Quero convidá-los a abrir a Palavra de Deus na carta de Paulo aos Efésios, capítulo 6, e nós vamos ler o mesmo texto que nós lemos domingo passado, só que domingo passado nós fomos até o verso 13, hoje nós iremos do verso 14 até o 20, pela graça de Deus. Mas como a passagem é um todo coerente e coeso, então é melhor que nós tenhamos por completo diante de nós Efésios 6, de 10 a 20: a armadura de Deus. Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a
armadura de Deus para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo, porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, mas contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestes. Portanto, tomai toda a armadura de Deus para que possais resistir no dia mau e, depois de ter desvanecido tudo, permanecer inabaláveis. Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz. Embrazando sempre o escudo da fé, com o qual podereis
apagar todos os dardos inflamados do maligno. Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e, para isso, vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos. E também por mim, para que me seja dada, ao abrir da minha boca, a palavra para, com intrepidez, fazer conhecido o mistério do evangelho, pelo qual sou embaixador em cadeias; para que em Cristo eu seja usado para falar como me convém fazê-lo. Vamos ler também até o final, já que
hoje é a última mensagem na carta aos Efésios, e para que saibais também a meu respeito e o que faço de tudo vos informar a Tíquico, o irmão amado e fiel ministro do Senhor. Foi para isso que eu vos enviei: para que saibais a nosso respeito e ele console o vosso coração. Paz seja com os irmãos e amor com fé da parte de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo. A graça seja com todos os que amam sinceramente a nosso Senhor Jesus Cristo. Amém. Tem aqui a leitura da Palavra de Deus. Oremos, irmãos. Pai, nós
te damos graças porque o Senhor nos revelou a realidade acerca desse conflito que ocorre ao nosso redor, invisível aos nossos olhos, mas tão real e tão verdadeiro como a realidade que nós tocamos e experimentamos com os nossos sentidos. Obrigado porque o Senhor nos capacita a enfrentar estes poderes malignos e vencê-los. Pedimos perdão pelas vezes que nós fomos relaxados, indiferentes, omissos, irresponsáveis, e ficamos vulneráveis aos ataques do inimigo. E não são poucos aqueles entre nós que caíram e foram enredados, laçados. Pedimos, portanto, que nessa noite o Senhor renove o ensinamento desse texto em nosso coração. Quero
pedir que o Senhor incline os corações, esclareça as mentes, que o Senhor quebre resistências, que o Senhor prepare o caminho para a tua palavra ser implantada em cada coração, trazendo fruto para a vida eterna. Se alguém aqui nessa noite ainda não conhece o Senhor Jesus, o único que pode nos defender destes poderes, que seja uma noite de salvação, uma noite de redenção e reconciliação contigo. É o que nós pedimos em nome de Jesus. Amém. Que os irmãos, Paulo, está nessa passagem, terminando a carta que ele escreve à Igreja de Éfeso e outras igrejas. Lembre-se que
essa era uma carta circular; ela devia ser lida em algumas igrejas que estavam ali naquela região da Ásia onde Paulo havia passado e onde depois ele havia enviado obreiros para pregar o evangelho. O alvo dele com essa carta era falar a respeito dos privilégios que nós temos em Cristo Jesus, o que é a igreja, e também dos deveres que nós temos como consequência. A motivação foi que Paulo ouviu que os crentes da cidade de Éfeso e daquela região tinham ficado preocupados com a prisão dele, que Paulo era o fundador da igreja naquela região, era o
pai espiritual deles, e os crentes estavam preocupados e levantando perguntas que eram corretas, eram válidas. Por que Deus mantém na prisão o Seu servo quando ainda há tanto trabalho a ser feito? O porquê que um homem santo como Paulo Apóstolo está sujeito a esse sofrimento lá em Roma, numa prisão? Ele responde, dizendo que os sofrimentos dele fazem parte do plano eterno de Deus para a sua igreja. Ele está preso porque está anunciando o mistério de Deus que é Cristo. Cristo entre os gentios, Cristo para o mundo, Cristo como salvador de todas as nações e não
somente dos judeus. Isso motivou a perseguição da parte dos judeus, que tinham ficado com inveja, com ciúmes, e por conta disso ele estava agora preso. Portanto, em vez de ser um motivo de preocupação, a prisão de Paulo era um motivo de glória para os gentios; era motivo de gratidão a Deus, porque o Seu servo ali estava, porque estava fazendo a vontade do Pai. Então, na carta, na primeira parte, Paulo expõe como Deus, antes da fundação do mundo, elegeu um povo por quem Jesus Cristo veio morrer, e que foi chamado pelo Espírito Santo através da palavra;
e, em seguida, ele ora por esse povo. No capítulo primeiro, seguido no capítulo 2, ele fala de como Deus, em Cristo, uniu judeus e gentios através do evangelho. A graça de Deus chama pecadores entre esses dois povos e os constitui no novo homem, uma nova entidade que é a igreja. E, no capítulo 3, ele fala então do seu papel nisso, como Deus o chamou e o constituiu como pregador dessa verdade, esse mistério que estava oculto, mas agora foi revelado, que é que os gentios fazem parte. Com os judeus dessa nova entidade, desse novo povo que
Deus está trazendo à existência através do Evangelho, ele ora novamente pelos seus leitores, capítulo 3, do verso 14 em diante. A partir do capítulo 4, ele começa a descrever quais são os deveres desse povo que Deus chamou, abençoou, perdoou e recebeu como filho. Ele fala da necessidade de mantermos a unidade, no capítulo 4, do verso 1 a 6, de usarmos os nossos dons espirituais e talentos para a edificação da igreja, no capítulo 4, do verso 7 a 16, e da necessidade de vivermos uma vida santa aqui nesse mundo, em oposição à vida daqueles que não
conhecem a Deus, que vai do verso 17 até o capítulo 5, verso 21. Quando ele começa a falar dos deveres do casal, marido e mulher, dos pais e dos filhos, e também dos empregados e dos patrões. Como coroamento dessa vida santa, como expressão da vida no Espírito, ele termina a carta dizendo, no verso 10 do capítulo 6: "Quanto ao mais, irmãos, sede fortalecidos no Senhor, na força do seu poder, e tomem toda a armadura de Deus". Porque tudo isso que eu falei, os privilégios, as bênçãos e os deveres, vocês não vão experimentar estas coisas de
maneira fácil, porque inimigos vocês enfrentarão dificuldades no dia a dia para experimentar esta redenção, esta comunhão com Deus, esta alegria, esta unidade, exercer os dons espirituais, viver uma vida santa. Vocês vão encontrar muita dificuldade, e os nossos inimigos não são pessoas de carne e osso. Embora, quando Paulo escreveu estas coisas, ele estava preso em Roma, preso por instigação dos judeus, preso por determinação das autoridades humanas, aguardando o julgamento do imperador romano. Mas Paulo sabia que o verdadeiro inimigo dos cristãos e da igreja não eram pessoas, como os romanos, o imperador e os soldados que o
