Olá, meus caros. Boa noite a todos vocês! Sejam muito bem-vindos! Hoje, dia 10 de fevereiro, dia de Santa Escolástica, irmã gêmea de São Bento. Né? Santa Escolástica, uma grande santa nos primeiros séculos da Igreja, né? Uma mulher que tem a sua grandeza não só por ser irmã do grande patriarca São Bento, mas por ser ela mesma também uma grande mestra na vida espiritual, uma mestra de santidade que deixou uma herança muito benéfica para a Igreja até hoje, através de suas filhas espirituais nos mosteiros beneditinos espalhados aí pelo mundo todo. Então, hoje, de um modo
especial, elevemos a Deus o nosso louvor pela vida de Santa Escolástica e também pela vida de tantas mulheres que se consagram nesse carisma nascido do coração de São Bento e de sua irmã Santa Escolástica. No dia de hoje, nós falaremos aqui no Lente Católica a respeito do escapulário de Nossa Senhora do Carmo. O escapulário é um sacramental, assim como cruzes, terços, medalhas. Mas, afinal de contas, por que o escapulário tem uma característica assim tão própria, tão específica? O que o escapulário tem de diferente em relação aos demais sacramentais? Vamos entender direitinho essa história. Sejam bem-vindos
vocês que estão chegando! Se você já conhecia o Lente Católica, muito bem! Né? A casa já é sua! Né? Seja muito bem-vindo! E se você não conhecia o nosso apostolado, ele acontece sempre às segundas-feiras, às 21 horas. Então, já aproveite para se inscrever no nosso canal, ative as notificações e assim você receberá o conteúdo que é produzido aqui na evangelização digital da Comunidade Pantoc. Tá bom? Fica aqui o meu convite também para que, já no início dessa nossa conversa, você envie aí, se quiser enviar pelo chat, pode mandar o seu pedido de oração, por quem
você quer rezar, o que você quer agradecer. Coloquemos tudo isso diante de Deus. Já no início deste nosso programa, invoquemos então sobre nós a presença do Deus Uno e Trino. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Senhor Jesus, nós queremos Te entregar na noite de hoje nossas vidas, a nossa intenção e o nosso desejo de vos amar e servir, e também o desejo de conhecer mais a respeito daquela grande herança, aquele grande tesouro que o Senhor nos deixa através da Sua Igreja, através da tradição, da Escritura, do Magistério, dos ensinamentos dos
Santos, de tudo aquilo que se desenvolveu, cresceu e frutificou dentro de Vossa Igreja. Senhor Jesus, abençoai-nos, guardai-nos, e de um modo especial, na noite de hoje, Senhor Jesus, eu quero Te entregar, eu quero suplicar, nesta noite, nessa nossa oração inicial, pela vida do Tiba, o Thiago Barros, esposo da Deia, que realiza um grande apostolado no sentido de formar as famílias para Deus, para a vivência de acordo com a doutrina católica. O Tiba também, Senhor Jesus, é grande propagador da devoção às lágrimas de Vossa Mãe Santíssima. Lembrai-vos dele, que realizou a sua cirurgia; a cirurgia foi
feita com sucesso e agora ele entra nesse período de observação, em que as próximas 48 horas são decisivas para sua recuperação, para a melhoria do seu estado. Então, nós queremos Te pedir, Jesus, clamar a Tua bênção e a Tua misericórdia sobre a vida do Tiba, o Thiago Barros, é o nome dele; o Senhor o conhece, o Senhor conhece o coração dele. Abençoai, guardai, ajudai nesse caminho de recuperação que começa agora. Abençoai, de um modo especial, a sua esposa Deia, a gestação da Deia, abençoe seus filhos, todos certamente muito abalados, muito assustados com a situação, mas
que o Senhor os fortaleça e dê a eles a graça de conseguir compreender todas as coisas sob a ótica da Tua Santíssima e Boníssima Vontade. Que o Senhor nos cubra de bênçãos. Nossa Senhora, Mãe de Deus e Nossa Mãe, olhai pelo Tiba, olhai por todos os doentes, por todos aqueles que sofrem, olhai especialmente para aqueles que vos honram nas vossas dores e nas vossas lágrimas. Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois vós dentre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós,
pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém. Senhor Todo-Poderoso, nos abençoe, nos guarde, nos livre de todo o mal, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. A respeito do escapulário do Carmo, quando a gente fala em escapulário, nós temos que especificar porque, na Igreja, na tradição da Igreja, existem vários escapulários. Existe o escapulário verde da Imaculada Conceição, existe o escapulário da Paixão, existe o escapulário roxo da Paixão, tem o vermelho e tem o roxo; existe o escapulário da Santíssima Trindade. Então, são todos sacramentais, mas afinal de contas, qual é a diferença
entre sacramento e sacramentais? Sacramentos só existem sete. O catecismo romano, que foi promulgado pelo Concílio de Trento, ensina claramente: só existem sete sacramentos. Quem disser que existem menos ou que existem mais, o texto do Catecismo Romano é muito claro: que seja anátema, que seja considerado um herege, um sujeito que contraria a fé. Então, Jesus quis deixar sete sinais da sua presença entre nós. Só que, quando a gente fala de sete sinais, nós temos que tomar um cuidado muito grande com o uso, com os termos que as palavras têm no nosso contexto hoje em dia. Quando
dizemos que Jesus deixou sete sinais, temos que entender muito bem que estes sinais não são apenas símbolos, mas são realidades vivas e operantes, como Deus é vivo e operante. Então, o sacramento, ele é um sinal, mas é um sinal vivo, é um sinal atuante, é um sinal em movimento, não é algo estático, simbólico, representativo. Jesus instituiu sete; são sete meios de termos acesso à vida da graça, à vida de Deus em nós. O batismo é o primeiro desses sete sacramentos. Então, o sacramento, ele é um sinal maior e existem sinais menores, pequeninin... Em termos de
importância, são bem menos importantes que os sinais maiores. Quais são os sinais maiores? O batismo, a crisma, a confissão, a Eucaristia: batismo, crisma, confissão, Eucaristia. Depois, nós temos o matrimônio, a ordem e a unção dos enfermos. Sete sinais, estes sete sinais. Por que são maiores? Porque eles são canais da Graça de Deus. Agora, a graça de Deus pode vir por outros meios. Bom, nós temos que diferenciar o que é a graça de Deus, a graça santificante, a graça que nos dá amizade, que nos liga, que nos une a Deus. Isso é uma coisa, é a
