médica desdenha de uma senhora idosa mas quando a verdade é revelada ela se arrepende amargamente o sol ainda não havia nascido completamente quando Dona Eulália chegou ao Hospital Público de São Paulo a manhã fria e úmida parecia refletir a dor que ela carregava em seu coração aos 75 anos a vida havia lhe ensinado a ser resiliente mas o cansaço de tantas batalhas começava a pesar em seus ombros frágeis ela se sentia invisível uma sombra entre as dezenas de pessoas que esperavam por um atendimento que parecia nunca chegar o hospital enorme e desgastado pelo tempo era
um reflexo Claro da precariedade do sistema de saúde brasileiro as paredes sujas e descascadas as cadeiras quebradas na sala de espera o som constante de tosses e gemidos tudo naquele lugar transmitia a sensação de abandono e não só dos pacientes mas também dos próprios médicos e enfermeiros que exaustos lutavam diariamente contra as limitações de um sistema à beira do colapso Dona Eulália olhava ao redor tentando encontrar um lugar para sentar suas pernas doíam e ela sentia um desconforto constante na coluna resultado de anos de trabalho árduo como costureira finalmente encontrou uma cadeira no canto da
sala de espera próxima a uma janela empoeirada que deixava entrar uma pequena rajada de ar frio ela puxou seu velho casaco de lã mais para perto do corpo buscando algum conforto naquele ambiente hostil ao seu lado uma jovem mãe tentava acalmar o filho febril Enquanto Mais adiante um senhor de idade avançada gemia de dor sem que ninguém lhe oferecesse ajuda imediata Dona Eulália fechou os olhos por um momento tentando reunir forças seu corpo frágil estava cansado e a dor na barriga que a acompanhava há meses parecia cada vez mais insuportável ela sabia que precisava de
ajuda mas naquele lugar a esperança parecia uma ilusão distante os minutos se transformavam em horas Dona Eulália observava o fluxo interminável de pessoas indo e vindo e o que mais a impressionava não era apenas a quantidade de pacientes mas a ausência de dignidade que permeava o ambiente homens e mulheres jovens e idosos todos aguardavam por uma a chance de serem vistos atendidos ou ao menos notados e ainda assim o hospital seguia num ritmo lento e impiedoso onde a urgência de cada vida parecia se perder em meio ao caos de tempos em tempos um médico ou
enfermeiro surgia na porta da sala de espera e chamava algum nome com uma voz cansada a pessoa chamada se levantava apressadamente como se tivesse ganhado uma espécie de Loteria os que permaneciam sentados como dona Eulália suspiravam e ajustam-se em suas cadeiras como se aceitassem que sua vez ainda estava longe lá fora o céu começava a clarear mas dentro do hospital o clima era de eterno Crepúsculo o ar carregava o cheiro estagnado de álcool e de desinfetante misturado ao suor e à ansiedade de quem esperava Dona Eulália conhecia bem Aquele cheiro ele a lembrava das muitas
vezes em que Viera ali seja por ela mesma ou para acompanhar conhecidos que assim como ela lutavam para encontrar algum tipo de alívio em meio ao caos naquela manhã porém algo estava diferente a dor em sua barriga parecia mais intensa mais aguda era como se algo dentro dela estivesse errado muito errado ela sabia que deveria ter procurado ajuda antes mas como tantas outras pessoas ali evitava ir ao hospital público a menos que fosse estritamente necessário o medo de ser ignorada de ser tratada como apenas mais um número sempre a fez hesitar agora sentada naquele ambiente
sufocante ela se perguntava se havia esperado demais o tempo passou e por fim um jovem médico se aproximou dela ele usava jaleco branco e tinha olheiras Profundas resultado de um plantão que parecia não ter fim Seus olhos eram gentis mas o cansaço que carregava em sua postura deixava Claro que ele assim como todos ali estava no limite senhora está esperando há quanto tempo perguntou ele verificando o nome dela na prancheta mas sem olhar diretamente para seu rosto desde cedo Doutor desde cedo respondeu Dona Eulália com a voz fraca ele fez um aceno distraído e começou
a anotar algo na prancheta nós vamos chamar Mas a senhora sabe como é muita gente poucos recursos Vou tentar agilizar mas não posso prometer nada ela sentiu conformada e enquanto ele se afastava já com um outro paciente em mente naquele lugar as promessas pareciam vagas quase como se fossem ditas apenas por hábito sem real intenção de serem cumpridas Dona Eulália sabia disso mas não tinha outra opção a não ser esperar esperar que alguém anotasse que alguém se importasse o suficiente para ver a dor que ela tentava esconder os corredores eram longos e escuros com lâmpadas
piscando intermitentemente e o eco dos Passos apressado dos funcionários Parecia um lembrete constante de que aquele Hospital estava longe de oferecer o cuidado que as pessoas mereciam em um canto próximo ao bebedouro quebrado uma mulher mais jovem discutia com um enfermeiro pedindo informações sobre sua mãe que havia sido levada para a emergência horas atrás O Enfermeiro impassível dizia que estava fazendo o melhor que podia é sempre assim por aqui pensou Dona eula ajustando-se na cadeira sempre uma luta sempre uma espera o barulho da televisão velha no canto da sala de espera emitia um som distorcido
narrando notícias que ninguém parecia realmente ouvir a única coisa que se ouvia claramente eram os murmúrios de pacientes que trocavam palavras de desânimo entre si a cada segundo que passava a dor de Dona Eulália se intensificava ela começou a sentir-se fraca sua visão turva o corpo parecia tra assim como o sistema de saúde que já não oferecia o apoio que um dia prometeu o relógio na parede marcava o início de mais um turno mas para Dona Eulália a espera parecia eterna o que ela não sabia porém é que aquela Manhã Tão semelhante a tantas outras
estava prestes a mudar de forma inesperada e com consequências que ninguém poderia prever Dona Eulália Já estava quase adormecendo em meio à dor e ao cansaço quando ouviu seu nome ser chamado com uma voz apressada e impaciente eulala Almeida ela se levantou com dificuldade segurando-se nas costas da cadeira para apoiar o corpo envelhecido caminhou lentamente até a porta onde uma médica jovem de rosto sério e expressão impassível a aguardava vamos logo não temos o dia inteiro Dona Eulália disse a médica sem sequer olhar para ela direito era a doutora Sara Borges uma mulher de uns
35 anos com o jaleco impecavelmente branco e os olhos sempre voltados para o tablet que segurava nas mãos digitando algo apressadamente não havia nenhuma empatia na sua voz para ela Dona Eulália era apenas mais uma paciente numa fila interminável Dona Eulália tentou abrir um sorriso tímido ao entrar na pequena sala de consulta mas logo percebeu que a médica estava longe de se importar sentou-se com cuidado na cadeira observando a médica que parecia mais interessada em terminar logo o atendimento então o que a senhora tem perguntou a Dra Sara sem tirar os olhos do tablet Dona
Eulália hesitou por um momento sentindo o peso das palavras antes de dizer Doutora Tenho sentido uma dor muito forte na barriga a meses tá piorando às vezes eu quase não consigo levantar da cama a médica ergueu os olhos brevemente mas logo voltou a digitar no tablet dor na barriga e por que a senhora não veio antes eu não gosto de vir no hospital só quando é necessário Achei que ia melhorar sabe com os chá e dout Sara interrompeu com um suspiro impaciente chá não cura doença Dona Eulália a senhora precisa de médico não de receita
