Abra a sua Bíblia, por gentileza, no livro do profeta Joel, no capítulo 2. Joel, capítulo 2. Nós vamos ler juntos os versos 28 e 29. O texto diz assim: "E acontecerá depois que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões; até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei o meu Espírito naqueles dias." Pai, nós oramos para que a Tua palavra fale e cale em nossos corações. Nós oramos não apenas pela orientação, pelo consolo e a exortação da palavra;
nós oramos por entendimento espiritual. Nós oramos, ó Deus, por uma abertura ao Teu Espírito, o Espírito da Verdade, e que Ele encontre em nós lugar de correspondência. Que, ó Deus, de fato, a Tua palavra cumpra o propósito para esta hora e para este tempo. E, desde já, nós Te damos honra, Te damos glória e louvor por tudo que o Senhor fará em nós enquanto a palavra é anunciada. E, mesmo depois disso, nós declaramos nossa confiança e dependência no Senhor e nos recursos divinos nesta hora. Em nome de Jesus, amém. Bom, nós temos uma declaração do
profeta Joel que, como veremos daqui a pouco, é citada e aplicada no Novo Testamento, no contexto da Igreja. Em Atos, no capítulo 3, quando o apóstolo Pedro está pregando, ele diz, dos versos 19 a 21: "Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam cancelados os vossos pecados, a fim de que da presença do Senhor venham tempos de refrigério e que envie Ele o Cristo que já vos foi designado, Jesus, o qual é necessário que o céu receba até os tempos da restauração de todas as coisas, de que Deus falou por boca dos seus santos profetas desde
a antiguidade." Outra tradução, como a NVI, diz no verso 21: "É necessário que ele permaneça no céu até que chegue o tempo em que Deus restaurará todas as coisas, como falou há muito tempo por meio dos seus profetas." Eu quero fazer uma relação entre a profecia de Joel no Antigo Testamento e o evento ou advento da vinda de Cristo, nosso Senhor, que será o grande desfecho da obra da Redenção e de toda a revelação do Novo Nascimento. A razão pela qual fazemos isso é baseada na declaração do apóstolo Pedro, também no livro de Atos, porém
em Atos, no capítulo 2. Então, logo no dia de Pentecostes, o povo foi cheio do Espírito Santo, passou a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo concedia que falasse. Há uma multidão atônita assistindo aquele espetáculo divino extraordinário. E a Bíblia diz que, no verso 15, o apóstolo Pedro se levanta e declara: "Esses homens não estão embriagados, sendo ainda 9 horas da manhã," ou a chamada Terceira Hora do dia, que começava às 6 da manhã. E diz: "Mas isso é o que foi dito pelo profeta Joel." No momento em que ele menciona a profecia de
Joel, ele afirma, no verso 17 de Atos 2: "E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, sonharão os vossos velhos e até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão." Aqui nós temos o texto de Joel 2:28 e 29 que acabamos de ler. No entanto, se você ler os versos 30 e 31 lá de Joel, você vai perceber que Pedro também o citou aqui, agora no verso 19 até
o 21. Nós temos a citação dos versos 30 a 32: "Na verdade, Joel 2: mostraria prodígios em cima no céu e sinais embaixo na terra: sangue, fogo e vapor de fumaça. O sol se converterá em trevas e a lua em sangue, antes que venha o grande e glorioso dia do Senhor. E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo." Todas essas declarações são extraídas do livro de Joel, da profecia, e aplicadas. Mas por que eu fiz menção de Pedro depois, dizendo que convém que os céus recebam esse Jesus que ele está
anunciando, até o tempo da restauração de todas as coisas de que ele falou pela boca dos seus santos servos, os profetas? O que a Bíblia está sinalizando é que, antes da vinda de Cristo, haverá não só o cumprimento de profecias que estamos aguardando ser cumpridas, mas haverá restauração de profecias que já foram cumpridas e terão cumprimento replicado. E uma delas é essa de Joel, capítulo 2. Como podemos saber disso? Desde a minha adolescência, eu lembro que não havia reunião, congresso, ambiente de avivamento que Joel, capítulo 2, não era citado, pregado, falado, cantado e orado. Porque,
de fato, ele sinaliza, doutrinariamente, um evento poderoso e extraordinário que nos aguarda. Então, Joel, nos seus dias, diz: "Acontecerá depois." Se você olhar a profecia de Joel lá no capítulo 2, e nós vamos ver daqui a pouco alguns versos antes, Joel está profetizando para o povo dos seus dias, aqueles que eram os seus contemporâneos, mas ele diz que aquilo que Deus faria não se limitava aos seus dias e diz: "Acontecerá depois." E esse é o tema da minha mensagem hoje: "Acontecerá depois." Esse "depois" tem duas formas de ser lido. Uma delas é o "depois" quando
você fala da questão cronológica: "não agora, mas temos um cumprimento postecipado". Mas o "depois" também tem um sentido muito específico dentro do contexto. Deus estava chamando o povo ao arrependimento, à santificação, à consagração, por meio da oração, por meio do jejum. E Ele também diz: "E acontecerá depois." Depois de vocês me ouvirem, depois de vocês se humilharem, depois de vocês se voltarem a mim de todo o coração, que eu vou poder fazer aquilo que eu tenho intencionado fazer. Eu quero que a gente possa olhar para essa... A declaração acontecerá depois, com essas duas perspectivas: tanto
H um depois cronológico, porque Pedro vai se levantar e dizer "hoje, no Dia de Pentecoste, aquela palavra está se cumprindo", como também o próprio Pedro sinaliza que haverá um depois que vem depois do depois dele. O que Pedro está anunciando era o depois de Joel, só que agora Pedro anuncia um novo depois. Por quê? O apóstolo Pedro cita todo o texto ipsis litteris, mas ele muda uma declaração; o apóstolo Pedro não diz "acontecerá depois". O apóstolo Pedro diz "acontecerá depois, diz o Senhor", de Joel. Pedro diz: "acontecerá nos últimos dias, diz Deus." E aqui nós
não temos apenas uma releitura. O que nós precisamos entender é que nós temos uma nova aplicação profética, e para que a gente possa entender esses desdobramentos: o que aconteceu no dia de Joel, o que vai se concretizar depois, no dia de Pentecostes, e o que nos aguarda para os últimos dias. Nós precisamos começar, primeiro, nessa construção do próprio livro do profeta Joel. Quando você olha para a situação que eles estavam vivendo, o povo havia se afastado do Senhor, havia pecado, e as inevitáveis consequências do pecado estavam se manifestando através de Moisés. Tanto no livro de
Levítico como no livro de Deuteronômio, Deus havia dito que uma das consequências de quando eles pecassem e se afastassem do Senhor é que o céu se fecharia, se tornaria de bronze, e não dariam chuva. Nos dias de Elias, nós temos um evento de três anos e meio de seca, e Deus está dizendo: "É por causa dos pecados de vocês que eu estou trazendo juízo." Só que aqui em Joel, capítulo 2, se você quiser me acompanhar na leitura, no verso 12, nós vemos Deus dizendo: "Ainda assim, agora mesmo, diz o Senhor: convertei-vos a mim de todo
o vosso coração, isso com jejuns, com choro e com pranto. Rasgar o vosso coração e não as vossas vestes. Convertei-vos ao Senhor, vosso Deus, porque ele é misericordioso, compassivo, tardio em irar-se, grande em benignidade, e se arrepende do mal. Quem sabe não se voltará, se arrependerá e deixará para si uma bênção, uma oferta de manjares e libação para o Senhor, vosso Deus. Tocai a trombeta em Sião, proclamai um santo jejum, proclamai uma assembleia solene. Congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, reuni os filhinhos e os que mamam. Sai o noivo da sua recâmara
e a noiva do seu aposento. Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, entre o pórtico e o altar, e orem: 'Poupa o teu povo, ó Senhor, e não entregues a tua herança ao opróbrio, para que as nações façam escárnio dele.' Porque onde se diz entre os povos: 'Onde está o seu Deus?'" Deus está chamando o povo a um lugar de arrependimento, de santificação, de consagração, de jejum, de oração, intercessão, de lamento. E Ele chama o povo a uma oração para que haja a restauração, que o teu povo não seja objeto de escárnio das nações. E aí
