A gente viu como o Espírito Santo que levou Jesus para ser tentado. Conversamos sobre esses males que vêm da parte de Deus. Vimos várias coisas a respeito da origem do mal: de onde vem o mal conceitual, o mal substantivo, e como ele se impregna, como ele está presente não só em outras camadas dimensionais, ou em todas, mas na nossa. E como nós mesmos, humanos, podemos nos tornar diabos pela nossa anuência à malignidade cotidiana, pelo nosso exercício nela; pelo nosso habituar-nos a ela, ela acaba se tornando parte da gente sem que a gente se torne
parte dela. E agora, deixando os elementos conceituais mais abstratos para trás, eu quero botar o pé nessa primeira prancha de tentação que está aqui, que tem a ver com o que é narrado no verso 3. Aliás, o verso 2 faz uma introdução dizendo: "E depois", porque é o tipo de tentação que demanda de você a circunstância ideal. A maioria das tentações acontece nas circunstâncias que se idealizam para o encaixe, para o embutimento, para a acoplagem delas. A tentação não acontece quando não há acoplagem; tem que ter acoplagem. É por isso que o irmão de Jesus,
Tiago, diz que cada um é tentado pela sua própria acoplagem. Quando Ele diz "cada um é tentado pela sua própria cobiça", é uma maneira de dizer que tem uma espera, tem um ponto de entrada, tem uma extensividade proposta, tem um ponto de embutimento. Sempre é assim: você nunca será tentado por aquilo que eventualmente não lhe seja nem um desejo, um capricho, uma cobiça, uma necessidade ou apenas um surto do seu narcisismo. Nós temos que estar presentes nessa espera; é como uma coisa no espaço, é como um centro espacial que cada um que vai sendo enviado
vai sendo enviado de acordo com a copagem de espera que tem lá. Então, quando a primeira plataforma foi mandada, já deixaram várias acoplagens. Aí, todas essas acoplagens, depois de algum tempo, até anos, vão sendo utilizadas. Quando equipamento perfeito é produzido, ele vai encontrar o canto da ligação, da entrada. E aí, alguns desses já são mandados depois de muitos desenvolvimentos tecnológicos, com anos, e já levam outras acoplagens para que outros elementos modelares cheguem quando estejam prontos e sejam ali acoplados, de modo que o mesmo centro espacial vai crescendo, crescendo, crescendo; vai ficando enorme, como é o
caso do nosso centro internacional espacial, que tem acoplagens previstas ainda para muitas chegadas de outros elementos, de outros adicionamentos técnicos espaciais para novas pesquisas. Novos laboratórios são colocados ali, já esperando outros, porque a tecnologia já se pré-avisa na alma da gente. É assim: são pequenas coisas, mas cada uma delas tem a sua acoplagem. Se a gente vai deixando os acoplamentos irem crescendo, chega uma hora em que se transforma numa coisa monumental; é como uma pequena cidade que a gente acaba chamando por algum nome, pessoal, cidade de Pedro. Aí você vai pesquisar e descobre que era
um pescador, Seu Pedro, que foi o primeiro a chegar ali, depois criou uma comunidade de pescadores que era chamada de comunidade do Seu Pedro. E aí depois virou uma vila, a vila do Seu Pedro. Aí depois virou uma vila maior, que ganhou um status já de uma pequena cidade; aí começaram a chamar de cidade de Pedro, até que ela cresceu até um ponto que vira município de Pedro, onde o centro municipal é a cidade de Pedro e onde o ponto de surgimento é até aí preservado, às vezes tombado, a vila de Pedro. É tudo assim
também na vida: vai crescendo. As nossas tentações também chegam aqui ao verso 2 e dizem: "E depois de jejuar..." Depois de jejuar, teve que ter o jejum; e não foi qualquer jejum, não foram 24 horas sem comer. Isso para Jesus não era nem jejum; ficar 24 horas sem comer, para mim, teve um tempo na minha vida em que jejuar 24 horas era o meu lazer. Eu me sentia triste, era o dia que eu tinha que comer; antes de eu casar, minha mãe me obrigava assim: "Tipo, ontem você já jogou 24 horas, pelo amor de Deus,
hoje coma!" E eu, que vinha de uma vida atlética pelo jejum e pela oração, você não acredita, cheguei a pesar 63 kg. Isso porque minha mãe me obrigava a comer no dia, assim no dia de comer; e aí eu ainda comia pouco, porque para mim era como estar misturando dois manjares: o prazer que o jejum e a elevação espiritual produziram em mim e a minha percepção dilatada, as raízes dos meus espíritos se plantando na eternidade profunda em mim. Tudo isso era de um gozo sublime que parecia ser estragado pela melhor comida, pelo melhor tambaqui, pela
melhor geração, pelo melhor tucunaré, pelo melhor sapoti, pela melhor sova. Ainda assim, eu preferia o outro alimento abstrato, invulnerável da minha alma. Mas eu era forçada a isso; eu começava a considerar que estava jejuando. Depois do segundo ou terceiro ano de conversão e de prática de jejum, quando eu decidi jejuar três dias, aí eu tratava isso como um jejum. Ou quando eram cinco dias, aí era um jejum. Seis dias é um jejum; eu nunca passei disso. Sei, sete dias no máximo, tomando de manhã cedo 3, 4 dedinhos de água para não permitir uma desidratação tão
radical que me levasse para o hospital para tomar soro; depois, nada insano, mas nos limites do que eu aguentava por causa do prazer que o jejum dá. O verdadeiro jejum não é por causa de nada, é por si mesmo. É pelo prazer, pelo gozo, pela sensação dos distúrbios e a concentração mental e espiritual nos objetivos mais elevados, mais sublimes da sua vida. O verdadeiro jejum é o colocarmos num estado de serenidade e de quietude total para que, no silêncio do nosso ser, a voz do sublime vai crescendo em nós. Aí a memória se dilata, a
inteligência... Cresce a percepção, se desenvolve, você começa a ter visões. Eu não estou falando de visões carismáticas, de projeções mentais; você começa a enxergar dentro da sua própria mente e, para dentro de você, começa a enxergar para fora de você. Infinitamente mais a sentir o mundo. Eu cheguei a um ponto de jejum em que eu jejuava, gostava de sair de casa, pegava minha moto, ia para a floresta e ficava lá no silêncio, só dos ventos, das folhas, do ranger das árvores, nesse limpidamente grandes do Amazonas, dos pássaros, do capitão da floresta, dos sonhos, animais os
mais variados e distantes. Eu botava ali um lugarzinho para deitar, frequentemente nem barraca, às vezes só uma rede para amarrar de uma árvore na outra e colocar um mosquiteiro em cima para à noite, para ficar quieto à noite. Nem sempre eu fazia fogo, fogueira, nem nada, porque era um desassombro extraordinário, e um prazer, um gozo tão sublime que não dá para explicar. Então, eu nunca jejuei porque tinha problemas para enfrentar grandes desafios diante de mim. Não me lembro de ter dito: "não, eu vou jejuar porque eu terei uma grande guerra espiritual diante de mim". Eu
