[Música] então tem 15 minutos para enfrentar esse tema Global Mundial um grande desafio que é a crise da Saúde Mental quando a gente fala em crise e também um conceito que ajuda a gente a fazer história de uma ciência história dos cursos a história de um problema né a história caminha de crises e crises e a crise que precede Essa ela tem uma datação do propondo a vocês é um ano de 1973 quando várias transformações globais estavam em curso petróleo no Brasil os primeiros experimentos políticos baseados no neoliberalismo e a reforma do sistema diagnóstico que
subsidia todos fosse pesquisa todos os tratamentos e saúde mental aquela altura dsn 2dsm3 hoje nós temos o dsmc esse momento é um momento de corte em relação que eu chamaria assim de diagnóstica das narrativas Foi um momento de corte em relação a ideia de que o sofrimento psíquico ele pode ser separado do sofrimento vamos dizer assim orgânico propriamente médico da ideia mesmo de doença mental Será que a gente pode aplicar essa ideia quando a gente está na Esfera da experiência psíquica Ou seja a ideia de doença envolve no começo definido um curso mais ou menos
regular em usimulasse quando a gente olha para doença mental já diz várias coisas aqui não combinam com essa definição inclusive em 1973 é a introdução de um da ideia de dissorda nós não temos doenças menta se desorves traduzir em português por transtornos desorda fora da ordem a partir de então a gente olha para o sofrimento psíquico em estrutura de lista não mais estrutura que confunde a história da doença com a história doente a partir de então a gente passa por um processo de reversão da relação entre ideologia diagnóstico e tratamento cada vez mais o tratamento
é o que define o diagnóstico cada vez mais a gente foi sendo levado para uma narrativa para um discurso não que não procede integralmente se a gente for olhar os bons neurocientistas os postiquiatras os as escolas que discutem seriamente os conceitos de base Mas popularmente e influenciando as políticas públicas Válido por um conceito de transtorno mental que assemelhado assim a de uma diabetes falta uma substância você põe essa substância e você volta para o seu estado anterior isso faz com que aquela determinada a ficção seja tão curada 50 anos depois a gente tem uma população
cronicamente medicalizada a gente tem infância medicalizada a gente tem investimentos massivos na ideia né de que bom as doenças mentais são doenças e que elas vão entregar o que a gente precisa definitivamente para estabelecer algo uma doença que é uma etiologia em 2015 quando aparece o 2013 quando aparece o dsl5 um dos seus elaboradores diz os nossos pacientes Merecem mais nenhum marcador biológico foi entregue nenhum exame foi apresentado nenhum exame que permite você dizer olha aqui eu tenho uma depressão ela é de qual time em 50 anos o números diagnósticos proliferou de forma vamos dizer
assim inusitada se a gente compara com o resto da medicina hoje apenas 7% das pessoas não se enquadrariam em algum diagnóstico seja do manual do SM feito pela associação psiquiátrica americana seja pela classificação mundial dos doenças 7% das pessoas estão fora isso significa um processo vamos assim de descoberta de novas doenças ou significa um processo de aparelhamento do sofrimento psíquico e esse me parece ser o ponto crucial que nos levou a crise e que precisa ser enfrentado agora ou seja as primeiras páginas ou desse manual diz o seguinte e ele é um manual convencional ele
não discute causas as doenças mentais portanto isso repito não é próprio da ciência mas é própria uma certa disseminação desse Progresso científico ciências mentais os transtornos não tem relação Direta com as formas de vida ou seja elas independente como a gente trabalha elas independem de como a gente fala e é falado e é reconhecido elas independem da forma como a gente deseja cria mundos faz história o crispectivas E é assim que acontece numa verdadeira doença não é assim que acontece nos transtornos mentais e acho que essa ignorância que tá nos levando a o estado de
