bom foi boa tarde para quem é de boa tarde bom dia para quem é de bom dia boa noite para quem é de boa noite não sei que horário você vai assistir essa aula eu sou professor Flávio dodete online e eu vou trabalhar hoje um dos melhores livros da lista de obras literárias do vestibular da UFU 2023 Hoje a gente vai falar dos Contos do maior escritor brasileiro Joaquim Maria Machado de Assis o Bruxo do Cosme Velho é ele mesmo bravo dos Bravos é como você já sabe você que já tá acompanhando e estudando se
preparando para UFO a Ufa ela tem o hábito é de na sua lista priorizar diferente gêneros literários então nós temos contos teatro romance poesia esse ano então tá muito mais inovador tem um filme né o Bacurau do Kleber Mendonça Júnior e tem um álbum da Adriana Calcanhoto esse aí eu ainda não escutei ainda preciso preparar essa aula né baixar o álbum lá ouvindo Spotify ou no qualquer um desses aí e ficar muito atento para gente muito legal esse desafio eu só tinha estudado um álbum para dar aula dos Racionais que cai na Unicamp eu vejo
isso como uma tendência tá espero obviamente que você entre no vestibular da ufe na faculdade da uffa esse ano Mas para os próximos anos para o seu irmãozinho para sua priminha enfim para os nossos filhos e netos que o vestibular ele tenha mesmo essa diversidade imagina se um dia cai até um jogo de videogame por exemplo na lista de leitura obrigatória tô dizendo isso para você entender a importância de saber variados ler um conto é diferente de assistir um filme que é diferente de ler uma coletânea de poemas que é diferente de ler uma peça
de teatro é diferente de ler um romance né a gente tá falando de Histórias Curtas o conto é uma porrada o conto tem uma teoria que a teoria do iceberg conhecer essa teoria quando li Os Contos do argentino Júlio cortaça jogo de amarelinho e vai dizer o seguinte essa teoria o Iceberg essa parte visível né que se vê aqui tá a parte submersa o Iceberg é o conto tá a parte que tá oculta a parte que está submersa ela é o contexto então ó isso aqui tá embaixo da água tá e essa parte aqui ela
tá exposta essa parte do iceberg que que acontece quando o leitor leu um conto Ele tem acesso deixa eu ficar desse lado você tá vendo ao que tá escrito o conto é um episódio o que não tá escrito cabe ao leitor imaginar Portanto o conto ele é uma atividade de leitura que exige muito da nossa criatividade o conto ele equivale a um episódio isolado o que acontece Antes desse Episódio e o que vai acontecer depois desse Episódio é com você meu chapa minha chata é você que tem que analisar é você que tem que imaginar
é você que tem que criar obviamente que o vestibular não vai avaliar essa sua criação infelizmente porque seria muito legal né mas para você poder suportar no sentido mesmo de dar uma estrutura para o episódio a gente tem que imaginar será que esse personagem sempre foi assim como é que vai ser a vida desse personagem depois que o episódio acaba Então conta uma atividade de leitura que exige muito da nossa criatividade para aqueles que não sabem o que falam perdoai-vos né que dizem que a leitura é um ato passivo é um ato só edificar assimilando
então completamente equivocado Não há nada mais equivocado do que isso a leitura Exige muito da gente a leitura exige nosso conhecimento Nossa reflexão e nossa criatividade o que não exige Nossa criatividade é ficar vendo rede social aí tá tudo pronto né aqui não aqui você tem que botar o motor para funcionar bom a gente vai ler três contos polêmicos três contos fortes três contos duros a UFO não tá de brincadeira esse ano tá ela quer por uma proposta de crítica social de crítica da realidade já vem assim né lembra que os anos anteriores cair A
Cor Púrpura né da Alice Walker um livro maravilhoso mas Fortíssimo violento aqui os contos também eles têm essa questão ligada escravidão essa questão ligada a violência essa questão ligada à crueldade a brutalidade a gente vai ver aí uma coisa obscura do ser humano instituída no Brasil do século 19 bom a Ufa ela pediu três contos diferentes Tá eu vou aproveitar aqui que eu tô sendo visto por vocês e essa aula vai ficar gravada para mostrar para vocês que sim eu tenho a obra completa do Machado de Assis Olha que bonitinho ele vem estampadinho aqui ó
tá tudo numerada lombada e acontece que cada conto tá num desses então um tá no papéis avulsos o outro tá no relíquias da casa velha e o outro tá no páginas recolhidas da maior trabalho pessoal sem contar que isso aqui tá empoeirado fica lá no fundo da estante eu tive que agachar no chão e procurar por isso Eu já ouvi apelar para tecnologia E aí eu peguei os livros comprei cada conto por r$ 2 tá se você tem um Kindle eu acho uma boa sugestão e fica a dica de você refletir sobre o livro impresso
e sobre o livro eletrônico caso isso venha ser uma redação Os dois têm seu lugar no meu ponto de vista os dois são interessantes eu adoro ter a obra colecionada mas para trabalhar no dia a dia eu tô usando o Kindle eu adoro ter eles na Minha estante as visitas vão lá em casa e fala uau Flávio você tem a obra do Machado eu falo pois é pois é são ossos do ofício mas eu vou ficar andando com esses três livros aqui eu trouxe só para mostrar para vocês e provocar essa reflexão você usa Kindle
você usa o tablet Você lê em PDF você compra livro você compra livro usado você compra livro em sebo você compra livro novinho de 60 70 reais livro tá caro né Muito legal esse tema quem sabe um dia a gente não faz uma aula sobre livro Tá bom então vamos lá Esse é o cara né esse é o brabo o nome dele é Joaquim Maria Machado de Assis o Bruxo do Cosme Velho esse era apelido né que foi dado a ele pela crítica bruxa no sentido que ele é não não sentido nenhum na nossa época
