[Música] Nossa incansável jornada em busca de equilíbrio emocional enfrentamos um oceano de sentimentos tão amplo quanto complexo esta era que valoriza a autenticidade nos desafia simultaneamente a manter sob controle emoções turbulentas como ansiedade e raiva esses sentimentos não são inimigos a serem evitados mas sim aspectos de nós mesmos que merece a compreensão e um gerenciamento quase artístico cada emoção é um capítulo da nossa história pedindo para ser entendida e o mundo em constante mudança a regulação emocional é uma necessidade Vital nas transições da vida essa habilidade se torna transformadora como dançar elegantemente essa vsa emocional
mantendo a calma na tempestade e buscando um equilíbrio fugaz como encontrar esse equilíbrio quase elusivo Especialmente quando cada despedida nos lembra da impermanência da vida bom dia obvios eu sou Marcel B eu diretora criativa da obvious e Hoje converso com a psicóloga Diane Ribeiro sobre como encontrar a calma em meio a tempestades emocionais bom dia óbvias e bom dia Diane bem-vinda de volta Bom dia Marcela que delícia est com você de novo que delícia deixa eu já avisar as ouvintes ou novas espectadores que o primeiro episódio com Ediane é um dos meus favoritos é lindo
é sobre traumas e al Alice Braga neste mesmo sofá disse que foi um episódio muito importante para ela ah já fico nervosa que eu me lembro disso aí já começa a ficar nervosa eu falei Será que sou eu mesma gente que ela tá falando você ouviu espontaneamente eu acordei com essa notícia E aí fui assistir o episódio e vi ela é uma atriz que eu admiro muitíssimo obviamente se a pessoa tem alguma insanidade admira não é juo então fiquei bastante emocionada pela pela lembrança dela e porque foi uma conversa que eu adorei fazer eu te
disse isso depois que a gente terminou que foi uma conversa que eu gostei muito de fazer Foi incrível eu acho que é um dos episódios de mais serviço que a gente tem justamente pelo valor das coisas que você fala ali então obrigada ai eu que agrade E mais uma vez bem-vinda de volta ah vou ficar emocionada assim já no começo gente eu borrar tudo aqui tô de tpm e sou canceriano Então se uma chora a outra chora eu vou ter que gritar no seu colo vai ser horrível a gente vai se controlar não a gente
vai ter um papo gostoso uma vez falado sobre trauma nossa segunda pauta é regulação emocional O que é regulação emocional Ediane regulação emocional é uma habilidade uma habilidade que nós desenvolvemos para identificar as nossas emoções e dá uma forma de manifestação para elas porque as emoções elas são informações elas chegam para nos comunicar coisas que estamos vivendo fora de nós e dentro de nós e Para Nos preparar para viver essas coisas para ação então emoção é informação e a regulação emocional é um caminho saudável de uso dessa emoção dessa informação importantíssimo dizer regulação emocional está
distante diametric almente oposta a controle ótimo não é controle emoção não existe para ser controlada então Deixa eu aproveitar essa Claquete para te perguntar o que seriam emoções não legendadas são aquelas emoções que a gente não consegue entender o que se passa no nosso universo interno e aí vou voltar Um Degrau pra gente pensar que emoção é uma qualidade do corpo essa é uma característica muito importante e tem um divórcio que a gente precisa reconectar uma relação aí que se divorciou ao longo da história que é que é o divórcio corpo mente então na vida
principalmente moderna a gente começa a entender eh emoção como se fosse uma qualidade da mente como se fosse uma qualidade da psique mas emoção é a matéria prima da emoção a matéria prima do sentir é o corpo são as Sensações é experiência sensorial aquilo que a gente absorve dos nossos sentidos então eu começo a sentir um nó na garganta um frio na barriga um aperto no peito essas sensações que são físicas quando elas são desencadeadas por algo que pode ser externo uma situação que eu tô vivendo e pode ser interno uma memória um pensamento claro
algumas delas vão ter uma característica muito específica uma Sinfonia corporal muito específica essa Sinfonia corporal a gente chama de emoção e aí a gente dá legendas para ela então eu vou chamar essa Sinfonia esse monte de coisa que tá acontecendo no meu corpo às vezes de tristeza às vezes de raiva às vezes de alegria de medo então emoção é esse conjunto de reações fisiológicas que é disparado quando eu estou diante de uma novidade algo que aconteceu fora de mim ou dentro de mim então um pezinho balançando é tão emoção um choro ou Ambos são corpo
Ambos são reações da nossa fisiologia e que podem estar em conjunto dentro de uma emoção E aí sim o choro ele é uma expressão emocional é uma expressão de uma carga que o nosso sistema nervoso recebeu e que quando ela chega no Ápice como emoção a qualidade do corpo e que depois a mente acompanha né a mente vem quase junto ali milésimos de de segundo junto criando uma história e uma narrativa dando significado para aquilo que eu tô vivendo no corpo dando simbólico paraa fisiologia E aí essas duas coisas não TM hierarquia não é o
corpo em detrimento da mente nem a mente em detrimento do corpo são duas inteligências que vem juntas e quando tem uma carga emocional acontecendo em nós a descarga se é se estamos falando de uma carga que também é física a descarga também ela só acontece fisicamente aí eu mexo o pé às vezes para regular essa emoção aí eu choro aí eu tremo é o meu corpo buscando formas de autorregulação emocional uau então uma crise de ansiedade os sintomas físicos é um tanto do corpo querendo te controlar acalmar a crise de ansiedade ela tem uma característica
um pouco mais específica embora a ansiedade seja um estado emocional porque num primeiro momento ela é reacional e num segundo momento é o corpo tentando se autorregular sim num primeiro momento a crise de ansiedade porque a ansiedade Primeiro ela não é de toda ruim né assim ansiedade é uma estratégia adaptativa que a gente ganhou na evolução para que nos permite antever perigos medos e o nosso corpo se prepara para responder esses medos e esses perigos uhum Porém quando ela começa a ficar disfuncional e aí vem a crise de ansiedade o transtorno de ansiedade que é
ansiedade que deixa de ser protetiva e passa a ser uma disfunção a gente tá falando de um corpo reagindo a um perigo a uma ameaça a uma percepção de ameaça que não está posta no presente ela tá o corpo tá reagindo a algo a um pensamento ou uma possibilidade posta no futuro Sim com isso eu não tenho o que fazer com essa com esse descarregar de fisiológico porque se eu tô passando por um perigo agora né se entra aqui um tigre uma coisa bem surreal se entra aqui um tigre o meu corpo vai sentir medo
