Luciano Subirá - A PESSOA DE DEUS | FD#8

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Luciano Subirá
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Video Transcript:
Eu quero falar, nesse vídeo, a respeito da pessoa de Deus. Nos três vídeos anteriores, apresentei, nessa ordem: a existência de Deus, uma Escritura partindo do pressuposto que o Deus pré-existente, eterno, sem início nem fim de dias, é que dá início a todas as outras coisas. Mostramos como a Escritura, a Palavra de Deus, aponta na direção de que não há nenhum esforço para comprovar a existência de Deus; parte-se disso como fato.
Mas discutimos a possibilidade de se esse Deus existente, que é apresentado nas Escrituras como Deus único, como Deus verdadeiro, se ele pode ou não ser conhecido. Depois, apresentamos o mistério da Trindade e defendemos ainda mais o mistério da Trindade a partir dos textos que mostram a interação da Trindade. E depois desses três vídeos construindo o entendimento sobre a teologia, o estudo de Deus, eu quero falar agora a respeito da pessoa de Deus.
Deus não é meramente uma energia ou força. Ele é uma pessoa. É isso que as Escrituras nos apresentam.
Em Números 23:19, a Bíblia diz: “Deus não é homem para que minta”; mas, apesar de não ser homem, ele tem uma personalidade, porque personalidade não é atributo exclusivo apenas dos seres humanos. A Bíblia atribui isso aos anjos, sejam anjos eleitos ou caídos: personalidade. E a Bíblia apresenta Deus como uma personalidade.
Diferente daquilo que o deísmo ensina — que Deus teria criado o ser humano e o abandonado à própria sorte —, a Bíblia nos revela um Deus que se importa com o homem e deseja um relacionamento pessoal. Em Gênesis 3:8, depois de Adão pecar, a pergunta de Deus para ele não é: O que é que você fez? apenas questionando: Por que é que você errou?
A pergunta de Deus é: Onde você está? E a minha leitura disso é essa. Qual?
Deus está dizendo: “Cara, o problema não é o que você fez, é para onde o que você fez te levou. Para longe de mim. ” E nós precisamos entender que toda a obra da redenção não visa apenas remover a culpa e a condenação do pecado cometido, mas visa reconectar o homem para que ele possa viver o relacionamento que Deus sempre quis.
No Salmo 25:14, a Bíblia diz: “A intimidade do Senhor é para aqueles que o temem, aos quais Ele dará a conhecer a sua aliança. ” Intimidade só é possível quando pode haver relacionamento. Só existe relacionamento pessoal se há personalidade, se há uma pessoa por trás disso.
Então, a proposta do evangelho é muito clara: resgatar o homem. “Deus amou o mundo de tal maneira que enviou seu Filho unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. ” Mais do que apenas dizer: “Por piedade, dó, vou livrar a cara de vocês da condenação eterna do inferno”, a Bíblia está falando que Deus foi movido de amor, ou seja, de interesse.
E nós precisamos entender que o interesse de Deus não é apenas nos salvar da condenação. É nos salvar da condenação, é oferecer salvação para que nós possamos permanecer com Ele. Então, dito isso, eu gostaria de destacar, em primeiro lugar, os elementos da personalidade.
Na clássica obra de Teologia Sistemática de Lewis Chafer, ele afirma — vou citar aqui o texto da página 211: “Os elementos que se combinam para formar a personalidade são: intelecto, sensibilidade e vontade. Mas todos esses poderes agem a fim de exigir uma liberdade tanto da ação externa quanto da escolha dos fins para os quais a ação for direcionada. O intelecto deve dirigir, a sensibilidade deve desejar e a vontade deve determinar a direção dos fins racionais.
Não pode haver personalidade, seja humana, angelical ou divina, à parte desse complexo de essenciais. ” Basicamente, quando estudamos a Escritura, vemos isso. Eu comecei citando aqui a Teologia Sistemática de Chafer não porque isso substitua a Palavra de Deus, mas apenas a citação de alguém que sistematizou e condensou declarações de toda a Escritura, como muitos outros o fazem.
