Oi, gente! Vídeo. Antes do vídeo, eu acabei de editar que vocês vão assistir agora e eu percebi que eu esqueci de falar uma coisa muito importante.
Já tô com vontade de chorar de novo, meu Deus! Vamos lá! Esse vídeo é um vídeo muito difícil pra mim.
Não é fácil falar sobre esse assunto; é um assunto um pouco mais pesado, um pouco mais delicado, e é bastante exposição também. Não é muita exposição completa, porque eu me abri para vocês, falei de tudo o que eu sinto, e não é fácil fazer isso. Eu tentei não me preocupar com o que as pessoas vão pensar com relação a esse vídeo.
Eu fiz realmente porque eu senti que eu deveria fazer. Vocês estavam pedindo demais. Eu recebo muitos e-mails, muitos comentários de vocês, falando sobre o assunto, sobre como os meus vídeos ajudam vocês.
Então eu escolhi me expor desse jeito, tá? Eu escolhi falar sobre isso hoje. Por mais que não seja fácil, eu espero que seja visto de uma forma positiva, que realmente esse vídeo possa ajudar quem assistir.
E tá aí o meu relato, a minha história, como eu vivo, o que acontece comigo, algumas dicas de como passar por isso e o meu desejo de que todo mundo consiga ficar bem no final, que é só o que a gente espera: é que dê tudo certo. Então é isso. Lançar um vídeo.
Vamos lá! Há muito tempo eu tenho prometido fazer esse vídeo pra vocês e agora vocês estão me pedindo cada vez mais para falar sobre o assunto. Então, hoje eu estou aqui de cara lavada, sem roteiro, sem nada, pra falar pra vocês de uma coisa que enfrento todos os dias, que é a depressão e a ansiedade.
Eu tô aqui pra fazer esse vídeo porque vocês me pedem, vocês querem saber como é a minha experiência, como eu lido, como eu vivo com isso, mas também porque eu quero, de repente, ajudar alguém que esteja passando por isso e não sabe o que fazer. Também queria dar uma luz aí pra quem tem alguém próximo com depressão, ansiedade e simplesmente não sabe o que fazer. Enfim, estou aqui para falar sobre o que acontece.
Vamos lá! Vou tentar não chorar, vou tentar ser o mais direta possível, mas vocês sabem que eu sou regulada e sensível, então por mais que eu tente, não consigo muito bem. Eu fui diagnosticada com depressão já faz uns dois anos e tem um motivo; teve um ponto ali crucial para que a depressão iniciasse.
Eu sempre fui uma pessoa muito ativa. Eu sempre fui o tipo de pessoa que vai lá e faz. Se tenho uma coisa pra fazer, eu vou lá e faço aquela coisa na hora e todas as outras eu já faço juntas.
Eu era, eu era, eu sou um pouco ainda. . .
Enfim, eu era extremamente ativa, eu não ficava parada e estava sempre fazendo acontecer. Não tinha medo de nada e enfrentava tudo, sabe? Assim, não que eu seja ou não que eu fosse uma pessoa perfeita, não é isso.
O que eu quis dizer é que eu não tinha medo de fazer as coisas. Na minha cabeça, que ia fazer, eu ia lá e fazia, e não deixava pra depois. O que aconteceu comigo, o que deu o start para a minha depressão, foi a separação dos meus pais.
Mexeu muito comigo; eu não imaginei que fosse mexer tanto assim, mas foi uma situação que me deixou bastante prejudicada emocionalmente e acabou levando à depressão e à ansiedade também. Quando eu comecei a me sentir mal, não concluí, "Nossa, estou com depressão! " Eu simplesmente estava me sentindo mal, estava sentindo várias coisas que nunca tinha sentido na minha vida, que eu não sabia o que eram.
Mas eu sempre fui uma pessoa um pouco orgulhosa no sentido de não pedir ajuda. Eu não gosto de ajuda, eu não gosto de falar dos meus problemas, eu não gosto de me sentir vulnerável, não gosto que as pessoas saibam que tenho fraquezas. Eu sei que são defeitos, mas é uma coisa que eu tenho em mim e naquela época eu tinha ainda mais forte.
Então, até demonstrar para as pessoas que estavam ao meu redor o que estava acontecendo comigo, passou muito tempo. As pessoas não estavam entendendo a minha mudança de comportamento; vamos dizer que estavam achando estranho, que estavam perguntando o que estava acontecendo. Eu dizia que estava triste com o que estava acontecendo, mas obviamente era muito mais profundo que só uma simples tristeza.
Depois de algumas crises — porque a gente tem crise quando a gente tem depressão, de ficar afundada na cama, de ter os piores tipos de pensamentos pela minha cabeça — eu tive que botar meu orgulho de lado e procurar um médico. Eu fui a um psiquiatra, fiz tudo o que tinha de ser feito, contei tudo o que eu sentia, tudo o que acontecia, e aí fui diagnosticada com depressão. Não foi fácil, porque nunca é fácil.