mantinham preso na sua casa, mas eram principados e potestades, poderes espirituais da maldade, eram demônios sob a liderança de Satanás, o diabo, o adversário acusador, que se levantavam contra a igreja para impedir que, aqui nesse mundo, o plano de Deus se concretizasse. Paulo, então, aqui do verso 10 até o verso 20, a parte final da carta aos Efésios, nos fala a respeito desse conflito de natureza espiritual e ele nos diz que, como um soldado, se prepara para a batalha, tomando a armadura, os cristãos também devem tomar a armadura que Deus prover, para que possam enfrentar
estes inimigos que são mais poderosos que nós. Isso foi o que nós vimos no domingo passado. Agora, nós veremos em que consiste essa armadura e como nós podemos nos vestir dela em termos práticos. O que é que significa, no dia a dia, tomar a armadura de Deus? Vamos começar aqui mais uma vez vendo aquela ordem que está no verso 14, que Paulo repete três vezes na passagem: verso 11, verso 12, verso 13, verso 14. Pois, firmes! A ordem é: "Fiquem firmes em pé como um soldado que está montando guarda e em posição de defesa". Essa
ordem é extremamente importante para nós, porque ela nos mostra que a guerra que Paulo descreve aqui é uma guerra de defesa. É a igreja e os cristãos que estão sob ataque. Os poderes espirituais do mal estão vindo contra a igreja, e o que a igreja tem que fazer é ficar firme, como um soldado que está postado numa posição estratégica. Ele já venceu, ele está sobre território conquistado, e ele está simplesmente pronto para repelir o inimigo que vem tentando reconquistar aquele terreno que já é dele. Então, isso é importante, porque há um movimento no meio evangélico,
chamado movimento de batalha espiritual, que nasceu na década de 80, meados da década de 80, que diz que a igreja tem que partir para o ataque, que a igreja tem que ir atrás dos demônios, tem que saber onde é que os demônios se escondem, qual o nome dos demônios, quais são as atividades deles, quais são os planos que eles têm para destruir a igreja. Então, ministérios inteiros foram desenvolvidos, nestas igrejas, a partir disso. Pastores que são especialistas em “desentocar” demônio, em amarrar demônio, em decretar a queda de demônio, fazer mapeamento espiritual para saber onde os
demônios estão. Na realidade, quando a Bíblia fala do nosso conflito com estes espíritos maus, ela sempre fala do ponto de vista da defesa. Não é, por exemplo, quando descreve o diabo como um leão, que ela diz: "Têm cuidado, porque o diabo é como um leão que ruge, procurando alguém para devorar." É o leão que está vindo; não sou eu que estou partindo para cima do leão, mas eu estou aqui e o leão está vindo contra mim. Então, é uma luta de defesa. E é de defesa. Você me pergunta: "Mas não é nada que a gente
possa fazer para conquistar?" A resposta é que já foi feito. Quem venceu Satanás definitivamente não foi você, e não fui eu, não fomos nós com as nossas orações, amarrações e decretações. Não foi nada. Quem venceu o inimigo foi Cristo na cruz do Calvário. Ele despojou os principados e potestades, ele destruiu aquele que tinha o poder da morte, ele amarrou o homem valente. Já ouviu falar de amar “o diabo”? O pessoal fala né: "Eu te amarro". Você já viu aquele decalque de plástico, às vezes na traseira de um carro, dizendo assim: "Está amarrado"? Já viu? Pois
é verdade, só que isso está amarrado há dois mil anos, quando Cristo amarrou Satanás, no sentido de que limpou uma derrota severa. Limpou uma derrota severa a ponto de que o diabo não pode mais impedir o avanço da igreja no mundo, não pode impedir que o evangelho seja pregado a todas as nações. O diabo não pode continuar a enganar as nações, como ele fazia no período do Antigo Testamento. Agora, o... Evangelho vai a todo mundo porque, na cruz do Calvário, Cristo esmagou a cabeça da serpente. Você já viu quando a gente sabe como é matar
uma cobra, né? Você esmaga a cabeça, mas ela ainda fica. Então, a cabeça já foi esmagada na cruz. O que você vê agora são os instrutores de uma cascavel cuja cabeça já foi esmagada. Então, a posição é de vitória. Nós estamos em Cristo, vitoriosos; já vencemos em Cristo Jesus. O diabo é que está vindo tentar causar a maior destruição que ele pode. Por isso, a ordem aqui é: fiquem firmes. Exatamente por isso, fiquem firmes. Enfim, vocês já venceram. Vocês estão em Cristo Jesus. O nosso Capitão já venceu. Agora, vocês têm que ficar firmes, porque, apesar
de vencido, o diabo ainda é um inimigo poderoso. Há uma ilustração que é tirada da Segunda Guerra Mundial, entre o Dia D e o Dia V. Eu não sei se vou lembrar das letras direitinho, mas quando os aliados, através do avanço com os seus aviões e as suas forças, quebraram a espinha dorsal do nazismo, disseram que aquilo foi o Dia D. Foi um dia... foi o dia que mudou o curso da guerra, foi o dia que definiu a guerra. A partir daquele dia, quando os aliados infligiram uma derrota drástica nas forças inimigas, o inimigo sabia
que estava derrotado. O que ele fez a partir dali foi lutar para causar a maior destruição possível. O Dia V, que era o dia da vitória, chegou algum tempo depois, quando o inimigo finalmente se rendeu. Então, nós estamos vivendo entre o Dia D e o Dia V. A vitória já foi ganha na cruz; o golpe fatal já foi dado na cabeça da serpente, e agora estamos esperando o dia da vinda do Senhor Jesus, o dia da vitória, quando, então, definitivamente, de uma vez por todas, Satanás será lançado no lago de fogo e enxofre, e com
ele todos aqueles que andam segundo as suas tentações, as suas propostas e as suas obras. Mas, até aquele dia, nós temos que ficar firmes, como cristãos individuais, como igreja, nos defendendo desses ataques constantes que são feitos pelo diabo e pelos seus anjos. Nós já vimos também, na vez anterior, que esse ataque vem de diversas maneiras. Aqui nessa passagem, Paulo menciona no verso 11 as ciladas do diabo, e ele menciona também, e nós vamos ver isso aqui no verso 16, os dardos inflamados do maligno. Através de armadilhas, através de setas incendiárias e através de muitos outros
recursos da sua mente doentia, Satanás procura enredar os cristãos, desviar a igreja da verdade e levá-la cada vez mais para longe de Deus, para fazer o maior dano possível na humanidade antes da sua derrota final. Também mencionamos que essa verdade aqui lança luz sobre esse movimento tão forte nas igrejas evangélicas que vê a batalha espiritual basicamente como sendo a libertação das pessoas das doenças, aflições, enfermidades e calamidades que os demônios causam nelas. O foco é libertar a pessoa da doença, libertar a pessoa do desemprego, do desamor, do casamento que não funciona mais. Então, você vai