a gente chama as pessoas de bruxão né bruxão é o né é o brabo que tá na moda Cosme Velho é o bairro que ele nasceu o que equivale a uma região pobre do Rio de Janeiro próximo ao centro ainda não existia favela mas seria o equivalente tá Seria um bairro miserável é negro pobre excluído E aí por favor eu já vou começar pedindo sua atenção já começar com polêmica UFO que é isso da gente Machado Machado é negro tá embora você encontra alguns materiais que vão chamar de mulato essa palavra hoje em dia ela
não faz mais parte do nosso vocabulário a gente usa Pardo a gente usa mestiço né É muito mais sensato mas no século 19 mulato é um conceito que a gente tem que usar o mulato não é considerado mais branco do que negro o mulato vai sofrer o preconceito que o negro sofre o mulato é tão vítima do racismo quanto negro tá então o machado é negro Padre é negro no Brasil não só do 19 mas de hoje E aí tem essa coisa né dos retratos dele como pode arroz desse branqueamento que se fez da imagem
dele porque ele era um escritor que ele escrevia para os brancos que ele era lido pelos brancos entendeu E o machado ele é acusado perdoar e aqueles que não sabe o que fazem de ser um escritor que fugiu da discussão do racismo da escravidão nada mais falso eu vou mostrar para vocês na verdade ele vai mostrar para vocês como que ele enfrenta esse tema com toda sua genialidade com todo o seu talento ele vai deixar a gente assim ó é uma porrada tá então esqueça esse papo que o machado é um escritor que se eximiu
da questão do racismo e da escravidão muito pelo contrário lembra dessa pelo contrário o machado é totalmente genial e a genialidade dele Ela vai para vários temas vai para a questão é racial vai para a questão psicológica vai para a questão social é para a questão cultural é para questão do casamento vai para a questão da adultério é um gênio que ele não cabe no único num único tema Beleza então vamos lá pobre excluído autodidata o machado não passou pelo ensino formal ele tem o fundamental incompleto Ele estudou sozinho aos 13 anos ele começa a
trabalhar no jornal como tipógrafo já publica seu primeiro texto tá no começo ele é um adolescente ele é um jovem que ele escreve mais ligado ao romantismo e assim é um sujeito que é super encantado com a Europa que ele não conhecia né ele ainda não era um escritor que tinha entre aspas descoberto o Brasil Aí a partir de 1881 o machado se transforma num escritor realista né se transforma num escritor tem essa transição do romantismo para o realismo e aí inauguração dessa fase realista vem com romance Memórias Póstumas de Brás Cubas e do livro
papéis avulsos tá que é o livro que vai trazer essa vingando O Alienista que é um dos melhores contos da literatura brasileira então Machado que esse sujeito que atravessa a sociedade de ponta a ponta né é um sujeito que ele é ele sai do que seria hoje a favela é um sujeito sem ensino formal é um sujeito pobre com problemas de saúde que em vida se transforma no maior escritor brasileiro Presidente fundador da Academia Brasileira de Letras brasileiras de Letras Não Academia Brasileira de Letras se não bastasse né Toda essa ascensão literária social do Machado
ele escreveu seis gêneros diferentes escreveu teatro poesia crônica crítica mas é no conto e no romance que o machado é incomparável né que ele é o grande autor brasileiro é minha opinião sim é minha opinião eu acho Machado maiores escritor brasileiro só que eu não tô sozinho né e gente muito maior que eu quem sou eu na fila do pão gente gente como Alfredo bozi né como como João Antônio como o Antônio Cândido enfim se você buscar os grandes críticos os grandes estudiosos é o Roberto Soares né vão mostrar a genialidade um atestar que esse
é o grande escritor brasileiro embora não seja uma competição né a gente não tem esse interesse em saber qual é o maior qual é o menor mas é um prazer estudar Machado de Assis vamos obrigação prazer e digo mais eu acho que é um dever é um dever nosso como brasileiro conhecer nosso maior escritor Beleza então esse escritor que começa romântico e se torna Realista ele escreveu seis gêneros literários a gente vai fechar aqui o nosso estudo deixando claro que a gente está estudando a fase realista do conto machadiano beleza características gerais do Realismo Machado
você vê como que esse cara é importante tem um selo comemorativo sobre ele em Cuba Cuba fez um selo em 89 porque o filho dela tava vivo né Cuba homenageando o escritor brasileiro Olha isso né Não Tem Fronteiras esse escritor vamos lá pessoal Agora é para prestar bastante atenção tá essa esses não tivesse que prestar atenção no que eu disse antes mas agora a gente está pensando pontualmente no que pode te ajudar a resolver a questão do vestibular da UFO beleza característica fundamental meta linguagem o narrador machadiano ele se dirige ao leitor tá seja ele
um narrador em primeira pessoa como é o narrador do conto de escola ou narrador em terceira pessoa como é o narrador do caso da vara e do pai contra a mãe mesmo narrador em terceira pessoa ele se dirige ao leitor então o leitor tá incluído na narrativa nome disso é metalinguagem Beleza a gente pode fazer uma análise hoje super profunda discutir vários aspectos da sociedade e a Ufa pode fazer uma questãozinha boba sobre meta linguagem tá identificar então quando o narrador conversa com o leitor tranquilo uso recorrente da direção isso é muito importante tá o
que que é digressão bom eu vou contar para vocês aqui a história de um livro do Machado mas antes eu acho que eu vou mexer na temperatura bom Tá 23 graus Será que 23 graus é a temperatura adequada na sala de aula os alunos pedem para colocar 23 alguns preferem 21 qual seria a temperatura adequada você vai falar Professor você ia falar do Machado Por que que você começou a falar de temperatura porque eu fiz uma digressão O que que é uma digressão é quando ele abandona narrativa ele para de Nar e começa a refletir