Então, esses elementos da personalidade, que são a mente, a vontade e as emoções, aparecem na Bíblia quando estudamos a pessoa de Deus, quando estudamos os anjos, e, falando de anjos, podem ser anjos eleitos ou demônios, anjos caídos, e quando falamos a respeito dos homens. Esses três elementos sempre estarão lá. Portanto, a personalidade tem essas três características básicas.
Meu pai chamava isso de um tripé da personalidade, tripé de apoio, e nós podemos encontrá-las em Deus, o Pai. Então, alguns textos que falam a respeito da mente de Deus, da sua capacidade de pensar, de raciocinar, e vamos ler declarações feitas pelo próprio Deus. Em Isaías 55:8 e 9, Deus diz: “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor.
” Deus está falando de pensamentos, assim como nós também temos pensamentos. Eles provêm da mente, da razão, no nosso caso, como também com Deus não é diferente. Em Jeremias 29:11, por meio do profeta, Deus protesta: “Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais.
” Então, o próprio Deus está atribuindo a si pensamentos, a capacidade de pensar, de raciocinar. Ele tem mente. Mas a Escritura também nos aponta que Deus tem vontade.
Em Marcos 3:35, a Sagrada Escritura diz assim: “Portanto, qualquer que fizer a vontade de Deus”, declaração de Jesus, “esse é meu irmão, irmã e mãe. ” Então, a expressão “vontade de Deus” aparece aqui. Assim como em João 1:13, também declaração do Senhor Jesus, nós lemos, falando daqueles que se tornaram filhos de Deus.
No verso anterior, o 12, o verso 13 diz: “Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. ” O “de Deus” não é só da pessoa de Deus, mas aqui está implícito, uma vez que ele está dizendo: “não foi da vontade da carne, não foi da vontade do homem, eles nasceram de Deus”; foi da vontade de Deus. Em Romanos 8:27, o apóstolo Paulo, depois de dizer no verso anterior, o 26, que o Espírito nos assiste na nossa fraqueza, que nós não sabemos orar como convém, mas o Espírito intercede por nós, no 27 a Bíblia diz assim: “Aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque, segundo a vontade de Deus, é que ele intercede pelos santos.
” Então, novamente aqui, a. . .
vontade, o poder de escolha, de decisão de Deus está sendo comunicado. Assim como em Romanos também, mas, dessa vez, no capítulo 12, no verso 2, a Palavra de Deus, falando sobre transformação, diz: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. ” Um último texto citando a vontade de Deus está em Gálatas 1.
4. A Bíblia diz: “o qual se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo”, está falando de Cristo, “segundo a vontade de nosso Deus e Pai. ” Então, a menção da vontade de nosso Deus e Pai.
Portanto, Deus tem mente; Deus tem vontade, isso significa que Ele pensa, raciocina, mas que Ele também tem o poder de escolhas e de decisões. Mas a Bíblia também comunica um Deus que tem sentimentos. Em Êxodo 4.
14, naquela ocasião, quando Deus se revela a Moisés na sarça e começa a falar a respeito de enviá-lo, e Moisés começa a exaltar suas limitações e sua incapacidade, a Bíblia diz, no verso 14: “Então se acendeu a ira do Senhor contra Moisés. ” “Acendeu-se a ira do Senhor. ” Aqui a Escritura está falando de sentimento.
Em Isaías 62. 5, nós temos a manifestação, a revelação de um outro tipo de sentimento da parte de Deus, que diz: “Porque, como jovem desposa a donzela, assim teus filhos te desposarão a ti; como o noivo se alegra da noiva, assim de ti se alegrará o teu Deus. ” Então a Bíblia fala de um Deus que se ira, mas também de um Deus que se alegra.
Assim como João 3. 16 diz que Deus amou o mundo, e nós vemos, portanto, mente, vontade e emoções. A mente é a capacidade de pensar, raciocinar, planejar.
