A criatividade é uma característica que todos nós temos, mas a gente acaba deixando ela um pouco de lado com o passar do tempo. Essa qualidade tá conectada com a infância, com o nosso eu mais autêntico, sem medo, sem arrependimentos, o nosso eu que só quer experimentar e brincar, mas com as inseguranças, responsabilidades, mágoas, ansiedades da vida adulta, a gente acaba perdendo esse espírito livre que a gente costumava ter. Eu lembro muito da época da escola, eh, que é um lugar onde a criatividade é muito explorada quando a gente é criança, né? E com o tempo,
quando a gente vai crescendo, chegando no fundamental dois, no ensino médio, toda essa carga criativa vai sendo perdida e substituída pelo vestibular. É uma padronização na educação que faz com que o seu diferencial seja deixado de lado. E essa fase da escola, né, do vestibular, Enem, esse caos, ele não dura para sempre, graças a Deus. Mas depois que você sai desse sistema e você realmente tem a oportunidade de explorar a sua essência, o seu diferencial, o seu talento, você percebe que você se desconectou com essa sua versão verdadeira que você tinha quando era criança. E
tem como a gente se reconectar com a nossa essência, mas levando conosco a nossa maturidade, novas experiências e novos interesses? [Música] Gente, eu queria muito fazer um vídeo mais reflexivo, dar uma viajada assim, sabe? Semana passada eu comecei a assistir uma série documentário lá do Netflix chamada Abstract e ela foi realmente o empurrão que eu precisava para começar a construir uma narrativa aqui pro vídeo. Esse documentário fala sobre design e a cada episódio eles entrevistam uma pessoa diferente, seja um fotógrafo, um designer de calçados, que mais? um ilustrador, arquiteto, designer de interiores e por aí
vai. E o que mais me chamou atenção eh dos episódios que eu assisti, porque eu não assisti todos, foi a história de origem dessas pessoas, como elas foram parar nas suas profissões que consequentemente as tornaram gênios dentro do seu nicho. Dois entrevistados se destacaram para mim em relação a essa história de origem e um deles é o Tinker Hatfield, que ele é o responsável pelo design do Air Jordan. e a designer de figurinos Ruth Carter, que ela simplesmente ganhou um Oscar eh de melhor figurino pelo trabalho que ela fez pro filme Pantera Negra. Os dois,
então, obviamente são gênios, né, nas suas áreas e os dois tiveram uma grande decepção no início da sua carreira que acabaram levando eles realmente a encontrar o seu propósito, digamos assim. O Tinker, ele sempre teve o sonho de ser um atleta de salto com vara. E na faculdade ele praticava o esporte, ele tava lá justamente por conta do esporte, que lá nos Estados Unidos tem muito essa cultura, né, de valorização do esporte, você conseguir bolsa através da sua habilidade esportiva e o sonho dele era ser atleta. Mas num dado momento ele teve uma lesão que
incapacitou ele de continuar praticando o esporte. e ele acabou tendo que focar na faculdade, mas mesmo assim ele manteve um relacionamento muito próximo com o treinador dele, que era sapateiro. E quando ele terminou o curso de arquitetura, ele foi trabalhar na Nike. E na Nike o diferencial do Tinker, além dele ter sido um atleta por um período da vida dele, né, ele também juntou esse conhecimento que ele adquiriu com o treinador dele, que era sapateiro, e fazia os alunos dele provarem os tênis que ele fazia, né? Então ele tinha muito esse conhecimento mesmo do que
que um atleta busca num calçado. Tanto que quando ele desenvolveu o Air Jordan com o Michael Jordan, foi na série eles contam, né, como foi uma uma sintonia, tem uma palavra para isso, uma sinergia, eu acho que essa é a palavra, entre os dois para criar algo que virou história, né? [Música] E a Ruth Carter foi também uma uma decepção que aconteceu com ela, que quando ela tava na faculdade também, ela tinha o sonho de ser atriz e tinha uma peça na faculdade dela que ela queria participar, só que ela não conseguiu o papel e
ela ficou super arrasada, mas o diretor chegou para ela e falou: "Olha, você quer cuidar dos figurinos?" E ela falou: "Meu, eu não faço ideia do que fazer com figurino, assim, eu quero ser atriz, eu gosto de de atuar, de mexer com roteiro, né, de ler, interpretar ali, tal". E ela falou que justamente pela sensibilidade que ela tinha de interpretar um roteiro e conseguir realmente entrar naquele universo, de entrar na mente dos personagens, ela conseguia desenvolver figurinos que conversassem perfeitamente com cada personagem e com a história em geral. e também fez história, assim como Tinger.
