oi oi gente e vamos esperar um pouquinho pessoal chegar não tá dando para ouvir bem e me esperar um pouco e aí tu me espera um pouquinho tá já começamos esse só ajeitar aqui assim aí ó e aí oi érica e aí e aí e aí é só ajeitar e pronto bom então olha só e vamos combinar já são nove e meia a gente falou que ia começar a pontualmente eu recebi perguntas de várias pessoas do brasil inteiro deixa eu apagar aqui para não ficar atrapalhando que o pessoal diz que atrapalha essas as mensagens depois
eu leio com calma eu recebi então perguntas várias pessoas do brasil e eu agrupei essas perguntas só que eu não vou começar com as perguntas porque a gente combinou que ela ia ter mais ou menos meia hora e depois fica mais fácil também para eu salvar e colocar no facebook tudo mais então a gente vai fazer o seguinte eu vou apresentar sobre o dispositivo materno eu vou fechar live vou subir para que ela fique salva 24 horas e depois em 2 minutos eu volto e aí eu vou trazer as perguntas e tudo mais que eu
acho que são perguntas e provavelmente são perguntas comuns a várias pessoas então quem tiver interesse volto fica me espera ou simplesmente sair e voltar e a gente continua o nosso bate-papo bom antes da gente entrar no dispositivo materno é importante a gente retomar um pouco das ideias que eu já apresentei eu vou tentar sempre fazer isso que eu acho que facilita fica mais didático então só lembrando que na primeira live a gente falou sobre o conceito de gênero uma das coisas que eu apontei para vocês é que a gênero uma palavra que tem sido tomada
em pelo menos três acepções dos sentidos diferentes que a construção do binarismo a ideia do masculino e do feminino como algo construído histórico e culturalmente o segundo orientação sexual e o terceiro identidade de gênero e que a gente vai principalmente trabalhar na primeira vertente inclusive eu acho que é uma vertente que se for this construída tem efeito dominó se constrói as outras segundas e se pode ser até tema que e mais para frente de uma outra live não dá tempo da gente aprofundar isso aqui mais uma das coisas que eu também apontei para vocês é
como é que gênero então é é um conceito político porque a ponta por uma distribuição desigual de poder e a gente usou principalmente a concepção da justiça butler é para apontar como é que em determinado momento histórico que sobretudo século 18 certas diferenças físicas foram eleitas para justificar a desigualdade social e uma das coisas que eu também apontei aqui nesse momento houve uma separação entre o âmbito público e privado o homem foi relacionado ao âmbito público então a ideia de aí sim de trabalho reconhecido e portanto remunerado e as mulheres elas foram associadas pelo fato
de serem portadoras de um útero a universo privado então como cuidadora as natas né e também a domesticidade a própria ideia de uma vida doméstica suja e ela é um desdobramento dessa naturalização do cuidado com os filhos a gente só tem um ritmo dessa domesticidade como sendo necessário e tendo que tem um ritmo bem determinado exatamente porque se vê ideia ou se pensa a criação dos filhos bom dito isso eu falei para vocês então que tornar-se pessoa na nossa cultura é tão nasci homem ou mulher e quem sociedade sexistas o tornasse homem tornar-se mulher é
completamente diferente porque o que é demandado para gente em termos de performance e de configuração de certas emocionalidade seu também bastante distinto para as mulheres existem caminhos privilegiados de subjetivação na nossa cultura brasileira nesse momento histórico falaram que dá para a gente fazer conversa com países da américa latina o países ocidentais mas a gente tem que pensar essas especificidades por exemplo a questão racial no brasil e talvez as questões indígenas muito mais e ainda nos países da américa latina que não brasil é tão importante pensar esses caminhos e para os homens para as mulheres dispositivo
amoroso e o dispositivo materno e para os homens o dispositivo de eficácia muitos homens me perguntaram sobre masculinidades homens gays a gente vai falar disso na próxima live tá é importante dizer né eu apontei para vocês que o dispositivo o amoroso é a meu ver uma das principais formas de colonização afetiva e de três empoderamento das mulheres porque se a gente se subjetiva na prateleira a gente led os homens como avaliador físico e moral da gente portanto eles está com eles o poder de nos cancelar nossa mulher idade e todas as tecnologias de gênero voltado
