Quero falar nesse vídeo sobre a preexistência de Cristo. Falei nos vídeos anteriores a respeito da Trindade e como Jesus, apesar de ser chamado de o Filho de Deus, é apresentado nas Escrituras como Deus. Mas antes mesmo de defender num outro vídeo os argumentos da divindade de Cristo, eu quero começar a respeito da preexistência, ou seja, sua existência anterior ao nascimento físico, que é um dos argumentos que definitivamente coloca Jesus numa posição distinta do que as religiões ensinam dele e que, de fato, comprovam a sua divindade.
Então, vamos lá. Quando, em primeiro lugar, olhamos para títulos e menções que são feitas no Antigo Testamento antes da encarnação de Cristo, nós vemos afirmações que o apresentam como o Pai da Eternidade. Por exemplo, no livro do profeta Isaías 9.
6, nós temos essa declaração, Deus move o profeta a declarar o seguinte: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu. O governo está sobre os seus ombros, e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. ” Nós sabemos que essa afirmação de “o Menino nos nasceu, o Filho se nos deu”, ela é usada no Novo Testamento para falar a respeito de Jesus Cristo, a respeito da sua chegada, a respeito do seu nascimento.
Nós vemos também uma outra declaração semelhante que se encontra no livro de Miqueias 5. 2. Por meio do profeta Miqueias Deus faz também a seguinte declaração: “É você, Belém-Efrata, que é pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de você me sairá aquele que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.
” Nós vemos em Mateus 2. 6 essa profecia sendo citada relacionada com o fato de que Jesus nasceu em Belém, como previam as Escrituras. Aliás, a Palavra de Deus nos mostra que esta é a resposta dada pelos intérpretes da lei, pelos escribas, pelos fariseus, por aqueles homens que de fato conheciam as Escrituras, os principais sacerdotes e os escribas, respondem a Herodes, quando ele pergunta: “Onde há de nascer o menino?
”, quando os reis magos chegam dizendo que tinham a informação de que o Messias havia nascido. Então, eles citam essa profecia. E aqui nós temos: “De você, Belém, sairá aquele que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.
” Em outras palavras, o início, por assim dizer, de Jesus, não é o seu nascimento. Na verdade, ele é preexistente. Na verdade, ele sequer tem início.
Um outro texto que nos mostra essa ideia na releitura ou na interpretação e na explicação que é feita no Novo Testamento, mas que é uma porção do Antigo Testamento, diz respeito ao que a Bíblia relata, lá no livro de Gênesis, a respeito de Melquisedeque. Quando em Hebreus 6, finalzinho do capítulo 6, último versículo, a Bíblia diz que “Jesus entrou como precursor por nós no céu, tendo-se tornado sumo sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque. ” Quando ele usa a expressão “segundo a ordem de Melquisedeque”, isso é uma citação do Salmo 110.
4: “O Senhor jurou e não voltará atrás: Você é sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque. ” Então nós sabemos que no Antigo Testamento os sacerdotes, eles eram procedentes da tribo de Levi. Deus estava falando de uma outra ordem sacerdotal, e a menção de Melquisedeque é apresentada.
Logo depois disso, dessa afirmação de Jesus ser sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, o escritor de Hebreus começa a explicar a partir do verso 1: “Porque este Melquisedeque, rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, foi ao encontro de Abraão”, em Gênesis 14, “quando este voltava da matança dos reis, e o abençoou. Foi para ele que Abrão separou o dízimo de tudo. Primeiramente, o nome dele significa rei da justiça; depois também é rei de Salém, ou seja, rei da paz.
” O verso três diz: “Sem pai, sem mãe, sem genealogia, ele não teve princípio de dias nem fim de existência, mas, feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre. ” Quando a Bíblia diz que ele não teve princípio de dias nem fim de existência, a Bíblia está mencionando algo que, diferente do comum em relação a muitas das personagens das histórias bíblicas, não há menção de quando ele nasceu, não há menção de quando ele morreu. Eu, particularmente, olho para Melquisedeque como um tipo, uma figura de Cristo.
Nós precisamos fazer uma distinção entre um tipo e uma teofania, assunto que vou falar ainda nesse vídeo. Para muitos estudiosos, Melquisedeque é uma teofania, uma aparição de Cristo. Para outros, ele simboliza Cristo.