caseira Dona Eulália baixou a cabeça envergonhada ela sabia que deveria ter vindo antes mas entre cuidar da casa o pouco dinheiro que recebia da aposentadoria e a falta de apoio as consultas médicas SEME ficavam para depois suba na maca ali ordenou a doutora apontando para o canto da sala vou examinar rápido porque tenho muitos pacientes hoje com muito esforço Dona Eulália se levantou da cadeira e se dirigiu à maca seus movimentos eram lentos e a dor em sua barriga intensificava a cada passo a médica porém parecia não perceber ou se percebesse não demonstrava quando Dona
Eulália finalmente se deitou D Sara se aproximou pressionando levemente algumas áreas do abdômen mas sem a mínima delicadeza cada toque da médica era seguido por uma careta de dor que dona Eulália tentava conter É só dor ou tem mais alguma coisa febre vômito alguma outra coisa a médica perguntava enquanto continuava o exame de forma mecânica claramente apressada tem dias que eu não consigo comer direito tudo volta às vezes a dor é tão forte que nem consigo dormir respondeu Dona Eulália com a voz baixa e cheia de dor hum foi tudo que a médica disse já
voltando ao seu tablet digitando mais algumas informações não havia sequer olhado Dona Eulália nos olhos desde que ela havia entrado na sala dout Sara suspirou novamente visivelmente irritada olha Dona Eulália provavelmente é só gastrite ou algum problema intestinal causado pela idade a senhora sabe que com a sua idade essas coisas acontecem vou passar um remédio para dor e um exame de sangue nada que precise de muita urgência Dona Eulália mesmo sabendo que algo estava errado com seu corpo sentiu-se incapaz de argumentar o olhar frio da médica e o tom de desdém a fizeram duvidar de
si mesma talvez fosse apenas coisa da idade como ela dizia talvez estivesse exagerando mas Doutora Eu sinto que é mais grave eu eu quase não consigo comer tentou argumentar mas a já estava se afastando voltando a digitar no tablet olha Dona Eulália todo mundo sente dor é normal a senhora precisa entender que a gente tem casos muito mais graves aqui vou te encaminhar para uma ultrassonografia Mas não é para agora quando der eles chamam se eu fosse a senhora parava de se preocupar tanto vai ver que é só um mal-estar passageiro eu eu entendo Doutora
Mas a senhora poderia por favor me ajudar a entender por tá doendo tanto Dona lha tentava em vão explicar o que estava sentindo mas a médica já a tratava como mais uma paciente ansiosa buscando uma explicação simples para um problema complexo Dora Sara finalmente olhou para Dona Eulália com impaciência Clara olha Dona Eulália eu já te disse é coisa da idade não adianta a senhora ficar nervosa Tome esse remédio e Se piorar volte aqui mas não espere um milagre o sistema é esse aquelas palavras ecar na mente de Dona Eulália o sistema é esse frase
que ela já havia escutado tantas vezes mas que sempre a deixava com um gosto amargo na boca ela sabia que para pessoas como ela de idade simples e sem recursos o Sistema de Saúde Público oferecia poucas respostas e ainda menos alívio D Sara entregou a receita e já se virou em direção à porta dando por encerrada a consulta passe na farmácia do hospital e veja se eles têm remédio e não esquece de marcar o exame Mas como eu disse não é urgente Dona Eulália assentiu sem forças para argumentar ela pegou o papel com a receita
e se levantou com dificuldade sentindo a dor no corpo e mais ainda a dor no coração a sensação de ser tratada com desdém como se sua dor fosse insignificante pesava mais do que qualquer sintoma físico quando estava prestes a sair virou-se uma última vez para a doutora Sara a senhora acha que tem chance de ser algo mais sério a médica mal levantou os olhos do tablet só se a senhora não tomar o remédio que eu te dei Aí pode complicar agora por favor a próxima paciente já está esperando sem ter para onde ir sem saber
se deveria acreditar no diagnóstico frio que recebera dona Eulália saiu da sala sentindo-se menor do que quando havia entrado cada passo que dava no corredor parecia ecoar a injustiça daquele tratamento sabia que sua vida havia sido marcada por dificuldades mas sempre esperara que no momento de maior necessidade receberia algum cuidado agora voltava à realidade o sistema público de saúde estava quebrado e para pessoas como ela invisíveis e esquecidas não havia muito o que esperar ela caminhou devagar pelos corredores com a receita nas mãos sem saber se iria realmente pegar o remédio algo em seu peito
dizia que aquela dor merecia mais atenção mas quem da ouvidos a uma velha senhora como ela Dona Eulália saiu do hospital com a receita apertada nas mãos tentando ignorar o peso de cada passo a dor em sua barriga a fazia caminhar devagar cada movimento Parecia um esforço enorme mas ela não podia deixar de ir até a farmácia do hospital as instruções da doutora Sara ainda ecoavam em sua mente e mesmo com todas as dúvidas que sentia decidiu seguir o que lhe foi recomendado ao chegar à farmácia o ambiente era quase tão caótico quanto a sala
de espera uma fila se estendia pelo corredor e dona Eulalia se viu Obrigada a esperar mais um tempo já sem forças ela se encostou em uma das paredes tentando não se render ao cansaço o olhar dos outros pacientes era de pura exaustão o mesmo que ela sentia Finalmente quando sua vez chegou entregou a receita para a atendente Vai demorar um pouquinho tá disse a moça da farmácia sem sequer olhá-la direito como se a aquele pedido fosse mais um entre tantos ela apenas assentiu com um sorriso cansado sem mais expectativas quando finalmente recebeu o remédio saiu
com ele nas mãos e caminhou até um bebedouro próximo à saída do hospital as dores intensas ainda eram quase insuportáveis e ela esperava que o comprimido pudesse trazer algum alívio mesmo que temporário com dificuldade engoliu a pílula amarga sentindo uma leve pontada ao fazer isso como se seu o próprio corpo rejeitasse aquele gesto de desespero fez uma prece silenciosa pedindo a Deus que aquilo ajudasse ao sair do hospital o vento gelado de São Paulo a recebeu com um abraço indesejado ela ajeitou o casaco e começou a caminhar devagar sentindo cada pedacinho de seu corpo reclamar
a cada passo a cidade parecia indiferente à sua dor como sempre havia sido e as pessoas apressadas ao seu redor sequer notavam sua pres Dona Eulália com sua humildade e aparência cansada era mais uma no meio da multidão conforme caminhava um desconforto começou a surgir em sua barriga ela tentava ignorar achando que talvez fosse o remédio começando a agir talvez alguma reação natural ao medicamento mas o incômodo foi crescendo e de repente ela sentiu uma fisgada aguda que a fez parar de andar e levar a mão ao abdomen a dor era diferente agora mais intensa
e localizada ela se apoiou em uma parede próxima respirando fundo tentando reunir forças para continuar não pode ser nada só o efeito do remédio pensou tentando se convencer enquanto as pessoas passavam ao seu lado sem perceber sua dificuldade mas algo dentro dela parecia gritar que não era só isso uma sensação estranha Começou a tomar conta do corpo e ela percebeu que a visão estava ficando levemente turva o que seria talvez não tivesse comido o suficiente para tomar aquele remédio ou talvez fosse algo mais decidiu continuar caminhando mesmo com a dor aumentando a cada passo sabia