A vontade é a capacidade de escolhas e decisões. Mas na esfera das emoções, nós temos os sentimentos, e todos eles são atribuídos a Deus. Além disso, mostrando Deus como um ser pessoal, a Escritura nos mostra, eu quero destacar isso em segundo lugar, ações que só uma pessoa pode realizar.
Então, além dessas três características da personalidade mencionadas anteriormente — mente, vontade, emoções — há ações que só uma pessoa pode realizar e que são atribuídas a Deus. Uma delas, podemos destacar, começando lá em Gênesis, diz respeito ao trabalho de Deus. Em Gênesis 2.
1 a 4, nós lemos: “Assim, pois, foram acabados os céus e a terra, e todo o seu exército. E, havendo Deus terminado no sétimo dia a sua obra” — em lugar de “obra”, leia-se “trabalho” — “E, havendo Deus terminado no sétimo dia a sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a obra que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que como Criador fizera.
Essa é a gênese dos céus e da terra quando foram criados, quando o Senhor Deus os criou. ” Então nós temos aqui a atividade de Deus como Criador, sendo chamada nas Escrituras de trabalho. No Evangelho de João 5.
17, Jesus afirma: “O meu Pai trabalha até agora e eu também trabalho. ” Então, essa capacidade de trabalhar, de executar, de realizar obras, aqui estamos falando de algo pessoal. Essa capacidade de trabalhar que pertence à personalidade, a execução de algo tão pessoal é atribuída a Deus e registrado nas Escrituras.
Mas uma outra que, acredito, se destaca ainda mais do que o próprio trabalho no que diz respeito à inteligência, essa questão da personalidade diz respeito à comunicação. E nós também vemos a Escritura falando isso a respeito de Deus. Por exemplo, em Números 12.
6 a 8, Deus diz assim: “Então, disse: Ouvi, agora, as minhas palavras; se entre vós há profeta, eu, o Senhor, em visão a ele, me faço conhecer ou falo com ele em sonhos. Não é assim com meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa. Boca a boca falo com ele, claramente, e não por enigmas; pois ele vê a forma do Senhor; como, pois, não temestes falar contra meu servo, contra Moisés?
” Então Deus está dizendo: “Se tem profeta no meio de vocês, eu me revelo a ele por meio de sonhos, por meio de visão ou por meio de sonhos. ” Mais à frente Deus diz: “Com Moisés eu falo boca a boca e não por enigmas. ” Então Deus está explicando que visões e sonhos eram mensagens enigmáticas, bem elaboradas por uma mente que pensa, que planeja.
Deus diz: “A comunicação com Moisés tem outro nível, em outro patamar. Com ele, a conversa é boca a boca, é face a face. ” Em outro texto nós lemos: “como um homem fala ao seu amigo.
” E aqui o próprio Deus está falando da sua capacidade de se comunicar não só com Moisés, mas a distinção entre a comunicação que ele tinha com Moisés e com outros profetas. No livro de Isaías 1. 19, a Escritura diz: “Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra.
” Deus está dizendo: “Vocês têm uma escolha, e essa escolha depende de me ouvir. ” Por que é que nós vamos ouvir? Porque Deus fala, porque Deus se comunica.
Ele comunica com uma intenção. Ele espera ser ouvido; Ele espera que aquilo que Ele está falando e comunicando seja colocado em prática por cada um de nós. Então, a comunicação — e aqui nós temos textos em abundância que poderiam ser usados —, mas a ideia aqui não é ser exaustivo.
Por exemplo, em Hebreus, no capítulo um, a Bíblia começa dizendo: “Havendo Deus outrora falado de muitas, muitas vezes e de muitas maneiras aos nossos pais pelos profetas, ultimamente nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas. ” Então Deus fala. Mas a Deus também é atribuída a capacidade de planejamento.
Em Atos 4. 26 a 28, nós vemos na oração registrada que os apóstolos fazem depois de uma proibição de pregar o evangelho. Eles vão buscar a Deus, acabam sendo cheios do Espírito Santo, e passam a pregar ainda com mais intrepidez a Palavra.