para as mulheres que afirmam esse lugar e é uma coisa importante é dizer que os homens lucram com dispositivo amoroso e a gente vai ver hoje quando se positivo uma terno das mulheres eles são os maiores beneficiários o homem tem certeza que ele vai ser amado tá eu não precisa se esforçar muito eu não tô nem questionando tipo de amor isso tem a ver muito mais com a forma de colonização subjetiva das mulheres bom dito isso é importante frisar então que às vezes muitas vezes ter um filho de um homem é a chancela de sucesso
na prateleira você não apenas foi escolhida como você foi chancelada para ser a mãe dos filhos dessa criatura é só vender para gente fazer mais para frente né eu tô meu próximo livro vai ser sobre obesidade gênero mas tem entrevistas bárbara de mulheres que vão brigar pelo defunto depois que ele morre e aí qual é a ação saiu de importância que quem foi a mãe dos filhos dessa criatura que morreu fui eu então ela é a dona do defunto então aí tem uma questão narciso eu vou vou é mas durante a gente entrar no dispositivo
materno propriamente dito eu quero comentar para as pessoas que que assistiram os filmes e os que não assistiram por favor assistam porque tem um caráter pedagógico e ajuda a entender os conceitos e também não ah não esquecê-los mas quem assistiu tanto mil ver mil vezes é boa noite e o sebastião filme do sebastião salgado sal da terra fica muito evidente a diferença entre a rebeca e o sebastião sebastião salgado teve apoio completo da lélia que foi a companheira dele a vida inteira essa mulher viveu projeto de vida dele coisa que é muito comum na nossa
cultura ele fez o que ele quis ele não parava em casa eles fotografava e ela não só foi o projeto dele e deu energia e sempre com dispositivo amoroso e também materno porque ela ficou cuidando da família dos filhos para ele fazer o projeto dele e talvez sebastião não foi possível por causa de uma lélia isso é muito importante e o que que aconteceu com a rebeca a rebeca no filme ela foi super impressionada pelo marcos que era o marido dela era uma das cinco maiores fotógrafos do mundo assim como sebastião salgado e ela se
via pressionado o tempo inteiro até que escolher entre ter uma vida de família ter uma relação amorosa e ter uma uma vocação o projeto profissional eu sou uma atenção que isso é muito importante em geral as mulheres são colocadas numa encruzilhada onde elas precisam escolher entre ter um projeto de vida quando esse projeto é apaixonado o termo às vezes um marido e uma família coisa que os homens não são colocados um homem consegue o projeto dele ele é confirmado na masculinidade dele ele não tá deixando ser homem não e pelo contrário ele tá se reafirmando
como homem e nós mulheres não em geral uma mulher quando segue um projeto de vida é como se ela não tivesse feminilidade com uma palavra que eu acho bem ruim mas que ela perdesse a sua mulher idade oi gente eu vejo não mb muito comum meninas mulheres que estão querendo fazer o por exemplo doutorado-sanduíche eu tenho uma experiência no exterior como pesquisadora e janelas me procuram para mim perguntar mas valeu isso eu tenho namorado quando eu voltar será que ele vai estar me esperando ou nossa sou casada como é que vou deixar meu marido e
meus filhos e muitas desistem de e eu nunca tive gente nunca na minha vida eu nunca tive um aluno homem que me procurasse para perguntar várias você acha que eu devo ir isso não é uma questão para os homens isso tem a ver com essa economia afetiva que é invisível e a gente precisa falar sobre isso um outro ponto importante no filme da juliet hipnose mil vezes boa noite é que a própria filha inter tela a rebeca fotógrafa como mãe ou seja tem algo que interpela nos filhos o dispositivo amoroso nas mulheres e a gente
vai falar isso também que em geral a gente se pensa meu dispositivo materno como mãe se a gente não se pensa todos nós que nascemos de uma mulher o quanto que a gente explore o dispositivo materno das nossas mães e o outro o outro documentário que eu pedir para vocês assistirem que é blue mission mission blue que tá no netflix que a esfera da silva orly que é uma bióloga maravilhosa incrível a vida dessa mulher apaixonada pelo mas foi a primeira mulher a pisar no fundo do oceano pacífico e é muito interessante porque ela é
