E aí, pessoal! Hoje, vamos falar sobre Anarquismo. Então, ao longo do vídeo você vai ver definições teóricas, contexto histórico e também algumas similaridades e diferenças do anarquismo para outras ideologias políticas.
Presta atenção no vídeo e já vai pensando aí para nos responder nos comentários se você acha que é possível uma sociedade anarquista ou se isso é uma ideia utópica? E se você é novo por aqui já se inscreve no nosso canal. Toda semana tem conteúdo novo, com linguagem simples, plural e didática!
E para quem já nos acompanha, o pedido de sempre: curte, comente e compartilhe esse vídeo! Já é bom começar avisando que o anarquismo, como várias outras ideologias, tem muitas vertentes, com conceitos e autores conflitantes. Então, aqui principalmente a gente vai falar do que seria o “anarquismo clássico”.
O anarquismo como movimento político surgiu no século 19 no contexto da Segunda Revolução Industrial. E quem foi o precursor do pensamento anarquista foi um francês, Pierre-Joseph Proudhon. Mas tem outros teóricos daquela época bem importantes para a ideologia, como o russo Bakunin, que se você pesquisar sobre anarquismo por aí, com certeza, vai encontrar o nome dele também Mas, então, o que é essa ideologia anarquista pensada lá no século 19?
O anarquismo possui dois princípios: a liberdade e a igualdade. E você deve tá aí pensando que já viu essas palavras como centrais em outras ideologias, né? Mas segura essa ideia aí que a gente volta nela.
De forma geral, esses princípios aparecem na ideia de que todo indivíduo possui liberdade irrestrita, [sem nenhuma limitação] e por tanto possui o direito de não ser dominado por nenhuma forma de autoridade. Vou explicar melhor. O anarquismo critica qualquer ideia que promova a hierarquização na sociedade, que possibilite que haja dominadores e dominados.
E, para os anarquistas, é isso que o Estado faz. Principalmente, porque ele possibilita que o poder de decisão sobre a vida de toda população fique concentrada em um pequeno grupo, é esse grupo que faz as leis, as políticas públicas, que tomam as decisões que irá interferir na vida de todas as pessoas. Por isso, um dos pilares do anarquismo é a ausência do Estado.
Contudo, não é só isso. Quando o anarquismo afirma a liberdade contra qualquer forma de dominação, ele não está se referindo apenas ao Estado, mas à dominação religiosa, social, econômica e até jurídica. Mas atenção: não é que o anarquismo não aceita leis ou crenças pessoais, a ideologia não aceita uma estruturação hierárquica dessas ideias.
É só pensar, por exemplo, na religião católica hoje. O Papa ocupa o lugar de líder mundial da Igreja Católica e os seus fiéis são subordinados a ele. Isso, para a ideologia anarquista, seria uma estrutura hierárquica.
E é partindo justamente por essa negação às estruturas de dominação que temos outro pilar do anarquismo clássico: a eliminação do capitalismo. Os anarquistas argumentam que o sistema capitalista promove a exploração dos trabalhadores por meio dos proprietários dos meios de produção. O que gera uma classe dominante e outra de dominados.
Ou seja, uma sociedade desigual. Sim. A ideia é muito similar à apresentada na teoria marxista.
Mas depois a gente volta para esse ponto. Bom… mas sem Estado e capitalismo como seria uma sociedade anarquista? Em termos de organização social e política, caberia ao povo uma autogestão democrática.
A democracia aqui seria direta, e não representativa [como temos hoje aqui no Brasil]. Para quem não lembra a diferença, vamos deixar uma lista de conteúdos aqui na descrição. Basicamente, em uma democracia direta, o que acontece é que cada pessoa tem poder de opinar e participar ativamente do processo de decisão política.
Assim, na teoria anarquista, os indivíduos se organizariam em comunidades. A partir dessas comunidades, todas as decisões da vida local seriam tomadas democraticamente com a participação ampla. As várias comunidades, então, se relacionariam formando uma espécie de federação.
Já pelo lado econômico, essas comunidades também seriam responsáveis pela autogestão dos meios de produção e pela distribuição de bens, prezando obviamente pelo princípio da igualdade. Lembre-se: para o anarquismo, não há propriedade privada. Será que uma sociedade assim é possível?
ou parece coisa de filme? Bom… a gente falou que liberdade e igualdade são palavras bem comuns para outras ideologias políticas, como para o liberalismo e o comunismo. Então, quais são as diferenças dessas correntes para o anarquismo?
Começando pelo liberalismo. Para lembrar, em resumo, a ideologia liberal se baseia na defesa das liberdades individuais. E o que isso pressupõe?
Basicamente, aqui a gente tem o papel do Estado, em sua presença mínima na organização social e política, é mínima, mas ainda tem Estado [o que já é uma baita diferença do anarquismo, certo? ]. E, além disso, para a ideologia liberal, a liberdade também significa a defesa do livre mercado.
O que entra em choque aqui também com a crítica, feita pelo anarquismo, ao capitalismo. Mas atenção! Tem um porém aqui!
Lembra que estamos falando do anarquismo clássico. E por que é importante dizer isso? Hoje, temos uma vertente do anarquismo bem conhecida denominada anarcocapitalismo.
Como o próprio nome já diz, aqui não há uma crítica ao capitalismo. Aqui entende-se que o princípio da liberdade também pressupõe a liberdade de mercado. Já que a ideia principal do anarcocapitalismo seria proteger a soberania de cada indivíduo.
Ou seja, enquanto no Anarquismo há uma crítica ao capitalismo, isso já não acontece no Anarcocapitalismo. E essa relação entre Estado e Capitalismo que aparece como ponto de oposição entre o Anarquismo e o Comunismo. Bom, se vocês precisam relembrar um pouco desses conceitos, na descrição do vídeo vai ter muitos links para ajudar nisso.
E também já tem vídeo no canal sobre capitalismo, livre mercado, comunismo, socialismo. . .
Continuando: as duas ideologias [comunismo e anarquismo] apresentam algumas afinidades, entre elas a ideia da necessidade de uma revolução construída pela massa da população, ou seja, pelas classes consideradas dominadas. Mas há uma diferença estratégica aqui. O comunismo também acredita que o Estado deve ser abolido.
Contudo, antes disso, para eles, seria necessário criar um Estado socialista. Esse Estado socialista, comandado pelas classes operárias, seria uma forma de transição para reduzir as diferenças entre as classes até o comunismo. Para os anarquistas, a ruptura com o Estado deve ser total.
Afinal, mesmo em um Estado socialista, as pessoas estariam ainda sob a dominação de alguém. E mais importante: para eles, enquanto houvesse Estado haveria capitalismo. E aí: será que uma sociedade anarquista seria possível?
Deixa sua opinião nos comentários pra gente ler. E para quem quer debater mais sobre a presença do Estado em outras ideologias políticas, corre para o vídeo sobre Nazismo que a gente fala muito disso por lá. Até a próxima semana, pessoal!