olá boa noite a todes bem-vindos a mais uma jornada pedagógica companhando a educação esse ano com o tema uma um tema provocação a escola forma leitores eh que alegria estarmos aqui em mais uma jornada né no caso na sexta edição da jornada pedagógica eu acho que o fato da gente estar eh num programa que tá se tornando tradição hiperene aqui eh no campo da educação literária revela né um compromisso da editora Companhia das Letras com a Educação como um todo né dentro do país e com a Educação Literária especificamente e mais do que com a
educação literária com a formação de leitores críticos e proficientes e e uma vez que esse compromisso se renova e se aprofunda cada ano acho que se aprofunda também o compromisso com a própria democracia envolvida na leitura e nesses leitores críticos e proficientes que todos queremos né e nos unimos em rede para conseguir formar eh antes da gente começar a nossa mesa de hoje a escola forma leitores uma conversa a partir da pesquisa retratos da leitura eu vou fazer aqueles avisos iniciais e agradecer aqui de antemão a Mais Diferenças que faz a interpretação em Libras deste
evento hoje nas pessoas da Gabi Calvo e da Flávia Galheigo que vão fazer a interpretação em Libras desta mesa queria agradecer também muitíssimo a própria editora Companhia das Letras né que nos confia eh na execução desse trabalho todos os anos a gente faz uma jornada agora eh pedagógica no início do primeiro semestre e no segundo semestre a gente tem uma jornada de práticas em que os educadores trazem as suas práticas com educação literária né para compartilhar com se os colegas eh então já tô anunciando aqui que no segundo semestre a gente vai ter jornada de
práticas como continuidade e extensão desdobramento né dessa jornada pedagógica além disso gostaria muito de agradecer a equipe da Companhia na educação que tá nos bastidores né paraa execução desse evento e divulgando para que ele chegue nos educadores Brasil Adentro e agradecer vocês né educadores e público que estão aqui né acompanhando mais uma edição desse evento eu digo que esse evento só acontece porque todos os anos vocês nos honram com a atenção e companhia de vocês e nos deixam entrar nas casas de vocês e nos locais de trabalho espero que seja um encontro muito proveitoso para
todos nós e vou aos os avisos um pouco mais eh burocráticos né eh as inscrições eh seguem abertas então se você não fez a sua inscrição e tá acompanhando o evento pelo YouTube você pode fazer sua inscrição ainda para conseguir receber o certificado né no final da jornada além disso para você participar do sorteio se você já tá inscrito você só precisa preencher o link do sorteio né que é pro público que nos acompanha de maneira síncrona então esse é o link do sorteio eh mas só pode participar do sorteio as pessoas que tão inscritas
tá bom eh e eu tô falando de sorteio mas vamos ao kit de livros que vai ser sorteado na noite de hoje são kit de quatro livros né teremos três sortudes na noite de hoje o kit de livros traz o livro o kit de livros a redundância né eh Azo Haiti da Pat Wolf um livro imagem lindíssimo né que fala um pouco sobre a questão do refúgio eh e uma narrativa poética e ilustrações deslumbrantes em sintonia da Jéssica Nitelli aqui a gente também o o tem o um livro de uma das nossas convidadas da noite
de hoje da Maria Valéria Rezende é o Lobo da Guará Vermelha e o último lançamento do Jefferson Tenório de onde eles vêm então eh não deixem de se inscrever pro sorteio eh quem já tá inscrito na jornada quem não tá inscrito na jornada se inscreva na jornada e no sorteio para concorrer a esse belíssimo kit de livros e daí aqui sem mais delongas né vou chegando já no tema a da dessa jornada e especificamente desta mesa de hoje né o tema da jornada desse ano a escola forma leitores é uma provocação feita a partir dos
resultados né da pesquisa retratos da leitura no Brasil que foram divulgados no ano passado e pra gente começar né a abertura dessa eh jornada a gente traz aqui a Zoara Faila é que há tempos organiza esta pesquisa para apresentá-la né a a todos nós né e aos muitos educadores a Zuara Faila é socióloga formada pela UNESP com mestrado em psicologia social pela PUC de São Paulo ela coordena os projetos do Instituto Próivro e a pesquisa retratos da leitura desde 2007 ela foi coordenadora do programa Melhorias do Ensino Médio da Secretaria eh de Educação de São