através de pupila vai dilatar respiração vai se alterar a boca vai secar para que eu não faça digestão porque quando a gente tá so medo tudo que o nosso corpo quer que você não pare para digerir por exemplo então a boca seca Olha que interessante é por isso que a boca fica seca é porque o que que acontece quando quando a gente tem tá diante de uma comida gostosa a gente saliva saliva a salivação é uma preparação para comer e digerir né então a boca seca porque não é hora de comer se você tá com
medo não é hora de parar para sentir o cheiro da flor e o coração acelera para jogar mais nutrientes pros músculos longos do corpo então tem toda uma fisiologia que tá te preparando para responder a ameaça e ao perigo igual quando você tá por exemplo nervosa falando numa reunião igual a mesma coisa o que que aconteceu aí uma percepção de perigo só que se eu tô na reunião nervosa se o tigre entrou na sala está acontecendo no momento presente então eu tô nervosa na reunião e aí dá um um ar que se altera porque o
meu corpo tá tentando responder aquilo que o meu cérebro entendeu como ameaçador muito bom então ele tá se preparando para responder essa ameaça esse perigo mas aquilo tá acontecendo ali e aí fisicamente eu vou tendo formas de regular Ah então eu vou tremer um pouquinho aqui porque é uma forma de descarregar estress é uma carga de estress que o corpo tá recebendo Então vou tremer ajuda a descarregar chorar ajuda a descarregar estress agora na ansiedade que nada está acontecendo Eu tô na tô em segurança e de repente o meu corpo começa a dar sinais como
se eu estivesse em perigo e aí eu não localizo o que tá acontecendo porque isso foi gatilhado por algo que ficou no meu passado sim e que o meu cérebro está projetando numa possibilidade de futuro ameaçador sim eu tenho toda a reação não tenho para onde descarregar não sei de onde ela vem e aí o que que a mente começa a sentir medo do que tá acontecendo no corpo por isso a crise de ansiedade ela é um ciclo que fecha nela mesma É mesmo é e você literalmente sente que você vai morrer você sente que
vai morrer não era nem bom já tive e não é nenhum exagero Ach Eu sabia que eu ia morrer parecia que meu corpo ia se desfazer é você se sente sequestrado pelas suas Sensações né É como se você perdesse o controle daquilo porque não há não há significação para jogar aquilo que tá acontecendo no corpo não é como a reunião que você sabe que você tá tremendo porque de repente você tem dificuldade de falar em público ou porque aquele dia você tá achando que alguma notícia ruim pode vir naquela reunião então você tem para onde
localizar aquilo que tá acontecendo dentro de você na crise de ansiedade não e aí a nossa mente começa a criar uma história e a se perder no mundo sensorial por isso dá a sensação de que vai durar para sempre ou que eu vou morrer e geralmente uma crise de ansiedade dura em torno de 15 minutos já ouvi dizer é pode durar até menos ou até um pouquinho mais mas em torno é é um evento limitado no tempo ela vai ter começo meio e fim né tanto a CR de ansiedade quanto o pânicos é um evento
limitado no tempo ele vai ter um começo vai ter um meio e vai ter uma regulação eu tenho o histórico talvez de uma das crises mais loucas que eu tive que eu precisei saí literalmente correndo eu botei um tênis e saí correndo uhum porque eu precisava e eu não sei por que meu corpo pediu isso Uhum mas eu lembro de me tranquilizando com o vento que batia na minha cara eu acho que te traz um pouco pro presente bastante o corpo também pode ajudar a calmar a mente nesse sentido totalmente não existe corpo sem mente
não existe Mente sem corpo quando a gente tá falando de psique assim talvez seja um dos grandes equívocos da da da ciência mais moderna essa separação em que a medicina ficou com o corpo a psicologia e a filosofia ficaram com a mente e as instituições espírit religiosas com o espírito né Essa divisão não existe são todas manifestações de um mesmo fenômeno manifestações diferentes de um mesmo fenômeno então o corpo tá manifestando que tá na psique e vice-versa e eles se autorregulam entre si então a vontade de correr na sua crise de ansiedade diz de um
sistema nervoso simpático que é aquele é um do nosso sistema nervoso que nos coloca em ação e que nos prepara para reagir ao perigo se especializou nisso uhum né então é o que nos coloca na no estado de luta de fuga em estado de alerta esse ramo do nosso sistema nervoso quando vem essa carga que é a crise meu cérebro detectou algo como perigoso não sei por pode ter sido um cheiro um gosto uma palavra algo se conectou a um registro anterior ameaçador veio a crise seu sistema nervoso simpático recebe uma carga simpática que às
vezes não é nada simpática às vezes é bem antipática recebe uma carga simpática que vai te preparar para movimento porque é o ramo do nosso sistema nervoso que nos coloca em movimento então o seu instinto de correr É também um instinto de autopreservação é você dando saída para esse essa carga de adrenalina noradrenalina num segundo momento de cortisol que tá chegando no seu corpo e você precisa fazer alguma coisa ela sim então quando você corre é como eu falei quando você quando a gente treme quando a gente chora quando a gente mexe a perninha o
corpo tá tentando regular essa carga de estess que Tá circulando dentro de nós e aí quando você corre você vai liberando e entrando em regulação isso é regulação emocional também nossa muito bom você falou um pouco sobre registro e memória uhum experiências da infância vão ditar como cada um de nós regula os nossos emoções experiências da infância vão fazer o cenário para como a gente regula as nossas emoções na vida adulta na infância a gente vai aprender ou não aprender autorregulação emocional Então são asas Primeiras Experiências de vida que a gente aprende relacionamento porque a
gente não nasce com a capacidade de autorregulação porque o nosso cérebro Ele nasce muito imaturo né assim alguns autores vão falar 30% de maturidade cerebral então grande parte do nosso cérebro se desenvolve depois do Nascimento né pós-nascimento E aí quando a gente nasce essa parte do cérebro que ainda não se desenvolveu que tá envolvido o pensamento a linguagem a razão que é dar um significado para aquela experiência corporal sensorial ela ainda não tá desenvolvida por isso que a gente não nasce falando andando como outros animais na natureza né Eh não tá desenvolvida ainda que nos
ajuda na regulação emocional o raciocínio ajuda na regulação emocional então o bebê ele tem o quê o bebê ele tem uma experiência sensorial por isso que uma criança se joga no supermercado porque tá com fome é isso é porque ela tem ela sente conforto e desconforto Ah ela não tem a capacidade de se autorregular E aí principalmente no bebê que que ele tem uma experiência 100% sensorial se a gente fizer um mapeamento do cérebro do bebê uma resonância magnético cérebro do bebê você vai ver ativadas ali as as áreas que t a ver com a