E foi isso que prevaleceu para mim. Esses contratempos, essas decepções, esse essa pedra no meio do caminho deles fez com que eles entrassem no caminho certo inesperadamente. Eles não foram vencidos pela decepção, pelo contrário, eles usaram ela como uma oportunidade, uma nova oportunidade. E às vezes a gente não entende porque certas coisas acontecem na nossa vida, né? E eu penso muito naquela frase super clichê, que era alguma coisa assim, eh, antes do arco-íris vem a tempestade, depois da chuva vem o arco-íris, enfim. E tudo isso que a gente falou agora sobre grandes decepções, eh, como
isso tem a ver com aquela sensação que a gente sente às vezes de tá perdido, que você para e pensa assim: "Meu, eu não sei o que que eu tô fazendo com a minha vida ou eu não sei o que que eu vou fazer com a minha vida". E também às vezes a gente tá com um olhar muito, sabe, assim, fechado para uma coisa só, um objetivo só. uma meta, um sonho. E se você abrir um pouco a visão periférica, você vai perceber que existem outras possibilidades, pessoas te dando conselhos que às vezes não é
o que você quer ouvir, mas são conselhos importantes, sabe? Isso aconteceu comigo quando eu eh tava prestando o vestibular. Eu não fazia ideia do que que eu queria fazer na faculdade, né? Eu não sabia que curso escolher. Eu fiquei o ano inteiro pensando, pensando, pensando. Finalmente decidi que eu queria fazer cinema e eu não passei no vestibular. Aí você fala: "Ah, tem o Enem, que Enem, que Enem? Eu nem sei que nota eu tirei no Enem, eu nem quis ver". E foi um momento de de desespero. Eu falei: "Meu, um plano que eu tinha traçado
na minha cabeça de passar neste vestibular foi por água baixo." Mas um dia me ligaram, a faculdade me ligou falando que eu poderia cursar a rádio TV. Aí eu fiquei assim, rádio e TV, pelo amor de Deus, ninguém mais escuta rádio, quem que assiste TV? Tipo assim, meu, nada a ver. E eu falei, meu, não, tipo, não é o que eu quero. E aí eu não vou contar a história inteira, mas muitas coisas aconteceram que me levaram a considerar o curso com o coração aberto mesmo, não como ah, é o que tem. E acabou que
eu amei o curso, tanto que tem algumas pessoas que me perguntam o que que eu fiz de faculdade e foi R TV. É isso. Essa visão periférica de às vezes não entender porque que alguma coisa não deu certo é para uma coisa melhor vir. Enquanto eu tava fazendo esse roteiro, eu tive toda essa reflexão e eu queria trazer para vocês, talvez, não sei, eh, inspirar vocês a terem essa reflexão com vocês mesmos. Eu não sei. Esse vídeo é uma viagem. Eu falei que ia ser uma viagem. E falando em viagem, a gente vai dar uma
viajada no tempo, como a gente sempre faz aqui. Mas não vai ser uma viajada na história, vai ser uma viajada no seu tempo. A gente vai voltar lá pra [Música] infância. Criança interior. Eu acho que mesmo que você nunca tenha feito terapia na vida, você já deve ter escutado esse termo em algum lugar. E eu aconselho que se você tem curiosidade em saber mais sobre esse conceito, que procure terapeutas ou vídeos de psicólogos falando sobre isso, porque eu não tenho nenhum tipo de qualificação para falar sobre. Mas pro vídeo de hoje, como a gente vai
explorar um pouquinho esse conceito, eu vou dar uma resumida sobre o significado. Basicamente, a criança interior é um conceito da psicologia que se refere às experiências e memórias da infância que influenciam a vida adulta. Beleza? E aqui no vídeo a gente vai focar em uma característica específica desse conceito, que é o impacto da nossa criança interior na nossa autenticidade e na nossa criatividade. E autenticidade é uma palavra que eu falo muito aqui no canal, né? Qual foi a última vez que você fez algo que você gostava de fazer quando era criança? Quando a gente é
criança, a gente rola na grama, dança na chuva, fica olhando pro céu, observando as nuvens ou as estrelas, pega nas plantas, toca na terra, passeia sem rumo, canta enquanto faz alguma coisa. Essa espontaneidade que a gente tem quando é criança faz parte da natureza humana. Infelizmente a gente vai perdendo essa espontaneidade com o passar do tempo, que é normal, mas é importante a gente tentar resgatar ela. E lembrem dessa palavra espontaneidade, porque eu vou falar mais sobre ela mais para frente no vídeo, beleza? De acordo com a Dra. Fenc, especialista em saúde mental para adolescentes,
brincar e expressar a criatividade são ferramentas potentes para aliviar o estress e processar as emoções, ajudando as pessoas a se sentirem mais presentes e conectadas a si mesmas, diz ela. No nível neurobiológico, brincar está associado à liberação de dopamina juntamente com uma redução no cortisol, essencialmente aumentando o prazer enquanto diminui o estress. Brincar também pode oferecer benefícios neurobiológicos de longo prazo ao longo do envelhecimento. A doutora observa que atividades criativas, físicas e sociais podem reduzir o risco de declínio cognitivo, apoiar a função motora, combater a solidão e podem até contribuir para a neurogênese, a geração
de novos neurônios. Ela também observa que aprender novas habilidades durante a vida adulta pode fornecer um desafio mental saudável para o cérebro, promovendo a plasticidade cerebral e, por sua vez, apoiando a saúde cognitiva geral. Não importa a nossa idade, brincar continua sendo essencial para o nosso bem-estar. Parques de trampolim, escape 60, bares e restaurantes temáticos, enfim, existem diversos lugares feitos para adultos se divertirem. Qualquer programação que causa aquela sensação de, nossa, tô me sentindo que nem uma criança agora. É uma boa programação. Começar a fazer uma coleção de alguma coisa, uma noite de jogos com
os amigos, comprar livros de colorir, enfim, qualquer uma dessas atividades são terapêuticas. Somos naturalmente capazes de experimentar alegria. Não precisamos nos ensinar como fazer isso. O que precisamos é nos dar permissão. É muito importante a gente tentar resgatar hobbies e atividades que você gostava de fazer quando criança ou traduzir para algo mais factível pra sua idade. Por exemplo, ah, eu gostava de brincar de massinha. Então, talvez hoje em dia você se interesse por cerâmica ou você, sei lá, gostava de natação, volta a fazer natação. Eu tava falando com uma amiga minha sobre esse assunto do
vídeo e ela comentou comigo que voltou a fazer a natação depois de anos, né, sem fazer. E ela falou que tá sendo muito terapêutico, muito bom para ela, porque era algo que ela amava fazer quando ela era criança. E mesmo que você volte a fazer essas atividades e não seja bom nisso, e daí? E daí? Juro, a gente tem essa mania de achar que tudo que a gente faz tem que ser produtivo, tem que ter um motivo, tem que ter um propósito, tem que est ligado à produtividade em geral. Meu, a gente tem que trabalhar
a nossa cabeça para fazer coisas por fazer. Só. É isso que um hobby é. É isso que uma brincadeira é fazer por fazer. E faz muito bem. A gente tem que estar aberto a atividades que permitam que a nossa criança interior brinque de novo e vamos nos permitir errar. Tá tudo bem errar? Tá tudo bem não ser bom. E além disso tudo que a gente falou agora a pouco, né, que as crianças têm de espontaneidade, de ser livre, sabe outras duas coisas que elas também têm que são muito boas, elas fazem melhor do que ninguém.