sobre um assunto às vezes esse assunto não tem ligação direta com a narração e ele faz isso o tempo todo até no conto o machado adora refletir a Dora dissertar ele não é só um contador de história o machado é um Pensador abre o olho tá o machado pode ser cobrado não pelo que ele narra mas pelo que ele pensa então fica atento para esse narrador que conversa com leitor e para esse narrador que interrompe a narrativa para refletir tranquilo intertextualidade e intratextualidade lê Machado é ler por tabela outros autores no conto pai contra mãe
é uma nítida Evidente intertextualidade com o livro do Valter Cândido o otimista o livro Feito no século 18 na França no ponto de escola a gente tem uma relação histórica com o golpe do da maioridade não precisa exatamente uma intertextualidade mas tá lidando com o personagem histórico do Pedro Segundo né então lê Machado é por tabela saber de outros personagens de outros autores de outros livros tá E às vezes essa relação Direta com contexto histórico é ler o machado significa ler um período também entender um contexto brasileiro tá aí quando for pontualmente eu vou explicar
isso para vocês que que é ironia ironia é o Dito pelo não dito tá bom deixa eu tirar meu cabelo do olho que tá atrapalhando bom eu sei que eu não tenho cabelo que eu sou careca quando eu tô dizendo que eu vou tirar meu cabelo do olho eu tô dizendo que eu tô tirando cabelo o que que eu não tô dizendo tô dizendo para você que eu não tenho cabelo a ironia é o Dito pelo não dito tá é aí você entrar numa sauna e falar assim Nossa que frio hein tá é você negar
o que você tá dizendo é você dizer o que você não tá dizendo é a marca registrada do Machado junto com a meta linguagem junto com agressão a psicologia do desmascaramento por trás da aparência do personagem tem uma essência isso é próprio do Realismo os personagens usam máscaras e essa máscara cai né E se desvenda o verdadeiro personagem às vezes esse verdadeiro personagem não se desvenda por completo é o caso da Capitu por exemplo em Dom Casmurro a gente nunca vai saber quem ela realmente é é uma literatura que nos faz pensar tá e o
realismo considera que as pessoas vivem no mundo de aparência então a literatura realista lentamente vai retirar essa máscara do personagem e revelar esse eu por trás da aparência essa Essência que se esconde Na aparência pessimismo Nossa hoje a gente vai ter um contato muito forte com isso porque o pessimismo do Machado ele não significa que não há futuro não é esse pessimismo Sabe aquela hiena do desenho animado que ela fala Ó céus oh vida não é esse nível de pessimismo é um pessimismo aqui de fazer escolhas não tem personagem bom não tem personagem heróico não
tem personagem que se redime que se salva a escolha dos personagens das situações vão revelar o ser humano como alguém egoísta como alguém que tem uma moral elástica que a hora ele se coloca contra injustiça ora Ele comete a injustiça como sujeitos que são submissos aos poderosos como sujeitos que são dissimulados Então a gente vai ver uma galeria de personagens que estão longe de configurar o herói romântico puro bom justo não aqui não tem muito sim aqui não tem santo como diz o mano brown beleza estiloso final em aberto pensar e fazer pensar são livros
que quando você fechou o livro O Conto aí você começa a pensar você fala caramba que que foi isso que eu acabei de ler é Então faz proporciona gera esse pensamento né lembra da teoria do iceberg também da proposta dos Contos dos fazem pensar é um exercício intelecto para imaginação niilismo a gente não vê aqui é uma propaganda política a gente não vê aquele se posicionando do lado de um regime de uma religião de uma filosofia o machado ele caminha com as próprias pernas a literatura dele ela não serve como meio de divulgação de religião
de teoria de ideologia tá e finalmente essa crítica social que a gente vai encontrar de forma muito clara muito nítida nos contos que a gente vai analisar hoje quando a gente vê os romances do Machado Dom Casmurro Memórias Póstumas essa questão da crítica social ela acaba se ocultando um pouco por trás da questão do psicologismo aqui tá bem exposto é uma fratura exposta da sociedade brasileira é pesado vamos lá Vamos começar com o caso da vara tá o caso da vara é uma narrativa sobre um seminarista eu achei essa foto aqui tá para ilustrar mas
eu não tenho informação que esse seminarista é negro ou branco de qualquer forma um jovem que está no seminário e não tem vocação religiosa ele tá lá por conta da vontade do pai e aí uma noite ele consegue fugir do seminário e ele tá apavorado apavorado porque ele tá como fugitivo Padre vai mandar buscá-lo vai mandar prendê-lo e se o pai souber que ele fugiu o pai dele é um sujeito muito bravo muito autoritário ele foge e ele não sabe onde ele tá ele fica perdido nas ruas do centro do Rio de Janeiro vestido de
de como é que chama batina né ele não consegue correr direito por causa daquela roupa ele tá como se fosse uma saia e aí quando ele percebe ele tá próximo da casa da assim a Rita assim a Rita é uma conhecida da família assim a Rita é amiga de João Carneiro e quem é João Carneiro é o padrinho do Damião Damião é o nosso seminarista então ele vai até a casa dela ele chega totalmente afobado totalmente assustado e conta para ela que ele acabou de fugir que ele tá desesperado que ele tá com medo e
que ele precisa de ajuda ela é uma figura muito interessante ela tem 40 anos mas parece 27 ela adora contar uma piada uma mulher viúva independente atraente e agora contar né Dota se divertir né Ela é descrita aqui apessoado ou seja bonita viva esperta amiga de rir mas se virasse a chavinha Brava como diabo e aí ele pede ajuda para ela e ela tá totalmente solícita ele então ela disse que vai ajudar ele vai mandar avisar o pai dele de que ele não tem jeito para ficar no seminário que ele não leva vocação para o