Eu, particularmente, sou adepto dessa opinião de que ele simboliza, porque a Bíblia diz que ele foi “feito semelhante ao Filho de Deus”, Não diz que Ele é o Filho de Deus. Então, para ser feito semelhante ao Filho de Deus, não podemos estar falando da mesma pessoa. O versículo 4 fala da grandeza desse sacerdote a quem Abraão pagou o dízimo, tirado dos melhores despojos, e nós também lemos no versículo 8: “Aliás, aqui os que recebem dízimos são homens mortais”, falando dos sacerdotes levitas, “porém ali o dízimo foi recebido por aquele de quem se testifica que vive.
” Alguns tomam esse texto para dizer: - “Não, o texto está falando do que Melquisedeque vive até hoje, que não era um homem mortal. ” Particularmente, eu entendo que isso fala da simbologia. Agora, nada muda o que nós queremos aplicar.
Seja Melquisedeque um símbolo, um tipo de Cristo ou mesmo uma teofania, uma manifestação não muda o argumento que nós estamos explorando de quê? De que a sua existência ela é anterior ao seu nascimento físico. Quando a Bíblia fala “sem princípio de dias e sem fim de existência”, significa que Cristo é eterno, no sentido pleno da palavra.
Por exemplo, nós nos referimos a eternidade do homem no sentido de que não tem fim, mas todos nós temos início, temos começo. Jesus, ele é eterno no sentido pleno. Ele não tem nem começo e nem fim de dias.
E quando olhamos para esses argumentos apresentados pelas Escrituras, essa visão fica muito, muito clara. Então, em primeiro lugar, destaquei esses títulos e menções no Antigo Testamento, e agora eu quero passar para algumas afirmações claras do Novo Testamento a respeito da preexistência de Cristo. E nós vamos começar no Novo Testamento pelo relato de João, Evangelho de João 1.
1 nós lemos: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. ” Quando a Bíblia diz que o Verbo, no princípio Ele já era o Verbo, Ele já estava lá. Ou seja, quando tudo começou, Ele estava presente.
Ele é aquele que dá início ao início, ele dá origem ao começo, porque ele é anterior ao começo de todas as coisas. Tanto que o texto diz assim: “Ele estava no princípio com Deus”. Quando Deus está estabelecendo o princípio das outras coisas, porque Deus não tem início, o texto diz, no verso 3: “Todas as coisas foram feitas por ele.
” Então, quando o princípio de tudo começa, ele está presente na criação. O texto diz: “Sem ele, nada do que foi feito se fez. ” Então, Cristo não é apenas anterior ao seu nascimento.
Ele é anterior a todas as coisas criadas. E, na verdade, a Bíblia diz que ele sequer tem começo. Então o versículo 14 diz o seguinte: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.
” Então o Verbo preexistente se fez carne. Em outras palavras, o que a Escritura está nos comunicando é que um corpo lhe foi formado. Ele se fez carne, mas antes de assumir um corpo de carne, ele era.
Filipenses 2 diz que, subsistindo na forma de Deus, ele não teve o ser igual a Deus. A Bíblia apresenta Cristo como Deus, como igual ao Pai. A Bíblia diz que ele não teve isso como algo a que deveria se prender, mas esvaziou-se de si mesmo e assumiu a forma humana.
Ele não nega a sua identidade como Deus, mas ele assume a forma humana para viver aqui na Terra. Significa que o Deus preexistente decidiu encarnar. Em Hebreus 10.
5, nós temos a declaração bíblica de um corpo sendo formado para Jesus. O texto sagrado diz assim Hebreus 10. 5 diz: “Por isso, ao entrar no mundo, Cristo disse: Sacrifício e oferta não quiseste, mas preparaste um corpo para mim.
” Deus continua dizendo: “Não te agradaste de holocaustos e ofertas pelo pecado. ” Isso, na verdade, é a citação do Salmo 40. 6 a 8.
No verso 6 nós lemos: “Sacrifícios e ofertas não quiseste. ” Quando olhamos essa declaração das Escrituras, nós percebemos que um corpo foi preparado, foi formado para o Cristo preexistente. Ou seja, repito, ele não tem início no seu nascimento.
Ele é preexistente. Ele existe antes da sua origem terrena. Como ser humano Cristo teve um nascimento.
Ele foi concebido de forma sobrenatural pelo Espírito Santo, assunto que nós vamos trabalhar em outro vídeo, e ele tem um início. O próprio Jesus em João 8. 58, faz uma declaração que não pode ser lida de outra forma a não ser pela lente da sua preexistência.