o que acontece? O verso 18 diz: "Então o Senhor se mostrou zeloso da sua terra e compadeceu-se do seu povo." Aqui a história começa a mudar. No verso 19, Deus diz: "Eu vos envio o cereal, o vinho e o óleo, e dele sereis fartos; e não vos entregarei mais ao opróbrio das nações." Como que Deus ia mudar a condição deles? Ele termina no fim do verso 22 dizendo: "porque a arborvida dará o seu fruto, a figueira e a vide produzirão com vigor." Porque estavam numa época de fome, de escassez; era parte do juízo divino. Verso
23: "Alegrai-vos, pois, filhos de Sião; regozijai-vos no Senhor, vosso Deus, porque ele vos dará em justa medida; a chuva fará descer como outrora, a chuva temporã e a serôdia." Ou como dizem as traduções mais novas: as primeiras e as últimas chuvas, ou como diz uma outra versão contemporânea: as de outono e as da primavera, como antes fazia. Deus está prometendo restaurar o ciclo e a estação das chuvas, no seu devido tempo, para que com as chuvas haja abundância de mantimento. Verso 24: "Consequência das chuvas restauradas: as eiras se encherão, os lagares transbordarão de vinho e
de óleo. Restituir-vos-ei os anos que vos foram consumidos pelo gafanhoto." 26: "Comereis abundantemente, vos fartareis e louvareis o nome do Senhor, vosso Deus, que se ouve maravilhosamente convosco; e o meu povo jamais será envergonhado." 27: "Sabereis que estou no meio de Israel e que eu sou o Senhor, vosso Deus; não há outro, e o meu povo jamais será envergonhado." Agora, Deus disse: "Primeiro vou restaurar chuvas naturais, mas acontecerá depois que eu derramarei as chuvas espirituais; derramarei do meu espírito sobre toda a carne." E aqui eu e você precisamos entender que a declaração "depois" não apenas
se refere ao depois de vocês cumprirem o chamado que eu estou fazendo a voltar-se a mim de todo coração, não apenas se refere a um depois cronológico, mas uma transição das chuvas naturais que seriam restauradas como um sinal para aquelas chuvas espirituais que seriam derramadas. Porque isso nos dá toda uma capacidade de compreensão do que virá depois. Porque nós falamos que Pedro se levanta e ele diz: "acontecerá nos últimos dias." O que é que Pedro diz? "Acontecerá nos últimos dias." Pedro está dizendo que o que está acontecendo hoje, o povo cheio do Espírito Santo falando
em línguas, nunca aconteceu antes. Isso é o cumprimento de Joel. Deus tinha prometido um derramar do Espírito Santo novo, nunca antes disso, sem precedentes: uma manifestação extraordinária da rendição a Ele, o fluir profético, a manifestação do sobrenatural. E essas coisas não aconteceram nos dias de Joel, não. Todas as partes naturais, sim; a espiritual, não. Mas agora estão acontecendo no dia de Pentecoste. Mas a pergunta é: tudo que não aconteceu nos dias de Joel, cumpriu-se no Dia de Pentecoste? E a resposta... também é não, porque parte da profecia dizia: "Eu mostrarei prodígios no céu e na
terra: sangue, fogo e colunas de fumaça. O sol se converterá em trevas e a lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor." Essa expressão "dia do Senhor", quer seja no Antigo ou no Novo Testamento, se refere ao advento escatológico da vinda de Cristo. E ele está falando do desfecho da Redenção. O próprio Jesus, em Mateus 24:29, diz: "Logo em seguida à tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará sua claridade, as estrelas cairão do firmamento e os poderes dos céus serão abalados." Então aparecerá no céu o sinal do
Filho do Homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo. Relacionado à vinda de Cristo, a Bíblia está dizendo que o sol vai escurecer e a luz da lua será comprometida. Esse não é o único texto que fala a respeito disso. No livro do Apocalipse, no capítulo 6, dos versos 12 até 14, nós lemos: "E quando o Cordeiro abriu o sexto selo, sobreveio o grande terremoto; o sol tornou-se negro como saco de crina, escureceu a lua toda como sangue; as estrelas do céu caíram pela terra, como a figueira quando
é abalada por vento forte, deixa cair os seus figos; e o céu recolheu-se como um pergaminho quando se enrola. Então todos os montes e ilhas foram movidos do seu lugar." O cenário de preparação para o retorno de Nosso Senhor está acontecendo, e novamente nós temos sinais: o sol escurecendo, a lua se convertendo em sangue. Então, quando Pedro se levanta e diz: "E acontecerá nos últimos dias", ele está dizendo que o que nós estamos vivendo aqui é apenas uma parte do cumprimento. Haverá uma restauração dessa profecia cumprida; ela terá cumprimento replicado quando, literalmente, nos últimos dias
que antecederão o advento de Nosso Senhor. Agora, como Deus usa a figura das chuvas e ele aplica nessa alegoria as primeiras e as últimas chuvas, a chuva temporã e a serôdia, ou as de outono e primavera, o que isso significa? Quando Deus diz que Ele restauraria as estações, ele está falando do ciclo correto das chuvas. As chuvas têm o seu tempo e suas estações, ainda que isso mude de lugar para lugar na terra. No Hemisfério existe um ciclo, ciclo esse que é observado pelos agricultores. Então, normalmente, eles esperavam as primeiras chuvas que iriam amolecer o
solo e torná-lo mais fácil para o trabalho, não só de arar, mas de semear e favorecer a frutificação inicial. Mas nunca se colhia antes das últimas chuvas, que, por sua vez, eram mais intensas e abundantes do que as primeiras. E agora Deus está usando essa alegoria. Então, você pode entender Pedro se levantando para dizer que as primeiras chuvas espirituais já estão sendo derramadas, e, a partir de Pentecostes, nós vemos o evangelho sendo semeado e espalhado por toda a terra. Mas preste atenção: as últimas chuvas, que são maiores, mais intensas e abundantes que as primeiras, ainda
não aconteceram. O maior derramar do Espírito Santo que esta terra jamais presenciou ainda está por acontecer; é uma promessa daquele que não pode mentir, daquele que é fiel, daquele que zela pelo cumprimento da sua palavra. E eu e você precisamos entender esse desenho e a analogia das chuvas e como esse desfecho é empurrado para o tempo do fim com a vinda de Jesus. Eu vou fazer intencionalmente uma longa introdução aqui, antes de fazer as aplicações práticas que eu quero trazer para sua vida. Mas, quando falamos a respeito das chuvas e da vinda de Jesus, não
dá para ignorar um texto do Novo Testamento que está lá em Tiago, no capítulo 5, nos versos 7 e 8. Tiago diz assim: "Sede, pois, irmãos, pacientes até a vinda do Senhor. Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber as primeiras e as últimas chuvas. Sede vós também pacientes e fortalecei o vosso coração, pois a vinda do Senhor está próxima." Desde que Jesus foi assunto aos céus, ele já estava ensinando e falando sobre a sua vinda enquanto estava com seus discípulos. Mas, desde que foi assunto aos céus, anjos já
se posicionaram ao lado dos Apóstolos e disseram: "Vocês estão aí olhando para cima? Este mesmo Jesus que foi assunto ao céu há de voltar." Ou seja, imagina que aquela cena, se fosse filmada, ele vai subindo e some dos olhos deles em volta por nuvens. Ele vai, como a gente dizia na linguagem de antigamente, da época do videocassete: o vídeo vai ser bobinado, o filme vai passar de trás para frente. A Bíblia diz que, no momento do seu retorno, ele aparecerá nas nuvens e fará o caminho inverso de onde ele saiu. A Bíblia diz, do monte
chamado das Oliveiras, Zacarias, capítulo 14, falando do dia da vinda do Senhor: "Diz, naquele dia, os seus pés pisarão o monte das Oliveiras." No mesmo lugar de onde saiu, Ele voltará. A igreja é desenvolvida e estabelecida em todo o mundo, sempre como parte do seu fundamento doutrinário: a vinda de Nosso Senhor. Ele virá para o desfecho de todas as coisas e da obra da Redenção. Mas essa mensagem da vinda do Senhor tem sofrido confusão, não é apenas em tempos modernos e recentes; de tempos em tempos, sempre aparece alguém com uma revelação mirabolante para tentar dar
a data, que a Bíblia diz que ninguém tem conhecimento dela. Mas as pessoas, de toda forma, acabam lidando com exageros nessa questão. Então, nos primeiros dias da Igreja, por causa desse anúncio iminente, "o Senhor está voltando", todo mundo acreditava que aquilo aconteceria na primeira geração; ninguém entendia na época a necessidade de um tempo. Quando Paulo escreve aos Tessalonicenses, diz: "Ninguém, de modo nenhum, vos..." Perturbe como se fosse palavra ou epístola. Sai de nós e diz: "Tem um ensino estranho no meio de vocês e nós não temos nada a ver com isso." E diz: "Ninguém vos
