Fundação Vale apresenta as transformações urbanas demoram mas acontecem e acontecem o tempo inteiro cidade é um organismo muito vivo muito dinâmico n nas suas contradições nas suas disputas pelos melhores lugares e maiores valorizações né de maneira que o tempo todo a cidade se modifica As Cidades crescem aqui no Brasil de uma forma muito característica em toda a América Latina que elas crescem geralmente de forma horizontal elas crescem em área e em população as cidades vão crescendo de acordo com a direção né das frentes imobiliárias as novas frentes imobiliárias por exemplo o Rio de Janeiro na
direção de Copacabana depois Leblon depois Barra da Tijuca então assim vão as frentes imobiliárias mas há esse processo em que a pobreza vai pra Periferia estende a cidade é um modelo de crescimento muito caro porque ele estica estende as redes de água esgoto drenagem energia pavimentação então nós podemos chamar de uma ocupação extensiva não é espalhada pelo território e rarefeita de população como uma cidade cara e ao contrário uma cidade mais compacta né de uso mais intensivo tende a ter serviços públicos e mais baratos e de maneira mais racional na cidade compacta você tem um
um o que nós chamamos de mix de uso Então você mora num apart a padaria pode ser no térreo o chaveiro pode ser no térreo o A escola é próxima você tem a possibilidade enfim de fazer menos viagens que pesam sobre a poluição do ar o aquecimento global O interessante é ter cidades compactas que sejam intermediadas por parques áreas verdes etc Acho que pelo próprio Horizonte dos próximos 50 anos as nossas cidades continuarão crescendo ela pode se desenvolver em número de habitantes em área construída e pode se desenvolver de uma forma perversa Belém tá se
expandindo e as áreas periféricas de Belém estão sendo eh mais valorizadas num processo de urbanização com exclusão Aqui nós temos o exemplo do Portal da Amazônia que é um projeto que está aterrando uma parte da orla para fazer essa obra foi necessário tirar centenas de famílias que já moram há 40 30 40 50 anos nessas áreas né moram em palafitas moram em casas de madeira em casas precárias essas famílias foram retiradas e agora a orla tá se valorizando nãoé e há interesse então do mercado Já há interesse de empresas querendo instalar porque é uma área
que fica de frente para esse belíssimo Rio chamado Rio Guamá a cidade neoliberal é a cidade do mercado é a cidade onde o mercado se impõe sobre toda e qualquer outra eh valor sentido significado porque está baseado no pressuposto de que o mercado funcionando por si só as livres forças do mercado ordena de melhor maneira o espaço urbano o que nós sabemos é que a forma pela qual o mercado ordena o espaço urbano é segregando e aprofundando as desigualdad uma das características mais perversas da expansão urbana brasileira é de que não tem lugar para todo
mundo os pobres por exemplo são destinados à periferia as periferias Metropolitana as piores áreas as piores localizações as áreas mais desvalorizadas as as áreas ambientalmente mais sensíveis encostas topos de Morro é a falta de opção de alternativas formais que são oferecidas à população de baixa renda o que que são alternativas formais são as casas que e tem a luz elétrica tem um serviço de água tem a a saneamento assim por diante essa esse esse conjunto esse hábitat que a gente tá falando aí ele não é acess não há suficiente oferta a preços acessíveis desse desse
bem para a população e compatível com a renda que da população então há muitos na na ausência de uma oferta a preços acessíveis as pessoas fazem o culpo que é possível dão um jeito em 2010 foi feito um diagnóstico sobre as ocupações precárias em Belém do Pará só o bairro do Bengui tem 16 ocupações precárias né em Belém nós temos que ter mais de 100 ocupações precárias Então esse processo de precarização da moradia né é um processo que não é novo mas cada vez mais que o processo de urbanização chega de forma injusta vai expulsando
o pobre cada vez mais para a periferia para áreas não urbanizadas sem saneamento eu já tava tendo problema onde eu morava então isso daqui foi er uma maneira boa a casa que eu moro não é minha então eu tenho que procurar um lugar para mim morar então surgiu essa invasão e eu meti aqui né na invasão aí se não sair eu já eu vou garantir a minha moradia era muito ruim muito difícil você morando dormindo de Bad lona quartinho de madeira aquela coisa toda aí lá surgia uma confusão você tinha que camar já queria te