pai entender que o lugar dele não é o seminário o que que vai acontecer vai chegar o João Carneiro e ela pede para o João Carneiro e procurar o pai do Damião e falar ele não volta mais o João Carneiro também tem medo do pai do Damião o pai do Damião parece ser um sujeito muito bravo e muito poderoso então ele fala não me peça qualquer coisa né ele fala assim me manda e até na chuva até Jacarepaguá mas e falar com o compadre não então não só o Damião tem medo do pai mas o
seu padrinho João Carneiro também até que não tem mais jeito a vontade da Sinha Rita se impõe e o João Carneiro acaba indo buscar o pai do Damião nisso vamos conhecer a casa da Sinha Rita ela Preside digamos assim ela comanda ela chefia É algumas algumas meninas negras que aprendem bordado com ela então fica essa essa condição do escravo de dentro da pessoa que trabalha na Casa Grande agora a gente já tá falando sobrado né a gente já tá falando da escravidão Urbana Então essas meninas vão fazer o biuro que é um tipo de bordado
que é um tipo de costura ao comando sobre o comando da sem a Rita são várias meninas que elas trabalham tipo linha de produção mesmo costurando sem parar e o Damião supera aflito com medo do pai com medo de ser descoberto ele vai perceber uma moça chamada Lucrécia que remete a lucrésia dos borjas né Sempre tem essa questão da intertextualidade e a Lucrécia é uma menina de 11 anos ela tem uma cicatriz uma queimadura na mão ela é toda frágil é uma menina negra magricela e frágil amedrontada e ele olha para ela ela com um
olhar assim costurando Ela olha para ele e dá para perceber que ela tá torcendo por ele que ela quer o bem dele que ela não quer que ele volte para o seminário nesse momento o Damião tem um instante de compaixão de piedade de solidariedade ele tem um bom sentimento em relação ao cresce ele fala se eu sair do seminário inclusive ele pensa consigo eu vou fazer dela me afiliado eu vou cuidar dessa menina né ele entendeu que aquela menina costurando sobre as ordens assim a Rita ela assim como ele estava fazendo uma atividade que ela
não queria assim como ele não queria ser seminarista contra sua vontade ela também não queria ficar com a gente ela tem 11 anos você é obrigado a costurar o dia inteiro então assim a Rita fica conversando com ele fica assim histórias e as meninas costurando aí ao final Passa umas moças na casa umas amigas assim a Rita ela manda entrar pede para o Damião conversar contar história para ela e as meninas as outras meninas costurando a Rita costurando até que chega João Carneiro pouco menos agitado um pouco menos apreensível e disse que o pai do
Damião não gostou muito da ideia mas Pode ser que ele não volte para o seminário que o assunto ainda vai se resolver mas que tá dando impressão de que o pai vai aceitar porque porque tem a influência tem o pedido da Sinha Rita né que o seu filho não tem vocação para ser padre tem que tirar ele do seminário e nisso o Damião consegue relaxar e falar uau acho que eu vou conseguir sair do seminário Só que nesse momento assim a Rita vai perceber que ela cresce a não terminou a sua costura que ela cresce
tava de olho na conversa e ela acabou se atrasando no seu serviço e isso vai deixar assim a Rita brava irada tá brava como o diabo assim a Rita que até então tinha sido amiga tinha sido com tinha tido compaixão tinha sido engraçada contada história engraçada de uma hora para outra ela vira o seu ódio contra a jovem Lucrécia e ela fala sua malandra sua malandra né e a Lucrécia fala não assim Ah desculpa desculpa me desculpa até aquela hora para o Damião e fala não me ajuda me desculpa eu não fiz nada me desculpa
e assim a Rita fala para o Damião pega a vara lá a vara é o elemento de castigo físico corte a vara porrada e o Damião e o Damião Damião chegou a caminhar em direção da marquesa porque ele queria interceder e falar assim a Rita coitada da menina mas o que que assim a Rita fez por ele tirou ele do seminário Então antes eu do que ela se eu não ficar bem com assim a Rita eu perco meu privilégio então eu não posso cuidar dela eu tenho que cuidar de mim o ser humano como sujeito
egoísta o ser humano que coloca o seu interesse acima de tudo isso no plano do individual do psicológico no plano do Social a gente tá vendo uma sociedade que vive de bajular os poderosos uma sociedade que depende dos poderosos que abaixa a cabeça para os poderosos para poder se dar bem né me acuda seu Senhor Moço sim a Rita com a cara em Fogo e os olhos esbugalhados instala pela Vara da vara Olha a cara dela vermelha e os olhos ela é um demônio agora presa de um acesso de tosse desculpa Sem largar a negrinha
e a negrinha tossindo e ela Damião sentiu-se confundido mas ele precisava tanto sair do seminário parou aí de quem que essa frase mas ele precisava tanto sair do seminário Quem disse essa frase o narrador não essa frase é do Damião o nome disso é discurso indireto livre você atribui o discurso ao personagem por meio do contexto afinal de contas quem é o seminarista aqui o Damião quem quer sair do seminário o Damião então entre ajudar a Pobre Criança escravizada que vai ser espancada que vai sofrer violência física e se dá bem ele prefere se dar
bem senhoras e senhores Esse é o ser humano do Machado de Assis né O que importa é salvar a pele dele o que importa é ficar bem com poderoso os iguais Fazer o quê né Essa essa moral elástica né a moral aquela se deforma porque no começo ele é todo solidário e empático em relação a jovem enlou cresce a criança ela cresce mas quando a criança não cresce se torna o alvo da sua protetora Aí ele vai ficar do lado da protetora E aí termina com ele dando as costas para menina entregando a vara para