graça com "G" maiúsculo. E existe a graça menor, que é o que nós chamamos de graça atual. A graça atual é um simples despertar para as coisas de Deus. Isso um sacramental pode produzir. Então, só lembrando: o que é um sacramental? É um sinal menor, uma imagem; é um sinal menor. Quando eu olho para uma imagem como essa aqui de Jesus manietado, eu me lembro de Jesus, eu me lembro do Mistério de Cristo que se deixou amarrar, se deixou bater, se deixou humilhar. É o mistério que, ao olhar para essa imagem, eu contemplo. E quando
eu contemplo esse mistério, realmente, o meu olhar para uma imagem me conecta com Deus; eleva o meu espírito. Por quê? Porque nós somos seres humanos, nós somos seres materiais, e enquanto seres materiais, nós precisamos de sinais materiais. Negar isso, negar essa necessidade de sinais materiais é absurdo, porque o ser humano é um ser material e é um ser que possui cinco sentidos. Nós devemos usar os cinco sentidos para louvar a Deus, para amar a Deus, para servir a Deus. Então, não tem cabimento negar os sinais, negar a presença dos sinais: as imagens, os terços, os
crucifixos, as pinturas, a arte sacra. Negar o valor dos sinais é negar a própria humanidade, é negar a nossa própria natureza, que é essencialmente uma natureza simbólica. É uma natureza auditiva, visual, olfativa, e nós devemos louvar a Deus usando as nossas características. Então, ter uma imagem, tocar numa imagem, olhar para uma imagem, contemplá-la, e através da contemplação daquilo que é um objeto material, elevar o espírito a Deus, que é imaterial. Esse é o sentido; isso é um sacramental. Então, uma imagem pode ser um sinal que produz em mim uma impressão, e esta impressão pode ser
uma graça atual. O que é graça atual? É um pequeno chamado que Deus me faz para amá-lo, conhecê-lo, servi-lo. Olha que interessante, né? Eu me lembro, dando um exemplo aqui, quando eu era menino, era criança, eu frequentava uma igreja na minha cidade natal, São João da Boavista, que é uma igreja muito bonita. Não era a minha paróquia, a paróquia que eu frequentava, o Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em São João da Boa Vista. Então, é um santuário que tem muitas pinturas, tem um teto muito interessante de madeira, enfim, é uma igreja muito bonita,
o altar-mor com a grande cena do Calvário e vários altares laterais. Eu me lembro que na minha infância, né, eu não conhecia ainda tanta coisa de igreja, era pequeno, quando eu comecei a ser coroinha. E eu me lembro que duas coisas me chamaram atenção de um jeito que realmente prendia a minha atenção: eram dois altares, um de frente para o outro, dentro dessa igreja. Num altar estava a imagem de Nossa Senhora Aparecida, mas era um altar tão bonito, era um trono com cetim branco no fundo, parecia uma flor de cetim, né? Todo bem organizado, assim.
E uma imagem de Nossa Senhora Aparecida muito bem ornamentada, uma coroa muito bonita, um manto muito bonito, e a imagenzinha pequenininha no vidro, era possível ver a imagem de perto. Aquilo, quando criança, ao ver aquela imagem, despertava em mim um desejo de falar com Nossa Senhora, pedir aquilo que eu precisava. Para Nossa Senhora, olha que interessante: na minha cabeça de criança, tinham tantas imagens naquela igreja, mas eu gostava de rezar por aquela, era mais bonita, me chamava atenção, pelo menos para o meu gosto, me chamava atenção; é uma graça atual. Deus pode usar de vários
meios para nos atrair assim. Aí eu me lembro que, de frente com essa imagem, havia a imagem de um Santo Bispo. Na minha família, eu conheci as imagens dos Santos por aquilo que eu via na casa dos meus familiares. E na minha família, uma tia minha, irmã do meu pai, ela tinha uma devoção por Santo Agostinho e ela tinha uma imagem pequenininha de Santo Agostinho. Eu vi, de frente com a imagem de Nossa Senhora Aparecida, na igreja, uma imagem de um Santo Bispo. Eu imaginava ser Santo Agostinho, uma imagem muito bonita, né? Policromada, muito bem
pintada, a arte sacra. E aquela imagem, que era grande, tinha mais de 1m, tem ainda, está lá até hoje, né? Era uma imagem que chamava a minha atenção. E aí eu comecei a rezar diante da imagem daquele Santo Bispo, mas sempre muito desconfiado, né? Eu dizia: "Me parece ser Santo Agostinho, mas eu não sei se o senhor é mesmo Santo Agostinho." Até que, um dia, conversando com uma senhora ali na igreja, ela me disse: "Não, esse Santo Bispo é Santo Afonso Maria de Ligório." Eu me lembro que eu comecei a gostar de Santo Afonso ali,
por conta de uma imagem muito bonita diante da qual eu rezava. Então, quando eu estava de coroinha, eu ia ajudar a missa lá no altar e passava pelo altar dele e pelo altar de Nossa Senhora Aparecida para rezar. E quando eu não estava servindo, eu ia me sentar de frente, né, com um banco que ficava onde eu podia olhar tanto para um... Lado quanto para o outro, por quê? Me ajudava a rezar. Graça atual. Então, quer dizer, as imagens, um livro, uma palavra, que a Game, isso tudo pode ser graça atual. Pode ser um meio
de Deus falar comigo, me despertar. É o que acontece às vezes: quando você vai à missa, tá desanimado, não tá com vontade de rezar, tá cheio de problemas, e de repente você ouve uma leitura, você ouve uma homilia, você fala: "Puxa vida, isso aqui foi sob medida, parece que é para mim." Graça atual. Deus está lhe chamando. Deus está lhe despertando para as coisas dele. Então, os sacramentais podem ser uma porta para que Deus comunique a graça atual, um chamado para perto dele, e isso vale para qualquer sacramental: o escapulário do Carmo, um crucifixo, um
terço. São meios de nos aproximar de Deus. Só que são meios menores. São meios que, numa escala de importância, são infinitamente menores do que aqueles sete meios criados pelo próprio Cristo, que são meios excelentes, eficazes e divinamente instituídos: os sete sacramentos. Nada supera os sete sacramentos. E é uma diferença: o sacramento não apenas representa, ele não apenas significa; ele não é uma realidade parada. Como eu disse no início, o sacramento tem a virtude de realizar aquilo que ele significa. Então, por exemplo, o sacerdote ou diácono, quando batiza um bebê ou até um adulto, ao derramar