Paulo e é presidente do sindicato dos sociólogos entre outras atividades né ela organizou eh diversas edições dos livros né que divulgam os resultados das pesquisas retratos da leitura eh no Brasil e foi autora de vários artigos né sobre o hábito de leitura dos brasileiros então queria chamar aqui a ao nosso palco eh virtual a Clara para trazer pra gente afinal de contas como é que aparece né eh o o contexto educacional né e o contexto da formação de leitores na retratos da leitura bem-vinda Zoara obrigada pelo convite boa noite a a todas e todos que
estão aqui né nos prestigiando nesse momento é uma honra participar né dessa jornada tá iniciando essa jornada e essa provocação é o que a gente espera né eu acho que quando a gente divulga essa pesquisa que é robusta né eh realmente provocar né reflexões sobre o que ela revela e infelizmente esse ano né a gente teve aí uma regressão no percentual de leitores que eu vou mostrar daqui a pouco mas eu acho que isso nos provoca mais ainda né a a olhar paraa escola para saber o que que tá acontecendo né por que que não
melhoramos esse retrato super obrigada por pelo convite antes da gente começar com a sua apresentação aqui da Retratos a gente esqueceu de se autodescrever eu vou fazer a minha autodescrição daí eu passo para você e daí você já fica aqui na tela e já entra na Retratos tá bom bom eu sou Rafaela eu sou uma mulher de 43 anos com os cabelos grisalhos uso óculos tô com uma jaqueta colorida de amarelo preto e verde e atrás de mim tem um um armário agora com você Zoara eu eu sou a Zoara né eu tenho eh eh
eh mais de 70 anos né sou tenho cabelo de castanho tô usando um óculos meio arredondado disse que tá na moda tem uma blusinha aqui azul né e é isso então bora lá para retratos da leitura decidi falar o meu cenário aqui tem uma estante de livros à esquerda e esqueci os guarda-chuvas lá atrás perfeito você quer que a gente já chame a apresentação da por favor uhum sim eh bom a essa edição da Retratos né que é a sexta a gente conseguiu realizar por conta do da lei juanê né o o patrocinador foi o
o banco o Itaú Unibanco e a gente teve parceria aí da Fundação Itaú e apoio do das entidades do livro né câmara Brasileira Isn e Abrelivros podemos passar eu já falei isso podemos passar a pesquisa eh a Rafaela falou ela começou em 2007 ela acontece a cada 4 anos né e pra gente construir uma série histórica ela segue sempre uma mesma metodologia né apesar de ser atualizada a cada edição pra gente contemplar o que tá acontecendo no cenário da leitura né e ela desde 2007 foi realizada pelo Instituto Prolivre e a metodologia que inspira é
a do Celuque da UNESCO a população alvo é com mais de 5 anos podemos passar a amostra é bem robusta ela tem 5.500 500 entrevistas né ela possibilita a leitura por regiões e todos os estados brasileiros é uma pesquisa que a gente chama de face a face porque ela é feita na na no no nos domicílios e tem 147 questões né como eu falei ela é bem robusta e quem é o pode passar quem é o leitor para pesquisa né é aquele que leu inteiro ou em parte pelo menos um livro de qualquer gênero impresso
ou digital num período de 3 meses e não leitor foi quem não leu nesse período mesmo que tenha lido fora dos 3 meses podemos passar eh e mesmo com uma definição que eu acho bastante generosa né que considera inclusive um pedaço um trecho de um livro lido nós tivemos como eu antecipei uma redução no percentual de de leitores é a primeira vez que nós temos mais leitores 53% dos brasileiros disseram que não leram nenhum trechinho do livro né isso representa mais de 100 100 milhões de brasileiros podemos passar e piora quando a gente verifica livros
