Radioativos e felizes: cinquenta anos de Contrarrevolução e Revolta - Paulo Arantes

3.61k views12783 WordsCopy TextShare
Silvio Ricardo Gomes Carneiro
Dialectics of Violence and Extimacies of Politics: Celebrating 50 Years of Herbert Marcuse’s Counter...
Video Transcript:
Boa noite a todo todo o pessoal a todas a todos e a todes como se diz atualmente eh com imenso prazer que eu recebo essa esse prêmio eh não vou fazer falsa modéstia me sinto muito lisongeado por uma não só por trazer o nome do marcuzi mas por trazer o nome do meu ex-professor já falecido e ex e grande grande amigo e grande filósofo brasileiro Bento Prado de Almeida Ferraz Júnior que aliás escreveu escreveu um texto sobre o marcuzi ele não era bem o marcuzi ele achava que o marcuzi era um pouco otimista demais acreditava
na na Bela humanidade o que para o Bento era quase que uma heresia ou manifestação de boy Scott ou espírito de Natal para dizer o mínimo mas ele respeitava o marcuzi eu devo lembrar também que o marcuzi come fez a sua estreia na minha faculdade de Filosofia Ciências e Letras fundada em 1934 por uma missão Francesa e também italiana e alemã mas sobretudo Francesa em 1965 quando foi citado por um dos seus raros admiradores de esses de único livro Heros e civilização chamado Gerard lebran já falecido também e membro dessa missão um dos membros dessa
missão francesa que atuou no nosso departamento dos anos 60 e de lá ele extraiu uma citação do Hegel feito pelo marcuzi e pediu para os alunos comentarem ele mesmo comentou a frase do Hegel é as feridas do Espírito cicatrizam se sem curam-se sem deixar cicatrizes o que do ponto de vista freudiano do ponto de vista marcano também era uma outra heresia Mas isso é apenas pequena história para lembrar que o marcuzi teve uma recepção séria na nossa faculdade graças a esse professor francês antes de naufragar no folclore de estereótipos e lugares comuns que associavam Marcus
e a Contra cultura dos anos 60 o que não todo mundo sabe é uma falácia bom o eu que eu me decidi eu pretendo falar nos 45 50 minutos que o Silvinho me deu eu vou me concentrar justamente no livro em torno do qual estamos reunidos para Celebrar os seus 50 anos de validade e possível atualidade contra revolução e revolta que é um livro de 1972 como todo mundo sabe bom eu tô falando para um público de Marcus anos expert scholars em Marcus que não é o meu caso mas estou pensando sobretudo no público brasileiro
eh e porque eu vou fazer uma comparação entre entre o marcuzi a teoria crítica na versão marcana e a experiência intelectual e política do Brasil moderno e contemporâneo e já vou dizer qual é o qual é o meu ponto é quando eu li pela primeira vez e sempre que releio ou que consulto o contra revolução e revolta eu sempre me concentro demais ou excessivamente na primeira parte na primeira parte e nas primeiras páginas deste livro e sobretudo no título eu vou tratar basicamente como tá indicado na na no enunciado da minha fala eu vou tratar
basicamente da ideia de contrarrevolução tal como o marcuse a expõe nesse livro porque ela vem qualificada de uma maneira H inédita a ideia de uma contrarrevolução preventiva e mais do que isso uma contra revolução preventiva digamos é um é uma noção historicamente razoável pois ela se refere ela previne a eminência ou ela presente ou ela lê os sinais que anunciam uma revolução social em curso e por revolu S nós entendemos historicamente um tipo de Riveira volta social radical inaugurado pela tradição da Revolução Francesa ou das revoluções atlânticas do século XVI mas sobretudo no radicalismo a
Revolução Francesa e é um ciclo nós quando falamos em revolução entendemos esse ciclo perfeitamente como alguma coisa que se estende de 1789 até 1917 nós quiséssemos prolongar até 1949 com a Revolução Chinesa de modo que quando falamos em contra-revolução em revolução é desse espectro que nós estamos falando exatamente e é mais ou menos isso que o marcuzi tinha na cabeça só que com essas duas especificações paradoxais primeiro uma revolução uma contra revolução preventiva que é compreensível e já digo compreensível no num segin sentido Por exemplo até onde eu posso saber lendo outro dia a respeito
a primeira vez que aparece não sei se é a primeira vez mas aparece de maneira enfática e numa situação bem característica a expressão contra revolução preventiva nesta acepção clássica em 1923 mais ou menos não ten a data na cabeça porque eu relio a referência recentemente e foi adotada pelo recém do Partido Comunista Alemão no entre guerras alemão logo depois da revolução Soviética foi adotada para caracterizar a maneira pela qual Os Comunistas alemães no início dos anos XX interpretavam a eclusão do movimento nazista que por sua vez imitava em parte o movimento fascista Mussolini ano e
Os Comunistas alemães caracterizavam o nazismo como uma contra a revolução preventiva aí fazia todo sentido porque o mundo h não só desde antes da primeira guerra mundial mas durante a Primeira Guerra Mundial e depois de 1917 estava em revolução e a revolução era esperada por gerações há muito tempo e esperada para acontecer naquele entre guerras porque todo mundo tinha certeza que a guerra continuaria como continuou de de fato a partir de 39 de modo que havia uma um processo revolucionário em curso na Europa e na Ásia também na Ásia também havia um processo revolucionário na
China entre outras regiões e era portanto eh razoável falar numa contrarrevolução preventiva e por contra-revolução se entendendo historicamente aquilo que ela sempre foi uma reação onde quando aparece pela primeira vez o termo uma reação à Revolução Francesa uma uma reação Isto é um movimento que reage a uma ruptura radical inaudita como foi a revolução francesa sobre certos aspectos é que portanto é uma espécie de imagem especular invertida do radicalismo e da violência da revolução em curso tanto é que um dos especialistas nesse assunto que é um americano um Historiador americano já falecido chamado Arnold meer
tem um livro chamado as fúrias que é justamente esse espelhamento entre revolução e contra-revolução no período francês clássico do século XVI e na no período nem clássico do século passado na Revolução Russa e na contra-revolução russa isso é na guerra civil russa de modo que até aí não haveria nada demais nas primeiras páginas de explicação do Marcus se ele não tivesse incluído a seguinte especificação contra revolução nós vivemos é um diagnóstico histórico que ele está fazendo nós passamos a viver estamos vivendo no presente momento a esta altura do desenvolvimento do capitalismo monopolista são palavras dele
na sua fase mais agressiva e destrutiva nós estamos vivendo um movimento contrarrevolucionário com esta especificidade absolutamente parado sal é um movimento contra revolucionário sem nenhuma que não reage a nenhuma revolução prévia nem aá nenhuma expectativa real objetiva se desenrolando no curso real dos fatos de revolução portanto é este paradoxo de uma revolução uma situação contra revolucionária sem revolução à vista para trás no presente ou à frente é isto que eh me move na intervenção que eu pretendo fazer e aqui é que entra a comparação com o Brasil porque mutates Mutantes mais adiante eu vou explicar
o que que eu entendo por esses mutates Mutantes o que que é de comparável e e de absolutamente não comparável entre Brasil e digamos para falar com os teóricos do da teoria eh dos sistemas mundiais no núcleo orgânico do capitalismo do qual fazia parte era o centro desse núcleo orgânico os Estados Unidos naquela virada dos anos 60 para os anos 70 e ele está escrevendo o livro no momento em que eu digamos está se encaminhando o processo de reeleição do Richard Nixon que mais adiante entra na história é um personagem de texto subsequente dele sobre
o destino histórico da democracia pesa o Curioso é que nesse momento em 64 No ano em que foi publicado o homem unidimensional do marcuzi houve aconteceu irrompeu no Brasil uma coisa inédita em termos de golpes militares ou como as pessoas preferem falar para serem mais corretas civil militar se nós quisermos Empresarial militar no Brasil e este golpe um golpe que não eram mostrou-se logo nos primeiros tempos que não era um golpe trivial não era uma quartelada latino-americana a mais era uma intervenção Estrutural para dividir a história do Brasil em dois antes e depois desse golpe
que durou desta reviravolta r mentora como eles diziam os militares os seus generais que durou 20 anos ora eles mesmos interpretaram a sua intervenção militar com o apoio unânime das classes proprietárias brasileiras é e tudo o que se segue disso mídia inclusive todas as instituições relevantes igreja Católica também que depois a Igreja Católica se se arrependeu do que fez no de ideia e passou para oposição mas durou algum tempo demorou algum tempo eles interpretavam essa irrupção como uma revolução ou mais mais exatamente perdão como uma contrarrevolução preventiva porque se tratava se alegava a possibilidade da
repetição de alguma coisa semelhante à Cuba ou a China num país Continental como o Brasil que do ponto de vista geopolítico se isso fosse fato e não mito Como de fato era um mito seria de seguramente Digamos um acontecimento cataclismico do ponto de vista geopolítico ora eles mesmos interpretaram o seu movimento como dizem agora movimento 64 como uma contrarrevolução preventiva de algo inteiramente Imaginário não havia nenhum processo revolucionário em curso no Brasil Havia sim muita muita mobilização muita muita discussão muito debate muitos enfrentamentos entre digamos o velho Brasil e o novo Brasil que imaginava nascer
