30 Anos, Desempregado e Morando com os Pais...

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Mais pobres, mais infelizes  e completamente frustrados. É assim que as gerações mais  jovens são encaradas atualmente. Enquanto as gerações anteriores  conseguiram superar financeiramente seus pais, o mesmo está longe  de acontecer com os seus filhos.
Apesar de terem crescido em um mundo globalizado  e cercados pelas facilidades tecnológicas, as expectativas dessa geração foram quebradas  com crises financeiras e recessões que a fizeram quebrar o paradigma “Pai Pobre, Filho Rico”  e lhes rendeu o apelido de “Geração Canguru”. Será que estamos diante de uma geração perdida? Ou ainda resta esperança?
A teoria social de que um filho tende a  superar o pai financeiramente está caindo por terra cada dia mais. Se antes, com o êxodo  rural e a popularização do acesso à faculdade, os filhos estavam enriquecendo mais  que seus pais, isto definitivamente não está mais acontecendo com as novas gerações. Mas antes de tudo, vamos relembrar quem é quem: Boomers são os nascidos entre os anos de 1946  a 1964.
A Geração X são os nascidos entre 1965 a 1980. A Geração Y ou Millennials  entre 1981 e 1996. A Geração Z entre 1997 e 2012.
E de 2013 pra cá a Geração Alpha. Enquanto os Millennials entram no grupo da meia idade, a geração Z enfrenta a entrada no mercado  de trabalho e ambos sofrem o mesmo, a descrença. Nesta mesma fase os Baby Boomers passavam  por mudanças ideológicas que a guerra fria e o regime militar trouxeram, por conta  disso eles valorizavam a estabilidade, cargos que lhes garantisse a segurança  financeira pelo resto da vida.
Já a Geração X quando adentrou a vida  adulta, passava a ter um vislumbre da globalização e passavam por um momento de  instabilidades políticas e financeiras, no Brasil por exemplo, a hiperinflação.  Por conta disso, o objetivo dessa geração se tornou o investimento no futuro e o status, o  que se resumia em comprar um imóvel e um carro. Mas os jovens de hoje não  acreditam que possam fazer o mesmo.
Essa geração cresceu cercada por otimismo. Eles  passaram a infância em um mundo globalizado, facilitado pela chegada das novidades  tecnológicas como o celular e a internet, e também pela estabilidade  tanto política, como econômica. Mas então bem quando iriam adentrar o mercado  de trabalho, uma recessão financeira histórica.
Em 2020, uma reportagem do The  Washington Post considerou a Geração Millennial como a mais azarada da história. O especialista em millennials, Jason Dorsey, resume em uma entrevista para a BBC News  Brasil da seguinte forma: "De muitas formas, os millennials estavam posicionados a serem muito  bem-sucedidos - ou pelo menos foi o que disseram a eles. E a realidade é que muitos millennials  se chocaram com algum tipo de grande recessão, com demissões em massa, inflação, estagnação  salarial, aumento no custo de vida" A crise financeira de 2008, que já  fizemos um vídeo aqui no canal explicando, foi considerada por alguns especialistas como  a pior crise financeira desde a crise de 29, que se estendeu por pelo menos três anos,  ocasionou uma recessão financeira mundial, afetando inúmeros países ao redor do mundo,  alguns que não se recuperaram até hoje.
Em outubro de 2009, atingimos a taxa de  10% da população mundial desempregada, afetando principalmente os jovens trabalhadores.  Na época os Millennials possuíam entre 18 e 28 anos, e muitos deles estavam terminando  a faculdade e entrando no mercado de trabalho. Entre jovens com 20 a 24 anos a  porcentagem de desempregados atingiu 15,8%, e a de adultos entre 25 a 34 anos foi de 10,6%.
Os Millennials se viram inseridos na vida adulta quando o mundo sofria uma crise financeira  fortíssima, o mundo batia recordes de desemprego, a economia se tornava instável, a inflação  era descontrolada e países quebravam. Aqueles que conseguiram um cargo tiveram que  aceitar salários abaixo da média e adiar sonhos. Para se ter uma noção do quanto os Millennials  foram afetados, o The Washington Post fez um gráfico comparando o crescimento do PIB ajustado  à inflação dos primeiros quinze anos da entrada no mercado de trabalho de cada geração, os  Millennials tiveram o menor crescimento de todas as gerações anteriores dela desde o  final do século 18, início do século 19.
