Luciano Subirá - A ENCARNAÇÃO DE CRISTO | FD#12

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Luciano Subirá
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Video Transcript:
Nesse vídeo eu quero falar a respeito da encarnação de Cristo. Como destaquei no vídeo anterior, Cristo é preexistente, o Deus eterno não tem começo nem fim de dias e obviamente já existia antes de assumir um corpo. Quando a Escritura nos apresenta a declaração conhecidíssima de João 1, que nos diz que “o Verbo se fez carne e habitou entre nós”, eu gosto muito da forma como o versículo 14 de João 1 diz: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.
” Quando a Bíblia diz que Ele se fez carne para fazer para si mesmo uma carne e um corpo, Ele é o Deus preexistente, isso atesta a sua divindade. Mas nós precisamos entender também o mistério bíblico da encarnação. Em Filipenses 2, a Palavra de Deus nos diz a partir do versículo 5: “Tenham entre vocês o mesmo modo de pensar de Cristo”, outras traduções dizem: “o mesmo sentimento que, mesmo existindo na forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus algo que deveria ser retido a qualquer custo.
Pelo contrário, ele se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se semelhante aos seres humanos. E, reconhecido em figura humana, ele se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz. ” Então Deus se esvazia.
O que significa isso? Essa palavra no grego “kenosis”, significa o quê? Ele deixa de lado atributos exclusivos da divindade, assume como Deus preexistente um corpo e decide viver na terra temporariamente, de maneira limitada, não usando seus atributos exclusivos.
Jesus viveu como homem. Ele era, em essência e identidade 100% Deus, mas Ele vive nessa terra 100% como um homem. Tanto que os milagres que Jesus operou, ele o fez debaixo da unção do Espírito.
Atos 10. 38 diz que Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e poder, o qual andou por toda a parte, fazendo o bem, curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele. Não diz porque ele era Deus.
Ele nunca deixou de ser Deus, mas o que Ele fez, Ele não fez como Deus. Se o que Ele fez e seus milagres Ele fez na condição de Deus, não faria sentido Ele dizer: “Quem crê em mim fará as obras que eu faço, e até mesmo outras maiores. ” Se o que Ele fez foi como Deus, nós jamais poderíamos fazer o que Ele fez.
O que dizer coisas maiores. Então precisamos entender como identidade Ele não deixa de ser Deus, embora decida não usar os atributos exclusivos da divindade e ele vive 100% como homem. Esse é um dos grandes mistérios da Palavra de Deus, mas um dos principais fundamentos da nossa doutrina de que Jesus Ele é 100% Deus e ao mesmo tempo 100% homem.
Quando falamos de um corpo sendo formado para Ele, o livro de Hebreus 10. 5, citando o Antigo Testamento, diz: “Sacrifícios e ofertas não quiseste antes um corpo me formaste. ” Então um corpo foi providenciado milagrosa, sobrenaturalmente, através de uma concepção sobrenatural.
E para falar da encarnação, precisamos começar da concepção sobrenatural. E uma das coisas que podemos destacar aqui é uma profecia cerca de 700 anos antes feita por Isaías, que depois, no devido tempo, teria o seu cumprimento. Em Isaías 7.
14, nós lemos: “Portanto, o Senhor mesmo lhes dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel. ” “A virgem conceberá e dará à luz um filho e o chamará Emanuel. ” Lá no Evangelho de Mateus nós temos, no capítulo 1.
23, a explicação de que Emanuel significa “Deus conosco” ou “Deus está conosco”. Então a Virgem conceberia para dar à luz a um menino que seria Deus encarnando e se manifestando no nosso meio. Isso se cumpriu exatamente como foi anunciado.
Esse registro está em Mateus 1. 18 a 25, e também em Lucas 1. 26 a 37.