inteiros só 27% dos brasileiros foram leitores de livro inteiro indicados pela escola 12% lidos por vontade própria 43% bíblias 22% parecido com a leitura de literatura por vontade própria são leitores de literatura 50 milhões de brasileiros podemos passar e a gente verificou redução em todos os segmentos da pesquisa né o o as mulheres continuam sendo mais leitoras né temos mais leitores mas também houve uma queda quando a gente olha por faixa etária a única faixa etária que não teve redução foi de 11 a 13 anos todas as outras tiveram redução e a a que nos
impactou mais foi dos 5 aos 10 anos né vocês percebem ali era 71% passou para 62% uma queda de 9 pontos percentuais podemos passar quando a gente olha estudantes também tivemos uma queda de quatro pontos percentuais 77% dos estudantes são leitores quando a gente olha por escolaridade a gente teve uma queda importante né na nos estratos que era onde a gente tinha maior percentual de leitores que é o nível superior podemos passar eh e e na outra no outro slide a gente vai verificar que o pessoal que tem um nível de eh uma renda maior
né aqui é importante olha aqui são estudantes fundamental um né tá em sintonia com a faixa de 5 a 10 que a gente viu queda uma queda de cinco pontos percentuais 81% são leitores fundamental dois manteve né bate com a com a faixa dos 10 aos dos 11 aos 14 queda no ensino médio de sete pontos superior manteve tá dentro da da do margem de erro podemos passar pro próximo e essa é uma é uma informação aqui pra gente reter né a gente tá perdendo eh leitores dentro da idade escolar né principalmente nos anos a
idade de formação do leitor né a gente viu do CO aos 10 e fundamental um nos anos iniciais e no ensino médio né a gente consegue manter nos anos finais eu até tô avaliando eu não quero perder tempo nisso mas a gente até tá sabe que a pandemia impactou aí né porque foi essa garotada foi quem mais sentiu né a a a a o ensino remoto sem sem a livros né mas também práticas leitoras caíram podemos passar paraa próxima depois a gente retoma renda familiar eu já falei olha a queda em quem tem mais de
10 salários mínimos de de 70 para 59% e são as classes né os segmentos mais favorecidos e que tinha onde tinha o maior percentual de leitores podemos passar livros lidos olha aqui nós temos livros inteiros não chega um 082 se você olhar para leitores também não melhora muito né não chega dois ó lá 1,75 livros inteiros você viu que tá tá tudo tudo caindo né a curva descendente em tudo em todos os segmentos que a gente olha e livro podemos passar podemos passar ó vamos olhar ali os na segunda linha indicados pela escola didáticos 1.3
literatura indicada pela escola não chega um né 0,97 e e houve queda né em de 2015 2019 queda em todos os os perfis podemos passar menos 12 meses será que melhora que a gente falou que né a gente tá olhando para três meses também tivemos queda importante olha livros livros inteiros né de de 2,5 para praticamente dois né e no total de 4,95 para 3,86 um livro menos por ano no nesse período né redução podemos passar escola eu gosto de de olhar a escola né num período de um ano literatura 1.68 não chegam a ser
dois livros de um período de um ano podemos passar e as motivações né o gosto desde da primeira edição o gosto é a principal motivação para aqueles que são leitores né depois distração atualização conhecimento geral bate aí com distração que é uma leitura mais utilitária podemos passar quando a gente olha por faixa etária o gosto né ele aparece do 5 aos 10 38% dos 11 aos 13 31 dos 14 aos 17 34 também é um percentual pequeno né quando a gente pensa numa numa faixa etária que está em formação podemos passar e mesmo gostando a
gente perde esses leitores né exatamente é eu vou falar isso daqui a pouco eles gostam o que que tá acontecendo que né que a gente não tá conseguindo alimentar esse gosto né olha aqui livro de literatura né eh eu gosto sempre de olhar por faixa etária dos 5 aos 10 não lê 46% né ou lê eh pelo menos eu o todos os dias só uma vez por semana 25% né bate com quem não lê praticamente se a gente somar os dois ali isso vai piorando né dos 11 aos 13 melhora um pouquinho todo dia depois
vai caindo dos 12 aos 17 12% todo dia e aumentando não leia lá 49 57 61 conforme a faixa etária cresce cresce o percentual de quem não lê podemos passar aqui livro didático 48% dos 5 aos 10 ler todo dia 33% dos 11 aos 13 e dos 14 aos 17 22 também vai crescendo ali o percentual de quem não lê né 14 17 25 provavelmente ali já no ensino médio podemos passar gêneros que costumam ler aí é pensando em brasileiros né a Bíblia em todas as nossas listas está em primeiro lugar né podemos passar e