para essas igrejas e lá você tem terapias disso, terapias daquilo, curso de libertação de doenças, culto de unção para curar. E como se a arma do diabo fosse só o nosso corpo. O diabo não está interessado em nosso corpo. Na verdade, ele é capaz de deixar você ficar saudável, bonito e rico, desde que você acredite, por exemplo, na mentira que lhe afasta de Deus. A luta é pela mente. O diabo quer corromper a verdade. Por isso, a maior arma dele é o erro religioso. A Bíblia nos adverte constantemente muito mais contra falsos profetas do que
contra os demônios. É só você pegar o Novo Testamento e fazer a conta. A Bíblia adverte muito mais contra os falsos profetas do que contra os demônios, porque o verdadeiro inimigo da igreja é o erro, é o erro religioso. É você crer numa mentira a respeito de Deus, a respeito de Cristo, a respeito da salvação, porque isso pode não prejudicar seu corpo, mas vai lançar sua alma no inferno. Então, ele está muito mais interessado em que você creia na mentira. Por isso, ele vai fazer o possível para afastar você de Deus. As ciladas, as setas
incendiárias, é isso que ele vai fazer no caminho. Se ele puder ainda colocar uma doença em você, ele vai fazer isso, porque ele veio para matar, roubar e destruir. Mas o alvo dele é a sua mente; corromper a sua mente. E quando ele não pode destruir a vida de um crente verdadeiro, porque Deus o segura, pelo menos ele tenta fazer com que ele fique cheio de dúvidas, crente cheio de dúvida, incerto. O diabo não pode impedir que você caminhe até a sua salvação, mas, se ele puder colocar uma pedrinha no seu sapato, ele vai colocar.
E todo mundo sabe o que é caminhar com pedra no sapato, né? É horrível, né? Que coisa dura, difícil. Então, ele pode não impedir que você caminhe até a salvação eterna dada por Cristo Jesus, mas o que ele puder fazer para atrasar você, fazer com que essa jornada seja dura, cansativa, para que você seja uma pessoa que seja um tropeço para você e para outros, ele vai fazer isso. Essa é a luta, e é por isso a ordem: fiquem firmes! Porque o inimigo vem; ele vem mesmo. E ele não vai aparecer na sua frente assim,
né? Como ele é pintado na imaginação popular, né? Aquele diabão de vermelho, com dois chifres e um tridente, né? Ele não vai aparecer na sua frente assim. Claro que não. Ele, a Bíblia diz, se transfigura em anjo de luz. Ele vem de uma forma que você menos imagina e contra a qual você está menos preparado. Daí, você precisa ficar firme. Bom, é isso que essa ordem representa. Agora, para ficar firme, no verso 14, você tem que tomar a armadura de Deus. Há uma jogada aqui na língua grega que alguns comentaristas chamaram a minha atenção para
isso. Eu não tinha percebido, mas do jeito que Paulo construiu a frase aqui, ele queria mais ou menos dizer o seguinte: No verso 14, fica em firmes, depois de vocês terem vestido a verdade, vestida a couraça da Justiça, calçar os pés. Ou seja, ele está explicando como é que a gente pode ficar firme. A gente fica firme tomando a armadura de Deus; não tem outra maneira. Você só pode ficar firme depois de tomar a armadura de Deus. E aí vem então a nossa próxima pergunta: O que é que significa essa armadura? E o que é
que significa tomar essa armadura? Se você ler os comentaristas e as notas de rodapé da sua Bíblia, você vai perceber que há duas interpretações aqui sobre a armadura de Deus. Algumas pessoas vão dizer que essa armadura são as qualidades éticas que você tem que abraçar e que impedem que o diabo vença você. Por exemplo, no verso 14, Paulo diz: "Estai, pois, firmes, singindo-vos com a verdade." Ou seja, se você sempre falar a verdade, o diabo não vai ter o que o acusar. O diabo não vai mexer com você porque ele é o pai da mentira.
Se você é uma pessoa que sempre diz a verdade, então você não vai dar brecha para o diabo. Ou então, como está no verso 14, “vestindo-vos da couraça da Justiça”. A justiça aqui é tratar a todos com equidade, dar a cada um o que é direito, ser justo com as pessoas. Então, se você for uma pessoa justa, estará protegido contra Satanás. Mas o problema é que Paulo já tinha dito a outra linha de interpretação. Ela diz que essas qualidades que estão descritas aqui não são virtudes nossas, mas o que Cristo conquistou na cruz para nós.
A ponto de que alguns intérpretes dizem que o que ele está fazendo aqui na armadura é o próprio Cristo. Então, quando Paulo manda que a gente tome a armadura de Deus, ele está dizendo: "Revista-se de Cristo", porque somente assim você vai poder resistir a Satanás. No verso 10, se você voltar para o início da seção, nós encontramos o que seria a chave para melhor interpretação, que eu entendo ser a segunda. Ele diz: “Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder.” Ele iniciou essa seção dizendo que nós devíamos nos fortalecer no
poder de Cristo. E aí, no verso 11, ele diz: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus.” Olha que você tem aqui um paralelo: revesti-vos de toda a armadura de Deus é você se fortalecer no Senhor e na força do seu poder. Logo, a armadura de Deus é Cristo e tudo aquilo que ele conquistou para nós, o poder que vem dele. Por isso, quando a gente diz aqui: “Você tem que se vestir da verdade”, não pense na verdade em oposição à mentira, mas é a verdade que é Jesus, a verdade de Deus, a verdade maior de
todas: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida". Só essa verdade é que vai poder lhe dar força para enfrentar Satanás. Então, nós vamos analisar essas peças da armadura sob a perspectiva de que a armadura é o próprio Senhor Jesus e as bênçãos, virtudes e graças que ele conquistou na cruz para nós. É o próprio Evangelho. Se você quiser, é uma outra definição. O que significa então tomar essa armadura? Aqui é muito importante. Veja como a importância disso. Se você achar que a verdade e a justiça, estas coisas que estão descritas aqui como peças
da armadura, são qualidades éticas, então significa que você tem que desenvolvê-las todo dia. Mas se você pensar nelas como sendo o que Cristo já lhe deu na cruz do Calvário, então o que nós temos aqui diante de nós é o seguinte quadro: nós já temos essa armadura. Cristo e o que ele conquistou na cruz já é nosso desde a conversão. O que você tem que fazer é tomar posse, é se apropriar disso. Todo mundo sabe o que é tomar posse, né? Especialmente quem veio de algumas igrejas, ouve isso direto: “Tome posse, meu irmão”, pela fé.
