A indústria cultural na Dialética do esclarecimento, de Adorno e Horkheimer

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Filosofia Vermelha
O conceito de indústria cultural serviu para designar, inicialmente, o complexo industrial e comerci...
Video Transcript:
o Olá pessoal Neste vídeo de hoje nós vamos falar sobre a indústria cultural um conceito muito importante desenvolvido aqui nessa obra A dialética do esclarecimento por Adorno e horkheimer a gente quer esclarecer um pouco consegui também tirar algumas dúvidas algumas incompreensões muito comum por exemplo eu tenho aqui essa caixa com 85 CDs com a obra completa de Beethoven a gente pode dizer que Beethoven é indústria cultural porque foi produzido em série então vamos explicar um pouco conceito e compreender melhor o que é de fato a indústria cultural acompanhe [Música] [Aplausos] e aproveita já vai deixando
o seu like aí no vídeo e falou que você tá achando no microfone eu tô fazendo um teste hoje com microfone novo que eu comprei bem mais barato do que eu tava utilizando e vamos ver se resolve eu gravo numa sala grande aqui o outro embora seja microfone bom de 150 eu tava dando muito Eco por causa da sala né era um microfone Shotgun agora eu tô com esse de lapela aqui me fala aí que que vocês vão achar esse microfone novo Inicialmente vamos falar então um pouco do conceito de indústria cultural como que surgiu
o conceito servia para designar inicialmente todo um complexo industrial de produção e Distribuição de bens culturais nos Estados Unidos e na Europa no início do século 20 a indústria cultural não é propriamente os dispositivos eletrônicos como rádio televisão vídeo cassete blu-ray etc não é isso a indústria cultural ela pressupõe antes a apropriação desses dispositivos pela grande indústria o objetivo inicial da indústria cultural era além de lucrar é ótima oportunidade de hibisco esse negócio era também estabelecer padrões de comportamento nas grandes massas Lembrando que no início do século 20 o perigo de revoluções de trabalhadores revoluções
proletárias ainda era real então a indústria precisava de alguma forma fazer com que o comportamento das grandes massas fosse minimamente previsível o principal texto é que a dona em cocaína discutem o conceito de indústria cultural está aqui na dialética do esclarecimento em um artigo intitulado indústria cultural o esclarecimento como mistificação das massas é interessante aqui esse termo mistificação no alemão ele abertura que é um termo que no cotidiano é utilizado aqui na Alemanha para se referir a fraude EA enganação simplesmente né em português não sei por que optaram por não ter mais chique em mistificação
mas no cotidiano eu escuto esse termo aqui na Alemanha e simplesmente como enganação como fraude né passar a perna por exemplo no início do texto eles vão falar que aqueles que antes temiam né que o fim das em regiões ou então que o fim dos resíduos né das sociedades pré-capitalistas fossem desembocar num total caos na sociedade que eles são desmentidos diariamente porque hoje tudo é parecido é tudo é muito semelhante umas coisas com as outras eles falam que então que jornal rádio e revistas tudo isso forma um sistema os meios de difusão eles nem mais
tentam se vender como a nem há muito tempo na época de adorei já tinham percebido que eles já tinham já entregado escancarado já que eles eram na verdade nada mais que negócios que que lista é só que a indústria cultural não é a grande indústria que realmente manda no sistema é a indústria cultural ela é subordinada aos grandes monopólios capitalistas como os monopólios do aço é Petroquímico de eletricidade etc ou seja a indústria cultural ela é forte mas ela sabe a quem ela deve obedecer um Oi gente faz uma observação interessante é que eles falam
aqui na indústria cultural tudo é tão semelhante os seus produtos são todos tão parecidos que é como a indústria automobilística por exemplo os carros são extremamente semelhantes né o Adorno nessa época que ele já observava né que às vezes é tinha um carros de montadoras diferentes e que na verdade os carros eram muito parecidos né E às vezes os caras que são os entendedores de carro eles ficam observando algumas minúcias um detalhezinho saque e tal mas na verdade tudo é muito parecido Eles são muito iguais a diferença em mínima ele fala que esse fenômeno essa
tendência ela se manifesta também na indústria cultural todos os seus produtos são extremamente semelhantes entre si com desenvolvimento e o estabelecimento definitivo da indústria cultural tudo agora no mundo é visto através de suas lentes o Adorno enforcarem observam aqui que aquela experiência que antes os telespectadores tinham a gente quando saíram do cinema eles acham e as ruas eram como se fosse uma continuação do que eles tinham acabado de vivenciar dentro do cinema ele fala que essa experiência agora é geral né porque nos primórdios do cinema as pessoas tinham se experiência de assistir um filme e