Jesus diz, no verso 56 de João 8: “Abraão, o pai de vocês, alegrou-se por ver o meu dia; ele viu esse dia e ficou alegre. Então os judeus lhe perguntaram: Você não tem cinquenta anos e viu Abraão? ” Jesus não estava falando necessariamente de ver.
Ele está dizendo que Abraão é que viu o seu dia, já desde lá de trás, de uma percepção profética. Mas a resposta de Jesus vai além do assunto que ele tinha iniciado. Verso 58 diz: “Jesus respondeu: Em verdade, em verdade lhes digo que, antes que Abraão existisse, Eu sou.
” “Antes que Abraão existisse, Eu sou. ” Essa declaração é muito pontual, é muito contundente e clara também. Na carta de Paulo aos Colossenses nós também vemos declaração semelhante.
E a razão pela qual estou procurando citar vários versículos bíblicos é para que você veja que o assunto era largamente comunicado e ensinado. No versículo 17, a Bíblia falando de Cristo, o 16 diz: “Tudo foi criado por meio dele e para ele. ” No 17, a Bíblia diz: “Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste.
” Quando a Bíblia diz que “Ele é antes de todas as coisas”, novamente, está apontando para sua preexistência, para o fato de que Cristo existia não só antes da sua encarnação, mas antes da criação de todas as coisas. No Evangelho de João 17, nós temos a chamada “oração sacerdotal de Jesus. ” Jesus, intercedendo pelos seus discípulos, ora ao Pai, no verso 5, de João 17 ele diz assim: “E agora, ó Pai, glorifica-me contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo.
” Jesus está dizendo: “a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo”. De novo, Ele está dizendo: “Eu sou um com o Senhor antes da criação de qualquer coisa. ” Verso 24, oração de Jesus: “Pai, a minha vontade é que, onde eu estou, também estejam comigo os que me deste, para que vejam a minha glória, que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo.
” A expressão “me amaste antes da fundação do mundo” pode ser vista por alguns como presciência, o Deus que conhece o início de alguém e já ama anteriormente, mas quando você soma à declaração do verso 24 com a do 5: “a glória que eu tinha junto de ti”, fato: Jesus está reconhecendo a sua preexistência. Quando falamos da criação, como mencionei João 1. 1 a 3, quando reconhecemos outros textos do Novo Testamento que falam da criação, Colossenses 1.
16, “Nele”, nele em Cristo, “foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. ” Então, Cristo não é apenas anterior à criação, ele é o Criador e toda a criação não existe apenas por meio Dele, mas é para Ele.
Isso o coloca numa posição central. Hebreus 1. 1 ao 3, outro texto do Novo Testamento que fala a respeito da criação, sustenta novamente a mesma visão e o mesmo argumento.
O texto diz: “Antigamente, Deus falou, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, mas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual”, Cristo, “também fez o universo. O Filho, que é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela sua palavra poderosa, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas, tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles. ” Todo o universo foi feito por meio de Cristo.
Mais uma vez sustentamos aqui exatamente a mesma visão de preexistência. O texto que nós vamos falar melhor mais a frente é o que eu citei anteriormente de Filipenses 2, que ele esvaziou-se de si, deixando a forma divina para assumir a forma humana. Em essência, ele não deixa de ser Deus, mas ele coloca de lado atributos exclusivos da divindade, como onipotência, onisciência, onipresença e Jesus vive nessa Terra como homem.
Seu ministério é realizado debaixo da unção do Espírito Santo, um homem capacitado por Deus. Ele não operou milagres como Deus, como eu disse, nós vamos detalhar esse processo posteriormente, mas algo que eu e você precisamos reconhecer é que o inverso acontece depois da ressurreição de Jesus. Se quando ele assume a sua condição humana, por meio da encarnação, a Palavra de Deus está nos mostrando que Ele se esvaziou, Ele deixa de manifestar os atributos da divindade, por outro lado, em Colossenses 2.
9, a Bíblia, se referindo a ele agora, depois da ressurreição, diz: “Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. ” Ou seja, aquele esvaziamento temporário volta a ter a sua restituição, o seu novo enchimento, vamos usar uma palavra, que é o oposto do esvaziamento, e Cristo assume a plenitude da divindade. Ou seja, Ele nunca deixou de ser Deus.
