Ep 6 Mulheres Negras | Coleção Antirracista

Deus estamos conectadas por fios invisíveis Quem são as mulheres negras que lutaram e continuam lutando por nossa liberdade e direitos ao longo dos séculos Elas têm sido caladas e invisibilizadas na história mas você sabe o porquê coleção antirracista Episódio 6 mulheres negras Você já se sentiu Não representada isso acontece o tempo todo com as mulheres negras a pagar a história das mulheres é uma das estratégias do patriarcado um sistema milenar de dominação dos homens sobre as mulheres representado no ocidente pela figura do homem branco hétero e se gênero o patriarcado exerce seu poder por meio

de instituições como a família [Música] a religião a escola e a Lei por isso é tão importante revisitar o passado eu penso que a memória mais do que resistência ela nos ajuda a produzir lugares de existência lugares para que a gente seja quem a gente é Já sim bagaba é uma princesa da Nação Cabinda grande líder na luta contra a escravidão no século 17 escravizada Em uma fazenda no Espírito Santo sofreu muitos castigos por causa da sua digamos natureza Rebelde na casa grande zacimba foi violentada pelo senhor de Engenho o estupro das mulheres africanas era

o padrão no Brasil colônia e até hoje fazer a mulher um objeto sexual é uma forma de opressão de acordo com o anuário brasileiro de violência pública a cada oito minutos uma mulher é estuprada pesado né só que esse número pode ser até 10 vezes maior por n razões Como não ser acolhida na delegacia ou ser culpada pela roupa fora a vergonha e o medo o medo sim porque 84% dos casos de estupros são praticados por parentes ou conhecidos da vítima marido vizinho colega chefe zacimba agiu em legítima defesa todo dia ela botava um tiquinho

de veneno na comida de seu senhor até que pimba ele morreu A Princesa Guerreira guiou seu povo mata adentro e fundou um quilombo e não parou por aí ela passou a atacar navios Negreiros libertando suas irmãs e irmãos antes de pisarem em terra firme Salves tem vaga o que acontece com as mulheres negras quando a luta das mulheres por igualdade de gênero avança as mulheres negras ficam para trás por causa do racismo as conquistas privilegiam as mulheres brancas quando a luta racial avança e permite de algumas conquistas via de regra é apropriado por homens negros

então em função do sexismo então há um processo combinado de racismo e sexismo sobre as mulheres negras que produz isso que eu chamo de asfixia social que é um imobilismo social determinado pela pressão dessas dessas múltiplas opressões que atravessam não é o corpo feminino negro o pensamento da filósofa Sueli Carneiro dialoga com as ideias da afro feminista norte-americana ninguém é uma coisa só pelo contrário somos o conjunto de nossas características gênero classe raça orientação sexual e outros marcadores sociais afetam a nossa forma de estar no mundo e as violências que sofremos ou os privilégios que

recebemos por exemplo ser um homem branco e gênero hétero e rico é bem diferente de ser uma travesti preta pobre e periférica o Brasil é o país que mais mata travestis e mulheres transexuais no mundo a maior parte das vítimas é negra e Pobre conforme dados da Anta outra violência acontece na educação o uso do nome social é autorizado pelo Ministério da Educação desde 2018 mas muitas escolas não respeitam e as adolescentes trans acabam abandonando os estudos dificultando a entrada no mercado de trabalho a Prefeitura de São Paulo criou em 2015 o trans-cidadania um programa

de dois anos onde travestis e transexuais recebem auxílio financeiro psicológico e jurídico para concluir em um Ensino Fundamental e Médio nome e gênero sem diagnóstico de Patologia até então era preciso passar por cirurgia de redesignação sexual ou se reconhecer doente com transtorno mental nunca nunca foi homem é a maior desonestidade alguém dizer para mim e falar em transição e mudança não a mim só cabeça em 2016 neon pediu a justiça o direito à morte assistida caso o seu registro civil não fosse retificado e apresentasse a sua verdadeira identidade uma mulher ela ganhou e o caso

abriu um caminho legal para todos [Música] Por falar em leis vamos relembrar a primeira mulher negra Eleita no Brasil Antonieta de Barros deputada estadual em 1934 por Santa Catarina o estado com maior população branca do país Antonieta era filha de mãe solo ex- escravizada a maioria das Mães solo no Brasil é negra e 64% dos lares chefiados por essas mulheres estão abaixo da linha da pobreza a gente precisa produzir soluções para os problemas dessas mulheres e a produção de soluções para esses problemas passa pela elaboração de políticas públicas que tenham essas pessoas essas mulheres com

foco Antonieta lutou como uma garota pela educação como deputada fez leis para dar bolsas de graduação para alunos carentes e também para criar concursos para magistério Porque até então só entrava na base da indicação imagina a panelinha a mina combater os privilégios e favoreceu a inclusão porque acreditava que a grandeza da vida gira em torno da Educação salve salve Antonieta de Barros [Música] lélia Gonzales foi uma das primeiras intelectuais a discutir as conexões entre gênero raça e classe nasceu numa família pobre e numerosa morou na favela estudou e furou a bolha escreveu livros publicou artigos

e esteve à frente da criação dos mais importantes movimentos e instituições negras é uma referência no mundo inteiro salve lélia González a luta feminina é um termo muito usado hoje e você já percebeu que onde há uma mulher preta tem luta a vereadora carioca Marielle Franco formulou projetos de lei e patas em defesa dos direitos da população lgbtqia+ e das mulheres pretas e faveladas Mariele foi brutalmente assassinada como muitas outras Minas e deixou o seu legado [Música] salve Marielle Franco dados da Segurança Pública mostram que a cada três mulheres mortas no Brasil duas são negras

em 2019 foram 1326 vítimas de feminicídio nós queremos ter direitos e oportunidades iguais nessa sociedade nós queremos ter direito a nossa dignidade humana nós temos o direito a uma vida sem violência e nós temos direito ao Bem Viver Como diz a marcha das mulheres negras salve salve Sueli Carneiro você sabia que nos 125 anos da Academia Brasileira de Letras nenhuma mulher negra foi Eleita Imortal nenhuma a última a disputar a cadeira foi Conceição Evaristo com sua escreve vivência a arte de narrar o que se vive Conceição Evaristo [Música] a história do povo negro tem sido

reconstruída também pela artista Rosana Paulino formada em artes visuais pela USP numa época em que não havia cotas tem uma visão um pouco fazer homeopática mesmo do semelhante cura semelhante então em relação é todas essas imagens negativas que foram feitas sobre a população negra só outras imagens positivas ou que vão discutir as imagens anteriores para a gente conseguir vamos dizer assim curar essa essa chaga essa ferida Rosana é a primeira mulher negra a ter uma exposição exclusiva na pinacoteca do estado em São Paulo salve Rosana Paulino então é a ancestralidade negra é composta por essas

pessoas que foram muito importantes para nós em diversas dimensões da Vida em diversos momentos da vida né E a nossa conexão com essas pessoas que foram importantes e que agora vivem em outros em outros planos no país dos ancestrais digamos assim né Isso foi fundamental para que nós chegassemos até aqui Salve as nossas ancestrais salve todas as mulheres negras [Música]