quando elas saíram para Rua ela saiu se sentiam dentro do filme e eu adoro rouca não falo que agora essa experiência ela é generalizada né porque os produtos da indústria cultural elas são como um prolongamento da vida cotidiana e interessante a gente perceber que eles escreveram isso muitas décadas antes do surgimento de fenômenos como o Big Brother por exemplo é o que que é o Big Brother no final das contas se não uma mera reprodução da vida cotidiana coloca um monte de gente dentro de uma casa as pessoas que estão fazendo coisas absolutamente triviais coisas
que a gente mesmo fica fazendo em nossas casas quando a gente tá sozinha ou então quando a gente recebe alguma visita É a coisa com Big Brother pode ficar pior ainda para aqueles que são assinantes que consegue ter acesso às imagens bom pros por dia é porque pelo menos quando você vê só o resumo da coisa na Rede Globo eles tentam colocar ali algumas cenas mais interessantes O que aconteceu de mais extraordinário Agora imagina você ficar observando aqui no 24 horas por dia então a coisa pode ficar de Fato muito pior e é uma tendência
que o Adorno já tinha percebido que né Talvez ele não conseguir visualizar Eu talvez ficaria muito feliz de perceber como que ele conseguiu catar coisa em seu núcleo em sua essência e conta coisa se desenvolveu de fato para o que eles já estavam prevendo aqui uma outra característica da indústria cultural aqui a gente também pode a simplificar com programas tipo o Big Brother é a questão da heróis ação do Medíocre é uma pessoa extremamente Medíocre que não tem absolutamente nada de mais Acima da média da população acaba se tornando uma espécie de herói uma subcelebridade
por alguns meses unicamente por ter participado Daquele programa aí no contexto aqui da dialética do esclarecimento ele menciona que essas pessoas né a torce né as estrelas elas acabam depois indo fazer propaganda para a grande indústria exatamente o que acontece com as subcelebridades do Big Brother por exemplo inclusive eles fazem uma relação interessante que eles falam que a quando Sócrates afirma que o belo é útil né essa profecia de Sócrates ela ironicamente ela acabou se cumprindo na indústria cultural bom feitas essas considerações iniciais sobre a herança cultural vamos apresentar aqui... Três características que eu acho
que são importantes para definir o que é indústria cultural essas três características são o roubo a expropriação do esquematismo o fato de cada indivíduo ele tem um estilo dentro da indústria cultural e também o fetichismo da mercadoria na mercadoria em ponto bem cultural esse primeiro item a expropriação do esquematismo é uma referência que eles fazem a Kant então é claro né o assunto ele é muito amplo mudar para gente explicar o conceito aqui mas eu vou tentar resumir brevemente o que é isso que que a dor de vou ficar na querem dizer com expropriação do
esquematismo esquematismo na Crítica da Razão Pura de Kant é como se fosse o processo através do qual o conhecimento ele é gerado é como se fosse uma mediação entre aquilo que a gente recebe dos da percepção sensível menos os sentidos e aquilo que é operado pelo intelecto né na Crítica da Razão Pura Kant percebeu que aquilo que vem sentidos é de uma natureza completamente diferente do nosso intelecto né que atua sobre os dados recebidos pelo sentido para produzir o conhecimento Então cante fala que é necessário uma Instância intermediária que vai ato ali no meio que
consegue fazer o meio de campo entre as duas coisas é e esse meio de campo é feito pelo chamado esquematismo o esquematismo ele significa quando o indivíduo ele vai interpretar alguma coisa ele pelo menos tem um certo grau de autonomia ele consegue fazer esse processo através do seu os valores morais por exemplo é através dos seus próprios conceitos e isso para o que nos interessa aqui quer dizer que um indivíduo é o indivíduo iluminismo né que na verdade o cante ele tem Vista sempre esse tipo de indivíduo é um indivíduo autônomo que consegue fazer isso
através dos próprios conselhos né então quando a dor de vou ficar me falam que a indústria cultural a expropriar o esquematismo do indivíduo ela quer dizer né eles querem dizer que a indústria cultural ao mesmo tempo que ela dá a obra ela também o significado ou seja ela não deixa um devido à possibilidade a oportunidade de dar uma interpretação por conta própria das obras a indústria cultural como que oferece uma chave de leitura uma chave para decodificar as obras que ela entrega ou seja ela da obra e da também a interpretação só você tá vendo
esse filme aqui é assim você deve interpretar essa obra eu Adorno horkheimer eles falam inclusive seguinte eles falam que o esquematismo o meu serviço que é indústria cultural entrega ao indivíduo quanto ao segundo item que é o consumo de um estilo não é o fato de que cada um tem um estilo na indústria cultural Adorno hokage eles falam que na indústria cultural essa divisão por exemplo entre filmes do tipo ah e filmes do tipo B é uma divisão que na verdade não diz respeito propriamente as obras mas simplesmente aos indivíduos essa é uma forma de