Eu acho que o diagnóstico de qualquer tipo de doença nunca é fácil, porque você pensa: “Poxa vida, eu sou tão jovem, por que está acontecendo comigo? ” Começa a se questionar sobre várias coisas e eu comecei a tomar medicação e tudo mais. A vida começou a melhorar, porque a medicação me ajudou e tal.
Só que nunca fiz terapia nem nada; só tomava medicação. Aí, o que aconteceu? Chegou um ponto — e eu estava muito perto de me mudar para a Holanda também — que eu comecei a me sentir mal, ou ter que tomar medicação para ficar bem.
Eu tenho certeza que muitas das pessoas que estão aí do outro lado, que estão evitando a depressão, se identificam comigo, porque tem um momento que passa pela nossa cabeça. Eu nunca tive preconceito contra a medicação, contra ir ao médico, nada disso. Eu tenho certeza que faz uma completa diferença, só que a minha cabeça chegou num ponto que eu não queria mais.
Remédio não aceitava, mas aquilo. . .
então eu comecei a parar com a medicação, né? Preparando aos poucos. E quando eu me mudei para a Holanda, era tudo novo; era muita coisa acontecendo em minha cabeça, estava 100% ocupada.
E aí apareceu a depressão. Tinha acalmado, sabe, porque eu estava pensando em um milhão de outras coisas. Eu estava longe daquilo que me deixava triste, que era não ver os meus pais juntos, que era toda aquela função da separação e tudo que vem junto com isso.
E aí parecia que estava tudo bem. Assim, tanto que nos vídeos é muito engraçado que você sempre me diz, quando eu comento que tenho depressão: "Nossa, como assim tem depressão, do óleo, num lugar tão incrível? É sempre tão animada, sempre tão feliz, uma pessoa tão bonita.
" E é muito normal que as pessoas não entendam a depressão quando vem a pessoa feliz. Como assim eu estou feliz e tenho depressão? Porque a gente é completamente impossível de ser uma pessoa bonita, ter uma vida boa, sabe?
Assim, a sua vida é toda boa, tudo está certo, mas, supostamente, depressão. . .
porque a depressão não se importa com o teu dinheiro, onde mora, com a cor dos teus olhos, nada disso. A depressão acontece e faz parte. Hoje, como eu lido com a depressão, eu não tomava medicação, e eu já procurei um médico aqui.
Não andam. . .
você é sobre isso num vídeo que eu fiz. A médica nova, porque eu me mudei, eu vou começar a fazer terapia, se Deus quiser, porque eu preciso. Porque eu tenho depressão.
Eu tenho que aceitar que tenho esta doença e tenho que aprender a lidar com ela. E tenho que fazer o possível para melhorar não só por mim, mas pelas pessoas que estão à minha volta, principalmente João, que é a pessoa que convive comigo todos os dias e que teve que lidar. Graças a Deus, estou muito bem agora.
Estou com vontade de chorar porque ele não me deixou sozinha, e se não fosse ele, não sei o que teria acontecido. Então, obrigado de novo por tudo e desculpa também por tudo, é porque a gente não é fácil de lidar com pessoas que têm depressão, tá? É uma missão bastante difícil.
E todo mundo aí que está junto das pessoas que têm depressão, parabéns! Continuem assim, porque a gente precisa muito de vocês. Mas enfim, um outro ataque com a depressão, com a terapia.
. . e se for preciso, entro com a medicação de novo, mas vou tentar só terapia primeiro pra ver o que acontece.
Hoje, quando eu me sinto. . .
como são as minhas crises aqui? E a questão da ansiedade também, como eu falei pra você, a grande questão. Sempre fui uma pessoa muito ativa, de fazer tudo e acontecer, hoje eu posso ficar o dia inteiro sentado no sofá, olhando para o nada.
Nos diz que o mal. . .
sabe, que eu tenho ali a minha lista de coisas para fazer, olho pra lista, estou a fazer. Aí eu me sento no sofá, aí eu levanto, olho pra lista de novo, estou a fazer. Aí me sento no sofá.
Eu tenho esses momentos de simplesmente não conseguir fazer nada. Eu tenho os momentos em que começo a chorar e eu não paro, porque, sabe assim, fica tudo preto. O que é?
A cabeça parece que não funciona. O cérebro para. Para de funcionar.
Para assinar tudo. Não consegue pensar em tudo, não sabe o que tem na sua cabeça. E fica.
. . gente, é muito difícil de explicar como é ter uma crise, mas imaginem uma tristeza muito profunda, sim, no momento mais triste que vocês já viveram na vida de vocês.