lugar onde costuma ler e eh essa essa essa tabela aqui é é assustadora né sala de aula em 2007 35% diziam que liam em sala de aula agora são 19% e da edição passada para essa houve uma um uma queda de quatro pontos percentuais de 23 para 19 bibliotecas em geral né nós escolares também caiu de 20 para 14% do de 2 2019 para 2020 podemos passar isso né sempre olhando por faixa etária a casa em todas as faixas etárias é o é o lugar eh de preferência para leitura né agora quando a gente olha
a sala de aula mais uma vez aqui né dos 5 aos 10 63% estão lendo em sala de aula de 11 a 13 55 nas bibliotecas 40% de 5 a 10 32% de 11 a 13 25% de 14 a 17 eu só tô podemos passar eu eu tô focando mais né nas faixas etárias e no nos segmentos que nos interessam para análise né pro pro para nossa discussão aqui eh e por que que as pessoas por que que os leitores eh não leem por falta de tempo é disparado desde a primeira edição eh a metade
né 46% não lembro por por falta de tempo mas aqui também já começa a aparecer paciência tá cansado não tem biblioteca 7% podemos passar esse esse dado é importante acho que todos são mas esse aqui explica algumas coisas né eh o que que a pessoa o que que o brasileiro está fazendo seu tempo livre olha lá em cima uso de internet né de 2015 para cá foi de 47 para 78% o os chats né 62 para de 43 para 71% assiste televisão tá caindo agora aqui embaixo eu eu eu grifei ali em vermelho lê livros
em papel ou digitais caindo né de 24 para 20% aqui aparecem dados que tão novos né como eu falei a gente tá sempre atualizando podcast 12% mas podemos passar eu acho que o mais importante é a gente verificar essa fuga do tempo livre né do livro e e aí eu eu acho legal também a gente comparar aqui leitor e não leitor se vocês olharem aqui embaixo vocês vão perceber que o repertório de atividades dos leitores é muito maior do que do não leitor e aí são todos os gêneros de atividades né são culturais de arte
sociais esporte se vocês compararem as frequências do leitor é muito maior né eh a única coisa que empata é não faz nada descansa e dorme é a única coisa que empata leitor e não leitor se você olhar aqui ó o vermelhinho é leitura de livros em papel digitais o leitor 37% o não leitor né provavelmente leu depois dos 3 meses 6% podemos passar por faixa etária né eu acho importante aqui olhar que cresce a partir dos 11 anos cresce muito quase 90% né quem está na internet olha a partir do 14 93% na no no
nos chats né nas mensagens da partir do 14 78% e depois passa dos 80 agora aqui embaixo isso aqui eu acho bem preocupante joga videogames ou outros jogos dos 5 aos 10 43% dos 11 aos 13 39% depois 34% então dos 5 aos 17 né eles estão nos videogames agora e a leitura de livro dos 5 aos 10 25% dos 11 aos 13 22% dos 14 quer dizer é a metade né eh tá lendo o livro mais de mais de 40% nos videogames podemos passar eh qual é a atividade que mais porque o pessoal fala:
"Ah tá bom mas tá na internet e tá lendo o tempo todo." Será né olha aqui quando a gente pergunta "E aí o que que tá fazendo né na internet?" principalmente trocando mensagens ou nas redes sociais TikTok né instagram acabou assistindo o filme mais uma vez aqui né litura de livros 6% podemos passar quais as Isso aqui também é impactante dificuldades para ler né aqui a gente tem inclusive problemas de visão mas quando a gente olha não tem paciência lê devagar não tem concentração não compreende a maior parte do que lê nós estamos olhando para
habilidades de leitura são aqueles que que não compreendem aquilo que leem são os analfabetos funcionais 36% que bate com o percentual do INAF podemos passar gosto pela leitura também tá em queda né ah não gosta subiu de 22 para 29% e gosta muito caiu de 31 para 26 né podemos passar aqui foi eh o que a Faela antecipou né dos 5 aos 10 anos é onde a gente encontra o maior percentual daqueles que dizem que gosto de ler olha lá 41% diz que gosta muito 45% gosta um pouco né depois dos 11 vai caindo né