perturbe como se o dia do Senhor já tivesse chegado." Tinha uns dizendo: "Jesus já voltou, vocês perderam o bonde, nem viram." Tinha outros dizendo: "Não, ele está na iminência de chegar. Desiste da vida e vamos esperar ele sentado." E Paulo chega ao ponto de dizer, na segunda carta aos Tessalonicenses, quando ele está fazendo correções sobre o conceito errado da sua vida: "Quem trabalha, quem não trabalha, também não coma." Então, tinha irmãos desistindo de trabalhar porque Jesus estava voltando. Eu não tenho tanta dificuldade de entendê-los, porque quando eu era adolescente, na década de 80, a igreja
falava, pregava, ensinava e cantava muito mais sobre a vinda de Jesus. Nós estávamos vivendo uma época de restauração dessa ênfase. Eu, garoto cheio do Espírito Santo, imaturo, lembro que conversava com os amigos: "Estudar para quê? Jesus está voltando! Trabalhar para quê? Jesus está voltando!" A única coisa que a gente não queria sacrificar em nome da vinda de Jesus era o casamento. A gente dizia: "Maranata, vem Jesus! Só espera a gente casar!" Como se você pudesse casar sem trabalho e estudo. Agora é mais fácil para mim entender garotos de 15 e 16 anos imaturos pensando isso,
do que chefes de família. Mas Paulo tem que corrigi-los. Só que a igreja migrou de um tipo de extremo para outro. Qual é o outro? Na segunda epístola de Pedro, no capítulo 3, ele começa a falar de pessoas que já não estavam mais espiritualizando demais a vinda do Senhor. Eles foram para outro extremo, de negar. Então ele diz no verso 3 da segunda de Pedro 3: "Tendo em conta antes de tudo que nos últimos dias virão escarnecedores com seus escárnios, andando segundo as suas próprias paixões e dizendo: 'Onde está a promessa da sua vinda? Porque
desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como que desde o princípio da criação.'" Você vê, as pessoas zombavam de uma promessa que não se cumpriu. Agora ele está dizendo que seria o extremo dos últimos dias. O dos primeiros dias era outro. Então Tiago, que já está vendo a sinalização tanto de uma coisa como a migração do pensamento para outra, diz lá no capítulo 5, no verso 7: "Irmãos, sejam pacientes." Segura aí, diz que vai voltar. "Ele vai voltar. Sejam pacientes até a vinda do Senhor. Não vai ser tão rápido, instantâneo. Nós temos que
esperar, mas esperem com paciência." Depois de pedir paciência, ele dá um exemplo prático para a nossa paciência: "O lavrador espera com paciência até que o fruto da terra receba não só as primeiras chuvas, porque só vai ser plantado depois disso, mas também as últimas. Porque se for colhido antes das chuvas, você está sabotando a colheita. Você reduz drasticamente o potencial de crescimento, desenvolvimento e multiplicação dos frutos." Então ele está dizendo: "O lavrador tem que ser paciente, porque senão ele vai sabotar aquilo que ele está esperando. Vocês também precisam de paciência." Mas eu ouso dizer que
Tiago não está apenas dando um exemplo para a nossa paciência; ele apresenta uma alegoria profética. Cristo é o lavrador; nós somos o precioso fruto da terra que ele virá buscar. Como podemos entender isso? Porque no mesmo capítulo 3 de segunda de Pedro, nós vemos no verso 9 o apóstolo Pedro dizer: "Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada. Pelo contrário, ele é longânimo, paciente, traduzindo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento." Traduzindo: "Ele não voltou ainda porque está aplicando um ânimo longo e está exercendo muita
paciência, porque ele não quer que ninguém pereça. O lavrador está de olho na maior colheita da história: a maior colheita de almas para o evangelho de todos os tempos ainda está para acontecer e ela não pode acontecer antes das últimas chuvas." É por isso que Pedro, em Atos 3, diz: "Convém que os céus segurem a Jesus até o tempo da restauração de todas as coisas." Ele não pode voltar antes da restauração da profecia de Joel, que são as últimas chuvas, porque elas proporcionarão a maior colheita de todos os tempos. Quando você entende esse desenho escatológico,
aí fica mais fácil a gente pensar no elemento prático. Que significa "acontecerá depois"? Não apenas em estágios. Deus está dizendo para o povo dos dias de Joel: "Eu vou visitar vocês numa medida agora, vou aumentar um pouco o que eu vou fazer, entrando além das chuvas naturais, nas espirituais. Mas as últimas chuvas, mais abundantes e intensas que as primeiras, ainda estão reservadas e nos esperando." Mas quando ele também diz "acontecerá depois", ele está dizendo que não é só depois cronológico, é depois de vocês cumprirem alguns requisitos que permitirão que eu faça aquilo que eu quero
fazer. Então, no verso 12, ele começa como nós lemos: "Chame ao povo ao arrependimento, à consagração, a se voltar ao Senhor de todo o coração." O jejum e a oração estão lá; a santificação é parte do processo de arrependimento e se estende até a consagração. E ao longo de toda a Bíblia e também de toda a história, o caminho do avivamento sempre foi pavimentado com os mesmos elementos: arrependimento, santificação, consagração, oração, jejum. Não há avivamento na Bíblia e na história onde você não veja um movimento de volta para Deus primeiro. O arrependimento sempre precede o
avivamento. A restauração espiritual sempre precede as manifestações divinas maiores em qualquer tempo, em qualquer época, em qualquer período da história. Então, quando Deus diz "acontecerá depois", não é apenas o "depois" em etapas cronológicas, mas é depois de vocês fazerem a sua parte. Eu vou insistir e repetir o que eu falei antes: o tema da minha mensagem hoje é: "E acontecerá depois!" Basicamente, Deus... Está dizendo que, se vocês se esvaziarem por meio do arrependimento, abandonando as práticas de pecado; se vocês se esvaziarem da carnalidade, voltando para esse lugar de consagração; se vocês se esvaziarem dos seus
prazeres pessoais, Deus está chamando o povo para jejum. E não é só o jejum de comida: Deus está pedindo que eles deixem de lado várias formas de deleite. As crianças devem ser envolvidas no processo. Deus estende a visão do deleite quando Ele diz: "Sai o noivo e a noiva da sua recâmara" e diz: "Qualquer momento em que vocês puderem celebrar a vida de vocês, a comunhão de vocês, pausar para tudo; voltem-se para mim de todo o coração". O primeiro tópico que eu quero explorar aqui é que Deus enche quem se esvazia de si. Nós podemos
entender que isso é recorrente ao longo das Escrituras, porque não adianta apenas a gente cantar que o Espírito Santo será derramado, não adianta apenas a gente pedir que Deus o faça. Nós precisamos entender que há uma dinâmica apresentada ao longo das Escrituras. Em Efésios 5:18, o apóstolo Paulo diz: "Não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito Santo". E disse que é o verdadeiro vinho celestial: larga o natural e se esvazia de algo que está seduzindo, enganando, sabotando a sua alma, para que você possa ter o verdadeiro enchimento. Em João, no
capítulo 4, quando Jesus chega em Samaria, especificamente na cidade de Sicar, junto ao posto de Jacó, Ele encontra uma mulher a quem Ele começa a falar, ministrar e se revelar. Jesus pede água, e a mulher questiona: "Como que você, sendo judeu, pede beber a mim, que sou mulher samaritana?" Primeiro, era um homem se dirigindo a uma mulher; naquela cultura, não era comum. Segundo, judeus e samaritanos não se davam, e o verso 9 explica isso. No verso 10, nós lemos: "Replicou-lhe Jesus: Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: 'Dá-me de
beber', tu lhe pedirias, e Ele te daria água viva". A mulher está perdida com essa história, mas no final das contas, não era eu que ia dar água para o Senhor; agora é o Senhor quem vai dar água para mim. O verso 11 diz: "Respondeu ela: Senhor, tu não tens com que tirar, e o poço é fundo. Onde, pois, tens água viva? És tu porventura maior do que Jacó, nosso pai, que nos deu o poço do qual ele mesmo bebeu, e bem assim seus filhos e o gado?" Afirmou-se aquele, porém, que beber da água que
eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna. Quando Jesus explica isso, no verso 15, disse à mulher: "Senhor, dá-me dessa água para que eu não mais tenha sede, nem precise vir buscá-la". Ela não está entendendo ainda que Jesus está enfatizando algo espiritual, mas ela disse que tem uma água que ela bebe uma vez só, não tendo mais sede. Ela fica feliz de escapar desse trabalho de carregar o cântaro d'água na cabeça todo dia por alguns quilômetros. Quando ela diz:
"Me dá dessa água", para onde vai a conversa? O verso 16 a 18 diz-lhe Jesus: "Vai, chama teu marido e vem cá". Ao que lhe respondeu a mulher: "Não tenho marido". Replicou-lhe Jesus: "Bem disseste: Não tenho marido, porque cinco maridos já tiveste, e esse que agora tens não é teu marido. Isso disseste com verdade". A mulher responde na hora: "Veja, o que é esse profeta". Mas vamos entender o que está acontecendo: ela diz: "Eu quero a sua água, eu preciso dessa água". Jesus disse: "Eu vim para dar, mas primeiro você vai ter que abandonar a
sua vida de pecado. Em primeiro lugar, você vai ter que largar tudo isso que está enchendo, saciando falsamente a sua alma e enganando você a respeito daquilo que eu posso fazer". Mas, em outras palavras, Jesus está dizendo: "Para que eu te encha, você primeiro vai ter que se esvaziar". Gente, preste atenção: o evangelho tem sido pregado e anunciado desde o início. O livro de Hebreus diz que a salvação não foi inicialmente anunciada por nosso Senhor e depois continuada pelos apóstolos. Qual era a mensagem de Jesus? A Bíblia diz que ele saía pregando o evangelho e
a mensagem era, número um: "Arrependei-vos"; número dois: "Crede no evangelho". Antes mesmo da chegada de Jesus para pregar o arrependimento, João Batista foi enviado como precursor para preparar o caminho. Qual é a essência da mensagem de João Batista? Arrependimento. Jesus vem falando do mesmo arrependimento e também batizando, como João batizava. E, quando Ele envia seus discípulos, agora a anunciar não apenas a morte, mas a ressurreição, Ele manda que eles preguem arrependimento a todas as nações. O arrependimento sempre foi o ponto de partida. Antes mesmo da fé, a gente sabe que a salvação é pela fé,
mas antes de anunciar "Crede", primeiro era dito: "Arrependei-vos". E quando você olha para os rudimentos da doutrina de Cristo em Hebreus, não é diferente: antes da fé em Deus, que está em segundo entre aqueles seis que são listados lá, número um: "Arrependimento de obras mortas". Mas, de alguma forma, o evangelho moderno e contemporâneo, que vem se tornando cada vez mais antropocêntrico, estamos colocando o homem no centro e tirando Cristo de lá, tem suprimido a mensagem de arrependimento. O arrependimento significa que você abandona os seus pecados em contrição, por ter ferido o coração de Deus, por
ter entristecido a Deus, por ter desconectado dele. E você entende que, para restaurar, não há compatibilidade entre Deus e o pecado, e o pecado tem que ser abandonado. Mas a mensagem do evangelho, que sempre exigiu que as pessoas se adequassem a Cristo e ao evangelho, hoje em dia está fazendo com que Cristo e o evangelho se adequem às pessoas, e cada vez mais a conversa é: "Você não precisa mudar nada". Isso não é. Nunca foi e jamais será verdadeiro; jamais será o evangelho bíblico ou a Sã Doutrina. Isso tem nos sabotado de uma maneira que
a gente não consegue dimensionar. Um dia desses, alguém falou: "Mas o senhor vai negar que a igreja está crescendo? A igreja brasileira nunca teve esse tamanho." Falei: "É verdade, mas, nas palavras do meu amigo Pastor Marcelo Jamal, nossas igrejas nunca estiveram tão cheias de gente tão vazia. Muito mais do que apenas multiplicar os números, já haverá uma multiplicação muito maior com a grande colheita que Adir Deus quer multiplicar; isso com gente cheia, cheia da sua presença, cheia da manifestação do caráter de Jesus, cheia do brilho da Glória de Deus." Mas, para que a gente entre
no próximo nível, nós temos que nos esvaziar. Quem tá entendendo, diga amém. Amém! Esse é o significado de "acontecerá depois". É por isso que em Joel 2:12 Deus diz: "Voltem-se a mim de todo coração", isso com jejuns. No verso 15: "Proclamai um santo jejum; toquem a trombeta; faça um ajuntamento solene; chama o povo para jejuar." Você precisa entender que, na cultura do Antigo Testamento, o jejum era parte de uma expressão de tristeza. É por isso que Jesus, quando questionado por que seus discípulos não jejuavam, disse: "Quando o noivo tá junto, não vai rolar; mas depois
que o noivo foi tirado." Jesus está falando do período da sua ausência, do momento em que ele fosse assunto aos céus, os dias do seu retorno. Ele estabeleceu que esse era o tempo de jejum e disse: "Eles vão jejuar." Mas o conceito, no Antigo Testamento, havia um dia anual que era compulsório: todo mundo tinha que jejuar (Levítico 16, o dia da expiação). Mas, quando você vai ler a ordem que Deus dá por meio de Moisés, você não encontra a palavra "jejum"; você vê Deus dizendo: "Vocês vão afligir, humilhar as vossas almas." Deus diz: "Aquele que
não humilhar sua alma, não afligir sua alma, será eliminado do meio do povo." Como é que nós sabemos que era um dia de jejum? Porque, no livro de Jeremias e depois no livro de Atos, há duas referências, uma no Antigo e outra no Novo Testamento, falando do dia da expiação e chamando-o de "o dia do jejum". Então, o que nós temos é uma explicação posterior do que significa afligir a alma. Mas, quando você vê toda a cultura do jejum que era praticada em momentos não só de arrependimento, mas de luto, você percebe que era um
momento de se entristecer. E aqui Deus tá falando de um jejum onde Ele está chamando o povo ao luto, ao choro, ao pranto, ao arrependimento por ter se distanciado de Deus e do propósito. Porque, para que haja restauração, o arrependimento foi e continua sendo necessário. E, basicamente, nós podemos olhar para esse chamado ao arrependimento que envolve jejum como um chamado ao esvaziamento; o autoesvaziamento, disse alguém, prepara o transbordamento espiritual. E nós precisamos entender que isso ainda é parte do processo. A razão para isso é meu segundo tópico. O primeiro é: Deus enche quem se esvazia
de si. O meu segundo tópico é a incompatibilidade entre o espírito e a carne. O apóstolo Paulo escreve aos Gálatas e ele diz, no capítulo 5, nos versos 16 e 17: "Digo, porém: andai no espírito e jamais satisfareis a concupiscência da carne, porque a carne milita contra o espírito e o espírito contra a carne, porque são opostos entre si." Observe a frase "opostos entre si", para que não façais o que porventura seja do vosso querer. Lá na frente, depois do apóstolo abordar o que são as obras da carne e o fruto do espírito, ele vai
dizer, no verso 24: "E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências." E, depois desse elemento prático de crucificar, mortificar a carne, ele disse: "Vivamos no espírito, andemos também no espírito." Quando Paulo escreve em Romanos, no capítulo 8, ele vai falar exatamente a respeito dessas mesmas verdades práticas que eram ensinadas aos crentes dos primeiros dias. Verso 5 de Romanos 8: "Porque os que se inclinam para a carne cogitam" (isso significa pensam, sentem) "das coisas da carne; são guiados por ela. Mas os que se inclinam para o espírito cogitam,
pensam, sentem; são guiados pelas coisas do Espírito. Porque o pendor, a inclinação da carne, dá para a morte, mas o espírito, para a vida e paz." Verso 7: "Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus." Essa compatibilidade vai sendo atestada ao longo de todo o Novo Testamento. Em Tiago, no capítulo 4, verso 4, ele vai dizer: "Adúlteros!" A palavra, no grego, "moos", foi traduzida em algumas versões como "infiéis", mas não é
uma fidelidade qualquer. A palavra "am" significa "adúltero", infidelidade conjugal, porque uma analogia está sendo usada ao longo da Bíblia: Cristo é o noivo, a igreja é a noiva, sendo preparada para o casamento. A obra do Espírito Santo é preparar a noiva. O livro de Efésios fala de uma noiva santa, pura, sem mancha, nem ruga, nem mácula, nem qualquer coisa semelhante. Preste atenção: a noiva que Cristo virá buscar não será uma igreja esculhambada que nós temos visto por aí; haverá um povo no meio do Seu povo. Haverá pessoas que se permitirão ser preparadas para serem apresentadas