alargando o escopo do processo desenvolvimentista deflagrado alguns 10 anos alguns anos antes ou pelo menos desde a revolução de 30 ou desde o estado novo começou a industrialização brasileira mas sobretudo eles chegavam a dizer ou se interpretavam que era uma revolução sem revolução essa a digamos é a proximidade possível que eu vejo entre a teorização entre o diagnóstico que o marcuse faz desta época que estava se abrindo e aquilo que os brasileiros na pessoa dos chefes militares de turno secundados pelos seus associados a e aliados das classes proprietárias e dominantes eh interpretavam justamente como esta
eh inauguração de um período histórico novo ora o que eu gostaria de sustentar é que esse período histórico novo aberto em 64 no Brasil e mais adiante não digo que seja a mesma cois coisa Eu precisaria demonstrar e tem similitudes importantes e mais adiante profetizado pelo marcuse em 1972 tinha alguma coisa em comum e significava essa abertura de um novo período de novo período na história do capitalismo do capitalismo avançado e que eu imagino se pode dizer que dure até hoje com metamorfoses com transformaç na maior importância que eu espero poder ter tempo de assinalar
ora uma das peculiaridades é que a interpretação dessa contrarrevolução sem revolução foi feita não digo simultaneamente mas durante os primeiros anos pela própria esquerda brasileira derrotada por este acontecimento que embora previsto e cantado em prosa e verso durante 10 anos pelo menos como algo quase que inevitável Cedo ou Tarde haveria esse golpe aconteceria e Dada a minha idade eu vivi os 4 anos que antecederam o golpe que foi anunciado 61 até 64 interpretaram de maneira eh nas mais diversas mas a interpretação que prevaleceu ou que de certa maneira a que mais egou e outras interpretações
e permitiu desenvolvimentos ulteriores Foi a do florestan Fernandes que disse exatamente mais ou menos isso é claro que eu não posso resumir aqui a a o pensamento desse grande sociólogo brasileiro do século passado já falecido obviamente e da maior importância e que escreveu um livro fundamental chamado a revolução brasileira a revolução brasileira ela certa maneira era um mito ou um fantasma esperado por todos embora todos digo À esquerda embora não se pudesse definir a sua natureza seria socialista Nacional apenas modernizante algaria o escopo do desenvolvimentismo incluindo as classes subalternas ou subordinadas e assim por diante
o próprio Fan Fernando disse o seguinte esta contra revolução sem revolução é a própria revolução burguesa que nós por tanto tempo Esperamos que uma hora acontecesse ou chegasse ao seu desfecho no Brasil que era isso que estava acontecendo naquele momento era revolução burguesa chegando no Brasil na forma de uma contrarrevolução isso não é inteiramente inédito há quem na literatura respeito do Terceiro Reich a quem interprete o nazismo como uma revolução burguesa só que uma revolução burguesa totalmente contrarrevolucionária e portanto uma revolução modernizante e que era de certa maneira o caráter da revolução que aconteceu em
64 no Brasil de modo que o meu ponto de partida é essa essa similitude incrível entre a interpretação do florestar a respeito do que vem a ser revolução no Brasil revolução burguesa no Brasil que é muito discutível tem gente que não aceita essa tese tem muita na tradição crítica brasileira ela é muito controversa não faz sentido falar em revolução burguesa numa ex-colônia que porfi Ava em se tornar nação sendo que era Uma colônia que havia sido criada pela expansão ultramarina do próprio capitalismo e que havia de certa maneira nascido mais moderna entre aspas do que
a sua própria porque aqui o capitalismo durante a era Colonial existiu em estado quimicamente puro nós vivamos sob a égide da mercadoria propriamente dita pura nós éos um Entreposto comercial e reinventamos o trabalho escravo portanto era digamos o resumo do capitalismo mercadoria e violência e isso era o Brasil colonial de modo que falar em revolução burguesa nessas circunstâncias para muitos autores consideráveis dessa tradição crítica não faz muito sentido mas vamos deixar isso de lado e vamos apenas ficar nesta coincidência o que nos coloca um grande problema Isto é a comparação entre a interpretação na pessoa
do marcuzi que não é toda a teoria crítica cada um tinha uma versão diferente do que poderia ser a teoria crítica e o que ocorria digamos na tradição crítica brasileira ou na tradição Brasileira de esquerda no pensamento social brasileiro que tentava reinterpretar o Brasil no topo de cuja agenda estava essa miraculosa metamorfose de uma ex-colônia numa nação nos moldes europeus de integra de sociedade integrada Coesa avançada e que incorporasse digamos as assim chamadas conquistas da modernidade bom eh de modo que eu teria que se tivesse mais tempo eu teria que fazer uma comparação entre o
Brasil e a teoria crítica Marcus ora eem nada para atrapalhar a minha primeira identificação de 64 e pensando sobretudo no homem unidimensional que foi publicado exatamente nesse nesse mesmo ano aliás eu faço um parente para dizer Até onde eu sei e não é muito apenas o professor não vamos chamar de professor Mas eu posso chamar de Silvinho Silvio Carneiro porque eu fui colega de classe do pai dele então para mim ele é o Silvinho mas o professor Silvio Carneiro foi um dos poucos a tentar a tentar fazer essa comparação e compreender 1964 como a instauração
ou a inauguração de uma sociedade unidimensional no sentido marcano no Brasil ora há problemas eu vejo eu vejo eu acho que é uma ideia uma bela sacada mas eu acho que há problemas contra intuitivos é nada mais diverso de uma do que se chamaria do que o Marcos chamaria de sociedade unidimensional do que o Brasil entre o Brasil e o a o capitalismo americano Na verdade era isso que que o Marcus estava analisando no H Dimensional nada mais diverso nada mais incomensuráveis do que o outro tanto é que num certo sentido a teoria crítica propriamente
DIT e eu falo nos pais fundadores no tô falando na segunda geração ou terceira geração não vem mais não vem ao caso nesse momento mas pelo menos os pais fundadores eram totalmente contra intuitivos no Brasil porque a esquerda brasileira por definição era uma esquerda Progressista no pior sentido da palavra tanto é que o nosso Marxismo Marxismo crítico o melhor Marxismo que nós produzimos era um Marxismo que achava que tinha a história a seu favor e confiava no caráter Progressista ou na inocência digamos assim das forças produtivas tinham quase que uma visão inocente do Progresso e
da Democracia é que portanto eram mais Como disse o Roberto Schwartz eh que é outro mestre da teoria crítica brasileira ou não mais o Marxismo industrializante de modo que a a já o diagnóstico da sociedade unidimensional como sociedade de opostos em integrados que o Marcus PR dizia de maneira brutal e simplificadora havia feito em 1964 era não não colava no Brasil não convencia no Brasil as pessoas que tiv tinham acesso seja a marcuzi ou Adorno ou o primeiro rimer digamos Liam porque eram clássicos do Marxismo mas não porque entendessem muita coisa do que eles estavam
dizendo o que eles estavam dizendo inviabilizaria totalmente aquilo que a tradição crítica brasileira sobretudo marxista estava dizendo a respeito do desenvolvimento desigual e combinado do Brasil que finalmente poderia dar um salto mortal como teria sido o salto Russo em princípio que é poderia ser outra ficção é que nós chegaríamos lá graças a essa essa digamos esse descompasso interno descompasso interno que o Marcus havia rifado no caso do núcleo orgânico do capitalismo e em particular no caso dos Estados Unidos de modo que sociedade por mais paradoxal que possa parecer incongruente ou digamos uma coisa estapafúrdia era
nós aspiraram aspirarmos a nós na periferia a nos tornarmos também uma sociedade integrada como Aquela que ele havia desqualificado como sociedade unidimensional e que havia rif havia rifado havia absorvido engolido anulado aquilo que se chama o que se Poderia chamar de pensamento de oposição ora o pensamento de oposição no Brasil era totalmente a favor do desenvolvimento capitalista de cuja Cartola nós tiraríamos um coelho chamado socialismo ora era justamente isso que o Marcus dizia que não era o caso e Poucos Anos depois de publicar o homem unidimensional em praga ele fez uma conferência sobre a dialética
mostrando de que certa maneira a dialética já era um conceito obsoleto era um conso conceito obsoleto um conceito inteiramente sistêmico e engolido pela ideia de totalidade portanto a noção de progresso que ela trazia embutido nela mesma e que pressupunha que da sociedade mais avançada no caso o capitalismo H na plena posse das suas forças e correspondendo ao seu conceito não brotaria aquilo que se chamaria socialismo mas justamente o contrário a teoria crítica dizia exatamente o contrário imagina só um brasileiro revolucionário de esquerda nos anos 60 se entendesse quando lesse o livro do Marcus ou tivesse
lido bem as coisas que os que os frankfurtianos tinham escrito logo depois da guerra entendesse o seguinte do capitalismo não se desentranhada capitalismo graças à contradição entre forças produtivas e relações sociais de produção des entranhas exatamente o oposto Isto é fascismo o segredo da história capitalismo capitalista é o fascismo não é o socialismo e portanto dizia o marcuz nas Entrelinhas ou quase que claramente no H Dimensional e depois como um programa como uma tese defendida em praga no fim dos anos 60 do capitalismo em entregue a si mesmo dessa sociedade sem oposição sai fascismo bom