que sua casa não estava muito longe e Se conseguisse chegar ao menos poderia descansar e esperar que tudo passasse vou melhorar dizia a si mesma em um esforço desesperado de manter a esperança após alguns metros uma sensação de fraqueza tomou conta de seu corpo ela parou novamente tentando se equilibrar Mas desta vez a dor foi tão forte que a fez se dobrar era como se algo Estivesse se rompendo dentro dela algo errado que o remédio não estava resolvendo sentiu o suor frio descer pela testa e de repente uma tontura intensa tentou continuar mas suas pernas
fraquejaram no momento em que achou que fosse cair uma mão firme segurou seu braço era um homem aparentemente um dos seguranças do hospital que percebeu sua dificuldade e correu em sua direção senhora a senhora está bem ele perguntou preocupado ajudando-a a se sentar em um pequeno banco na calçada próxima eu eu não sei a dor a dor tá piorando respondeu Dona Eulália ofegante enquanto colocava a mão na barriga o segurança visivelmente preocupado a observou por alguns segundos e depois tomou uma decisão rápida vou chamar ajuda não parece ser só o remédio a senhora precisa voltar
para o hospital Dona Eulália tentou protestar não moço não precisa eu só tô cansada já tomei o remédio vai passar mas o segurança não a ouviu ele pegou o rádio e começou a chamar por uma ambulância ou enfermeiro que pudesse ajudar a tensão no ar aumentava e enquanto o homem conversava no rádio Dona Eulália Começou a sentir uma sensação ainda mais estranha era como se o corpo estivesse tentando dizer algo mais urgente ela percebeu que algo muito errado estava acontecendo e então enquanto a ajuda ainda não chegava ela se lembrou de algo que a médica
dissera em tom de desdém é coisa da idade Dona Eulália não espere Milagres Mas aquela dor não era coisa da idade não poderia ser havia algo mais profundo algo que não poderia ser ignorado por um momento ela pensou se tinha tomado o remédio errado o que significava aquilo será que seu corpo agora respondia ao erro que a doutora havia cometido a cabeça girava e o mundo ao seu redor começava a desvanecer-se em sombras ela tentou se levantar mas as pernas não obedeciam mais sentia o suor escorrer por seu rosto e a visão foi ficando ainda
mais turva moço o remédio foi tudo que conseguiu sussurrar antes de soltar um grito de dor Dona Eulália foi levada de volta ao hospital com a ajuda do segurança que a socorreu na rua o segurança percebendo a gravidade da situação fez sinal para um dos funcionários do hospital que de prontidão a levou em uma cadeira de rodas diretamente para a emergência lá dentro o caos reinava como sempre médicos e Enfermeiros corriam de um lado para o outro e os gemidos de dor e pedidos de ajuda dos pacientes ecoavam pelos corredores Dona Eulália foi levada para
uma sala improvisada no fundo da emergência onde uma enfermeira tentou acalmá-la enquanto esperavam que algum médico estivesse disponível minutos depois A Porta Se Abriu e quem entrou foi um jovem médico seu nome bordado no jaleco era Dr Vinícius e seus olhos carregavam uma mistura de cansaço e determinação ele tinha o semblante sério mas o olhar Gentil que de imediato notou a gravidade da situação Boa tarde dona Eulália fique calma estou aqui para ajudar disse ele segurando a mão dela com delicadeza ela olhou para ele com lágrimas nos olhos sentindo que pela primeira vez naquele dia
alguém estava realmente vendo sua dor Doutor a dor é tão forte Acho que tomei o remédio errado peguei na farmácia o Dr Vinícius franziu a testa pedindo que a enfermeira lhe entregasse o prontuário a receita o remédio e as informações do atendimento anterior ao analisar rapidamente sua expressão mudou ficando ainda mais preocupada você tomou esse remédio agora perguntou ele conferindo a receita que a doutora Sara Havia prescrito sim logo depois de sair do hospital ele respirou fundo percebendo o erro esse medicamento não deveria ter sido dado a você Dona Eulália ele pode ter agravado sua
condição a mente de Vinícius começou a trabalhar rapidamente ligando sintomas que ela apresentava com o possível diagnóstico aquele erro no remédio poderia ter causado complicações graves mas ele precisava de exames mais detalhados levantou-se imediatamente e chamou a equipe de enfermagem Vamos precisar fazer uma tomografia e uma série de exames agora ela pode estar com uma condição mais grave e o remédio errado pode ter piorado tudo vamos correr Dona Eulália embora aflita sentiu um breve alívio ao perceber que o médico estava agindo com seriedade e compaixão em pouco tempo foi levada para os exames enquanto o
Dr Vinícius preocupado tentava encontrar mais informações no histórico médico dela assim que os exames começaram a d Sara chamada pela equipe entrou na sala o rosto carregado de uma mistura de irritação e surpresa ao ver Dona Eulália sendo preparada para os exames ela se dirigiu a Dr Vinícius com uma expressão defensiva o que está acontecendo aqui Por que essa paciente está sendo levada para uma tomografia eu já a atendi antes e não havia nada tão urgente Dr Vinícius se voltou para ela com uma postura firme Doutora Sara a senhora prescreveu o remédio errado para a
paciente ela está com dores severas e estávamos investigando uma possível condição grave que pode ter passado despercebida D Sara cruzou os braços tentando se justificar isso é um exagero a paciente tinha apenas dores comuns de idade não precisa criar um drama sobre isso o sistema já está sobrecarregado mas o jovem médico não estava disposto a deixar passar ele a encarou sem deixar seu tom de voz se alterar mas com firmeza eu entendo que o sistema seja caótico mas isso não pode justificar negligência Doutora Sara Dona Eulália está em uma situação grave e vamos tratar isso
com a urgência que merece Sara o olhou surpresa com a resposta direta mas antes que pudesse replicar a enfermeira voltou com os resultados preliminares dos exames o rosto dela estava pálido Doutor encontramos algo a condição dela é muito mais grave do que pensamos Vinícius pegou os exames e seu olhar se tornou Sombrio ela está com uma perfuração no intestino isso é sério e o remédio que tomou Só piorou o quadro precisamos levá-la para a cirurgia imediatamente ou ela corre risco de morte dout Sara que até então mantinha a postura defensiva agora parecia surpresa quase chocada
mas eu não percebi ela não parecia tão mal como isso passou o Dr Vinícius olhou para ela com uma expressão controlada mas cheia de convicção Essa é a questão o sistema de saúde está sobrecarregado sim mas isso não pode ser uma desculpa para tratarmos os pacientes como se fossem números cada vida importa a d Sara pela primeira vez não tinha uma resposta pronta sentiu-se desconfortável como se pela primeira vez em muito tempo estivesse sendo confrontada por algo mais profundo havia uma lição ali que ela estava começando a perceber mas ainda resistia a aceitar enquanto isso
Dona Eulália foi levada rapidamente para a sala de cirurgia lutando para se manter consciente enquanto a equipe médica se preparava para tentar salvar sua vida o Dr Vinícius permaneceu ao lado dela até o último momento segurando sua mão e falando em tom baixo nós vamos cuidar da senhora dona Eulália não se preocupe eu estou aqui Fique tranquila ela com dificuldade abriu os olhos e olhou para o jovem médico sentindo que ao menos naquele momento alguém se importava com sua dor e com um sorriso fraco sussurrou obrigada doutor só queria que tivessem visto isso antes o