Quando o apóstolo Paulo escreve sobre o que nós podemos aqui, usando as palavras dele, classificar de “o mistério da piedade”, ele diz: “Sem dúvida, grande é o mistério da piedade”, ele diz assim; “aquele que foi manifestado na carne”. Precisamos entender que a encarnação de Cristo é a expressão de um grande mistério da piedade, da fé que professamos. Quais as razões para uma concepção sobrenatural?
Por que Cristo não poderia ser gerado por uma semente humana? Primeiro, sendo gerado por homem, ele seria meramente homem e não Deus encarnado. Mas há outros elementos que não podem ser ignorados.
Romanos 5. 12 diz que por meio de um só homem, numa clara referência a Adão, entrou o pecado no mundo, através do pecado, a morte, a morte passou a todos os homens. A natureza humana estava corrompida.
Essa natureza pecaminosa, ela era transferida por nascimento. É por isso que a Bíblia fala dos que nasceram, não segundo a carne, porque nessa a natureza pecaminosa e corrompida se transmite, como diz o Salmo 51. 5, o Salmo 58.
3, mas se isso acontecesse, ele seria uma criação e não uma encarnação. Algo que é interessante observar é que a Palavra de Deus diz em Zacarias 12. 1, o seguinte: “O Senhor, que estendeu o céu, fundou a terra e formou o espírito do ser humano dentro dele”.
Quando o espírito do homem é formado? Nós somos eternos no sentido de não ter fim de existência, mas nós temos começo. Então o espírito do Homem é formado dentro dele.
Em algum momento na concepção, nós não sabemos exatamente quando, o espírito do homem é formado e ali ele tem início. E se Cristo tivesse início Ele seria uma mera criação e não uma encarnação. Cristo foi gerado sem pecado.
Lucas 1. 35, quando o anjo está falando da concepção sobrenatural pelo poder do Espírito Santo ele diz: “o ente santo que de ti há de nascer”. Depois de entender a profecia feita, o seu cumprimento, as razões para a concepção sobrenatural, eu acredito que nós precisamos entender um pouco melhor essa questão da encarnação.
Há algo tão poderoso por trás da encarnação de Cristo, que nossa mente ainda não compreende totalmente. Além da bíblia dizer que ele foi manifestado na carne, Hebreus 10. 10, por exemplo, fala do sacrifício do corpo de Jesus.
Eu costumo dizer que na Ceia do Senhor nós temos dois elementos simbólicos citando o que a própria Escritura diz. Um é o fruto da vide no cálice que representa o sangue de Cristo. O outro é o pão que representa o corpo de Cristo.
Eu tenho dito há muito tempo que a Igreja fala pouco do sangue, mas ela fala quase nada do corpo de Cristo. A Bíblia fala do sacrifício do corpo. Seu sangue foi oferecido?
Sim, mas há um sacrifício do corpo sendo mencionado. Em 1ª João 4. 1 e 2, a Bíblia diz que nós devemos provar os espíritos para ver se eles procedem de Deus, e a orientação que nos é dada na Escritura a respeito de como colocá-los à prova, ela diz o seguinte, verso 2: “Nisso vocês reconhecem o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus veio em carne é de Deus”; verso 3 diz: “e todo espírito que não confessa isso a respeito de Jesus não procede de Deus; pelo contrário, é o espírito do anticristo, a respeito do qual vocês ouviram dizer que viria e que agora já está no mundo.
” Uma observação a ser feita: na maioria das seitas você vai ver o ensino sobre Jesus o apresentando como um espírito iluminado, não como Deus encarnado. Por que os espíritos malignos se recusam a admitir isso? Porque isso é parte do cerne da mais esmagadora derrota que Deus infligiu sobre o reino das trevas.
Então Romanos nos diz no capítulo 5, no versículo 3, que Deus enviou seu Filho em semelhança de carne pecaminosa. Ele não vem com a carne pecaminosa, mas vem com o corpo parecido, porque a Bíblia diz “a fim de que condenasse o pecado na carne. ” Então, há razões muito claras para a encarnação de Cristo e nós já entenderemos, mas, em primeiro lugar, nós precisamos entender a questão da substituição.