percepção dos Sentidos então ele vê ele sente cheiro ele sente gosto ele sente dor que tambémm é um sentido sentidos internos e externos então tem uma experiência que é sensorial somática 100% somática só bem mais tarde essa experiência somática vai começar a ganhar simbolismo vai começar a ganhar significado que a gente vai chamar de sentimento sentimento é uma experiência de quando a emoção ganha significado E aí nesse momento que antes da linguagem antes da experiência ter significado os primeiros anos de vida quem faz a regulação dessa experiência de desconforto e de estress é o cuidador
da criança tem uma criança no berço chorando porque tá com dor porque tá com fome porque aqueles choros que só as mães identificam a diferença cólica é dor de dente tá chorando no berço um adulto minimamente minimamente sintonizado com seus instintos ele vai pegar essa criança no colo e ele vai balançar isso é instintivo esse balanço é uma regulação da experiência emocional da criança porque esse movimento cadenciado de balançar aumenta atividade parassimpática O Simpático sistema nervoso simpático põe em movimento parassimpático é o outro ramo que nos Relaxa Olha então quando a gente tá fazendo isso
tem um adulto regulando a experiência emocional porque é uma experiência de estess corporal da criança então toda regulação no adulto foi primeiro uma corre regulação na criança eu já vou voltar pra nossa linha do tempo da infância mas não quero perder esse gancho outras pessoas são capazes de fazer regulação emocional em nós o tempo inteiro então quando a gente diz que esteja perto de pessoas que fazem você se sentir melhor tem pessoas que podem nos engatilhar a ansiedade outras pessoas podem nos acalmar isso faz sentido 100% sentido Marcela nós nos correg uns com os outros
então dentro da regulação emocional O que que a gente aprende com desenvolvimento autorregulação se a criança teve uma boa regulação das suas emoções ao longo da infância ela vai aprendendo formas de se regular sozinha no contato a gente faz o que nós chamamos de correg nós temos muitas possibilidades de nos corregos nós nos correg Olho no olho porque nós viemos com uma capacidade sofisticadíssima de tão elegante e maravilhoso que é o nosso corpo sim nós viemos com a capacidade de captar microexpressões Então o que a gente tá falando aqui nessa entrevista é muito menos do
que tá sendo transmitido de informação entre nós duas o meu cérebro tá captando microexpressões suas diferenças de tonalidade de voz que às vezes pro ouvido não vai ser audível e isso tá me comunicando segurança ou não segurança nesse espaço sim então quando eu tô na presença de alguém que a minha neuro que é uma palavra que um neurocientista chamado Steven porges usa para essa percepção antes da consciência é uma percepção subcortical que não chega pra consciência ainda que são esses micross sinais que eu nem chego a pensar sobre eles mas que estão sendo captados e
estão me dando pistas se a nossa relação é segura ou não é se o ambiente é seguro ou não é nesse momento eu estou me correg com você então o que tá o que tô captando de você vai vai aum entar um estado de estress ou de ansiedade ou de tristeza ou pode reduzir o stress em mim nós nos correg por esses sinais nós nos correg pelo toque o toque é assim eu digo que os mamíferos tem dois duas capacidades assim duas ferramentas de autorregulação emocional 0800 maravilhosas toque e movimento são duas ferramentas que nós
podemos usar para regulação emocional você usou a corrida pra sua regulação emocional e o toque é outro tanto o aut toque quanto o toque de uma outra pessoa eu falo sobre isso no meu livro inclusive sobre o poder de um abraço que seja de 3 segundos é o toque da pele ele é extremamente ele comunica pro nosso cérebro e aí isso também vai ter registros lá do passado de como eu aprendi o toque afetuoso ou se eu recebi o toque violento lá atrás também vai documentar registros por isso algumas pessoas vão chegar na na vida
adulta com dificuldade serem tocadas e a minha próxima dúvida é entendi que até agora estamos falando de questões quase que instintivas mas socialmente nos é ensinado muita coisa então um menino pode vir de uma casa que fala que homens não choram Hum então ele vai travar esse choro em muitas culturas o toque é quase ofensivo as pessoas são pouco tocadas na vida até se tocar isso como mulheres também aprendemos que nos tocar é algo terrível eu não estou falando só sexualmente mas entende a gente é pouco convidada a explorar o nosso corpo é tudo que
é do corpo nos assusta na nossa cultura é muito impressionante como essa dissociação corpo mente que a gente fez transformou em tudo que é do corpo em algo constrangedor ilegal e imoral sim é é então a gente lida mal com as nossas secreções nós lidamos mal com os nossos estímulos com as nossas excitações com os nossos sintomas a gente lida mal com as nossas emoções a gente quer arrancar a emoção e sair do desconforto por isso nós temos tantas anestesias sociais porque a gente lida mal também com a emoção e com s o que são
anestesias sociais tudo que nos tire de sentir Então se a gente for parar para ver estamos em uma sociedade que nos oferece anestésicos sociais para nos afastar do sentir o tempo inteiro excesso de entretenimento com comida trabalho até excesso de autoconhecimento pode ser usado como um anestésico social como quando eu vou pro Pensar pensar pensar sabe eu eu eu dou um exemplo às vezes para os meus alunos que sabe aquelas pessoas que vão emendando um curso no outro de autoconhecimento já fui essa pessoa também já fui dissociadid para não dar tempo de sentir às vezes
então eu vou estudando Vou alimentando a mente vou alimentando esse racional eu tive uma professora que que gosto muito Liana Neto que ela dizia é a supremacia da palavra em detrimento do corpo que a gente chegou nessa era atual E aí como toda a supremacia as várias que vivemos ela causa uma desorganização tudo isso que falamos é fisiológico você falou se aproxima mais do instinto é da se aproxima da fisiologia é mais fisiológico só que a fisiologia ela vai receber a influência da experiência as nossas experiências e da cultura eh e dos momentos históricos que
vivemos então quando eu falo para uma criança engole o choro criança não chora engole o choro ela não precisa ter estudado nada de regulação emocional ela não precisa ter saber nada sobre corpo e sistema nervoso e o corpo dela vai se contrair nesse momento para parar essa emoção que estava em processo de chegar porque é algo maior que é o medo em relação a uma figura de autoridade para ela é mais ameaçador do que o que o corpo dela estava sentindo Então ela bloqueia um processo físico e aí a gente vai tendo nesses bloqueios uma