É mais ou menos isso uma crise. E caem com cada pessoa diferente, as reações são diferentes, mas é uma coisa profunda assim. É como se tivesse um buraco no meu peito, um buraco negro.
É muito esquisito. Aí, sei lá, mas é assim. A gente fica encolhida em posição fetal e não faz nada.
Então, por isso que às vezes tem dias que é tão difícil de gravar vídeo, porque eu fico olhando para as coisas que têm para fazer e eu não faço. Não é porque não quero, é porque eu não faço. Eu não sei explicar, eu não sei explicar.
Então, a depressão a gente não vive só nos momentos de crise, em que a gente fica muito mal, em que passam aqueles pensamentos horríveis pela nossa cabeça. Não, a depressão acontece o tempo todo, sabe? Altos e baixos, em momentos em que estou muito feliz, mas tem momentos difíceis junto com a depressão.
Eu sempre fui uma pessoa ansiosa e daquelas que não dormia no primeiro dia, antes do primeiro dia de aula. Quando tinha uma viagem, uma coisa grande que acontecia, sempre vence. .
. não, sabe? Mas aquela coisa normal, todo mundo é um pouquinho ansioso.
Hoje a ansiedade é uma coisa real. Eu fico muito ansiosa, mas não é: "Ai, meu Deus, a menina vai ter uma coisa grande. " Ai, meu Deus, eu não consigo respirar, eu estou com taquicardia, meu coração está acelerado, a minha cara inteira está formigando, a minha mão trava.
Eu fico desse jeito assim, não consigo mexer os meus dedos. O que me deixa ansiosa? Qualquer coisa.
Eu tenho que fazer nesse vídeo agora e eu posso começar a ter uma crise de ansiedade agora. É simplesmente alguma coisa que acontece dentro do meu corpo que me deixa muito, muito nervosa. Eu posso ter uma crise.
Então, é uma coisa muito louca. Isso eu tenho certeza que é bem biológico e pra isso tomo medicação, porque quando eu entro em crise de ansiedade, eu não consigo fazer absolutamente nada. Fico trabalhando e tal.
E aí eu tenho isso no meio da rua. É muito comum, é muito complicado. Mas então, eu tenho que tomar remédio para poder.
. . Ficar bem é esse remédio, todos só nos momentos em que eu estou tendo a crise.
E assim que aconteceu na rua, entre eu e o TCU dentro de casa, por motivo nenhum, por nada. Acontece que se as pessoas começam a cobrar muitas coisas de mim, eu tenho que fazer isso, e eu tenho que tentar acalmar, respirar muito para não saber entrar em crise de novo. Assim, gente, é uma montanha-russa que a gente vai tentando viver.
Para mim, é bem difícil de aceitar que eu tenho esse problema, e que, como eu falei, há sempre uma pessoa muito orgulhosa também, assim, sabe? Eu tinha orgulho de mim por eu ser quem era, por eu ser uma pessoa que estava ativa o tempo todo fazendo as coisas, que não tinha medo de nada. Hoje, eu tenho medo das coisas, sabe?
Sei lá, eu fiquei com mais medo de botar a cara, de fazer, de assumir responsabilidades, porque daí eu sei que se eu assumo a responsabilidade, vai ter pressão. E vai ter pressão, mas sem ansiedade, sabe? Então, todos os dias, é um desafio interno lidar com isso, e é complicado, é complicado.
Pausa no meio do vídeo para falar uma coisa muito importante: como estou muito nervosa com relação a esse vídeo, com relação a como vocês vão receber ele, eu existi umas 300 vezes antes de postar. E agora, na vez 301, eu percebi que talvez tenha ficado meio claro que eu não sou uma pessoa feliz, que a minha vida é difícil o tempo todo e que eu sofro o tempo todo. Eu quero deixar muito claro que eu sei o quanto a minha vida é maravilhosa.
Eu sou muito grata pela minha vida, pelas pessoas, pelos meus amigos, pela minha família, pelo meu marido, pelas oportunidades que eu tenho. Eu sou assim, muito feliz. Muito, muito, muito!
Eu vivo coisas incríveis aqui. Eu sou muito feliz, gente, muito! Mas, como já falei nesse vídeo, também a depressão e a felicidade podem sim andar juntas.
Então, eu tenho os meus momentos difíceis, eu tenho os meus dias difíceis, mas eu também fico bem, tá? Eu sou feliz, eu sou alegre, sorridente. Eu sou o que eu mostro para vocês nos vídeos, eu dou risada.
Então, só isso, eu não queria que parecesse que eu sou uma pessoa que sofre o tempo inteiro, porque não é essa a minha realidade, tá? Enfim, continue assistindo normalmente. Eu percebo que pessoas que estão próximas de alguém que tem depressão não sabem muito bem o que fazer.