Isso é um dos aspectos centrais da obra redentora de Cristo. Há muitos textos na Escritura que falam a respeito de substituição. Um dos clássicos quando começamos das profecias do Antigo Testamento, é Isaías 53.
4: “Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o considerávamos como aflito, ferido de Deus e oprimido. ” Verso 5: “Mas ele foi traspassado por causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos sarados. ” Verso 6: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu próprio caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós.
” O tempo todo, a ênfase é que ele sofre no nosso lugar. Ele é punido por causa daquilo que nós deveríamos ser punidos. E no final do verso 11, a Bíblia diz: “O meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si.
” Além desse texto, nós podemos destacar João 11. 49 a 52. A Escritura também aqui nos apresenta a visão de substituição.
O texto sagrado diz assim: “Mas um deles, Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano”. Bom, deixa eu só apresentar aqui o contexto antes de continuar lendo o texto. No versículo anterior, o 48, os judeus estão debatendo, falando sobre Jesus pelo fato de que ele operava muitos sinais, diz assim: “Se o deixarmos assim, todos crerão nele; depois, virão os romanos e tomarão não só o nosso lugar, mas a nossa própria nação.
” Estão discutindo suas preocupações com o que Cristo poderia causar na perspectiva do relacionamento deles enquanto nação dominada com o Império Romano, que eram os conquistadores. Verso 49: “Mas um deles, Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano, advertiu-os, dizendo: Vocês não sabem nada, nem entendem que é melhor para vocês que morra um só homem pelo povo e que não venha a perecer toda a nação. ” O verso 51 explica: “Ora, Caifás não disse isso por conta própria, mas, sendo sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus estava para morrer pela nação.
E não somente pela nação, mas também para reunir em um só corpo os filhos de Deus que andam dispersos. ” Ou seja, é melhor que morra um só homem pelo povo, para que não venha a perecer toda a nação. Um substituto morreria no lugar de todos, para que todos não precisassem passar pela morte.
A Bíblia está dizendo que enquanto sumo sacerdote, ele profetizou. Nós podemos dizer que a cruz é um lugar de troca. Na 2ª carta de Paulo aos Coríntios, no capítulo 5 e no verso 21, ele claramente pontua: “Aquele que não conheceu pecado”, uma referência a Cristo, “Deus o fez pecado por nós, para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.
Então há uma troca e nós precisamos entender essa troca acontecendo na cruz. Em Gálatas 3. 13 e 14, também a Escritura diz que ele se fez maldição para que nós pudéssemos receber a bênção.
Tito 2. 14, aponta que Cristo se deu por nós. Esse “por nós” não apenas significa que nós somos os beneficiados, mas também destaca que Ele fez isso em nosso lugar.
O versículo diz: “Ele deu a si mesmo por nós, a fim de nos remir de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, dedicado à prática de boas obras. ” No verso seguinte, o 15, Paulo diz: “Ensine essas coisas. ” Isso era parte da doutrina.
Essas verdades eram comunicadas não só que Jesus morreu, mas por que ele morreu. Hebreus 2. 9 diz que ele provou a morte por todo homem.
Quando olhamos para essa declaração bíblica de que um só provou a morte por todos, isso o coloca na qualidade de um substituto. E essa ênfase a um substituto é uma das razões principais da encarnação Só um homens sem pecado, 2ª Coríntios 5. 21 diz: “Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós”, seria o substituto perfeito.
E a condição de Cristo sem pecado é clara. O nascimento virginal, com concepção sobrenatural do Espírito Santo, a maneira como Ele andou em vitória sobre as tentações, Mateus 4 e Lucas 4 nos mostram algumas tentações, mesmo tempo dos 40 dias nós não temos o relato de todas, porque Lucas 4. 3 diz: “Acabadas que foram toda sorte de tentações.