si a Rita que vai judiar da menina é muito bom né quer dizer não é muito bom é terrível é horrível mas escreve muito né Essa questão do psicológico a questão do egoísmo a questão né eu primeiro aliada a questão do Social né um país uma cidade um contexto em que uma mulher poderosa ela tem moças que trabalham para ela na escravidão doméstica tá é importante você conseguir ler esse conto no micro-realismo que é o psicológico e no macro Realismo que é o social naturalização e perversidade da prática da escravidão no Brasil totalmente natural tem
uma uma vara lá que é para bater na escrava que atrasa a costura né você ter um instrumento de tortura em casa sujeitos movidos pela submissão interesse ninguém é Altivo ninguém tem honra todo mundo abaixa a cabeça abando o rabo é a moral de escravos né Como diria o nit que o machado não chegou a conhecer personagens esféricas volta aqui comigo opa o personagem plano ele é um personagem igual uma folha de papel tá você só consegue ver ele assim ou assim ele não evolui agora o personagem esférico você vê ele de vários modos né
você tem vários ângulos então um personagem plano ele é bom ou ruim Herói ou Vilão certo errado um personagem esférico ele é bom ele é ruim ele é mais ou menos ele é vingativo ele é caridoso são personagens que evoluem percebe que mesmo num conto mesmo um conto que o personagem aparentemente aparece pouco a gente consegue ver uma profundidade psicológica afinal de contas assim a Rita não era uma mulher legal que ajuda o pobre seminarista que gosta de contar piada se demonstra uma sádica Cruel que não tem pudor em violentar uma criança e o Damião
a gente vai simpatizar com ele pouco coitado o cara não quer ser padre ele não tem vocação deixa ele ele tá desesperado é um moço ele pede ajuda ele olha para menino o cara é gente boa falando que menina legal vou adotar ela vou cuidar dela se eu sair do seminário mas aí depois ele dá as costas para ela e deixa ela apanhar sozinho retrato da Crueldade humana e do sadismo né e a moral elástica Eu jamais faria isso mas se isso vai te colocar em perigo sim eu faria isso né a moral elástica significa
todo homem tem um preço e o personagem aqui tem um preço né para ficar bem com a protetora ele dá as costas para violência que é feita contra a menina beleza pai contra a mãe imagens fortes né esse é um conto mais agressivo ainda mais brutal sobre o período da escravidão e ele começa ele começa a descrevendo os objetos de escravidão falando da escravidão no Brasil ele vai falar de uma máscara isso é um narrador tá vai falar de uma máscara que era para escravos que tinham problema com álcool então eles colocavam na máscara que
era presa atrás do pescoço e ela tinha só um orifício no nariz e nos olhos a boca era fechada Para ele não beber e os cara ficava lá o dia inteiro com aquela máscara com sofrimento físico moral psicológico imenso intenso tá tô vendo que tem um pessoal assistindo se vocês quiserem fazer alguma pergunta aí pelo chat fica à vontade tá bom tô aqui para ajudar vocês podem contar comigo beleza ó então ele começa a descrevendo esses instrumentos de tortura uma surpreendem assim pela por aqui também quem possibilita de descansar de deitar começa então com esse
relato dos objetos de tortura dos objetos utilizados para oprimir os escravos no Brasil nesse Brasil que tá indo do império para república tá esses contos eles são escritos 10 anos depois da Abolição mas ele se passa no tempo da escravidão é uma espécie de assim o machado não deixou barato isso lembra que no começo da aula eu falei que a gente não pode aceitar essa crítica que diz que o machado não tratou do exemplo da questão da escravidão e do racismo Olha isso né Leia pai contra mãe Aliás você não tem desculpa para não ler
pai contra mãe nem caso da vara tá o vestibular da UFU eu acho que ele é em Julho né aí tem outros só em segunda fase acho que é sonhar em agosto se eu não me engano você tem muito tempo você leva 20 minutos para ler um conto desse é uma porrada mas se eu tô dando spoiler aqui problema nenhum O problema não é saber a história saber a história não significa que você sabe o jeito que ele conta a história entendeu então leia tá inclusive na página da UFO Você acha o link para baixar
esses contos para ler esses contos na página domínio público.org tá bom bom depois que ele faz esse narrador parece uma crônica falando descrevendo os instrumentos de aprisionamento e tortura dos escravos aí ele muda o Tom e começa a narrar percebeu esse movimento textual começa como uma crônica um narrador descrevendo e refletindo e explicando demonstrando Como eram os Como é que é o nome como é que eu posso dizer os objetos né de tortura tá E aí depois ele começa uma narrativa E aí ele vai contar a história de José Cândido o Cândida puro né O
Cândido otimista do Valter o Cândido aqui é um sujeito muito forte muito grande mas que ele é meio Preguiçoso ele não consegue se fixar numa profissão então ele fica pulando de profissão e profissão ele chegou a entalhar a madeira Mas ele nunca se aperfeiçoou ele trabalhava em alguma coisa um tempo pois mudava de profissão mudava de profissão eu não queria ter um ofício físico que é fixo até que ele conhece a Clara uma moça pobre uma costureira pobre que mora com a tia Mônica e os dois se apaixona e fica Vamos casar quando ele vê
se não é iminência de casar com ela aí ele considera um trabalho tem um trabalho fixo e aí ele resolve trabalhar como caçador de escravos Olha que pesado tá a profissão dele constitui em pegar o jornal no jornal tem um anúncio dos escravos Tá eu vou ler um anúncio quem sabe espera um pouquinho Eu acho que eu salvei um anúncio aqui no celular Como eram os anúncios da época achei Maia vende-se uma negrinha de 13 anos de bonita figura quase e faz todo o serviço da casa de família Jornal do Comércio Rio de Janeiro 1872