Tem gente que acha que sabe muito bem o que fazer e tem gente que não faz a mínima ideia do que está acontecendo. Às vezes, a família não entende, não entende o que é a depressão e acaba tratando como se fosse uma coisa passageira. Tem gente que acha que é frescura.
Tem gente que acha que Jesus cura da depressão. Gente, nada contra, eu fui criada na religião católica, não é esse o tema do vídeo, mas fui criada com o estudo da religião católica. Mas hoje eu não vou à igreja, não.
Hoje eu tenho a minha fé, eu acredito em Deus, e eu tenho certeza absoluta que ter fé faz completa diferença, porque te agarra a alguma coisa que não deixa de existir. Mais a depressão e a ansiedade são problemas, é que essas são doenças reais, tá? É biológico, falta alguma coisa no nosso cérebro e isso não é uma coisa passageira.
Não é "quando a nossa cabeça". Isso é real. Então, é óbvio que a fé ajuda, mas só a fé não é suficiente.
Então, por isso que a gente precisa procurar tratamento, precisa ir ao médico, precisa fazer terapia, tomar remédio se for preciso. A gente tem que fazer o que tem que fazer, porque é uma doença real. E aí tem gente que trata como se não fosse, mas é.
Existem várias formas que as pessoas lidam com isso, mas do jeito certo é: teu namorado ou namorada, ou esposa, tua amiga, prima, enfim, vai querer ficar sozinha no momento da crise de ansiedade e depressão? Não deixa a pessoa sozinha nunca. Por mais que ela diga que quer ficar sozinha, não deixa sozinha.
Ela pode querer ficar no quarto ao lado, tudo bem? Não deixa a tranca na porta, não deixa andar na rua sozinha. No momento assim, nunca deixa a pessoa sozinha.
Nunca age como se dependesse só da pessoa ficar bem, tipo assim: "Ele tem a força de vontade e vai ficar bem". Porque não é essa força de vontade. Não age como se fosse uma coisa pequena e fácil de resolver.
Não fica perguntando para a pessoa: "Aí, por que tá assim? O que tem? Tudo bem?
" Porque é muito complexo dentro do cérebro da gente quando a gente tá mal. Então, só fica do lado, esteja disponível para a pessoa quando ela precisar, principalmente nos piores momentos. Nunca deixa a pessoa sozinha.
É deixa a pessoa ver que está aí, disponível. Por baixo da ótica, que não precisa, ela precisa sim. É isso, gente.
Eu quero dizer que se tu tá se sentindo mal, não necessariamente tem depressão, mas pode ser que esteja desenvolvendo alguma coisa. Então, se estiver se sentindo muito mal, procura ajuda, conversa com alguém. Não precisa ser necessariamente um médico, pode conversar com um amigo.
Tenta clarear suas ideias, se também tá realmente muito complicado, que tá tendo pensamentos ruins, pensamentos suicidas, sabe assim, essas coisas pesadas, verdade? Procure um médico. Não fica sozinho, não guarda pra ti, não deixe passar, não deixa para depois, porque depois pode ser pior.
Tem gente que diz que não vai ao médico porque é caro, mas eu sei que existem opções mais baratas. Com certeza existem grupos de apoio que são gratuitos. Então, assim, se tá se sentindo mal, por favor, procure ajuda.
Não guarda pra ti. Não faz o que eu. .
. Fiz porque, se eu tivesse procurado tratamento muito antes, eu com certeza não teria passado por várias coisas que passei. E é isso, gente, essa é a minha história com a depressão e a ansiedade.
Eu não faço ideia de como ficou esse vídeo; simplesmente falei do coração, e é um assunto muito complicado de falar. Como falei no início do vídeo, eu estou muito enrolada e esse é um tema que me deixa ainda mais embolada. E é isso, gente: todo dia é um novo dia para a gente lutar, para a gente seguir em frente, para a gente tentar ficar bem.
Tem dias que eu quero ficar no meu cantinho, tem dias que estou super animada e assim a vida segue. Eu não sei se tem cura; já vi gente dizer que pode ser curado e gente dizer que não tem cura. Eu espero que tenha, eu espero que passe, eu espero que fique tudo bem para mim e para todo mundo que convive com esse problema.
Eu acho que quanto mais a gente falar sobre o assunto, melhor, porque vai fazendo as pessoas entenderem que faz parte e que tem como melhorar, tem como ter qualidade de vida também. Era isso, gente. Obrigada pelo carinho sempre!
Eu espero que esse vídeo tenha criado um pouquinho de consciência. Um beijo enorme, muito, muito, muito! Até o próximo vídeo.
E, tchê, com meia noite, eu pensei que se você olhasse para o céu, lhe amaria ainda mais. Ou seja, você diretamente elegeu o que sentiu.