” E Hebreus 4. 15 diz que ele foi tentado em todas as coisas, mas sem pecado. Isso tudo o coloca, coloca Cristo, nosso Senhor, como o único que poderia nos substituir.
No Salmo 49, que é uma profecia a respeito de redenção, nós temos uma informação também que precisa ser entendida dentro dessa ótica do que estamos construindo. Os versos 7 e 8 dizem assim: “Ao irmão, verdadeiramente, ninguém o pode remir, nem pagar por ele, a Deus o seu resgate pois a redenção da alma deles é caríssima e cessará a tentativa para sempre”, a Bíblia diz: “ninguém podia remir ao seu próprio irmão. ” A remissão era um ato que um parente próximo tinha que poder realizar.
Mas a Bíblia está dizendo que todos nós, nenhum semelhante nosso, estava na condição de ser um redentor, porque todos nasceram debaixo da mesma condenação, da mesma situação de pecado. A pergunta é: por que Cristo tinha que se fazer homem, se fazer carne? Porque somente alguém tivesse consanguinidade, alguém que se aproximasse do homem a ponto de se tornar um de nós, poderia se levantar como substituto.
No entanto, não poderia ser alguém como o restante nós que havia nascido em pecado. Isso faz de Cristo o único que poderia nos substituir justamente por conta do pecado qualquer outro que morresse, a morte teria autoridade sobre ele. A Bíblia diz: “Por meio de um só homem entrou o pecado no mundo, através do pecado, a morte.
” A força da morte é o pecado, é o seu aguilhão. como Paulo diz aos romanos. Mas Jesus diz, em João 10.
17 e 18: “Por isso o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para recebê-la outra vez. ” Ele diz; “Ninguém tira a minha vida; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para entregá-la e também para reavê-la.
” Por que Jesus tinha autoridade para entregar e reaver? Porque a morte não tinha autoridade sobre ele porque ele não tinha pecado. Precisamos entender que, além da substituição, há outras razões para a encarnação.
Uma delas é revelar Deus aos homens. Eu gosto da declaração bíblica de João 1. 18, que diz o seguinte: “Ninguém jamais viu Deus; o Deus unigênito, que está junto do Pai, é quem o revelou.
” Como Deus não pode ser visto na sua glória, como falamos na aula anterior de preexistência, normalmente, aquele que revela Deus, ainda que não de forma plena e completa, em toda a extensão da sua glória, é Jesus. E Jesus veio para revelar o Pai. Isso também é fundamento bíblico, é parte da nossa doutrina.
No evangelho de João 14, nós temos uma conversa de Jesus com os seus discípulos, que também é digna de nota aqui. Jesus diz assim: “e vocês conhecem o caminho para onde eu vou. Então Tomé disse a Jesus: Não sabemos para onde o Senhor vai.
Como podemos saber o caminho? Jesus respondeu: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. ” Ele disse: “Se vocês me conheceram, conhecerão também o meu Pai.
E desde agora vocês o conhecemn e têm visto. Filipe disse a Jesus: Senhor, mostre-nos o Pai e isso nos basta. Jesus respondeu: Há quanto tempo estou com vocês, Filipe e você ainda não me conhece?
Quem vê a mim vê o Pai. Como é que você diz: Mostre-nos o Pai? ” Então, Jesus veio para revelar Deus aos homens, mas Ele também vem para fazer aquilo que Adão não fez.
Em Romanos 5, quando o apóstolo Paulo está fazendo, não uma releitura, mas uma explicação do ocorrido em Gênesis, ele diz nos versos 12 a 14: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado veio a morte, assim também a morte passou a toda humanidade, porque todos pecaram. Porque antes da lei ser dada havia pecado no mundo, mas o pecado não é levado em conta quando não há lei. No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés”, que é quando viria a lei, “mesmo sobre aqueles que não pecaram, à semelhança da transgressão de Adão”.