No momento em que estão orando, eles dizem: “Levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido”, estão citando uma porção das Escrituras, que está registrado no Salmo 2. 1 e 2. Eles dizem: “porque verdadeiramente se juntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, para fazerem tudo o que a tua mão e vontade.
. . ” O teu propósito "predeterminaram".
Eu amo essa declaração bíblica. Deus, no seu propósito, havia determinado coisas que os homens sequer imaginavam ou sabiam, e Deus sabia exatamente como tirar lucro, inclusive daqueles que teriam um coração duro, que se voltariam contra Ele e, como diz Romanos 8:28, a Escritura aponta com muita clareza essa característica da grandeza de Deus, da soberania de Deus, da sua capacidade de não só conhecer antecipadamente todas as coisas, mas saber gerenciá-las. A Escritura diz: "Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.
" Entenda que esse Deus pensa, planeja; Ele não apenas executa, Ele gerencia a forma como todas as coisas são executadas, o desdobramento de todas as coisas. Em Efésios 1:11, a Bíblia diz: "Nele, digo, no qual também fomos feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade. " O que Ele está executando é algo que já foi planejado.
Então, essa capacidade de planejamento é atribuída a Deus. Assim como também o julgamento, sendo que esse, por sua vez, se divide em dois aspectos distintos. A Bíblia fala tanto de recompensa como também fala de castigo.
Mas, falando sobre o julgamento em Romanos, no capítulo 14, nós vemos declarações do apóstolo Paulo nos versículos 10 e 12. Ele diz: "Tu, porém, por que julgas teu irmão? E tu, por que desprezas o teu?
Pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus. " O verso 12 diz: "Assim, pois, cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus. " Em Eclesiastes 12:14, nós temos assim um desfecho na declaração desse livro, que diz: "Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más.
" Um Deus que está não apenas acompanhando o que nós fazemos, registrando, e que um dia vai julgar todas as nossas ações, tem uma atividade pessoal. Agora, já entendido que esse juízo pode vir na forma de recompensas positivas, como pode vir também no sentido de um castigo, de uma punição. Colossenses 3:24 diz: ".
. . cientes de que recebereis do Senhor a recompensa da herança.
A Cristo, o Senhor, é que estais servindo. " Aqui a Bíblia está falando de uma boa recompensa, mas no verso 25 fala de castigo: "Pois aquele que faz injustiça receberá em troca a injustiça feita; e nisto não há acepção de pessoas. " Um outro texto que pontua esse tipo de castigo está lá em Romanos, no capítulo 2, a partir do verso 5 até o 10: "Mas, segundo a tua dureza e coração impenitente, acumulas contra ti mesmo ira para o dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus, que retribuirá a cada um segundo o seu procedimento.
" Aqui a Escritura não está falando de um coração duro como se fosse uma determinação de Deus, fruto de uma ira prévia de Deus antes da pessoa fazer escolhas. Não. A Bíblia está falando de alguém que, por conta do coração impenitente, acumulou ira para ele no dia da revelação do justo juízo, que vai retribuir às pessoas de acordo com o seu procedimento.
Esse juízo não é uma determinação prévia; é uma recompensa do procedimento. No entanto, nós temos um Deus que previamente conhece as escolhas de todos. Bom, seguindo aqui, a Bíblia diz: "A vida eterna aos que, perseverando em fazer o bem, procuram glória, honra e incorruptibilidade, mas ira e indignação aos facciosos, que desobedecem à verdade e obedecem à injustiça.
Tribulação e angústia virão sobre a alma de qualquer homem que faz o mal, ao judeu primeiro, e também ao grego; glória, porém, e honra, e paz a todo aquele que pratica o bem, ao judeu primeiro e também ao grego. " E o verso 11 consuma: "Porque para com Deus não há acepção de pessoas. " Além de todas essas obras, nós vemos que o próprio relacionamento com Deus, de uma forma geral, é visto como ações que só uma pessoa pode realizar.