série de adoecimentos que aí é só a gente olhar pras estatísticas e ver qual que é o resultado de excluir o sentir da nossa vida além de encir o choro quais outras emoções você vê em experiência clínica que a gente tá reprimindo como sociedade Olha eu vou te te convidar a pensarmos Quais as que não estamos ótimo porque se pensarmos que vou pegar só as emoções primárias aquelas mais básicas medo alegria tristeza raiva raiva nojo aversão né algumas autores vão trabalhar vamos pegar essas mais básicas E aí quando a mente entra no processo nós temos
vários sentimentos pode se desdobrar em milhão de possíveis sentimentos ciúme inveja etc nessas mais básicas se nós pensarmos como é vista uma pessoa que manifesta a sua raiva na nossa sociedade frequentemente eu escuto coisas como desequilibrada mas é tem um recorte bom de gênero e Raça né Muito muito isso aí sempre vai né assim a gente vai ter por isso que eu falei essa essa coisa da supremacia ela vai sempre levar uma desorganização sim né então a supremacia da palavra pelo pro corpo a supremacia eh Branca em relação aos negros A Supremacia dos Homens Em
relação AAS mulheres A Supremacia sempre vai levar a uma desorganização Uhum mas em geral a gente vai ter as nossas as emoções pouco validadas na nossa cultura então a pessoa que demonstra raiva é uma pessoa desequilibrada ela é uma pessoa deselegante de alguma forma a pessoa que demonstra tristeza demais vai receber rótulos também não tão amigáveis Então essa pessoa vai ser vista como fraca e você precisa ter forte a coisa que a gente mais escuta né você precisa ser forte a pessoa acabou de perder alguém que ama ela escuta você precisa ser forte sim é
isso é uma invalidação da tristeza Claro a pessoa se for alegrinha de Mais também não ajuda engraçado você fala isso porque na gravação anterior eu tava com a Gabi Fernandes a gente falou sobre como as pessoas falam que para você não se machucar numa relação você tem que não pode se entregar coisas que a gente não tem menor controle é então a gente já estava falando quase sobre oação emocional é é porque é isso a emoção ela não vem para ser controlada ela vem para nos dar informação sobre o que estamos vivendo é a gente
aprender a ouvir essa informação sim então quando a gente pensa na nossa sociedade as emoções são muito invalidadas se eu for alegrinha demais vão dizer que eu sou alienada né tá o mundo tá C at escandalosa você R muito alto sabe você tem medo demais covarde então nós temos uma sociedade que em geral invalida emoções por isso criou tantos anestésicos emocionais porque a gente tá numa sociedade que associou não sentir a conforto muito bom e aí não sentir igual conforto você vai colocando para baixo do tapete uma informação uma inteligência que é a inteligência do
sentir a matéria prima do pensamento é o sentir lá a criança que falamos como começa no sensorial então o nível de consciência que a gente ganha passou primeiro por uma experiência sentida então tudo que que chega à nossa consciência que pode ser conscientizado precisou de uma experiência de percepção sensorial antes para ganhar simbolismo para ganhar significado se a gente tira matéria prima disso e fica só com pensar a gente fica com uma ilusão de saber mas a regulação emocional também não serve para sermos adequados em situações por exemplo uma crise de riso e um local
que não cabia Aham você precisa regular você precisa não não ri agora se segura você vai na verdade encontrar formas de colocar para fora essa carga de stress porque o riso ele é igual o choro ele é uma descarga então quando a pessoa ri numa situação inadequada sei lá num velório o que tá acontecendo ali é o corpo dela chegou num nível de estess que ela não sabe para onde colocar esse stress para fora e aí a gargalhada vem como uma descarga emocional só que é uma descarga não compatível com a situação entendi e aí
por que que essa descarga não tá compatível com a situação porque o caminho natural dessa descarga Talvez esteja bloqueado Então antes do Controlar e do ficar adequado na situação é entender será que as minhas vias de manifestação das minhas emoções elas estão desorganizadas de alguma forma Será que eu tô fadigando Porque eu tive um limite violado no trabalho ou num relacionamento E aí eu sinto sono eu sinto uma desvitalização Mas será que isso é porque eu não tô permitindo que a minha raiva se manifeste sensacional então se você começa a observar que você tem chegado
do trabalho todos os dias cada vez mais drenado exausto e sem energia pode ser porque você colocou as suas emoções primárias em segundo plano durante tempo demais pode ser porque você deixou de ouvir essas emoções essa inteligência do corpo e aí quando a gente se desconecta dessa inteligência a gente quando dessa inteligência a gente se desconecta das nossas necessidades então eu tô chegando fatigada demais cansada exaurida Quais são as minhas necessidades que não estou ouvindo a emoção serve lembra emoção é informação ela serve para nos informar eu eu recebo uma informação aqui no meu corpo
que me diz que um limite meu foi violado e eu não tenho condições recursos internos e às vezes externos para fazer uma regulação dessa emoção eu vou ter que deslocar essa energia para outro lugar então às vezes eu brigo com quem mora comigo ou vou dormir anestesiada E aí aquilo vai se acumulando dentro de mim essa carga de estress vai se acumulando dentro de mim então quando Nós pensamos no Burnout mal do século eu dig que barn é trauma Burnout nada mais é do que um tipo de trauma é um trauma de de longa exposição
você foi sendo exposto a situação estressora por longos períodos de tempo sem regulação desse stress E aí você começa a perder recursos internos para lidar com esse stress aí vai vir o sintoma se a gente passa muito tempo negando anestesiando disfarçando as nossas emoções elas vão se transformar em sintomas Sim eu quero voltar no que você disse sobre essas emoções coletivas para falar sobre emoções compartilhadas porque se se durante muito tempo a gente separou corpo e mente fico curiosa se emoções compartilhadas fisicamente geram efeitos na mente exemplo compartilhar uma gargalhada com seus amigos sim que
Qual o efeito no nosso cérebro sim é altamente regulador eh emoções compartilhadas eh tudo que diz respeito a contato eh pode ser muito regulador e muito desregulador porque a natureza humana é conexão Aham você tá novamente Liana Neto que adoro quando ela diz nós somos mamíferos porque mamamos uns nos outros a diade nos caracteriza nós somos nominados pelo vínculo a categoria que nós estamos na natureza ela é nominada pelo vínculo sim então a conexão o vínculo é o que caracteriza a vida humana então quando nós Compartilhamos uma gargalhada quando nós Compartilhamos uma dor também isso
