Como é possível que um povo formado por agricultores, isolados em aldeias construídas nos penhascos da África Ocidental, sem nenhum acesso às tecnologias modernas, que provavelmente nunca viram um telescópio na vida, e que até hoje não tem acesso nem mesmo à luz elétrica, já soubessem há muito mais de mil anos coisas sobre as estrelas, os planetas e o universo, que os astrônomos e cientistas só descobriram ou confirmaram recentemente? Olá, amigos da História. Hoje vamos conhecer um dos povos mais misteriosos e fascinantes do mundo, os dogons.
Aparentemente, eles sempre souberam de fatos astronômicos que são impossíveis de se observar a olho nu. Por exemplo: esculturas, máscaras, desenhos nas pedras e as tradições orais revelam há centenas e centenas de anos que a Terra é esférica e gira em torno do sol. E que ele fica na posição central.
Que Júpiter tem quatro acompanhantes, ou seja, quatro luas os satélites principais. Que Saturno tem anéis e que as estrelas são corpos em movimento. Eles também sabiam que a lua é um planeta morto e deserto.
E os anciãos, sacerdotes deles, ensinavam sobre o movimento em espiral da nossa galáxia, a Via Láctea. Eles também se referiam a uma asteroide que acompanha Vênus e que só foi descoberto em 2020. E como se isso não fosse o bastante, agora vem o mais extraordinário: os dogons sempre afirmaram que a estrela mais brilhante no céu da constelação do Cão Maior, a Sírius, é binária.
Ou seja, eles já sabiam que existia uma segunda estrela bem menor, a Sirius B. Coisa que foi apenas deduzida pelos astrônomos no século 19, por meio de telescópios e de cálculos matemáticos. E que só se confirmou mesmo no século 20, já com uma fotografia.
Mais do que isso, o povo dogon também já sabia que a Sirius B leva 50 anos para dar uma volta ao redor da Sirius A, e este evento é comemorado numa festa chamada Sigui, para regenerar o mundo. E, sim, está comprovado cientificamente que o período orbital é esse mesmo, de 50 anos, para a estrela menor circundar a principal nessa trajetória elíptica. E é esse evento que marca o calendário dogon e também a cosmogonia desse povo, ou seja, a explicação deles para a criação do Cosmos.
Representada também nas cerimônias e rituais. Aguenta firme aí que agora vem mais uma parte de espantosa dessa história. Para os dogons, toda a criação está relacionada com a estrela Sirius B, que eles chamam de "Po Tolo", o que significa "estrela semente".
E esse nome vem mesmo de uma semente da terra, minúscula, uma variante do painço ou um tipo de milho bem miudinho. Assim como a Sirius B, que é pequenininha, mas é muito densa, feita de uma matéria bastante pesada. Estrela identificada pelos astrônomos como uma Anã Branca.
Pois bem, na mitologia dogon, o deus supremo, chamado de "Amma", fez universo inteiro explodir dessa semente, de um único grão localizado dentro do "ovo do mundo", que é uma teoria muito parecida com a do Big Bang, né? Os dogons sabem o que, pela lógica, eles não deveriam saber. O conhecimento deles vai além da observação do céu para orientar as plantações e colheitas.
Também não é como das civilizações antigas, atraídas pelo brilho de Sírius, curiosos, e que aprenderam estudando o céu e as estrelas a olho nu. Os dogons simplesmente sabem, é isso. E essa é a parte mais perturbadora do ministério desse povo, que eu explico daqui a pouco.
Porque antes é importante lembrar, e os pesquisadores afirmam, que os conhecimentos sobre o sistema Sírius já têm milhares de anos, desde a Antiguidade. E eles supõem aí que os dogons são descendentes bem distantes dos gregos que colonizaram uma parte da África onde atualmente fica a Líbia. E foi aí que eles teriam trocado uma ideia sobre o céu e as estrelas com os vizinhos, os antigos egípcios.
Além disso, também houve o contato com os árabes, grandes conhecedores dos astros, na época em que os dogons fugiram para as montanhas para não serem mortos ou capturados pelos muçulmanos e vendidos como escravos. Na Idade Média, o Islamismo avançava na África, mas o povo dogon resistiu e se escondeu para sempre nas colinas rochosas para se defender dos ataques. Mas qual é a explicação dada pelos próprios dogons?
Muito simples, é só a gente que não sabia que foram os "viajantes das estrelas", é claro. Os "Nommos" ou "Nummos" que desceram do céu para semear o bem e, de quebra, ainda explicaram tudinho para os antepassados. Eles entraram na água, mas depois também andaram sobre a terra.
Alguns relatos afirmam que esses seres eram parte humanos, parte peixe. Outros, que lembravam anfíbios e répteis, e que eram verdes, mas podiam mudar de cor como um camaleão. Foram eles que ensinaram sobre as Plêiades, por exemplo, e sobre Orion também.
E sobre tudo que existe, que começou em Sírius. Inclusive, seria de lá que vieram todas as almas. Mas será possível que esse canal agora virou uma episódio da série Alienígenas do Passado?
História é coisa séria. E é mesmo, é sim, mas o interessante é que criaturas muito semelhantes a essas também aparecem em outras culturas antigas. Em forma de serpentes ou lagartos.
Basta olhar a madonna suméria de Ur, no Iraque, por exemplo. Ou o peixe-deus Dagom, dos filisteus. Na história da Mesopotâmia, escrita no século terceiro antes de Cristo, havia Oannes, um ser com o corpo de um peixe que tinha pés de homem, que ensinou as ciências, a escrita e a tecnologia para a humanidade.
Então, foi um cego ancião dogon, chamado Ogotemmeli, que contou tudo o que sabia ao antropólogo francês Marcel Griaule, em outubro de 1946. E explicou sobre aqueles símbolos religiosos. Griaule e a colaboradora dele, a Germaine Dieterlen, conviveram com os dogons durante 15 anos, antes de acontecer esse encontro com o líder espiritual e político.
O relato virou um livro e surpreendeu pelos profundos conhecimentos astronômicos dessas tribos que viviam em aldeias simples, isoladas, e próximas ao Rio Níger, onde eles cultivavam grãos, algodão e tabaco. Os dogons foram transmitindo essas informações por meio dos mitos e das lendas contadas de geração para geração. Atualmente, algumas aldeias viraram atração turística e muitas mudanças estão ocorrendo.
Mas, atenção: alguns conhecimentos compartilhados por eles não foram comprovados. . .
ainda. Por exemplo, esse povo divide o espaço em 22 partes iguais e 266 constelações. Os números aceitos atualmente são os da União Astronômica Internacional, que em 1930 dividiu o céu em 88 constelações com fronteiras determinadas.
E o mais incrível: os dogons afirmam que existe uma terceira estrela Sírius, de tamanho insignificante em relação aos outros dois astros, mas que tem um planeta com satélite na órbita dela. Em 1995, estudos gravitacionais realmente mostraram a possível presença de uma estrela anã marrom orbitando ao redor de Sirius no período aí de seis anos, mas a descoberta ainda é motivo de debate entre os astrônomos. Quem sabe verão aí no futuro que os dogons estão certos, né?
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E até a próxima com uma história a mais.