aluga-se uma paradinha tá vendo o mestiço ele tá associado ao negro é o escravo e uma paradinha de 15 anos para portas a dentro ou seja para trabalhar a Escrava de dentro e uma negrinha de 9 anos muito esperta para andar com crianças Jornal do Comércio Rio de Janeiro 1874 vende-se uma linda e Vistosa negrinha de 14 anos sem moléstia de qualidade alguma com princípios de costura não lembra Lucrécia do conto que a gente viu um país que comercializa pessoas que as pessoas são objetos são mercadoria E essas mercadorias entre aspas fogem e eles pagavam
por escravos que fugiam então José Cândido passa a perseguir esses escravos só que ele não é um Capitão do Mato ele não tá na fazenda de café ele não tá indo no quilombo por procurar o quilombo ele tá na cidade então ele anda pelos becos pelas vielas para quem conhece o Rio de Janeiro ele dá o nome das duas essas duas Você pode passar por elas no centro antigo do Rio de Janeiro isso torna ainda mais realista história então ele anda ele pega um jornal ele vê um anúncio de escravo fugido copia o anúncio coloca
no bolso pega uma corda e sai andando pela cidade até que ele encontra o escravo às vezes ele tem alguma briga tal mas ele é muito forte logo ele consegue subjugar o escravo entrega o escravo para o seu dono e ganha um dinheiro e aí ele se casa e começa a sustentar a família assim de vez em quando ele arruma ele captura um escravo e tal e aí ele vai morar com a esposa e com a tia Mônica A tia Mônica é solteira é uma personagem clássica na literatura machadiana que é o agregado no caso
dela agregada é aquele que vai morar de favor só que não só o fato dela ser agregada ela também é ardilosa ela fica falando é sobrinha vocês vão viver uma vida terrível uma vida de pobreza e a Clara toda submissa toda apaixonada Ai tia vai dar tudo certo nossa senhora vai cuidar da gente nossa senhora age por ver que ia falar não até que a Clara engravida E aí a tia Mônica fica só lá onde já se viu José Cândido você não tem emprego fixo como é que você vai cuidar dessa criança aí o José
Cândido fala não tem problema eu captura um escravo a gente tá se virando até agora não tá beleza a vida vai só que começa a rarear os empregos as ofertas porque porque tem muita gente no Rio de Janeiro tendo a mesma profissão dele capturando escravos Olha isso gente a gente tá falando de um país que já capital tem concorrência para capturar escravo na rua é muito pesado a UFU tá querendo né fazer a gente conhecer esse país fazendo a gente refletir sobre nossa realidade hoje será que não temos pessoas na rua capturando jovens negros como
é que você vê isso parando por aqui né vamos vamos continuar com o texto bom E aí ela fica falando para ele que ele não vai ter condição de criar o filho A Clara é totalmente submissa ela ela não enfrenta ninguém ela não se impõe ela é uma personagem apagada então a maioria da história fica tinha Mônica conversando com o Cândido tá até que ela fica grávida a barriga começa a crescer eles não pagam aluguel são despejados da casa João morar de favor na casa de uma pessoa que é tia Mônica conhece num cômodo a
situação dele fica lastimável não tem dinheiro mais para feijão não tem dinheiro mas para carne alimentação dele está péssima não tem mais objeto praticamente para penhorar morando num cômodo de favor e aí o bebê vem ao mundo e aí a tia Mônica propõe que esse bebê seja doado que ele seja levado para um lugar chamado roda dos enjeitados enjeitada é igual rejeitada aquele que não É desejado Nossa eu fico constrangido de falar essa história pesado demais e o Zé Cândido fala não meu filho eu vou cuidar dele de forma alguma não tem como vou cuidar
só que não tem trabalho não tem trabalho não tem dinheiro até que ele acha um anúncio que dá notícia de uma escrava que fugiu que tão pagando 100 mil por ela e ele fala tá aí uma oportunidade deu ganhar um bom dinheiro e ele começa a andar pela cidade andar pela cidade nada de achar essa escravo nada não consegue pergunta aqui pergunta ali ninguém sabe até que ele volta para casa aquela pobreza aquela miséria ele pega o filho ele fala gente sem consultar a esposa a mulher aqui totalmente apagada nessa nessa história quem faz a
voz aqui a tia Mônica eu li um estudo hoje dizendo que Mônica vende mono que seria solitária ela é uma pessoa sozinha né E aqui ó a ideia da claridade da candura irônico né porque ela não é clara ela é obscura e ele não é pura ele não é Cândido ele é um sujeito que vive de capturar pessoas então que que vai acontecer Ele simplesmente aceita que o filho tem que ser entregue para doação coloca o filho no colo Tá e vai andando e vai andando até que ele encontra a Arminda passando na rua e
acontece que ela é uma moça que está grávida também ele entra numa farmácia e pede para o farmacêutico ficar com o filho dele entrega um bebê Toma conta desse bebê que que foi eu já volto aí ele sai correndo atrás da arminha ele pega captura a mim e ela pelo amor de Deus me solta eu tô grávida me solta Ele não quer nem saber ele que tava levando filho para adoção sabe me entendendo você está ouvindo ele captura uma moça grávida de nove meses tá aí ele vai leva ela até o dono dela e ela
por favor me solta eu tô grávida eu vou servir como escrava e ele não ouve assim como no conto anterior das costas para desculpa o Damião das costas para Lucrécia aqui é muito pior ele vai pegar ainda vai jogar linda na casa do dono dela Arminda já toda violentada ela cai e ainda perde o filho ela tem um aborto espontâneo então morreu a criança dar a vida mas ele fazer o que né é a moral elástica Antes ela do que eu você percebeu que é o mesmo padrão do conto o caso da vara como é
cruel como é brutal como é pesada essas narrativas Como Machado usa genialidade dele para mexer com a gente vai gerar que isso né O que que é o ser humano no plano psicológico o que que é escravidão no plano social e histórico tá bom E aí ele pega os 100 mil réis passa na farmácia pega o bebê que tava de volta e vai para casa com dinheiro para poder salvar o filho dele não ter que entregar o filho dele para adoção Então para que o José Cândido salvasse o seu filho ele entregou uma mulher grávida