Ou seja, enquanto os Baby Boomers viram  um crescimento econômico de quase 40%, a Geração X de mais de 30%, os Millennials  tiveram um crescimento de menos de 20%. Um estudo realizado em colaboração com  a Federal Reserve Board percebeu que nos Estados Unidos o patrimônio líquido de uma  família formada por Millennials é 40% menor que o de uma família da geração X em 2001 e  20% que uma família de Baby Boomers em 1989. No Brasil, essa geração somou a recessão  econômica mundial com a crise econômica de 2015, quando o país viu o número de desempregados  aumentar 38,1% no espaço d e um ano, e dez milhões de brasileiros enfrentaram a  fila do desemprego.
Dentre esses 10 milhões, 26. 3% procuravam o primeiro emprego e 33. 4% tinham  de 18 a 24 anos, sendo assim, os mais atingidos.
E eles não tiveram oportunidade de se recuperar  quando a pandemia atingiu todo o mundo e ainda varreu junto a geração Z que começava  ser inserida no mercado de trabalho. Quando a pandemia parou o mundo, milhões  de empresas fecharam as portas para sempre, outras tiveram que mudar  para o modelo home office, alguns setores de trabalho simplesmente  minguaram e no meio de toda essa bagunça uma geração procurando pela primeira  oportunidade no mercado de trabalho. Mais da metade dos jovens entre 18 e 23 anos  perderam o emprego ou tiveram um familiar demitido ou com o salário reduzido  durante o período da pandemia.
Isso formou nessas duas gerações uma grande  insegurança profissional, onde a educação nada pode determinar, eles precisam lidar com  a alta competitividade, com a flexibilização de regras trabalhistas e a alta inflação. Por conta de todas essas questões, essa geração precisou adiar planos como casamento,  ter filhos, comprar um imóvel ou automóvel. Um estudo realizado pelo Federal Reserve,  o banco central dos EUA concluiu que os millennials gastam menos em moradia e  alimentação e mais em educação que seus pais.
Essa geração cresceu ouvindo que os  estudos o fariam subir na escada econômica, e assim eles passaram a valorizar a educação  investindo mais tempo nela. Para se diferenciar no mercado de trabalho, Millennials  estão optando por melhorar o currículo, fazendo intercâmbios, cursos e mestrados. Segundo o diretor do FGV Social, Marcelo Neri, enquanto em 1972 o brasileiro gastava em  média 2,93 anos estudando, em 1992 isso passou para 5,21 anos e atualmente para 10,08 anos.
Para se gastar cerca de 10 anos em estudos e sem trabalhar é preciso ter suporte, por isso, durante  esse tempo ele permanece na casa dos pais e, na maioria das vezes sendo, sustentado por eles. O investimento nos estudos tornou não só uma exigência na formação do currículo, mas também dos  pais, que ascenderam economicamente graças a isso. Mundialmente houve uma expansão de acesso ao  ensino superior bastante considerável, no Brasil, por exemplo, de 1995 a 2010 o número de matrículas  nas universidades brasileiras aumentou 262,52%, mas o incentivo não está somente dentro de  casa, essa geração teve acesso a programas sociais como ProUni, Sisu e Fies que facilitaram  e impulsionaram as matrículas em universidades.
Em 2014, segundo a pesquisa da Deloitte, enquanto  apenas um quarto da Geração X, nascido antes dos Millennials, precisou fazer empréstimos  estudantis, metade dos Millennials tiveram que optar por essa forma de pagamento, o que  impactaria na sua estabilidade financeira futura. E apesar de isso significar maior  entrada de jovens na faculdade, por conta do cenário econômico mundial que  essa geração precisou enfrentar resultou em uma geração definida pela dívida estudantil. Esses jovens precisaram aceitar um salário abaixo da média quando já possuíam uma grande dívida  para pagar, causando um grande desequilíbrio, tornando a inadimplência de  empréstimos estudantis histórica.
Ainda observando o estudo realizado pelo Federal  Reserve, nota-se que o endividamento dessa geração, que nos Estados Unidos chega a uma média  de $85 mil dólares, é um pouco maior que a Geração X, e consideravelmente maior que os Baby Boomers. No Reino Unido a dívida pode passar de 4,7 trilhões de reais. No Brasil, não é diferente,  mais da metade dos que estudaram por meio do Fies estão devendo o benefício, rendendo ao  governo federal uma dívida de R$11,3 bilhões.