a água sobre a cabeça do batizando, ele diz: "Fulano, eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo." Aquilo não é só um símbolo. Aquilo que ele está fazendo, aquilo que aquelas palavras significam, elas realizam: "Eu te batizo, eu te lavo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo." Estas palavras têm uma eficácia. Elas não são só palavras, só orações, só símbolos. Elas realizam uma transformação na essência daquele ser humano. Aquele ser humano que era apenas uma criatura, naquele momento, realiza-se, opera-se um milagre, onde aquele sujeito, de simples criatura,
é elevado à condição de filho de Deus, filho no Filho. Por causa do Filho, nós recebemos a graça da filiação: filhos no Filho. Olha só! Então, o sacramento realiza, opera, atua, age de modo eficaz. O sacramento do Crisma confirma o batismo e a plenitude dos dons do Espírito Santo. Uma pessoa que é crismada, ela já tem em si a confirmação dos dons, a confirmação da graça do batismo, e ela tem essa plenificação dos dons. Ou seja, uma pessoa que é crismada, se ela corresponder, se ela colaborar com a graça de Deus, se ela rezar, se
ela se confessar, se ela viver a caridade cristã, essa pessoa vai subindo degrau a degrau na direção de Deus. Ela vai se santificando. Então, é uma graça operante. Na confissão, quando o padre estende as mãos para dar absolvição e diz: "Fulano," né? Ou... não precisa dizer o nome, né? A fórmula da confissão é simplesmente... né? Tem a oração, que é a fórmula mais completa, e tem uma fórmula mais curta, aqui, onde o sacerdote simplesmente diz: "Eu te absolvo dos teus pecados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo." Quando o sacerdote diz isso,
aquilo que ele diz, aquilo que ele faz, é realizado. Não é simplesmente um jogo de palavras ou uma oração. É um sacramento. As palavras realizam aquilo que elas significam: "Eu te abençoo, eu te libero, eu te livro de todos os teus pecados." Ao dizer isto, isto acontece. Na consagração do pão e do vinho, a mesma coisa: "Isto é o meu corpo, isto é o meu sangue." Aquilo que as palavras significam, elas realizam. É um sacramento. Jesus criou sete sacramentos, mas, dos sete sacramentos, o maior deles, sem dúvida alguma, é a Eucaristia porque, em cada sacramento,
Jesus nos dá uma graça, e na Eucaristia, ele se dá, o próprio autor da graça, ele se dá. Então, não tem comparação. Estes sinais instituídos por Jesus são maiores. Eles são canais de graça, eles são instituídos pelo próprio Cristo. Agora, além destes sinais maiores, a Igreja admite a possibilidade de se usar sinais menores para nos ajudar na nossa fraqueza, na nossa pequenez, na nossa miséria humana, e estes sinais menores são os sacramentais. Agora, veja: quando eu digo que é um sinal menor, eu não estou dizendo que ele é desprezível; pelo contrário, eles são muito importantes,
mas, em comparação com os sacramentos, os sacramentos superam infinitamente em importância os sacramentais. Isso tem que ficar muito claro na nossa cabeça. E a Igreja pode instituir diversos sacramentais: medalhas, imagens, ícones… tudo isso que nos lembra da presença de Deus são sacramentais e nos ajudam a nos aproximar de Deus. Acho que eu já contei isso aqui para vocês, mas eu sempre gosto de dar esse exemplo do valor das imagens. Eu, durante muitos anos da minha vida (hoje a história já mudou), mas durante alguns anos da minha vida eu vivi, na minha infância e na minha
adolescência, com minha mãe, frequentando a Igreja Evangélica. Minha mãe não tolerava as imagens e os sinais sagrados etc. e tal. Então, meu pai, que sempre foi católico, ele tinha lá, no criado-mudo dele, lá no cantinho da cama, no melzinho, meu pai tinha algumas imagens pequenas para devoção dele, porque não se podia ter isso em casa. Eu tinha lá uma caixinha do lado da minha cama com uma cruz e as minhas orações ali debaixo. As outras imagens ficaram fora de casa; tinha um quarto fora de casa onde a gente guardava as coisas. As imagens tinham que
ficar lá porque minha mãe não tolerava. Hoje em dia já não mais. Minha mãe já não frequenta a Igreja Evangélica desde a morte do meu pai. Desde o falecimento do meu pai, minha mãe não frequentou mais e mudou também. A visão dela a respeito dessas coisas é: e aí, o que acontece quando a gente começa a olhar para essa questão das imagens? Isso é uma coisa que eu, particularmente, por ter vivido nessa situação onde eu queria ter, mas não podia, fui aprendendo a valorizar muito essa questão da importância dos sinais. Porque os sinais, as imagens,
os terços, crucifixos, isso tudo nos ajuda, na nossa miséria, a nos lembrar de Deus durante o nosso dia. Isso nos ajuda e ajuda muito. Em uma das escolas onde eu dou aula, a escola é um colégio católico, e tem um padrão, né? Toda a sala é igual. No canto, entrando nas salas, né, tem a lousa e tem o projetor no meio, mas no canto esquerdo de cada lousa, acima da lousa, tem um crucifixo e uma imagem de Nossa Senhora. Em cada sala, quantas e quantas vezes, eu, entrando e saindo de uma sala para outra, na
correria, naquela coisa de dar matéria, de terminar matéria, quantas e quantas vezes, no momento em que eu ia fazer a minha anotação na lousa para colocar a data, alguma coisa, eu levanto a cabeça, e acabo vendo o crucifixo ou a imagem de Nossa Senhora que está ali, acima de mim. E, às vezes, eu me dou conta: "Poxa vida! Eu entrei aqui nessa sala, eu não rezei uma ejaculatória, não disse nada." E, aí, quando eu vejo a imagem, eu me lembro. Aí, pronto! Eu já rezo ali uma ejaculatória, uma oração curtinha; rezo por mim, rezo pelos
alunos. Pronto, o que me ajudou a estabelecer esse contato com Deus? A imagem! Então, a imagem, enquanto sacramental, ela tem um papel fundamental de nos recordar as coisas de Deus. Dentre os vários sacramentais da igreja, nós temos o escapulário de Nossa Senhora do Carmo. Qual é a origem do escapulário? O escapulário é um sacramental dado pelo céu, né? Foi Nossa Senhora mesma quem entregou o escapulário a São Simão Stock no dia 16 de julho de 1251. Então, lá na Idade Média, século XIII, foi que Nossa Senhora, numa aparição, deu o escapulário a São Simão Stock.