Mesmo quem não pecou é igual a Adão, a morte tinha autoridade sobre eles, porque todos eles tinham pecado. Mas, antes de explicar o pecado que passa do primeiro para todos, o texto, quando fala de Adão, diz assim: “o qual prefigurava aquele que havia de vir. ” Aonde Adão prefigura a Jesus Cristo?
Nós precisamos entender isso porque na doutrina bíblica isso também é uma ênfase que não pode ser ignorada. Então Paulo escreve em 1ª Coríntios 15, e ele faz a seguinte declaração, no verso 21; “Visto que a morte veio por um homem”, uma referência a Adão, “também por um homem”, agora uma referência a Cristo, “veio a ressurreição dos mortos. ” Verso 22: “Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo.
” Aqui, muitas vezes, nós podemos pensar só na perspectiva de conserto. Cristo veio consertar o que o primeiro Adão fez de errado. Mas nós precisamos entender a maneira como ele veio fazer isso.
E quando falamos de entender a forma como Jesus veio fazer isso, precisamos entender mais uma porção da Escritura. 1ª Coríntios 15. 45 diz: “Pois assim está escrito: O primeiro homem, Adão, se tornou um ser vivente.
Mas o último Adão é espírito vivificante. ” O que é esse último Adão? Me lembro quando na adolescência me bateu essa dúvida: “Pera aí, tem outro Adão?
Além do marido da Eva, o cara lá do Éden? ” O verso seguinte, 46, diz assim: “O que vem primeiro não é o espiritual”. “Vem primeiro”, está falando de ordem cronológica, de aparecimento, “não é o espiritual, e sim o natural; depois vem o espiritual.
” Então tem um primeiro Adão que veio primeiro, tem um último que veio depois. E agora o que você percebe é que ele, na verdade, está dando características para cada um que definem um contraste. No verso 45 ele diz que o primeiro Adão se tornou um ser vivente.
O que é um ser vivente? Alguém que recebe vida, uma criatura. Mas o último Adão é um espírito, vivificante, alguém que comunica vida, ou seja, é criador.
Depois, no 46, vem outro contraste: o primeiro não é espiritual, ele é natural, o último é espiritual. No 47 mais um contraste: “O primeiro homem formado do pó da terra”, a maneira como Deus fez o primeiro Adão é terreno, mas ele diz: “o segundo homem é do céu. ” Então aqui nós sabemos que o último Adão também é homem.
Mas, diferente do primeiro, ele não é natural. Ele é espiritual. Diferente do primeiro, Ele não é terreno, Ele é celestial.
Diferente do primeiro, ele não é ser vivente, alma vivente ou alguém que recebeu vida, uma criatura, ele é alguém que comunica vida, ele é criador. Quem é o único homem criador? João 1.
3 diz, falando de Jesus: “Tudo quanto foi feito foi feito por intermédio dele. Sem Ele, nada do que foi feito se fez. ” Eu lembro o dia que eu constatei e falei: “Peraí, o último Adão é Cristo.
” E aí você vai entender o que Paulo falou em Romanos, que Adão prefigurava o que havia de vir, o próximo. Onde Adão se torna uma figura do Cristo que viria? O verso 48 diz assim: “Como foi o homem terreno, assim também são os demais que são feitos do pó da terra; e, como é o homem celestial, assim também são os celestiais.
” Onde está a analogia entre um e outro? A Bíblia diz que o primeiro, feito do pó da terra, gerou seres semelhantes a si. Reproduziu os seres igual a ele.
Mas o último, celestial, viria para reproduzir seres celestiais. Qual era o propósito da criação? Por que Deus criou o primeiro Adão?
A Bíblia diz que Deus fez o homem conforme a sua imagem. Então Deus fez o primeiro, o cabeça de raça, aquela matriz reprodutora que daria início a toda humanidade, Deus o faz parecido consigo. Se Deus faz o primeiro parecido consigo, estabelece uma lei para a criação toda, que não era só para animais e vegetais, incluía o homem, “cada um reproduza conforme a sua espécie”, o que é que Deus queria das réplicas, do restante de nós?