Ele temporariamente decide se limitar, vivendo na condição humana, mas tudo isso lhe é restaurado, restituído. E ele só pode ter a restituição se ele tinha essa condição de divindade anterior ao seu nascimento. Logo, novamente, isso o coloca na condição de preexistente.
Então, o texto diz na sequência, Colossenses 2. 9, eu li, diz: “nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade”, no 10: “Também nele, vocês receberam a plenitude. Ele é o cabeça de todo principado e potestade.
” Ele é o cabeça. Ele é a autoridade. Não há nenhum nível de poder, de principado, de gente que exerça nenhum governo que não esteja debaixo da autoridade de Cristo.
Todos esses textos nos ajudam a entender essa visão, essa ênfase bíblica da preexistência. É lógico que a intenção aqui não é ser exaustivo. Há muitas menções, você pode ir percebendo a Bíblia falando disso nas entrelinhas.
Por exemplo, quando João Batista fala a respeito de Jesus no evangelho de João 1, ele diz o seguinte, nos versos 29 e 30 nós lemos: “No dia seguinte, vendo que Jesus vinha em sua direção, João”, aqui é João Batista, “disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Este é aquele a respeito de quem eu falava, quando disse: Depois de mim vem um homem que é mais importante do que eu, porque já existia antes de mim. ” Quando a gente faz menção do “já existia antes de mim”, nós precisamos reconhecer.
Aliás, no verso 15 de João 1, ele já tinha afirmado isso: “Ele é mais importante do que eu, porque já existia antes de mim”, nós temos que destacar o seguinte: quando Jesus nasceu, ele nasce seis meses depois do nascimento de João Batista. Quando Maria recebe a notícia da sua concepção sobrenatural, ela vai visitar Isabel, que é a mãe de João Batista e a Bíblia diz que Isabel já estava grávida de seis meses. Ou seja, Isabel estava seis meses na frente.
Portanto, João Batista, o precursor de Cristo, era seis meses mais velho do que ele, para ele dizer que Jesus existia antes dele está reconhecendo o elemento da preexistência. Uma outra coisa que nos ajuda a consolidar esse entendimento é o que podemos classificar como “teofanias”. Eu quero, em terceiro lugar, fazer essa classificação das teofanias.
Teofania é uma palavra de definição teológica. “Fania” significa “uma manifestação, uma aparição” e “Teo” significa “Deus. ” Portanto, “teofania” significa “uma manifestação ou aparição de Deus.
” No Antigo Testamento nós temos algumas revelações de Deus aos homens. Então, por exemplo, a Bíblia nos mostra que Moisés viu a Deus pelas costas. Nós temos algumas aparições limitadas.
Antes de discuti-las, nós temos que reconhecer, no entanto, outra declaração da Bíblia, que não se contradiz, eu sempre digo que, diante de qualquer aparente contradição o que você tem é só um desafio de interpretação, porque a Bíblia, ela se explica, ela não se contradiz. No verso 12 de 1ª João 4, a Bíblia diz assim: “Nunca ninguém viu a Deus. Se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é, em nós, aperfeiçoado.
” A Bíblia diz que Isaías viu o Senhor. A Bíblia fala que o próprio Abraão, o Senhor apareceu para ele. Moisés teve a visão de Deus na sarça.
Gideão viu a Deus. Nós temos várias manifestações de pessoas que viram a Deus e disseram: “Eu vou perecer”, justamente por ter visto a Deus. Como a Bíblia está dizendo que ninguém viu a Deus?
Como podemos entender esse aparente mistério, não vou nem dizer contradição? Bom, em Êxodo 33. 20, nós temos uma explicação que vem do próprio Senhor.
Moisés havia clamado a Deus para ver a sua glória, mas Deus diz para ele o seguinte: “Você não poderá ver a minha face, porque ninguém verá a minha face e viverá. ” Então Deus está dizendo: “Nenhum homem pode ver a minha glória, minha manifestação plena. ” Então o verso 21 diz assim: “Disse mais o Senhor: Eis aqui um lugar perto de mim, onde você ficará sob a rocha.
Quando a minha glória passar, eu porei você numa fenda da rocha e o cobrirei com a mão, até que eu tenha passado. Depois, quando eu tirar a mão, você me verá pelas costas; mas a minha face ninguém verá. ” Em outras palavras, Deus está dizendo: “Você não pode me contemplar na plenitude.