tudo ajuda a regular aquilo que a gente tá sentindo isso causa uma bioquímica no nosso cérebro que vai vai envolver hormônios que provocam bem-estar como citocina com como serotonina então todo um complexo de hormônios não somente um mas vários que ajudam a regular a experiência do stress então isso vai influenciar na baixa na regulação do sistema de stress então quando a gente compartilha a gargalhada e quando a gente compartilha a dor também por isso o mais eh difícil e o mais adoecedor para um humano não é sofrer a sofrer sozinho tá bom Um pouco impactada
é é faz todo sentido Mas se a gente tem influência desses agentes culturais as expressões das emoções em diferentes partes do mundo e no Brasil até em diferentes estados às vezes mas acho que na verdade vou falar sobre nacionalidades né países Talvez isso seja uma dificuldade de relações de pessoas de lugares diferentes esse traço cultural ele é muito interessante porque o traço cultural ele começa num segundo momento na microexpressão facial o que os estudos mostram é que pessoas de diferentes culturas pessoas que nasceram cegas vão ter microexpressões de alegria tristeza raiva medo nojo muito semelhantes
então a microexpressão emocional ela não é aprendida ela é muito semelhante para todas as culturas agora a forma de colocar para fora a emoção de manifestar essa emoção na vida então se eu tô sentindo raiva porque você ultrapassou os meus limites eu vou lá e vou dizer Marcela eu não gostei daquilo que você disse porque eu me senti desrespeitada ou se eu vou dizer Marcela te Odiei que você falei vou tacar um negócio em você por favor não não essa forma de expressar aí tem a manifestação tem a interferência cultural e aí não importa tanto
na verdade a gente valoriza um pouco a intensidade da expressão mas importa menos a intensidade uma expressão emocional Sutil e singela como essa que a gente precisa de raiva para falar isso para falar eu me senti desrespeitada no momento em que você falou isso isso isso mesmo tando com esse tom de voz eu tô regulando a minha raiva não regulo a raiva só na porrada sim mesmo nessa expressão Sutil ou se eu preciso falar de uma forma mais intensa dizendo no momento em que você fez isso Eu me senti desrespeitado ada e a nossa relação
importa porque eu amo você onde eu tô dizendo uma coisa Intensa com um conteúdo extremamente afetuoso aliás ótima maneira de discutir ensina as pessoas como é que se discute porque geralmente é você fez eu me sentir assim a culpa é sua examente aí a gente chega na diferença da cultura que você tá falando então não importa tanto se a minha cultura ela é mais expressiva mais italiana mais sul-americana que como como eu como uma boa Latina mexo muito as mãos talvez atrapalhe um pouco G eu não Deus me livre falar mexendo a mão ou se
é uma cultura mais contida oriental não é sobre a intensidade da expressão é o quanto a expressão tá compatível com o que foi vivido então se eu tenho uma pessoa mais contida numa cultura que de pouco toque Como os orientais por exemplo mas que ele sabe expressar o que sente respeitar suas necessidades respeitar seus limites demonstrar afeto e fazer conexões não tem problema essa expressão não vir esfuziante às vezes eu vou ter uma expressão muito esfuziante que ela tá esvaziada de sentido sim então as diferenças culturais eh elas não interferem tanto na regulação emocional mas
o quanto que aquela expressão é compatível com o que tá acontecendo dentro de mim e quando a gente fala sobre diferentes momentos de vida em então no momento por exemplo de luto uhum seja de um familiar que você perde ou até no momento de um fim de uma relação os fins da vida momentos em que parece que a gente não vai conseguir fazer essa regulação emocional nosso corpo desaprendeu o que que tá acontecendo tá acontecendo algo que é de uma inteligência que a gente precisaria passar por essa educação emocional mesmo assim eu sou uma grande
Def que tenha nas escolas educação emocional desde muito cedo porque se eu tive uma perda eu tive um luto de uma pessoa querida eu Terminei um relacionamento eu tive uma frustração nesse momento o que eu preciso não é ir pro mundo esvoaçante ou exteriorizando ou colocando limites como a raiva então vou comparar o que acontece nesses processos mais de em lamento com o que acontece quando a gente tá com raiva eu citei a raiva para falar de limites então a raiva é uma emoção exteriorizando ela nos enche de energia para dizer não daqui não ultrapasse
não vou ser mais desrespeitada aqui ela é uma emoção que tem essa função cada emoção Tem uma função diferente a tristeza faz o inverso com a gente ela é interiorizando percebe que são duas energias completamente diferentes da tristeza e da raiva ela nos coloca para dentro e o corpo sente exatamente dessa maneira porque a riv não mais maior extremo da vontade de de fato você bater em algo é ela pode sair distorcida em forma de violência inclusive que é uma distorção da raiva saudável absolutamente e a tristeza da vontade de deitar nesse tapete porque Qual
é a função da tristeza fazer introspecção para que eu possa processar as minhas perdas elaborar os meus lutos receber cuidado a tristeza Comunica a minha comunidade que eu preciso ser cuidada naquele momento Ai que linda então a tristeza é que tem uma função de introspecção então no momento em que eu me sinto triste porque eu tive uma perda Porque eu tive porque eu tô vivendo um luto o que eu preciso é interiorizar por isso vai vir Uma emoção que baixa a minha energia por isso na cultura que levanta Vamos trabalhar Toma o remedinho e entra
no carro e vai trabalhar que você só tem três dias de atestado Isso é uma violência no processo do luto que a pessoa tá vivendo que ela tá sentindo a emoção correta a emoção correta pra perda pro luto é tristeza é interiorização eu preciso de um tempo pro meu corpo e pra minha mente entender o que tá acontecendo Eu preciso receber cuidado eu preciso receber afeto então a tristeza tem essa função introspecção e comunicação pro meu bando pro meu redor de que eu preciso ser cuidada naquele esse momento não é pra emoção ser regulada a
a regulação da emoção é eu viver emoção de toda emoção a a regulação da emoção é eu é sentir nunca é anestesiar ou querer arrancar a emoção é sentir a emoção e aí ela vai dando espaço e aí eu vou conseguindo dar colocar palavras naquele sentimento naquela experiência para isso eu preciso de tempo para isso eu preciso estar com aperto no peito um pouquinho eu não posso querer me livrar do desconforto correndo Mas e quando é uma emoção que não te faz bem e não vai ser construtiva por exemplo ciúmes ciúmes é uma emoção ciúme
é um sentimento sentimento ciúme é um sentimento então que qual é a diferença falei que emoção é a qualidade do corpo aham a mente tá ali construindo com o corpo junto o tempo todo a matéria prima é o sentir E aí logo milésimos de segundos depois a mente cria uma narrativa em cima daquilo que o que tá acontecendo no corpo uma forma de interpretação Então os sentimentos são interpretações das emoções ó interpretações do que do que tá acontecendo no meu corpo e aí eu interpreto a partir da minha história passada da minha cultura do meu