muito altas entrada no projeto e na paixão dela e ela foi casada várias vezes nem um homem suportou tem uma vida amorosa manter o casamento cuidar dos filhos enquanto ela vive o projeto então a gente precisa falar dessas questões tem a ver com gênero tá bom dito isso vamos entrar então no dispositivo materno que que significa gente o dispositivo materno dispositivo materno aponta para a construção de um bom ramento ideológico entre a capacidade a cuidar ea capacidade de procriar como eu falei para vocês no século 18 pelo fato da gente ser portadora de útero foi
naturalizada ideia de que o cuidar era uma vocação das mulheres vejam cuidar é uma habilidade humana presente em todos os humanos todo mundo é capaz de cuidar mas na cultura ocidental e principalmente cultura sexistas tem sido interpelados apenas nas portadoras de útero é disso que a gente precisa falar isso com vocês histórico para vocês terem uma ideia no século se não se acontecer 7 século 18 era muito comum na europa na sociedade francesa isso tá no livro da marian ter o mito do amor materno que as mulheres paris em bloqueassem e que descem os filhos
assim que eles nasciam para outras mulheres amamentarem e essas mulheres independente da classe social mulheres mais chiques a vão para amas-de-leite que viu uma aumentada própria casa e mulheres mais pobres davam para camponês bom então é registros históricos que mostram por exemplo camponeses voltando para o campo carregando 30 40 crianças bebezinhos esses bebês iam caindo e morrendo a taxa de mortalidade infantil era muito alta em geral as pessoas ficam nossa que eu vou mas vejam a própria ideia da infância como algo especial a criança é como um adulto me e não não adulto em miniatura
como alguém que é diferente é muito recente também foi uma construção do século 17 e 18 para cá o que que essas ramas de leite faziam elas amamentavam depois elas enfaixavam essas criancinhas e pendurada no prego e essa criança ficava o dia inteiro de ficando urinando enquanto elas riam cuidar do campo elas tinham que viver e por quê porque a ideia de porta também tem a ver com capitalismo é a porta que separa o público eo privado senhora comum é ratos o lixo centrarem dentro de casa era uma forma de fazer essa criança tem chance
de sobreviver e óbvio que muitos morriam em várias doenças porque ficava olhando defecando enfim a taxa de mortalidade era muito alta quanto mais essas essas crianças foram sendo dizem fechadas mas alguém teve que ser responsabilizada por cuidar delas vocês imaginam essas crianças voltar voltavam para casa das mães quando elas tinham quatro cinco anos já fazendo cocô no penico quem é mãe tá me assistindo sabe que uma criança dá muito trabalho a demanda infinita né e como é que isso aconteceu eu falei para vocês que o capitalismo foi a consolidação do capitalismo foi fundamental para configuração
do que a gente chama gênero hoje e dessa diferenciação entre o masculino e feminino as mulheres e os homens veja capitalismo precisa de excedente populacional como eu falei para vocês a taxa de mortalidade infantil era muito alta uma coisa que eu falei para vocês na primeira live é que a mulher as mulheres elas não eram consideradas as pessoas então vejam nesse momento o o trabalho de convencimento do estado para que essas mulheres começassem amamentar para quem não tinha reconhecimento nenhum ter algum é muita coisa e o que foi dito para essas mulheres primeiro se começou
um trabalho de repressão proibindo o uso de métodos anticoncepcionais naturais contraceptivos é proibido infantil de proibir o aborto mas depois que começou um trabalho de convencimento ficou fala que houve uma passagem de um poder repressivo por um poder constitutivo explicando de uma maneira mais clara é muito melhor se convencer as mulheres por exemplo de que ser magra é muito melhor é saudável do que impor a magreza então você faz as coisas achando que é o seu desejo e como é que ficou essa construção viu a ideia de então de que nós mulheres seremos responsáveis pelo
futuro da nação e que a gente tem um papel que é insubstituível gente isso construiu um lugar o empoderamento colonizado na maternidade e que subsiste até hoje eu lembro a vocês que a data que mais vende do comércio hoje é o dia das mães dia das mães é uma data superimportante dia dos pais não faz muito sucesso e a gente vai ver porque tá então é isso é muito importante a essa exaltação da maternidade no brasil isso chegou através da colonização portuguesa e o estado ele andava de mãos dadas com a igreja católica qual foi