jovem médico determinado se concentrava em cada movimento sua experiência e empatia guiaram as mãos durante a operação enquanto a vida da senhora dependia de cada decisão a doutora Sara que acompanhava de perto se aproximou Na tentativa de participar da cirurgia Dr Vinícius eu gostaria de ajudar eu mas o Dr Vinícius sem levantar o olhar de Dona Eulália cortou a gentilmente mas firme D Sara com todo o respito acho que a senhora já fez o suficiente por hoje a situação já está delicada e eu vou assumir daqui as palavras atingiram a Dra Sara como um golpe
ficou paralisada por alguns instantes sentindo-se exposta confrontada o coração acelerou e ela recuou devagar nunca antes um colega havia falado com ela daquela maneira ela saiu da sala de cirurgia com um nó na garganta mal ouvindo o som dos instrumentos cirúrgicos ao fundo e começou a refletir será que eu sou realmente boa médica pensou enquanto andava pelo corredor frio do hospital como eu pude deixar isso acontecer e por que estou tão Incomodada com o que ele disse ela sempre tinha se considerado uma médica competente alguém eficiente prática Mas aquelas palavras do Dr Vinícius ressoavam em
sua mente repetidas vezes eu trato os pacientes como números será que é isso será que estou me tornando uma da aqu elas ela se lembrou de quando começou a estudar medicina com sonhos de mudar o mundo de cuidar de pessoas agora via-se apressada sempre Exausta tratando vidas como se fossem mais um problema para resolver rapidamente eu perdi algo ao longo do caminho ou talvez nunca tive isso o desconforto que sentia não era apenas por ter sido confrontada mas pela realização dolorosa de que talvez houvesse verdade nas palavras de Vinícius enquanto a Dra Sara lutava com
suas próprias reflexões a cirurgia de Dona Eulália seguiu em silêncio com precisão e cuidado quando terminou o Dr Vinícius respirou fundo observando o monitor a operação havia sido um sucesso Dona Eulália estava estável mas dada sua idade e a gravidade da situação precisaria de alguns dias de observação horas depois Dona Eulália acordou na enfermaria sentindo um misto de alívio e desconforto sua barriga Parecia ter levado facadas a dor ainda presente mas diferente menos aguda do que antes ela olhou ao redor e percebeu que não estava sozinha outras pessoas também recém operadas estavam deitadas ao seu
lado separadas apenas por cortinas finas o ambiente típico de um hospital público Era longe de ser confortável mas naquele momento estar viva já era um alívio alguns minutos depois o Dr Vinícius entrou na enfermaria seu olhar era e ele carregava uma serenidade que acalmava os pacientes ao ver Dona Eulália acordada ele se aproximou e sentou ao lado da cama segurando o prontuário nas mãos como está se sentindo Dona Eulália perguntou ele com a voz Suave aliviada Doutor mas ainda dói parece que fui esfaqueada respondeu ela com um sorriso cansado o doutor Vinícius assentiu isso é
normal foi uma cirurgia delicada e a senhora vai sentir esse desconforto por alguns dias mas o importante é que conseguimos resolver o problema ela olhou para ele com um olhar carregado de gratidão e ao mesmo tempo de tristeza obrigada doutor agradeço de coração Mas me diga por que fui tratada como um nada onde foi que errei na vida para acabar assim essas palavras deixaram o Dr Vinícius em silêncio por alguns segundos ele sabia que a resposta não era simples a senhora não errou Dona láa o sistema é que falha com as pessoas falha todos os
dias com quem mais precisa mas me conte como a senhora chegou até aqui Dona Eulália suspirou profundamente enquanto seus olhos pareciam vagar pelo passado eu sempre fui uma trabalhadora Doutor comecei como costureira sabe fazia uniformes escolares trabalhava o dia inteiro tentando sustentar minha família depois quando tinha meus 30 e poucos anos trabalhei como babá também ah como eu amava as crianças cuidar delas me trazia alegria esperança de um futuro melhor mas com o tempo as coisas foram ficando difíceis as costuras não davam tanto dinheiro e as Crianças cresceram foram embora mas ainda trabalho fazendo uma
costura aqui outra a colá o Dr Vinícius ouvia cada palavra com atenção os olhos começando a marejar ele também vinha de uma família humilde e sabia muito bem o que era uma vida de sacrifícios minha mãe também foi costureira Dona Eulália sei como é difícil essa vida vi ela costurar noite adentro preocupada se o dinheiro ia dar para o mês e sei que muitas vezes esse esforço não é reconhecido ela deu um sorriso triste pois é doutor eu me pergunto sabe onde foi que eu errei trabalhei tanto dei tanto de mim sempre fui uma pessoa
honesta e acabei aqui tratada como um nada como se minha vida não valesse nada o silêncio entre eles foi carregado de Emoções o Dr Vinícius segurou a mão dela sentindo o peso de suas palavras o peso da realidade A senhora não errou Dona Eulália a vida às vezes é dura demais com quem merece mais mas o que a senhora fez o que viveu não foi em vão Seu trabalho seu cuidado tudo isso é importante mesmo que o mundo nem sempre reconheça a senhora merece mais e eu vou fazer o que estiver ao meu alcance para
garantir que a senhora receba o cuidado que merece os olhos de Dona Eulália brilharam com lágrimas e ela apertou a mão dele com a pouca força que tinha obrigada doutor por me tratar com dignidade Enquanto isso a dout Sara vagava pelos corredores do hospital inquieta ela havia recebido notícias de que a cirurgia de Dona Eulália havia sido um sucesso sabia que deveria se sentir aliviada mas a verdade é que estava completa mente abalada sua mente era um turbilhão de questionamentos deveria ir falar com ela pensava enquanto observava as pessoas indo e vindo Será que preciso
pedir desculpas Será que preciso reconhecer meus erros ela se sentia dividida entre o orgulho e a culpa O Confronto com o Dr Vinícius havia despertado algo dentro dela que ela não sabia lhe dar mas e se eu me desculpar como ela vai reagir o que vão pensar de mim será que ela vai me perdoar o ela caminhava de um lado para o outro sem conseguir tomar uma decisão Clara cada passo era acompanhado pela sensação de que algo dentro dela estava mudando mas ela ainda não sabia o que fazer com isso por fim ela parou diante
da porta da enfermaria onde Dona Eulália estava o coração acelerou as mãos suavam ela sabia que ali dentro estava uma mulher cuja vida ela quase perdeu por negligência a coragem de enfrentar a verdade ainda não era suficiente com um suspiro profundo ela se afastou novamente deixando a decisão para outro momento Dona Eulália se ajeitou na cama ainda com a mão de Dr Vinícius em sua própria os olhos dela embora cansados transmitiam uma profunda gratidão e alívio mas o silêncio entre eles carregava algo mais uma sensação de que havia muito não dito algo além da dor
física o Dr Vinícius preocupado com sua paciente decidiu perguntar Dona Eulália a senhora tem algum parente que possamos Ligar alguém que possa vir visitar a senhora enquanto está em observação ela hesitou por um momento como se o peso dessa pergunta fosse maior do que ele poderia imaginar depois de um suspiro profundo ela respondeu com um tom resignado quase envergonhado Eu tenho minha filha Marisa Ela mora em eudorado É longe daqui da capital Doutor não quero incomodá-la ela já tem tantos problemas lá não precisa se preocupar comigo Dr Vinícius franziu a testa eudorado era uma cidade
a quilômetros de distância da capital mesmo assim ele não podia deixar Dona Eulália passar por isso sozinha Dona Eulália a senhora não está incomodando ninguém sua filha precisa saber o que está acontecendo E tenho certeza de que ela vai querer estar aqui para a senhora Eu mesmo vou ligar para ela está bem vamos dar essa chance ela baixou os olhos umedecendo os lábios secos eu sempre poupei a Marisa dos meus problemas não quero que ela se preocupe mas se o senhor acha que é melhor Dr Vinícius sorriu gentilmente eu acho Sim tenho certeza de que