nunca fiz esse jejum para mim; esse jejum já estava feito por Jesus, já era meu. Eu tomava posse dele; eu já estava preparado para todo o combate, todo bom combate, em qualquer tempo, em qualquer hora, com jejum ou num banquete. Não era eu que me vestia; eu já estava vestido, protegido, armado no mundo espiritual, comendo, bebendo, jejuando, me banqueteando. Não mudava nada, eu era eu em Deus, e todos os principados e potestades sempre souberam e sabem disso. O jejum era de leite para mim. Aí, Jesus é levado ao deserto para ser tentado pelo diabo e
passa 40 dias em jejum, em crescimentos que são impossíveis da gente designar, em que níveis, em que áreas. Eu ouço apenas dizer que foi uma introjeção profunda de toda a possível humanidade. O jejum de Jesus, antes de qualquer coisa, era a introjeção profunda de toda a possível significação de experiência humana; é uma espécie de Deus jejuando, de Deus assimilando toda a possível natureza de experiência humana. E aqui são narradas as três mais universais, as três mais fundamentais, mais capitais, ou mesmo, por que não dizer, as três essenciais presentes em toda a experiência humana, independentemente do
grau de superlatilidade daquela criatura ou de suposta inferioridade, o pequenês humano daquela criatura. Ele introjetou tudo, introjetou todos em todos os níveis: passado, presente e futuro. É por isso também que o escritor de Hebreus nos diz que Jesus foi tentado em todas as coisas a nossa semelhança, mas sem pecado. Jesus foi tentado em todas as coisas a nossa semelhança, mas sem pecado. Repita comigo: está em Hebreus, capítulo 4, versículo 15. Jesus foi tentado em todas as coisas. Em todas as coisas significa todas as coisas. Pense no seu pecado, na sua tentação, naquilo que gera aquela
inquietação abominável. Ele experimentou todas as nossas inquietações abomináveis, todos os nossos desejos, todas as nossas cobiças, todos os nossos tesões, todos os nossos surtos. Ele mergulhou nos oceanos inconscientes de todos os nossos monstros interiores, conhecendo tudo e todas as coisas de todos nós em todos os tempos: passado, presente e futuro. Não haverá uma única situação de tentação na humanidade enquanto os humanos existirem como humanos que Jesus não tenha conhecido antecipadamente. Não há nada que seja tentação para o Elon Musk que não tenha sido tentação para Jesus. Não há nada para nenhum famoso, nem um pobretão,
nenhum miserável ou para nenhum magnata que não tenha sido tentação para Jesus. A tentação do desfigurado, do rejeitado, do não reconhecido, do invisibilizado foi conhecida plenamente por Jesus, tanto quanto a tentação do incensado, do adorado, do glorificado, daquele que é estimulado a um narcisismo sem tamanho extraordinário. Qualquer polo da experiência humana foi experimentado por Jesus. Não há nenhum, nem você que está aí, que é um santarrão, que é mais santo do que Jesus, mais santo do que Deus. Todo crente fanático e puritano acha que atingiu um nível de santificação superior aos dos apóstolos, aos dos
profetas, ao de Jesus, até dos anjos, até de Deus, está atrasado em referência aos santarrões que estão por aí e que dizem: "não, isso meu Jesus nunca conheceu, nunca provou no sentido de ficou sabendo como seja, como é". Nunca! Ele não, porque Ele era Santo. Ele era Santo justamente porque Ele experimentou tudo e, tendo experimentado tudo, de tudo que podia ser mal, de tudo que não convinha, de tudo que não edificava ou não edificasse, Ele se separou. Santidade é essa autodeterminação de se separar daquilo que é mal. Esse é o santo; ele anda no meio
de todas as coisas, mas nenhuma das coisas andam nele. Ele se aproxima de tudo e de todos, mas nada entra nele. Ele fica com o diabo explicitamente tanto tempo, mas Ele pode dizer acerca do diabo: "aí vem o príncipe deste mundo, e ele nada tem em mim". Ele pode andar à minha volta como um leão, procurando alguém para devorar. Problema dele; vai cansar, porque ele não tem nada em mim. Enquanto eu não abrir uma acoplagem para ele, enquanto eu não oferecer a ele um ponto de cobiça ou enquanto ele não me vir cercado por uma
grande necessidade que deve produzir em mim esse ponto de acoplamento, ele não tem nem o que dizer. Ele é inteligente demais para ficar rouco falando aquilo que em mim não resolva. Ele espera o momento-show, o diabo. E se você ler em Marcos 1, 12-13 e Lucas, capítulo 4, versículo de 1 a 13, você vai ver a adição: deixou o diabo até que houvesse tempo oportuno. O diabo é o príncipe do tempo oportuno, é o manipulador das chances e das oportunidades. Então, ele está ali esperando a hora. Aí, Jesus teve fome, depois de 40 dias e
40 noites, teve fome. É interessante porque, quando você se acostuma a jejuar, especialmente longos períodos, uma coisa que, para no segundo ou no terceiro dia, é toda a fome que você experimenta. Depois, vem até a fraqueza; se você fica em pé, de repente, o coração... há uma hiperoxigenação. Se você estava quieto, deitado, orando horas, você precisa, às vezes, se segurar até que vai ficando maduro nessa prática. Você senta, como era o meu caso, ou na rede ou num colchonete no chão e aí respirava um pouco mais forte, até que sentia que tinha oxigenado totalmente o
cérebro. E aí você levanta. Você não corre, você não faz nada disso; você poupa energia residual. Agora, eu nunca passei de seis ou sete dias na vida. O fato é que, cheguei aqui, tive fome, e eu ouso dizer que provavelmente foi algo maior do que a própria. Foi aquela certeza absoluta de que a não alimentação mataria, de que não comer, daquele momento em diante, já transcendia a todos os aspectos da possibilidade de sujeição da natureza humana, física, orgânica, às suas possibilidades de continuidade. Saudade quando ele atingiu esse ponto de total insalubridade, mesmo para o monge,
mesmo por ermitão, mesmo por ser dedicado anos e anos ao jejum e à oração. Quando ele sentiu que o corpo dele, que o organismo dele, chegou nesse ponto de não retorno. E ele não brincava com a natureza que ele próprio havia criado, porque todas as coisas, o apóstolo João diz, foram criadas nele, por meio dele e para ele. Quando chega a isso, com o limite da natureza e do que fosse saudável, chega a hora de comer. É uma fome de consciência também; é uma fome de sobrevivência, é uma fome de manutenção do estado de saúde.