a mulher que foi eleita como ideal para as mulheres nossa senhora era muito comum tem um oratório nas casas brasileiras com a nossa senhora veja eu não tô falando da religião eu tô falando do que a religião é usada como tecnologia de gênero então que se construiu é a ideia um ideal de uma mulher que seja abnegado e uma mulher também que seja dessexualizada eu não sei se vocês sabem mas muitas mulheres recente em uma mudança na vida e depois da maternidade e não tem a ver só com cansaço também porque fica muito pesado para
elas e eu já vou explicar porquê mas também porque tem uma ideia de que a mãe não tem tesão que a mãe não transa não trepa tá então um primeiro momento se convenceu essas mulheres a amamentar em mas o trabalho não parou por aí depois a cuidarem depois a educarem e gente como passar do tempo principalmente com a contribuição da psicologia e da psicanálise no final do século passado e começo retrasado e começo do século passado as mães foram vistas como responsáveis pela personalidade pela estrutura só vem como quiser emocional daquela criatura então você que
é mãe se você tiver um filho e daqui a 20 anos ele entrar no mercado de matar alguém vão perguntar mas gente a mãe realmente deixava na creche ela não parou de trabalhar a culpa é sempre da mãe a pergunta do pai seu pai era violento se o pai foi negligente se o pai pai negligente na nossa cultura pleonasmo infelizmente a gente tem quase 5 milhões de certidões de nascimento que não tem o nome do pai isso não é um problema e eu tô dizendo não sou desses pais eu tô dizendo daquele pai que é
muito comum na nossa cultura e tem um pai abajur é o pai que está em casa e só tá presente fisicamente né não preciso nem dizer da divisão das tarefas domésticas a gente vive um estado tão complicado que muitas mulheres dizem assim meu marido é ótimo ele até me ajuda ajuda já é um problema nenhum problema porque não faz menos do que obrigação ajuda pressupõe que obrigação é tua bom é uma coisa importante que tem gente pergunta se ela mas sempre foi assim gente a gente tem diferença na nossa cultura hoje o brasil tem quase
300 etnias indígenas e muitas dessas etnias quem é portadora a bateria mas o cuidado é coletivo a gente precisa falar sobre isso as mulheres estão muito cansadas na maternidade não é à toa que tem aumentado o número de depressão pós-parto depressão pós-parto muitas vezes é uma etiqueta é psiquiátrica para não vir o mal-estar da maternidade precisamos criar espaço para falar das mulheres se arrependem de ter filhos e não quer dizer que elas não amém os filhos mas que elas não a maternidade desse jeito do cansaço sem serem julgadas nas mulheres que não querem ser mães
exatamente dizendo não para esse tipo de maternidade o que representa a maternidade na nossa cultura para vida dessas mulheres e para o projeto de vida o bom é muito importante então dizer que o trabalho de maternar que o maternar é um trabalho e é um trabalho não pago né não preciso nem reafirmar isso daí é uma coisa também importante dentro dessa construção que a psicologia psicanálise ajudou para vocês terem uma ideia às vezes a psicologia se transforma numa tecnologia de gênero eu acho muito difícil uma mulher aí no psicólogo e dizer eu não quero ser
mãe odeio ser mãe e não sei psicologizada olá será que ela teve algum problema com a própria mãe escutar se reproduzir indo se a gente acha isso um problema provavelmente a gente acha normal mulher que ter querer ser mãe a gente precisa também problematizaram a construção é desse desejo e muitas mulheres não é uma coisa natural tá para vocês terem uma ideia dentro da construção da psicologia como tecnologia de gênero a pau acabam que é uma pesquisadora americana feminista sobre maternidades ela fez um e nas publicações da harpa sobre maternidade que envolviam psicopatologia maternidade e
ela conseguiu elencar 72 patologias associadas a maternidade então em geral as mães quando cuidam elas são vistas como invasivas e quando elas não cuidam elas são vistas como negligentes gente não tem como acertar tá como é que a gente sabe que o dispositivo materna está funcionando numa mulher através do sentimento de culpa eu nunca encontrei em 20 anos de clínica uma mulher mãe se não tivesse culpa e a culpa é o sinal do dispositivo é materno funcionando e a maternidade é identitária para as mulheres como a paternidade não é para os homens é inclusive na