investimentos massivos e de redução de investimentos também porque eles não Retornam em transformação real e concreta no estado de vamos dizer epidemiológico as taxas suicídio no Brasil cresceram bom a gente vai falar sobre isso as taxas de depressão crianças taxas de ansiedade cresce e os pacientes cronicamente medicados Não de fato supera né aquelas condições que são definidas por uma lista não para uma história ou seja se você tem quatro 10 você tem 8 e 15 isso caracteriza um diagnóstico bom o que que eu estou propondo aqui para enfrentar a crise a gente precisa voltar mais
seriamente a questão da etiologia da causa o que gera sintomas não vamos falar em síndromes não vão falar em grandes doenças mas sintomas e esses existem Esses são pregnantes historicamente E essas têm uma tem uma transformação que é covalente com as nossas mudanças em termos de formas de vida o que vem antes de um sintoma o que vem antes de uma depressão que está antes de uma cidade que vem antes de um TDH esta pergunta não está sendo feita porque a Resposta dela é longínqua minha genética bem predisposições bem alterações neuroquímicas todas elas verdadeiras e
corretas Mas elas cortaram o nosso nexo com aquilo que do ponto de vista investimento em Paulo política de saúde mental e decisivo que se chama sofrimento antes de fazer um sintomas as pessoas estão sofrendo isso pode chamar isso de um conflito você pode chamar isso de uma inadequação você pode chamar isso um déficit de reconhecimento você pode chamar isso uma forma de vida mas enquanto a gente não olhar para práticas que induzem o sofrimento que criam artificialmente sofrimento para por exemplo aumentar a produtividade aumentar o desempenho controlar pessoas criar efeitos políticos de medo opressão e
retração vamos assim conformado enquanto a gente não olhar para essas práticas um práticas indutoras e sofrimento e sofrimento como indutor causal de sintomas essa crise não será enfrentada ou seja racismo bullying opressão de gênero opressão em relação à orientação sexual são sintomas não são formas de Sofrimentos as pessoas estão sofrendo com isso e ignorar que isso tem um impacto na saúde mental melhorar fatores transversais a ignorar que naquelas formas de vida em que a gente separa completamente a possibilidade de ser escutados a possibilidade de expressar e partilhar seu sofrimento a possibilidade de negociar produzir conflitos
nomeados a possibilidade de tratar pela palavra aquilo que tem uma origem conflitiva em estrutura de palavra se a gente não voltar a crise de 1973 de certa forma disse isso é muito complicado é muito difícil a gente organizar diagnóstico se a gente for entrar em questões vamos entender essa natureza assim social que tem a ver com as pessoas vivem bom aquilo que a gente deixou para trás agora cobrou o seu efeito 50 anos depois a gente está um pouco assim desavisado de como vamos fazer isso como vamos instituir propor uma política global e local de
tratamento enfrentamento do antes que ele se torne sintomas ou antes que ele piora os sintomas que já estão lá ou antes que ele explore a vulnerabilidade das pessoas de forma aquelas produzam seja essa é uma política que não vai caber os especialistas eu gosto muito do experimento pegou todos os que tem formação específica psicólogos psicanalista psiquiatra sou seu workas todos do mundo fez a contagem de quantas especialistas nós temos para tratar né no sentido de enfrentar sintomas porque o sintoma no sentido de uma de uma classificação ele é a função de cidadania se você tem
uma um F você é reconhecido como um paciente que merece acesso aos equipamentos saúde mental você precisa de Diagnóstico para isso bom isso multiplicou né fez essa Cultura dos diagnósticos mas como é que nós vamos reverter isso se a gente pegar todos os profissionais especializados e em tratamento dos transtornos mentais e juntar no país que tem melhor equipamento melhor política pública para saúde mental que a Inglaterra a gente não atende dois terços da demanda daquele país não vai ser eu não vai ser os meus colegas não vão ser não vai ser o clube dos que
sabem o que acontecem na mente no corpo vai resolver essa situação saúde mental direito de todos e é dever de todos aqueles que cuidam de pessoas professores enfermeiros tranquilos ocupacionais fisioterapeutas pessoas que estão dentro das empresas e que cuidam de outras pessoas departamentos de RH pessoas e mídia escritores no fundo Esse é um trabalho de transformação da cultura durante 50 anos nós fomos nos transformando de tal maneira a hoje ser Óbvio de que a gente tem que cuidar do corpo cuidar da alimentação fazer ginástica fazer academia comer bem se prevenir em relação a uma série