É uma fome também que tem a ver com obediência, obediência às leis da natureza criadas por ele próprio. Reconhecer essa lei era uma consciência totalmente humana e divina. Nele, passou agora, chegamos no ponto de não retorno; eu não vou brincar de zumbi, de fazer um corpo praticamente morto andar por aí. Será um corpo forte, será um corpo jovem, será um corpo normal, será um corpo natural, porque ainda não chegou a hora de morrer, ressuscitar para ter um corpo supranatural, para além do sobrenatural, para além de toda e qualquer designação que é o corpo da ressurreição.
Não chegou ainda essa hora. E o diabo, olha, é o meu momento, é a minha chegada. O cara está aqui, é aquele estado que a gente conhece em si mesmo. Quem aqui não viveu essa realidade de fomes diversas? A própria fome física, como eu já disse ontem, anteontem, ou duas aulas atrás, dois papos de graça atrás, essa fome física em si tem aquela contemplação na lei de Moisés, na Torá, mandando quem cultivasse campos deixar os quadrantes do campo sem ser ceifados para que a população pobre pudesse comer nos quadrantes, nos quatro quadrantes de um campo.
Para não roubarem, tinha que haver distribuição; tinha que haver contemplação de alimento para a pobreza, para que o pobre, no desespero, na ânsia da sua fome, não estendesse a mão àquilo que não era seu. Existe aqui na lei de Moisés a prospecção e a projeção de um significado primordial de estado, de estado que cria as suas permissões de evolução, de desenvolvimento, de plantio, de enriquecimento, de acordo com a capacidade, com a competência, ou com aquilo que o sujeito tem herdado e possa fazer crescer. Todavia, tem um limite. Tem um limite! Não é capitalismo selvagem. Jamais
foi; nada na escritura, nada do Velho Testamento estimula um ganho sem limites. Ganhos ilimitados são propostas de Satanás, sempre! Bote isso na sua cabeça: ganhos ilimitados são propostas de Satanás, sempre! Não esqueça mais disso, você vai ser salvo de muita miséria. Ganhos ilimitados são propostas de Satanás, sempre. Então, chega esse momento; e o diabo quase está com fome, está dando sinais de fome, está com cara de fome; ele botou a mão na barriga. Eu estou ouvindo os roncos; está no olhar dele que ele está com fome. E aí disse: "A minha hora." Não tinha pão
nenhum no lugar. Jesus não foi jejuar levando uma cesta de pães, nem um odre de água; não! Ele estava ali exposto a todas as intempéries e a todas as circunstâncias. Lá está ele, e veio o diabo. E desova: tinha uma padaria de pedras era no deserto da Judeia. A gente fica sabendo, no verso 12, que era no deserto da Judeia. Os outros evangelhos sinóticos falam da tentação. Jesus é colocado ali no deserto da Judeia, e aqui, no verso 12, diz que, depois da tentação, ouviu dizer que João Batista tinha sido preso por Herodes, a pedido
de Herodias, e ele saiu da Judeia, onde Herodes estava, e João Batista também, e foi para Galileia, bem distante do rei Herodes, e das suas prisões, e dos seus caprichos. E mais naquele dia, naquela hora, era a fome que estava em vigência e tinha uma padaria de pedra ali no deserto da Judeia, só pedras no lugar. Celebrativo! Digo que é celebrativo porque Jesus não deixou lá uma marca dizendo "aqui eu fui tentado". Nem os apóstolos foram. Só os cristãos muito posteriores é que criaram o lugar dos 40 dias, do quarentim de Jesus e tal. Quase
tudo foi promovido por tradições batizadas por Helena, mãe de Constantino, já no quarto século. Quase tudo. Poucas coisas tinham vindo de uma tradição anterior, mas os primeiros discípulos não guardavam tradições geográficas de nenhuma natureza. Não se houve falar de culto do Monte Calvário, nem no lugar da ressurreição, nem no culto da andada sobre as águas na diagonal, um grupo aqui, outro grupo lá; não tem nada disso. O grupo, o culto da multiplicação dos pães... tudo isso é paganismo que Jesus nunca deixou se desenvolver na mente dos seus discípulos, e esses não deixaram que acontecesse na.
Mente dos primeiros discípulos, você que é filho do paganismo, do cristianismo, e fica pensando que qualquer uma dessas coisas que lhe dão para praticar como fetiche tem alguma coisa a ver com o Espírito de Cristo do Evangelho: nunca teve, não tem, não terá. Mas quem quiser ouvir, ouça o que eu estou dizendo. O fato é que vem o diabo dizer: “Que problema, né, cara? Não tem pão aqui. Não tem pão, mas olha só que eu catei aqui um monte de pedrinhas, algumas até bonitas. Você pode sair transformando tudo isso em pão, tá com muita fome?