catalogar rede classificar os indivíduos então eles fazem observação 15 aqui na indústria cultural tem um nicho específico para cada um é uma coisa tipo assim ar qual que é o seu estilo não tem para você seu estilo é esse nós temos uma coisa para você aqui a você acha que você é um cara tipo fora da Média né você acha que você é um cara tipo qo Claro tem um custo também e isso é interessante né porque o pessoal às vezes acha que vai assistir filme Cult que tá saindo a indústria cultural não oculte é
só mais um lembrou para a indústria cultural me dá um exemplo aqui imagina o cara ele vai numa loja aí vem um monte de filmes lá aí lhe ver um filme de um tal de Luis bunuel o Anjo Exterminador ele vê lá se eu me em preto e branco não conhece não sabe quem é fala assim Ah não isso aqui não parece interessante Não mas aí o cara olha para cima na prateleira e lá tá o rótulo Zinho assim filme Escute aí o cara decidi comprar o fim do que falar não eu não conheço mas
você é CUT Então deve ser para mim porque né Eu sou cumprir nem sabe quem é não interessa quem é Luis bunuel não interessa o tipo de filme que é mais porque é Cult ele se sente integrado nesse rótulo né ele se auto-denomina assim então ele vai consumir essa mercadoria ou seja até o nicho Cult é um lixo da indústria cultural Claro com isso não estou dizendo que o Luís Miguel o Anjo Exterminador essa obra especificamente desse diretor seja indústria cultural agora é a forma de apropriação a vida que acaba tornando esse objeto essa mercadoria
indústria cultural EA terceira característica que a gente citou que é o fetichismo da mercadoria nos bens culturais ao fato de que para os indivíduos segundo Adorno por Karina às vezes é mais importante ser visto indo ao teatro ou ao cinema do que propriamente passar pela experiência estética então muita gente gosta de fato comprar de pagar pelas pelos bens culturais nem forma de mercadoria e às vezes a questão não é nem tanto pela experiência estética é mas simplesmente para se mostrar aqui olha eu tô por dentro Eu consumo tal coisa é às vezes é mais interessante
se é visto indo ao cinema do que de fato está no cinema e apreciando o fio nem Às vezes o indivíduo paga o ingresso dorme lá dentro mas as pessoas viram que ele foi e depois ele pode mostrar o Canhoto do ingresso e mostrar que de fato ele estava lá é isso é muito mais importante né você ser visto parecer é mais importante a passar pela experiência estética e se sentindo né a gente pode também falar sobre o fato de que as vezes é mais importante por exemplo é você ter uma determinada obra por exemplo
você ter uma caixa de discutir Beethoven do que de fato ouviu Beethoven Então as pessoas compram e na verdade não vão ver mas é bonito tá lá em casa na estante né pode ser bem interessante isso Isso é uma seria uma espécie né de fetichismo da mercadoria ou seja o importante é você ter a coisa você consumir mas não tanto você passar pela experiência estética de ouvir um de touro Então aquela pergunta que eu fiz no início do vídeo né essa caixa aqui de Beethoven 85 CDs eu posso dizer que isso aqui é indústria cultural
eu posso dizer que Beethoven do seu cultural só porque foi gravado foi produzido em Série A sem vários CDs a mesma coisa essa aqui de moça e Não especificamente a questão da indústria cultural não diz respeito ao fato de esses discos serem produzidos em série né porque o nome Às vezes o termo indústria cultural pode passar essa ideia então como é que a gente pode definir indústria cultural é mais um sentido de ser uma lógica de produção e apropriação de bens culturais então guardem isso a indústria cultural é mais uma lógica de produção e apropriação
de bens culturais não obviamente O Beethoven na época que ele compôs as suas obras e no composto pensando em ser gravado em disco é a mesma coisa ou outra a gente não pode dizer que as obras deles são obras da indústria cultural são obras de arte na verdade e não é porque a gente grava isso no CD que isso automaticamente se torna indústria cultural agora isso pode se tornar a indústria cultural Dependendo da forma como o indivíduo vai se apropriar disso por exemplo se eu vou colocar a Beethoven como música de fundo encontra eu lavo
os pra e é isso aí já é uma coisa diferente é se eu não vou por exemplo colocar um disco de Beethoven e fica parado dedicando toda a minha atenção aqui eu estou ouvindo aqui a experiência estética de ouvir Beethoven é então eu posso transformar Beethoven indústria cultural pela forma como eu me apropriei mas a obra em si por estar aqui gravada em um CD não é por isso indústria cultural então foi esse aí o nosso vídeo de hoje deixa o seu like se ainda não deixou deixe seu comentário compartilhe esse vídeo com seus amigos
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