Formação do estado brasileiro - Parte 1

[Música] fala pessoal tudo bem aqui com vocês é o professor Rafael Carlos de sociologia da plataforma Gonçalves Dias e nessa vídeo aula de hoje a gente vai tratar do assunto a formação do estado brasileiro parte 1 essa aula tá dividida em duas partes então fica atento para você não perder nada desse conteúdo Ok essa aqui é só a primeira parte então para você poder organizar tudo direitinho no seu caderno eu vou logo te aconselhar copiar esses quatro tópicos que a gente vai trabalhar porque já fica tudo organizado e você não perde nada do conteúdo então

faz o seguinte Tu já tá caderno aí não já eu sei que sim pega logo aí caneta lápis marca texto tudo que tu precisar para poder anotar e deixar em destaque as principais informações e as dicas que eu vou te passar nesse conteúdo de hoje Combinado então vamos lá quatro tópicos no primeiro tópico para falar do estado brasileiro a gente vai tratar dos antecedentes históricos então aqui eu vou entrar um pouco aí na disciplina de História do Brasil para poder explicar para vocês um pouco melhor a maneira como se deu a formação do estado brasileiro

no segundo tópico a gente vai falar do período imperial no Brasil na época que o Brasil era o império foi o Império depois as contribuições do teórico Oliveira Viana e para fechar a aula as contribuições de Sérgio Buarque de Holanda vamos falar de dois pensadores brasileiros na aula de hoje vamos começar então com os antecedentes históricos E aí a gente volta lá para o início da colonização brasileira no período colonial entre 1.500 e 1822 Foi a época onde o Brasil esteve politicamente diretamente atrelada A coroa portuguesa quando o Brasil foi colônia de Portugal e esse

período da nossa história vocês sabem foi marcado pela exploração diferente dos Estados Unidos que foram Uma colônia de povoamento a nossa história no Brasil é uma história de um um país que começou sendo colônia de exploração de uma Metrópole europeia que era Portugal no âmbito econômico o período colonial brasileiro teve três grandes ciclos econômicos primeiro ciclo o ciclo da extração do pau-brasil que durou ali entre 1500 no início do descobrimento da colonização até 1532 é o primeiro ciclo econômico desse período chamado período colonial baseado no extrativismo vegetal né da madeira que era o pau-brasil inclusive

o nome do país vem exatamente dessa madeira pau-brasil e a partir de 1532 até o século XVIII nós temos o ciclo aliás Desculpa até o século 17 nós temos o ciclo da Câmara de Açúcar como predominante cana-de-açúcar porque o açúcar era uma um produto muito valorizado na Europa então o ciclo da cana-de-açúcar foi um ciclo também muito rentável pensando ali na nos portugueses que exploravam o nosso país e depois o ciclo ouro né nesse período colonial esses três ciclos marcam os ciclos econômicos entre o século 16 1500 até o século XIX 1822 ciclo do extrativismo

do pau-brasil cana-de-açúcar e o ciclo do Ouro no século 18 no início da mineração no Brasil Portugal no início não tinha interesse em construir no Brasil uma sociedade politicamente organizada por isso que o estado brasileiro demorou muito tempo a se consolidar porque Como Portugal explorava o Brasil nossa colonização foi de exploração não havia por parte da coroa portuguesa essa preocupação em fazer do Brasil uma sociedade que fosse politicamente organizada que tivesse um Estado Nacional por exemplo porque existia o atrelamento com a coroa portuguesa isso vai se dar somente a partir do século 19 essa formação

de um estado brasileiro de uma estrutura política no Brasil isso tem a ver com a vinda da família real Portuguesa que tu também nas aulas de História do Brasil já deve ter estudado a família real portuguesa veio para o Brasil em 1808 aportou lá no Rio de Janeiro estabeleceu ali Uma Corte que era corte do Rio de Janeiro lembre-se que nessa época o rio não era ainda Capital Federal o Brasil teve três capitais Salvador foi a primeira Rio de Janeiro e hoje em dia Brasília então nessa época aí em 1808 anterior a essa época Salvador