São Simão Stock era um carmelita inglês e um homem de profunda piedade. São Simão Stock, membro da ordem carmelita, a ordem carmelita é uma das ordens religiosas mais antigas da igreja, e São Simão Stock vivia ali na Inglaterra e percebeu que era necessário reformar o modo de viver dos carmelitas. Então, ele começou a fazer um grande trabalho nos mosteiros carmelitas da Inglaterra. E no dia 16 de julho de 1251, Nossa Senhora apareceu a São Simão Stock. Nossa Senhora trazia um hábito marrom com uma túnica, uma cinta presa na cintura, né? Mais baixa, uma cinta que
parecia ser de couro, por cima, uma veste comprida que cobria os dois lados, né? Ela era uma veste comprida que cobria as costas e à frente. Nossa Senhora trazia uma capa bege, amarelinha, e um véu branco sobre a cabeça, o Menino Jesus. E então, nesta aparição, ela entrega a São Simão Stock um tecido igual àquele que ela mesma trazia. Ela deu a Simão Stock a cópia da sua própria roupa, da sua própria veste, e ela disse que aquilo era um sinal de proteção, de predileção e, sobretudo, um sinal de sua intercessão maternal por todas as
necessidades da ordem carmelita, da família carmelita. Então, muito bem! São Simão Stock entendeu que não se tratava simplesmente de um pedaço de pano, mas de um símbolo, um sacramental, um símbolo que representa algo muito mais profundo, algo muito maior. Aliás, todo sacramental na igreja representa uma realidade maior. Quando eu olho para uma imagem de Jesus, a imagem de Jesus é um objeto, é um objeto abençoado, tudo mais, mas é um objeto. Mas é um objeto que me remete a algo maior. Então, nós, católicos, não ficamos parados no objeto; o objeto é apenas uma janela, uma
janela que eu abro para olhar aquilo que está do lado de lá. E, do lado de lá, o que eu encontro? A eternidade! Então, nós, católicos, a doutrina da igreja é muito clara quanto a isso: nós não ficamos parados na imagem, nós transcendemos a imagem. Eu olho a imagem, eu penso em Jesus, eu sei que este objeto aqui não é Jesus, mas ele me lembra Jesus. E, cada vez que eu olho, eu elev o meu coração a Jesus e digo a Jesus: "Jesus, eu te amo! Jesus, teve mim, meu Jesus, perdão e misericórdia pelos méritos
de vossas santas Chagas! Meu Jesus, ouvi os nossos rogos pelas lágrimas de vossa Mãe Santíssima." Eu vou dizendo a Jesus as minhas orações, as minhas jaculatórias. Por quê? Porque eu olhei para a imagem, a imagem me lembrou! Então, para nós, a imagem é só um canal. E assim é todo sacramental. E São Simão Stock recebeu um sinal, um canal que era o escapulário. Nossa Senhora, ao entregar o escapulário a São Simão Stock, fez algumas promessas. Ela disse o seguinte: "Na vida, protejo; na morte, eu ajudo; do inferno, eu livro; e do purgatório, eu salvo." São
quatro promessas que Nossa Senhora faz para aqueles que trouxessem o escapulário. E o escapulário, ele é um hábito religioso. O escapulário é uma veste religiosa e se chama escapulário porque é um tecido comprido com um buraco no meio, né? Para ser colocado sobre o pescoço, caindo sobre as escápulas, as espáduas, né? Isso aqui, você bota aqui, vai cair uma tira de pano até lá embaixo, na frente, outra atrás. É isso que era o escapulário. Então, São Simão Stock veste a ordem carmelita com o escapulário, o símbolo da proteção, da intercessão, do cuidado de Nossa Senhora
por aqueles filhos. E, mais do que isso, o escapulário é a veste de Nossa Senhora, o hábito de Nossa Senhora. Senhora, Nossa Senhora está dando a roupa dela, aquilo que é próprio dela, para vestir os seus filhos. Muito bem, isso é o que a história de São Simão Stock registrou para nós. Aí, um dado interessante: eu gosto sempre de ler esses materiais sobre achados arqueológicos, né? Enfim, coisas da Bíblia, lá mais no Antigo Testamento, hábitos de vestuário. Eu sempre estou lendo alguma coisa a respeito disso e, um tempo atrás, eu li uma reportagem falando sobre
o vestuário no tempo de Jesus. Achei muito curioso o que eu vi lá: um estudioso falando a respeito da roupa que as mulheres usavam e que era muito comum. As mulheres, no tempo de Jesus, usavam uma veste que servia como uma espécie de proteção para o vestido, para a roupa de baixo. Era como se fosse um avental, um avental de serviço mesmo, onde as mulheres colocavam essa roupa sob a escápula e essa roupa cobria a parte de trás e a parte da frente. Então, de fato, provavelmente Nossa Senhora usou, em vida neste mundo, uma veste
assim. É claro, né, que não era marrom como é o escapulário do Carmo, né? Podia ter outras cores, mas certamente Nossa Senhora usou uma veste muito parecida com essa. Então, de fato, é o hábito de Nossa Senhora, não só porque ela deu a São Simão Stock, mas porque realmente, no tempo de Nossa Senhora, as mulheres usavam roupas semelhantes ao que é o escapulário. Agora, quando Nossa Senhora dá o escapulário e fala que é um sinal de proteção, aí nós temos que nos atentar ao seguinte: há uma linha tênue entre ligar a proteção de Nossa Senhora
e de Deus a um objeto e transformar este objeto de devoção em objeto de superstição. É uma linha tênue, e aí nós precisamos distinguir bem as coisas. Já, já eu vou explicar melhor isso. Acontece que Nossa Senhora deu o escapulário aos carmelitas, mas, pouco a pouco, outras famílias religiosas também foram adotando seu uso e o escapulário se popularizou. Mas o escapulário do Carmo era um escapulário feito de uma lã fina marrom, que é a cor do hábito da família carmelitana, e a família carmelitana sempre, desde o seu nascimento, desde o início, sempre teve Nossa Senhora
como a sua patrona. Por que o Monte Carmelo? Lá na Bíblia, no Antigo Testamento, é o monte onde o profeta Elias se refugiou e onde Deus falou com ele. A palavra Carmelo significa "vinha fértil", onde se planta parreira, e é um parreiral fértil, é isso que significa a palavra Carmelo ou Carmo, né? Significa "vinha fértil", e o profeta Elias se refugiou numa das cavernas do Monte Carmelo. Ali, ele teve uma visão de uma nuvenzinha. Essa nuvenzinha é a imagem profética da Virgem Maria, a virgenzinha simples e humilde de Nazaré, que mudaria a história da humanidade
através do seu "sim". Ela, com razão, nós assim chamamos a Virgem de Nazaré como a porta do céu, porque por ela passou o Filho de Deus, que desceu da eternidade ao tempo. A porta do céu, se Jesus desceu do céu e passou por Maria, isso significa que todos nós que queremos ir para o céu só temos uma porta por onde podemos passar. Esta porta é a Virgem Maria. Não tem como se dizer cristão aquele que não honrar a mãe de Jesus. A mãe de Jesus é essencial; honrar a mãe de Jesus, porque Jesus, enquanto Filho,
cumpriu o mandamento que veio do Pai. Qual é o quarto mandamento da lei de Deus? "Honrarás teu pai e tua mãe". E Deus não se contradiz. Jesus, por acaso, desobedeceria o mandamento do Pai de honrar a sua mãe? Se Jesus a honrou e, no alto da cruz, Jesus a deu como mãe para toda a Igreja, então nós devemos honrá-la. Não honrar Nossa Senhora é o mesmo que pecar contra o quarto mandamento. É a mesma coisa! Se eu não honro Nossa Senhora, eu estou pecando contra o quarto mandamento, que é "honrarás teu pai e tua mãe".