Viver no presente e não se importar com o que os outros falam. E isso, adivinha, também são coisas que a gente perde com o passar do tempo. Tem esses medos, ansiedades, pressões, responsabilidades, ansiedades, as nossas eu crianças conseguiam ser autenticamente verdadeiras, fazendo ju as essências que elas têm, que nós temos, e que com o passar do tempo a gente vai se desconectando dessa essência por conta de lugares, pessoas, experiências negativas e se perder faz parte, mas o essencial é você se reencontrar. Então, como que a gente pode se reconectar com essa nossa essência que muitas
vezes inconscientemente a gente deixa de lado e reprime para nos adequar em algum propósito? Você reprimiu suas melhores partes porque assumiu essas outras identidades e esses personagens num esforço para tornar sua vida melhor. Porque todos nós aceitamos algumas coisas, como o que devemos fazer e quem devemos ser. E se você silenciar isso? Eu encontrei minha essência fazendo três perguntas. Quem eu sou em minha essência? Como as pessoas me vem? Como eu gostaria que me vissem? Porque é uma reflexão muito dura de se fazer, porque a gente pode se deparar com decepções, quebra de expectativa, né?
Mas eu acho que isso só vai servir como combustível pra gente ir atrás da nossa verdadeira essência. Eu queria citar algumas partes de um vídeo do YouTube que eu assisti chamado Descobrindo a verdade sobre Ser autêntico, que eu achei muito interessantes. Quando vemos alguém e pensamos: "Nossa, ele é muito carismático, tem algo sobre ele que é tão atraente. O que é que nos tenta a ser como ele?" Temos a sensação de que ele está tão confortável em sua própria pele que ele se moveu além de se importar com o que você pensa sobre ele. E
há algo muito atraente. Pessoas que são assim, que atingiram esse nível de autoconsciência, autoaceitação e autoconfiança, que queremos raspar um pouco dessa poeira mágica deles para que possamos inalá-la e nos tornarmos mais receptivos a nós mesmos. Faça uma lista de quem você pensa que é. E algumas pistas foram plantadas há muito tempo, quando você tinha 5 anos. Resgate seus hobbies, seu jeito. Se você se lembra de quem você é, você pode explorar. Isso. É um lugar muito poderoso para ressurgir, se alinhar e se reconectar com o seu verdadeiro eu. Uma coisa que eu gostava muito
de fazer quando era criança era colagem. E desde o ano retrasado, se eu não me engano, eu voltei a fazer colagem, seja sozinha, com amigas. E eu me sinto muito bem fazendo as colagens. é realmente um exercício terapêutico para mim e além disso eu exercito a minha criatividade, que é justamente o nosso próximo assunto. Eu assisti uma série na Netflix chamada Explicando a Mente. E é uma série que a cada episódio eles exploram uma sessão do cérebro, digamos assim, a personalidade, sonhos, ansiedade. E um dos episódios eles falam justamente sobre criatividade. E eles começam o
episódio com a seguinte frase: "Há 40.000 anos, no meio do continente europeu, alguém pegou uma presa de mamute e fez algo extraordinário." A maioria dos artistas da época retratava o que via no mundo real, mas nosso escultor antigo esculpiu outra coisa. uma das criaturas imaginárias mais antigas que já encontramos, o corpo de um humano com cabeça de leão. Provavelmente não foi a primeira mistura e definitivamente não foi a última. E essa escultura revolucionária paraa época, né, que apresentava um corpo de um humano com cabeça de leão, eh, me levou para uma viagem muito louca assim,
eh, em relação à originalidade. Uma coisa que me veio à mente muito aleatória é o hambúrguer. O hambúrguer, espera, segue, segue a minha linha de raciocíno. O hambúrguer é uma coisa muito óbvia. Ele já faz parte do nosso dia a dia, é a coisa mais normal do mundo, assim, não tem nada de especial sobre um hambúrguer, né? Mas meu, para e pensa, alguém teve a ideia de colocar um pão nesse formato com uma carne desse jeito e um pão embaixo? É legal, tipo, é uma ideia boa e se você colocar queijo e outras coisas dentro,
fica melhor ainda. Tipo, alguém teve essa ideia que revolucionou a gastronomia? Não é muito louco pensar isso ou eu tô viajando na maionese? Hambúrguer, perdão. Eu sempre tive um pouco esse questionamento do do que o que que é original. A coisa mais banal do mundo é uma ideia original e é a mistura de coisas óbvias que criam algo completamente revolucionário. Viajamos. Mas é assim, eu amo ficar pensando nessas coisas porque a gente tem a tendência de banalizar tudo, né? De sei lá, não dá importância para essas coisas que são sim coisas banais, mas é tão
legal pensar que na verdade elas não são, tá? Aí olhando assim a sua volta, tem tantas coisas incríveis que já foram criadas, tipo a câmera fotográfica. E eu eu me pego pensando assim, cara, a tecnologia avançou tanto, a gente tá tão avançado em tecnologicamente falando que como que a gente cria algo original, como que a gente busca inspiração para aguçar e exercitar a nossa criatividade? Eu li um artigo no medium que falava que a originalidade na verdade não existe. No texto ele faz uma reflexão com ele mesmo se perguntando: "Eu sou original?" Porque o autor
do texto ele escreve artigos pro Medium, né? que é uma plataforma muito legal, aliás, e ele escreve artigos sobre o mesmo assunto que outros milhares de escritores escrevem, assim como acho que todos os criadores de conteúdo, né, que falam sobre o mesmo assunto, mas e aí o que que eles trazem de diferencial? E ele chegou à conclusão de que o seu diferencial são as suas histórias e as suas experiências pessoais e consequentemente a sua vulnerabilidade para querer contar isso nos seus projetos. É como a gente falou no começo do vídeo, né, que eu dei os
exemplos do Tinker, da Ruth. Seja uma experiência assim minúscula que você teve quando criança, adolescente, adulto, não importa. Ela traz autenticidade pra sua vida. A sua história é só sua. Ninguém e nenhum universo, planeta, galáxia viveu, vive ou vai viver a mesma vida que você. Isso é um fato e esse é o seu diferencial. E a vulnerabilidade é uma qualidade que muitas poucas pessoas têm, porque para você ter isso, você precisa ter coragem e tá aberto a compartilhar essas experiências com outras pessoas na sua vontade. Lógico, cada pessoa observa ou percebe as coisas, o mundo