como essa noiva pura, santa, que a palavra de Deus está dizendo. E o Espírito Santo tem a missão de prepará-la. Mas, em Tiago 4:4, diz: "Infiéis, adúlteros, vocês não sabem que a amizade do mundo é inimizade contra Deus?" Qual a figura que ele estabelece? De um lado, ele põe a igreja como a noiva; do outro, o Senhor Jesus como noivo. E quando a igreja deixa de ter olhos somente no noivo e começa a mirar o mundo... Um triângulo amoroso foi formado e, depois de usar essa figura, diz no verso 5: "Ou supondes que em vão
dizem as Escrituras que o Espírito anseia por vós até o ciúme?" Quando eu e você tiramos os olhos de Jesus e começamos a flertar com o mundo, o Espírito Santo vai arder de ciúmes, porque ele não tolera. É por isso que a Bíblia diz: "A amizade do mundo é inimizade contra Deus. A inclinação à carne é inimizade contra Deus." Não são compatíveis, gente. Desde o início de tudo, em Gênesis, no capítulo 6, quando Deus anuncia o Dilúvio, Deus dá um motivo logo de cara antes de anunciar o juízo que viria. Gênesis 6:3 diz: "Então disse
o Senhor: 'O meu Espírito não agirá para sempre no homem, pois este é carnal, e os seus dias serão 120 anos'." Até o capítulo 5, que acabou de terminar, você vai ver a genealogia de Adão, e a maioria das pessoas, boa parte delas, viveram mais de 900 anos e outros quase 900 anos. Muita gente! Só que Deus diz: "Agora, os dias do homem serão 120 anos." Deus está dizendo: "Eu vou reduzir drasticamente a duração da vida do homem, de quase um milênio para pouco mais de um centenário." Por quê? Deus disse: "Porque meu Espírito não
vai agir para sempre no homem, porque é carnal." E disse: "O tempo todo estou trabalhando, chamando atenção, buscando lugar no coração, e eles estão se entregando à carne." Essas coisas sempre foram incompatíveis. Deus diz: "O tempo de insistência vai diminuir, o tempo de oportunidade vai diminuir, porque é impossível alguém estar tão inclinado à carne e ter uma ação contínua do Espírito Santo." Então, não importa se nós estamos olhando para a velha aliança ou se estamos olhando para a nova; esse padrão vai se repetindo. E, à medida que a gente mapeia e destaca isso, fica evidente
que em Efésios 4:30, quando a Bíblia está dizendo: "E não entristeçais o Espírito Santo," do que ele está falando? Ele não está falando que o Espírito Santo é aquele tipo de gente tão sensível que qualquer coisa o magoa. Quando você olha para o contexto do capítulo 4, ele começa a falar, lá no verso 20, a respeito de como nós aprendemos a Cristo. Quando Paulo fala isso, ele está dizendo: "Nós não pregamos apenas sobre Cristo; nós ensinamos Cristo. Cristo é um modelo de conduta a ser reproduzido" e diz: "Então, vocês têm que se despir do velho
homem e se revestir do novo homem." O que significa despir do velho e vestir do novo? Se você olhar todo o texto, ele está falando de mudança de comportamento. No verso seguinte, o 25, "Pelo que, deixando a mentira, fale a verdade." "O que antes roubava, agora não roube mais." "Irai-vos, mas não pequeis. Não deixe o sol se pôr sobre a vossa ira." Cada tópico e pauta, ele está falando de uma mudança de conduta onde agora nós manifestamos o caráter de Cristo e diz: "Se você não tiver isso, você está entristecendo o Espírito Santo." Então, como
podemos imaginar uma vida de enchimento do Espírito Santo sem o esvaziamento da carne? O nosso próprio conceito de enchimento do Espírito Santo é equivocado, porque a gente imagina que ser cheio do Espírito Santo é ter mais dele. Então, o crente às vezes vem para o culto com a mentalidade de quem leva o carro ao posto de gasolina e diz: "Fren, encha o tanque." Então, está faltando algo; vamos encher um pouquinho mais. Só que temos um problema teológico com esse conceito, porque João, capítulo 3, verso 34, diz que Deus não dá o Espírito por medida. O
Espírito Santo não é divisível! O que é que você achou que ele vai te entregar aos poucos e à prestação? Não é assim que ele faz! O Espírito Santo é uma pessoa. Deus não vai mutilá-lo e te entregar pedaço por pedaço, ainda que seja espiritual; ele não dá por medida. Então, o que significa ser cheio? A linguagem bíblica de ser cheio não é você ter mais do Espírito Santo; ser cheio significa totalmente preenchido, totalmente tomado, ou seja, sob controle. A aplicação prática é o Espírito Santo ter mais de você; é você estar totalmente rendido, que
é uma boa figura que ilustra isso: Ezequiel 47. Quando ele tem a visão do rio que emana do Santuário e é uma figura do Espírito Santo, o livro dos Salmos diz: "Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus." No livro do Apocalipse, o rio emana do trono de Deus; é uma extensão de quem ele é, faz aquilo que só Deus pode fazer. Em Ezequiel 47, a Bíblia diz que, por onde o rio passa, tudo volta a viver, e a Bíblia diz que haverá enxames de peixe no mar morto. É humanamente, naturalmente, biologicamente impossível,
mas Deus está falando que esse rio faz coisas que só ele pode fazer, porque é uma extensão do próprio Deus. O rio é uma grande figura do mover do Espírito. Mas em Ezequiel 47, o profeta está com um anjo olhando para o rio e não é o rio que invade a vida dele. O anjo olha para ele; da tradução da Bíblia na linguagem de hoje, do pastor Luandro, a versão goiana, o anjo disse: "Bora para dentro do rio." E a Bíblia diz: "Faz uma medição de um côvado, meio quilômetro, rio adentro, e a água dá
no tornozelo." Mas eles não pararam, porque não era hora de parar. Ele diz: "Bora, mais um côvado, mais outro, meio quilômetro." Agora um total de um quilômetro, água no joelho. "Tem mais água do que antes?" Sim, porque o rio está subindo, invadindo a vida do profeta. Não porque o profeta está se entregando ao rio. Mais mil côvados, no total de um quilômetro e quinhentos metros, água nos lombos. E nenhum dos três primeiros estágios da medição parou, porque ainda não havia chegado ao... Lugar do destino, e o lugar do destino não era atravessar o Rio nem
chegar na marem. Onde é que a medição para a Bíblia diz que, quando se chega nas águas profundas, são águas para se nadar? Esse é o lugar do destino de Deus para mim e para você: Águas Profundas. Porque não importa se você e eu estamos nos entregando mais do que antes. Não só entrei até a água no tornozelo, tem o outro que diz "não entrei até a água no joelho", "não entrei até os lombos". Quanto mais você entra, mais o Rio tem de você. Mas tem uma hora em que o pezinho já não alcança o
chão porque as águas ficaram profundas. E quando não dá mais pé, não importa se você está com água no tornozelo, no joelho ou no lombo: você está no controle; você diz "eu vou para cá, eu vou para lá". Mas, na hora em que não dá mais pé, você perdeu o controle; o rio assume o controle. Agora é o rio que te carrega, é o rio que te conduz. Todo o conceito de ser cheio do Espírito Santo não é que você tem mais dele; é que ele tem mais de você. E nós precisamos entender o chamado
à rendição, o chamado à entrega, o chamado ao esvaziamento, o chamado à modificação da carne. Porque, senão, nós não vamos muito longe. Pastor, e o que isso tudo tem a ver com a profecia de Joel? Bom, nos dias de Joel, Deus está dizendo para fazermos o que Ele vai fazer, começando pelas chuvas naturais. Vocês precisam não só de arrependimento, mas de um ingrediente dentro de todo o combo de arrependimento: santificação e oração e jejum. Mas, quando a profecia está para se cumprir, de novo, nos dias de Pentecostes, há um movimento de Deus. Os fariseus foram
criticados porque se tornaram extremamente religiosos. Mas como todo movimento de Deus, aquilo já foi algo inspirador um dia, e eles se tornaram aceitos, mas severos e zelosos dentro do judaísmo, porque um dia foram inspirados. Com eles, começa-se a ver uma prática do jejum nunca antes vista, mas João Batista chega, colocando seus discípulos para jejuar mais do que os fariseus, ele mesmo se alimentando de mel e gafanhotos. Uma estação está mudando. Até quando o precursor João Batista entrega o bastão na mão de Jesus, diz "agora é contigo". No dia do batismo, Jesus assume, pega o bastão