Que todos nos parecêssemos com Adão, que, por sua vez, era parecido com Deus. Se Deus o fez conforme à sua imagem, e Deus é santo e sem pecado, como Deus criou o primeiro homem santo e sem pecado, por quê? Porque ele queria que esse molde fosse replicado.
Ou seja, esse é o plano de Deus, o propósito de Deus na criação para todo homem. É por isso que Efésios 1. 4 diz que ele nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que nós fôssemos santos e irrepreensíveis.
Então, o que nós precisamos entender é que quando Adão pecou, ele sabotou o propósito de Deus não apenas para si, mas para toda a humanidade. Por quê? Ele era um protótipo, uma matriz reprodutora.
Quando pecou, ele não apenas trouxe consequências para si enquanto indivíduo, ele deformou o molde. Ele comprometeu toda a produção em série que viria a partir dele, porque ao pecar, ao tornar-se alguém pecador, ele ainda está debaixo da lei: “reproduza conforme a sua espécie. ” No entanto, a partir de agora, depois de pecar, ele não reproduzirá de acordo com aquilo que ele foi criado para ser, ele passaria a reproduzir de acordo com aquilo que ele se tornou.
Então é por isso que todos nós já nascemos em pecado. Salmo 51. 5 diz: “Eu nasci em iniquidade, em pecado me concebeu minha mãe.
” O Salmo 58. 3 diz: “Os ímpios se alienam desde a madre, desde que nascem proferem mentiras. ” Que o homem já nasce na condição de pecador por natureza, o que a Bíblia chama de “carne pecaminosa”, é fato, é fundamento da nossa doutrina.
A pergunta é por quê? Porque nos tornamos semelhantes ao primeiro Adão. E aí nós não podemos imaginar que Jesus só veio para perdoar a linhagem do primeiro Adão dos seus pecados.
Na verdade, Cristo veio para se tornar um novo cabeça de raça. Cristo veio para ser uma nova matriz reprodutora. Cristo veio para cumprir o propósito que o primeiro Adão nunca cumpriu.
Ou seja, como Cristo entra no mundo? Exatamente como o primeiro Adão, santo e sem pecado. Com qual propósito?
Reproduzir seres semelhantes a si. É por isso que o verso 49, eu li até o 48, o 49 diz: “E, assim como trouxemos a imagem do homem terreno, traremos também a imagem do homem celestial. ” O cerne do evangelho que pregamos é a transformação do homem na imagem de Jesus.
Romanos 8. 29 diz: “Aos que dantes conheceu também os predestinou para que fossem conformes à imagem de seu Filho Jesus. ” 1ª João 2.
6 diz: “Quem diz estar nele deve andar como ele também andou. ” Em 1ª Pedro 2. 21 a Bíblia diz: “Ele nos deixou exemplo para que a gente siga as suas pegadas.
” Em 1ª Coríntios 11. 1, Paulo diz: “Sede meus imitadores, como eu sou de Cristo”, porque ele é o padrão e a referência. Filipenses 2.
5: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus. ” Efésios 4. 13: “Até que todos cheguemos à estatura do varão perfeito, Cristo Jesus.
” 2ª Coríntios 3. 18: “O Espírito nos transforma de glória em glória”, no quê? “Na imagem do Senhor”.
Ou seja, o cerne do Evangelho é a transformação do homem na imagem de Jesus. O que é que Cristo veio fazer? Não apenas perdoar pecados.
Ele vem para se tornar uma matriz reprodutora e gerar seres semelhantes a si. Quando em João 14 ele está dizendo: “Filipe, quem vê a mim, vê ao Pai”. Eu, diferente de muitos estudiosos, não creio que ele está advogando sua divindade.
Ele está defendendo o fato de que, enquanto homem, ele já revelava e manifestava Deus na terra. E Ele veio para ser o modelo. Ele veio para gerar uma nova linhagem, seres que reproduzissem a imagem de Jesus na Terra.