a si mesma de uma maneira diferente. Foi uma frase que eu li, que eu achei legal, porque é exatamente isso. Se você der uma câmera para cinco pessoas diferentes e pedir pr elas tirarem foto da mesmíssima coisa, cada uma vai tirar uma foto de um jeito. Cada uma vai ter um ângulo, um ponto de vista, um efeito, um zoom, enfim, vão ser fotos completamente diferentes. E isso que é o legal, cada um tem seu ponto de vista único, tá? E como é que funciona esse processo criativo no nosso cérebro? Nem todo pensamento lógico está no
hemisfério esquerdo e nem todo criativo está no hemisfério direito. Isso é um mito. Na verdade, a criatividade surge quando regiões variadas se comunicam, em especial duas redes importantes. Uma delas é chamada de rede de modo padrão, que tende a ser ativa quando estamos concentrados internamente e libertamos nossas mentes, como quando estamos sonhando acordados. E é aí que você tem ideias criativas e interessantes. Mas ao começar a focar em uma tarefa, ao direcionar o pensamento, você ativa outra rede do cérebro chamada de rede de controle executivo. É isso que avalia o que você está criando. Então,
precisamos da primeira rede para fazer novas conexões espontâneas e da segunda para julgar quais ideias são boas. No cérebro das pessoas altamente criativas, as duas redes estão mais conectadas, elas conversam mais entre si. Tudo que a gente faz, experimenta, aprende, escuta, vê, assiste, enfim, tudo isso que a gente vive pode ser uma fonte de inspiração. A gente só tem que treinar o nosso olhar para ser observador, de est imerso ali no momento, refletir, se conhecer. E é um processo muito difícil e eu acho que dura a vida inteira. Eu acho não. Com certeza dura a
vida inteira, porque a cada dia a gente aprende algo novo, né? Sempre que cérebros colidem, há potencial para faíscas criativas. Então, vamos pro nosso próximo [Música] assunto. Qual que foi a última vez que você conversou com um desconhecido? Sabe aquela pessoa que vem e fala que gostou do seu sapato ou que adora o livro que você tá lendo ou que falou a famosa frase: "Nossa, o tempo tá doido, né?" É óbvio que você não vai interagir com uma pessoa que aciona o seu alarme de sobrevivência na sua cabeça, porque segurança em primeiro lugar. Mas eu
não tô falando desse tipo de pessoa, eu tô falando das pessoas que estão abertas a conversar, que querem bater um papo ali, sabe? Mesmo que dure um minuto, mas que estão abertas a ter uma interação com você. seja um taxista, uma pessoa que tá sentada no seu lado no transporte ou no avião ou que tá no elevador com você, que seja. Eu acho que todo mundo já teve alguma interação com essas pessoas e saiu daquele momento pensando: "Nossa, que cara da hora". Ou nossa, que conversa bacana. Falando sobre isso, eu lembro de muitas pessoas que
cruzaram o meu caminho, que alegraram meu dia, que me inspiraram, que contaram histórias emocionantes, que me ajudaram em momentos de desespero. Tem muitas, tá? Tem muitos anjos espalhados no mundo e a gente nem faz ideia. E também tem aquelas pessoas que te fazem se arrepender profundamente de ter aberto a boca para começo de conversa, porque ou elas não param de falar, ou elas são pessoas realmente desagradáveis e você tem que ficar ali naquela coisa, não é que eu tenho que ir, não é, não é que eu tô atrasado para um compromisso. Mas eu acho que
essas são as melhores histórias, assim, essas ciladas são incríveis de você contar para outras pessoas. Muitas pessoas temem falar com estranhos, mas quando o fazem tendem a sair se sentindo bem, mais felizes, menos solitárias, mais otimistas, mais empáticas e com um senso mais forte de pertencimento à suas comunidades. Vários especialistas, assim como membros do público que falam com estranhos, me disseram que fazer isso, na verdade, os faz se sentir mais seguros, fornecendo uma afirmação pronta de que as pessoas ao redor deles são bem intencionadas. Interagir com estranhos, mesmo de passagem, pode nos ajudar a construir
ou reconstruir redes sociais, nos reconectar com nossas comunidades e reforçar a confiança nas pessoas ao nosso redor. É muito louco pensar que cada pessoa que cruza o seu caminho, seja um pedestre ou a pessoa que entrou com você junto no elevador, são protagonistas das próprias vidas. Eu sei que é uma constatação óbvia, mas eu acredito que a maioria das pessoas tem uma sensação de que essas pessoas são tipo figurantes da sua vida, porque elas realmente são, né? São pessoas que cruzam o nosso olhar e que fazem parte da nossa vida, né? figurantes da nossa vida
que é um belo de um filme, mas lembrar que cada figurante da sua vida é o próprio protagonista das suas próprias vidas não é uma coisa um pouco bizarra de se pensar? E eu acho que quando a gente lembra desse detalhe tão óbvio, vem um senso também de empatia, de saber que um figurante da sua vida é uma pessoa também que tem a sua própria história, seus próprios sentimentos, às vezes tá tendo um dia péssimo, né? Então é legal lembrar disso, é legal e importante acima de tudo, né? É claro que pessoas tímidas ou pessoas
que têm fobia social vão ter muita dificuldade de fazer esse tipo de exercício, de conversar com pessoas desconhecidas, né? E eu acho que teria o efeito contrário, né? De ser o que era para ser algo bom vai ser algo talvez que gere muita ansiedade e não tem problema nenhum. O importante, acredito eu, é a gente tá presente no momento, da gente tá imerso no presente, qualquer que seja o lugar que você esteja ou qualquer que seja coisa que você tá fazendo, atividade, enfim, que você esteja presente ali, sabe, de corpo, alma e mente. Mas eu
acredito que esse hábito ele foi sendo perdido por conta do celular. Eu li uma frase que eu acho que é perfeita para essa discussão. O celular é um desconector da comunicação e uma das razões pelas quais a conversa cotidiana se tornou uma forma de arte em extinção. Você tá no metrô, no trem, no ônibus, num restaurante, na sala de espera de um consultório médico, a maioria das pessoas estão no celular. Eu entendo que às vezes aquele momento é o único momento que você tem para resolver algum bo, alguma pendência, alguma responsabilidade, né? E isso não
tem problema nenhum. Quando a gente viu, a gente já tava imerso nessa realidade de produzir a todo momento mil responsabilidades, preocupações, ansiedades, rotina louca. E assim, o celular é a melhor, mais prática e mais rápida forma de escapismo dessa realidade louca e extremamente cansativa. Mas fala a verdade, quando você tem um tempo livre no seu dia, que é o seu momento de descanso, e você escolhe ficar vendo reals no Instagram ou scrollando no TikTok por horas, você se sente bem fazendo isso? Porque eu particularmente me sinto um lixo. Eu voltei a ler livros ano passado