Você precisa de uma manifestação limitada. ” Isso não significa que, para outras pessoas, Deus não apareceu numa forma onde um rosto e uma face pudem ser vistos, mas nós chamamos essas revelações de manifestação mais limitadas. E uma delas, que está muito presente no Antigo Testamento, é a expressão: “o Anjo do Senhor”.
Não é “um” artigo indefinido, mas é “o”, artigo definido, “o anjo”. Quando você lê “o anjo do Senhor” é diferente de “um”. “Um” é um qualquer, “o” está sempre falando de alguém específico.
E quando a Bíblia usa o artigo definido eu, particularmente creio como muitos dos estudiosos, dos comentaristas bíblicos, quer se trate de uma teofania, de uma manifestação ou de uma aparição de Deus. Então vou dar alguns textos bíblicos que mostram que o anjo de Deus, o anjo do Senhor está relacionado com o próprio Deus. Por exemplo, em Gênesis 18.
1 e 2, nós lemos o seguinte: “O Senhor apareceu a Abraão nos carvalhais de Manre, quando ele estava assentado à entrada da tenda, no maior calor do dia. Abraão levantou os olhos e eis que três homens estavam em pé diante dele. Ao vê-los, Abraão correu da porta da tenda ao encontro deles, prostrou-se em terra.
” E ali ele vai fazer uma proposta de hospitalidade para que eles permaneçam. No versículo 13 nós lemos o seguinte: “Então o Senhor perguntou a Abraão”, aqui a referência ao Senhor ela é feita como sendo um daqueles três homens, Abraão está vendo eles como homens. A Bíblia não está dizendo que eles sejam homens.
E essa palavra traduzida “Senhor”, é a palavra ou aquele chamado tetragrama, aquele nome sem pronúncia, porque eram só as consoantes e não as vogais, mas que é o nome de Deus ou o nome de Jeová ou Javé. Então, no versículo 13, se referindo a um desses três, a Bíblia diz assim: “Então o Senhor”, ou Jeová ou Javé, “perguntou a Abraão: Por que Sara riu, dizendo: Será verdade que darei à luz ainda sendo velha? ” Porque ele faz a menção de que ela teria o filho.
Nos versículos 17, a Escritura diz assim: “O Senhor disse”. No versículo 22, a Bíblia diz: “Aqueles homens partiram dali e foram para Sodoma. Mas Abraão ainda permaneceu na presença do Senhor.
” Eles estão em três. Dois saem, um permanece. Quem permanece?
O Senhor, é na presença dele, diante dele que Abraão começa a interceder por Sodoma. Quando você continua o relato bíblico, você vai chegar, por exemplo, no versículo 33, onde a Bíblia diz assim: “Quando acabou de falar com Abraão, o Senhor se retirou e Abraão voltou para o lugar onde estava antes. ” Todas as referências apontando para o próprio Deus.
Depois nós temos Gênesis 22 e, novamente, nós percebemos aqui algo que merece a nossa consideração. A Bíblia diz que Deus pede a Abraão que ofereça seu único filho em sacrifício e aí você vai lendo o relato de Gênesis 22 de como essas coisas aconteceram e alguns versículos merecem a nossa atenção. Entre eles, do verso 10 ao 12: “Estendendo a mão, pegou a faca para sacrificar seu filho.
Mas do céu o Anjo do Senhor o chamou: Abraão, Abraão! Ele respondeu: Eis-me aqui! ”, o Anjo do Senhor, “Então lhe disse: Não estenda a mão sobre o menino e não faça nada a ele, pois agora sei que você teme a Deus”.
Se você lê essa parte parace que está falando de uma terceira pessoa, mas ele diz: “porque não me negou o seu filho, o único filho. ” Quem tinha pedido para dizer não me negou? O próprio Deus é quem havia pedido o Filho.
Aí você olha, por exemplo para os versos 15 a 18: “Então do céu pela segunda vez o Anjo do Senhor chamou Abraão e lhe disse: Porque você fez isso e não me negou seu filho, seu único filho, juro por mim mesmo, diz o Senhor, que certamente o abençoarei e multiplicarei a sua descendência como as estrelas dos céus e como a areia que está na praia do mar. Sua descendência tomará posse das cidades dos seus inimigos. Na sua descendência serão benditas todas as nações, porque você obedeceu à minha voz.
” Quem que tinha falado pedindo sacrifício? O Senhor. O anjo do Senhor está dizendo: “Minha voz.