Olha só que broto gostoso que isso aqui daria! Come, pai, eu te agradeço porque tu transformará essa pedra em pão para mim. Obrigado! Aí tem que comer de olho fechado e tem que ter dente divino para roer a pedra todinha. E uma barriga melhor do que a de avestruz. Ou então, olha só que gracinha, transforma isso numa hóstia, num pãozinho gostoso, num bolinho árabe! Porque tu não fazes alguma coisa para ti? Não te falta poder? Afinal de contas, tu não és o Filho de Deus. Se tu és o Filho de Deus, então olha, transforma essas
pedrinhas em pão, tão gostosinhas!” [Música] Transforma! Jesus, vendo aquela palhaçada de Satanás para com Ele, transforma pedra em pães. Você está com fome? Por que que um Filho de Deus tem que ter fome? Que a pergunta que você faz e que lá na sua igreja se transformou numa questão proposta em nome de Deus. Na sua igreja, essa pergunta de Satanás se transformou numa questão feita em nome de Deus. Os seus apóstolos da prosperidade ensinam isso a você: você é filho de Deus, você é a cabeça e não cauda. Você é filho do Pai, você tem
que reinar em glória com o Pai na terra. Gente com fome, a gente amaldiçoada, a gente pobre desconfia! Tem alguma coisa errada com pobre. Porque um pobre, quando entende que ele é filho do Rei, que ele pode dar ordens, que tudo é possível e é lícito para ele fazer para resolver os problemas como um Rei, como uma realeza. Eu já ouvi gente dizendo para o povo: “Reis não têm limite! Reis não têm problemas! Reis podem fazer o que quiserem!” E você é um filho do Rei, faça o que você quiser! Vai me dizer que nunca
ouviu isso? Eu não vou pedir para você falar, porque eu vi que agora o Marcelo tirou os comentários, mas vai me dizer que você nunca, nunca, nunca ouviu isso? Nunca se perguntou: “Se eu sou filho de Deus, se de fato eu sou salvo, se eu fui batizado com o Espírito Santo, se o Espírito Santo me habita, se eu tenho um ar celestial, se eu fui feito filho de Deus, então eu tenho que viver na Terra como um filho de Deus?” Aí parece até que Jesus viveu como um Calígula, como um Nero, como Júlio César. Parece
até que Jesus viveu como um déspota coberto de ouro, ou como uma realeza mais asteca que não sabia mais onde botar ouro, ou uma dinastia primitiva dos chineses com ouro e prata. “Eu sou filho do Rei e o meu Pai é o dono do ouro e da prata.” O que vai se repetir nas igrejas? Ele é o dono do ouro e da prata. Mas você não vê cheio de ouro nem de prata. Quem usa ouro é para fazer um bezerro de ouro. Quem usa prata é para outras coisas. Deus é tão econômico em relação a
ouro, a prata e a minerais preciosos. Quando seu Filho vai nascer, nasce na palha. Alguns levam lá ouro, incenso e mirra que, inscrito ali, devem ter sido utilizados especialmente no período de 7, 8 anos de exílio de sobrevivência no Egito. Acabou tudo, voltaram para Nazaré, para serrar, para trabalhar, para usar a machadinha, o formão, para preparar móveis, para fazer casas. Foram trabalhar de maneira dura, porque não tinha ouro nem prata. E Ele mesmo, o teu Rei, que não é bem o teu, é o meu; o seu já não sei. Quando alguém que tinha um certo
recurso disse: “Eu vou te seguir por onde quer que tu for.” Aí Jesus olhou para o cara e falou: “Meu filho, você não aguenta dar missa, o terço.” O Filho do Homem! Olha bem, volta! Olha as raposas, todas elas têm os seus convites, como ali na chácara para onde eu me mudarei com a graça de Deus assim que eu possa concluir a casa. Lá tem raposinhos, e elas têm os seus covis, as suas tocas. Os tatus têm muita touca. Lá também têm suas tocas. As cascavéis também têm. Não muitas, mas algumas devem ter suas tocas.
E tem toda uma vida ali de sobrevivência predatorial. As raposas têm os seus covids. Disse Jesus ao homem que queria seguir com Ele que não aguentava dar nisso. O texto diz que “o Filho do Homem não tenho onde reclinar a cabeça.” No auge do ministério dele, cheio de graça, de verdade, de poder, de luz, de milagre vazando dele pelos poros para todo mundo, Ele, no entanto, não fez provisão material para Ele próprio. Ele preferiu depender do amor dos outros, da graça, da gratidão, da amizade, do acolhimento, da dardivisidade. Não se diz em lugar nenhum que
se viu Jesus comprar ou alugar um Cenáculo para fazer uma ceia. Não! Ele disse: “Vai, procura um homem que vai estar perto de um jumentinho. Pede o jumentinho para ele emprestar, dizendo que eu, Senhor, estou precisando dele nesse momento.” Então traz! Você vai também encontrar uma outra pessoa que é dona de um Cenáculo. Vai lá e diz: “Olha, prepara o Cenáculo porque o Senhor vai precisar usá-lo! Deixa tudo preparado!” Mas não tem nada, nada além de Ele fazendo favor ao mundo, curando de graça, por graça, por amor e misericórdia. Engravidando. O coração de milhares de
pessoas com espírito de gratidão é claro que, para cada dez, um era grato. É a média ponderada do evangelho e da vida. Hoje em dia, até para cada cem que são beneficiados por você, você encontra um grato. Cada vez que diminui mais, quanto mais a iniquidade cresce, mais um amor esfria; quanto menos amor, menos gratidão, menos memória, menos fidelidade grata para com o bem recebido. Mas Jesus jogava o pão dele sobre as águas indiscriminadamente e vivia do retorno dos peixes; Ele alimentava mais para comer peixes quando necessário. É o princípio da vida. E aí, o
Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça e morreu sem ter a cruz. Não era dele, era minha, só minha. Se você quiser, era a sua também, mas minha com certeza era por mim e para mim. A ressurreição foi também não ser pública, emprestada; não deveria ser nunca comprada. Porque eu só iria ser usado três dias, mal usados, porque Ele rasgou a morte, as suas mortalhas de dentro para fora. Então, Ele anda segundo o Pai Nosso, conforme o pão nosso de cada dia, conforme o maná. Só durava 24 horas, e quem guardasse de um