“Tome posse, tome posse da vitória, tome posse da cruz, da cura, tome posse da prosperidade, tome posse daquele apartamento, pela fé, daquela esposa.” Você já ouviu falar disso. Como eu sou presbiteriana, eu não posso falar muito, né? Esse termo não é muito usado por nós, mas eu vou falar hoje à noite: você tem que tomar posse disso. É isso que significa tomar a armadura de Deus. Quando ele diz, por exemplo, aqui: "Singem-se com a verdade", a verdade já foi dada. Se você é crente em Jesus Cristo, você é crente porque você crê na verdade. Só
que você tem que se apoderar disso todo dia. Todo dia, você tem que tomar posse disso em oração. Você vai ver que, lá no fim, no verso 18, Paulo fecha a armadura dizendo que você toma essa armadura em oração. Em oração é a maneira pela qual você veste essa armadura diariamente. Então, é assim que ela nos vem: ela já nos foi dada em Cristo Jesus, e diariamente você tem que se considerar, usando a linguagem paulina de Romanos 6, aquilo que Deus diz que você é em Cristo Jesus. Ou, querendo usar uma linguagem evangélica moderna, você
se apodera pela fé daquilo que Deus já diz que é seu em Cristo. Jesus, então vamos ver as peças dessa armadura. Paulo aqui está seguindo Isaías 52, verso 7, onde o profeta Isaías diz: "quão formosos são os pés daqueles que sobre os montes anunciam o Evangelho". É inspirado nisso que Paulo vai falar sobre as sandálias do Evangelho da Paz. Isaías 59, de 15 a 17, diz que Deus tomou o capacete da salvação e a couraça da justiça e se vestiu de santidade. É onde ele vai tirar a inspiração para o cinto, para curar-se, para o
capacete. Ele só acrescenta escudo e espada, mas tudo mais está no Antigo Testamento, especialmente no livro do profeta Isaías, como eu já disse, 52 e 59. Vamos então ver cada uma dessas peças. A primeira que ele coloca aí no verso 14 é a verdade. Nós temos que nos cingir, nos vestir da verdade, como ela se fosse um cinto. O cinto era a peça mais importante da armadura do soldado romano; ele cobria toda essa parte do abdômen aqui e era onde ele pendurava ou era o suporte do restante da armadura. Era onde ele ia amarrar a
couraça, era onde ele ia colocar a espada. Tudo era pendurado ou suportado pelo cinto. Então, não é de estranhar que Paulo comece dizendo que a verdade é o cinto da armadura. Ou seja, é daí que nós partimos: a verdade do Evangelho que Deus revelou e de que maneira isso nos protege contra Satanás. É como eu disse, a arma maior do diabo é o erro religioso. Uma vez que você conhece a verdade, que você se apoderou da verdade do Evangelho em Cristo Jesus, então você está em condições de se defender das mentiras, das heresias, do erro
religioso, que é por Satanás, de forma muito bonita, através de homens preparados para isso, porque você conhece a verdade. [Música] Ela é a porta de entrada: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará". Então, a verdade é como um cinto. Logo, a primeira coisa: como é que eu me aproprio da verdade? Então, como é que eu obedeço? Essa ordem "cingir-vos da verdade" significa que, todo dia, você deve encher a sua cabeça com essa verdade; você deve meditar na verdade que é Cristo, você deve meditar nas grandes promessas do Evangelho, você deve crer nestas coisas, deleitar-se
nas verdades espirituais. Você está se cingindo com a verdade; ela se torna o cinto que protege o seu abdômen e de onde virão penduradas as outras coisas que se seguem. A segunda parte que ele fala aqui é a couraça. No verso 14, "vestidos da couraça da Justiça". A justiça aqui não é um atributo ético, mas é a justiça de Deus pela fé em Cristo Jesus. É a justiça com a qual Deus justifica pecadores como eu e como você. A justificação funciona como uma couraça; a couraça cobria o peito do soldado, era firmada no centro dele,
onde ele estava cingido, e era proteção para órgãos vitais. A couraça, geralmente de metal, era proteção para órgãos vitais de golpes que poderiam ser fatais. Paulo aqui compara a justiça de Deus em Cristo Jesus, ou a justificação, a uma couraça, e a figura dessa comparação é muito perfeita, porque, uma vez que você já foi justificado em Cristo Jesus, diariamente você tem que se lembrar disso. Vou dar um exemplo do próprio São Paulo. Talvez o melhor comentário disso aqui seja Romanos, capítulo 8. Você vê como isso funciona na prática. Romanos, capítulo 8, a partir do verso
31: "Que diremos à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura não nos dará graciosamente, com Ele, todas as coisas?" Agora veja o verso 33: "Quem tentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem nos justifica." É maravilhoso você lembrar disso naquele dia em que, de repente, um monte de acusações chega na sua cabeça: "Você não presta, você fez de novo, né? Como é que não tem jeito? Você não presta para nada, você é um desastre, você
é um crente vagabundo." Você fica fazendo esse tipo de coisa? Você acha que Deus vai aceitar você? Já passou por esses dias em que sua cabeça fica assim? Aí você fica: as trevas entram no seu coração, a dúvida entra. Sabe qual é a resposta para isso aqui? A doutrina da justificação pela fé. Você vai dizer: "É verdade, eu não presto nada, eu não valho nada, isso é verdade, eu não valho a comida que eu como nem o ar que eu respiro. Isso é verdade, eu sou um pecador miserável e fracassado, um crente sem vergonha. Isso
é verdade, mas Deus me aceita não com base nos meus méritos, mas pela justiça de Cristo". Portanto, quem me condenará? Porque a minha justiça não é minha, mas é do Filho de Deus que, na cruz, no Calvário, se entregou por mim, que cumpriu a lei de Deus de maneira perfeita, que ofereceu um sacrifício perfeito pelos meus pecados. É assim que você toma a justiça como uma couraça para se defender dos ataques do diabo, do acusador da sua própria consciência. É você lembrar disso. Quanto a gente sofre com culpa, eu não estou dizendo que é uma
coisa ruim, mas estou falando da culpa ruim, da culpa errada. A culpa é verdadeira, é boa, porque ela vai levar você ao arrependimento. Se você pecou, é bom que você se sinta culpado. Espero que sim! Se você não se sentir culpado, alguma coisa está errada. Se você pecou, né? Você, crente, é isso; você não consegue pecar sem sentir culpa. Faça esse teste: se você consegue pecar e não tem culpa, provavelmente não é crente. Agora, se você não consegue desfrutar o fruto do seu pecado porque sua consciência fica pesando, é um sinal de que você é