No alto da cruz, ela foi dada como mãe para toda a Igreja, então eu tenho um dever de honrar a Virgem Maria. Não é só porque eu gosto, não é só porque eu sou devoto de Nossa Senhora; é um dever. Aliás, ser devoto de Nossa Senhora e honrá-la não tem nada de meritório, no sentido de que não estamos cumprindo mais do que a nossa obrigação. Ela é nossa mãe, e ela tem que ser honrada, assim como nossa mãe da terra e nosso pai da terra também devem ser honrados. Então, ali no Monte Carmelo, Elias tem
essa visão da nuvenzinha, a imagem profética da Virgem Maria. Depois, já nos primeiros tempos, ali do cristianismo, já existem notícias de homens que começaram a se recolher nas cavernas do Monte Carmelo sob a proteção da Virgem Maria. É a gênese, é a origem da ordem carmelitana que começa ali no Monte Carmelo, o mesmo lugar onde o profeta Elias se recolheu. Então, Nossa Senhora vem em 1251 e dá um sinal de sua proteção maternal para seus filhos da ordem religiosa católica mais antiga, consagrada à Virgem Maria. Acontece que, quando as pessoas souberam da grande graça e
das promessas que Nossa Senhora fez em relação ao escapulário, as pessoas, até mesmo simples leigos como nós, que estavam no mundo, também queriam participar dessas graças. Na vida protejo, quem não quer ser protegido por Nossa Senhora? Na morte, eu ajudo, quem não quer ser ajudado por Nossa Senhora na hora da morte? Do inferno, quem não quer ser livre do inferno, da condenação eterna e do purgatório? É o salvo, a graça de ser liberto do purgatório. Então, essas graças todas os leigos também queriam, e também padres, bispos, pessoas que não eram membros... Da ordem Carmelita, queriam
foi quando os Papas, ainda na Idade Média, começaram a legislar sobre o assunto, sobre esse sacramental que é o escapulário. E aí, o que a Igreja vai fazer? A Igreja vai instituir, usando de sua autoridade, um escapulário menor: o escapulário para os leigos, para os padres seculares diocesanos, para religiosos e religiosas de outros institutos. E aí surge, então, o chamado abitino, o hábito Zinho, o hábito pequenininho, já que não era possível trazer o hábito grande que os religiosos traziam. Então, foi feito um pequeno hábito que consiste em duas tiras unidas, que trazem na ponta um
quadradinho, um retângulo de lã marrom, que é uma diminuição, digamos assim, uma contração do escapulário grande. O escapulário geralmente traz, numa ponta, a imagem de Nossa Senhora do Carmo e, na outra ponta, ou o Sagrado Coração de Jesus ou a razão do Carmelo, né? Eu carrego o escapulário, né, de Nossa Senhora do Carmo. Vou até mostrar aqui ó. Em que consiste o escapulário? Nisso aqui ó. Temos aqui ó, duas tiras de lã; o meu é de lã mesmo, né, de lã marrom, unidas aqui por um fio. Numa ponta de um lado, o Sagrado Coração de
Jesus, que fica nas costas, e Nossa Senhora do Carmo. Deixa eu mostrar assim; assim dá para ver melhor. E Nossa Senhora do Carmo que está aqui, né? O meu é de tecidinho, né, mole. E o escapulário, ele é usado assim como os religiosos usam o hábito. Nós usamos o escapulário da mesma forma, colocando o escapulário, né, com uma parte recaindo sobre as costas e outra parte recaindo sobre o peito, certo? E a Igreja instituiu a forma como esse sacramental deve ser usado. Ele deve ser bento e deve ser imposto por um sacerdote. Até antes do
Concílio Vaticano II, somente padres carmelitas, bispos ou padres que tinham alguma autorização especial poderiam impor o escapulário. Inclusive, havia uma indulgência que a Igreja dava através dos carmelitas na hora da morte. Então, por exemplo, as pessoas que traziam o escapulário, se na hora da morte, na agonia, na doença final, essa pessoa recebesse a visita de um frade carmelita, o frade carmelita poderia conceder a indulgência plenária àquela pessoa. Era um privilégio da ordem dos carmelitas. Em 67, o Papa Paulo VI, querendo que todos os fiéis pudessem ter acesso ao escapulário, o que o Papa fez? Ele
promulgou uma reforma na maneira de impor o escapulário. Então, a partir de 67, qualquer sacerdote pode benzer e impor o escapulário. O primeiro escapulário tem que ser bento e imposto pelo padre; os outros escapulários não precisam nem ser bentos, porque o primeiro escapulário já benze os outros. Então, o escapulário de Nossa Senhora do Carmo, você pode simplesmente arrebentar, você simplesmente compra o outro e põe, porque o primeiro escapulário já benze os outros, desde que o seu escapulário seja imposto pelo sacerdote. Ah, o meu? O padre benzeu e me deu e mandou eu colocar. Foi válida
a forma? Não, não é válida. Quem legisla sobre isso? Quem determina a forma como as bênçãos devem ser feitas é a Igreja, e a Igreja determina exatamente essa forma. Uma forma bem simples: existe uma fórmula, uma oração própria, aprovada pela Igreja para a imposição do escapulário. Se o padre benzeu, rezou esta fórmula e colocou o escapulário, pronto, está feito. Um detalhe importante: o escapulário deve ser feito dentro das especificações que a Igreja autoriza. Então, o escapulário deve ser ou de tecido de lã ou de um tecido marrom, ou ele pode ser substituído pela medalha. São
Pio X, que foi Papa no começo do século XX, estabeleceu a medalha escapulário. O que é a medalha escapulário? É uma medalha que, no verso, tem a imagem de Nossa Senhora do Carmo e, no reverso, a imagem do Sagrado Coração de Jesus. Essa imagem equivale ao escapulário. Então, quem tiver essa medalha de Nossa Senhora do Carmo e do Sagrado Coração de Jesus, se benzer e for imposta com a mesma oração, a mesma fórmula do escapulário, ela produz as mesmas graças, os mesmos efeitos. Então, a Igreja estendeu para todo mundo a promessa de Nossa Senhora: na
vida, protejo; na morte, eu ajudo; do inferno, eu livro; e do purgatório, eu salvo, né? O Papa João Paulo I dizia que o desejo dele era de que o mundo se transformasse num grande Carmelo, com todo mundo usando o escapulário de Nossa Senhora do Carmo. Na história da Igreja, nós vemos muitos, muitos e muitos santos que usaram o escapulário de Nossa Senhora do Carmo. Eu já falei dele aqui hoje, mas, por exemplo, Santo Afonso de Ligório. Santo Afonso usou o escapulário desde menino; desde quando ele morreu, ele morreu usando o escapulário de Nossa Senhora do
Carmo. Santo Afonso era bispo, né? Então, quando ele faleceu, ele foi paramentado, vestido como bispo, e foi sepultado assim. Quando começou o processo de beatificação dele, veio a ordem da Santa Sé para exumar os restos mortais de Santo Afonso. Quando foram desenterrar, olha que interessante: não encontraram mais nada além dos ossos, porque os paramentos apodreceram; tudo apodreceu. Tinha lá somente os ossos e, no meio dos ossos, intacto, o escapulário de Nossa Senhora do Carmo. Esse escapulário de Santo Afonso existe até hoje. Depois de tantos anos da morte de Santo Afonso, existe até hoje esse escapulário,
que está inclusive guardado num relicário. O escapulário de Santo Afonso, que trouxe esse escapulário consigo a vida toda, assim como tantos e tantos santos. Vou pegar aqui alguns exemplos de santos devotos do escapulário. Olha o que São João da Cruz, que era carmelita, fala do escapulário, né? Quando ele estava na sua última doença, estava pra morrer. O Santo perguntou muitas vezes ao padre, que estava junto com ele, que dia da semana era. E aí o padre ficou curioso, né? Falou: "Frei, mas por que o senhor está tão preocupado?" E São João da Cruz explicou: "Eu
