Não importa se vocês chamam isso de uma recessão ou não. Nesta indústria isso é uma recessão, pois essas foram as palavras do Bob Jordan, CEO da Southwest Airlines, que é uma das principais linhas aéreas americanas numa entrevista na semana passada comentando os resultados do trimestre e já revisando para baixo os resultados para o restante do ano, assim como tem feito várias empresas nessas últimas semanas. E a causa é a mesma para todos.
tarifas, incerteza, imprevisibilidade e a probabilidade cada vez maior de uma recessão no país. E eu tenho dedicado nos últimos dias a revisar discursos, entrevistas, artigos de quem eu considero ser o principal porta-voz neste momento da estratégia de Trump, do governo americano nesta guerra tarifária, o secretário do tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent. E nesses últimos dias, em especial, ele tem realizado um verdadeiro road show na mídia americana, até mesmo na rede social, no Twitter, em que ele faz uma entrevista e logo pensa os principais trechos de cada uma delas, mas praticamente todo dia tem alguma nova entrevista com ele em alguma rede televisão americana.
E ele sempre parece muito tranquilo, mas eu confesso que ele me passa cada vez menos convicção de que ele tem tudo sob controle. E a verdade é que não mudou absolutamente nada. Ele segue com o mesmo repertório nesses últimos dias, dizendo que a China é que precisa desescalar porque ela é que tem a corda no pescoço, já que os Estados Unidos exportam muito menos para a China do que a China exporta para os Estados Unidos.
Portanto, as tarifas estão prejudicando muito mais a economia chinesa e é eles que precisam vir para a mesa para conversar. Porém, todas as declarações oficiais do governo do Partido Comunista da China vão no sentido de que não está havendo nenhuma negociação, nenhuma conversa, não mudou absolutamente nada e são os americanos que precisam remover as tarifas que eles impuseram de forma unilateral. Então, continuamos neste, já se passa quase um mês do dia da libertação das tarifas, que foi o dia 2 de abril.
e sem nenhum grande avanço. E do outro lado, com os demais países da Ásia, Japão, Coreia do Sul, Índia, o Ben também tem dito que sim, estão cada vez mais próximos de algum acordo da Índia deve ser o próximo, o primeiro acordo a ser já não assinado, mas pelo menos, pelo menos em princípio já acordado e depois virão os demais. Só que é um período de 90 dias a pausa das tarifas.
Não pra China isso prossegue. E até o momento nenhum sinal, nenhuma perspectiva clara de que isso vai mudar. E claro que isso já está afetando a economia.
E eu quero mostrar aqui, não são nem dados de mercado das ações, não é isso que eu quero falar, é realmente mostrar como todo esse ambiente já está impactando negativamente a economia americana. Já trouxe alguns indicadores nas semanas passadas, mas vale a gente atualizar com novos dados que vão saindo, alguns de mais alta frequência, alguns que são pesquisa de confiança, mas alguns já são dados reais e como também essas declarações do CEO da Southwest Airlines, que esta foi a manchete. Então ele já afirmando que a indústria já está numa reessão e ele explicou exatamente a razão por trás disso.
Eu vou colocar que esse trecho da entrevista dele é bem rápido, mas vale a pena a gente escutar das palavras do próprio Bob Jordan. Então vamos lá. January in the secondar post January.
That is a very rapid fall. you know it's it's probably the most that I have seen absent COVID or ex COVID uh so the demand is is now that I think that could be emotional run a palavras do CEO da soest dizendo que nunca vi uma queda tão forte assim a não ser quando tivemos a COVID então claro que algo está acontecendo e essa incerteza está provocando and corte de despesa ou corte de gasto pelos consumidores, mais precaução. Isso afeta várias indústrias em graus variados, mas algumas indústrias já estão até prognosticando um choque de oferta, um supply choque, como que aconteceu na pandemia.
E essas são manchetes também que surgem aqui. Vou colocar mais uma que é esta aqui na Bloomberg. Isso foi justamente no dia de ontem, 27 de abril, domingo, e que cada vez mais empresários preocupados com os efeitos negativos das tarifas e que muitas empresas passarão a sentir, inclusive no comércio varegista, as prateleiras podem se esvaziar nos próximos 30, 40, 60 dias por causa das consequências de menos contêineres chegando nos portos americanos, menos produtos indo para o centro de distribuição, para finalmente o varejo para o consumo final.