crente, tá? Porque você está sentindo culpa. Mas acontece que há uma culpa que... Vai além do que é justo, que já vira acusação e que não vem do Espírito Santo. O Espírito Santo nos convence do pecado, do juízo e da justiça, sem dúvida. Mas Satanás quer nos levar a nos sentir derrotados, destruídos e sem perdão, para nos desanimar. A resposta é você sempre lembrar que você é justificado com base nos méritos de Cristo. Isso funciona como uma couraça que protege contra os ataques do Diabo. Se você lembra disso, e isso significa diariamente em oração, você
deve dar graças a Deus pela obra redentora de Cristo Jesus. Diariamente, você deve lembrar disso e dizer: "Deus, eu sei que não sou nada. Que privilégio meu! Que glória, que graça que o Senhor me dá de poder ser chamado Seu filho. Se eu perdoou os meus pecados e me justificou". A terceira parte da armadura que Paulo menciona é a paz do evangelho, como um sapato. No verso 15 está escrito: "Calçai os pés com a preparação do Evangelho da paz." O calçado do soldado romano era uma semibota entrelaçada com o solado de couro duro, que tinha
como objetivo evitar os objetos pontiagudos que os inimigos jogavam no campo de batalha. Às vezes, o soldado corria descalço, e os inimigos jogavam objetos pontiagudos, paus no campo, e aquilo feria o soldado, que não podia continuar. Para que ele pudesse correr no campo de batalha com segurança e firmeza, precisava ter os pés calçados e protegidos, para que pudesse então correr ao encontro do inimigo ou se defender. E o que significa isso: a paz? Isso pode ser traduzido da seguinte maneira: a paz que o evangelho produz funciona como uma preparação para o combate, como os sapatos
que o soldado coloca antes de entrar no campo de batalha. Então, essa paz que o evangelho traz é comparada a esse sapato que o soldado coloca no início do conflito. Essa paz é a paz do evangelho, o evangelho da paz, ou a paz que é produzida pelo evangelho. O evangelho é a boa notícia de que Deus nos amou e que deu Seu Filho para morrer pelos nossos pecados. E pela fé em Cristo Jesus, eu sou perdoado e agora tenho paz com Deus. Deus não é mais o meu inimigo. Agora, imagine você em uma guerra contra
o diabo e, além do diabo, você ainda tem Deus como inimigo. Não tem jeito de ganhar essa, não é? Então, se você vai para a batalha contra Satanás, você precisa estar em paz com Deus. Você precisa ter Deus ao seu lado, não é verdade? Portanto, é o evangelho que reconcilia você com Deus. E aí você tem condições de enfrentar o diabo. Que situação terrível do homem sem Deus! Ele não somente tem o diabo como inimigo, mas o próprio Deus como inimigo. Como ele escapará da condenação eterna e da destruição? Como, sem Cristo e sem Deus,
uma pessoa vai escapar? Ela precisa ter paz com Deus através do evangelho, que funcionará como as sandálias com as quais ela poderá correr no campo de batalha e enfrentar o inimigo. Sem isso, você está perdido, não somente porque não terá forças contra o diabo, mas também porque não tem paz com Deus, e Deus é o próprio inimigo e o maior de todos. A quarta peça que Paulo descreve aqui é a fé em Cristo como escudo. Veja aí o verso 16: "Embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do
maligno." O escudo a que Paulo se refere aqui é um escudo quadrado, que é muito popular nos filmes de Hollywood, quando mostram a legião romana fazendo aquelas manobras. O soldado com aqueles escudos quadrados se juntava ao outro e ficava parecendo uma tartaruga – não passa nada. E eles vão avançando. Havia um escudo menor, redondo, que era mais para o combate corpo a corpo. Mas o escudo que Paulo está falando aqui – a palavra escudo vem da palavra "porta" em grego – ou seja, aquele obstáculo quadradão que não deixa você entrar. Esse escudo às vezes era
feito de uma dupla folha de madeira para impedir que a flecha incendiária batesse na primeira camada e se extinguisse ali, não passando para a segunda camada. Ou então era um escudo coberto de peles de animais molhadas para enfrentar os dardos incendiários, que eram flechas cuja ponta era envolvida em material inflamável. O soldado acendia e jogava; onde batia, fazia incêndio. Então, esse tipo de escudo, longo e grande, servia para apagar esse tipo de seta. A seta batia ali e morria. Um outro detalhe interessante: a palavra "apagar", aqui na língua grega, é de onde vem a palavra
"asbestós", que em português se refere a um material inflamável que ainda hoje é usado. Então, o que funciona como um escudo que apaga as setas do maligno? Paulo diz que é a fé, está aí no verso 16. Mas fé em quê? Você tem que fazer aqui essa importante distinção: as pessoas falam da fé como se a fé tivesse uma força inerente. Fé é o ato de você crer, é a capacidade de você confiar em alguma coisa, mas o que vai fazer a diferença não é o fato de que você crê, mas naquilo em que você
crê. Por exemplo, se você crê em uma mentira, você vai para o inferno, mesmo tendo fé, não é verdade? Se você crê no nome inteiro, então você vai ser condenado, porque o que salva não é o fato de que você tem fé, mas aquilo em que você crê. Quem salva é Cristo. Você tiver fé em Cristo, você será salvo. Se você tiver fé nos santos, ou nos ídolos, ou nos deuses pagãos, ou em nada, você vai para o inferno, porque nenhuma dessas coisas é que Ele salva; é Jesus Cristo. Então, quando Ele diz que a
fé funciona como escudo, é a fé no Senhor Jesus, no evangelho, na verdade. Como é que eu me revisto disso diariamente? Eu tenho que exercitar minha fé. Paulo, em outro lugar, em Romanos capítulo 10, disse que a fé vem pelo ouvir a palavra de Deus. E, mais uma vez, nós voltamos para aquilo que dissemos desde o começo: como é que eu me revisto das peças dessa armadura todo dia? Em oração, gastando tempo com Deus, lendo a sua palavra, meditando na palavra, enchendo a minha mente da sua palavra, vendo as grandes promessas. Quando você faz isso,