tomar aquele terreno serviços públicos já não atendem a população qual ocupação Paulo fre e outras veio a inchar ainda cada vez mais faltando escola creche para atender as novas necessidades dessa população que chegou desde 2003 então desde 2003 a população aqui praticamente está abandonada tem horas que o pessoal fica horas e horas no ponto de ônibus esperando um ônibus e não consegue quando vem aquela aquela buca pessoal ali dentro o outro lado da moeda é que quando vem a urbanização não se tem um tratamento diferenciado o que falta realmente é uma discussão séria da política
de desenvolvimento tratando os diferentes de foras diferentes você tem áreas no Rio de Janeiro São Paulo Recife enfim eh Porto Alegre e que não ficam nada deever as melhores áreas de Nova York Londres Paris etc e outras áreas que que não ficam nada dever a áreas que você encontra em banglades e e em algumas cidades africanas eh obviamente que esse tecido esgarçado é é do ponto de vista social é é bastante eh eh é bastante preocupante isso pode ter tem não só pode mas tem tido consequências bastante nefastas do ponto de vista da convivência social
eh e e e no fundo eh é um é um tipo de ocupação que tem eh também eh consequências fortes do ponto de vista cultural né Eh e eh eu ent entenderia que eh o planejamento Urbano com com com uma Face mais social deveria evitar esse tipo de de situação tão tão radical de eh separação social no espaço né E aí a gente podia falar em dois grandes eh modelos de segregação que é o modelo mais clássico que talvez São Paulo tenha representado melhor né São Paulo é mais exceção do que regra que é o
da expulsão dos pobres paraas periferias né ao passo que em outros casos como é o caso do Rio como é o caso de do Recife de outras grandes metrópoles em que você tem uma combinação de favelização das regiões centrais com formação também de de um anel ou de alguns Anéis periféricos A lógica é os pobres que incomodam os pobres estão disputando a cidade né mas que você você tem que acomodar Tem que manter cada um no seu lugar já que não pode remover todo mundo para fora da cidade mais estruturada né com todos os serviços
você tem então que expulsar esse que a gente chama de da periferização da pobreza Isso é uma é uma tendência mas também é uma resistência desses lugares as favelas onde elas se instalaram até agora elas brigam e vão lutar para permanecerem aí quando se ol pra Periferia pobre precária ilegal onde as pessoas por não ter acesso a saneamento básico vivem permanentemente sujeitas a doenças e endemias é uma das faes mais perversas também que nós podemos assistir dentre outras das nossas cidades isso na verdade significa que é a cidade não está presente né na vida cotidiana
dessas pessoas Então qual é o papel do poder público eh nesse caminho da reforma Urbana qualificar eh as áreas desqualificadas e não qualificar mais as áreas já qualificadas eu acredito que a melhor maneira de desmontar essa segregação é fazer com que a cidade toda tenha uma qualidade urbanística básica aquela qualidade urbanística que seja o mínimo que qualquer cidadão tem o direito de ter com infraestrutura com calçadas adequadas com eh áreas verdes e também promover polos de desenvolvimento econômico né fazendo com que essa população possa ter o emprego mais próximo da sua casa e portanto se
rompendo essa polarização centro periferia os caminhos vêm justamente da conflituosidade da cidade ali onde a cidade resiste ali onde as tensões urbanas crescem ali onde as pessoas se manifestam nas mais variadas maneiras nunca não é apenas lutando contra uma remoção ali onde grupos de movimentos de mulheres interpelam a cidade machista ali onde grupos populares interpelam a cidade empreendedora privatista ali onde grupos culturais ocupam o espaço público e muitas vezes são escorraçados Porque estão onde não deveriam estar né sempre essa são esses são os grupos que questionam e produzem experi alternativas discutimos muito pouco a totalidade
da cidade nós discutimos muito esses processos ocupa não ocupa né e queremos essa obra queremos saneamento na favela isso a gente pensa a gente pensa muito hoje territórios isolados né carentes e a grande cidade que grande cidade a gente quer né onde as pessoas possam eh se encontrar onde as pessoas possam se confrontar porque Democracia é confronto e a cidade é o lugar do confronto o cidade a cidade é o lugar da sobreposição de culturas de valores né então como é que a gente eh garante isso pensando né um ideal de cidade que os diferentes
se confrontem e ganh a maioria um oferecimento Fundação Vale n