O programa discute as consequências dos avanços tecnológicos para o mercado de trabalho com um dos g...
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[Música] olá seja bem vindo ao justiça do trabalho na tv hoje eu vou conversar com um dos grandes sociólogos o trabalho no país há mais de 40 anos eles todo mundo do trabalho no currículo possui diversos livros publicados e seu último lançamento chama-se privilégio da servidão eu estou falando do professor ricardo antunes titular de sociologia da universidade estadual de campinas a unicamp professor ricardo seja bem vindo mais uma vez nosso programa né obrigado pela presença e para a gente começar então professora gostaria que você falasse um pouco sobre o cenário atual do trabalho fizesse uma espécie de raio x o trabalho é botar disse letícia é um prazer estar aqui novamente né secretaria de comunicações do tribunal regional do trabalho em santa catarina o cenário atual do trabalho não é profundamente diverso do que nós vivenciamos no século passado a gente lembrar no século passado a fábrica automotiva além do filme genial do charlie chaplin e tempos modernos uma grande fábrica com o maquinário enorme pesado muitos trabalhadores e trabalhadoras uma certa prevalência do mundo industrial de mulheres o grande contingente proletário no século passado era o proletariado industrial em abril nós já tínhamos também um proletariado rural aquele que nasceu especialmente no caso brasileiro a partir da abolição da escravidão e com o assalariamento no primeiro momento inclusive por migrantes italianos alemães estamos num estado onde há a imigração é grande européia é grande especialmente a alemanha ana e é nós não tínhamos ainda no século passado o século 19 no século 20 cada um nós não tínhamos ainda um proletariado de serviços que nós temos hoje trabalhadoras e trabalhadores do call center telemarketing da indústria hoteleira dos fast food dos restaurantes os motoboys é os bancos o comércio tá certo que a fila interminável trabalhadores é como a de dos cuidados é é trabalhadores domésticos nós não tínhamos ainda esse setor de serviços tão multifacetado quanto hoje essa ampliação desse proletariado de serviços que foi o objeto central desse meu livro o privilégio da servidão o próprio título é uma provocação essa também é instigante e dizer villégier de sermos servos que até prova em contrário a ser servo não é privilégio mas é azar ninguém escolhe ser servo quando pode digamos assim de ter um trabalho livre autônomo independente o que se passou nesse pedido pra gente começar a nossa conversa nós tivemos um período de mudanças muito profundas onde o capital vive uma reestruturação produtiva permanente então o maquinário de hoje é obsoleto amanhã seu maquinário de amanhã informacional digital celular ou smartphone tá certo de hoje obsoleta manhã esse maquinário informacional de tal mudou o mundo da fábrica do banco da escola dos jornais do serviço público todos sofremos uma mutação muito profunda e especialmente nos das empresas privadas é essas mudanças é digamos assim na gestão do trabalho no maquinário digital que é introduzido para produzir debatedor mais intenso mais lucrativa mente né ela combinou no mundo das empresas com o nascimento do que se chama de empresa flexível a empresa que o shopping do plano fílmico crítica no seu bairro ao tempos modernos é uma empresa do passado não vamos mais entrar hoje é raro você entrar em fábricas de 20 e 30 mil operários até quando o foguete isso é terrorismo do ferrarista isso né hoje você entre plantas e enxutas flexíveis tá certo com um contingente de trabalhadores muito intermitente tem trabalho hoje 11 de manhã freqüentemente terceirizados trabalham hoje mas não sabe se você trabalhar amanhã e cada vez mais desprovidas de direito do trabalho porque a empresa capitalista moderna países ela diz que eu tenho que atender às demandas do mercado o mercado pode exigir maior produção então eu contratos terceirizados intermitente se for um fast food nos sábados domingos e os demais trabalhadores esperando são escravos digitais explicam a homens e mulheres têm uma vaga no fast food na loja teriam no restaurante o chama para trabalhar aquele dia aquela hora não tem ele vai embora ea condução e recebe então o mundo digital e alterou profundamente nenhum de nós hoje letícia nenhum de nós professores jornalistas e trabalhadores dos cuidados pedreiros tá certo jardineiro trabalhamos vai ser o celular se eu não tiver um celular um chamado para trabalhar é justamente a gente entrou nessa era nesta era digital e aí já começa a sentir todos esses avanços nas consequências dos avanços tecnológicos é isso então no caso do mundo do trabalho como ele vai sentir todas essas conseqüências assim da inteligência artificial da robotização como isso afeta sim essa classe trabalhadora agora que miguel no século 20 uma nova classe trabalhadora no século 21 mas sim de profundamente não temos que ter ilusão eu não nessa altura da vida de 40 anos de pesquisa onde a juventude faz parte do meu passado né eu não posso mais eu nunca tive a ilusão não vai ser agora que vou ter nós temos por exemplo é no período da indústria 4. 0 estive há dois anos atrás trabalhando no primeiro semestre na universidade ca'foscari de veneza onde eu sou professor convidado né há dez anos que eu vou lá desta vez eu fui particularmente como é vizinho de professor comichão professor visitante para dar um curso não é chamado se laura magistral sociologia crítica do trabalho na história crítica da sociologia muito bem lá eu participei é e foi inclusive eu fiz pesquisas na itália pra pegar a parte italiana aqui do meu livro e eu participei com muitos trabalhadores e trabalhadoras que debatiam a indústria 4. 0 que todo mundo entenda que o que a indústria 4.