dia para o outro, ele apodrecia. Era uma dependência diária do sustento divino, e Jesus é esse Israel peregrinante, obediente, no deserto e na vida, comendo todo dia da provisão de Deus. Foi uma decisão que eu tomei há 50 anos atrás e, nesses 50 anos, eu tenho vivido exclusivamente da provisão de Deus, da gratidão das pessoas, da memória feliz daqueles que são abençoados pela minha vida. E eu não tenho nada sobrando e não tem nada faltando, porque a porção de cada dia, uma análise de cada dia, me é dada. E eu nunca guardei nada para o
dia seguinte. Porém, isso também nunca teve nada estragado, nada, como diz Paulo, mas possuindo tudo, porque não falta a provisão. Mas vai explicar isso para Satanás. Satanás é o rei do oportunismo, é o cara que fica na beirada da necessidade. Tem um texto meu aí no portal Caio Fábio.net que, se você quiser, ler lá, está escrito: "O diabo habita a porta da necessidade". O diabo habita a porta da necessidade. A necessidade é uma copagem para as ofertas diabólicas. É sempre uma copagem dali a necessidade. Aí, o que o coach disse... Tem cada coach diabólico que
eu vou te dizer! Eu vejo vocês seguindo os verdadeiros diabos, ensinando mentiras do diabo em nome de Jesus, e vocês comprando todas e pagando uma fortuna. Que tristeza é ver como vocês não têm discernimento para nada, engolem essa parada mentirosa e venenosa toda. Aí vai lá o pastor, o apóstolo, bispo, o xamã, dinheiro, seja lá quem seja, o seu bruxo, seu feiticeiro, que também mora na porta da tua necessidade. Você está doente? Aí, procura. Você está desempregado? Aí, procura. O seu marido tem uma amante? Aí, você procura. Você veja que o público dessas igrejas e
desses lugares todos é o público dos necessitados, dos que estão com fome de algo. É gente que está vindo de um jejum e que sucumbiu à desesperança. Chega e diz: "Eu preciso de socorro. Eu não vou ter forças para sair daqui". Mesmo que seja o diabo que me ofereça uma pedra, eu vou pegar e vou tentar fazer o que ele me disser. Porque nessa hora eu tô precisando de um coach mais do que de qualquer coisa, mais do que um caos, mais do que um sofá para deitar. Eu preciso de um coach, preciso de alguém
que me conduza, como aquele que vai levando o cavalo. O cheiro vem de coaching, que é o cara que conduz você na carruagem, só que é uma boleia estragada até a porta do abismo e ele pula sempre antes. Quem se ferra é você. Aí, lá vem o aproveitamento da necessidade. Depois de jejuar 40 dias e 40 noites, teve fome. E aí, a voz do diabo fica mais audível do que nunca. E essa fome você a conhece de todos os modos. Tem gente aqui que conhece a fome como fome, como privação de comida mesmo. Embora, dificilmente,
tanto quanto eu também creia, mas eu acho que dificilmente eu esteja sendo assistido nesse instante em alguma esquina de São Paulo por algum morador de rua. Quem sabe não? Talvez, quem sabe sim, todo mundo tem algum celular para ver. Mas eu posso ser assistido hoje dentro de uma barraca de rua, embaixo de uma ponte à noite, por alguém que, nessa hora, está mendigando para comer ou fazendo um para levar uma comida para os quatro filhos dentro da tenda e para a mulher. Quem sabe à noite ele me ouve. Ela, esses sabem o que é fome.
Hoje, estou sendo ouvido por muitos que já passaram fome braba, sabe exatamente o que ela causa. Eu passei muito pouca fome na vida e não foi o jejum que me fez passar fome. Fome do jejum eu nunca considerei fome, só circunstância. Eu passei fome quando todos os meus amigos foram presos e levados para Ilha Grande, no iníciozinho, no ano 70, 71, por aí. E 33 amigos foram presos por causa de tráfico de cocaína ou drogas ou pretexto político; mas, de fato, era muito mais delinquência, que era considerado também crime político naquele tempo da ditadura. Foram
para Ilha Grande, que não era um resort, era um presídio inescapável naquela região, aquele golfo de Angra dos Reis. E outros amigos meus tinham viajado e eu fiquei só. E tive um problema sério com algumas pessoas que se aproveitaram da minha solidão de amigos e que tinham brigado comigo e quiseram me fazer mal durante aquele período. Eu tive que me abrigar com um amigo meu durante algum tempo, dormindo num tatame, eu e um dos Gracie. E eu passei fome. Não tinha um tostão. Não queria ir para a casa da minha tia do... Meu tio Renato
e Bernadete, ali do lado, perto do bairro Peixoto, na Rua Anita Garibaldi, em Copacabana, não queriam ir lá. Não queriam que o pai, o irmão mais velho do meu pai, me visse naquele estado, nem a minha tia, que era uma tia muito amada, nem as minhas primas, que eram umas gatinhas muito queridas. Eu não queria que ninguém me visse naquele estado, nem tão pouco quis ir bater na porta dos amigos dos pais deles. Eles estavam viajando, outros, presos. E o que que eu fiz? Eu passei a roubar na feira. Acordava de manhã aquela fome miserável,
miserável, aquela coisa, comendo você de dentro para fora. Você não sabe mais o que fazer, dá vontade de comer o braço, comer a mão, fazer qualquer negócio. Eu botava castanhola na boca, mas era venenosa. Em Copacabana não tem fruto, não tem manga caindo. Quem dera fosse Belém do Pará, Manaus ou Recife. Eu ia mexer de manga e de outras frutas. Eu sou um ser frutífero, mas não tinha nada. Aí tinha uma feira na rua onde hoje eu e minha mulher temos nosso pouso, quando a gente vai ao Rio, na Rua Domingos Ferreira, entre a Santa
Clara e a Constante Ramos. Por ali tinha uma feira e era também onde eu ficava na academia Grace, no centro comercial ali do lado, e eu saía, já ia direto por dentro na Domingos Ferreira, passando pela feira. Quando eu via a última barraca, onde tinha legumes, especialmente tomates ou qualquer fruta assim, eu metia a mão em um, em outro, e saía andando mais rápido, dando uma apressada. Muita gente ali me conhecia e fazia vista grossa; sabia que eu não era um cara para correr atrás, que podia ser raivosamente perigoso no meu ímpeto. E eu ia
algumas vezes, mas a minha consciência ia ardendo. Eu fui criado para nunca roubar. Eu tinha praticado o meu primeiro roubo com seis anos de idade: eram radinhos egoístas. Meu pai tinha uma importadora, e ele importou milhares de radinhos pequenos. No tempo em que não existia no Brasil, trouxe dos Estados Unidos, em algum lugar assim, e eles vinham com uma caixinha com o egoísta. Eu, criança de seis anos, aquele cheiro de couro que invocava o radinho mínimo, e aquele negócio me deu uma tentação olfativa mais do que qualquer coisa. Eu falei: "Eu queria ter um radinho