Então, uma das razões para a encarnação: Ele vem cumprir o propósito que o primeiro Adão nunca cumpriu. Isso precisa nos mostrar que o Evangelho não veio só oferecer perdão de pecados, mas transformação. Isso tudo qualifica Cristo a ser o sacerdote perfeito.
Em Hebreus 5. 1 a 3, quando fala dos sacerdotes levíticos na Antiga Aliança, a Bíblia diz: “Cada sumo sacerdote, sendo escolhido dentre os homens, é constituído nas coisas relacionadas com Deus, a favor dos homens, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados. ” O verso 2 diz: “Ele é capaz de se compadecer dos ignorantes e dos que se desviam do caminho, pois também ele mesmo está rodeado de fraquezas”, eram seres imperfeitos, “Por essa razão, deve oferecer sacrifícios pelos pecados, tanto do povo como de si mesmo.
Nós precisamos entender que esses eram sacerdotes imperfeitos, mas a Bíblia fala a respeito de Cristo, no capítulo anterior, alguns versículos antes, Hebreus 4. 14, chama Jesus de “o nosso sumo sacerdote”. No 15, ele diz: “alguém que pode se compadecer das nossas fraquezas, que foi tentado em todas as coisas, mas sem pecado”, diferente dos sacerdotes imperfeitos.
Ele, o sacerdote perfeito, nunca pecou, embora não deixe de ter compaixão por nós. Ao viver como homem, Jesus entendeu, sentiu na pele, foi tentado como eu e você somos. Isso o enche de compaixão para ser o perfeito sacerdote por nós.
Nós podemos destacar ainda algumas razões para a encarnação. Eu já falei de revelar Deus aos homens, fazer o que Adão não fez, ser um perfeito sacerdote, eu quero destacar aqui: prover derramamento de sangue. Atos 20.
28 fala da igreja que Deus comprou com o seu próprio sangue. Hebreus 9. 22 diz que sem derramamento de sangue não há remissão de pecados.
E também nós lemos na 1ª epístola de Pedro 1. 18, a Escritura diz o seguinte: “Sabendo que não foi mediante coisas perecíveis, como prata ou ouro, que vocês foram resgatados da vida inútil que seus pais lhe legaram, mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem defeito e sem mácula. ” E a Bíblia fala dele, conhecido antes da fundação do mundo.
A encarnação era aquilo que proveria o derramamento de sangue, requisito necessário para nossa redenção. Mas algo que também não pode ser excluído é que Jesus veio também para vencer o diabo na condição de homem. Em Colossenses 2, a Bíblia está falando da obra da cruz, e eu, particularmente gosto muito da declaração desse versículo, diz que ele “despojando os principados e potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz.
” Hebreus 2 também nos apresenta essa visão de vitória de Jesus sobre Satanás e o reino das trevas. Nos versos 14 e 15 nós lemos: “Visto, pois”, Hebreus 2. 14 e 15: “Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, também Jesus, igualmente, participou dessas coisas, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse todos os que, por pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida.
” Alguém disse que Deus venceu o diabo na condição de Deus seria quase uma covardia, mas vencê-lo na condição de um homem inferior aos anjos, o que Satanás é como anjo caído, se torna uma vitória esmagadora. 1ª João 3. 8 diz que “o Filho se manifestou para destruir as obras do diabo.
” Isso não fala apenas de ataques do inimigo, mas o cerne do controle de Satanás, por meio do pecado, uma natureza pecaminosa. Precisamos entender que o Deus eterno se fez homem para cumprir um propósito extraordinário. Ele, enquanto 100% homem, não deixou de ser Deus.
No próximo vídeo nós vamos falar a respeito da divindade de Cristo com mais clareza e propriedade, mas nós vamos intercalando essas verdades de maneira que possamos construir o quadro completo. Que Deus nos ajude no entendimento claro das Escrituras, que gera em nós uma fé e uma convicção sólida.
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