a fé brota. Tem gente que fica dizendo assim: "Eu não tenho fé; minha fé é tão pequenininha." Aí, geralmente, a pergunta que eu faço é o seguinte: se ele lê a Bíblia todo dia, não? Sua fé é como um músculo, não é? Você tem que exercitar; se não, vai ficar atrofiado. E o que desperta a fé não são objetos, né, como algumas igrejas de libertação dizem, mas é a palavra de Deus que desperta a fé. Por isso, você precisa, todo dia, gastar tempo em oração para tomar a armadura de Deus. E, à medida que você
faz isso, a fé cresce; a confiança em Cristo, fé que vai lhe dar coragem, que vai lhe dar ousadia, que vai lhe dar confiança. A quinta peça está no verso 17, também no final do verso: "Tomai a espada do Espírito, que é a palavra de Deus." Peço desculpas, eu pulei um: "E o capacete." Já tem um capacete antes da espada. Tem um capacete; isso: "Tomai também o capacete da salvação." O capacete, geralmente feito de couro e peças de metal, protege a cabeça; parte importante, se o soldado fosse ferido na cabeça, já era. Então, ele representa;
o capacete representa a salvação que nos é dada em Cristo Jesus. Como é que eu me aproprio disso diariamente? Talvez estamos falando aqui de certeza da salvação. Certeza da salvação todo dia. Certeza da salvação: a salvação já me foi dada em Cristo Jesus. Mas você tem certeza dela? Porque crentes incertos e inseguros são como soldados vacilantes; eles não sabem o que é que vão fazer, eles não têm coragem para prosseguir. Mas um crente que está seguro da sua salvação é um soldado que está pronto para a batalha; ele é usado, ele não tem nada, ele
tem certeza. Falta certeza em muita gente. É possível uma pessoa ser crente de verdade e não ter certeza. Quais são as razões pelas quais um crente perde a certeza? A consciência ferida por algum pecado. Ela quer acreditar que é salva, mas aquele pecado na consciência fica drenando, né, sangrando. É a certeza que ela diz: "Como é que eu posso ser salvo se estou com esse pecado na consciência?" Então, isso pode acontecer. Segundo, por doutrina errada. Se, por exemplo, você acredita que a salvação se perde, que Deus me salvou em Cristo Jesus, morreu por você, derramou
seu sangue por você, Cristo pagou na cruz pela sua culpa, o Espírito Santo regenerou você, você nasceu de novo, o Espírito Santo habita em você, você foi selado com o Espírito Santo sem receber a garantia do Espírito Santo e tudo mais, e perde a salvação, então você não pode ter certeza, né? Você tá salvo hoje e não tá salvo amanhã, então você nunca pode ter certeza da salvação. Se você acha que a salvação é uma coisa que se perde, a única base para você ter certeza da salvação é que Deus é imutável e o propósito
d'Ele haverá de se cumprir. E que, se Ele lhe deu salvação em Cristo Jesus, Ele não vai voltar atrás. Ele vai lhe levantar, vai lhe trazer o arrependimento; você vai mudar de vida e vai prosseguir até o fim, até o dia em que o Senhor Jesus voltar. Mas um crente que está seguro... Outra coisa que pode abalar a salvação do crente é exatamente Satanás. Satanás ataca o crente nisso e, às vezes, vem a opressão, vem trevas, vem confusão na cabeça. Incredulidade cresce no coração do crente e ele fica sem saber direito, né? Ele duvida até
mesmo da Bíblia, da existência de Deus e das coisas em que ele acredita; ele fica questionando isso. Então, crentes que não têm certeza da salvação se tornam instáveis; eles se tornam como que um soldado vacilante no meio de uma batalha, que pode trazer dificuldades para os outros que precisam avançar e precisam do apoio dele, precisam do suporte dele, da ajuda dele. Mas ele está lutando consigo mesmo e, portanto, não tem essa condição de se engajar. Mas aqui, então, a certeza da salvação funciona como um capacete que protege a nossa cabeça. Não é interessante? A cabeça,
mente; é ali que a batalha é travada e ali que o diabo vai atacar exatamente para tirar você da sua posição de segurança e tranquilidade. E, mais uma vez, como é que eu tomo, como é que eu tenho essa certeza de salvação diariamente? Na presença de Deus, sondando o meu coração, lembrando o que Ele fez por mim, lembrando da sua graça, da sua misericórdia e das suas promessas. Agora sim, seja o lugar; a palavra de Deus como espada. No final do verso 17: "Tomai a espada do Espírito, que é a palavra de Deus." Tem dois
tipos de espada que eram usadas pelo soldado romano. Uma era uma espada comprida, que não é a que Paulo menciona aqui, e a outra, mais curta... Que era levada à cintura e que o soldado usava no corpo a corpo para defesa, essa espada que Paulo menciona aqui, e ela representa a palavra de Deus. Paulo está dizendo que quem usa essa palavra é o espírito, não é isso? A espada do espírito, ou seja, a espada que ele usa. Talvez a melhor ilustração para isso que Paulo está dizendo aqui é a tentação de Jesus no deserto. Jesus
foi levado ao deserto para ser tentado. A primeira tentação: "Se és o Filho de Deus, diz que estas pedras se transformem em pães." Qual foi a resposta de Jesus? Está escrito: "Nem só de pão viverá o homem." E assim foi com a segunda e assim foi com a terceira tentação; todas elas Jesus respondeu dizendo: "Está escrito." É isso que significa a espada do espírito, que é a palavra de Deus na guerra espiritual: você responde às dúvidas, questionamentos, à mentira, as acusações e a culpa com "está escrito". Agora, como é que você vai responder isso se
você não conhece a Bíblia? Jesus, quando isso aconteceu com ele, tinha 30 anos de idade. O menino judeu começava a memorizar a Bíblia antes dos 12 anos. Aos 12 anos, tinha aquele momento de iniciação em que ele já deveria saber decorada boa parte da Torá. Então, Jesus conhecia todas as citações que são do livro de Deuteronômio. Dizem que ele passou 40 dias no deserto meditando na palavra de Deus. Quando Satanás vê, ele estava pronto para responder. Então, tá, você está no seu carro, Goiano, fecha, e aí vem a acusação; pode ser um paraibano também. Aí
vem a vontade, xinga ele é justo. Aí você vai dizer: "Não, porque está escrito." O que é que está escrito que você poderia dizer? Agora, você está no trabalho, assediado por uma mulher, uma funcionária, alguém que lhe assedia. Tentação: teu casamento não vai bem, tua mulher não gosta de ti, você já não fala, já não tem relações há não sei quanto tempo. Deus compreende a sua necessidade; você responde: "Está escrito." O que é que você vai responder? Se o chefe chega no trabalho e diz: "Olha, passa essa nota aí" ou "faz essa assinatura nesse contrato;