ela vai querer estar ao seu lado ele saiu da enfermaria e foi até a recepção do Hospital para fazer a ligação quando finalmente conseguiu falar com Marisa a voz do outro lado da linha era firme mas carregada de surpresa minha mãe no hospital Como assim Doutor ela nunca me disse nada sobre estar doente Vinícius explicou com calma o que havia acontecido e como dona Eulália estava agora em observação após a cirurgia Marisa ficou em silêncio por alguns segundos absorvendo a notícia quando finalmente ele terminou de explicar a situação ela prontamente disse eu estou indo para
São Paulo imediatamente não acredito que ela passou por isso sozinha a filha de Dona Eulália aos 44 anos sempre teve uma relação de profunda admiração pela mãe sabia que a vida de dona Eulália havia sido dura cheia de sacrifícios mas nunca imaginou que sua mãe estivesse enfrentando problemas tão sérios de saúde sozinha Marisa sentia-se frustrada e culpada por não ter percebido antes ela pegou um ônibus para a capital assim que desligou o telefone a viagem era longa cerca de 3 horas de viagem ao chegar ao Hospital algumas horas depois mar foi diretamente à recepção com
o rosto carregado de preocupação e chegando lá uma recepcionista falou toda a verdade que havia acontecido com sua mãe em como ela havia sido tratada A Revolta que cresceu era Evidente em seu Tom Como assim minha mãe foi negligenciada ela foi tratada desse jeito ela queria respostas queria saber quem havia permitido que sua mãe fosse tratada de forma tão desrespeitosa Quem foi a médica responsável pelo atendimento inicial da minha mãe eu quero falar com ela agora a voz de Marisa ecoou pela recepção chamando a atenção de algumas pessoas ao redor a recepcionista visivelmente nervosa com
a situação começou a buscar informações no sistema Senhora eu sei que é frustrante eu vou tentar encontrá-la eu não estou pedindo que você Tente eu quero saber agora minha mãe quase morreu por causa de negligência alguém aqui vai ter que me dar uma explicação Marisa estava Furiosa os olhos cheios de determinação enquanto apertava as mãos sobre o balcão a recepcionista continuava a procurar no sistema mas não encontrava nenhum sinal imediato da doutora Sara senhora parece que a doutora Sara não está no hospital no momento Como assim não está Marisa interrompeu ela estava aqui hoje mais
cedo não estava como essa médica irresponsável simplesmente desaparece o desespero misturado com raiva transparecia em cada palavra de Marisa sentia como se sua mãe tivesse sido abandonada deixada a mercê de um sistema falido e indiferente nos corredores do hospital a dout Sara caminhava sozinha tentando escapar da responsabilidade que sabia que estava se aproximando ela sabia que mais cedo ou mais tarde alguém a procuraria para questioná-la sobre Dona Eulália O Confronto com o Dr Vinícius ainda reverberava em sua mente e agora com a cirurgia bem-sucedida e a paciente estável Ela se via incapaz de lidar com
as consequências de sua própria negligência será que é isso que sou agora uma médica que comete erros e Foge de confrontos pensava com o peito apertado onde foi que eu errei o que aconteceu comigo as lembranças de seu início na medicina quando tudo era era novo e ela tinha uma profunda paixão por cuidar das pessoas estavam se perdendo sob o peso do cansaço e da rotina exaustiva mas agora ao ser confrontada com a realidade de seu descaso sentia-se abalada de uma forma que não podia mais ignorar enquanto caminhava pelos corredores perdida em seus pensamentos ouviu
passos rápidos e vozes se aproximando A recepcionista que queria Justiça pela forma como dona Eulália foi tratava mostrou uma foto da dout Sara para para que Marisa se visse ela dentro do hospital soubesse quem era que foi exatamente o que aconteceu Marisa deu de cara com a doutora Sara no momento em que as duas se cruzaram a doutora Sara congelou pois viu que o olhar de Marisa era intenso carregado de dor ódio e fúria Você Marisa exclamou aproximando-se dela com passos firmes você é a doutora Sara não é foi você quem atendeu minha mãe e
quase a deixou morrer a dout Sara engoliu em seco não havia como escapar mais a realidade a atingiu como um tapa E ela percebeu que precisaria enfrentar as consequências de suas ações ou neste caso da falta delas tentando manter a calma mas ainda visivelmente abalada Sara respondeu com a voz trêmula eu eu sou a doutora Sara sim eu eu cometi um erro Marisa deu um passo à frente seus olhos fixos nos da médica um erro um erro quase custou a vida da minha mãe você sequer a examinou direito sequer deu atenção ao que ela sentia
como pode fazer isso a dor e a revolta transpareciam em cada palavra de Marisa enquanto a doutora Sara pela primeira vez se via completamente sem defesas ela sabia que não tinha como se justificar sabia que naquele momento tudo o que poderia fazer era admitir sua falha e tentar de alguma forma encontrar o perdão a tensão estava prestes a explodir quando algo inesperado acontece Dr Vinícius apareceu no corredor percebendo a situação ele se aproximou calmamente colocando uma mão no ombro de Marisa num gesto de tranquilidade Marisa eu entendo sua dor e sua raiva Acredite eu entendo
mas o importante agora é que sua mãe está bem e em recuperação vamos resolver isso da melhor maneira possível com calma Marisa respirou fundo tentando controlar suas emoções enquanto olhava novamente para Sara que parecia à beira de um colapso o peso de suas ações havia finalmente caído sobre ela o silêncio tomou conta do Corredor enquanto cada um dos três refletia sobre o que tinha acontecido e o que ainda estava por vir Dr Vinícius percebendo a tensão no ar após o confronto com a dout Sara olhou para Marisa com um olhar de empatia e entendimento ele
sabia que a situação era difícil mas também sabia que naquele momento a prioridade era reunir mãe e filha calmamente ele colocou a mão no ombro de Marisa e disse vamos Marisa Venha ver sua mãe ela precisa de você agora Marisa ainda com os olhos brilhando de raiva respirou fundo e assentiu ela seguiu o Dr Vinícius até o leito de Dona Eulália ao entrar na sala ela viu sua mãe deitada com o corpo frágil mas os olhos brilhando ao ver sua filha a cena fez o coração de Marisa apertar todo o ressentimento que sentia pela negligência
médica Foi por um momento substituído pelo amor que tinha por sua mãe mãe Marisa começou sentando-se ao lado da cama pegando a mão de Dona Eulália com delicadeza Por que você não me contou Por que não me disse que estava sofrendo com essas dores eu sou sua filha eu deveria estar aqui para cuidar de você Dona Eulália suspirou com um sorriso triste nos lábios minha filha eu não queria te preocupar você já tem tanta coisa para Lar em sua vida eu não queria ser mais um fardo para você Marisa com lágrimas nos olhos Balançou a
cabeça mãe você nunca seria um fardo para mim eu daria tudo para estar aqui com você quando penso em como você foi tratada em tudo o que passou sozinha meu coração se parte eu sinto tanto por não estar aqui para te proteger as lágrimas começaram a rolar pelos rostos das duas mar que sempre fora uma mulher forte se permitiu desabar ao lado da mãe dona Eulália apesar da dor física sentiu-se acolhida no amor da filha e as duas choraram juntas Unidas por aquele momento de vulnerabilidade algumas horas depois enquanto Dona Eulália descansava e Marisa permanecia