dele, eu queria ficar cheirando isso." E havia milhares no depósito do meu pai. Eu fui lá e roubei um e não aguentei ficar. Não sei se eu cheguei a uma semana; acho que três dias, não sei se nem isso. Sei que no fim de semana, indo para o sítio da família, sentado no banco de trás do carro, minha mãe na frente com meu pai, minha irmã e meu irmão do meu lado, eu tirei o radinho do meu bolso, abri a janela do carro e joguei para o lado de cá. Fiquei vendo aquele radinho correr para
o barranco. E você acredita que Manaus mudou? Naquele tempo, o lugar era uma floresta; hoje é o centro da cidade. Até o dia de hoje eu passo por lá e digo: "Foi aqui que eu joguei o radinho." A outra experiência na vida foram esses tomates e essas maçãs da feira da Domingos Ferreira. E que, graças a Deus, acabou logo. Eu fui para Niterói, para a casa do Reverendo Antonio Elias e dos filhos, que eram meus amigos. E lá eu comi, bebi, engordei, fiquei forte e fui treinar com Carson Greice em Caraí, porque eu não conseguia
ficar sem treinar jiu-jitsu. Mas eu sei o que é, de longe, por alguns dias, sem a cultura do faminto, filho de ricos. Mas eu reagi à fome metendo a mão não nos tomates e nas maçãs. Então, assim, de maneira pálida, pequenininha, mínima e relevante, eu entendo até onde a minha alma pode entender o que acontece quando uma pessoa está com fome. E como todos os juízos cessam, e como todas as realidades paradigmáticas desaparecem. A única coisa que existe como realidade é: "Eu não aguento mais, eu tô morrendo, eu tenho que comer, eu tenho que comer."
Aí vem o diabo nessa hora e diz: "Olha, não tem comida, mas você tem o poder. Você é o filho de Deus. Você é ou não é um filho de Deus? Ou filho de Deus, eu preferido, predileto." Eu tava lá, agora há pouco tempo, faz um mês e pouco, quando desceu aquela pomba e se ouviu aquela voz: "Este é o meu Filho amado em quem eu me comprazo, a Ele ouvir, ou em quem eu tenho todo o meu prazer." Não era o artigo, não era indefinido; era definido: "Este é o meu Filho amado." Tu és
o cara, passar fome para quê? Como eu já ouvi tantas vezes a vida inteira até hoje. Tem gente que olha para mim e diz: "Não, esse cara não pode ter necessidade de nenhuma natureza. Tem milhares, milhares, milhões que o respeitam, que o admiram, que o querem bem, que se sentem gratos a ele, que se dizem salvos pela vida dele. A ele não sente necessidade de nada; ele não reclama de nada, não fala de nada, não chora, amiga, não faz apelo de nenhuma natureza. Fome, ele não tem necessidade, ele não tem aperto." Ele não tem, se
tiver porque gosta, porque se ele decidir. Como tem gente que até hoje passa por aqui e me dá alternativas não lícitas, de não ter nenhuma necessidade. Fácil resolver: "Se o senhor não resolve, porque o Senhor não quer?" Ele não. "Eu só não resolvo porque eu só quero o que seja natural, limpo, verdadeiro e justo, e pelo que eu possa dar graças a Deus com consciência limpa e pura. Do contrário, não me serve, não quero, não me serve." Mas é muito difícil. O diabo... Na porta da Necessidade. Olha, tu és o filho de Deus, tens tanto
capital acumulado, tanto recurso guardado no teu tesouro interior, no teu legado, no teu poder, no teu conhecimento, na tua inteligência. De tudo isso, tu não precisas ter um dia de necessidade nesse mundo, nessa terra. Tu és um filho de Deus. Quando não se diz que tu és, ouve: há os outros que são filhos de Deus, mas são filhos de Deus, são herdeiros com Cristo, herdeiros em Cristo Jesus. Por que você vai passar alguma necessidade? Mete a mão. O milagre diz para todo mundo que é pão, e eles vão acreditar. Faz qualquer negócio. O poder de
Deus está na tua mão. Usa, seu bobo, é tua hora, é tua vez. Ninguém está vendo e eu não vou contar para ninguém. Vai, transforma. Fome é a mesma coisa que acontece com a carência. Você que está aí, cheio de carência, aquela carência espiritual, por exemplo, entrou no estado de tentação. Tenho servido a Deus há 40 anos. Tanto faz, são 40 dias de jejum, 40 anos de serviço, ou seja lá o que seja. Tenho servido a Deus de todo meu coração, tenho orado, tenho guardado a minha alma do mal, como diz o Salmo 73. E
olha só, eu só vejo perversos progredindo, sobressaindo, e eu aqui, cada dia mais enclausurado no meu anonimato, porque a verdade não dá ibope, o amor não conquista multidões, e a simplicidade humilde não acende holofote sobre si mesma. E aí quem paga o preço és tu. Para com isso, tu tens um potencial de ter o que tu quiseres para com essa carência: carência espiritual, carência emocional, carência afetiva. Você é um ente tão carismático, você é uma mulher tão deslumbrantemente linda, tão inteligente, tão gostosa. Por que você está nessa solidão? Tanto gavião rodando à volta e você
está querendo o quê? Que seja um pombo que venha pousar em você com toda a pureza. Ah, deixa disso. O poder é de Deus, você já nasceu com ele. Ou é aquela carência de reconhecimento público, de fama? Aí, nesse caso, você quer que o próprio diabo propague que você faz, que você realiza, que você consegue. São carências diversas utilizadas todos os dias como elemento de fissura do ser para penetração nessa cunha maligna desses processos demoníacos que vão engravidando você, diluindo o seu caráter, desfazendo a sua consciência, desconstruindo todas as suas edificações de bom senso e
de verdade, até que você vira uma gosma, você vira uma pasta, você vira uma geleca, você vira um ente amor. Você perde todas as suas resoluções e definições anteriores e aí você passa a existir para o que dá certo. Você passa a viver a partir da perspectiva que tem sido recorrentemente repetida por mim aqui, de que os fins justificam os meios. Os fins justificam os meios. Agora, me diga: se você não foi trazido até esse ponto, até essa hora aqui, isso não é mais ou menos isso que você está vivendo? Fome, carência, necessidade de autoafirmação.