não é bem isso que aconteceu, mas não compramos tanto," mas vamos dizer que foi. Portanto, aí não faz mal. Aí vem: "É isso mesmo, senão você vai perder seu emprego." Você tem que fazer isso que o chefe está mandando. Você responde dizendo: "Está escrito: não farei porque está escrito." Sabe por que muitos crentes caem? Porque ele não sabe onde está escrito e ele não sabe o que está escrito. E na hora da necessidade, ele não tem o que se agarrar, ele não tem argumento no seu coração. Eu não tenho argumento com que responder dia a
dia nas questões práticas. Lembrar a palavra de Deus. A gente não diz que a Bíblia é como lâmpada para os nossos pés, luz para o nosso caminho? A gente não diz que ela é a espada do espírito, é o martelo que despedaça rocha, que é a única regra de fé e prática? Mas como é que isso funciona no dia a dia na prática? Exatamente isso: você tem que tomar a espada do espírito, que é a palavra de Deus, para você poder rebater as acusações, as mentiras, as tentações que vêm todo dia na sua cabeça. Então,
é isso que significa tomar a palavra de Deus como espada. Agora, fechando aqui, verso 18, Paulo diz: "Com toda a oração e súplica, orando em todo tempo no espírito, para isso vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos." Eu queria sugerir que o verso 18 está ligado ao verso 13. A ligação seria mais ou menos assim: "Portanto, tomai toda a armadura de Deus." Verso 18: "Com toda oração e súplica." Em outras palavras, o que Paulo está dizendo é: de que maneira nós vamos tomar toda a armadura de Deus? Como é que nós tomamos
a verdade como cinto, a couraça da justiça, como couraça a paz do Evangelho, como sandália a fé, como escudo, a salvação como capacete e a palavra de Deus como espada? Como é que eu tomo isso diariamente? Resposta: "Com toda oração." (18) "Com toda oração e súplica, orando em todo tempo." Veja o que ele diz: "Toda oração e súplica" quer dizer todo tipo de oração e súplica, porque isso envolve louvor, adoração, ação de confissão, intercessão — vários tipos, muitos tipos de oração na Bíblia. "Com toda oração e súplica" é assim que eu visto a armadura de
Deus. Veja mais: ele diz ainda "em todo tempo no espírito". É orar sem cessar. Irmãos, é importante que nós tenhamos momentos de oração, horários de oração; é bom, você devia, quando puder, participar dessas reuniões de oração que estão disponíveis na nossa igreja e em outros lugares também. Mas essas reuniões de oração não substituem o dever que o crente tem de orar. Sempre orando, em todo tempo, é orando no trânsito, é orando no trabalho, orando em casa, orando na escola, orando na igreja. Em todo tempo, uma vida constante de comunhão com Deus. Existe uma diferença que
não é muito grande, é sutil, entre oração e o espírito de oração. Um crente que tem espírito de oração e vive numa atitude de oração o tempo todo; o coração dele está unido a Deus no espírito de oração. Então, qualquer coisa que acontece, na hora, ele tem uma palavra com Deus: "Senhor, viu isso? Senhor, eu não tô me sentindo bem aqui; o que é que eu respondo?" É isso, entende? Ele está em comunhão com Deus. Tá, tá no WhatsApp lá, ele e Deus, sim, falando; tá ligado um com o outro. Espírito de oração: ele passa
o dia todo falando com Deus. Ele não tirou 15 minutos, meia hora, uma hora para ler a Bíblia, orar e fazer... E aí esquece de Deus o resto do dia. Mas ele passa o dia todo orando em todo tempo no Espírito. Pelo Espírito de Deus, ele está em comunhão com Deus. Isso é uma atitude que você... É claro, estou dizendo isso. Não impede, ao contrário, isso até estimula. Você vai sentir vontade de querer participar de reunião de oração, ir pra reunião de oração, gastar tempo com Deus e com os irmãos. Isso aí é essencial também,
mas a base de tudo isso é você estar numa atitude de oração o tempo todo, o tempo todo. É interessante que a Bíblia não diz qual é o melhor horário para orar. Tem gente que acha que é de noite. Também a Bíblia não diz qual é o melhor lugar para orar. Tem gente que acha que é no alto do monte. [Música] Tem gente que acha que é, sei lá, em Jerusalém. A Bíblia não diz onde é que é melhor orar e qual o horário é melhor. A Bíblia diz que a gente tem que orar sem
cessar, o dia todo. Está certo? E aí, quando os irmãos se juntam ou as irmãs para orar em determinado dia e horário, vá, participe. Quanto mais oração, melhor. Porque ele diz: toda oração. E diz também aqui, olha, terceiro lugar: com toda perseverança. Perseverança é insistência, não desistência. Você continua orando. Ora hoje, ora amanhã. Daqui a um ano, você vai orar o tempo todo. Você perceberá na oração para que Deus lhe ouça. E diz também aqui no final do verso 18: "E súplica por todos os santos". Os santos aqui são os crentes; eles são chamados de
santos não no sentido absoluto, mas no sentido básico da palavra, que significa "separados". Eles foram separados por Deus, pelo evangelho; pertencem a Deus, estão sendo santificados, mas a Bíblia os chama de santos nesse sentido. Temos que olhar, orar, no final do verso 18, suplicando por todos os santos, porque são os meus colegas na batalha. É o soldado que está ao seu lado, é o soldado que está na sua frente, que está atrás. Somos um exército e precisamos orar uns pelos outros nessa guerra espiritual. Eu preciso das suas orações. Vejam que Paulo diz em seguida, no
verso 19: "E também por mim." Paulo sabe da importância da oração. Tanto é que quando ele diz assim: "Orem por todos os santos", não esqueçam de mim! "Não, a igreja ora por mim." E o que é que Paulo pede? Ele estava preso, lembra dele. O que ele pede? "Orem para que eu seja liberto da prisão." Não, não. "Orem por mim para que me seja dada no abrir da minha boca a palavra para fazer conhecido o mistério do evangelho, pelo qual sou embaixador em cadeias, para que em Cristo eu seja ousado para falar como me cumpre