uma das dúvidas que surgiu na live passada alguns homens me mandaram escola eu amo no dispositivo amoroso é porque isso vai identitário gente porque homem solteiro ninguém vai te questionar se que você é um fracassado pelo contrário se você tiver bem financeiramente pegando um bando de mulher vamos ver nossa cara inteligente sabe dizer a vida a mulher ela pode ter sucesso que for mas ela vai ser vista como uma fracassada que não deu certo tá vendo trabalha muito né para poder esconder a frustração amorosa o que ela tá precisando de um pinho é mal comida
tudo isso aponta para essa questão de estar é que eu tô colocando e a maternidade igual veja se você homem pegar o seu filho colocar naquele canguru e se você for ali na padaria provavelmente não sei que coisa mais e a gente tirar uma foto e você ainda não vou mandar uma foto e você ainda recebeu um posto no facebook com um monte de elogio monte de aplauso gente rodrigo hilbert o que é o rodrigo hilbert uma mulher comum agora veja se você não fizer nada você não recebe nenhum tipo de comentário pejorativo por conta
disso e já uma mulher é uma mulher ela não é homenageada quando ela faz aquilo que precisa ser feito dentro dos cuidados com a criança ela só é lembrado quando ela deixa de fazer um outro exemplo imagine que você homem engravidou uma moça quando você tinha 18 anos simplesmente não assumiu foi morar no acre e você daqui a vinte anos você conta se casou e conta para sua esposa o seguinte a engravidei uma moça mas sabe que eu não tive contato com meu filho e tal provavelmente ela vai fazer você não tem curiosidade não agora
sim uma mulher tivesse feito isso se ela tivesse parido uma criança dado para adoção indo embora e daqui a 20 anos ela contasse acho que tem chance até de que o cara se separasse dela a gente vê a diferença o quanto isso a identitário quando a gente percebe o seguinte um homem elogiado quando faz mas ele não é criticado quando não faz a mulher não é elogiada quando faz mas ela é apedrejada quando deixa de fazer vejam que o abandono de uma criança no carro gosta de ter em são paulo que o cara foi no
shopping deixou a criança criança morreu no calor qual era a pergunta que as pessoas faziam mas gente que mulher é essa que mãe é essa que tem coragem de deixar o filho com um pai é disso que a gente tá falando tá então o que interfere identitariamente os homens a gente vai falar na próxima live tem a ver com a realidade sexual e laborativa isso não quer dizer que você não seja não possa vir a ser um bom pai eu espero que seja quem está nos vendo e ajude a cobrar isso dos colegas né mas
isso não é identitário olha só é um outro ponto também importante e eu acho que eu seria interessante talvez eu apresentar alguns exemplos f eu vou fazer isso é um ponto importante para mostrar também essa questão do quanto a maternidade identitária o exemplo que o dono livro foi algo pessoal eu fui fazer um exame de saúde alguns anos atrás é um colega meu que era um colega na época estava doutorado ele tava no mestrado e ele tinha acabado de ter filhas gêmeas ele estava exultante quer dizer assim super eles valem isso que eu virei pai
é um barato é maravilhoso você tem filhos é o freio não mas você quer ter eu falei não eu não quero ter ele não mas você tem que ter maravilhoso aí eu falei criatura tudo bem como é que a sua vida e aí ele me perguntou ele ele me contou ele falou assim olha eu acordo todo dia 6:30 da manhã faz questão de tomar café com as meninas deixo na escola e vem para o consultório aí eu trabalho mais ou menos de 8 até meio-dia e pouco e volto para casa correndo porque eu faço questão
de almoçar com as minhas filhas veja um pouquinho de tv com elas voltam consultório e faço questão de terminal controlar por dez e meia porque eu volto e faz questão de contar a historinha para elas dormirem eu fiquei pensando gente ele vai almoçar tem o almoço já tá de banho tomado algum pegou na escola quem conta o gesso oi e aí eu perguntei isso para ele né e aí ele virou e falou assim aí eu acho que é bem diferente realmente a minha esposa parou de trabalhar eu acho que tá ela tá bem mais pesado
é disso que a gente tá falando a gente precisa falar dessa distribuição do cuidado e o quanto que é confundido a capacidade de procriar capaz de cuidar os homens tem cuidado muito pouco e muito mal na nossa cultura precisamos mudar isso bom é uma coisa também importante é que o próprio ministério da saúde divulgou nas suas nas suas maternidades um tipo de painel que era uma tecnologia de gênero bem interessante gente está no livro não sei se vai ficar boa imagem mas é esse exemplo aqui ó um beijo a gente tem a foto era um