isso no Brasil seria incompreensível essa digamos é a primeira é a Primeira divergência a primeira incomensurabilidade entre sociedade unidimensional e o Brasil ora curiosamente e esse é digamos é o o pulo do gato que o florestan deu sem saber ele confirmou essa tese ele confirmou essa tese assim que a revolução burguesa se confirmou e que portanto as forças produtivas seriam desencadeadas e mais adiante com ela viria poderia vir alguma coisa como a democracia como no seu no passado histórico isso é a sociedade burguesa ou a democracia burguesa é alguma coisa progressiva e não Regressiva o
florestan disse não ela já nasceu ela já é um aborto ela já nasceu regressiva a revolução burguesa no Brasil já nasceu regressiva é como se nós tivéssemos pulado como se nós tivéssemos realizando aquilo que o Marx havia dito logo depois do golpe de Lu Napão Bonaparte em 51 isso é já nascemos já nascemos com digamos virados para trás virados para trás já nascemos como uma ditadura que foi a que foi o segundo império o segundo império foi uma ditadura isso é portanto é natural que a revolução burguesa nasça como uma ditadura e perdure como tal
perdure como tal nós eu tô agora interpretando o florestan a minha maneira nós não vamos desentranhar dessa revolução burguesa que já nasceu como contrarrevolução e portanto ela é uma uma contra-revolução que não foi precedida por nenhuma revolução pois não havia revolução burguesa no Brasil n isso era era uma imaginação ação no melhor dos casos nós continuaremos dela e quando muito extrairmos dela ou ela tende a se desdobrar com alguma coisa semelhante com característica própria que não é o que eu o caso da exposição desta noite tende a reproduzir alguma coisa como fascismo e é nesta
situação que ele descreveu como Auto uma contra-revolução prolongada ou uma autocracia burguesa dessa autocracia burguesa não sairá nada mais nenhuma etapa superior cujas que as forças progressistas em luta nesta sociedade que agora sim é unidimensional possa arrancar do seu do seu âmbito e mais ou menos isso o de certa maneira Ele ficaria se o florestan tivesse viv Ele ficaria horrorizado com essa minha interpretação mas é assim que eu leio a maneira pela qual Origin de maneira muito original ele interpretou o 64 is significa que esta autocracia não acabou não acabou não vou comentar a conjuntura
brasileira a partir do dia 31 30 de Outubro deste ano é um outro Capítulo nos levaria noite adentro mas eu diria que até o dia 31 esta autocracia está em plena vigência e não é uma e não é uma vitória eleitoral que irá varrela do mapa de vez nós estamos dentro ainda desta desta contrarrevolução sem revolução que é um paradoxo e é justamente essa convergência aparentemente incongruente entre sociedade Dimensional e o unidimensional como os Estados Unidos e o núcleo o núcleo orgânico do sistema e o Brasil que é o meu quadro mental é o meu
quadro explicativo nesse momento porque nada até até aquele momento e mesmo depois nada unidimensional no Brasil o Brasil sempre se pensou como uma espécie de dualidade em andamento e essa dualidade tem uma versão culturalista débil por assim dizer e tem uma uma versão materialista forte que é justamente essa desenvolvimento desigual e combinado tal como trotes que o formulou para interpretar a possibilidade de uma revolução na Alemanha Isto é nos países ditos atrasados entre aspas ISO não existe porque Cap porque o centro a metrópole e periferia nascem conjuntamente e num determinado momento no início desse processo
certas periferias foram mais adiantadas entre aspas do que as suas respectivas metrópoles né É o caso da nossa das nossas colônias ibéricas num certo num certo num certo sentido ora então essa digamos essa Encruzilhada este nó que faz com que é o ponto de vista do qual eu devo partir para avaliar os 50 anos posteriores desta contrarrevolução sem revolução que nós chamamos que o florestan chamaria de autocracia burguesa e que nós poderemos dar um outro nome revolução prolongada eu não vou falar em estado de exceção porque estado de exceção está banalizado por várias razões inclusive
do ponto de vista jurídico ah digamos ela se generalizou de tal maneira que há como dizem alguns autores franceses há uma espécie de inflação de medidas de exceção e elas caracterizam o Brasil Contemporâneo já há um bom há um bom tempo mas então Eh voltando e para a breviar eu vou dar um salto enorme nesses 50 anos de vigência desse diagnóstico do marcuse e que foi corroborado de maneira digamos aparentemente incongruente pela nossa experiência política social e econômica na periferia e o florestan dizia que nós Essa era uma contra era uma revolução que era contrarrevolucionária
devido ao caráter dependente do nosso capitalismo mais gen mas não é um conceito que nós explicamos mais depois da depois da reestruturação produtiva do próprio capitalismo e a sua expansão globalizante esta expressão dependente num certo sentido ela também caducou tornou-se tornou-se obsoleta nós atualmente atuamos num tabuleiro desigual Mas é o mesmo tabuleiro como era há muito tempo atrás bom dito isso eu queria fazer então uma observação para dizer o que mudou nesses 50 anos do diagnóstico marusan ou brasileiro periférico a respeito de uma contrarrevolução sem revolução como sendo a característica histórica que define o período
no qual nós vivemos há 40 ou 50 anos Depende de quando nós quisermos periodis armos há quem prefira H 40 anos e fala em 40 anos de contra revolução e contra ção que teria começado nos anos 80 depois teria uma segunda etapa a partir do fim da União Soviética até as torres gêmeas até a guerra contra o terrorismo e que se prolonga depois na terceira fase até os dias de hoje ora o que o que eu gostaria de ressaltar nesse momento é que a caracterização do marcuzi ele de certa maneira ele situa o teatro de
operações desta contra dessa contrarrevolução sem revolução no exterior esse teatro de operações era prática basicamente o terceiro mundo como se dizia na época do Marcus depois começou a se falar mais em Periferia Periferia que depois foi de certa maneira para o brego como Periferia Ela continua existindo mas é ela inverteu-se é o mundo que está se do marcuzi ele começa ele começa ele começa o seguinte contra quem esta contra revolução é dirigida já que não há revolução e esse contra quem não é bem definido ele enumera enumera vários episódios ele numera vários episódios nos nesse
teatro de operações se destaca obviamente o Vietnã que era decisivo e crucial para definir a política interna americana mas era o alvo da política externa naquele mento e passa começa a digamos a passar em revista algo que não era ainda ele não ele não tinha acompanhado ele só conhecia a revolução brasileira conhecia o massacre na Indonésia 65 depois mais mais adiante A Revolução dos a contra Revolução dos coronéis gregos Mas de fato ele conhecia era o Brasil e o massacre da Indonésia e as lutas de libertação nacional que estavam enrendo na África e no Sudeste
Asiático de modo que era esse era contra eles que em princípio essa contrarrevolução sem revolução estaria dirigida a máquina de guerra americana estaria dirigida portanto éramos nós éramos nós e digamos e nesse sentido eu acho que é a data histórica do diagnóstico do Marcus tem uma data histórica um Digamos um prazo de validade esse prazo de validade se encerra nos anos 80 Quando essas lutas de libertação Nacional começam a fazer água e digamos dizer também e não é deixam de ser um impecílio para a expansão dita entre aspas também porque é uma palavra muito duvidosa
de emprego atualmente imperialismo de modo que a a contra-revolução sem revolução do marcuzzi era digamos alguma coisa que se desenrolava um lado quente da guerra fria e ele está já havia diagnosticado duas coisas depois de dizer que a dialética enquanto contradição entre desenvolvimento das forças produtivas e relações sociais de produção havia sido abolido Porque quanto mais essas forças produtivas impulsionadas pela tecnologia que era Principalmente um um construto de origem e destinação bélica eh deixava de ser ela passava as não era não era contrariada pela apropriação privada dos meos produção pelo contrário ela era legitimada era
legitimada era numa força de legitimação Isto é Nossa a sociedade unidimensional todo mundo sabe era uma sociedade afluente em que havia uma espécie de felicidade na alienação ou de conforto ou prazer na alienação porque ISO era ela era impulsionada ela é impulsionada por alguma coisa que conduziria ao holocausto nuclear portanto um círculo que se fechava esse capitalismo organizado da segunda guerra mundial aos 30 anos gloriosos segundo os franceses era um sistema no limite autodestrutivo autodestrutivo e não não estava ainda na ordem do dia o plano climático ambiental mas Possivelmente destruiria o planeta antes de mandar
pelos ares numa grande holocausto nuclear então havia um reforço é um reforço o impulso produtivo para produzir este este confronto nuclear era Justamente a razão da acumulação e legitimava esse sistema de opressão chamado Guerra Fria e o Marcus se concentrou na periferia quente dessa Guerra Fria porque ele estava convencido que a Guerra Fria era um construto ideológico entre dois sistemas que eram a bem dizer equivalentes equivalentes e ligados por uma espécie de contínuo que era o fetichismo das forças produtivas e eram onde nesse contínuo h o fantasma do holocausto nuclear funcionava como uma espécie de
garantia garantia gangsterz da coesão social e portanto do disciplinamento do controle das suas respectivas populações e portanto a Guerra Fria er um engodo ou como diria mais tarde uma companheira de luta mas depois abandonou do IP Thomson chamada Mary calv era uma guerra imaginária era uma guerra que não poderia ser travada ela era travada apenas com uma política de controle de populações bom portanto para o marcuse esses 30 anos gloriosos do capitalismo não era capitalismo organizado não era mais uma máquina de distribuir proteção social e emprego era uma máquina No Limite impulsionada por essa simbiose