Afinal de contas, você é um filho de Deus. E a questão filosófica colocada pelo diabo é essa: escuta, é uma questão de causa e efeito. Meu filho, se tu és o Filho de Deus, o efeito não podia ser esse: fome, miséria, necessidade ou carência. Não! Que Deus é esse? Até eu, que não sou Deus, sei de outras coisas. Sei lá aqueles que me servem como é que o teu Deus te deixa com essa necessidade de autoafirmação? Você mesmo com suas necessidades de autogratificação, de autovalidação. Em algum momento, Deus tem que me diferenciar do resto para
que eu veja como eu sou diferente, como o trato divino para comigo é outro. E há pessoas que são doutrinadas nisso. Como você foi, a maioria não quer nem me ouvir, porque sabe que eu posso dizer aquilo que elas não querem escutar. O argumento é de que o Caio é um herege. Eu sou o herege da verdade de Deus, pregando a verdade de Deus contra heresias da Igreja e da religião, mas a cabeça de vocês é feita porque eles sabem que no dia que vocês me ouvirem, vocês não vão mais conseguir voltar atrás. Como eu
vejo todo dia gente que me procura e diz: "Olha, e pensar que eu nasci, o senhor já estava pregando há 25 anos e eu vivi até hoje, proibido de lhe ouvir. Comecei a lhe ouvir mês passado e digo: meu Deus, como é que eu perdi tantos anos de uma vida infinitamente melhor." Agora podia ser outra coisa. Tem gente que vai te oferecendo outras coisas dizendo: "Você está perdendo o melhor!" Perdendo é a grana, perdendo é a fama, perdendo é o dinheiro. Como tem gente que me oferece aqui que diz: "Olha, você poderia ser o cara
mais assistido da internet como você era no passado na televisão. Você podia ser hoje da internet." Eu digo: "Cara, na televisão só tinha eu. Naquele tempo não tinha gente infinitamente melhor do que a tua geração; eram pessoas que queriam ouvir o evangelho e, se gravavam nele, ainda quase todo mundo acabou morrido. E houve essa proliferação de mentira para todos os lados, aos milhões. E como é que você quer que eu vá concorrer com a mentira ensinada em nome de Jesus? Eu não tenho como." Ah, mas é só adaptar-se. "Ah, no ano passado eu ouvi várias
vezes que é só fazer pequenas adaptações. Deixe de tocar nesses assuntos, nesse assunto, nesse assunto. Não pode falar em pobre, em pobreza, em solidariedade, em compaixão e misericórdia, tudo isso fecha o coração das pessoas. Não falem em ajudar o próximo, não desafiem as pessoas para participarem de auxílio às calamidades. Isso fecha o coração. Ninguém quer ouvir isso. Ninguém quer se importunar. Basta você fazer algumas pequenas promessas de prosperidade." Diminui. Esse chamado discipulado tá todo certo, é igualzinho ao que Jesus fez, mas não é o que atrai pessoas. O fim disso é a cruz e, no
máximo, uma ressurreição que só alguns vão ver e outros não; a maioria não. Tu estás no caminho errado. Digo: olha, eu tô no caminho certo, porque do que adianta o homem ganhar o mundo inteiro se a alma dele se perder? No tempo em que eu ganhava o mundo inteiro, eu tava vivendo de angústia, angústia nos últimos oito anos, até que chegou dentro de mim a irreversível decisão de que eu podia perder tudo e qualquer coisa, mas eu não ia perder a minha alma. Eu não ia deixar de ser eu, quem eu era para Deus, como
eu tinha sido, como eu nasci Nele, como eu me sonhei e me vi pleno e realizado Nele. E nunca incluiu fama, poder, dinheiro, oportunidade; nada disso. Éramos só nós: eu e Ele. É para esse lugar de tu e mim, e eu em ti, e tu em nós, proposto por Jesus, a mim, que eu estou voltando com todo meu coração. E é Nele que eu tenho vivido crescentemente nos últimos 25, 26 anos. Outra vez, virou antítese do que era em relação ao prazer no evangelho. Mas eu posso morrer sem nenhuma autogratificação, mas o diabo não me
tem pedra para transformar; nenhuma delas em pão, porque já tá repreendido em nome de Jesus. Para longe de mim autogratificação, as autovalidações, as disputas de poder sobre a natureza. Meu ministério é verdadeiro, porque conte os milagres. Os milagres, os milagres continuam a acontecer; milagre todo dia na minha vida. Eu ouço histórias que eu não narro aqui, porque eu quero que as pessoas ouçam a palavra da minha boca e não as histórias a meu respeito, senão fica tudo invertido outra vez. Mas eu ouço milagres que vocês não têm nem ideia de coisas que são tiradas pela
mão assim de Deus, instantaneamente, na vida das pessoas. Elas nem acreditam; meramente pela verdade, pelo poder e por esse amor na palavra. Milhares e milhares. Mas eu não tô atrás de nada disso como validação de quem eu sou. Na expressão de um poder sobre a natureza, sobrenatural, eu tenho prazer em tudo no natural, no sobrenatural. Sobrenatural é para os homens; para Deus, tudo é natural. Tudo é Dele, vem Dele, por meio Dele. Ele era, Ele é, e eu sou Dele; Ele é meu. Eu sigo aquele que disse que tinha todo o seu prazer e esse
morreu sem ter aonde reclinar a cabeça. Eu, pelo menos, tenho. Olha quanto conforto à minha volta! Eu vou reclamar de quê? Eu não tenho para amanhã, mas para hoje sim; é tudo que basta. Aleluia! Mas é a tentação que entra no coração de qualquer um. E não tem gente boa. Às vezes, eu vejo caras lúcidos, filosóficos, teológica e humanamente falando, mas que caem em cada armadilha. O cara vai e se entrega; essa de transformar pedra em pão, recebe uma função pública. Daqui a pouco você vê o cara que era gente boa pra caramba virando outra
coisa em pouco tempo. Faz mais ou menos um mês, um amigo meu, deputado federal, raro, um cara raro no Congresso Nacional, veio aqui tomar um café comigo. Queria abrir o coração, e de vez em quando ele vem abrir o coração. E nesse dia, ele veio muito triste. Eu falei: "O que que foi, meu amigo querido?" Aí ele falou: "Olha, nosso amigo fulano de tal, que sempre foi uma das pessoas que eu mais respeitei aqui no Congresso Nacional, já não é mais o mesmo." Não é possível! Eu amo tanto, conheço tanto, tenho tanto respeito por ele!