Então isso deve acontecer e quanto mais isso é prolongado, maior é a certeza de que isso vai acontecer. E no momento, novamente, não temos nenhuma perspectiva de mudança de quadro. Mas eu quero mostrar então mais alguns dados importantes, como aqui já que falamos de contêiners aqui, a queda de programação de contêiners, das contratações de contêiners da China indo para os Estados Unidos aqui em quantidade, uma queda de mais de 40% pro mês de maio.
Agora, em termos de preço do frete, vejam só o impacto que teve aqui nas rotas. O preço do frete saindo de Shangai para a Califórnia está caindo bastante, que é a linha rosa, e subindo bastante na rota Vietnã para a Califórnia. Então, esses são os dados aqui no frete, na logística marítima.
Optimizer which measures the loadings in Asia will be down just a little bit over 35% next week compared to last year. And it's all based on a é mostrar os dados que aqui compartilhou o Joe Weisentown da Bloomberg sobre a recente pesquisa de manufatura do Federal Reserve de Dallas. É impressionante o que os dados estão mostrando, não apenas de dados de confiança, sentimento, percepção de atividade, mas também são dados reais, como por exemplo, pedidos.
E aqui tem os comentários principais, não vou ler porque é muita coisa, mas quase todas, falando sobre a incerteza as tarifas, que algo precisa ser feito, há tarifas, tarifas, tarifas, está impactando significativamente e possivelmente veremos uma reessão. Então é a mesma percepção de todos. E aqui um pouco desses dados aqui, o índice de abril e o índice de março.
No índice de abril, produção aumentou um pouquinho, mas utilização da capacidade caindo quase 4%, novos pedidos caindo 20%, crescimento, taxa de crescimento dos pedidos, 22% de queda, pedidos não preenchidos, queda de 13%, entregas - 5%. Aqui o dado importante, preços pagos por matériaspras subindo 48% e os preços recebidos por bens terminados, acabados, apenas crescendo 15%, ou seja, compressão de margem. E depois o dado também que impressiona bastante, que aqui mostra a parte de condições dos negócios, a perspectiva da companhia, uma queda de 28%, e a atividade geral dos negócios, uma queda de quase 36%.
Em termos históricos, a gente pode ver aqui o dado, então, uma queda forte deste dado de atividade empresarial e mostrando uma janela desde 2004, é a maior queda desde a COVID, além do início de 2016 teve uma queda similar e depois a gente precisaria voltar à grande crise financeira de 2008. Então, temos evidências reais de que está havendo já uma consequência negativa na economia americana. Isso tem impactado também o setor de turismo.
Aqui o gráfico mostrando a chegada de turistas estrangeiros nos Estados Unidos, tanto da Europa, do Canadá, do México e o geral, e que é o pior cenário desde a grande crise financeira de 2008, uma queda de quase 12% ano contra ano. E agora eu quero mostrar uma série de indicadores, esses que foram preparados pelo Torsten Slock, que é da Apollo Global Management e é bem atualizado, foi agora no dia 25 de abril, que corroboram ainda mais essa tese de que uma recessão se aproxima, se é que já não está contratada, se é que já não começou. Como a recessão é sempre oficializada a posterior e depois que ela já começou, talvez a economia americana já esteja em recessão, mas a cronologia oficial de que a recessão iniciou, isso vai acontecer daqui alguns meses.
Mas vamos colocar aqui na tela alguns desses dados, porque vale a pena a gente ver um por um. Por que que chamam então de um choque de oferta similar ao que aconteceu na COVID em algumas indústrias? Porque está acontecendo um desligamento de algumas cadeias de suprimentos em alguns setores.
Portanto, teremos os mesmos efeitos ou muito semelhantes ao que aconteceu na COVID de 2020. E aqui neste esquema visual eles mostram justamente o que ele chama de voluntary trade reset reset. Então, a recessão voluntária pelo reinício do comércio, né, o trade reset.