da mão dele e diz "agora é comigo". Quarenta dias de jejum no deserto: o jejum está sendo restaurado e o cenário para o novo cumprimento da profecia de Joel está sendo preparado. E aquilo vai acontecer novamente. Agora, preste atenção: se na primeira e na segunda fase da profecia de Joel não aconteceu aquilo sem jejum, o que te leva a acreditar que o último grande momento de desfecho do derramar das chuvas do lavrador, que está pacientemente esperando... Eu vou repetir o que eu falei no início: o maior derramar do Espírito Santo de todos os tempos ainda
está para acontecer, e o lavrador está esperando as chuvas para a maior colheita de todos os tempos. Será o momento mais extraordinário da história do Evangelho de Jesus Cristo, e nós estamos na iminência de vivenciar coisas como essa. Estamos caminhando para lá. Amém? Você estuda a história da igreja dos primeiros séculos: houve um grande mover do Espírito, depois um declínio durante séculos e séculos. Até na história secular, quando se estuda a igreja fora do meio cristão, se referem a um período de mais ou menos 1000 anos como período das Trevas, porque a igreja se perdeu
completamente no propósito. Então, há 500 e poucos anos atrás, nós temos o chamado movimento da reforma protestante. Deus começou a restaurar muitas coisas, mas preste atenção: Ele não terminou. Ele ainda está restaurando, e Ele não está restaurando apenas doutrinas práticas; Ele está chamando o povo a um lugar de profunda rendição e entrega. E nós não vamos voltar a viver só o que eles viveram no livro de Atos; nós vamos um pouquinho além. Nós vamos experimentar um derramar do Espírito Santo maior, e nós teremos uma colheita de almas muito maior do que qualquer outra que jamais
foi vista. Agora, não pense que tudo está predeterminado no sentido de que teologicamente está decidido. Esse é o dia tal. Jesus comparou os dias da sua vinda com o dilúvio: quando é que o dilúvio veio? Quando a arca estava pronta. Quando é que Jesus volta? Quando a igreja estiver pronta. Precisamos entender que o apóstolo Pedro fala sobre apressar o dia da vinda. Se esse é um dia fixo no calendário, não daria para apressar. Mas se eu e você correspondemos com Deus para que Ele possa fazer mais depressa aquilo que Ele intencionou, então isso não precisa
ser postecipado. Há décadas e décadas, nós vemos as pessoas falando de avivamento no Brasil, mas uma geração está empurrando com a barriga para a outra, e a outra empurrando com a barriga para a próxima. E Deus está nos chamando para entrar em um lugar de entrega como nunca antes. Eu não sei você, mas isso é empolgante demais. Não apenas por ser algo único na história, mas pela cooperação com Deus pelo cumprimento dos seus propósitos, pelo estabelecimento do Reino, pela própria questão de nos sujeitarmos ao chamado daquele que a gente chama de Senhor, mas também pelos
seus resultados. Será algo extraordinário. Agora, você acha que o avivamento vai vir porque, de vez em quando, a gente canta a respeito disso e vive uma vida carnal, distante de Deus, brincando com o pecado, sem temor de Deus? Não, gente, de forma alguma. E há uma voz profética nesse tempo ecoando, e Deus está dizendo: "Voltem-se a mim de todo coração, arrependam-se, santifiquem-se, voltem-se a mim". Então, vamos voltar ao elemento do jejum. Em janeiro de 2022, eu fiz uma promessa aqui para vocês: vocês me veriam jejuar como nunca antes e que eu... Ensinar de perturbar vocês
sobre o assunto como nunca antes. Essa semana, iniciei meu nono período de um jejum de 40 dias. Eu tenho me dedicado a isso pelo entendimento do que vai produzir na minha vida e do que isso pode produzir coletivamente. A maior parte dos crentes não jejuam; a pesquisa, a enquete que a gente faz, é assustador. Sempre, no mínimo, 60% dos crentes vão dizer que nunca jejuaram um dia na vida. Aí, dos que jejuaram, você tem de vez em quando alguns que fizeram alguma coisa poucas vezes. Quando nós vamos entrar em recorrente e prolongado, então nem se
fala. Agora, já não há ainda, porque Deus vai restaurar isso: uma cultura forte de jejum entre os que jejuam. Tem muita gente fazendo do jeito errado. O que é o jeito errado? O meio onde se cultivou um pouco da cultura de jejum, o meio cristão, sempre foi o meio pentecostal, mas a ênfase do meio pentecostal era "tem que pagar o preço, tem que sacrificar", quase como se o jejum fosse uma troca. Então, eu fiz por merecer uma visitação de Deus. Isso não combina com a graça e a fé; no entanto, isso não elimina o jejum
do Novo Testamento, porque Jesus disse que, depois que o noivo fosse tirado, quando ele partisse, era para agora, era para esse tempo da graça, do início da sua ausência até os dias do seu retorno. Mas qual o papel do jejum? Nós podemos aprender algo com Aquil, que é o modelo e exemplo: o Senhor Jesus, no final do jejum, quando o Diabo disse para ele "transforma essas pedras em pães", o Diabo não estava tentando Jesus a quebrar o jejum; ele já tinha terminado os 40 dias. A Bíblia diz que ele teve fome. Eu tenho repetido aqui
várias vezes: a fome que ele teve não foi uma fome qualquer. Aquilo é fome literal; as reservas de gordura se acabaram, e agora vai começar o processo de inanição, consumo de tecido vivo. Então, é diferente quando te dá o desespero de pular uma ou duas refeições; nós estamos falando de uma questão de sobrevivência. Mas a tentação não era, verdadeiramente, para comer; era a maneira de adquirir o alimento. Então, o Diabo disse: "Se você é o Filho de Deus". O que o Diabo está tentando é: "Aja como Deus e não como homem". Se Jesus fizesse isso,
ele não seria o nosso representante legal para o sacrifício vicário na cruz. Mas o interessante é a resposta de Jesus: só podia dizer "não vim para agir como homem, permanecerei assim". Jesus olha e cita um texto bíblico: "Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus". Ele está vivendo o mais desesperador nível de fome que o ser humano pode experimentar, mas ele está dizendo para o Diabo: "Eu tenho mais fome pelas coisas espirituais do que a pressa desse alimento que você está tentando me incitar", ainda que
seja um caso de sobrevivência, de vida ou morte. A pergunta é: se é possível a gente viver esse nível de fome e desespero pelo espiritual maior do que alguém que, no modo de inanição, precisa de comida. Por que nós, de uma forma geral, e vou generalizar agora, temos nos tornado uma igreja tão apática espiritualmente falando? O que falta no nosso tempo, gente, não é comida; o que está faltando para o povo é fome. Eu lembro quando eu li pela primeira vez o testemunho do irmão, um homem do céu. Tive o privilégio de conhecê-lo, encontrá-lo. Depois,
esse homem se converteu no contexto da igreja seguida na China. As pessoas não podem ter Bíblia. Quando, depois de um tempo de oração, ele milagrosamente tem acesso a uma Bíblia e decorou o Evangelho de Mateus inteiro, capítulo por capítulo, versículo por versículo, em um mês, porque, na hora de pregar o Evangelho para os outros, não poderia andar com a Bíblia na mão, então tinha que sabê-lo de cor. A gente tem liberdade, não é perseguido por ninguém, e não abre a Bíblia para nada. O que está faltando para a gente não é comida; o que falta
é fome. Há uma indiferença. Agora, a pergunta é: é possível quebrar essa indiferença para entrarmos no lugar do grande derramar do Espírito Santo? Eu quero te dizer: sim. Porque, quando Jesus responde Satanás, ele responde citando um texto bíblico. Qual é? Deuteronômio 8. Eu quero que você abra lá comigo: Deuteronômio, capítulo 8, verso 3. Eu quero que você entenda, em terceiro e último lugar, o que eu vou chamar aqui de a didática do jejum. O jejum não tem a ver com o mérito, não tem a ver com o merecimento. O que ele carrega consigo é uma
pedagogia, um elemento didático. Ele tem a capacidade de comunicar um nível de entendimento que outras coisas não comunicarão. Em Deuteronômio 8:3, Deus, por meio de Moisés, diz assim: "Ele te humilhou e te deixou ter fome e te sustentou com maná que tu não conhecias, nem os teus pais conheciam, para te dar a entender que nem só de pão viverá o homem, mas de tudo que procede da boca do Senhor viverá o homem". Olha os verbos: "Ele te humilhou, te deixou ter fome". A única coisa que agrega esses dois elementos, humilhação e fome, é o jejum.