ao seu lado o Dr Vinícius apareceu novamente na porta ele entrou na sala com um semblante um pouco mais sério e se aproximou de Marisa Maria começou ele com a voz baixa a d Sara me pediu para falar com você ela gostaria de conversar com vocês duas ela quer explicar algumas coisas Marisa olhou para ele ainda com o ressentimento nos olhos e por que eu deveria ouvir o que ela tem a dizer Doutor Minha mãe quase morreu por causa daquela mulher Vinícius respirou fundo compreendendo a dor de Marisa eu entendo Marisa mas acredito que ela
está arrependida e quer se redimir de alguma forma não estou pedindo que perdoe de imediato mas que ao menos ouça o que ela tem a dizer Marisa ficou em silêncio por alguns instantes ponderando olhou para a mãe que ainda descansava E então suspirou como se estivesse reunindo forças para enfrentar aquele momento tudo bem eu vou ouvir Mas não prometo nada Vinícius sorriu e saiu da sala para buscar a Dora Sara poucos minutos depois a dout Sara entrou na sala com passos hesitantes ela ela parecia uma sombra de si mesma a altivez e frieza de antes
haviam sido substituídas por uma expressão de angústia e arrependimento ela olhou para Dona Eulália e depois para Marisa e sua voz tremeu quando começou a falar eu eu vim aqui para pedir desculpas disse sua voz quase um sussurro sei que cometi um erro grave eu não prestei a devida atenção à sua mãe e tratei a com desdém eu eu estou profund arrependida Marisa permaneceu em silêncio os olhos fixos na médica esperando que ela continuasse a doutora Sara deu um passo à frente sentindo as lágrimas ameaçarem cair eu agi de forma arrogante e negligente às vezes
o ambiente aqui no hospital é insuportável tantos pacientes poucos recursos e a pressão de atender todo mundo sabendo que não temos o que precisamos é esmagadora mas nada disso justifica o que eu fiz eu falei com a sua mãe e isso me dói mais do que eu posso expressar ela então se virou para Dona Eulália que a observava com olhos gentis mas cansados eu escolhi ser médica porque queria cuidar das pessoas queria fazer a diferença mas ao longo do caminho fui perdendo essa Essência o cansaço o estresse nada disso é desculpa eu sei a verdade
é que cometi um grande erro e me arrependo profundamente por isso a d Sara começou a chorar sua voz falhando tentou recompor-se respirando fundo e continuou eu quero tentar corrigir esse erro Se for possível eu estou disposta a ajudar com uma contribuição financeira para que sua mãe possa comprar os remédios necessários e fazer um acompanhamento com um especialista quero me certificar de que ela tenha o tratamento que merece Dona Eulália abriu a boca para responder mas antes que pudesse dizer qualquer coisa Marisa a interrompeu com a voz afiada como uma lâmina não precisamos das suas
migalhas Marisa disse a raiva transbordando em cada palavra você acha que pode resolver isso com dinheiro Minha mãe quase morreu por sua causa e você acha que uma contribuição financeira vai apagar o que você fez Acredite Doutora isso não vai acabar assim Marisa se levantou encarando a médica de frente eu vou levar isso à justiça e vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para que seu registro seja caçado você não vai continuar Tratando as pessoas assim se depender de mim ninguém mais vai sofrer nas suas mãos Dona Eulália Ainda deitada olhava para a
filha com olhos marejados mas não tinha forças para intervir ela sabia que Marisa estava agindo com o coração ferido mas também sabia que a raiva da filha era justa ela apenas suspirou apertando as mãos em seu colo incapaz de falar a d Sara ficou imóvel por um momento os olhos arregalados e o rosto empalidecido ela não sabia o que dizer sentia-se esmagada pela culpa e pelo medo de perder tudo o que havia construído Marisa eu eu já disse o que tinha para dizer Marisa cortou agora saia daqui não quero mais ouvir nada de você Sara
engoliu em seco sem ter mais palavras para oferecer ela assentiu ainda atordoada e se virou para sair da sala com o coração apertado e a mente em um turbilhão de emoções assim que saiu ela se encostou na parede do Corredor o corpo tremendo nunca em sua vida havia se sentido tão perdida tão Fora de Controle a situação pesava sobre seus ombros como um fardo que ela não sabia se conseguiria suportar depois do confronto intenso com a d Sara Marisa ainda estava furiosa o Coração batia acelerado e seus pensamentos estavam em turbilhão ela sentia a necessidade
de proteger sua mãe mas também não podia ignorar o peso do que acabara De acontecer a médica havia saído da sala visivelmente abalada e Marisa Sabia que aquela mulher apesar de tudo estava sendo consumida pela culpa no entanto naquele momento tudo que Marisa queria era Justiça Dona Eulália deitada na cama observava a filha com um olhar preocupado ainda sem forças para interferir o silêncio na sala era PES AD cheio de perguntas não respondidas e Emoções à Flor da Pele Marisa ao ver sua mãe tão frágil tentou se recompor não queria que dona Eulália percebesse o
quanto aquilo tudo a estava afetando enquanto tentava acalmar seus próprios pensamentos Marisa se abaixou para pegar algo no chão foi quando viu um pequeno brilho no piso perto da porta por onde a doutora Sara havia saído era um colar delicado com uma fina corrente Dourada e um pingente Verde brilhante Marisa o pegou sem saber de imediato de quem era mas logo percebeu que provavelmente pertencia à Doutora Sara ela devia tê-lo deixado cair na pressa de sair da sala atordoada com a situação ela olhou para o colar por alguns segundos e havia algo naquele pingente havia
uma familiaridade algo que ela não conseguia explicar de imediato seu coração começou a acelerar de novo mas desta vez não por raiva e sim por uma estranha de dejavi era como se aquele colar carregasse uma memória antiga algo distante ela apertou o colar na palma da mão tentando se lembrar de repente uma imagem antiga lhe veio à mente um dia muitos anos atrás quando ela ainda era uma criança lembrou-se de sua mãe dona Eulália bem mais jovem trabalhando como babá em uma das grandes casas onde Marisa a acompanhava às vezes havia uma menina naquela casa
que usava um colar muito par com aquele seria possível isso não pode ser coincidência murmurou Marisa para si mesma o olhar fixo no pingente ela se aproximou da cama onde sua mãe descansava ainda meio dopada dos Remédios e puxou uma cadeira para se sentar ao lado dela mãe começou Marisa hesitante Você lembra de quando trabalhava de babá não lembra Dona Eulália abriu os olhos com dificuldade a expressão sonolenta e cansada ela assentiu levemente sem entender porque a filha estava trazendo aquele assunto à tona sim minha filha lembro mas por que você está me perguntando isso
agora a voz de Dona Eulália era fraca quase um sussurro Marisa respirou fundo eu estava pensando você trabalhou para muitas famílias ricas né você consegue se lembrar dos nomes dessas famílias Dona Eulália franziu a testa claramente confusa ah foram algumas sim mas faz tanto tempo Marisa eu eu não sei se vou lembrar de todos os sobrenomes Marisa apertou o colar na mão decidida a descobrir a verdade tenta se lembrar mãe é importante quais eram essas famílias Dona Eulália suspirou os olhos pesados pelo cansaço e pelos remédios mas fez um esforço para puxar as lembranças de