Então, dia 2, dia da liberação das tarifas, aí demora 20 a 40 dias. de tempo de trânsito para os contêineres chegarem nos portos. Então, lá por início de maio ou meados de maio, a chegada de contêiners pararia nos Estados Unidos, mais 1 a 10 dias de trânsito de tempo para o transporte ferroviário ou rodoviário.
E aí depois a demanda por esse tipo de transporte cessaria finalzinho de maio. Portanto, final de maio, começo de junho, teremos já prateleheiras vazias e as companhias de transporte ferroviário e também indústria do varejo começariam a demitir funcionários e uma reessão no verão agora 2025. Então esse é o cenário que se desenha se nada mudar e talvez mesmo alguma coisa mudando, as tarifas serem completamente revertidas nos próximos dias, talvez nem isso mais seja possível de reverter o quadro recessivo nos Estados Unidos.
Mas vamos colocar mais aqui alguns dados antes de encerrar o vídeo. Mor decline na perspectiva de resultados desde 2020 pelas empresas do SP500. Na pesquisa de manufatura de várias regiões, novos pedidos já colapsando e se aproximando dos níveis da COVID.
Rápida revisão nos planos corporativos de investimento de mobilizado Capital Expenditure. Os estoques que subiram muito antes das tarifas com as empresas antecipando compras já em preparação ao início das tarifas, vendas de caminões caindo significativamente em março. Aqui a capacidade de contêineres saindo da China em direção aos Estados Unidos, também caindo vertiginosamente agora em abril.
Sentimentos consumidores declinando em várias faixas de renda. Aqui na linha verde, aqueles com renda acima de $. 000 por ano e linha azul abaixo de $.
000 por ano. Ambas caindo bastante nos menores níveis da história. Aumentam também as preocupações dos consumidores sobre a perda de empregos.
Aqui as expectativas com relação ao desemprego nos próximos 12 meses, que também sobe ao maior nível desde a grande crise financeira de 2008. e também um recorde dos consumidores que pensam que as condições de negócios estarão piorando nos próximos 12 meses. Mais de 60% é o maior nível supera a pandemia, supera 2008, supera 2001, enfim, toda essa série histórica de 45 anos.
Aqui mais alguns dados de menos europeus viajando para os Estados Unidos. chegadas internacionais, Reino Unido, Suécia, Espanha, Noruega, Alemanha, Danarca, Áustria, todos em queda já em março, a quantidade de americanos pagando apenas um mínimo nas faturas de cartão de crédito também não para de aumentar. E o resultado final diante disso é possivelmente então uma recessão ou pelo menos estagnação e com inflação mais elevada ou cenário de estaglação que aqui o Torsen coloca no seu último slide.
Então esse é um pouco do cenário atual. É isso que dizem os empresários, os CEOs, os consumidores. Alguns dados reais, alguns são de alta frequência, alguns são de pesquisas, mas todos estão apontando na mesma direção.
Trump e Bent sempre dizem que eles estão fazendo isso para o longo prazo, porque eles querem realinhar o comércio global. Por quanto tempo eles vão conseguir aguentar a pressão que vai aumentar a cada dia? Não sabemos.
mas sim dano está sendo causado na economia americana. O quanto está sendo causado na economia chinesa, temos menos dados, até pelo óbvio, lá sim tem muito menos estatísticas do que há disponíveis paraa economia americana. Ainda assim, eu considero novamente essa política de tarifas para resolver os problemas do sistema monetário internacional, um grande tiro no pé.
E isso tá ficando cada vez mais claro. Como sempre, seguiremos aqui acompanhando as consequências deste grande plano de reestruturar a economia global pelo governo de Donald Trump. Espero tenham gostado.
Compartilhem esse vídeo, se inscrevam no canal, ativem o sininho e quem não segue o dinheiro ainda, siga o dinheiro, follow the money, colocar o códiga, link da descrição do vídeo, até porque teremos agora no dia 5 de maio o lançamento do novo documentário sobre o futuro do dólar. Tá muito bacana. Confiram o trailer também.
Vou colocar o link aqui. Ficou sensacional. Tenho certeza que vocês vão gostar.
Fico por aqui. Até o próximo vídeo.