Um dos motivos para este endividamento pode estar  explicado também no aumento de custo da faculdade. Nos últimos 50 anos, nos Estados Unidos, a  média de custo de uma faculdade cresceu 1115%, um crescimento muito acima de qualquer  outro produto ou serviço. Aqui no Brasil a situação não é diferente, em 2023, o valor  de mensalidades é inviável para 68% dos alunos que buscam ensino superior, segundo o  estudo da Plataforma Quero Educação.
Para piorar, especialistas especulam que as  instituições de ensino aumentaram seus preços, mas não necessariamente a qualidade de seus serviços,  ou seja, uma geração inteira que sai da faculdade com uma dívida enorme e ainda assim despreparada. De acordo com o economista Kevin Rinz, durante uma década após a recessão de 2008,  o jovem Millennial conseguiu se recuperar no mercado de trabalho, mas não o salário. Com salários mais baixos e uma dívida enorme, a aquisição de uma casa se tornou um sonho  praticamente impossível para essa geração que fez a média de idade de compradores de imóveis  crescer para 46 anos, a mais alta em 40 anos.
A taxa de Millenials que possuíam o imovel  próprio é 8 pontos percentuais menor do que os da Geração X e Baby Boomers nesta mesma idade. Enquanto quase metade dos Boomers possuíam uma casa própria aos 34 anos, dados recentes  indicam que apenas 32% dos Millennials têm sua própria casa nessa idade. Segundo pesquisa realizada pelo IBGE, uma a cada quatro brasileiros de 25 a 34  anos ainda moravam com os pais em 2015, dando a esta geração o apelido de Geração Canguru.
Com as dívidas estudantis e os salários sem perspectiva de grande crescimento, essas  pessoas além de não possuírem crédito para um financiamento não se sentem incentivadas a  obter uma casa e preferem destinar seu dinheiro em outras coisas, aqueles que decidem sair  de casa estão preferindo alugar uma casa ao invés de comprar uma e mesmo assim eles precisam  desembolsar grande parte do salário para isso. Os preços dos aluguéis foram 16,55% mais  caros em 2022, o triplo da inflação, uma alta de 10,76% desconsiderando a inflação.  Ou seja, para alugar um apartamento de 50 metros quadrados o brasileiro precisa desbancar em média  R$1.
832 reais, um valor acima do salário mínimo. E não é que todos esses não possuem condições  financeiras para isso, alguns deles até possuem, mas optam por não fazer por diversos motivos.  Para muitos é mais confortável permanecer na casa dos pais e assim continuar com o mesmo  padrão de vida, um padrão que estará muito distante da sua condição financeira.
Todo esse cenário vem causando a esta geração uma frustração gigantesca e  poucas expectativas em relação ao futuro. Por conta das grandes mudanças culturais e sociais  que os Millennials foram obrigados a passar, eles se tornaram uma geração  mais esgotada emocionalmente. Somado a isso, pesquisadores avaliam que  por conta do desenvolvimento tecnológico e a quebra de paradigmas que essa geração  foi submetida criou um grande otimismo quanto ao futuro e consequentemente os levou  a decepção agora que chegaram a meia idade.
A falta de reconhecimento e a baixa  remuneração é um dos principais motivos de frustração profissional desta geração.  Eles cresceram ouvindo que se estudassem e fossem profissionais acima da média conquistariam  grandes coisas e agora todo esse trabalho parece estar perdido. Os anos de estudos intensos  e as horas de trabalho extra contribuíram apenas para o cansaço físico e mental que essa  geração parece adquirir cada vez mais cedo.
Movidos pela rede social, pelo discurso do  bem-estar que cresceu nas últimas décadas, os millennials são adultos mais abertos  emocionalmente e consequentemente estão mais frustrados também com  conceitos como família e casamento. Todas essas questões estão levando essa geração  a um marco histórico de burnouts e pessoas com depressão, o que segundo pesquisas pode aumentar  a taxa de mortalidade em 40% de pessoas com até 35 anos somente nos Estados Unidos. Segundo o relatório de 2021 do Centro de Pesquisa da Aposentadoria, a geração do  milênio tinha a menor riqueza média comparada à renda média em relação a qualquer  geração anterior.
E isso já é motivo suficiente para qualquer um se sentir estressado. A pesquisa feita pela Moody’s, utilizando dados do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos,  da seguradora Blue Cross e estudos anteriores, revelou uma piora enorme na saúde dos millennials.  Entre as piores doenças estão a depressão que cresceu 31% entre essa geração, a hiperatividade  que cresceu 29% e a hipertensão crescendo 17%.