dinâmica Demoníaca em que o desenvolvimento tecnológico das forças produtivas legitimava a sua própria autodestruição vindoura produzindo inclusive uma grande indústria que eram os abrigos subterrâneos nos Estados Unidos e na Europa ocidental de modo que eh voltando ah a grande mutação a grande mutação posterior a este agnóstico como é que significa o que que significa 40 anos de contrarrevolução sem revolução no mundo pós Marcus Siano pós Marcus usando no sentido depois da morte do marcuz enfim em 79 o que que se esse diagnóstico continua válido ele continua válido com uma mutação uma mutação eh fantástica uma
mutação fantástica e que ainda adota o par conceitual posto paradoxalmente justaposto engrenado pelo marcuzi revolução e contra revolução revolução burguesa e contra revolução isso não tem nada a ver Por favor não eu não cor Não não quero eh que haja equívoco A esse respeito a partir de um certo momento quando o neoliberalismo começou a entrar em moda nas suas mais diferentes versões da desde a jornalística até a Fuc cotiana começou-se a dizer o seguinte o o Consenso kinesi ano que reinou nos 30 anos posteriores à Segunda a Segunda Guerra Mundial e que de certa maneira
celebrou um casamento de conveniência entre democracia e capitalismo porque são absolutamente incompatíveis esse consenso queniano foi considerado uma revolução porque contrariava a natureza íntima do capitalismo ora a partir de um certo momento esse casamento entre democracia e capitalismo se desfez porque faltou dinheiro porque disseram começou a se perceber que o capitalismo não foi feito para a proteção social e para o pleno emprego ele foi feito para produzir lucro Isto é descobrir abriu-se que a ideia de sociedade era um efeito colateral desse modo de produção cuja razão de ser era tautológica era produção de valor para
produzir mais valor sociedade vinha por acres como um efeito colateral e como tal poderia ser eliminado a qualquer momento desde que a máquina continuasse funcionando e isso aconteceu nos anos turbulentos de 70 em que digamos a população subordinada a esse mho satânico a essa Máquina Infernal começou se tornar indócil indócil e os capitalistas começaram a dizer e é uma expressão que depois foi adotada por um autor francês chamado chamu começou a se dizer ingovernável é esse é esse período de turbulência ingovernável que foi analisado pelo marcuzo primeiro na sociedade unidimensional e depois na eh num
na no no no ensaio a contra revolução e revolta e mais adiante no ensaio mais ou menos contemporâneo escrito um ano depois sobre o destino a dimensão histórica o destino histórico da revolu da Democracia burguesa em que ele repete quase que literalmente o diagnóstico que o Marx fez em 18 Brumário Isto é o a burguesia incapaz de se governar a si mesma delega o poder de governo a uma ditadura uma DIT portanto a exceção no caso foi no Marx bonapartismo e portanto ela regride portanto confirma manda o seu destino no o autogoverno burguês da sociedade
burguesa capitalista é novamente o fascismo diz o marcuzi o que aconteceu em 51 golpe de estado 51 é o que vai acontecer depois na Alemanha em 33 e que nós vamos conhecer no Brasil em 64 não com isso que esteja fazendo uma aplicação Chapada do fascismo histórico nazismo histórico a 48 51 e depois pois 64 nosso o 74 marcano e o 72 marcano Mas se nós relermos esse se nós relermos a primeiro a contra revolução sem revol e e revolta e depois reler texto posterior sobre o destino histórico da Democracia burguesa nós veremos que o
argumento do Marcus nesse destino histórico da Democracia burguesa é exatamente o discurso que o Marx fez o 18 Brumário is é a democracia burguesa ela não avança ela regride entre aspas não é uma regressão ela culmina a sua verdade a sua verdade é o golpe de estado e o no caso o se para relacionarmos em termos do século XX o fascismo no século XIX foi o baptismo foi a ditadura de luí la ponel bap parte que também durou 20 anos ou quase 20 anos terminou com em 70 com a comuna e a derrota para eh
para a Prússia ora essa eh essa essa versão que dá o marcuzi que é uma consequência do contrarrevolução sem revolução que é o destino histórico da Democracia burguesa novamente ele repete a pergunta o os Estados Unidos transformou-se num estado policial e guerreiro e tá pensando no Vietnã e está pensando no fato da está pensando no escândalo que foi a reeleição do Nixon o Nixon é uma reedição literal do que foi o Luiz Napoleão Bonaparte para o Marx de 48 51 isso é o novo crapul inski é uma crapul iação da classe dominante burguesa no caso
Mundial através dos Estados Unidos no caso da francesa sendo que a ditadura do Luiz Napoleão M parte foi também uma ditadura desenvolvimentista o desenvolvimento das forças produtivas foi foi quando a França começou o seu processo de industrialização foi justamente com a violência terrorista de quase que uma acumulação primitiva como será depois mais adiante Marcus vai interpretar o fascismo como organização terrorista das contradições burguesas bom voltando voltando de modo que a a ideia do marcuzi é simplesmente mostrar o seguinte veja só quando ele fala em contra revolução contra revolução sem revolução e quando ele fala do
destino histórico da Democracia burguesa que deixa de ser Progressista Liberal avançada para se tornar regressiva despótica e espoliador ele está reproduzindo o Marx mas ele está mostrando que existe como existiu no 18 BR mar do Marx Quando o Marx falou em subproletariado ele fala em um alargamento da classe trabalhadora americana ele fala numa adesão numa adesão da sociedade Americana ou da e na maior parte da classe trabalhadora a essa política policial Guerreira que está destruindo o mundo que está de certa maneira está barbarizando no sudeste asiático no no caso emblemático naquela época que era o
Vietnã de modo que ele está ele está dizendo o seguinte a revolução a contra-revolução sem revolução essa regressão essa inversão ou essa redescoberta da sociedade burguesa com a sua esse encontro da a sociedade burguesa com a sua própria verdade que é esta regressão e que mais adiante nós podemos chamar e ele chama várias vezes de fascismo é uma sociedade neofascista ele já tinha interpretado a guerra fro que saiu da segunda guerra segunda guerra mundial como dois sistemas o sistema burocrático estalinista de outro lado um sistema que ele chamava com todas as letras logo nos primeiros
anos do pós-guerra chamava de sociedade neofascista porque o fascismo havia sido nazi fascismo havia sido derrotado militarmente mas não socialmente ou politicamente e é uma das coisas inclusive que se vai explicar por exemplo a persistência ou a iminência de uma eclosão de extrema direita na Alemanha contemporânea a partir dos anos 60 pelo fato de que o fascismo ou o nazismo na Alemanha não tenha sido suprimido abolido ou suplantado ou derrotado por uma revolução social interna na Alemanha ele foi apenas otado militarmente pelas forças aliadas pelas forças militares aliadas por razões geopolíticas e portanto a pressão
social que havia produzido o nazismo e o fascismo continuavam funcionando bom e de certa maneira é o que o o Marcus está dizendo o que que está o que que contra quem isso é essa essa reação é dirigida mas com Que apoio ela conta el conta com apoio da sociedade Americana e portanto ele usa o famoso esquema sado masoquista é por sadismo e masoquismo que a grande maioria da população a re elege e reelege o crapul inski da vez no caso Richard nixson e depois nós tivemos vários crapul inses no Brasil o último termina o
seu mandato se é que termina o seu mandato o dia 31 de dezembro deste ano eh a nossa versão do crapul inski mas não quero entrar nesta nesse domínio nesse momento de modo que Veja só o que o Marcus está o diagnóstico do marcuzi não tem validade interna a a contra revolução sem revolução ela está voltada para o exterior com um apoio praticamente não é unânime mas é o apoio digamos pulsional para refletir nos termos em que ele começou a pensar a partir doos e civilização nos termos freudianos com uma espécie de construto pulsional que
promove essa identificação com um regime Infame e é um regime militarizado que tá militarizando a sociedade Americana a partir da invenção do artefato nuclear e portanto instalando uma espécie de estado de sítio que redefinir militarmente a realidade Americana e mundial e que foi diagnosticada algum Poucos Anos Antes por um sociólogo Rebelde chamado w Mills eu vou deixar de lado oint adas fez o mesmo raciocínio 10 anos depois eh digamos ele a a contrarrevolução sem revolução diagnosticada por Marcus diamos assim ela era voltada para o exterior a grande mudança nesses 40 anos aí é um outro
tópico que eu não posso me alongar É quando isso acontece a partir de um certo momento a partir de um certo momento nesses 30 ou 40 anos de contra revolução se revolução Mundial digamos assim ou digamos Como diz um outro autor vários autores francês direiti zação do mundo supondo que havia alguma coisa de à esquerda que seria o keisiane de pós-guerra que é um peixe que o marcuse nunca comprou nunca comprou a ideia do capitalismo organizado e que portanto que essa exceção seria a regra aqui para frente depois a segunda ou terceira geração frankfurtiana vai
comprar esse peixe mas mesmo na primeira geração o o Marcus era uma espécie de fazia Band par ele era uma exceção ora a mudança que há é preciso preciso verificar Em que momento isso se dá Possivelmente no fim dos anos 90 e início dos anos 2000 no século XX essa contrarrevolução sem revolução que o marcuzi havia projetado no exterior próximo no entorno estratégico dos Estados Unidos com uma política Imperial de poder e contando com a coesão interna da sua população e para obter essa coesão interna lançava a mão de todo tipo de governo dessas pulsões