Como? Pois é, bastou dar a ele uma outra plataforma de projeção que eu, mesmo que estou com ele a minha vida inteira, já não me sinto mais reconhecido, e já não reconheço. Mas toma uma pedrinha para transformar em pão. Eu tenho alguns outros amigos aqui no Congresso Nacional que continuam mantendo, fazendo todo esforço possível para manter a integridade, que me dizem: "Olha, eu vejo um cara chegar a média de resistência; os melhores são dois anos." Quando o cara, na maioria das vezes, é candidato a um segundo mandato, na maioria das vezes — não são todos,
graças a Deus —, mas, na maioria das vezes, já não é o mesmo; é outro cara. Fazendo isso, vai querer encontrar o mesmo público para recolocá-lo no lugar, sem saber que já é outra pessoa. Se eles conhecessem quem é agora de verdade, não quereriam tê-lo nem de perto naquele lugar, porque ele está trabalhando pelo mal, disfarçadamente, fazendo isso em nome de Jesus ou em nome da ética, dos melhores princípios. Mas é tudo mentira, porque o cara não pode receber um poderzinho que ele transforma a pele em paz o tempo todo e recorrente. E aí vem
o diabo e oferece isso para você, para mim, tem forma de qualquer coisa, inclusive de um ministério de milagres. Olha, o povo é altamente condicionado; oferece algo para eles pegarem e diz que isso foi ungido no Monte Sinai, foi ungido no Monte Sião, no Monte das Oliveiras. O que foi o objeto da sua oração? 40 dias no monte. Manda fazer uns 20 mil e diz que custa R$ 1.000, a benção com a qual você inventou essa caneta. Para a pessoa, tudo que quiser de bom: escrever com essa caneta e o Senhor Deus vai ouvir. Aí
vai lá todo mundo, rouba até a patroa para dar uma oferta de mil reais, ir para casa, escrever cartas de pedidos miraculosos, e o cara bota milhões no bolso, e a fofa, mais o seu lugar no inferno. Transforma essas pedras em pães. Aí Jesus falou com o tentador. O tentador se aproximou e disse: "Se tu és o Filho de Deus, manda..." Manda, pedras, se tornem pães; manda dar uma ordem, declara, faz uma confissão positiva. A pedra é pedra, mas a tua confissão carrega a fé. Rema que vai fazer uma projeção de quarta dimensão e a
pedra vai ser trazida do estado petrificado e vai virar pão na tua mão, porque você recebeu esse poder da confissão. Manda, dá uma ordem, e as pedras vão se transformar em broas. Então, francês, em pão árabe, se você quiser, até em pizza. Manda! Se tu és o Filho de Deus, Jesus, porém, respondeu. E a resposta de Jesus eu vou dar a você amanhã. Amanhã nós vamos ver esse "porém". Porém, Jesus respondeu: "Porém, amanhã, todo mundo aqui nós vamos ver o verso 4 do capítulo, versos 4 e 5 do capítulo 4." Você vai estar aqui e
nós vamos ver. Não perca nada, que é para você não perder muito. E antes que você vá embora, bote seu dedinho aqui, deixe o seu like. Se você não é inscrito no canal, se inscreva, toque no sininho, convide os seus amigos e venham todos amanhã. Jesus é contigo, é só contigo que eu falo sempre. Eu nunca orei ao anjo Gabriel, nem a nenhum arcanjo, nem a nenhuma criatura elevada, nem a nenhum ser santificado. Eles vão passar e não vão ouvir minha oração, a eles eu só tenho oração a Ti, único mediador entre Deus e os
homens, Jesus Cristo, o homem ressuscitado diante dos mortos, assentado acima de toda potestade, principado e poder, diante de quem todo joelho se dobra e toda língua treme, dizendo que Tu és o Senhor, para glória de Deus, o Pai. Ouve a minha voz. Eu sei que Tu estás aqui, sei que Tu estás em mim, sei que eu sou vida, sei que em Ti eu sou um com o Pai e o Pai comigo, e nós somos um. Pai, que eu não aguardo a salvação, eu já estou assentado nos lugares celestiais em Cristo Jesus e tenho segurança absoluta
para viver, para morrer e para qualquer nível de existência. Em nome de Jesus, obrigado, porque Tu não me tens permitido deixar embutimentos para acoplagem satânica. Guardarei o meu coração com acoplamento só para os céus, só para a verdade, e com a vontade prazerosa de me submeter ao que vem da parte do Pai que está nos céus, para praticar essa palavra que só se transforma em verdade e vida quando ela é o nosso caminho, a nossa prática, a nossa insistência todo dia. Muito obrigado, Jesus, em Teu nome. Amém.