pergunto porque me veio agora à memória quão grande benefício é o que faz Nossa Senhora aos religiosos da sua ordem que portaram o seu escapulário como hábito e fizeram o que esse privilégio pede." São João da Cruz faleceu à meia-noite, na passagem de uma sexta para um sábado, no dia 14 de dezembro de 1591. Por que a preocupação de São João da Cruz em saber o dia da semana? Nossa Senhora prometeu que quem trouxesse o seu escapulário no sábado seguinte à sua morte, ela, se a pessoa estivesse no purgatório, desceria ao purgatório para buscar os
seus filhos que usaram o escapulário. Então, por isso, a preocupação de São João da Cruz. E São João da Cruz morreu à meia-noite da sexta para um sábado, então morreu no dia de sábado; é o chamado privilégio sabatino. O privilégio sabatino depois foi mencionado por Santa Teresa D'Ávila. Santa Teresa de Jesus, ó, o que ela dizia? Ela dizia: "Eu sou uma indigna Carmelita." E, dirigindo-se uma vez às suas irmãs, ela dizia: "Eu só posso confiar na misericórdia do Senhor e nos merecimentos de seu filho e da Virgem Maria, sua mãe, cujo hábito indignamente trago. E
vós também trazeis." Depois, há São Pedro Claver, que era Jesuíta. É interessante que no leito de morte ele tinha nas mãos o crucifixo e sentia um calor muito grande na hora da morte. Então, ao desabotoar a batina, viram que ele trazia um grande escapulário do Carmo, né? Então, ele era grande devoto de Nossa Senhora. Também temos São João Bosco. Ele recebeu o escapulário na infância e difundiu a devoção ao escapulário de Nossa Senhora durante toda a sua vida. Quando ele morreu, em 1888, foi enterrado com o escapulário. Em 1929, quando Dom Bosco foi exumado, o
seu escapulário, assim como o de Santo Afonso, foi encontrado em perfeito estado de conservação sob as vestes apodrecidas e os restos mortais mumificados. Mas o escapulário estava inteiro. São João Bosco teve uma mumificação natural; o corpo secou, os paramentos apodreceram, mas o escapulário ficou íntegro. São Boaventura, Franciscano, dizia assim: "Desafia o peito diante da Virgem do Carmo. Todos aqueles que são pecadores, mesmo os mais endurecidos, revistam-se do seu santo escapulário e ela os conduzirá ao porto seguro da conversão. Honrem com o uso do escapulário e com as demais obrigações ou obséquios da Confraria do escapulário."
São Boaventura falando isso, então, ele dizia: "Você é um pecador e está numa situação insolúvel? Imponha-se, receba a imposição do escapulário e Nossa Senhora fará o resto do trabalho." Agora, é claro, há uma linha tênue. Não podemos usar o escapulário como um amuleto. "Ah, hoje eu esqueci de pôr o meu escapulário! Puxa vida, eu estou desprotegido!" Não! Aí você já está transformando o escapulário em amuleto, em superstição. Você usa o escapulário e, se hoje esqueceu, Nossa Senhora sabe do seu coração. Ela sabe que você é um filho que quer honrá-la trazendo o escapulário no peito
e que você esqueceu pela sua limitação, fraqueza humana ou correria. Você esqueceu? Mesmo que tenha esquecido o objeto, Nossa Senhora não se esquece da sua bênção maternal sobre você. Então, você é abençoado do mesmo jeito. Ah, então o objeto tanto faz, usar como não usar? Não! Ele existe para ser usado, mas a nossa relação com os objetos de devoção deve ser essa: a gente deve entender que eles são meios, mas não são fins. "Ah, se eu não estiver com o escapulário, eu não estou protegido." Isso está errado. Se você recebeu o escapulário por esquecimento, não,
pois Nossa Senhora te protege, te guarda, te ama como filho querido do mesmo jeito. E muita gente usa o escapulário como amuleto. Então, muita gente, às vezes, nem tem uma devoção. Também não adianta nada impor o escapulário e viver como um pagão. "Ah, eu vou à missa quando dá vontade, não me confesso, vivo de qualquer jeito, acredito em tudo que é porcaria, mesmo naquilo que é doutrina da Igreja." Então, digo: "Ah, eu sou católico, mas isso eu não concordo, isso eu não quero, isso não sei o quê." Então, a pessoa acha que o critério da
verdade é ela mesma, né? É o alecrim dourado no campo do Senhor. Então, isso aí não é um sujeito que está querendo viver a fé de verdade. Aí, escapulário e crucifixo viram o quê? Viram enfeite, amuleto, adereço e não objeto de devoção. Objeto de devoção é para te lembrar que Deus te vê, que Deus te acompanha, que Deus está com você para te ajudar a rezar. É para isso! A relação é outra. **Ah, eu uso porque acho bonitinho?** Antes, não usasse, porque ao invés de agradar a Deus, você ofende, porque não está usando direito, não
está usando com a finalidade para a qual o objeto de devoção existe. **Ah, eu acho legal.** Legal você acha um brinco, uma pulseira, mas objeto de devoção não é para achar legal; é para você usar com a intenção para a qual ele existe, a finalidade para a qual ele existe. Então, devemos purificar a nossa devoção, devemos estabelecer uma relação pautada na doutrina da Igreja. O que a doutrina da Igreja me ensina a respeito dos sacramentais, a respeito dos sinais? É assim que eu vou viver a minha fé. É assim que eu vou viver a minha
fé. Quer ver um negócio que me dói assim no ouvido, quando eu escuto um negócio desse, né? É quando eu vejo… Às vezes, a alguns ouço, né? Alguns comentários e vejo algumas atitudes em relação ao objeto de devoção que demonstram claramente que a pessoa não tem a mínima ideia do que é aquilo ali, a mínima ideia. É que, quando eu escuto assim, eu falo: "Meu Deus do céu!" Quando eu escuto a pessoa se referir a Nossa Senhora dizendo: "Ai, a imagem da santa, da santinha..." Nossa Senhora não é uma simples santa. Na doutrina católica, Nossa
Senhora tem o culto de hiperdulia. Hiperdulia! Nossa Senhora está acima de todos os santos, porque ela é mãe de Deus. Qual santo mais é mãe de Deus? Ninguém! Hiperdulia! Ninguém nunca foi como ela e nunca será como ela. Então, quando eu vejo gente que se diz católica chamando Nossa Senhora de santinha, chamando de Santa, para mim, perdeu totalmente a credibilidade. O sujeito não entende nem aquilo que é básico da catequese; tem que fazer uma catequese de novo, tem que ler o catecismo da Igreja de novo. Ah, eu fui ver a imagem da santa? Ué, que
santa aquela ali? Pô, é Nossa Senhora! Nossa Senhora você não vai chamar de santa, Nossa Senhora é Santíssima! O culto devido a Nossa Senhora é hiperdulia. Estava lendo, esses tempos, um livro sobre Nossa Senhora por causa de um autor que vendeu milhares de cópias, em que ele chama o livro todo de "Nossa Senhora de Santa", "a imagem da santa". Vê-se que o sujeito ignora completamente os princípios básicos da doutrina católica a respeito da pessoa da Virgem Maria, entendeu? Então, a gente precisa estabelecer uma relação correta com as coisas. Eu não vou usar escapulário como amuleto,
como proteção. "Ah, estou com o corpo fechado aqui agora porque estou com o escapulário." Errou! Se pensou assim, pensou errado. "Ah, estou usando isso para que nenhum mal me aconteça." Isso aí é magia, isso aí é uma crença já misturada com outras crenças. Eu não uso escapulário para que Nossa Senhora me preserve simplesmente dos males deste mundo, dos males físicos, mas eu uso o escapulário para me lembrar que eu tenho uma mãe que intercede por mim, que eu devo recorrer a ela, porque o meu objetivo é o céu: é amar, servir e conhecer a Deus.