era capital só que como a corte a família real portuguesa estava no Rio de Janeiro a capital se tornou o Rio de Janeiro mudou de Capital de Salvador para o Rio por esse motivo e a vinda da família real estabelecimento da Coxa no rio foram Marcos cruciais importantes portanto do processo de independência do Brasil nessa época quando a família real esteve no Brasil vinda lá de Portugal o Brasil foi elevado seja ele saiu de uma categoria menor para uma maior em termos de país porque ele foi elevado a categoria de sede da monarquia Lusitana e

a capital do império colonial também né era o Reino Unido o Brasil se chamou o Reino Unido Reino Unido de Brasil Portugal e algarves esse era um nome oficial do Brasil nessa época certo então você tem ali o capital do império no Rio de Janeiro capitalá no Brasil e também o Brasil se tornou portanto a sede da monarquia Lusitana quando a gente fala Lusitana a gente está falando dos portugueses ok adiante para acomodar o governo monárquico português a corte portuguesa foi necessário Efetuar uma série de melhoramento de melhorias e bem feitorias no Rio de Janeiro

além da modernização das estruturas estatais de se preocupar de fato em transformar em fundar uma estrutura política um estado propriamente dito aqui no Brasil no transcurso dos 14 anos no decorrer dos 14 anos em que a monarquia Lusitana permaneceu sediada aqui no Brasil entre 1808 e 1822 a colônia Brasil passou por uma série de mudanças políticas e econômicas muito importantes muito significativas então Marco decisivo aí para essa modernização da política da economia brasileira foi a vinda da família real em 1808 que estava ali fugindo dos ataques de Napoleão Bonaparte na Europa e por isso se

refugiou no Brasil durante esse tempo durante esses 14 anos E aí começa o chamado período imperial brasileiro a partir de 1822 a família real retorna para Portugal só que Dom Pedro I resolve ficar a gente sabe que lá em Janeiro tem um dia chamado Dia do Fico né separou bem de todos e felicidade geral da Nação diga ao povo que eu fico no Brasil que eu fico Dia do Fico E logo depois ainda nesse mesmo ano nós temos o processo de emancipação política de independência política do Brasil em relação a Portugal 7 de setembro é

o dia da nossa Independência E aí começa o período imperial entre 1822 e 1889 que culmina com a Proclamação da República no dia 15 de novembro de 1889 após a independência do Brasil as classes dominantes as elites brasileiras tiveram que decidir qual o sistema político e qual forma de governo seria adotada no Brasil aí que surgiu essa preocupação Somente depois da Independência porque como eu te falei o Brasil Desde 1500 era uma colônia de Portugal Uma colônia de exploração existe portanto Nesse contexto momento de indefinição política não se sabia muito bem a forma de governo

Como iria funcionar a estrutura política e burocrática no país e isso marcou os primeiros anos da independência no Brasil essa incerteza né Essa indefinição política de como seria agora a o governo como seria ali a forma de conduzir Os destinos da Nação a partir de 1822 acreditava-se que a figura do Imperador Pedro I facilitaria a manutenção da unidade Nacional uma vez que atribui-se a ele inclusive o grito do Ipiranga Independência ou Morte o processo de tomada de decisão de tornar o Brasil Independente de Portugal né E foi adotada a forma de governo monárquica a monarquia

representativa é a primeira forma de governo aí do estado brasileiro já Independente com a figura de Pedro I ou Dom Pedro I como primeiro Imperador do Brasil o Imperador Pedro I acumula os cargos de chefe do estado e chefe do governo também ele ao mesmo tempo é as duas coisas chefe de estado chefe de governo porque o Brasil era uma monarquia Nesse contexto e ele escolhe os ministros entre os líderes dos dois partidos que existiam na época o partido liberal e o partido conservador então até a criação dos partidos políticos no Brasil também é fruto

dessa época desse contexto de Formação ainda muito seminal muito no início de um modelo de estado no Brasil que é esse estado monárquico Imperial o sistema monárquico se diferenciava pela existência de um quarto poder que era o poder moderador que dava ao Imperador a ascendência sobre os outros poderes constituídos nós temos o poder executivo que era o próprio Imperador o poder legislativo o conselho de estado que era como se fosse o judiciário naquela época e o poder moderador exercido também pelo próprio Imperador o Imperador exercia dois poderes o executivo e o poder moderador E aí