sociais políticas que haviam se manifestado nos Estados Unidos Desde o tempo da guerra que se havia se que eles estudavam e chamava-se a personalidade autoritária e coisa que o váha a partir de um certo momento que precisaria ser bem especificado é um processo de longa duração começa nos anos 70 e eclode eclode basicamente nos anos 2000 a partir do 11 de setembro e mais adiante depois da crise de 2008 E por aí a fora é o seguinte esta esta contrarrevolução sem revolução se expande e torna-se uma forma de governo um paradigma de governo como dizem
os mais pernóstico que gostam da palavra paradigma que remonta ao Thomas Kun as revoluções científicas que a mudança de paradigma vamos lá ele passa essa essa essa medida digamos assim ou essa conceito essa esse frame esse paradigma da contra-revolução sem revolução passa a ser aplicado internamente também é o que o Foucault vai dizer em muitos vão atrás chamado bumerangue sobre o qual nós poderíamos falar durante muito tempo e eu prefiro me abster porque o assunto é vasto Isto é muitos autores interpretam o que está acontecendo nas sociedades ditas avançadas do núcleo orgânico do sistema Isto
é Estados Unidos América do Norte Estados Unidos basicamente Europa ocidental uma eh uma contra Digamos um modo de governo que alguns autores chamam de contrarrevolução e essa contrarrevolução ela não é importada ela é um decalque é uma é um decalque daquilo que ocorria nas periferias já há muitos anos desde o processo de descolonização e a que é uma sequela da segunda guerra mundial na guerra mundial foram disputadas quatro ou cinco guerras ao mesmo tempo uma delas perdurou até o perdurou dur muitos anos depois de 45 chamava-se descolonização que foi uma guerra foi uma guerra da
que prolongava a Segunda Guerra Mundial ora esta tecnologia de guerra que começou a se modificar chamava-se de contrainsurgência contrainsurgência o seu auge foi no Vietnã a partir de um certo momento essa contrainsurgência essa contrainsurgência que começou a ser aplicada como estratégia militar nos no no Vietnã passou a ser reconhecida como tal e recomendada pelo estado maior americano no Iraque ocupado depois de 2000 2004 depois no Afeganistão ocupado depois do 11 de setembro e por aí vai E por aí vai nos várias NS várias guerras de intervenção para a manutenção da ordem internacional que foram as
guerras do período imediatamente anterior ao fim da guerra fria e e sobretudo depois da guerra fria essa tecnologia de guerra que vai aos poucos se estofando numa tecnologia de individualização da Guerra chamada contra insurgência ela é transportada ou ela se reflete ou ela reaparece porque existe um contínuo entre Periferia e Metrópole ela reaparece na metrópole na forma na forma de uma contrainsurgência sem insurgência essa é uma fórmula de um autor chamado Bernard arur que publicou um livro chamado exatamente contra revolução Bernard arur é um Franco americano e a um dos editores dos cursos eh póstumos
digamos dos cursos publicados póstumamente do Foucault Ele publicou e prefaciou por um longo estudo a sociedade punitiva do Foucault ele chama ele chama exatamente o que nós vivemos no vamos chamar na sociedade capitalista avançada no ocidente o o que nome vale o ocidente reapareceu agora como conceito bastardo a partir da guerra da Ucrânia os países se reuniram numa coalizão e passaram a se autodenominar ocidente como se isso existisse bom não vem o caso ele passou a digamos a caracterizar a governança interna das populações o estado o estado capitalista contemporâneo passou a governar as suos estados
Naci iis avançados passaram a governar as suas respectivas populações sob a forma de uma contrainsurgência sem insurgência veja só que é exatamente a forma do do do marcuzi só que readaptada um tipo reciclada atualizada como se ela acompanhasse a evolução do seu próprio objeto continuamos Ainda num regime de contrarrevolução sem revolução ou de prevenção do que sabe-se L do quê sabe lado do quê mais um regime de revolução sem contra revolução sem revolução E que esse autor Bernard ar aru começou a chamar de insurgência contra insurgência sem insurgência veja só nós governamos com a mão
de ferro da contrainsurgência sem que haja nenhuma insurgência tanto na na metrópole sobretudo ele tá estudando na metrópole e é isso que ele esse regime que ele chama de contra-revolução um dos sinais precursores desse regime encontra-se num pequeno país chamado Israel pequeno pelo tamanho mas não pela importância geopolítica que ele tem e portanto eu recomendo a leitura isso é um dos primeiros diagnósticos feitos dis Por que que Israel é tão importante porque a matéria de exportação o produto de exportação primária do Israel é justamente Essa contrainsurgência é justamente a ideia de guerra contra o povo
a contra revolução sem revolução que nós vivemos é exatamente isso que um autor chama Jeff halper que é um ativista israelense deu como título a um dos seus livros recentes uns 4 5 anos atrás chamado War Against the people os governos hoje governam fazendo a guerra uma guerra muito especial uma guerra individualizada contra a sua própria população que não é Mais especificamente diretamente visivelmente uma guerra de classe Como foi no século começou a aparecer no século X e essa guerra contra a sua população War Against the people guerra contra o povo ela vai aparecendo vai
aparecendo em subsequentes anális do período recente no no mundo e ela é justamente sem sem sem uma contrainsurgência sem insurgência e ela é baseada justamente na na transformação da população num alvo as pessoas tornam-se alvos preferenciais elas são rastreadas tanto é que essa esse rastreamento redunda na fabricação de um inimigo esse inimigo varia conforme as as conjunturas esse inimigo é uma espécie de produção performática ele é construído no ato de fabricá-lo ele é rastreado através da informação portanto é um capitalismo de vigilância a as plataformas o capitalismo de plataforma é um capitalismo também de vigilância
há uma mineração há um extrativismo de dados eu tô repetindo o que está o que é corrente na literatura e segundo esses autores que falam na atual contra-revolução que nós vivemos e que aos poucos vai tornando desimportante a ideia de exceção porque essa contra-revolução vai sendo legalizada os ilegalismos que ela vai cometendo ela vai transformando em novas legalidades que a legitimem eh portanto se isola um grupo de inimigos se rastreia se faz perfil desses inimigos e depois se isolados identificados e rastreados conforme a variação da conjuntura eles são apresentados como Tais E aí o aspecto
da contra insurgência se passa a ganhar corações e mentes da maioria silenciosa que não sabia da sua existência que passa a ser mobilizada Contra esse alvos a serem destruídos e assim sucessivamente por novos alvos novos alvos aparecerão é essa é essa contrainsurgência sem insurgência ou essa revolução sem revolução que se chama de contra revolução tucur porque está subentendido que não existe revolução nenhuma então nós assistimos esse paradoxo de um governo que declara uma guerra contra a sua própria população que sequer pensou sequer se organizou na forma de resistência de oposição sequer luta armada de tomada
violenta do Poder ISO está fora de conção tá fora da Imaginação de todas as rebeliões de todas as riots de todos os motins de todas as contestações de todas as revoltas que pipocam pelo mundo há mais ou menos 20 anos a ideia portanto não não ela não é não é o simétrico estratégico dessa contra desta contra-revolução é esse é este o paradoxo Isto é a inexistência aquilo que o Foucault havia que o perdão que o Marcus havia dito vivemos numa sociedade sem oposição se confirmou de uma outra maneira nós vivemos numa sociedade sem oposição porque
o próprio capitalismo se encarrega de destruir as bases sobre as quais esta oposição poderia vir a ser construído nos moldes clássicos em que havia uma espécie de grande superfície tanto das Guerras quanto chances de fábrica no qual se aglutinavam os possíveis opositores e contraditores até as últimas consequências o o capitalismo eliminou o oposição e mesmo tendo eliminado as condições materiais de Formação dessa oposição ele continua em guerra contra a sua população e elege o inimigo da vez é isto uma revolução a contra-revolução sem revolução que está sendo diagnosticado por vários autores e sem que se
lembrem de mencionar o que plantou a semente disso embora ela tenha se modificado no processo que foi o her Marcus em 1972 até que apareceu uma coisa nova eu tô encurtando obviamente eu tô eu tô o meu tempo tá obviamente tá estourado lá sei quantas Anas mas eu tô sendo o mais breve possivel por difícil que o mais incrível que possa se acreditar nisso eu estou sendo breve até que apareceu a novidade do nosso tempo Isto é que já vinha maturando H algum tempo mas eclodiu e tomou o poder num certo em alguns lugares como
aqui por exemplo que é a Extrema direita até que surgiu a Extrema direita e sobre a Extrema direita eu vou dizer poucas coisas e com isso eu vou eu vou encerrar Antes de Voltar ao funcionamento dessa extrema direita no Brasil do qual eu parti na verdade não se esqueça que eu tô fazendo uma comparação entre o Brasil e o restante do núcleo orgânico do sistema e como é que eles foram convergindo nesta revolução contra revolução sem revolução ou nesta contra-revolução propriamente dito ou nesta contrainsurgência sem insurgência Isto é num certo momento a Extrema direita que