sua memória ela começou a falar lentamente com a voz arrastada bom eu trabalhei para os Macedos depois para os secundes também para os Moreira Sales a Ah e teve os narras e os Novara quando Dona Eulália pronunciou o último nome algo dentro de Marisa se acendeu ela apertou a mão da mãe quase desesperada para ter certeza tem certeza mãe você trabalhou para essas famílias não tinha mais nenhuma Dona Eulália Balançou a cabeça visivelmente confusa com a urgência nas perguntas da filha não minha filha foi isso mesmo mas por que está me perguntando isso Marisa respirou
fundo tentando disfarçar a tensão que crescia dentro dela ela precisava ter certeza de que não estava exagerando mas ao mesmo tempo não queria preocupar sua mãe com suas suspeitas Ah é só curiosidade mãe queria saber mais sobre o seu passado mas você tá cansada vamos deixar isso para depois tá bom ela tentou mudar o assunto forçando um sorriso descansa que eu vou cuidar de tudo Dona Eulália sorriu levemente satisfeita com a resposta e fechou os olhos novamente de levar pelo cansaço mas Marisa não conseguia tirar o colar da cabeça aquele objeto simples que caiu das
mãos da doutora Sara poderia ser a chave de algo maior um colar que parecia idêntico ao que aquela menina usava tantos anos atrás quando sua mãe trabalhava como babá para uma das famílias ricas ela levantou-se da cadeira agora com a mente completamente desperta o nome Borges não havia sido mencionado pela sua mãe mas e se e se a doutora Sara fosse ligada a alguma das famílias que sua mãe havia trabalhado havia um mistério ali e Marisa sabia que precisaria descobrir a verdade não era apenas sobre o erro médico havia algo mais profundo conectando suas histórias
algo que ela não podia ignorar ela olhou novamente para o colar sentindo que a história de sua mãe e da dout Sara ainda estava longe de terminar Enquanto sua mãe dormia Marisa saiu do quarto decidida a investigar mais sobre a vida da Dra Sara o passado das duas parecia entrelaçado de formas que ela ainda não entendia Mas uma coisa era certa o colar era a pista que poderia revelar Segredos enterrados há muito tempo agora além de buscar Justiça pelo erro médico Marisa sentia que estava prestes a desenterrar algo maior algo que talvez pudesse mudar tudo
enquanto Marisa caminhava pelos corredores do hospital com o colar firmemente seguro em sua mão sua mente estava a mil cada passo que dava parecia levá-la de volta a um passado nebuloso onde As Memórias de sua infância e os dias em que acompanhava sua mãe no trabalho de babá surgiam como fragmentos desconexos o que estava Claro agora era aquele pingente o colar que a Dora Sara havia deixado para trás não era apenas um objeto qualquer era uma peça importante de um quebra-cabeça que começava a se formar na cabeça de Marisa a chegar em uma pequena sala
de espera vazia Marisa sentou-se em uma cadeira de plástico respirou fundo e tirou o celular do bolso decidida a investigar mais sobre a doutora Sara Borges ela digitou o nome da médica no Google esperando encontrar algo que pudesse esclarecer a sensação estranha que carregava desde que viu o colar enquanto o celular carregava as informações Marisa tentou vasculhar As Memórias da infância revivendo cenas antigas em sua mente Lou trouxe de um dia específico quando era muito pequena e estava com sua mãe em uma das casas onde Dona Eulália trabalhava como babá havia uma menina a filha
dos patrões que estava sempre brincando com uma pulseira delicada onde pendia um pequeno pingente gravado com as letras BN aquele dia em particular ficou marcado na memória de Marisa porque o pingente havia desaparecido e a mãe da criança Furiosa forçou Dona Eulália a procurar por ele em todos os cantos da casa Marisa ainda criança havia ajudado sua mãe naquela busca frenética ela se lembrava claramente de como sua mãe estava nervosa tentando não desagradar seus patrões Marisa fechou os olhos revivendo aquela memória ela estava Embaixo de uma mesa de vidro procurando o pingente que a menina
tanto adorava e agora tantos anos depois o destino colocava aquele mesmo pingente em suas mãos BN murmurou abrindo o punho onde segurava o colar com cuidado ela virou o pingente e lá estava as iniciais BN gravadas com delicadeza no pequeno metal Dourado era o mesmo pingente o mesmo que havia desaparecido tantos anos atrás o que aquilo significava porque a doutora carregava aquele pingente será possível que eram a mesma criança mas como se as iniciais não batiam será que suas vidas poderiam estar entrelaçadas de forma tão complexa Marisa olhou para o celular novamente a busca havia
retornado alguns resultados sobre a doutora Sara Borges artigos sobre sua carreira na medicina entrevistas em eventos e alguns detalhes biográficos mas não havia nada que ligasse diretamente Sara a sua infância Ou aquelas famílias ricas de antigamente Marisa no entanto não desistiu continuou a vasculhar a internet tentando encontrar algum indício que firmasse suas suspeitas enquanto isso em outro canto do hospital a d Sara estava começando a entrar em Pânico depois de sair da sala de Dona Eulália ainda atordoada pela intensa conversa Ela percebeu algo que a deixou em choque seu colar estava desaparecido aquilo não era
apenas um acessório qualquer era uma herança de Família o único item que ela ainda possuía da Infância e ela o guardava com grande carinho Sara voltou apressada ao corredor onde havia saído tentando refazer seus passos ela entrou em uma sala de descanso depois em outra olhando para o chão mesas e cadeiras mas o colar não estava em lugar algum o pânico começou a crescer dentro dela onde ele está como pude ser tão descuidada zenia pensou sentindo o coração disparar ela sabia que precisava encontrar aquele colar pois ele tinha mais valor emocional do que qualquer outra
coisa em sua vida Marisa já havia voltado para o quarto e dona Eulália ainda meio sonolenta devido aos remédios começou a notar o comportamento estranho da filha mesmo cansada ela percebeu o objeto nas mãos de Marisa e ligou isso às perguntas insistentes que a filha havia feito Marisa dona Eulália chamou com a voz Suave mas carregada de preocupação O que é isso que você está segurando Marisa olhou para a mãe hesitante e apertou o colar um pouco mais forte sem saber exatamente como explicar seus pensamentos é é só um colar mãe eu encontrei Dona Eulália
franziu a testa sua expressão suavizando ao perceber o que estava acontecendo ela se ajeitou lentamente na cama esforçando-se para falar com clareza apesar do cansaço Marisa eu não sei o que você está pensando mas acho que está confundindo as coisas Esse pingente não é de quem você acha que é Marisa agora mais Alerta olhou para a mãe com fusa Como assim mãe você nem sabe o que eu estou pensando Dona Eulália suspirou olhando para o pingente nas mãos da filha eu vejo que você está mexendo com algo do passado mas minha filha não faz sentido
ser ela deixa esse negócio para lá Marisa ficou quieta mãe Você tem certeza perguntou ainda com a mente cheia de perguntas sim filha respondeu Dona Eulália com um sorriso cansado Marisa Ficou pensativa mas decidi não pressionar mais sua mãe naquele momento ela se levantou da cadeira e guardou o colar no bolso tentando aliviar a tenção mas não conseguia afastar a sensação de que o passado ao mesmo tempo a dout Sara angustiada e quase desesperada andava pelos corredores do hospital vasculhando mentalmente cada canto por onde havia passado o colar tinha um significado imenso para ela algo