e foi assim a melhor coisa que eu fiz. E isso acabou se tornando um hábito muito saudável, né? Uma forma de escapismo muito saudável, seja leitura, seja escrita. Então, tem pessoas que gostam muito de escrever e eu vejo muito no nas redes sociais pessoas dando dicas de como a ter esse hábito eh de escrever num diário. Eu acho isso muito legal. Eu queria começar a fazer isso um dia. Então, por que quando a gente não tá nesse momento de leitura, escrita, enfim, a gente não pratica esse momento de imersão e de observação? Se você tá
no restaurante esperando a comida, por que não olhar pro ambiente, o que tá rolando fora do restaurante, as pessoas que passam, os sons que você escuta, as conversas das mesas do lado? Esse momento de observação é muito difícil de fazer porque requer paciência, concentração e muitas vezes é um exercício muito inediante. E com a tecnologia nas palmas das nossas mãos, é muito difícil você se forçar ou estar aberto a estar entediado, porque ted acostumado a sentir e isso é péssimo. O celular eu sinto que ele basicamente bloqueia o cérebro nas redes sociais, principalmente. Parece que
seus pensamentos, suas ideias, nada passa na sua cabeça. É como se o cérebro desligasse. Já quando você encontra outra forma de escapismo saudável, como a gente falou, a leitura, a escrita, ou até a caminhada, né, você ainda tá dando um tempo, né, um intervalo na sua vida, mas de uma forma que ao invés de bloquear o seu cérebro, essas atividades estimulam o cérebro, porque são atividades muito saudáveis. Voltando a falar sobre o momento presente, né, esse momento de imersão e observação, me veio à cabeça um exemplo que pode ser muito estúpido, mas que para mim
fez muito sentido. O Isaac Newton, lembra o cara que, né, tava lá abaixo da árvore, viu a maçã caí, ficou olhando a maçã caí, observou, refletiu e pensou: "Por que que a maçã cai?" E aí o cara simplesmente desenvolveu e formulou a lei da gravidade. Imagina se ele tivesse no celular com o cérebro ali desligado completamente, sem nenhum tipo de pensamento fluindo, ele visse a maçã cair. Primeiro que talvez ele nem visse para começo de conversa, talvez ele nem percebesse que a maçã tinha caído ali. E se ele tivesse visto mesmo, ele provavelmente teria olhado,
tá? E continuado a mexer no celular. Não teria, né? tomado um tempo para refletir sobre aquele acontecimento e ele não teria formulado uma das leis mais importantes da física. Quando a gente tá presente no momento, até as coisas mais banais são fontes de inspiração e estimulam a nossa criatividade. Bom, a gente falou sobre conversar com desconhecidos, né, agora a pouco, e eu mencionei mais de uma vez a palavra empatia e eu queria falar sobre ela agora. Conversar com alguém exige justamente você ser empático, né? E quando eu penso nessa dinâmica da conversa, principalmente com alguém
que você não conhece, a primeira coisa que me vê à cabeça é a escuta ativa. Eu peguei duas citações bacanas que falam sobre esse ponto que eu queria ler para vocês. Mal entendidos e falhas de comunicação podem atrapalhar as conexões. Habilidades de comunicação eficazes, incluindo escutativa e empatia, são essenciais para construir relacionamentos. Você é um bom ouvinte? Provavelmente não. Desculpe. A maioria de nós escuta para responder, não para entender. Nós preferimos conversar. Quando estou falando, estou no controle. Não preciso ouvir nada que não me interesse. Essas duas frases, que são de fontes diferentes, fizeram um
clique na minha cabeça e eu automaticamente pensei nas redes sociais, porque as interações que a gente tem lá são muito egoístas. Na internet a gente vê o vídeo de alguém falando sobre qualquer coisa e a gente tem a liberdade de comentar, né, muitas vezes anonimamente coisas muito negativas, né, xingamentos, comentários desrespeitosos, maldosos, porque a gente sabe que mesmo que a pessoa responda, você não tá cara a cara com ela, né? Você não tem que ter medo de algum confronto ali, seja físico ou verbal. É como aquela coisa, falei e saí andando. É, é isso. Você
não tem medo desse confronto. Mas mais do que isso, você não tá vendo o rosto da pessoa, você não enxerga um ser humano, a expressão dela, você não vê nada disso. Você só vê uma tela. E a gente muitas vezes esquece que por trás da tela tem um ser humano ali com sentimentos e uma vida. justamente por conta desse comportamento egoísta e egocêntrico, esse questionamento me veio, a gente sabe ouvir? E assim, de acordo com as citações que a gente leu aqui, eu acho que a resposta é não. Quando alguém decide compartilhar seus interesses e
medos mais profundos, faça duas coisas. Mantenha seu telefone longe e ouça. Leve o seu tempo para ouvir, para entender. Não vire a conversa e tente fazer seus problemas e experiências pessoais parecerem mais sérios. Deixeos saber que você está realmente interessado no que eles têm a dizer. A vulnerabilidade e a abertura a ter conversas com desconhecidos andam de mãos dadas com a empatia. Mas a gente não pode esquecer outro ponto muito importante dentro dessa reflexão toda que a gente tá fazendo aqui. A autenticidade. Ser autêntico ao se conectar com outras pessoas é uma das coisas mais
sensuais que você pode fazer. E eu concordo 100%. Eu acredito que a sua essência é a característica mais atraente que você tem. Ponto. E não fica pensando demais o famoso overthinking, né, que a gente escuta tanto por aí. Aquele momento que você tem a interação com alguém, você vai embora e pensa: "Nossa, e aquela hora que eu falei aquilo lá? que vergonha, meu". Eu faço isso às vezes. Às vezes eu me pego analisando toda a interação para ver se eu não passei nenhum vexame ali. Mas me fala qual que foi a última vez que você
ficou pensando isso? sobre outra pessoa. Todo mundo tá pensando na própria ação, na própria fala. Ninguém tá tendo espaço na mente para se preocupar com o que o outro falou e talvez um possível vechame que a pessoa passou. Então é real é que ninguém liga. E se alguém realmente liga é porque não tem nada melhor para fazer com o tempo livre. Me desculpa. Somos todos vulneráveis para caramba por baixo de tudo isso e essa é a semelhança universal que compartilhamos. Conversar com desconhecidos não é uma tarefa fácil, porque exige estar aberto a ter uma conversa