chega a primeira constituição já do Brasil independente que a primeira Constituição do Brasil de Fato né a Constituição de 1824 essa é a nossa primeira constituição e é nessa Carta Magna nessa constituição que nós temos as bases jurídico legais do estado brasileiro é lá que se apresenta a estrutura do estado brasileiro do período imperial a carta contém todos os direitos civis e políticos reconhecidos pelos Estados europeus então era muito parecido com o que era na França na Inglaterra por exemplo mas na prática esses direitos são desfigurados porque a sociedade brasileira é diferente da sociedade europeia

é uma sociedade extremamente hierarquizada né hierarquias sociais elas são muito bem definidas na sociedade brasileira do século XIX E aí nós temos a contribuição agora de dois pensadores desse contexto aí de formação do estado no Brasil são dois pensadores brasileiros o Oliveira Viana e o Sérgio Buarque de Holanda Ok então de acordo com tudo aquilo que eu já te falei antes da independência do Brasil do período colonial dos ciclos econômicos também é da formação do Império no Brasil né da preocupação com estabelecer as bases jurídico legais do estado brasileiro naquele contexto do século XIX então

Com todas essas informações a gente vai analisar as ideias de Oliveira Viana e também de Sérgio Buarque de Holanda dois importantes pensadores intelectuais brasileiros segundo Oliveira Viana Viana ia com dois m tá na hora de copiar no caderno Não esquece desse detalhe segundo Oliveira Viana o Brasil era formado por vários núcleos privados Independentes a gente não tinha no Brasil ainda nesse contexto uma ideia de país a ideia de uma coletividade né uma identidade nacional não existia no Brasil nós temos pequenos núcleos privados Independentes entre si que não se comunicavam na estrutura de um estado ou

país cada núcleo tinha a sua própria vida Econômica jurídica e moral é como se existisse ali o modelo quase que individualista ou sem menarque no Brasil no sentido de não haver mesmo uma consolidação de uma identidade nacional de uma identidade territorial e também de um modelo de estado consolidado politicamente desenvolveu-se nessa época nesses núcleos privados um individualismo anárquico quando eu falo para ti de anarquia nesse sentido aqui quer dizer ausência de governo o ausência de uma estrutura de estado como a gente está falando aqui sem identificação com a ordem pública não havia uma identificação desses

núcleos privados no Brasil com o estado brasileiro com a ordem pública estabelecida no país Então existe essa dificuldade no Brasil é um país muito grande inclusive o território brasileiro é um território continental Então até isso também era um ponto dificultador para a formação dessa estrutura política e dessa identidade política nacional no país esse cenário que a gente se torna pouco presente desde o começo da colonização impossibilitava na visão do Oliveira Viana a formação de uma sociedade moderna aqui no Brasil faltava para o Brasil essa característica de ter um estado estruturado juridicamente politicamente administrativamente e de

também não ter ainda uma identidade nacional dos brasileiros não se reconhecerem como iguais apesar de suas diferenças que é o que acontece hoje né Nós somos um povo multicultural multiético mas ao mesmo tempo o fato de ser brasileiro nos uniformiza nos torna parte de uma mesma identidade isso não existia ainda nesse contexto aí do século 19 é um processo demorado é um processo até lento de certa forma de construção de uma identidade nacional e também de uma estrutura política burocrática administrativa no país E aí destacando que para Oliveira Viana somente um estado forte e Centralizado

seria capaz de criar o sentimento de pertencimento público no Brasil e de encerrar os chamados vínculos privados e de por fim aquilo que ele considerou o individualismo anárquico presente na sociedade brasileira ali do século 19 certo então você tem a ideia de que é necessário segundo o Oliveira Viana criar um estado forte um estado centralizador para que isso se torne possível para que essa estrutura de estado de ordem pública se sobreponha sobre os núcleos privados Independentes que haviam no Brasil e esse mesmo raciocínio inclusive é um raciocínio que serviria depois para justificar o estado novo