foto de atrizes famosas maquiadas magras todas já bonitas e felizes em olheira eu pergunto a quem é mãe está nos assistindo quando vocês estavam amamentando vocês tavam desse jeito uma péssima tecnologia de gênero que as mulheres dizem mas doutora eu não consigo sentir essa alegria meu deus eu tenho vontade de ligar pira dessa criança não para de chorar em algumas mulheres até tem coragem de eu querer dar descarga não aguento mais ou me decepcionei me disseram ser mãe ela aparecendo paraíso bom então a gente precisa criar espaço para que essas mulheres tenham voz mal-estar da
maternidade é nessa maternidade tal qual ela foi construída gente creche é intervenção na saúde mental das mulheres a gente tem que parar de pensar saúde mental só como um remedinho atendimento psicoterápico ou psiquiátrico cresce uma política pública profundamente eficaz que deixa as mulheres livres para voltar a estudar a trabalhar a gente precisa falar sobre isso inclusive é muito comum mulheres que eu conheço o que são amigas o que me mandam às vezes depoimento a mensagem pelas redes sociais dizer olha eu nunca achei que ele tem tanta saudade de trabalhar meu trabalho é meu descanso tá
a gente precisa então problematiza essa questão bom uma outra coisa importante que aí quem não tem filho deve estar pensando assim opa tô livre dispositiva materno gente não tá não eu vejo o fato da gente tem um útero nos coloca numa posição que é naturalizada uma ideologia da naturalização da nossa cultura nós somos subjetivados no hetero centramento o que quer dizer web ter o centramento quer dizer que a gente é interpelada priorizar sempre a demanda dos outros em detrimento das nossas primeiro outro segundo o outro terceiro outro quarto outro quinto outros e sua décimo quem
sabiam diferentemente dos homens cujo processo de subjetivação é ego centrado primeiro eu segundo eu terceiro eu décimo quem sabe o outro eu vou dar um exemplo para vocês tá que também aconteceu comigo eu tirei 10 dias de férias da universidade uma vida minha vida é bem louca sem muita coisa eu tirei 10 dias para descansar e fui para a cidade onde a minha avó que pintou a capa lá do livro a árvore mora e aí fui de manhã para praia fui almoçar com ela e meu tio tava lá com a filhinha dele e quando acabou
o almoço o meu objetivo era voltar para praia e meu tio virou para mim falou assim ah lequinho que é meu apelido de família você se importa de cuidar da polônia para mim e aí eu olhei para ele na hora como estudiosos de gênero meu ímpeto foi responder aqui que é o que demandar da gente tem que ser boazinha eu tenho que ser disponível e eu fiquei paralisada as fichas caindo virei e falei assim não me importo eu não posso não que eu vou voltar para praia nesse momento deixa eu ficou espantado e minha vó
virou para mim por minha filha o que que custa eu fiquei bruxa malévola que vai queimar no fogo do inferno né é mas veja foi um momento de profunda libertação e aí fica uma dica para as mulheres é porque que no consultório já ouvi isso tanto 20 anos ouvindo isso o quanto é difícil dizer não e o quanto que as mulheres criam uma maquiagem uma racionalização onde elas dizem assim mas não me custa nada olha como eu sou altruísta isso no fundo esconde o profundo narcisismo porque dizer não é abrir mão do lugar onde olhar
do outro nos coloca tenho luto narcísico gente mas depois você usufrui de uma liberdade nunca mais me pediram isso pergunta vocês vocês acham que me pediram isso fosse um homem pergunta os homens não né gente claro que não tá e é uma coisa também que eu queria comentar o nosso tempo já tá finalizando é que o dispositivo materno ele é profundamente explorado pelo capitalismo todas as profissões de cuidado tem uma feminilização não não precisamos ir longe vamos pegar o convite quem é que está na frente de batalha contra o convívio são as mulheres grande parte
das enfermeiras e auxiliares técnicos de enfermagem são mulheres que está nas limpezas as mulheres quem está sobrecarregado em casa com teletrabalho e cuidando das atividades domésticas e dos filhos e da educação as mulheres e é curioso que grande parte das memes que eu recebi depois a gente pode fazer uma live sobre ela né participe até de uma live com a linha mas ficou caindo é uma live sobre as memes machistas em tempo de convívio é sempre se os homens pedindo socorro porque não suportam mais as mulheres ou dizendo que eles tem que começar a fazer