em geral ou gosta muito ficar abaixo de de 30% e vai elevando a partir dos 14 não gosta né que vai de 27 e acaba em mais de 30 a partir dos 40 anos mas a pergunta é se se nessa faixa etária eles gostam de ler por que que a gente tá perdendo essa essas crianças pelo caminho né podemos passar influência e formação sobre a mediação aqui a gente compara leitor e não leitor né eh lê sozinho o leitor lê muito mais sozinho do que o não leitor 91% disseram que lem sempre ou às vezes
não leitor 64 o pai lia 29 leitor 18% não leitor a mãe lia 49% entre os leitores 29% entre os não leitores e os professores aqui não tem muita diferença 89% leitores 79% os não leitores agora a gente não sabe como era essa prática da leitura dos não leitores podemos passar podemos passar eh aqui embaixo na última linha ninguém influenciou ou incentivou os não leitores 85% né e 54% dos leitores também é um é um percentual alto né mas olha o não leitor e quem são os principais influenciadores né a mãe aparece em primeiro lugar
depois o professor mas vocês olham o vermelhinho é o não leitor sempre é bem abaixo do percentual do leitor né se a gente somar mãe e pai a família eh alcança aí 20% e ultrapassa o professor podemos passar usuá desculpa tá correndo tanto imagina eh a gente bateu os nossos 20 minutos iniciais eh mas antes de encerrar acho que seria bastante interessante você mostrar aqueles dados sobre quais são os livros né que as e os autores que as pessoas lembram de ter lido tá podemos pular para esse dado o último último livro lido acho que
é o melhor uhum perfeito então a gente vai voar um pouquinho e a gente perfil leitor do professor isso a gente não pode passar olha os livros pode voltar um pouquinho isso e é não leitor não o outro o outro o o os livros que eles estão lendo mais um ixe pode ir ficou tudo preto aqui ah não aqui tá tá dando para ver o último livro lido ou está lendo eu não tô vendo então mas o que vocês verificam aí tem Bíblia uhum livros religiosos certo e autoajuda né com esse repertório de leitura fica
aí a pergunta sobre como é que eles conseguem praticar atividades que sejam significativas mobilizadoras eu continuo com a tela preta aqui eh perfeito você quer acho que a gente pode então aproveitar que a tela tá preta e encerrar esse voltou então tá bom então ó 62% dos professores não tá lendo livro nenhum agora eh falando lá da lista eu já posso ir antecipando enquanto vocês chegam na nos últimos livros lidos tá tá bom eh no nos últimos livros lidos a gente até tem uma atualização né aqui são os mais marcantes não é mais para frente
nos mais marcantes aparecem os livros que as pessoas provavelmente eh eh leram na escola porque né ele se repetem em todas as edições agora no último livro lido quando a gente olha para autores eu até grifei e aqui ó o último livro lido olhem lá o grande conflito Café com Deus aí aparece Pequeno Príncipe Diário de Baneno Diário Dianel Frank tudo bem é Harry Potter pai rico pai pobre se vocês olharem para esses títulos né primeiro um um um número grande de eh eh religiosos né depois os infantis aparecem nos 10 primeiros lugares vamos pros
autores a próxima mais um bom aqui o Pequeno Príncipe passou à frente aqui ó o autor o autor o Isso o próximo todos os que estão em vermelho são religiosos e aí né e espíritas evangélicos agora apareceu menos católico antes aparecia mais agora ã ou Augusto Curi né eh eh livro de autoajuda né ou de livro de autoajuda machado de Assis tá é o único clássico aí em quinto lugar né depois os outros é o o diabo como é que é enfim eh eh são todos de alta ajuda né com exceção de entre os 10
primeiros com exceção de Machado de Assis e depois vem amado ou são religiosos ou são autoajudas mas 79% informam que não estão lendo nenhum livro perfeito a gente vai segurar aqui em suspense né para daqui a pouco trazer muitas das perguntas né o chat já tá aqui pegando fogo né acho que é importante ressaltar que esses são os dados da pesquisa o não é nenhum julgamento moral pelo contrário o que a gente quer é se debruçar sobre eh esses dados de modo a conseguir promover né uma educação literária eh que forme leitores críticos e proficientes