No Antigo Testamento, ele é chamado de humilhar ou afligir a alma. Um dia, alguém falou: "Não, eu não gosto de jejuar porque não me sinto bem". Eu falei: "A ideia é essa; é tirar o foco da sua alegria em questões naturais e terrenas". É lógico que a alma fica desconfortável, gente, e não é nem só ausência de comida; às vezes é ausência do tempo de mesa, de comunhão, de vários fatores. Outro dia, alguém falou para mim: "Não, não gosto de jejuar, porque eu tenho fome". Falei para ele: "A ideia é essa". Aí as pessoas perguntam:
"Mas...". Por que humilhação e fome? Ele te humilhou, te deixou ter fome e, só então, te deu acesso ao maná que nem você nem seus pais conheciam; para te dar a entender, outra tradução, como a Nova Almeida diz, para que compreendessem que nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus. E diz: "Tem certas coisas que não serão compreendidas de outra forma, a não ser com o uso de uma didática especial". E quando Deus tira o prazer de alguns níveis de deleites inferiores, Ele te leva a um
lugar de uma percepção de deleites superiores. Os seus olhos vão se abrir. O jejum muda o centro de gravidade na vida de quem o pratica. O centro de gravidade puxa para a terra, puxa para baixo, natural e o da carne. Mas no Reino de Deus, o centro de gravidade puxa para cima. Buscar as coisas que são do alto, pensar nas coisas que são de cima. Eu sempre digo isso: todo mundo que jejua com regularidade testemunha as mesmas coisas. O coração fica blindado contra ofensas; as coisas materiais perdem absurdo inexplicavelmente o seu valor. Por quê? Porque
há uma operação além da nossa capacidade de entendimento que abre a mente para compreender outros valores. Há uns anos e pouco atrás, um gigante espiritual dessa nação, que eu respeito, nós estávamos num evento ministrando juntos e ele não conseguia esconder; eu estava vários dias em jejum e ele me fez uma pergunta. Não consegui esconder que ele estava jejuando. Ele falou assim para mim: "Subirá, eu acho que de todo mundo que eu conheço, você está entre os que mais jejuam, não só pela regularidade, a recorrência, né, como também pela intensidade, pelo tamanho dos jejuns que você
faz". Ele me olhou e fez uma pergunta que ninguém tinha feito até então: "O que tem te levado com tanta paixão e determinação a esse lugar de entrega ao jejum?" Eu falei para ele: "Se o senhor me perguntasse isso aos 18 anos, quando eu comecei a fazer de três a seis dias de jejum todo mês na água, eu falei para ele que a minha resposta seria fome pelo sobrenatural. Eu queria ver o poder de Deus. Eu não queria um ministério baseado na força do braço". E eu falei para ele: "Eu posso te garantir que o
jejum tem me dado acesso ao sobrenatural, mas hoje não é mais meu propósito; é um excelente efeito colateral, é uma excelente consequência, mas não é meu propósito". Ele falou: "Hoje, qual é o propósito?" Eu olhei para ele e sintetizei com essa frase: "A capacidade de perceber os deleites espirituais". Ele fez uma cara de curioso e falou: "Me fale mais sobre isso". Falei: "Para te explicar isso, eu vou ter que dar um exemplo. Já dei isso aqui antes, mas por mais que você tenha ouvido, eu não vou me cansar de repetir. Eu acho que ele ilustra
bem. Quem faz jejum prolongado tem o hábito de inserir um pouco de suco ou sumo do limão na água por dois motivos. O Dr. Al, por exemplo, insiste comigo, todo o jejum que ele me acompanha, antes, durante e depois, que eu possa me manter altamente hidratado, beber até mais água do que o normal, e ele pede que eu dê atenção ao pH da água: água alcalina, pH de sete para cima. Só que o problema é que, quanto mais alto é o pH da água, embora a qualidade seja melhor, o sabor fica ruim. Tem gente que
diz que água não tem sabor, mas quem jejua discorda. O paladar fica tão apurado que você consegue perceber. Eu tenho água que eu bebo e sinto que mudou a composição de metais, eu sinto no gosto. Só que quando você pega uma água que não tem o gosto salobra, como a do pH alto, normalmente é porque o pH é baixo. Então, se o gosto não é ruim, a qualidade é ruim. E você resolve as duas coisas com limão: se o gosto é ruim, o sabor do limão masca água de qualidade alta com sabor ruim, mas se
o gosto não é ruim, a qualidade é baixa; o limão vai alcalinizar a água e resolver o problema do pH. Então, seja um lado ou outro, o limão resolve. Então, a gente passa a adotar isso. Eu estava vários dias já num jejum prolongado, ministrei em um evento e saí com um grupo de pastores para almoçar. Alguém falou para mim: "Brá, você não tá comendo? Vá para o hotel". Falei: "Cara, já não tô comendo, não preciso perder o tempo de mesa e comunhão. Falei: ‘Vou sentar com vocês’". Aí o cara falou: "A gente vai ficar constrangido".
Falei: "O problema é seu". Aí eu achei que fui meio grosseiro e tentei brincar: "Mas hoje vai ser banquete". Ele: "Banquete é jejum, não é?" Falei: "Não, é que hoje vou tomar água com gás com limão espremido". Então, para quem está jejuando, é banquete. Eles riram; a situação ficou meio controlada e lá fomos nós. Quando cheguei, o garçonete veio à mesa e falei: "Amigo, só vou te pedir uma coisa: preciso de uma água com gás e um copo à parte com limão espremido". Ele: "Beleza". Daqui a pouco, ele volta, mas em vez de trazer um
copinho pequeno, como normalmente serve, que eu brinco e chamo de seu copinho de pinga, com meio limão ou um limão espremido, é o máximo que costumam servir. O garçonete volta com um copo grande, cheio até praticamente a boca. Quando vi aquilo, pensei: "Ele não me entendeu, deve ter achado que eu queria limonada". Então, antes de reclamar, provei. Quando provei, percebi: "Falei, tá doce". Chamei o garçonete e falei: "Amigo, vem cá, eu não queria uma limonada adoçada, só queria o limão". Ele falou: "Mas isso não é limonada, é limão puro". Falei: "Impossível, tá doce". Ele arregalou
os olhos e falou: "Impossível?" Digo eu: "Que viu o cara da cozinha espremer". Só limão. Aí, eu pensei: "Eu tô doido". Eu peguei, provei de novo, e falei: "Tá doce". Ele falou: "Não pode". O pastor, na minha frente, curioso, tomou na minha mão e foi pro tiro. Ele falou: "Deixa eu ver". Quando ele prova, fez uma cara de azedo e fala: "Pelo amor de Deus, tem nada de doce aqui! Você tá maluco!" Eu pensei: "Eu tô doido mesmo". Provei a terceira vez e falei: "Pra mim tá doce". Ele provou a segunda vez, aquela cara de
azedo de novo. O povo todo da mesa ficou curioso, todo mundo começou a entrar no tira-teima. Eu quase fiquei sem limão, mas todo mundo fazia cara de azedo e dizia: "Você tá doido". Foi só nessa altura que eu lembrei e falei: "Com o jejum, eu conseguia perceber a frutose do limão, o açúcar natural da fruta, que ninguém conseguia perceber, porque o meu paladar, diferente do deles, estava completamente limpo e sem a concorrência que o deles tinha". Eu olhei para esse pastor e falei: "Eu acho que isso ilustra bem o que o jejum tem feito por
mim no plano espiritual". Às vezes, eu tô com a Bíblia aberta e a pergunta é: "Isso sempre foi doce desse jeito, e eu que não percebia?" O tempo todo, eu tenho entrado em alguns lugares, no momento de oração e adoração a Deus, e fico me perguntando: "51 anos, e eu nunca percebi antes esse nível de doçura?" Porque o jejum tem a capacidade de te fazer perceber e não te deixa entreter só com pão, e te leva a uma capacidade de compreensão que o pão espiritual da palavra é muito mais elevado. Não significa que Deus não
nos deu prazeres que são lícitos, como alimentar-se, mas isso é inferior quando você entra na percepção de coisas maiores. Aonde eu quero chegar com isso: alguns dias depois do limão, eu tô em outra mesa com pastores e preletores do evento, só conversando, assistindo a turma. Um termina de almoçar e vai pra sobremesa. Pegou uma salada de fruta e diz: "O limão tá doce, imagina as outras frutas!" Só que aí eu vejo ele pegar uma lata de leite condensado e começar a encher a taça de salada de fruta com aquilo. Vai me dando desespero só de