para o seu dono né uma escrava fugida que perde o filho dela Antes ela do que eu né o ser humano é o sujeito egoísta interesseiro que não tem compaixão ele tá com uma dor no coração porque ele não quer entregar o filho com adoção ou seja não é um pai bondoso um pai Zeloso mas o que que ele faz aqui ele é cúmplice ou até mesmo responsável pela morte de uma criança de um outro bebê é alguém que permite a morte de um bebê para salvar o bebê dele né lembra um pouco aquelas aquelas
discussões da aula de filosofia né Você prefere salvar um trem que tá seu pai não sei o que um trem que tem 10 pessoas né Essa Ideia da moral a moral que são valores dentro de uma comunidade dentro de um grupo né Qual que é a moral dele a moral dele é antes eu do que o outro lei do cão o homem lobo do homem né Isso é real isso tem muita gente que pensa assim né que não tem compaixão que não tem empatia Esse é o realismo machadiano isso é o pessimismo machadinho é mostrar
esse lado do ser humano que é humano também né essa brutalidade esse egoísmo é do humano eu não tô justificando mas é do ser humano o ser humano também é ruim ser humano também é egoísta também é maldoso é isso que a literatura machadinha nos mostra muitas vezes tá gente agora eu tenho uma surpresa um pouco desagradável tá essa aqui é a roda dos rejeitados se você quiser dar um Google você vai encontrar outras ilustrações isso aqui gira Isso aqui é uma roda do lado de dentro ficava o orfanato Então as pessoas que não tinham
não queriam não aceitava não tinham condições de criar as crianças elas colocavam os bebês e giravam essa roda para o lado de dentro alguém pegava era uma espécie de drive thru entendeu parece bom eu sou adulto eu posso falar Parece coisa de motel eles entregam a comida assim né a bebida no quarto só que então tem no Rio de Janeiro né tinha no Rio de Janeiro você vê fotos da roda dos rejeitados era uma instituição que tinha uma portinha para você deixar as crianças é muito pesado mas é realismo né gente é realismo é realismo
não é romantismo né não tem maquiagem nesse Brasil não tem santo nesse Brasil realista reificação ser humano é mercadoria né Vamos viver de capturar seres humanos e devolver o ser humano para o dono justificando aí a escravidão da época a violência entre os oprimidos ajuda a sustentar o poder dominante o senhor de escravo se mantém no poder porque porque ele paga por um cara capturar o outro um pobre violentar o outro é o Capitão do Mato né é o ódio entre os pobres a violência entre os pobres deixam os ricos numa posição de Poder entretestalidade
com Cândido de Voltaire Cândido voltei é um personagem otimista que acredita no poder do trabalho o nosso Cândido aqui é um sujeito que não quer trabalhar ele captura escravos porque é a forma mais fácil dele ganhar dinheiro é totalmente pessimista esse encontro né Essa imagem é muito forte é muito pesado assim como essa tá a UFO foi né aveia né Foi na questão do problema a gente vai associar esse texto com o livro Terra Negra que tá na lista da UFF também de poemas então sim nós temos que falar sobre racismo temos que falar sobre
escravidão no vestibular Demorou inclusive para isso acontecer isso já é uma realidade né do vestibular da escola do Brasil a gente tem que falar sobre esse assunto eu vejo com muito bons olhos a presença de obras como essas no vestibular denúncia da brutalidade da escravidão a ponto de CT concorrência para capturar escravo na Cidade embate entre o egoísmo e A fraternidade antes eu do que ele e ambiente urbano de miséria né tudo é triste tudo é feio não tem comida as pessoas moram de favor elas são Miseráveis né Elas têm que viver da desgraça do
outro não depende né a tia Mônica depende do casal o casal mais a tia Mônica dependem daquele amigo que deixa morar num cômodo da casa né É um cenário terrível obscuro né triste deplorável miserável e não é só miséria material essa miséria humana né então o cara para evitar que o filho dele seja adotado entregue para adoção ele compactua da morte de um outro bebê isso aí finalmente o conto de escola Isso aqui é uma palmatória era usada em sala de aula ele até fala da palmatória no conto que ela fala que Ela olhava com
seus cinco olhos como se fosse um rosto com cinco olhos esse conto Esse é narrado em primeira pessoa você tem um narrador que chama Pilar que ele vai lembrar da infância que foi o dia que foi anunciado começo do golpe da maioridade que é né é adiantar antecipar a coroação do Pedro Segundo né a posse do Pedro II então o Pilar ele vai para escola ele é um bom aluno tá e a escola a gente vai conhecer um ambiente escolar como um ambiente de repressão como ambiente de violência a escola do século XIX para poucos
né para jovens brancos era um lugar de violência de obediência a escola era um lugar extremamente Cruel que aceitava violência física nós temos a violência física e psicológica nos três contos né a violência contra a menina não cresce é que vai apanhar com a vara a violência contra Arminda que vai ser amarrada e levada para o seu dono e aqui a violência contra o Pilar que ele vai apanhar do professor porque porque ele vai assistir aula nesse dia o professor tá lendo jornal que curioso isso né Professor Leandro jornal em sala de aula e o
professor que parece Ele lê a notícia do golpe da maioridade ele fica bravo do que ele fica bravo ele vai ver um episódio o filho do professor o professor chama Policarpo tá ele tem uma moedinha uma Pratinha e ele chama o Pilar e fala o Pilar você me ajuda com a tarefa que eu te dou essa moeda aí o Pilar não morrer todo mundo morrendo de medo do professor agora eu tô precisando de Coisa e Tal só que aí quando ele vê a moedinha de prata o olho dele cresce e ele fala tá bom vamos