A maior proteção que Nossa Senhora pode me dar é proteção contra o mal e o pecado. A maior graça que Nossa Senhora pode me conceder não é a preservação dos males externos, mas sim a preservação da minha alma, da minha salvação eterna. É isso! Eu não posso ter uma relação simplesmente, até meio de troca, uma relação comercial. Não! Eu uso isso para que Nossa Senhora me proteja. Então, Nossa Senhora tem que me proteger porque estou usando aqui o escapulário. Não! Eu uso o escapulário porque eu quero honrar Nossa Senhora, que é mãe de Jesus e
minha mãe. Mesmo que eu não receba dela graça nenhuma, né? O que não vai acontecer, porque Nossa Senhora dá muitas graças àqueles que a honram e Jesus dá muitas graças àqueles que honram a sua mãe. Mas mesmo que nós não recebêssemos nada, só o fato de termos o privilégio de honrar uma mãe tão boa já seria uma grande graça. Só isso já estaria bom. Então, a relação tem que ser outra: na vida, protejo; na morte, eu ajudo; do inferno, eu livro; e do purgatório, eu salvo. Essas são as promessas de Nossa Senhora. Então, eu devo
usar o escapulário, mas sempre pensando em me aproximar mais de Jesus, em me converter, em fazer penitência, em corrigir os meus erros, em ser bom, em praticar a caridade, em viver uma vida sacramental de verdade, me confessando e comungando. É isso! Então, estabeleçamos esta relação correta. Já vamos chegando ao fim. Faço aqui o convite para que você envie suas perguntas. Hoje é o último dia de promoção do livro "A Alegria da Misericórdia", o livro que falei semana passada do Beato Frei Maria Eugênio do Menino Jesus. Esse livro saiu pelas Edições Pantocrator. O link do livro
está aí na loja e o link da loja, aliás, né, que tem lá esses outros livros, está aí na tela para vocês. Então, vocês podem adquirir ainda com desconto na loja Pantocrator. Também, outro recado importante: a nossa campanha de evangelização digital já atingiu 41% da nossa meta. Se você já contribuiu, Deus lhe pague. Se ainda não contribuiu e desejar fazê-lo, os meios para você contribuir estão aí na tela. Tem a nossa chave PIX, que é o telefone. Tem também o QR Code na tela; você pode fazer a doação pelo QR Code ou a transferência bancária
através do Banco Itaú; agência e conta estão aí na tela para vocês, tá bom? Esses são os meios de contribuir com a nossa evangelização digital. Se você também ainda não me segue nas minhas redes sociais particulares, então tem lá o Instagram, tá aí o perfil na tela: Rafael PTom. E tem também o canal no YouTube, o canal Rafael Tonom. Lá no canal Rafael Tonom eu faço todos os dias as meditações diárias a partir dos textos de Santa Teresa de Jesus. Ano passado nós meditamos os textos de Santo Afonso; esse ano, nós estamos meditando os textos
de Santa Teresa de Jesus. Fica aí o convite para você participar comigo lá. Eu faço ao vivo, todos os dias de manhã, às 6 da manhã, e nos finais de semana eu faço sempre às 7 da manhã, tá bom? Também, lá nas minhas redes sociais, você vai encontrar o link de inscrição para um evento online gratuito que eu vou promover na próxima semana a respeito da história da Igreja no Brasil. Vai ser lá no meu canal. São três aulas sobre a história da Igreja no Brasil. No Brasil, tá bom? Entre lá nas minhas redes sociais,
entre lá no meu canal no YouTube. Você vai encontrar lá o link para fazer a sua inscrição para esse evento online e gratuito, tá bom? Muito bem, vamos a algumas perguntas aqui da noite. O Juliano pergunta: Existe alguma oração específica pela beatificação da irmã Amália? Poderia rezar sua oração em privado pela recuperação do Tiba? Não existe ainda uma oração pela beatificação da irmã Amália, ainda não tem, porque a causa da irmã Amália ainda não foi oficialmente aberta. Mas isso não te impede de, privadamente, particularmente pedir a intercessão dela pelo Tiba, né? Pela cura e pelo
completo restabelecimento do Tiba. Ele já fez a cirurgia, né? Graças a Deus. É um pouco mais cedo. Ainda hoje eu falei com a Deia, que, né, obviamente, está bem preocupada com toda a situação. Tem também os filhos. A Deia tá no sexto mês de gestação, né? É toda uma situação muito delicada, muito difícil. Mas o que eu consegui perceber é que ela está vivendo isso muito na fé, na graça, acolhendo aquilo que Deus prepara ali para eles. Enfim, dá para ver que Deus está já amparando e sossegando ali o coração deles todos. E até falei
isso para a Deia. Eu tenho também pedido muito a Nossa Senhora das Lágrimas, mesmo, né? Que o Tiba difundiu tanto a devoção. Tenho certeza de que Nossa Senhora vai ampará-lo. Irmã Amália, nós podemos pedir, privadamente, a intercessão dela pelo Tiba. E, né, nada impede que a gente faça isso, mas não tem uma oração oficial. A Laí pergunta: Laí, Calegário, o escapulário pode ser de metal ou somente de pano? A medalha pode ser. Aqueles escapulários, né? Aquele formato de escapulário de metal, né? Que são as duas partes, uma para cada lado. E eu não encontrei nada
especificando o escapulário de metal no decreto lá de Paulo VI em 67. Ele não menciona, mas ele não proíbe. Então, se você utilizar o escapulário de metal devidamente abençoado pelo sacerdote, imposto pelo sacerdote, as graças são as mesmas, né? Penso que é por aí. Vamos lá, a Cecília Guimarães pergunta: Professor, e os escapulários azul, verde, vermelho? São válidos? Eles são válidos, mas eles dão outras graças. Então, por exemplo, o escapulário verde. O escapulário verde é o escapulário da Imaculada Conceição. É um escapulário que tem uma especificidade. Ele não é um escapulário para ser necessariamente usado