até então era uma manifestação residual e que estava lá digamos sobrevivia malim sobrevivia porque não havia sido derrotado politicamente e as razões que estão na origem da sua eclosão há mais de meia 70 80 anos atrás persistem persistem e está cifrado nesta reversão de tendência histórica da Democracia burguesa que foi diagnosticada do 18 Brumário a até o texto brilhante do Marcus de 92 93 então apareceu essa essa essa extrema direita que esta sim historicamente é uma contrarrevolução contra uma revolução existente Só que essa essa revolução existente aconteceu há dois séculos atrás de modo que ressurgiu
agora a verdadeira contra revolução que se dirige que reage e reage violentamente desde dos primórdios da Revolução Francesa para dar uma origem histórica poderia dar outras origens históric que se repete com a mesma violência com a mesma ferocidade que o Arnold meer chamou de fúrias são as fúrias que se entrechocam nesse momento se repete em 1917 na guerra civil na guerra civil russa de modo que para a Extrema direita histórica que é uma extrema direita não uma extrema direita com conservadora de restauração de um passado idílico que jamais existiu para essa extrema direita que é
uma extrema direita rupturista e Redentora o que se passa no mundo desde 1789 é uma verdadeira Catástrofe e é portanto necessário reverter esse processo reverter esse processo por uma grande explosão social que provocaria uma espécie de renascimento da civilização e civilização verdadeira depois desse período de catástrofe que durou mais de 200 anos n Então nesse momento reaparece sim nós continuamos com o diagnóstico de revolução contra revolução sem revolução só que dessa vez a a contra revolução que apareceu e está progressivamente ascendendo ao poder de estado para destruí-lo e provocar um cataclisma a partir de cujas
cinzas renascerá alguma coisa ela está aí está aí his historicamente nos seus termos originais existiu sim uma evolução no passado só que ela aconteceu lá atrás é um desastre que se prolonga e que se prolonga há dois séculos com essa diferença até então até a digamos a entrada em cena espalhafatosa da Extrema direita enquanto o movimento contra revolucionário e revolucionário ao mesmo tempo num certo sentido até então era havia o que que havia Essa guerra essa contra que nós chamamos de contra-revolução junto com arur ou junto com o o Halen ou junto com chamu junto
com o dardo e lavar que adotaram também essa terminologia no último livro deles chamado a escolha da guerra civil que é exatamente o mesmo diagnóstico feito por por esses autores eles esquecem um pouco a ideia de governamentalidade neoliberal e assim por diante E por que que isto por que que nós estamos nesse nesse enfrentamento paradoxal entre uma oposição que não existe e um aparato guerreiro que lhe faz guerra bom nesse momento esse aparato guerreiro que ele faz guerra Tem Diante de si um outro um outro agente um outro protagonista esse outro outro agente outro protagonista
chama-se extrema direita só que ele está ampliando o escopo desta contrarrevolução porque ele tem trás de si atrá de si uma a ideia de revolução ele está ampliando e incluindo no universo de alvos no universo de inimigos este próprio estado da contrarrevolução que declarou guerra sua população Essa é a novidade da Extrema direita é o dado novo que eles acrescentaram a essa conceituação de contra revolução sem revolução eles estão acrescentando um alvo novo o que está para ser destruído e além da ralé de certa maneira da daquilo que deve ser ex terminável e que já
estava sendo combatido ess esse combate para ele já está ganho esse combate da direita clássica que está retroagindo retro progredindo regredindo a sua verdadeira essência e portanto está progredindo no diagnóstico Marx Marcus e assim por diante eles estão a a essa a essa guerra já vencida eles estão acrescentando uma segunda guerra contra o establishment então o ST entrou nesta guerra contra as populações ele faz parte dessa população ele é um alvo entre mais e esse albo é o representante daquilo que os falsos herdeiros do Marcus da escola de Frankfurt chamavam de projeto Iluminista da modernidade
e assim por diante são as elites esclarecidas encastelados no regime de poder que eu nem vou me arriscar a descrever nesse momento que se Torn o alvo desta contrarrevolução sem revolução então há um passo a mais e É nesse embrolho que nós nos encontramos no momento no Brasil o que virá depois do dia primeiro de junho de de Janeiro do ano que vem é uma outra é uma outra a conversa mas é Exatamente isto o o que aconteceu entrou esse novo personagem entrou e mudou os dados do jogo mas é o mesmo jogo ainda é
o mesmo jogo Essa é a grande eu acho que esse é o alcance 50 anos depois contra revolução e revolta do marcuzi ele como se tivesse uma espécie de pós escript ou dois pós scpt primeiro a interiorização desta guerra que estava Projetada num teatro de operações exterior e o fato dela ter sido introjetada e ao introjetar ela criou um novo protagonista que ampliou o seu escopo Isto é eu resumiria uma frase que eu não vou poder explicar ampliou o seu escrupulo redefinindo militarmente a realidade é isso muito obrigado desculpe se eu extrapolei e e se
me fiz compreender It's Over Obrigado Professor eu vou eu tô aqui numa situação que eu tô ouvindo a mim mesmo també também esque eh mas eh queria agradecer a primeiramente a a sua exposição seu esforço de criar uns 50 anos em cinco aqui e professor JK e e e e e abrir as as perguntas né a gente vai ter aqui uns 10 15 minutinhos para para para fazer uma fazer uma pergunta e vou aproveitar então para para fazer uma breve eh eh uma reflexão assim a partir do que você diz da da questão do ponto
de partida de uma sociedade unidimensional eh eh desde 64 como eu tava tentando descrever naquele artigo porque me parece que é interessante que você falou da questão da esquerda né de ser desenvolvimentista de ponto de partida e quando eu escrevi aquele artigo eu pensei muito numa passagem do homem no Dimensão em que eh o o Marcos falava que no Egito e na Índia quando viesse o desenvolvimentismo viria com uma violência de partida né para modernização a modernização e o que você fala foi eh é interessante Porque a partir do ponto de vista nosso há um
uma inversão do Da Lógica que o Marcus tá tentando descrever ou a teoria crítica de que a violência é o na verdade é o a verdade a verdadeira face desse processo do capitalismo e que no no fim das contas eh o que a gente tem é a violência é o que nos integra né Eu acho que o Roberto Schwartz também vai pensar por aí eu fico pensando se ainda não é possível primeiro queria entender melhor o que você havia dito dessa dessa diferença desse descompasso do dos diagnósticos né entre o se é possível ou não
colocar uma sociedade unidimensional eh no Brasil lá em 64 e e segundo se o que a sociedade unidimensional do ponto de vista da Periferia não seria organizada não pela tecnologia Mas pela verdadeira face dessa tecnologia que é a violência então seria essa minha tentativa de diálogo aqui bom em relação em relação às referências que o Marcus faz à Índia e ao Egito o Egito eu entendi muito porque o Egito enfim como se eu conhecesse a Índia Egito ainda muito menos mas é o eu diria que é um tributo que ele que ele paga ainda ao
Marxismo clássico certo sentido ele está pensando numa formulação do do Marxismo clássico eu não estou usando agora numa numa acepção pejorativa lá po Stone por exemplo mas quando o Trot pela primeira vez formulou a ideia de desenvolvimento desigual e combinado a a essa noção estava longe de ser trivial pelo contrário pelo contrário ela foi ela foi redescoberta por várias tradições críticas periféricas mundo a fora no Brasil inclusive ou sobretudo no Brasil para descartar a fase essa sim convencional tradicional do etap ismo e assim por diante portanto era possível esse curto circuito que nos catapultar catapultar
para uma etapa superior em bom durante um bom tempo nós apostamos todas as fichas nesse desenvolvimento desigual e combinado porque ainda acreditávamos ainda acreditávamos naquilo que os críticos do marcuzi eh ou de certa maneira o próprio marcuzi dizia acreditávamos na inocência das forças produtivas Inocência que se perdeu já há há um excelente artigo sobre a Inocência Perdida das forças produtivas de um jovem teórico vocês conhecem muito bem chamado Felipe catalani já se perdeu na primeira guerra mundial na guerra na na guerra de Digamos que foi inteiramente tecnologizada na guerra de materiais Como o yunga a
caracterizou já na guerra química essas forças produtivas perderam a sua inocência e aqui no caso do Brasil a ideia de progresso também custou um tempo a ser a perder a sua inocência só perdeu a sua inocência agora por causa de um cataclisma Mundial que está simetrizar francês chamado Pierre charbonier as várias situações nacionais do mundo devido às mudanças climáticas num certo momento quando a abundância de recursos naturais passa a não lastrear mais as formulações políticas utópicas ou não nesse momento novos novos atores entram em cena Como diria o nosso o nosso amigo e esses novos
atores entram emen é uma das explicações inclusive para o surto dito decolonial ou pós-colonial pelo qual eu não morro de amores mas há um fundo há um fundo de verdade nisso tudo há um fundo de verdade nisso tudo bom voltando então a sociedade unidimensional é claro que a caracterização que o marcuzi faz e chamou de sociedade unidimensional a sociedade que é capaz de deglutir de integrar opostos e portanto de reduzir contradições e como nós sabemos desde o barbudo desde o bré onde há contradição há sempre esperança no momento que você ca anula a contradição e