em todos os extratos da população brasileira e para isso é bastante importante a gente se debruçar sobre esses dados né e cada uma das mesas da jornada foi feita pensando em alguns desses dados então eh a primeira mesa que a gente tem amanhã por exemplo a BNCC e o compromisso de formação de leitores na escola tenta ver e os marcos regulatórios da educação nacional afinal como eles se comprometem com a formação do leitor como esses documentos direcionam né a educação literária na escola eh a dificuldade talvez de formar leitores tem a ver com os livros
que são indicados né isso é uma pergunta que tá por trás da mesa literatura e diversidade né descolonizando imaginários se a gente traz livros mais contemporâneos e mais diversos será que a gente não conversa mais de perto com os leitores que estão dentro da escola consegue atraí-los né para esses assuntos eh aonde eles conseguem né se ver se refletir ver suas trajetórias representadas literariamente eh a alfabetização e multiletramentos né eh para pegar justamente nessa faixa etária que a gente viu que a gente tá perdendo leitores ali dos 5 aos 10 eh qual o impacto né
da literatura e da leitura literária para esses multiletramentos e para alfabetização ou seja né o objetivo aqui ao longo dessa jornada eh é se aprofundar né e a gente uma das mesas é formando quem forma leitores então como é que a gente forma né esses educadores que formam leitores qual a trajetória de leitura deles qualítica pública que a gente tem dentro desse país né para melhorar o acesso de livros aos educadores quais são as graduações né quando a gente tá falando de formação de leitores né biblioteconomia pedagogia letras como é que a educação literária tá
inserida nessa nessas graduações então ou seja temos um arco de questões aqui muito grande pra gente debater né hoje e ao longo dos próximos três dias mas agora vou chamar aqui pro nosso debate agradecer a Zoara você já volta daqui a pouquinho vou chamar aqui a Maria Valéria Rezende já pode trazer ela aqui pro palco enquanto eu pego a minha colinha aqui para apresentá-la com toda pompa circunstância eh que ela merece a Maria Valéria Rezende eh nascida em Santos onde ela viveu até os 18 anos eh em 1965 ela entrou paraa congregação Nossa Senhora Cônigas
de Santo Agostinho e ela tem uma vida né dedicada à educação popular primeiro na periferia de São Paulo e a partir de 72 no Nordeste tendo vivido em Pernambuco e depois na Paraíba no meio rural até 86 e hoje em dia em João Pessoa né tem muita gente de João Pessoa no chat dando boa noite dando oi para você Maria Valéria além disso Maria Valéria ela é uma das idealizadoras de um coletivo literário feminista chamado Mulheril das Letras e é autora de inúmeras obras muito premiadas vou mencionar apenas algumas né publicadas pela Alfaguara o voo
da Guara Vermelha Vasto Mundo Outros Cantos 40 dias que acabou de ser indicado como leitora obrigatória do vestibular da Unicamp carta Rainha louca e modo de apanhar pássaros à mão maria Valéria muitíssimo obrigada por ter topado o nosso convite depois de ter apresentado de modo breve seu currículo que é vasto assim queria grifar aqui paraas pessoas que são muitas que nos acompanham que é uma honra te receber aqui e que você tá aqui porque eu brinquei com você na reunião dos bastidores que você joga em todas as posições né é educadora popular tem inúmeros projetos
de formação de educadores é autora né e além disso trabalha eh nessa coordenação né essa articulação cultural entre autoras então olhando para esses dados e pelas suas andanças pelo Brasil e pelo mundo eh qual o que que você tem a dizer pra gente sobre como a gente forma leitores bem boa tarde a todas as pessoas que estão aí nos ouvindo eu eu preciso me descrever não é sim eu sou uma velhinha de 82 anos mas tenho o cabelo preto porque e não é pintado é um defeito genético que eu tenho meu cabelo não fica branco
todo mundo pergunta: "Com que você pinta seu cabelo que parece natural mas é natural e cortado bem curtinho para não me dar trabalho e eu uso uns óculozinhos assim pequenos que não servem para grande coisa eu tenho a visão muito prejudicada já mas assim mesmo boto uns óculinhos que melhoram um pouquinho a situação e eu vou dizer eh eu vou falar muito mais eh da minha experiência como leitora porque eu nasci 12 anos antes de aparecer a televisão então isso já era uma grande vantagem porque e depois nasci em numa família minha mãe mineira meu
