negociação do Lula eh a questão de de
formar a coalizão de manter uma coalizão eu acho que um programa por exemplo eu tava conversando com você um pouco antes os políticos eles querem cargo política e voto isso já virou assim uma premissa da Ciência Política como um todo não dá paraa gente pensar que é uma coisa só e elas estão relacionadas sem cargo você não tem influência política e você não ganha voto dependendo de algumas condições é din verba verba então é óbvio que tem partido que vai fazer esse cálculo eu vou ficar na oposição porque eu vou depois ganhar mais voto e
tal isso é um cálculo que é feito essa esse eh então o esses partidos que estão no governo esse centrão que tá no governo que é o centrão do lado mais pra esquerda que é o Central mais para cá esquerda não é o que não é eh extrema direita é isso é um centrão que que é um centro mesmo que é um centro mesmo ISO e que tem a gente chama de centrão pejorativamente É lógico porque tem muita gente que merece esse não Central uma palavra complicadíssima Central é todo mundo que não é esquerda pois
é agora nenhum nenhum país Nenhuma forma de governar atinge uma certa estabilidade se não tiver um centro tá e a gente ainda não está na situação do período 64 que teve dois eh extremos radicalizados e o centro fica muito esvaziado você não tem um presidente que pode contar com o centro eu acho que essa situação não existe hoje no Brasil e essas eleições demonstraram isso também corroboraram essa ideia de que existe um centro razoável ex exato e essa tese da polarização Então não é é o partido que teve mais prefeitura foi o PSD que é
o menos eh é o mais centro de todos é o é o mais cêntrico cêntrico eu eu tinha entendi você falar cético não não no Cent é tá mais no centro e tem influência ali se você tem um grande então se um governo tem um programa os partidos também passam a ter interesse colaborar no programa do governo porque fazer parte de um governo bem sucedido dá voto na eleição seguinte e eu acho que pode mudar um pouco esse Panorama eh é interessante que o governo não tá numa situação tão boa hoje porque tem vários sucessos
que não são bem compreendidos pela população não tá com uma popularidade muito alta mas também não tá baixa aham né Especialmente quando comparado com os vizinhos ou com os outros país não lógico 50% gente 50% é 50% não não não tem jeito e e eh e aí eu acho que com esse desenrolar com alguns algumas outras coisas bem-sucedidas com os partidos passam a ter interesse esses partidos que não que não são fiéis ao governo menos menos fiéis a abaixo do que deveria o governo tem conseguido as grandes coisas tem conseguido então precisa mais precisa mas
se você tiver negociação eu não tô aqui para para fazer tudo por mim vocês vão participar disso aqui a gente vai negociar a gente vai paraa frente eh tem gente que diz que eu sou otimista eu o resultado que eu achei melhor nessa eleição então foi o a derrota do Marsal sim sem d que aí seria uma tragédia um cara como esse em São Paulo e e as outras coisas eh as outras o PL vai continuar lá do jeito que ele é e não tem uma uma coerência interna dentro do pl Não quer dizer muita
gente não tá muito satisfeito com bolsonaro e o bolsonaro daqui a pouco é ele é aquele escorpião aham tem ele não consegue acabar com o instinto dele né o instinto é esse ele vai morder ele vai morder o PL já já você acha que a gente conseguiu afastar de vez o fantasma do golpe ou dessa da da dessa de uma política disruptiva Olha que eu acho que é o principal né É É difícil mas eu acho que a tendência não está favorável a um golpe a configuração das forças políticas a gente tenha visto por exemplo
em São Paulo que você tem sei lá eventualmente 2 1/44 1/33 da população que quer um político antissistema Será Que Será que isso vai isso vai se esvaído temp Olha quando as pessoas falam de São Paulo ah Marçal esse exemplo não sei que mas São Paulo é tradicional de dar os exemplos Jania Ademar de Barros eh o tem que o Jane voltou foi em dois momentos São Paulo elegeu Maluf isso aí não mas não são são populistas tá qu são populistas radicais mas não são golpistas não são golpistas é agora tem diferença mas eu tô
falando assim personagens Como é que chama aquele Deputado que tem milhões de votos Tiririca então São Paulo eh não é não é é padrão é padrão Não não vou dizer que é padrão mas não é uma coisa uma excrescência prod que tem esse tanto de voto né não é Angelina muito obrigado por compartilhar o seu tempo e seu conhecimento com a gente foi um prazer ter você aqui querida Olha foi muito bom e como sempre eu aprendo muito com os meus professores foi muito bom Foi muito bom mesmo até porque depois eu veem a impressa
para cima de mim eu não sei o que responder ass Ah não a argelina falou isso aqui Eu repito faz Faço sim e para quem nos assiste ou ouve não se esqueçam a edição mais recente da revista insite inteligência já está disponível a revista traz décadas de conteúdo de alta qualidade e uma vasta biblioteca digital confira no nosso site e para receber a edição impressa diretamente na sua casa basta assinar um dos nossos planos e claro não esqueçam de nos seguir nas redes sociais para ficar por dentro de todas as novidades até o próximo diálogos
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