muito mais difícil do que uma com seus amigos, que são pessoas previsíveis para você e você conhece como a palma da sua mão. Muitas vezes a conversa com o estranho é desconfortável porque existem infinitas possibilidades de como essa conversa pode seguir. Praticamente um exercício, exige esforço, paciência, empatia. é uma interação muito imprevisível, que é uma coisa que a gente não tá mais acostumado a sentir, né? A imprevisibilidade, porque hoje em dia a gente tem dado para tudo. Eu li um artigo chamado se você quer ser criativo, não pode ter certeza. E um trecho dele fala
justamente sobre como a incerteza é o nosso melhor aliado quando a gente fala sobre originalidade. A incerteza abre portas para infinitas possibilidades. Ela permite que você questione suposições, reformule problemas e pense de maneiras que os outros possam ignorar. A incerteza força você a confiar na intuição e na imaginação, levando a novas perspectivas e ideias originais. Da próxima vez que você hesitar e iniciar um projeto porque não sabe como ele vai sair, lembre-se, criatividade não é sobre certeza, é sobre exploração, é sobre ousar dar o primeiro passo, mesmo quando o destino não está claro. E o
mais importante, trata-se de confiar que a jornada, por mais incerta que seja, o levará a um lugar extraordinário. Eu acho que essa citação resume tudo que a gente falou até agora, né? aquilo que eu falei lá do começo da pedra no meio do caminho, de decepções que podem surgir, né, na sua trajetória, na sua vida, que faz você repensar decisões, metas, sonhos e também sobre as conversas com estranhos, né, que são totalmente imprevisíveis, com pessoas que você não faz ideia de quais são os valores, as histórias, os interesses dela, né? E isso faz com que
um mundo novo, incrível seja apresentado a você, porque é uma incerteza. E a incerteza traz ideias originais. Muito legal, né? Mas esse caos de previsibilidade que a gente vive dentro dele, existe espaço para espontaneidade? Lembra que eu falei que a gente ia voltar nela, né? Chegou o [Música] momento. Ele um artigo chamado como a tecnologia está matando a espontaneidade. E o autor ele começa dando um exemplo bem interessante. Ele cria um cenário hipotético no texto. Então ele começa falando: "Eu tô afim de jogar tênis, né? Hoje é final de semana. Tô afim de jogar um
tênis com amigo. Vou lá na casa dele e perguntar se ele quer jogar". Aí ele pensa, não, mas sei lá, bater na porta dele, vai que ele acha que eu tô, sei lá, invadindo a privacidade, não sei, depende do amigo também, né? Não. E também ele mora longe, né? Pegar transporte ou pegar o carro para ir até lá e ter a chance de receber um não, não sei se vale a pena. Bom, então vou ligar, né? Mais fácil. mas tem gente que odeia quando liga, né? Que não gosta de falar por ligação, ficar desconfortável. Tá,
então vou mandar mensagem. Ah, mas aí existe duas possibilidades. A pessoa responde na hora ou ela responde daqui dias, semanas ou nunca responde. No melhor dos casos, ela responde e aí ela fala: "Puta, hoje não vai dar, meu, já tenho compromisso hoje, tô aqui fazendo sei lá o quê, mas vamos marcar. Vamos marcar um dia, vamos deixar marcado." Aí existem outros dois cenários. Ou a pessoa fala: "Vamos marcar" e vocês nunca marcam, que é o que geralmente acontece, ou vocês marcam. O que era para ser um plano espontâneo no seu dia acaba se tornando mais
um compromisso no seu calendário. E no texto, o autor ele escreveu uma frase que se destacou para mim: "Ou sentimentos e emoções e uma voz é demais para lidar para muitos". E nesse contexto ele tava falando sobre a ligação, né, de que para muitas pessoas essa vulnerabilidade que a gente escuta na voz da pessoa quando a gente tá em ligação é desconfortável. E isso tem muito a ver com tudo que a gente falou sobre empatia escutativa de você não só falar: "Ai, sei, não, top, não é nossa, que merda". Tudo bem você falar isso, eu
falo isso toda hora. Mas em certos momentos você precisa entender, compreender, internalizar o que a pessoa falou e retornar, né? Retribuir e devolver com uma resposta digna, né? Então, enfim, é legal ver como, né? Tá tudo entrelaçado, né? a espontaneidade, a vulnerabilidade, a empatia escutativa, né? Ligar por natureza é uma forma mais espontânea de comunicação e o equivalente moderno mais próximo de bater na porta de alguém. é rico em informações, permitindo que você sinta as emoções da outra pessoa e exige uma resposta instantânea. É rico em informações, permitindo que você sinta as emoções da outra
pessoa e exige uma resposta instantânea. E essa instantaneidade também é algo que pega muitas pessoas, né, de você não tem tempo de, ah, mensagem aqui, não sei o que responder. Ah, eu vou ignorar, depois eu vejo o que que eu respondo. Tem tempo para pensar na ligação? Não tem tempo para pensar. Você desenrola ali na hora. Mas o autor do texto, ele deixa muito claro que o planejamento também é tão importante quanto a espontaneidade. Ao reconhecer o valor da espontaneidade, é importante não desistir completamente do planejamento. O planejamento nos permite conectar com aqueles que vivem
longe e nos permite assumir o controle do tempo melhor do que nunca. No entanto, equilibrá-lo com tempo, que é realmente tempo livre, tempo sem planos, dá à mente espaço para expressão e criatividade. Olha aí, tudo se conectando novamente. Eu amo quando isso acontece, meu. A gente só tem que achar um equilíbrio entre os dois, o planejamento adulto responsável e a espontaneidade infantil despreocupada, porque eles podem coexistir de uma forma muito saudável, né? Vamos entrelaçar os assuntos. [Música] Eu vi um TikTok de uma menina que ela tava contando que um dia ela queria montar um look,
né, um visual, uma roupa, eh, que fosse autêntico, que fosse ela, sabe, que realmente representasse ela como pessoa, mas ela não estava conseguindo criar algo que fosse autenticamente ela. Então ela resolveu olhar fotos de quando ela era criança e tentar identificar um padrão estilístico ali nas fotos, né? E ela achou. A cor amarela. Ela tava presente em praticamente todas as fotos que ela viu. Seja uma bolsa, um sapato, uma presilha de cabelo amarelo, sempre estava com ela. Então ela foi lá no seu armário, já tava com a roupa, né, ali casual, minimalista, digamos assim, simples.