Isso ocasionará um impacto duradouro na  economia dos Estados Unidos que terá uma geração de trabalhadores doentes e  consequentemente menos produtivos. E isso não é apenas uma realidade Americana,  segundo uma pesquisa global da Deloitte, como vivem sem recursos de emergência  e com o declínio dos trabalhos formais, os millennials entrevistados informaram que os  principais “bicos” feitos são: 26% como vendedor de produtos ou serviços por meio de plataformas  digitais –, 18% como influenciador digital e 22% atuação em organizações sem fins lucrativos. Um modelo de negócios que não existia.
Isso foi outro ponto, afinal essa geração cresceu  ouvindo de seus pais o que deveria fazer e como se preparar para um mundo que não existe mais. Outro ponto levantado pela pesquisa é que devido às incertezas e tantas crises vividas por essa  geração, levou a um comportamento de adiamento dos marcos de vida, que podem ser desde  casar, até comprar uma casa e ter filhos. Com expectativas tão pequenas e mentes tão  frágeis, o que mais eles podem esperar?
65% dos jovens da geração Z utilizam seu  salário para auxiliar na renda de casa, ao mesmo tempo, 47% deles não  realizam controle das dívidas. A maioria justifica isso  pela falta de conhecimento, revelando ainda que essa geração será marcada  pela grande deficiência de educação financeira. Atrelado a todas essas dificuldades financeiras e  mentais, as novas gerações precisam ainda encarar os resultados do aumento da expectativa  de vida, que apesar de ser uma vitória da sociedade com os avanços da ciência  traz consequências antes não vistas.
Enquanto a expectativa de vida aumenta, a idade  para aposentadoria sobe, mas os contribuintes diminuem. O Fórum Econômico Mundial estima que  em 2050 o déficit da previdência global será de US$427 trilhões de dólares, diminuindo também  a expectativa desses jovens de se aposentar. Criando uma dúvida se essa  geração conseguirá se aposentar.
O sentimento de frustração se arrasta quando  eles precisam competir com gerações mais velhas e os fazem desacreditar que  poderão avançar mais do que fizeram. Com a alta competição e salários cada vez  menores, os jovens atualmente são vistos como uma geração que não teme assumir riscos.  Isto se reflete na escolha de profissões, que estão cada vez mais longe das áreas de  ciência, tecnologia, engenharia e matemática que antes dominavam, sendo substituídas por  áreas como administração, ciências sociais, história, artes visuais e cênicas.
Quando não estão se arriscando em novas áreas, esses jovens estão se arriscando no  empreendedorismo onde utilizam a internet a seu favor para alcançar grandes públicos. Estudos  recentes já mostram que esta geração empreende duas vezes mais que as outras gerações nos  cinco primeiros anos depois de formados. Outras mudanças já podem ser vistas.
Apesar de  serem vistos como uma geração mais idealista, os jovens da geração Z parecem mudar o  cenário buscando por oportunidades que pagam melhor e proporcionam mais estabilidade  para arcar com as despesas, apesar do conflito de desejarem uma carreira de impacto social. E apesar de serem vistos como uma geração que valoriza as experiências mais que o materialismo,  será que é justo avaliar apenas desta forma? Com expectativas tão baixas de possuir investimentos  para o futuro, seja por meio de um imovél ou a construção de uma aposentadoria, onde essas  pessoas gastariam o pouco que lhes sobra?
Mesmo que não sobre muito, essa nova  geração aprendeu a viver mais e não focar tanto no lado profissional, que pode  não trazer uma estabilidade financeira, mas essa geração valoriza outras coisas mais  do que a estabilidade financeira e entende que dinheiro é importante, mas não é tudo na vida. Enquanto a Geração Canguru enfrenta o desafio de equilibrar-se na corda bamba das crises  financeiras e recessões, uma coisa é certa: eles são mestres na arte de dar saltos  espetaculares quando a situação exige. Quem teria imaginado que o velho ditado "Pai Pobre,  Filho Rico" seria virado de cabeça para baixo?
O que você acha dessa história toda  e das novas gerações que tão vindo aí? Comenta aqui abaixo e da uma olhada  no que o pessoal tá falando sobre isso. Agora, se você quer descobrir como fazer de 2 a  5 mil reais por mês como um Alquimista Digital, confere uma aula grátis no primeiro link  da descrição, ou apontando a camera do seu celular para o QR code que ta aqui na  tela antes que essa aula saia do ar.
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