ele anulou a contradição ele anulou a contradição tanto é que ele foi procurar anulou a contradição interna a ideia de negação determinada negação determinada Sempre produzirá Mais do Mesmo e esse Mais do Mesmo está exemplificado nesse falso construto ou nesse construto absoluto chamado Guerra Fria entre os quais entre as entre os dois polos existe essa essa continuidade perversa que é o que ele chamou de fetichismo das forças produtivas e que portanto são duas forças são duas sociedades altamente industrializadas embora desiguais e que entrarão em colapso ao mesmo tempo tanto é que uma autora Americana a
scia bom agora me me escapou daqui a pouco eu me lembro o nome dela chama um livro chama Dream world and catastrophe ela Analisa justamente o colapso simultâneo da sociedade de massas industri Industrial imaginada tanto por a União Soviética quanto pelos Estados Unidos bom e essas coisas para nós era um espantar se nós tivéssemos compreendido corretamente o que o Marcus estava dizendo Ele tava dizendo Ah esse capitalismo que aparece organizado por um estado que vai impedir a para sempre a ideia de crises sistêmicas ele está gerando um monstro um monstro que não tem oposição e
que portanto chegará as últimas consequências que é a autodestruição é o monstro impulsionado pela indústria do holocausto indústria do holocausto que é legitimada por sua vez pelo fato de produzir abundância afluência bem-estar conforto alienação e alienação confortável até num Bunker subterrâneo contra as contra a radiação is Todos estaremos Como disse no meu título radioativos e felizes essa e digamos eh essa esse contraponto que o Marcus nos oferece que para nós era inass imil de de modo que quando ele fala ele quando ele excepcional hia ele excep casos como a Índia o que são sociedades unidimensionais
incompletas que ainda não chegaram lá não se modernizaram não conheceram aquilo que nós conhecemos não tem ainda uma não chegaram a essa formação sadomasoquista que é a identificação com o seu próprio algos que é o algos do resto da humanidade não chegaram lá ah nós temos um equivalente disso mas infelizmente mente é um equivalente eh culturalista por causa do nosso passado colonial e a persistência desse passado colonial e o fato do nosso eh século XIX o nosso primeiro período de país independente ter sido um enxerto burguês um enxerto burguês dentro de uma situação eh digamos
avessa avessa esse enxerto da civiliz do projeto da modernidade nós temos uma chance isso era um mito mito culturalista dos grandes modernistas dos anos 20 dos anos 30 nós temos a possibilidade de dar um salto de dar um salto no período burguês e reencontrarmos a verdadeira humanidade mais adiante uma vez que o capitalismo que o a a humanidade tenha Deixado Para Trás o capitalismo só que eles imaginavam esse salto esse salto civilizacional esver mobilizando o que nós poderíamos chamar macaqueando o Marcus Não mais do que isso é uma macaque ação digamos o arcabouço pulsional de
uma sociedade que desconheceu a violência da mercadoria num certo tempo é claro que isso é puramente elucubração culturalista nós conhecemos a mercadoria em estado puro isso está essa inclusive até o modernismo tornou-se obsoleto a esta altura do campeonato a mitologia que foi a coisa mais grandiosa que o nosso pensamento produziu Modernista tornou-se também também obsoleta eles imaginavam esse salto civilizacional provocando um casamento entre um mundo de pulsões ainda não governados pela reprodu pela repressão no sentido clássico em que haveria uma espécie de transição pacífica uma uma transação pacífica entre ilegalismos ilegalidade ordem e desordem assim
por diante como Antônio Candido eh formulou eles imaginavam que isso ocorreria quando nós reencontrar os eh fizemos um encontro entre essa civilização PR pré burguesa ou pós bururu que seria pós bururu com a técnica imaginando para o mar marcano isso Saria como absurdo para o marcano a técnica já é a guerra não existe artefato técnico que não tem como é que a técnica seja Dual tem um lado civil e um lado militar e o lado militar pode ser reciclado tem um spillover civil e o lado Civil tem um spillover militar isso é fantasia isso é
fantasia desde desde o início digamos a origem do capitalismo como a origem da tecnologia coincidem e tem uma única natureza tem a mesma natureza é a guerra e essa guerra contra a natureza e contra os outros humanos nesse esse é o ponto cego da mitologia Modernista que foi no seu tempo grandiosa é inteiramente culturalista e hoje entra no capitalismo entra na categoria das das obsolescências de modo que se nós somos agora uma sociedade unidimensional na na acepção eh Marcus é porque nós temos já éramos uma sociedade eh digamos unidimensional no sentido da contrarrevolução como eu
descrevi naquele momento isto é uma sociedade que o Estado está em guerra contra a sua população ora nesse momento Essa guerra contra sua população foi ampliada porque o novo personagem chamado extrema direita incluiu nos Salv dessa guerra aquilo que nós somos eu por você professores intelectuais cientistas isso é tudo aquilo que faz parte do que há de elegante e glamoroso no circuito adem da burguesia Internacional e é isso isso que que está acontecendo nesse momento e para isso para isso eles estão sem nenhum etad arm sem nenhum tipo de remorso a aplicando o que existe
digamos não é aplicação não é bem a palavra mobilizando TR mobilização aquilo que há de melhor na tecnologia tal como o nosso mestre digamos assim havia pensado a tecnologia da comunicação das redes sociais do capitalismo de plataforma e o que que tá se revelando ser essa tecnologia Guerra Não tem outro nome então eles incluíram mais inimigos nessa guerra inclusive eles próprios eles não excluem a possibilidade de se implodir para que uma nova civilização regenerada nasce e obviamente será uma civilização na imaginação eh fundamentalista num num certo sentido mas isso já já já é história mas
é a segunda vez que há um encontro entre essa contrarrevolução que tem raízes históricas lá na invenção Iluminista da Revolução Francesa já se encontraram uma vez no Terceiro Reich e agora agora tem um encontro marcado não sabemos como quando no fim no momento em que o planeta terra se tornar inabitável aí seguramente a a contra-revolução sem revolução ou a contrarrevolução propriamente dita reagindo À Revolução que está lá na origem dessa inhabit se reencontrarem e serão Possivelmente as únicas digamos indivíduos que se regozijarão porque sua estará confirmada vendo a catástrofe planetária que se abaterá sobre nós
sem que o capitalismo senha seja destruído porque ele vai sobreviver ao planeta ele vai destruir primeiro o planeta antes dele bom era isso que eu poderia te responder cumprimentando dizendo que a sua ideia de seremos ou não uma sociedade unidimensional eu passei a mão nela roubei lhe a carteira com muito prazer e muito proveito e dou-lhe os créditos devidos nesse momento Obrigado Paulo vou fazer mais uma rodada de perguntas assim só para porque o tempo tá um pouco avançado não sei se além B constrangido ten eu tenho quase certeza que o meu charabia português ficou
completamente ininteligível em inglês ou qualquer língua ocidental ainda viva isso não me afeta Porque mesmo os contemporâneos também dificuldades ah Silvio diga desper ninguém quer perguntar a câmera aqui não funciona tá posso perguntar aluma coisa Ah Paulo Paulo eh Apesar sim dessa visão eh otimista segundo a a Imaculada aqui do eh bom no final do texto Inclusive eu li hoje eh na minha apresentação que eu fui tratar da questão da estupidez aí peguei alguns autores para discutir isso mas no final o Marcus apresenta uma perspectiva Não exatamente otimista mas ele diz que as novas gerações
têm que aprender a cada derrota que tiverem até conseguir o eh realizar a revolução porque a revolução seria um processo E hoje nós temos cada vez mais essa participação de uma nova geração exigindo uma nova consciência você mesmo no começo falou todes eh tem a Greta tamberg a a ch surui que falou na COP 26 teve uma outra índia que eu esqueci o nome que também falou na cop27 tem uma nova geração que está exigindo mudança você vê alguma perspectiva mesmo com possibilidades derrotas assim ou o quadro é e Irreversível sim não não não existe
não existe quadro Irreversível nem para o marcuzi quando escreveu o homem multidimensional Ele disse que o quadro er Irreversível quando ele termina com a última frase do Benjamim há esperança sim mas não para nós eu posso é claro que seria uma saída retórica diz não H Esperança mas não para nós mas eu compararia compararia essa revir volta que tem vários aspectos um desses aspectos teóricos mais interessantes e também tem lados débeis aquilo que se chama reviravolta ou turnan ou turn eh ontológico da antropologia francesa da qual faz parte esse pensamento da moça que faz a
greve contra o clima da Chai E por aí vai isto é mostrando que além do projeto da projeto Iluminista da modernidade existem outras coisas no sobre o sol que a v filosofia dos nossos horácios não conhecem a minha tendência rápida para ser rápido isso é um assunto da maior complexidade Eu recomendo é discutido não encampado mas é discutido com muita pertinência na última parte do livro do Pierre charbonier sobre liberdade e abundância e mostrando sobre o lastro o lastro Ecológico o lastro ambiental das ideias das ideias políticas e ele nos faz o favor de lembrar
que todo o progressismo socialista e não só socialista baseou a sua causa na abundância infinita nos recursos infinitos do planeta terra e o momento em que isso essa ilusão implode tudo tem que ser revisto no momento dessa implosão da consciência dessa implosão aparece entre outras coisas nesse reconhecimento das várias ontologias das dentre as quais a nossa Tita modernidade faz parte não preciso nem recordar as origens militares da modernidade E por aí vai então eu tendo a reconhecer nesse Abalo sísmico do pensamento contemporâneo e que desperta tantas esperanças eu seria o último a decapitá-lo em nome