coisa em casa o ou até uma hora que eu vi o homem falando que não suporta mais da aula para o próprio filho cuidar do filho coisa que as mulheres fazem sempre sempre tá precisamos pensar nessa distribuição de cuidado e também nós interseccionalidades desta distribuição quem tá na cadeira lá no final da ponta o homem hetero branco rico e quem tá lá no final da cadeia mulher negra e pobre geralmente pensa em um vetor de cuidados que mais recebe cuidado isso implica tudo poder comprar comida pronta que alguém fez alguém limpar sua casa é todos
os cuidados sei lá fazer massagem cuidar para as mulheres né que estamos assistindo é o salão de beleza é comprar produtos de qualidade fazer uma ginástica tem um personal vocês quiserem tá gente então a gente tem que pensar em vetores quem mais da cuidar de quem menos recebe a distribuir o cuidado é algo que a gente precisa pensar geopoliticamente tanto por exemplo no brasil quanto em relação aos países em aspas né de primeiro mundo se a gente for pegar quem tá no ápice desse recebimento né é de cuidados são os países ricos a gente viu
agora países importando os cuidados de enfermeiros e técnicos né pessoas que cuidam de idosos em geral são mulheres a gente precisa falar sobre isso um bom filme e aí eu quero que vocês assistam é eu sei que é muita coisa né mas eu acho que vale a pena aproveitem esse tempo se vocês puderem assistam quero vocês assistam dois filmes malévola que é bem interessante foi um sucesso de bilheteria qual que é a história da malévola era uma mulher que ficou adormecida pelo dispositivo amoroso a mulher em aspas e vejam como as metáforas são importantes mal
amada infeliz somam tô foi enganada pelo cara que segurou sendo e ai que ela não teve o filho dela mande outro então a gente vai falar sobre isso é uma super tecnologia de gênero péssima tá gente tem nada de desconstrução e o outro filme que eu quero vocês assistam é a que horas ela volta porque mostra exatamente o quanto também mulheres podem usar é explorar o dispositivo maternos outras mulheres e a gente viu isso muito recentemente de uma mulher que foi para o interior voltou com convite e não dispensam empregada doméstica ea empregada doméstica morreu
é surreal então a gente precisa descolonizar os nossos afetos é uma outra coisa também que eu acho que é importante é em relação a esta questão é a gente pensar o quanto que a gente interfere eu comecei falando da live falando sobre isso se positivo materno das nossas mães gente pensem nessa questão tá se o existem tecnologias de o subjetivo o dispositivo materno a gente também se beneficia do dispositivo uma terno de outras mulheres e das nossas próprias mães bom eu acho que eu vou ficar por aqui no dica para vocês para as mulheres aprendam
a dizer não aprendam a cuidar mais de vocês mesmas e deixarem os homens se cuidar hein eu vejo mulheres que dizem assim ah mas ele não consegue fazer ele vai aprender do jeito dele não sabe trocar uma fralda deixa de trocar errado primeira vez que a criança fizer cocô e se borrar inteira ele ainda tiver que dar banho botar fralda de novo vai aprender rapidinho que é uma beleza tá e para os homens aprendam a cuidar mais e melhor isso é subversivo então sabadão e aí mulherada pode sair de casa que hoje nós vamos ficar
o dia inteiro com as crianças comecem a cuidar mais e eu vou ficar por aqui tá não se esqueçam disso que o capitalismo explora o dispositivo uma terna mesmo no trabalho não se esqueçam das profissões de cuidado mesmo quando são profissões majoritariamente masculinos mas é porque eu gosto de dar são ah ah os escritórios de advocacia por exemplo como é que mulheres geralmente são solicitadas a selecionar os estagiários a fazer a festinha de final de ano e não recebem nada por isso enquanto os homens estão se dedicando lá aos grandes casos e recebendo por isso
isso se dá em todas as esferas gente começa a dizer não e coloque os homens para cuidar tá bom eu vou desligar agora vou salvar live em 2 minutos eu volto e aí eu vou ler as perguntas e vou responder e vai ser mais um bate-papo sozinho quem for sair agora nos vemos na quinta-feira tá bom a gente vai falar das masculinidades vamos falar dos homens vamos e da importância aí tanto da questão da ereção do tênis e do coco e o quanto oco é atualizado é gendrado né e também tem classe social beijos e
até quinta feira e quem puder ficar para as perguntas eu já volto e aí