imaginar o tanto de leite condensado que ele tá colocando. A minha vontade é gritar com ele: "Você não precisa botar nada na fruta! A fruta já é doce!" Mas eu mesmo lembro que, quando eu como, ele consumia açúcar e eu não conseguia mais sentir o doce da fruta. Eu penso: "Não adianta falar. Se ele não fizer o que eu fiz, não passar pela desintoxicação e a limpeza que eu passei, ele nunca vai perceber isso". O que me assusta é que a maioria dos crentes decidiram se satisfazer com leite condensado e não estão conseguindo perceber o
que Deus tem. Há uma didática no jejum. A palavra "jejum", no grego, "nêstis", é uma palavra composta: "nê" é um prefixo de negação e "stis" é comida. Então, jejuar, em essência, significa não comer. Hoje em dia, a gente aplica o jejum para qualquer outro tipo de abstinência, mas não usa para o principal. Aí você vê o crente dizendo: "Tô jejuando", referindo-se a rede social. Não tô dizendo que não possa, mas as outras deveriam ser complementares e não substitutas do jejum do alimento. Quem tá entendendo? Números 30, na lei dos votos, Deus fala de pessoas que
fazem um voto a Deus e abrem mão de algo importante só para afligir sua alma, estavam dizendo: "Vou me negar a alguma coisa que eu gosto só para me afligir e lembrar que o Senhor tem um preenchimento maior do que qualquer uma dessas coisas". Então, não estou dizendo que não caia em outras abstinências. Paulo fala sobre isso em 1 Coríntios 7, nos primeiros versículos. Ele estabelece a relação entre marido e mulher, e o que for disso é considerado imoralidade. Mas ele vai dizer no verso 5: "Não se neguem, não se privem um ao outro". Traduzindo:
Paulo está falando a marido e esposa que eles vivam um avivamento na área íntima de contato físico e sexual. Isso é uma bênção, a dádiva de Deus para o casal. E está dizendo: "Tem que ser intenso nisso". Aí diz assim: "A não ser...". E aí, biblicamente, você tem uma exceção para uma pausa nesse avivamento: "A não ser quando os dois, de comum acordo, concordam em se dedicar à oração". O que Paulo tá dizendo é que, quando o casal tá vivendo o avivamento íntimo deles, não podem orar? Não! Ele tá dizendo que a oração é medida.
E sabe o que ele tá sugerindo? Dê uma pausa no leite condensado para resgatar a percepção do doce da fruta. Há um lugar mais profundo em Deus que muitos de nós não temos conhecido. Temos perdido de vista. Quando Joel tá dizendo: "Sai o noivo da sua câmara, sai a noiva dos seus aposentos", ele diz: "Essa festa é lícita, é bênção de Deus". Mas há momentos em que, se você quer entrar em deleites superiores, você precisa pausar isso. Ele não tá falando de uma pausa permanente, mas de uma pausa temporária. Esse é o poder da abstinência
na prática da vida cristã. Não tem nada a ver com mérito, tem a ver com algo que vai abrir os seus olhos, que vai trazer percepção espiritual e vai te levar a experimentar coisas que você nunca experimentou. Então, a pergunta é: queremos mesmo esse avivamento? Queremos mesmo o enchimento do Espírito Santo? Porque o caminho que pavimenta a chegada disso continua o mesmo. Assim como nos dias de Joel, houve um chamado ao jejum. Assim como nos dias de Pentecostes, ou que o anteceder, houve toda uma preparação. Me ouça com atenção: Deus vai restaurar. Eu não vou
nem dizer só restaurar; Deus vai nos levar à cultura do jejum em um nível nunca antes visto, para que a gente possa... Vivenciar essa dimensão de chuvas e de grande colheita como também jamais foi visto; e, se você quiser mais do que só brincar de ser crente e ser crente de verdade, há um chamado do coração de Deus: voltem-se a Mim de todo o coração. Há um lugar mais profundo. Eu sei que hoje estamos dando alimento sólido e pesado para alguns digerirem, mas nós também precisamos discernir. A Bíblia diz: "quem tem ouvidos, ouça o que
o Espírito diz". Há um ambiente, uma convocação profética nesse lugar, e Deus está nos chamando a entrar no lugar mais profundo. Eu quero provocar você a dar uma resposta a Ele. Vamos ficar em pé para parecer que está acabando. Mud foi um grande evangelista, um dos ícones do ministério evangelístico nos Estados Unidos, um instrumento de Deus não apenas para ganhar cerca de meio milhão de almas, mas para provocar Avivamento nos seus dias, não só no seu ministério local, mas também pregando em muitos lugares. Ele tinha uma declaração: “Deus não despede ninguém vazio, exceto aqueles que
são cheios de si mesmos”. Mas se eu e você aceitarmos o chamado ao esvaziamento, haverá um novo preenchimento. Quem está entendendo? Eu gostaria que nós pudéssemos ter um tempo de oração. Alguns de nós precisamos começar respondendo a Deus agora mesmo em arrependimento. Alguns de nós estamos brincando com pecado, estamos brincando com Deus, esquecendo que a Bíblia diz que de Deus não se zomba, que Ele não se deixa escarnecer. A Bíblia diz: “tudo que um homem semear, isso também se fará”. O que semeia na carne, da carne vai colher corrupção; o pecado vai te arrebentar, vai
estragar sua vida, vai te afastar de Deus, vai te drenar as forças, a energia, a vida espiritual. Mas a Bíblia diz: “o que semeia no Espírito, no Espírito vai colher a vida eterna”. Sabe, nós precisamos ouvir a voz de Deus. Eu não vim te apontar o dedo, não vim jogar pedra em você. Eu sei que o tom de voz da mensagem está um pouco contundente porque eu estou ardendo aqui dentro, mas Deus, amorosamente, está nos chamando: "volta, volta para Mim de todo o coração". Nós temos gente em diferentes níveis de maturidade. Talvez a resposta de
entrega de cada um será diferente, tem a ver com o momento que você vive. Mas nós precisamos ir além. Nós não podemos aceitar ficar estagnados, nem tão pouco retroceder. Nós precisamos ir além! Você recebe essa palavra? Eu gostaria que você começasse a falar com Deus. Eu pedi para você ficar em pé, mas faça isso como achar melhor: em pé, sentado, de joelhos, no seu lugar, orando em voz alta ou em voz baixa. Mas eu gostaria que nós tivéssemos alguns minutos de oração e rendição. Enquanto isso, os músicos vão ministrar. Mas você não vai cantar com
eles ainda; mas, daqui a pouco, nós vamos fazer do cântico também uma oração e um clamor, para que o derramar do Espírito Santo venha não só como na primeira vez, mas de forma ainda maior e intensa. E a gente não precisa apenas começar lentamente algo aqui que talvez só vai ser experimentado daqui algum tempo: você pode receber um toque marcante, poderoso, único, singular, sobrenatural ainda nessa reunião. Então, desligue de quem está perto de você. Mesmo marido e mulher, vou pedir que cada um se coloque diante de Deus e ore por si. Fale com Deus agora,
do seu jeito, da sua maneira. Espírito Santo, vem sobre nós, sopra neste lugar Teu fôlego de vida, como o Senhor soprou sobre aquela visão de Ezequiel 37, do vale de ossos secos, mesmo sobre aqueles que se esfriaram, tropeçaram, que estão, ó Deus, sendo vítimas de uma prisão da carne, do pecado. Nós oramos que os olhos se abram; nós oramos que o temor do Senhor toque o coração. Nós oramos que eles ouçam a Sua voz, e, como diz o livro de Hebreus, citando o Antigo Testamento: “se hoje ouvires a Sua voz, não endureça o coração”. Que
um de nós oferte resistência, mas que essa seja uma noite de arrependimento, de rendição, de entrega. E nós oramos: estende a Tua mão, toca as nossas vidas, cumpre o Teu propósito para esse tempo e essa hora. Nós clamamos por Avivamento; nós queremos ir além, não queremos brincar de igreja nem de evangelho, nós queremos a plenitude de Deus. E nós clamamos por isso: vem sobre nós, Senhor, em nome de Jesus.