recorte de gênero de raça eu interpreto aquilo que o meu corpo tá vivendo e dou nomes para isso ciúme por exemplo então o ciúme é uma emoção é um desconforto físico que vai ter eh base lá na minha história para mais ou para menos eh mas vai ser um desconforto e que tá conectada não necessariamente com controle mas que tá conectada com medo medo do abandono Medo da rejeição medo em última instância o nosso medo primordial que é o medo do desamparo então quando eu sinto um ciúme que ele desorganiza as minhas funções ou seja
não é aquele ciúme assim de tava co de você ontem naquela festa mas ficou tudo bem depois mas aquele ciúme que desorganiza que eu começo a sofrer por isso e fazer o outro sofrer que pode ser qualquer outro pode ser na amizade pode ser no trabalho pode ser numa relação sexo afetiva esse ciúme é a desregulação desse medo sim e aí entra a regulação emocional aí eu preciso da mesma forma que a a o a tristeza lá atrás que ao invés de sair em forma de choro tá saindo em risada aqui o medo que ao
invés de ser protetivo ele tá me adoecendo e adoecendo as pessoas ao meu redor E aí eu preciso de um cuidado que pode ser um autocuidado e algumas pessoas vão precisar de ajuda nesse cuidado e autoconsciência autoconsciência Tudo começa com autoconsciência porque você assumir que você está com ciúmes porque existem sentimentos nobres e muito pouco nobres ciúmes ninguém quer admitir que tem é e a inveja Ah imagina né in ninguém tem é mas é todo mundo é invejado né a conta não fecha a conta fe você é invejado sim mas vocês inveja não a conta
nunca fecha da inveja verade eu digo que inveja é para descobrir o que que você quer pra sua vida nos meus grandes estudos mas assim se existe alguma utilidade se você inveja alguém pelo menos você pode entender que tem algo ali que é o seu desejo você não pra tirar da outra pessoa que não mas se a outra pessoa te incomoda talvez Ah talvez esse seja um desejo meu é qual que é o outro sentimento que lembra um pouquinho a inveja mas que ele é ele é socialmente bem visto e positivo admiração exatamente admiração ex
é quase que só uma questão de semântica porque os dois sentimentos estão muito proximo zinhos só que um é aceito socialmente o outro não mas é quase que a mesma coisa então a inja é uma admiração distorcida sim é uma admiração que em algum lugar ela ganhou outros elementos em nós e faz com que eu não consiga assumir a admiração para aquela pessoa e aí o a regulação do meu stress pode vir do Desejo que ela não ten ao invés de me conectar com o que realmente tá acontecendo que é o meu desejo de alcançar
algo parecido ou de ter a liberdade de autenticidade que aquela pessoa tem ou qualquer coisa que que o vha eu trabalho com uma noção de emoção e sentimento Marcela com uma escola eu venho de uma escola que é da neurociência do Antônio Damázio onde a gente não classifica emoção e sentimento como positivo ou negativo uhum assim emoção e sentimento é informação Você pode ter uma experiência mais confortável algumas Emoções São mais confortáveis de serem sentidas outras Emoções São mais desconfortáveis de serem sentidas mas elas não são por si positivas ou negativas elas chegam para te
informar então a inveja informa o ciúme Ena o medo Informa a compaixão informa muitíssimo Mas e quando as informações que estão chegando até você parecem contraditórias uhum por exemplo você pode estar apaixonado por alguém mas com medo de se envolver uhum como que lida sim e aí é muito importante a regulação porque veja primeiro nós somos seres contraditórios juro nós somos seres contraditórios Alexandre Coimbra um amigo querido psicólogo ele costuma dizer Nós não somos assépticos e limpinhos não é o tempo todo não somos nós temos contradições em nós E aí essa contradição que você apontou
agora é estou apaixonada por essa pessoa então no momento presente eu estou sendo afetada por essa pessoa existe um afeto que foi desenvolvido mas existe uma parte em mim que já viveu afetos semelhantes no passado e que esse afeto gerou dor quando você fala eu escuto isso uma parte em mim sente medo porque os meus afetos do Passado Me geraram dor então percebe eu t vivendo umaa no presente mas o meu registro do passado tá se presen de novo trauma estamos falando de trauma E aí estamos falando de trauma E aí essas emoções que parecem
contraditórias na verdade é como se fosse uma dança dentro de nós entre partes que estão fragmentadas E aí o trabalho é integração para descobrir que essa experiência passada de afeto que deixou dor que deixou uma documentação em mim de que afeto É perigoso não se envolva e tudo isso ela é uma experiência do passado que não necessariamente vai se repetir mas que eu ganhei aprendizados com essa experiência para ler umas pistas ali se será que não vai mesmo é será que esse boy vale a pena e eu tenho umas pistas para ler mas eu também
tenho pistas de que pode ser diferente pista diferente assusta gente porque o cérebro não tem onde alocar a diferença né então às vezes o relacionamento saudável assusta quem tem histórico de relacionamento abusivo Claro não né então o que o processo é integrar e Se permitir o convite de engajar em novas relações no presente de uma forma diferente porque as nossas relações elas são mudadas lá na infância que falamos antes esse cenário Mas elas são remodeladas a todo momento nas relações correntes e isso que você disse reforça máxima de que muitas vezes a gente prefere o
que é familiar daquilo que vai nos fazer bem Sim muitas vezes é um aprendizado né eh e aí é um aprendizado da evolução mesmo o nosso cérebro trabalha com pistas para nos proteger é uma inteligência do corpo para nos proteger Só que essa inteligência muitas vezes vai nos afastar de coisas que são nutritivas para nós e nos aproximar de coisas que não são nada nutritivas para nós que são tóxicas e adoecedor para nós principalmente se as referências lá do começo da vida ficaram confundidas então se eu tive uma relação lá no início com os meus
cuidadores onde as vias de afeto e de dor já foram confundidas onde eu aprendi que de quem eu deveria receber cuidado afeto atenção Eu de vez em quando recebia agressão violência violação de limites psicológicos emocionais físicos eu tô aprendendo que isso também é relacionamento também é demonstração de que eu importo Eu também tô sendo vista eu vou aprendendo isso é um aprendizado você tinha afetos que eram instáveis você pode aprender que o amor combina com instabilidade pode pode inclusive confundir paz com tédio né Hum porque eu tô acostumada Eu tenho um corpo e uma mente