diretamente no corpo como o escapulário do Carmo. O escapulário verde você pode colocar em lugares. Você pode colocar o escapulário verde em casa, no seu escritório, na gaveta, dentro do carro. Eu tenho escapulário verde no carro, por exemplo. Eu tenho um no carro, eu tenho um em casa, eu vou colocando. O escapulário verde já são outras graças que Nossa Senhora promete. Então, cada tipo de escapulário tá ligado, geralmente, a alguma devoção e existem os modos corretos de se praticar a devoção referente àquele escapulário. Então, não é tudo a mesma coisa; cada um concede suas graças
e tem a sua especificidade, tá? A Roberta pergunta: Professor, eu posso tirar o escapulário para, por exemplo, tomar banho ou outra necessidade que exige a sua retirada temporária? Pode, né? Não tem problema nenhum. Você pode tirar o escapulário e, né, depois você recoloca o escapulário. A mesma coisa uma pessoa que usa escapulário e vai passar por uma cirurgia; eles tiram tudo, né? A gente fica sem nada. Eu me lembro quando eu operei. Eu operei o pé, mas eles tiraram tudo, até a aliança, né? Eles tiram. Então, tira tudo. Não é porque você quer; é por
uma necessidade. Então, as graças, as bênçãos de Nossa Senhora são as mesmas, né? Quando a gente está com o escapulário ou quando não está, se não foi algo voluntário escolhido por nós. A Aurélia pergunta: Boa noite, Professor. Eu uso dois escapulários, um de pano e um com as imagens de Jesus e de Nossa Senhora dentro de um quadradinho acrílico. É válido? É válido, é válido. Por exemplo, o meu menorzinho, criança, eu comprei para ele um escapulário que tem o tecidinho dentro de um vidrinho acrílico. Também não é nem um vidro, né? Um acrílico mesmo, uma
cola ali em cima do tecido. Por quê? Porque criança molha, enrosca, suja. Então, até por uma questão de higiene e praticidade, eu optei por esse tipo de escapulário para ele, né? Para minha menina também. Eles são crianças ainda, então usa um escapulário assim. Quando crescer mais um pouquinho, aí dá para usar o de pano, né? Mas por enquanto é melhor esse. E detalhe, viu? O escapulário pode ser imposto até num bebê. Se você quiser impor o escapulário num bebê, pode pôr. Não precisa, obviamente, colocar o escapulário no pescoço do bebê; pode ser a medalhinha de
Nossa Senhora do Carmo e o Sagrado Coração de Jesus. Pode prender na roupa do bebê ou pode pegar o escapulário de pano, mesmo, de tecido, e prender na roupinha da criança. Até um bebê pode receber escapulário. A Ana Cecília pergunta: Professor, meus avós e minha mãe me ensinaram a fazer o sinal da cruz finalizando com a mão na boca quando dizemos Amém. Não vejo mal nisso, para mim é respeitoso. Recentemente, eu vi críticas a essa maneira, o que acha? Isso aí, né? Tem várias explicações para essa questão de beijar a mão. A forma da Igreja,
né? A forma corrente, comum é essa: em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém! Ou nós unimos as mãos. Por exemplo, eu já aprendi a colocar a mão sobre o peito: em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Eu faço automaticamente; eu nem penso, mas né. Poderia unir as mãos ou simplesmente colocar a mão sobre o peito. A questão do beijar a mão tem muito a ver com a prática devocional antiga, quando as pessoas faziam um sinal da cruz segurando a cruz do terço. Aí, as pessoas seguravam a cruz
do terço e faziam: "Em nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo, amém", porque beijavam a cruz do terço. E aí, o costume pegou; as pessoas, sem cruz, sem nada na mão, beijam a mão, entendeu? Então, o costume veio daí, né? Mas de fato, o correto é simplesmente traçar a cruz sobre o próprio corpo e unir as mãos ou colocar as mãos sobre o peito, né? Entendeu? Então, é daí que vem. O Marcelo Rafael, eu uso o terço abençoado pelo sacerdote no pescoço. Tem o mesmo efeito do escapulário; uso com muita fé. Não, não tem.
É um sacramental também. Se você usar o terço no pescoço, no bolso, tal, é um sacramental, é um sacramental. Mas isso não te dá as mesmas graças, não concede a você as mesmas graças que Nossa Senhora prometeu a quem usar o escapulário. Então, as graças que Nossa Senhora prometeu estão ligadas ao escapulário, entendeu? Então, os sacramentais, eles geralmente vêm de uma revelação privada, numa aparição, por exemplo. Então, você deve usar da forma como foi ensinado, né? Senão, você não obtém as mesmas graças, né? Estão perguntando também a respeito das imagens que nós temos aqui. As
imagens que nós temos aqui, Jesus mandado, tem outras imagens aqui que a gente coloca de vez em quando, né? Estão aqui em volta. Nem todas aparecem aqui no vídeo; elas são todas do Artesanato Costa, em São Paulo, né? O Artesanato Costa é um parceiro nosso aqui da comunidade, então eles que nos enviam essas imagens, né, que a gente expõe e utiliza. Essas imagens são todas abençoadas, são sacramentais, né? E ficam aqui, eh, no nosso cenário. Tá bom? Quando forem comprar, podem mencionar aí, né, que vocês viram as imagens aqui, eh, nas lives da Pantocrator. Eles
podem pedir o desconto, hein? Eles têm um cupom que é da comunidade, né? Tem um cupom que é da comunidade, tem um cupom que é meu, né? O meu é Tonon 10; o da comunidade, se eu não me engano, é Lente 10, né? Lente 10 é um cupom de desconto. Você consegue comprar essas imagens lá no site deles com desconto, ou da comunidade ou o meu, né? Então, podem comprar lá: Tonon 10 ou Lente 10, que é o nome do programa. Aí você aplica o cupom e recebe lá 10% de desconto na compra de qualquer
imagem do Artesanato Costa. Tá bom? Muito bem, meus caros, chegamos ao fim. Deus abençoe! Até a semana que vem, se Deus quiser.