E ela foi lá e pegou um lenço amarelo para complementar o look. E para quem olha de fora, é a roupa mais normal do mundo. É só uma roupa simples com um toque de cor ali. Mas para ela é muito mais do que isso. É um pedacinho da sua essência, da sua criança interior junto com ela. Eu não salvei esse TikTok e mesmo procurando por horas pedindo ajuda pro chat GPT para achar esse TikTok, eu não achei. Mas ele ficou muito na minha cabeça, tanto que ele também foi uma das inspirações para fazer esse vídeo.
E eu quis fazer esse experimento que ela fez comigo. Então lá fui eu olhar álbum de quando era criança, ver várias fotos e eu fiquei assim horas vendo isso. Mas eu achei um padrão estilístico. Eu descobri que listras coloridas eram a minha praia. E assim, eu não sei se vocês repararam na minha roupa, mas e eu até fui no meu Pinterest para ver se algum pin que eu tinha salvo tinha essas listras coloridas e tinha. E eu tenho esta calça aqui que, como vocês podem ver, é listrada colorida, que eu tenho há anos, mas eu
nunca usei e eu simplesmente não consigo me desfazer dessa calça, porque geralmente o que eu não uso, né, eu comprei algo e realmente eu nunca usei, eu me desfaço, eu vendo, eu dou, só que eu não consigo me desfazer dessa calça, eu tenho um apego muito grande a ela e eu nunca entendi porquê. Só que depois que eu fiz esse exercício, tudo fez sentido. E eu tenho certeza que se eu fosse criança, eu teria falado que essa calça é bonita. Se eu tivesse numa loja e visse essa calça, eu ia falar: "Eu amei essa calça".
Eu tenho certeza. A infância é um período chave no nosso desenvolvimento como pessoas e principalmente como adultos. Tanto que é justamente quando a gente cresce que a gente começa a perceber realmente o impacto que a nossa infância tem na nossa vida adulta e no nosso desenvolvimento pessoal. E eu queria enfatizar aqui que muitas pessoas tiveram infâncias extremamente difíceis e traumáticas. E eu não quero de forma alguma generalizar esse processo de autoconhecimento e de volta ao passado, né, de olhar fotos e realmente fazer essa viagem no tempo, porque eu sei que para cada pessoa vai ser
um processo diferente. E eu acho que é muito importante a gente se dar a liberdade de fazer e ser o que a gente sempre quis quando crianças, mas que para algumas pessoas não foi possível. Então, aproveitar que hoje você cresceu, você já é adulto, talvez você seja independente já, né, para ir atrás realmente de dar um cheque na lista de coisas que você queria fazer, de atividades, sonhos ou até a sua própria pessoa, né, do seu próprio ser, de se tornar quem você sempre sonhou quando era criança e não pôde. E eu acredito que essa
reconexão seja muito importante em ser feita e principalmente com acompanhamento terapêutico e com muito respeito ao seu próprio tempo e as suas próprias emoções, porque é o que eu falei, cada um tem uma vida e cada um tem uma história. Nesse vídeo eu só quis fazer uma viagem junto com vocês, refletir sobre tantas coisas que estão interligadas e que são tão importantes. Eu vejo tantos vídeos na internet de pais sendo presenteados por filhos com brinquedos que eles sempre sonharam em ter quando crianças, mas não puderam ter. E é tão assim lindo ver aquele momento que
o pai e a mãe recebe o brinquedo e num milésimo de segundo eles se tornam crianças de novo. E eu realmente espero que todas as crianças interiores de todo mundo sinta essa alegria sempre. Eu acho que a gente sempre tem que tentar se reconectar com aquela coragem, aquela destemidez que a gente tinha quando era criança e não ter vergonha de ser autenticamente nós mesmos, sabe? Eu sei que muitas pessoas reprimem a sua autenticidade quando são crianças por não terem espaço para serem quem elas realmente querem ser e que justamente quando elas crescem elas conseguem desabrochar
e realmente serem a sua versão mais autêntica. E é justamente o que eu falei durante o vídeo inteiro, cada experiência é única. ser vulnerável, estar aberto a ter conversas com pessoas novas, não ficar se preocupando com amanhã a todo momento, estar presente no momento presente, ler livros, escrever, caminhar e praticar a espontaneidade. Tudo isso nos ajuda a exercitar a nossa criatividade. Eu vi um trechinho de uma entrevista com a atriz Leslie Bib, que ela interpreta a personagem Kate na última temporada da série White Lotos, que ela fala que o diretor, o Mike White, ele se
inspirou em hóspedes que estavam no mesmo hotel que ele para criar a personagem dela e das suas outras colegas de cena, né, que são a Jaceln e a Lorry. Ele tava presente ali no momento, observando os hóspedes, ele tava imerso naquela experiência e foi assim que ele conseguiu perceber o padrão de comportamento das hóspedes, que foi a peça chave e a maior inspiração para criar a dinâmica do grupo de amigas da série. E falando sobre inspirações orgânicas, não é à toa que as pessoas estão cada vez mais em busca de experiências presenciais ao invés de
online. Eu mesmo, eu já fui em um jantar da Timeleft, que para quem não conhece é uma plataforma que organiza jantares com pessoas que você não conhece. A plataforma ela funciona por meio de um questionário que você preenche, eh, falando sobre sua idade, seus interesses, enfim. E todo mundo responde esse mesmo questionário. Então, o algoritmo ele junta pessoas que têm interesses parecidos, com idades similares também, né, na mesma faixa etária, mais ou menos. E aí eles marcam, né, um dia, um horário, um local, todo mundo se encontra lá e é muito legal. Eu amei a
experiência que eu tive. Eu fui num grupo que tinha, eu era mais nova, eh, o cara mais velho tinha 30 anos. E eu lembro que quando a gente tava, né, falando as informações assim básicas, eu fiquei, eu não sei se essa conversa vai ser legal, porque mesmo sendo poucos anos de diferença, né, de 22 para 30, fases da vida completamente diferentes, né, e não, eu fui provado ao contrário, completamente. A gente fechou o restaurante e ainda foi para um barzinho depois e ficou até de madrugada conversando. E foi uma experiência muito inspiradora, foi muito legal.