do quê Seria algo totalmente dogmático Eu apenas não vou decapitá-lo mas eu nem vou desestimulá-los mas eu compararia em grandeza e ao mesmo tempo grandeza de ilusão e grandeza de expectativa que teve que teve o nosso modernismo histórico na virada dos anos 20 para os anos 30 que acreditou sim acreditou Sim eles acreditavam exatamente nisto o o o o Brasil e o mundo está diante de uma Encruzilhada eles estavam presenti como todo mundo sabia que a primeira guerra mundial iria continuar numa segunda guerra mundial e diante dessa Encruzilhada que é uma Encruzilhada de civilização nós
devemos fazer uma escolha e essa escolha diziam eles até onde Nós aprendemos e compreendemos o Brasil do passado e o Brasil Contemporâneo deverá ser tudo menos Europeia o mar de Andrade inclusive chegava a imaginar por nós não tomamos o caminho da civilização indiana e de certo momento de certo modo ele também como todos os nossos alternativos todos os nossos todes de hoje imaginavam que o núcleo a sement dessa alternativa civilizacional estava escondida na Amazônia e ele começou essa ideia foi reforçada no mar de Andrade a partir da viagem que ele fez ao Amazonas a a
Amazônia em geral para confirmar suas intuições já expressas no Macunaíma makunaima tem duas tem dois desfechos tem um desfecho euforizante mas tem um desfecho niilista ela apresenta uma ele apresenta o Macunaíma no fim do romance é um homem estado mas esse homem devastado que na sua pesquisa do Muiraquitã descobre várias coisas a respeito das idiocracia idiossincrasias nacionais e uma delas era justamente essa possibilidade de ainda termos tempo veja só os modernistas diziam isso os grandes modernistas dos anos 20 e 30 ainda termos tempo de tomar um outro rumo porque o trem da história está Partindo
o trem da história ia dar na segunda guerra mundial ia dar dar no capitalismo avançado e a dar na sociedade unidimensional e a dar na digamos no no casamento entre bomba nuclear e prosperidade econômica e portanto anestesia geral das consciências da e das pulsões que fariam as pessoas apertar o botão do fim do mundo com a maior boa consciência como Kubrick apresentou no filme dele de maneira irônica cômica então eu compararia essa expectativa inclusive ideologicamente este ObaOba em torno da Amazônia e da reeleição do do sapo barbudo ela gravita ainda e não sem saber nos
mesmos fragmentos nos mesmos satélites produzidos nos mesmos fragmentos produzidos pela explosão da galáxia Modernista inclusive é muito é muito semelhante é muito semelhante é muito comovedor porque não há nenhum nenhuma pessoa que tem o coração no lado certo que não se comova com aquilo que os modernistas brasileiros Os anos 20 e 30 pensavam que inclusive eram anticapitalistas diga-se de passagem sem serem socialistas no sentido ortodoxo então há há há uma certa semelhança e eu imagino que não sei se é farça ou tragédia mas algo dessa desse resíduo deixado pela memória do grande Modernismo brasileiro está
fermentando nas poucas esperanças que ainda restam na possibilidade de reconstrução Nacional de uma sociedade que aí eu repito noutras palavras o que eu disse sobre florestan que desde 1964 é uma sociedade unidimensional no pior sentido no pior sentido é portanto Não estranha que nós tenhamos um estado pouco importa se ele é Progressista se ele é de centro esquerda centro direita isso não vem ao caso que governa contra a sua população foi no auge dos nossos 20 anos gloriosos de de 1900 1994 a 2014 que a guerra se instaurou nas periferias brasileiras e que a população
carcerária brasileira multiplicou-se as pessoas varrem isso para o debaixo do tapete porque não querem enxergar o que nós vivemos aquele desde o Marco Zero implantado por aquele desmiolado pouco importa o que passa na cabeça dos militos não passa nada se é uma coisa é uma estratégia sem estrategistas que vem sendo conduzida há muito tempo e que nós Democratas socialistas progressistas sem o saber contribuímos mesmo com as nossas nossas políticas de redução de danos então voltando à pergunta do Robs é claro que o nosso coração estreme treme e vibra uma nota velha volta a soar quando
nós vemos essa movimentação geral e novamente vemos o foco o umbigo do mundo está reduzido tá se concentrar na Amazônia mas pode ser um umbigo de um novo holocausto porque ele está sendo corroído tá sendo comido com uma velocidade espantosa e com a mesma inconsciência com que se aperta o botão do holocausto nuclear pelo mesmo tipo de sociedade implodida do trabalho que não existe mais Por isso dou as boas-vindas a todes isso que eu falei o todes porque tem um pouco não tô dizendo que todo mundo vai virar vai virar animista ameríndio e que basta
e não se muda a ontologia de uma sociedade cristalizada desde dos primórdios da modernidade que não foram brilhantes começaram com uma guerra e começaram com colonização assim como a península ibérica nos colonizou os ingleses já estavam colonizando há quatro séculos desde 1100 a Irlanda então eles sabem do que estão falando e estão fazendo B é isso Robs Por que não se comover com essa possibilidade a priori nada nada impede Obrigado eh bem a gente tá chegando então no final do do encontro foi uma jornada de três dias eh mediada por várias discussões uma copa do
mundo e algumas loucuras do Governo na sua última no seu último suspiro eh queria agradecer ao Professor Paulo eh e aqui corrigir uma informação Inicial eh Na verdade o o prêmio foi dedicado ao seu livro livro formação e desconstrução agora eu tenho aqui 40 anos de atraso eh um livro muito interessante porque ele atravessa várias das suas experiências intelectuais Inclusive tem um texto sobre o Bento Prado que nomea seu F agradecer a p e a equipe do TR interpret eh a a Jennifer que foi uma guerreira uma técnica aqui que nos arranjou todas essas essas
soluções técnicas Soluções de administrativas e um projeto que tá chegando agora ao fim aqui no no Brasil praticamente é esid 4 anos depois a gente tá aqui finalizando Agradeço aos colegas Carlos aí e outros cantos que que estão assistindo também sociedade internacional hert Marc lado e Outros tantos peço já de antemão desculpas porque teve um problema do link e alguns não puderam assistir mas a gente vai gravar e Vai disponibilizar essa essa essa gravação e agradecer finalmente aos estudantes porque eles estiveram aí o Bruno tá gravando aí mas o Gabriel Roger Bárbara que nos ajudaram
também muito no o Matias tô esquecendo aqui é sempre ruim n uma lista que a gente sempre esquece e agradecer aos estudantes pelo por essa possibilidade de de de encontro com todos é isso então gente boa noite vamos comemorar um pouco e sigamos uma próxima jornada obrigado Paulo Eu que agradeço e se me permitem agradeço em nome claro Marco chama-se Marco cu e Mas agradeço em nome do Bento isso que me toca mais o coração e a mente obrigado
Related Videos
A Terra é Redonda Entrevista - LEDA PAULANI
1:52:22
A Terra é Redonda Entrevista - LEDA PAULANI
A Terra É Redonda
6,560 views
A humanidade contra o capital | Café Bolchevique #36, com Mauro Iasi e Virgínia Fontes
40:06
A humanidade contra o capital | Café Bolch...
TV Boitempo
12,310 views
AS MAIORES MENTIRAS da HISTÓRIA Contadas pela Esquerda - Marcelo Andrade - Café Com Ferri Podcast#10
1:19:33
AS MAIORES MENTIRAS da HISTÓRIA Contadas p...
Podcast Café com Ferri
121,772 views
Paulo Arantes - "Ainda se trata da Era Atômica: o tempo do fim"
2:55:15
Paulo Arantes - "Ainda se trata da Era Atô...
Vida Intelectual
908 views
Panel 5: Critique of Violence
2:05:32
Panel 5: Critique of Violence
Silvio Ricardo Gomes Carneiro
8 views
A FACE OCULTA DE SIGMUND FREUD
30:49
A FACE OCULTA DE SIGMUND FREUD
Brasil Paralelo
269,296 views
Miguel Nicolelis explica o impacto no cérebro causado pelo uso excessivo de aplicativos
7:40
Miguel Nicolelis explica o impacto no cére...
DCM TV
33,604 views
Entrevistado pela #GloboNews, Pablo Marçal falou sobre PRTB e PCC #g1 #notícias
15:01
Entrevistado pela #GloboNews, Pablo Marçal...
g1
475,026 views
Herbert Marcuse | Christian Dunker | Falando nIsso
47:37
Herbert Marcuse | Christian Dunker | Falan...
Christian Dunker
16,024 views
Ciclo Mutações: "Da sensibilidade humana às artes universais" - Francis Wolf
1:34:05
Ciclo Mutações: "Da sensibilidade humana à...
Casa Rui Barbosa
3,931 views
Subsolo #6 - Alysson Mascaro: A urgência do socialismo
2:03:17
Subsolo #6 - Alysson Mascaro: A urgência d...
Livraria Leonardo da Vinci
12,685 views
Abertura | O pensamento de Chico de Oliveira: A criação destruidora | Vídeo de Paulo Eduardo Arantes
26:49
Abertura | O pensamento de Chico de Olivei...
FilosofiaOnFace
3,352 views
A Terra é Redonda Entrevista - VLADIMIR SAFATLE
1:41:21
A Terra é Redonda Entrevista - VLADIMIR SA...
A Terra É Redonda
64,516 views
Livro mostra o jogo político que comprometeu o futuro do país
1:05:11
Livro mostra o jogo político que compromet...
TUTAMÉIA TV
4,801 views
Mais-Esquerda: Uma visita ao Museu da Ideologia Francesa - Paulo Arantes
2:13:12
Mais-Esquerda: Uma visita ao Museu da Ideo...
TV 247
8,743 views
Na Íntegra - Antônio Carlos Mazzeo - Karl Marx
55:52
Na Íntegra - Antônio Carlos Mazzeo - Karl ...
UNIVESP
67,188 views
CALMA URGENTE! - Sílvio Santos e o Brasil do Topa Tudo
1:35:55
CALMA URGENTE! - Sílvio Santos e o Brasil ...
Estúdio Fluxo
27,560 views
SOCIALISM: An In-Depth Explanation
50:23
SOCIALISM: An In-Depth Explanation
Ryan Chapman
2,605,913 views
"Discurso Filosófico da Acumulação Primitiva" - Debate de lançamento com Paulo Arantes
2:53:02
"Discurso Filosófico da Acumulação Primiti...
Pedro Rocha de Oliveira
1,381 views
SONHO DE LENIN | EPISÓDIO 2/6 - HISTÓRIA DO COMUNISMO
1:12:28
SONHO DE LENIN | EPISÓDIO 2/6 - HISTÓRIA D...
Brasil Paralelo
819,356 views
Copyright © 2024. Made with ♥ in London by YTScribe.com