que carregava não só memórias mas uma ligação emocional profunda com sua família já havia procurado em várias salas mas não conseguia encontrar Foi então que se deu conta de que havia um lugar que não havia verificado a enfermaria onde Dona Eulália estava ela hesitou os pés travando por um momento voltar lá não seria fácil especialmente depois de todo o confronto com Marisa e dona Eulália porém a importância do Colar era grande demais para ser ignorada precisava encontrá-lo custasse o que custasse depois de um breve momento de dvida Sara respirou fundo e tomou sua decisão com
passos pesados e o coração acelerado ela começou a caminhar em direção à enfermaria cada passo aumentava sua ansiedade mas ela sabia que não poderia deixar o colar para trás quando finalmente chegou a porta do quarto onde Dona Eulália estava seu corpo ficou rígido ela parou por alguns segundos diante da porta tentando reunir coragem para entrar a mente de Sara estava uma confusão de sentimentos arrependimento medo e a necessidade de corrigir algo ela precisava encontrar aquele colar mas o mais difícil seria encarar Dona Eulália e Marisa novamente com as mãos trêmulas ela abriu a porta devagar
e entrou na enfermaria visivelmente temerosa quando a doutora Sara entrou no quarto seus olhos imediatamente pousaram em Marisa que estava ao lado da cama de Dona Eulália segurando o colar em sua mão o ambiente parecia carregado de tensão e sentiu o peso de cada olhar em sua direção ela deu um passo hesitante para dentro ainda sem saber como explicar a importância daquele objeto com licença começou Sara sua voz trêmula e o coração acelerado eu acho que deixei algo cair aqui e Marisa levantou o olhar firme mas sem hostilidade aparente ela Segurou o colar com mais
força e o ergueu levemente você está procurando isso não é Sara engoliu em seco sim s Sim esse colar ele é muito importante para mim antes que pudesse continuar Marisa perguntou Posso te perguntar algo esse colar tem as iniciais b e você sabe o que isso significa Sara com os olhos marejados assentiu lentamente sim o colar pertenceu a minha irmã mais velha Bianca Novara eu nunca a conheci ela faleceu de câncer quando tinha apenas 5 anos de idade minha mãe me deu esse colar quando nasci como uma forma de manter viva a memória dela a
revelação chocou Marisa e dona Eulália que agora olhava para Sara com uma mistura de surpresa e tristeza Dona Eulália respirou fundo ainda processando a informação Bianca Novara perguntou ela quase num sussurro eu eu me lembro de uma menina com esse nome eu cuidei dela quando ela tinha uns 3 anos Marisa olhou para sua mãe que agora estava mais Alerta chocada com a incidência mãe você lembra Dona Eulália levou a mão trêmula ao rosto com os olhos cheios de Lágrimas sim minha filha a pequena Bianca eu realmente cuidei dela era uma menina tão doce mas tão
frágil a última vez que a vi ela ficava muito doente com frequência mas não sabia que ela tinha tido câncer Sara sentiu o chão desmoronar sob seus pés o passado que ela nunca conheceu o vínculo que nunca teve com sua irmã estava de repente ali na forma de uma conexão entre ela e aquela senhora à sua frente seu coração apertou e as lágrimas começaram a escorrer sem que ela pudesse conter eu eu não sabia disse Sara com a voz falhando Eu não fazia ideia Marisa sentiu a intensidade do momento mas sabia que algo mais precisava
ser dito dout Sara Eu sinto muito pela perda da sua irmã e entendo que esse colar signifique muito para você mas você precisa saber que minha mãe lembra dela ela cuidou da sua irmã deu o melhor que podia naquela época e hoje bem a situação entre nós mudou completamente Dona Eulália com a voz embargada olhou para Sara Eu sinto muito pela sua dor Doutora eu cuidei da sua irmã como se fosse minha filha mas não pudemos fazer nada contra aquela doença cruel e hoje eu me encontro nas suas mãos Sara agora soluçando deu um passo
à frente é por isso que eu me tornei médica por causa da minha irmã eu queria descobrir a cura para essa maldita doença mas eu falhei com minha irmã e falhei com você também Dona Eulália Marisa Ainda tentando compreender toda a história olhou para a doutora Sara e perguntou mas por que seu sobrenome é Borges e não Novara se sua irmã era Bianca Novara Por que você tem um sobrenome diferente Sara respirou fundo enxugando as últimas lágrimas e respondeu eu adotei o sobrenome do meu marido Daniel Borges quando me casei Dona Eulália e Marisa trocaram
olhares agora entendendo melhor a linha do tempo e as relações familiares Dona Eulália visivelmente emocionada falou com a voz Suave então foi isso eu não sabia do seu casamento e por isso não reconheci seu nome de imediato mas agora tudo faz sentido Sara assentiu Eu nunca conheci minha irmã mas minha mãe sempre falava dela e agora saber que você cuidou dela isso me dá um pouco de conforto mesmo tantos anos depois ela se aproximou da cama de Dona Eulália com lágrimas escorrendo pelo rosto se for necessário eu peço perdão pelo resto da minha vida eu
sei que cometi um erro terrível e não sei se algum dia vou me perdoar por isso mas eu prometo que nunca mais vou negligenciar um paciente se você me der uma segunda chance eu vou ser a melhor médica que posso ser e não vou descansar até Honrar essa promessa Marisa que até então estava relutante sentiu-se desarmada diante da Sinceridade de Sara ela sabia que o peso daquele momento era muito maior do que qualquer ressentimento que ela pudesse carregar ela olhou para sua mãe que com um olhar cansado assentiu levemente eu te perdoo disse Marisa com
a voz Suave minha mãe sempre me ensinou que todos merecem uma segunda chance e se Deus deu uma segunda chance para ela eu não faria o mesmo Dona Eulália com a voz fraca acrescentou o que você fez Doutora não se faz com ninguém mas Todos nós erramos e se minha filha Te perdoa eu também te perdoo Sara tomada por uma onda de emoção se aproximou e com muito cuidado deu um abraço caloroso em Dona Eulália sentindo o peso do perdão e da Redenção em seus braços ao se afastar ela enxugou as lágrimas e saiu do
quarto com o coração aliviado carregando com uma nova esperança a de que dali em diante faria a diferença de verdade ao sair do Hospital Sara sentiu uma sensação de gratidão e propósito renovado aquela segunda chance era tudo que ela precisava para resgatar seu verdadeiro motivo de ser médica com isso O Colar que antes simbolizava dor e perda agora representava reconciliação perdão e um novo começo para todas elas as marcas do passado não podiam ser apagadas mas as lições que ele trazia eram uma forma de lembrar que o amor e o perdão são mais fortes que
qualquer erro a história de hoje nos lembra que todos nós estamos lutando nossas próprias batalhas e às vezes cometemos erros no caminho no entanto o poder do perdão e da empatia pode mudar vidas assim como dona Eulália deu uma segunda chance à Doutora Sara Nós também devemos estar abertos a perdoar e a recomeçar mesmo que seja difícil cada um de nós tem o poder de transformar dor em Esperança se estivermos dispostos a ver o outro com mais amor e compaixão se você assistiu até o final deixe nos comentários a palavra pingente para que saibamos que
você acompanhou toda a jornada emocionante dessas mulheres isso ajuda o canal a crescer e alcançar mais pessoas com histórias cheias de reflexão e amor Obrigado por assistir Se você ainda não é inscrito no canal aproveite para se e Ative o Sininho para não perder as próximas histórias emocionantes vamos compartilhar coisas boas num mundo que precisa tanto de amor e compreensão até o próximo vídeo n