e um sistema emocional que aprendeu a viver em Altos estados de ativação Claro e aí se tá tudo em paz isso pode parecer perigoso para mim me parece que eu tô vulnerável se tá tudo calmo de e quem cresceu com pais muito exigentes acaba por internalizar essas exigências e se tornar a pessoa pior crítica ou uma pessoa muito perfeccionista pode ir para muitos desfechos vai depender do contexto dessa exigência muito prazer de Ane Ribeiro ah bem-vida a meu Divan você fica à vontade eu sou bem essa pessoa das desorganizações até esperança para quem tá nos
escutando aí minha gente porque eu sou tem essa pessoa que não tive apego seguro na infância pais exigentes eh relações organizadas por isso que eu digo dá para dar uma melhoradinha se você chegar em calac crada aos 40 50 30 40 dá para dá para melhorar pela pela magia e pela benéfica da neuroplasticidade nós podemos reformular e reaprender e desaprender o tempo todo a exigência vai depender muito do contexto então pais muito severos podem eh ter como desdobramento filhos que introjeta eh essa essa autocobrança essa autocrítica então o perfecionismo exagerado ele pode ser um desfecho
comportamental de trauma de de de pais muito exigentes a indecisão Severa a procrastinação Severa podem ser desfechos comportamentais de ter recebido muita comparação muita exigência e aí eu nunca sei escolher porque a referência não tá mais em mim eu tô sempre tentando adivinhar o que o outro quer de mim nossa exemplo pais que comparam os filhos o tempo todo é imagine compara o filho o tempo todo ou exige o tempo todo de uma excelência que não é compatível com o desenvolvimento da criança sim então essa criança aprende o quê que a que o amor que
o afeto estão condicionados a como ela se comporta e ao desempenho dela prazer Marcela pronto estamos chegando lá vamos juntas entendeu tá entendendo E aí aí é se eu dependo do outro me dizer que se eu dependo do outro para receber atenção amor e afeto a partir do que eu faço às vezes eu vou ter dificuldade de escolher o que faço sim às vezes eu vou ter dificuldade de escolher porque eu não é porque eu gosto mais desse ou daquele é porque eu tô tentando adivinhar Qual é a resposta certa para você é que eu
goste mais desse ou daquele então níveis Altos de procrastinação de indecisão severa de perfeccionismo podem vir dessa desse modelo de relação aprendido extremamente restritivo e controlador e comparativo são a comparação Talvez seja uma das piores coisas que a gente pode ofertar para uma criança bom o que que você acha das escolas então que dividem as turmas de acordo com as notas que os alunos T salvação quem cresceu nessas escolas uma briga agora sistema Ah não eui escola construtivista não foi nessa Mas pode criticar também porque o sistema educacional inteiro precisa ser revisto em verd verdade
é verdade a forma como a gente ensina as crianças até hoje igual era lá em 1500 quando colonizaram que botaram a galera toda sentadinha né a galera que vivia em harmonia com a natureza sentadinha uma atrás da outra e até hoje a gente usa esse método massificando pegando um ser criativo não tem existe ser mais criativo do que criança espontâneo do que a criança a gente pega um ser no audio da sua espontaneidade da sua criatividade e fala desce fica quieto para não pode restringe o tempo todo total e compara o tempo todo a comparação
para uma criança a criança Ela tem um um Ego autocentrado no sentido de que ela precisa do outro para sobreviver então é importante que ela seja assim porque ela Depende de um adulto para sobreviver né Nós nascemos dependentes continuamos o boa parte da vida e viramos interdependentes na vida adulta mas a criança se eu deixar um prato de comida do lado de um bebê Ele vai morrer de fome de um bebê pequeno então nós nascemos muito dependentes essa dependência da criança faz com que muitas vezes ela vá negociar sua autenticidade sua essência seu jeito de
ser e sentir para garantir sobrevivência E aí a comparação ela é muito trágica comparação e invisibilidade são igualmente trágicas tanto você comparar quando a criança não se sentir Vista São igualmente trágicas a comparação a invisibilidade vão levar para essa criança uma experiência de que o que eu sou não é suficiente e aí ela passa a ter vergonha não do que ela faz mas de quem ela é E aí ela desenvolve o sentimento da vergonha que para mim é um dos sentimentos que mais Cola outra alma em nós porque vergonha é sentimento de inadequação é sentimento
de conexão com o outro se somos nominados pelo vínculo desconectar pra gente é igual a não sobreviver não pertencimento pra nossa psique pra nossa autenticidade pra nossa autoestima pra nossa existência autoral na vida é absolutamente devastador entendo enxergo concordo mas e o desespero constante por pertencimento como seria esse outro extremo o desespero constante por pertencimento é um desfecho da ausência do pertencimento do Amparo ele é o desfecho traumático de não ter recebido esse pertencimento no passado então basta que uma criança não receba o o apego seguro o Amparo seguro o entendimento de quem ela é
que inclui limites isso não é ausência de limites importante deixar claro mas que inclui limites porque limite também da segurança uhum pra criança eh a ausência disso muito facilmente vai gerar um adulto desesperado por um relacionamento vai gerar um adulto que vai muito facilmente cair padrões de dependência e codependência emocional isso é um desfecho do que faltou é o vazio de que de lá atrás ter me sentido com vergonha de quem eu sou ter assimilado de que quem eu sou não é suficiente porque o seu primo seu irmãozinho é que é bom então a gente
tem os registros enquanto criança através do nossos cuidadores que é são nosso primeiro contato Mas a gente não tem como perceber que algo está sendo eh registrado ali mas a gente falou por exemplo sobre relacionamentos que um relacionamento pode achar um registro que vai nos gerar um trauma como que a gente impede isso antes median qual que é o caminho para que uma relação não deixe esse trauma para que o comentário de alguém um comentário é capaz de dechar um registro da gente pode pode principalmente se for muito cedo né Depois de adulto o impacto
vai sendo cada vez menor porque a a a as modificações que principalmente neurais Mas também de mente de sistema emocional elas na nas primeiras décadas de vida nós estamos mais suscetíveis e vulneráveis às experiências vividas para causarem alteração inclusive no cérebro então quanto mais jovens o nosso cérebro se modifica quantas décadas a gente tá falando a gente tá falando pelo menos da da primeira década de vida grandes modificações então zer a 7 10 anos a gente tem um cérebro extremamente plástico que vai se organizar eh a partir das experiências vividas as experiências vão influenciar em
muitas coisas inclusive em funções que nós consideramos funções cognitivas como memória atenção raciocínio lógico Isso vai ser também dependente dos vínculos regulação emocional capacidade de construir eh laços de afeto controle de impulsos tudo isso vai ser muito dependente do vínculo que antigamente a gente já chegou a pensar que era genético só então hoje a gente já sabe que vínculos Seguros na primeira infância são protetivos inclusive para transtornos mentais por exemplo nessa primeira década o nosso cérebro é muito plástico mas o desenvolvimento neural ele se finaliza lá pelos 24 anos a partir daí a gente vai