A gente enfatizou esse aspecto de um Deus que deseja relacionamento, e isso precisa ser pontuado. Em terceiro e último lugar, a Bíblia apresenta similaridades entre o homem e Deus, até porque em Gênesis 1:26 e 27 nós lemos que o homem foi criado conforme a imagem e semelhança de Deus. Então, vamos pontuar as coisas e determinar ordem.
Nós não podemos deduzir que Deus seja parecido com o homem. O homem é que foi criado parecido com Deus. É lógico que estamos falando de uma semelhança limitada, muito limitada, mas há semelhança.
Então, isso precisa ser reconhecido. Nós também precisamos reconhecer que, além das similaridades, isso é um fato, a Bíblia usa uma linguagem que é classificada na teologia como antropomorfismo. Essa expressão é uma maneira de tentar comunicar que Deus muitas vezes vai usar figuras humanas para tentar comunicar algo a respeito de si, que o homem, que não tem pleno entendimento nem a capacidade de avaliar Deus de forma plena e completa, consiga mensurar de alguma forma um pouco do que Deus é e do que Deus pode fazer, sem que necessariamente algumas dessas afirmações sejam literais.
Então, por exemplo, a Bíblia enfatiza que Deus é Espírito. Sobre Jesus, a Bíblia fala, depois da sua ressurreição, dele dizendo: "Um espírito não tem um corpo, como vocês veem que eu tenho. " No entanto, isso não significa que um espírito não possa ter forma, mas discute-se se o espírito tem necessariamente a mesma forma que o corpo tem, porque a forma do corpo, olhos, visão, os sentidos são necessidades nessa dimensão natural.
No entanto, a Escritura muitas vezes vai usar expressões ligadas a Deus que nem sempre são literais. Há momentos, por exemplo, onde, falando do caráter de Deus, a Bíblia diz: "Deus não é homem para que minta, nem filho do homem para que se arrependa. " Um Deus que sabe tudo de antemão, que é presciente, não tem como se arrepender.
Não há nada que possa acontecer que Ele não saiba de forma prévia que aquilo iria acontecer. Ou seja, quando você avalia de uma forma estritamente lógica, não há a menor possibilidade de Deus ter arrependimento, e Ele mesmo fala isso. Mas há momentos onde, na linguagem bíblica, nós leremos: "Arrependeu-se o Senhor de ter feito homem.
" Ali, nós classificamos isso de "antropomorfismo", uma tentativa de Deus comunicar um sentimento de decepção com a conduta e o comportamento de um homem que não. Está à altura do propósito para o qual foi criado. Então, dito isso, nós sabemos que o antropomorfismo ajuda também a equilibrar, e isso exige uma análise muito mais minuciosa do que temos o poder de fazer agora.
Eu quero apenas destacar algumas dessas características com as quais Deus se revelou, que, obviamente, ainda apontam na mesma direção de um Deus que é pessoal. Então, dito isso, nós vamos mencionar aqui esses antropomorfismos, que incluem os membros do corpo humano sendo mencionados em relação a Deus, o que tem levado alguns a dizer: “Não, o homem foi feito parecido com o que Deus é”, e outros têm dito: “Não podemos ter certeza de que isso seja uma revelação de como Deus é ou se é uma tentativa apenas dele comunicar ao homem algo que lhe seja inteligível, que ele tenha a capacidade de entender. ” Então, dito isso, eu quero ir para Êxodo 33.
11. Êxodo 33. 11, nós lemos assim: “Falava o Senhor a Moisés face a face, como qualquer fala ao seu amigo.
” A expressão “face a face” sugere aqui, obviamente, o rosto. No verso 20, Deus diz: “Não me poderás ver a face, porquanto nenhum homem verá a minha face e viverá. ” Então, aqui Deus está usando esse atributo, essa expressão sobre a face.
É interessante que aqui em Êxodo 33, o próprio Deus diz assim, verso 21: “Disse mais o Senhor: Eis aqui um lugar junto a mim; e tu estarás sobre a penha. Quando passar a minha glória, eu te porei numa fenda da penha, e com a mão te cobrirei, até que eu tenha passado. Depois, em tirando eu a mão, tu me verás pelas costas; mas a minha face não se verá.