fazer." Paulo pede que os irmãos orem para que ele fosse livre da prisão, mas ele estava preocupado com outra coisa. Ele queria que, enquanto estivesse na prisão, pudesse pregar o evangelho, anunciá-lo com autoridade, com intrepidez, para que o mistério do evangelho fosse manifesto ali naquela prisão. Isso é extraordinário! E isso, no contexto de guerra espiritual, hoje em dia nós somos estimulados, no contexto de guerra espiritual, a orar pedindo libertação dos nossos problemas. Aqui você tem um homem inspirado por Deus ensinando sobre guerra espiritual e, quando ele pede que orem por ele, ele está preso. Ele
só pede isso: "Eu quero que vocês orem para que Deus me dê coragem para que, na prisão, eu pregue o evangelho." Não quero saber de libertação; não quero saber de sair daqui e receber restituição do que é meu. Eu não quero nada disso. Quero que Deus me dê graça para eu ser crente onde eu estou, onde ele me colocou, no meu casamento, no meu trabalho, no meu negócio, onde eu estiver. Que orem por mim para que eu seja crente ali, onde Deus me plantou, mesmo que seja em uma situação tão difícil como aquela que ele
estava vivendo. Essa aqui é a guerra espiritual, meus irmãos. Ele termina a carta falando sobre Tíquico, versos 21 e 22, que é o portador da carta, e orando pelos crentes, versos 23 e 24. Queridos, o que nós podemos aprender aqui, fechando? Primeiro: há uma batalha espiritual acontecendo ao seu redor, há uma batalha espiritual acontecendo ao seu redor e você devia acordar para isso, acordar para essa realidade. Segunda coisa: ela se concentra na conquista da mente e não propriamente nas questões materiais, como prosperidade, doença e bens materiais. Terceira coisa: a maior arma do diabo nessa guerra
espiritual é a mentira, é a corrupção da verdade, é distorcer a verdade, é levar você a se afastar de Deus e crer no erro. Quarta coisa: em Cristo Jesus, nós já estamos numa posição de vitória. Ele já quebrou a espinha dorsal de Satanás, já esmagou a cabeça da cascavel e, portanto, a vitória já é nossa enquanto esperamos a chegada do dia de Cristo e, com ele, o novo céu e a nova terra, onde habita a justiça, o juízo final e a vida eterna. Enquanto aguardamos diariamente, você tem que tomar a armadura de Deus em oração.
Isso fica. Gastar tempo com Deus, gastar tempo em oração, meditação da palavra, encher sua mente com a palavra de Deus, se preocupar com as coisas espirituais, tirar tempo do seu dia a dia para vestir essa armadura. Se não, você estará vulnerável. Você pode até chegar lá, mas vai mancando, vai arrastando, vai gemendo, vai sofrendo. Você será um peso para os outros, sofrendo infelicidades aqui nesse mundo. E eu sei que Deus deseja que nós, como os soldados vencedores, atravessamos essa peregrinação aqui, exibindo. A vitória de Cristo, de forma plena e verdadeira. Eu sei que tem gente
lutando aqui. Eu sei que tem gente em lutas, lutas grandes, aqui. Eu queria encorajar você para que, qualquer que seja a luta que você está travando—seu casamento, no seu trabalho, na escola, conflitos pessoais de relacionamento—você se pergunte se não há uma necessidade maior de tirar mais tempo para Deus. Você tem se vestido da armadura de Deus? Por que Satanás tem conseguido penetrar? Por que você tem cedido ao erro, seguido ao que é mal, ao pecado? Talvez, se ele viria, pensar em reprogramar o seu dia e dizer: "Deus, eu preciso de um tempo, mas, mais do
que isso, eu quero gastar o meu dia em comunhão contigo, aonde eu estiver." Talvez você tenha que ver que a raiz disso, de fato, é raiz espiritual. Talvez aqui, nesta noite, haja pessoas que caíram, mesmo que caíram, e estão confusas, estão incertas, estão presas a algum tipo de comportamento, a um relacionamento pecaminoso do qual não conseguem se livrar, ou a atitudes e hábitos pecaminosos que impedem de ter alegria e certeza de viver a vida plena em Cristo Jesus. Eu queria dizer que nós não deixamos os nossos soldados feridos para trás. Ah, Deus! Em Cristo Jesus,
Ele quer levantar o soldado ferido, curar as suas feridas e trazer de volta para o ranking da batalha, para as fileiras, para outra vez combater o bom combate, até aquele grande dia! E o caminho para isso é o arrependimento; é o arrependimento! É você se voltar para Deus, reconhecer que você falhou, que você errou, pedir perdão a Deus, aceitar esse perdão e tomar essa armadura de Deus e continuar firme. E talvez, hoje à noite, aqui, haja alguma pessoa que ainda não entendeu o evangelho de Cristo Jesus. Eu quero lhe fazer essa pergunta: como é que
você vai enfrentar esses poderes? Como é que você vai enfrentar esses seres espirituais malignos? Como é que você vai vencer o pecado no seu coração? Como é que você vai vencer essas coisas que lhe escravizam e que, às vezes, fazem você sentir? Eu sei que você se sente culpado, se sente mal, e você não sabe direito para onde ir. Como é que você vai vencer isso? E, pior, hoje à noite você está ouvindo que está no estado de inimizade contra Deus. Deus não é seu amigo, não nesse sentido de que está tudo bem entre você
e Deus. Só tem uma forma de você ficar em paz com Deus: é pelo arrependimento dos seus pecados e crer em Jesus. Senão, não é só o diabo que você vai ter que enfrentar, mas o Todo-Poderoso, Criador dos céus e da terra, e terrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo! Você veio aqui, hoje à noite, para ouvir isso. Eu quero que você abra seu coração e medite nisso: se Deus é por nós, quem será contra nós? Mas e se Deus for contra nós? Você precisa dessa paz que o evangelho traz: reconciliação com Deus,
para poder ficar firme e vencer as astutas ciladas do diabo e herdar a vida eterna. Amém! Ó Deus, só Tu podes abrir o nosso coração para ouvir a Tua palavra, disposta de maneira tão, tão imperfeita nesta noite. Mas eu peço que a verdade que transparece, que brilha através da minha fraqueza nesta noite, ela seja usada pelo Teu Espírito Santo na conquista das mentes e dos corações, restaurando Teus filhos, renovando, despertando o desejo de gastar tempo Contigo, de se reconciliar com os inimigos, perdoar, restaurar aquilo que precisa ser restaurado. Ó Deus, reveste-nos de toda armadura que
vem de Ti, para enfrentarmos as astutas ciladas do diabo. Livra a Tua igreja do mal, não nos deixeis cair em tentação. É o que nós Te pedimos nesta noite, em nome de Jesus. [Música]