tendo menos dos homens é 35 né nem sei se acaba né brincadeira minha gente já problema com povo da educação agora mas eu tenho essa piada entre as minhas amigas tá que não dá para pegar homem com menos de 35 porque o cérebro Não formou ainda é menina porque E aí mais um traço cultural entendeu mais um traço cultural porque essa infantilização dos homens é um processo da cultura vamos falar sobre isso a gente infantiliza os homens né É E as meninas a gente valoriza que elas amadureçam cedo né Uhum premia quase né você dizer
você é muito madura pra sua idade é Quase um elogio claro que é um elogio é aí você responde obrigada é trauma né porque você é muito madura pra sua idade não deveria ser um elogio você deveria ter uma maturidade compatível com o seu desenvolvimento Claro aham E aí tem uma coisa bem bem Ampla e subliminar nessa frase que é o que que a gente tá dizendo que a menina amadurece mais rápido você é muito dura pra sua idade o que que tá dentro dessa frase tá dentro muitas vezes que você já está cuidando de
algo ou de alguém você já está no lugar de cuidar e de servir toda vez que nos elogiam estão reforçando aquilo que querem que a gente continue fazendo Uhum Então os elogios quando a gente é criança eles também estão registrando qual vai ser o comportamento adequado para quando a gente é adulta então quando a menina escuta Nossa ela é tão boazinha tão importada já é um convite a uma mulher que não incomoda e qual é a mulher que não incomoda dentro da nossa sociedade totalmente é um convite porque estamos numa sociedade patriarcal que quer que
as mulheres não incomodem que ocupem esse lugar do cuidar e do servir e aí digo mais não é só um convite para como que querem que nós nos comportemos eh a partir do momento que nós escutamos sobre nós Nós criamos identidade nas relações claro eu sei que eu sou também pelo olhar do outro na infância então quando os meus cuidadores as pessoas ao meu redor as figuras de autoridade ao meu redor começam a me dizer você é muito boazinha você é muito isso você é muito aquilo eu não só tô aprendendo como devo ser mas
eu tô também aprendendo a esconder partes minhas que não são compatíveis com aquilo que eu tô ouvindo Uhum E aí a criança que vai pro outro extremo disso que é a criança Que expõe essas partes que é uma outra possibilidade de desfecho ela vai ser considerada inadequada mal comportada e às vezes patologizado na atual situação muitas vezes a criança recebe um diagnóstico por um comportamento que ela só tá sendo criança por exemplo hiperatividade que existe o Transtorno do Déficit de Atenção e hiperatividade existe é um quadro clínico do neurodesenvolvimento mas que ganhou tanta repercussão que
não é incomum uma criança que só está sendo criança que pula que tem energia criança tem energia que pula que brinca receber um diagnóstico de TDAH e uma medicação para isso e dá-lhe remédio dhe remédio Inclusive tem um filme que fala sobre isso eu vou lembrar mas que é claro é ironizando isso e é a mãe chegando no consultório falando não aguento mais pode dar algum remédio me D qualquer prescrição é educar dá trabalho dá trabalho e aí Voltando às mulheres que eu acabei desviando com os meus traços de TDH acabei desviando sua pergunta eh
Voltando às mulheres quando nós escutamos tem que ser boazinha tem que se comportar de tal forma tem que isso tem que aquilo isso vai criando uma máscara de identidade que é o como eu acho que devo ser como eu acho que devo ser Para quê Para não cair no nosso medo maior que é o desamparo E aí eu vou criando algo que não é a minha personalidade real não é a minha autenticidade eu tô negociando a autenticidade para garantir conexão e vínculo E aí eu tenho uma mulher que vai chegar a vida adulta muito provavelmente
desvitalizada quando a gente faz o inverso eu negocio e o vínculo para garantir a autenticidade eu tenho violência então um comportamento saudável ele é autenticidade com conexão perfeito e aí imagina a nossa cultura quantas de Nós Da sua geração da minha geração que eu acho que é uma antes eh ali é é a franja quantas quantas de nós escutou como deveria se comportar escutou sobre maturidade o quanto disso nada mais é do que uma modelagem para um comportamento social onde o papel da mulher está bem definido você Deve cuidar e servir por isso a codependência
emocional que é aquele lugar que eu assumo responsabilidades que não são minhas cuidados que não são meus tô me tô sempre sobrecarregada porque eu tô resolvendo os problemas de alguém com dificuldade eh de organização da própria vida a codependência emocional é muito mais prevalente em mulheres do que em homens estatisticamente e aí isso é um traço da cultura isso não tem a ver com a Biologia eu vou finalizar esse episódio apenas porque daqui a pouco vão desligar as luzes do estúdio para quem quer saber mais sobre esse assunto você pode citar novamente à altura que
você disse e também sei lá onde as pessoas te encontram regulação emocional é um tema que me entusiasma muito assim como trauma como vocês podem ver eh eu citei eu passei aqui por alguns autores alguns citados outros não só na fala mas gosto muito de um ator que chama Antônio Damásio eu citei Liana Neto que é uma grande grande especialista em trauma pesquisadora do tema e foi minha professora é uma pessoa que que colore o meu trabalho de muitas formas você tem Antônio dam de gabor Mat quando eu falo de Desenvolvimento Infantil é uma grande
referência para mim é um especialista em trauma nessa visão moderna do trauma que que estuda Desenvolvimento Infantil Então acho que esses três nomes já são nomes que vocês já podem gogar para quem quiser pesquisar sobre o tema o meu trabalho está disponível nas redes sociais todas elas acho que eu vou deixar o Instagram e aí lá vocês encontram todas as outras redes o Instagram é o @ Ediane o Ribeiro Então tem um ozinho no meio do caminho que é de Oliveira Ediane o Ribeiro no Instagram vocês encontram acesso pro LinkedIn que eu faço um conteúdo
mais voltado pro trabalho então todas as questões emocionais saúde mental e trauma nas relações de trabalho O livro está em fase de edição então um livro sobre trauma eh que vai ser publicado em breve pela planeta de livros e quando eu tiver mais informações sobre data Quando eu puder divulgar o título definitivo eu mando notícias para vocês e vai voltar no programa Óbvio Obrigada Eu que agradeço me chame que vem adoro conversar com você uma honra Obrigada querida obrigada E aí bora continuar essa conversa nos comentários Ah não se esquece de se inscrever no canal
hein