” Então, Deus fala: “De uma forma você não vê meu rosto, você vê as minhas costas. ” De novo, repito, alguns discutem: “Será que Deus estava falando de face e costas literal como temos ou apenas usando uma linguagem que expressa isso de forma limitada? ” Em 2º Crônicas 16.
9, a Bíblia diz: “Os olhos de Deus passam por toda a Terra. ” Obviamente, Deus não está fazendo uma varredura com os olhos, porque Ele é o Deus onisciente. Então, a expressão “os olhos de Deus passam por toda a Terra” é uma tentativa de levar o homem a entender que Deus está vigiando tudo e conhece tudo, e ele usa uma linguagem de uma forma que nós possamos entender.
Ainda assim, revela um ato pessoal. Em Isaías 58. 14, depois de dizer: “Te deleitarás no Senhor.
Eu te farei cavalgar sobre os altos da terra e te sustentarei com a herança de Jacó, teu pai”, o Senhor termina dizendo: “porque a boca do Senhor o disse. ” Então, Deus faz questão de dizer: “Eu falo, falo com a boca. ” Êxodo 7.
5 fala da mão de Deus em relação a Faraó. Isaías 59. 1 diz: “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para que não possa ouvir.
” Então, aqui nós temos menção da mão de Deus, mas também do ouvido de Deus, como em Números 11. 1 também acontece. Em Deuteronômio 33.
27, a Bíblia fala a respeito dos braços de Deus: “Os braços do Eterno estão sobre você e te sustentam. ” Êxodo 31. 18 nos fala a respeito do dedo de Deus.
Em Lucas 11. 20, Jesus também menciona, dizendo que ele expulsava demônios pelo dedo de Deus. Isso não significa que, literalmente, Deus tenha que dar um cutucão com o dedo literal, mas está dizendo que é o toque da mão de Deus, da ação do Senhor.
Aliás, essa expressão “a mão de Deus”, ou mesmo quando a Bíblia fala do braço de Deus, sempre está falando da sua força, do seu poder de execução. No Salmo 18. 15, a Bíblia fala das narinas de Deus.
Essa figura é muito usada também no Antigo Testamento em relação aos sacrifícios, quando a Bíblia enfatiza que Deus aspirava o bom cheiro deles. Mas o Salmo 18. 15 fala do “iroso resfolgar das tuas narinas”, e com isso Deus está novamente comunicando uma outra mensagem.
Com todas essas declarações, nós temos não apenas um Deus que se revela como pessoal, mas que procura que o homem o entenda como uma pessoa que tem similaridades para que possa haver conexão. Ainda que essa conexão de relacionamento não é física, porque a Bíblia diz que Deus é espírito, importa que seus adoradores o adorem em espírito. Paulo diz aos Coríntios: “O que se une ao Senhor é um só espírito com Ele.
” Mas Deus está nos chamando a figuras de linguagem, dizendo: “Sou um ser pessoal. Quero me conectar e relacionar com vocês. ” Com a soma desse entendimento, percebemos um Deus que não apenas é um ser pessoal, mas se revela como esse ser pessoal que quer se conectar conosco, que também temos personalidades, que Ele nos criou dessa forma, para que também pudéssemos interagir com Ele, fazendo uso da nossa mente, da nossa vontade, das nossas emoções.
E, particularmente, eu gosto de dizer que isto torna o evangelho muito empolgante. A mensagem de salvação não é mera remoção da condenação. É um chamado à comunhão.
Nós existimos para buscar a Deus, para nos relacionar com Deus. Então, a minha oração é que esse entendimento possa não apenas nortear o que você crê a respeito de Deus, mas que, de maneira prática, possa te dirigir à busca desse relacionamento pessoal, dessa intimidade gloriosa, prazerosa, para a qual nós somos chamados: “A intimidade do Senhor é para aqueles que O temem. ” Que o Senhor nos ajude, com entendimento correto e a devida resposta, a viver de forma plena aquilo que Ele nos providenciou nesse relacionamento.
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