lá rapidinho aí ele ganha moeda coloca a moeda no bolso e escreve a matéria no papel quando ele tá passando o papel esse Curvelo que é um dedo duro e todo mundo sabe toda sala de aula tem um dedo duro né Rapaz quando eu estudava no fundamental tinha uma menina que chamava Manuela e ela levantava e falava assim professores eles estão colando isso não é correto Nossa Senhora depois professores eles estão fazendo bagunça estão me atrapalhando ninguém gostava dela né Hoje ela deve ser Senador alguma coisa assim né é todo você sabe tô toda toda
sala de aula tem um X9 tem um tem um Curvelo fica Hahaha o governo chama atenção e começa a olhar para eles de modo que o Policarpo vai ver o que tá acontecendo E aí que que tá acontecendo vó vem aqui já E o Pilar que vai pagar o pato e aí ele vai tomar se eu não me engano 12 bolos bolo é uma porrada com isso aqui na palma da mão tal tal tal ele vai sofrer o castigo físico Nesse dia ele vai conhecer que que é o Policarpo é a injustiça o autoritarismo Nesse
dia ele vai conhecer o que a delação né o dedo duro X9 e a corrupção da cola ou seja essas questões humanas ela já estão na infância ela já estão na escola é genial Machado perceber isso são coisas que hoje né tipo assim a frente aos adultos corrupção delação só abrir qualquer portal de notícia hoje que você vai ler notícias sobre delação corrupção e autoritarismo concorda comigo já tava na escola do Machado de Assis do século 19 e aí ele vai para casa antes de ser pego ele joga moeda pela janela para que o professor
não pega a moeda no outro dia ele volta querendo achar moeda e querendo dar porrada no Curvelo né que que dedurou ele mas ele acaba vendo a guarda da monarquia passando e ele acaba seguindo desfile então a vida pessoal dele se desfaz se mistura com a vida do império que tá dando um golpe para coroar o Pedro segundo ou seja se a corrupção aqui entre os alunos entre as crianças a corrupção entre os poderosos também que estão coroando uma criança de 11 anos que é o Pedro Segundo doida né É como se a estrutura histórica
macro se reproduzir-se de alguma forma que na estrutura micro então Machado é um autor você tem que ter duas lentes digamos assim uma para ver de perto uma para ver de longe a de perto nos permite ver o indivíduo a psicologia a de longe permite ver a sociedade Eu acredito que a UFU pode ir para o plano do social ou do psicológico tá pegar alguma frase alguma passagem desses contos que denuncie essa questão da brutalidade da Injustiça da violência só que desses três contos dois falam sobre escravidão desses três contos três falam sobre violência física
sobre castigo sobre injustiça sobre o forte violentar o fraco sobre covardia né todos esses contos mas passam num país corrompido numa sociedade corrompida e não corrompida de desvio de dinheiro mas corrompida moralmente uma sociedade em que criança são espancadas em que bebês morrem porque o que interessa é ficar com o corpo da mãe em que o professor bate no aluno porque ele tá bravo com aquilo que ele leu no jornal tá mas aqui não fui à escola acompanhei os Fuzileiros depois enfiei pela saúde acabei a manhã na Praia da Gamboa voltei para casa com as
calças enxovalhadas sem a Pratinha sem a moeda no bolso nem ressentimento na alma com tudo a Pratinha era bonita e foram eles Raimundo e Curvelo que me deram o primeiro conhecimento um da corrupção é tudo bem eu já colei na prova de Latim na faculdade porque é muito difícil mas eu não colei no vestibular você não ficaria muito p da vida se alguém pegasse sua vaga porque tem aqueles esquemas de colas né você já viu aquelas os caras gastam centenas de milhares de reais com rádio falsifica documento é corrupção gente qual é corrupção corrupção não
é só o montante de dinheiro que é desviado mas é parar na fila dupla é guardar o lugar entendeu é furar fila não importa se ela é grande ou pequena ela é corrupção e por favor eu não tô lacrando tá eu tô explicando Machado porque os pequenos atos revelam grandes interesses ou seja esse personagem na infância por conta de uma moedinha entendeu que é se corromper então entendeu que as pessoas têm preço ou seja o Raimundo o Pilar se vendeu ao Raimundo e se deu mal por isso concorda comigo o José Cândido se vendeu para
o dono da Arminda tá e fez com que o filho dela morresse o Damião se vendeu assim a Rita e fez com que a Lucrécia fosse espancada todo homem se corrompe aqui nesses contos todo homem tem seu preço até a criança o pai o seminarista e o estudante Raimundo tá contexto maio de 1884 foi aprovada a Lei que garantiu antecipação da coroação de Pedro II naturalização institucionalização do castigo físico a gente tá vendo um Brasil em que o castigo físico é regra é cotidiano psicologismo é o que eu falei da moedinha dos pequenos atos de
corrupção atos revelam interesses ocultos e a consciência ainda que na infância da Injustiça do autoritarismo da corrupção o micro revela o Macro o macro é composto por micro o todo é a parte a parte ao todo Como dizia o Gregório de Marte Então os pequenos Atos dos personagens na crueldade dos personagens nós vemos a crueldade de toda uma sociedade e o que é a crueldade e a violência de toda uma sociedade é aquilo que se reproduz nos seus indivíduos Espero que tenha gostado É pesado é uma leitura né que mexe assim que deixa a gente
fala uau Mas é muito bom né Machado é muito bom em textos muito curtos muito bem escritos ele dá uma porrada né abre nossa cabeça e nos faz entender que os problemas brasileiros de hoje não são de hoje eu penso com muita convicção que foi esse o motivo que fez a UFO escolher essas três obras-primas do conto brasileiro para sua prova de vestibular de 2023 beleza continua aí acompanhando aí o portal do net online vou continuar gravando as obras Quando você quiser entrar ao vivo tirar dúvida é nós beleza e antes da prova eu vou
fazer uma live aí uma revisão Total comentar um pouquinho de cada texto beleza obrigado pela sua atenção e até a próxima