na Era Vargas lá nos anos 30 e 40 a ideia de que o estado forte centralizador seria fundamental para criar esse vínculo de pertencimento à nação e também a sobreposição da ordem pública sobre os núcleos privados Independentes que haviam no país E aí a gente chega no nosso último Pensador da aula de hoje que é o Sérgio Buarque de Holanda esse sobrenome Buarque de Holanda é um sobrenome que para quem gosta de música é muito conhecido né porque tem um cantor Chico Buarque de Holanda e é exatamente o que você tá pensando eles são parentes

o sociólogo e Historiador Sérgio Buarque de Holanda é pai do cantor Chico Buarque de Holanda Sérgio Buarque de Holanda publicou uma das obras mais importantes que vestem sobre o país o Brasil o nome desse livro é Raízes do Brasil é um livro da primeira geração da sociologia brasileira publicado ainda nos anos 1930 Se não me engano em 1939 no final da década pelo Sérgio Buarque de Holanda na obra raiz do Brasil que é esse livro que eu estou me referindo para vocês Sérgio Buarque de Holanda explica que um dos traços do Brasileiro uma das características

que marcam o povo brasileiro é a propensão ou seja o brasileiro é muito propenso é uma característica muito comum do povo brasileiro sobrepor as relações familiares e pessoais as relações profissionais e públicas então nós temos uma sociedade onde as questões privadas familiares pessoais afetivas muitas vezes elas estão acima daquilo que deveria ser mais impessoal daquilo que deveria ser mais racional da preocupação com o interesse público né existe uma dificuldade do brasileiro comum entre separar aquilo que é público daquilo que é privado segundo o Sérgio Buarque de Holanda e essa dificuldade de dissociar de separar a

dimensão pública e privada causa prejuízos muito graves a sociedade brasileira porque a formação do estado brasileiro também tem a ver com esse personalismo com essa característica de misturar muito aquilo que é da relação familiar Ou afetiva com aquilo que é do interesse público certo o nepotismo por exemplo como prática no Brasil se dá por conta disso que que não é potismo professor eu vou te explicar é quando um candidato um prefeito um político ele ganha a eleição e nomeia vários familiares amigos parentes para cargos públicos então ele Tá misturando né a sua vida privada familiar

afetiva com um cargo público que ele exerce Então isso é uma coisa que acontece muito no Brasil segundo Sérgio Buarque de Holanda e isso gera dificuldades para nossa sociedade gerar fatores ali mas elas sociais de problemas sociais que são decorrentes dessa característica do estado brasileiro enfatiza-se uma característica marcante do modo de ser brasileiro que é a dificuldade que o brasileiro tem de cumprir os ritos sociais que são rigidamente formais e de separar com base numa racionalização desses espaços o público privado como eu falei para ti é uma dificuldade do povo brasileiro segundo Sérgio Buarque de

Holanda separar a esfera privada e a esfera pública né aquilo que é público daquilo que é privado O personalismo opa copia essa palavra que ela é importante o personalismo na política é a essência do homem cordial segundo Holanda pois ele prefere construir laços de amizade antes de fazer um negócio por exemplo igualmente as relações com o governo Só aconteceriam através desses vínculos de afeto de familiaridade de afetividade e beneficiariam aqueles que possuem os contatos certos diante diante da autoridade pública portanto rompe com o formalismo e a impessoalidade que deveria haver nas relações políticas no Brasil

e com isso a gente encerra mas uma aula de Sociologia a gente falou sobre a formação do estado brasileiro Lembrando que essa é só a primeira parte a gente ainda vai falar na segunda parte sobre o período Republicano no Brasil então fica sempre ligado na programação da gente aí para você não perder nenhuma aula tá ok e continue também assistindo os outros professores as outras disciplinas nos siga nas redes sociais@pataforma Gonçalves Dias e não esqueça de acessar também os vídeos na nossa plataforma educacional um abraço a todos e já deixa marcado aqui o encontro para

a próxima aula de sociologia tchau tchau