de substâncias gerir a sua vida o sono e etc quem falou em cuidar de si durante 50 anos quem se encarregou de dizer antes de um sintoma vem uma relação de cuidados ver uma relação de cuidado que é corrompida suspendida ou meramente destruída por políticas específicas que fazem isso quem falou até então de que Saúde Mental é uma função de território é uma função de como as pessoas se sentem hipertensão na sua casa a sua família sua nação sua comunidade a um projeto de futuro há uma história comum quem durante esse tempo disse que saiu
de mental se faz em rede ou seja a gente se cuida coletivamente quem durante esse tempo disse nós temos recursos naturais vou usar a palavra entre aspas para enfrentar ou sofrimento e os sintomas esse recursos naturais são palavras recursos naturais são nossa relação com território nossos recursos naturais são as redes e dentro dessas redes e fazendo Parte dessas redes de cuidado de atenção a gente tem os especialistas a gente tem os hospitais a gente tem os cabos a gente tem todo equipamento institucional vamos dizer assim e suas políticas princípios de estado de governo então quando
a gente olha para a questão do sofrimento como a questão que ultrapassa inclusive o território dos psicólogos dos psicanalistas dos psiquiatras porque o Sofrimentos que diz respeito à condição existencial das pessoas o sofrimento diz respeito à pobreza o sofrimento diz respeito à condição ambiental né socioambiental de uma forma de vida o sofrimento diz respeito como estão os nossos laços sociais enfim eu gostaria de terminar essa intervenção pondo em questão o conceito mesmo de saúde quando aplicado a saúde mental conceito que está em vigor a partir de 1948 que teve bons motivos para ele mergir o
basicamente a Segunda Guerra Mundial os Horrores Os campos de concentração e os braços cruzados daquelas Cruz Vermelha crescente vermelho que diziam se não tem uma doença não posso agir essa pessoa está sofrendo mas ela está tendo então cuidados de saúde ausência de doença Tá bom então essa saúde as vidas precárias não estavam captadas nessa grade de reconhecimento então surge aí um novo conceito conceito muito promissor que é de dizer o seguinte saúde é o mais completo estado de bem-estar biopsicossocial para nós na psicanálise não funciona não funcionam o mais completo que define Nossa experiência em
completude a falta é aquilo que ainda nós não somos ou aquilo que nós não somos mais o mais completo significa o que uma forma de indivíduo realizado uma sociedade doente não funciona o mais completo estado de bem-estar O que é bem-estar É A negação do mal-estar é o prazer é a ocupação continuada com qualquer prática de satisfação é isso bem-estar nós vamos propor então uma associação entre bem-estar e felicidade será que isso enfim não representa uma das formas de produção de Ilusões que nos fazem sofrer mais ainda porque nos fazem sentir E hoje é um
dado empírico né cada vez mais Solitários geração geração um ponto e meio a mais cada vez nos pertencendo a qualquer processo que seja cada vez mais vamos dizer assim conformados a sofrer na forma seja sofrer sozinho entendeu o sofrimento como um fracasso individual como um déficit individual conectem isso com porque porque cada um tem uma forma muito persuasiva de se entender como indivíduo que é o seu cérebro o cérebro individual propriedade privada sua mas Será mesmo Será mesmo que os neurocientistas Estão dizendo isso ou eles estão dizendo que nosso cérebro ele é função da linguagem
ele é a função dos nossos laços Ele tem plasticidade ele tem uma espécie assim de HD externo ele Depende de como ele é cuidado no começo ele depende como ele é alimentado ele é um órgão muito estranho assim no sentido que ele é muito diferente de uma pessoa para outra ou seja essa ideia de que o sofrimento os sintomas eles têm que ser entendidos e tratados na forma de individual não é só parte da solução parte do problema para todos nós ou enfrentamos essa questão ou vamos esgotar permanentemente