” Portanto, quem é o Anjo do Senhor? O próprio Deus. Quando você entende isso, vão fazer mais sentido outros relatos bíblicos, como por exemplo, Gênesis 32, nós temos aquele texto que nos mostra o como Jacó estava temeroso quando iria atravessar o vau de Jaboque, encontrar-se com seu irmão e a Bíblia diz, nos versículos 28 a 30, depois de Jacó estar lutando ali no vau de Jaboque e aquele “homem”, entre aspas, com quem ele lutava tocar sua coxa.
Nós lemos que ele diz assim: “Seu nome não será mais Jacó, e sim Israel, pois você lutou com Deus e com os homens e prevaleceu. ” Quando você vê essa expressão, “você lutou com Deus”, o que significa isso? Na verdade, você percebe que há toda uma movimentação no reino espiritual acontecendo.
Ele sabe que Ele não está lutando meramente com um homem e esse homem diz: “Você lutou com Deus”. Verso 29: “Jacó disse: Por favor, diga-me como você se chama. Ele respondeu: Por que você pergunta pelo meu nome?
E o abençoou ali. Jacó deu àquele lugar o nome de Peniel, pois disse: Vi Deus face a face, e a minha vida foi salva. ” “Vi Deus face a face.
” como um Deus que não pode ser visto, foi visto? Aliás, é interessante a gente observar que Êxodo 24. 10, por exemplo, diz assim: “E viram o Deus de Israel, sob cujos pés havia como que uma pavimentação de pedra de safira, que se parecia com a claridade.
” Deus está falando de como os anciãos de Israel que subiram o monte Sinai tiveram uma revelação de Deus. Então quando a Bíblia está dizendo que ninguém viu a Deus é na sua plenitude, não que não houve experiências. Em Gênesis 48.
15 e 16, a Bíblia diz assim: “E Israel abençoou José, dizendo: O Deus, em cuja presença andaram meus pais Abraão e Isaque, o Deus, tem sido meu pastor durante a minha vida, até esse dia, o Anjo que me tem livrado de todo o mal, abençoe esses meninos! Que por meio deles seja lembrado o meu nome, o nome de meus pais Abraão e Isaque! Que cresçam e se tornem uma multidão sobre a terra.
” Ele não está liberando a benção de um anjo. Ele se refere à expressão de Deus como o Anjo. Em Êxodo 3, nós vemos na aparição do Senhor a Moisés, Êxodo 3.
2: “Ali o Anjo do Senhor lhe apareceu numa chama de fogo, no meio da sarça”, é o que diz o verso 2. No verso 4: “Quando o Senhor viu que ele se aproximava para ver Deus no meio da sarça, o chamou e lhe disse”. O verso 5 diz: “Deus continuou”.
O verso 6 diz, do 3, diz: “Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. ” O verso 7 diz: “Então o Senhor continuou”. O verso 11 diz: “Então Moisés perguntou a Deus.
” O verso 12 diz: “Então o Senhor respondeu”. Eu creio que essas declarações são mais do que suficientes. Em Êxodo 23.
20 a 22, a Bíblia diz que o nome do Senhor está nele, no Anjo do Senhor. O poder de perdoar ou reter pecados é atribuído a ele, coisa que não cabe num anjo comum qualquer, mas são atributos ou ações do próprio Deus. Na verdade, toda manifestação de Deus, essas teofanias, elas são aparições limitadas de Deus.
Logo, entendemos que eram aparições do próprio Cristo. Por quê? Ele é a revelação de Deus.
Como lemos em Colossenses 1 e em Hebreus, Ele é a imagem do Deus invisível. Ele é aquele que revela o Pai. Jesus diz em João 14 a Filipe: “Quem vê a mim, vê o Pai.
” Seu nome “Emanuel”, que significa “Deus conosco” não fala apenas de Deus estando presente, mas de Jesus sendo Deus antes da encarnação, podendo aparecer e se manifestar por várias vezes. Acredita-se que as teofanias são manifestações do próprio Cristo e elas, por sua vez, também sustentam a sua preexistência. Nós precisamos desse entendimento completo da divindade de Cristo, e ele começa com a sua preexistência.
Nos próximos vídeos nós vamos desenvolver e ampliar um pouco mais o entendimento da divindade de Cristo, ao mesmo tempo em que vamos procurar compreender a maneira como, enquanto em carne ele viveu, limitando-se a si mesmo, porque assim o quis, para poder executar seu plano redentor.