0 a simplício nasceu na alemanha em 2011 e significa como o nosso tempo não é longo significa dizer assim daqui pra frente nas fábricas nas empresas não é só para a fábrica de automóveis é para o banco o que eles vão realizar quarta em guaxuma da quarta representante daqui pra frente não são mais somente as interações entre nós seres humanos ea internet no mundo fabril empresarial as as os aparelhos digitais vão falar entre si ele chama da internet das coisas uma máquina conecta uma máquina b e diz que é preciso da ordem para produzir tal coisa a máquina b conecta marca da ce e começa a produzir tal coisa num isso se fará sem nenhuma interferência humana adicionada à inteligência artificial a capacidade de um maquinário informacional digital age como se diz pudesse do cérebro humano tá certo num mundo digamos em profunda mutação tecnológica os empresários não dizem a verdade ocorre o objetivo dessa indústria 4. 0 a quarta revolução industrial para trazer pra você poder trabalhar e não oito horas por dia mais quatro horas e pra casa descansar receber mais se fosse assim ninguém seria contra a posição dos trabalhadores fiquem tranquilos trabalhadores e trabalhadores vocês vão trabalhar na indústria por 1 0 4 ponto zero vocês ainda trabalha oito horas por dias vão trabalhar 4 e ao invés de ganhar o salário de vocês nós vamos dobrar o salário de vocês e até alguém quer reclamar não fazer o contrário vão trabalhar oito horas por dia mas provavelmente tempo trabalha 12 onde tem 100 trabalhadores e trabalhadoras pode ser que a gente precisa de idéias pois é justamente um temor dos trabalhadores do chão de fábrica é que eles sejam substituídos por robôs se existe é claro noite burlesque e antes fosse só um medo porque o medo pode ser verdadeiro ou não não é isso é inevitável porque veja bem nenhum em uma grande corporação global tenha sido a google facebook tá certo pense numa indústria como a toyota agora frente à concorrência do carro chinês de carros está dizendo para o mundo que o carro dele é melhor que o alemão que o sueco e que o norte americano e italiano entende não já balançou toda a indústria automotiva mundial vinte anos atrás ninguém compactua comprar um carro chinês está hoje é você pode comprar um carro chinês que você vai ter uma qualidade igual a outros carros você pode dizer mas será que vai ter pés ou não é outra coisa de sistema distribuição outra coisa muito bem o que acontece então vai se criar nesta neste mundo empresarial das empresas um número pequeno de novos trabalhadores e trabalhadoras que vão operar com esse maquinário digital informacional muito avançado e uma série de atividades não só no chão da fábrica mas dos escalões intermediários das empresas dos bancos das escolas dos jornais das rádios das televisões vai se criar uma massa de maquinário conversando com o maquinário que vai prescindir do trabalho humano então os estudos os trabalhadores e as trabalhadoras que eu puder bater na itália diziam isto isto é visível em todos os países do mundo nós vamos perder mais emprego numa sociedade que já é marcada por um desemprego estrutural profunda nós temos só para o caso brasileiro nós temos 13 milhões de desempregados mais cinco milhões do desemprego por desalento por baixo são quase 20 milhões sem emprego por baixo os dados reais são superiores a isso temos difícil você quantificar todas as pessoas que tendencialmente quase 20 mil e desalentos professor só pra quem tá no desalento significa o seguinte eu não procuro mais emprego mas eu não procuro desemprego ou porque eu não preciso trabalhar o que é raro no brasil ou porque não têm emprego há um ano procurando às vezes procurado sempre procurar trabalho é entre não ainda não o que eu tenho que entrar de manhã ter dinheiro pra pegar condução pegar um ônibus procurar ouvir um não de uma empresa pra ouvir um não no intervalo do almoço eu vou te fazer bem como alguma coisa tem que ter algum dinheiro depois começo de tarde de noite eu chego em casa depois de um dia exaustivo de trabalho procurando trabalho não tem então ele disse eu nunca procurei trabalho porque eu não consigo encontrar o que é um traço tem crescido desemprego por desalento no brasil e isso significa dizer e um outro ponto muito importante que também desenvolveu aqui no livro o privilégio da servidão é que uma massa de empregos na digamos assim em indústria 4.