E mesmo que o seu grupo não seja legal, que você tenha uma experiência, né, chata, é a história para contar. E assim, talvez você nunca mais veja essas pessoas na sua vida. É a experiência que conta. Eu mesma nunca mais falei com ninguém. Foi assim, vivemos o agora e até um dia, quem sabe, nunca saberemos. A vida é imprevisível. Foi uma interação muito orgânica, natural isso que eu vivi e eu com certeza quero ir nesse jantar de novo. Aliás, se a Time Left quiser fazer uma parceria, eu ia adorar. Eu li um artigo da Mail
em Mensagem que diz: "Há um desejo coletivo de enriquecer as vivências individuais através de emoções, experiências e conexões," aponta o relatório The Future 100, embasado por 9.000 1000 entrevistas realizadas de setembro a outubro de 2023 em nove países, incluindo o Brasil. Em diversos momentos, o estudo indica que, apesar da quantidade desconcertante de novas tecnologias absorvidas pelas pessoas, o anseio por interações humanas mais autênticas está latente. Soma-se a isso a busca de uma parcela crescente de jovens pela desaceleração e por privilegiar experiências compartilhadas. Gente, eu nem sei como concluir esse vídeo para ser sincera. Foi uma
viagem, uma reflexão muito louca, muito fluida, eu diria, porque eu fui seguindo só o que a minha mente tava falando para fazer. Mas o que ficou para mim, eh, de toda essa pesquisa, de tudo que a gente leu aqui, é o quão importante é a gente olhar para dentro e resgatar as qualidades que a gente tinha quando era criança. Foi isso que mais ficou para mim, juntando isso com toda a maturidade, novas experiências, novos valores, novos interesses que a gente vai adquirindo ao longo da vida, juntar as partes boas de cada fase que a gente
vive. E tudo é uma fase, né? Tem dias que você gosta muito de alguma coisa e passa um tempo e aquilo não faz mais sentido para você. E é a coisa mais normal do mundo. A gente é humano, a gente tem aquela frase, né? Ah, eu sou de lua. Porque a gente é mesmo de lua, né? E mudar é experimentar, é brincar, faz parte. Não existe uma receita certinha com ingredientes, quantidades, modo de preparo pra vida. Eu não acredito que exista isso, porque cada um tem uma vida diferente e única. Quando eu terminei de escrever
o roteiro, ai gente, me deu até um seio, tipo, eu fiquei emocionada. Sou muito sensível, gente. Ai, quem convive comigo sabe que eu sou muito chorona. meu, quando eu terminei de escrever o roteiro, eh, eu desliguei o computador e logo embaixo da minha bancada tem uma gaveta imensa e nela tem dois livros de fotografia que eu tenho e que são os meus chodós. E um deles eu ainda não tinha terminado de ler, eu tava acho que na metade e eu tenho esse livro faz, sei lá, 5 anos e eu nunca tinha terminado. E assim, aleatoriamente,
eu tive vontade de pegar esse livro depois de anos sem abrir ele e folhar. E nisso eu cheguei até o final do livro. Eu aproveitei que eu já estava indo dormir, terminei de ler o livro. E a última página do livro é perfeita para concluir esse vídeo. Então eu vou ler aqui para vocês. Entre a coleta de amostras de rochas e a realização de experimentos gravitacionais, o astronauta Charles Duke encontrou um canto tranquilo da lua, pegou uma foto da família do seu traje espacial e tirou uma foto dela sobre a poeira lunar. A fotografia não
é perfeita. Parece que ela foi tirada às pressas e um pouco fora de foco. Mas de todas as fotos tiradas na lua, que incluem fotografias sublimes da Terra nascente e paisagens cheias de crateras causadas por impactos, esta para mim é a mais reveladora. Reveladora porque é uma fotografia da lua como vista através dos olhos de um indivíduo. Ela fala sobre o senso de separação de Duque de tudo o que ele conhece e ama. Ela é o resultado de alguém respondendo a uma percepção impressionante do lugar, mostrando o mundo através de seus olhos. Tudo se resume
a isso. Algumas pessoas talvez não gostem do que você vê ou como você vê. Realmente não importa. Desde que você encontre os locais que significam algo para você e que comunicam essa conexão por meio de suas fotografias. Independentemente de quão longe você viaje, não importa o quão estranho seja esse novo ambiente. Há uma coisa que você nunca pode deixar para trás. você mesmo. Gente, eu não acredito coincidências, tá? Eu acho que era para eu terminar o vídeo assim. E mesmo esse livro sendo sobre fotografia e o assunto principal é a fotografia, toda essa reflexão se
aplica pra vida, pra nossa autenticidade, pra gente fazer o que a gente acha que é certo, que a gente acha que está conectado com a nossa essência. Eu não importa que ai, alguém achou ruim, alguém achou feio, alguém não gostou. E agora vou citar uma frase que eu vi no YouTube que responde perfeitamente esses questionamentos que a gente tem às vezes. Se for uma expressão pura de si mesmo, não importa o que seja, ela vai brilhar. Um beijo e até o próximo vídeo.