pai santista onde nas duas famílias havia escritores e todo mundo lia lia lia tanto que eu não quis na minha vida ser escritor porque eu achava a coisa mais sem graça do mundo todo mundo era escritor e eu achava que um dia todo mundo ia escrever um livro mas o livro entrou na minha vida mas muito muito cedo quando a gente naquele tempo não tinha eh lugar na escola para todo mundo mesmo escola particular mesmo que a família pudesse pagar uma escola particular não era fácil conseguir lugar e matrícula então mal a gente nascia quando
viam se era menina ou menina porque naquele tempo precisava esperar nascer para saber se era menina ou menina imediatamente já fazia uma pré-matrícula numa escola e a escola na qual me pré-matricularam com um mês de idade recomendava que os pais não tentassem alfabetizar as crianças antes de ir paraa escola porque usavam métodos tradicionais e na escola havia um método moderno e que então não era para atrapalhar e aí isto foi um problema na minha vida por quê minha mãe trabalhava ela era hoje se diria estilista ela trabalhava até às 5 horas da tarde aí ela
tomava banho se se preparava e sentava numa poltrona e lia depois eu fiquei sabendo que era ali Machado de Assis em Luping tinha obra completa lá em casa ela acabava e recomeçava e eu me lembro perfeitamente de me sentar no chão na frente dela e observar a expressão do rosto dela e ela ria e ela fazia expressões de espanto ou de dúvida e eu ficava doente para saber que que era que ela tava por aquelas expressões e depois ela nos contava histórias contava histórias e e eu via a minha vida toda eu via gente lendo
a minha família e era uma família mentida com um negócio de café e que quando teve a crise de 2930 perderam tudo perderam tudo não ficou nada só ficaram os livros porque era tão pouca gente que sabia ler no Brasil que não adiantava você vender livro livro usado então eu me lembro uma coisa que foi marcante na minha vida na casa da minha avó não tinha era uma casa pequena porque eles tinham perdido tudo e não tinha lugar para fazer uma biblioteca então havia uma um corredor estreito com as estantes de livro de alto abaixo
era estreitinho o corredor e um dia eu cheguei lá eu devia ter uns 9 10 anos e vi minha avó parada assim olhando para aqueles livros todos e eu disse: "Vovó você tá procurando algum livro quer que eu te ajude?" Ela me disse: "Não filha eu sei onde são todos os livros eu estava era aqui pensando os outros pensam que nós ficamos pobres então para mim livro sempre foi a coisa mais importante mas então a gente como não tinha televisão né e na minha casa só foi ter televisão quando eu já tinha 17 anos pro
meu pai ver o jogo do Santos porque também a televisão daquele tempo só passava raio trovoada aí eu me lembro que eh eu ia te perguntar Valéria desculpa eu ia te perguntar que você contou um pouquinho de como se formou leitora né eh como é que se dá para você essa inserção no universo educacional quando você decidiu se dedicar à educação popular e qual o papel da leitura nessa sua atuação como educadora popular isso é uma coisa que que isso de contar histórias sabe eh de ler histórias ler a gente durante toda a minha infância
e adolescência a gente acabava de jantar não podia ir dormir que dava congestão cerebral agora acho que não dá mais nunca mais ouvi falar então o que é que se fazia depois do jantar na minha família e muitas famílias que eu conhecia quando as pessoas eram alfabetizadas sentava-se na varanda e liam-se livros por exemplo eu me lembro meu avô lia um capítulo por noite depois dis que escondia o livro pra gente ficar esperando pra gente não poder ir ler separado pra gente ficar esperando a hora de ouvir a leitura de livro se sabia muita poesia
de cor então se diziam poemas eh e aí eu muito cedo comecei a a essa prática veio meu pai era médico da Santa Casa então ele era a única serviço de para pobre que existia de saúde né ele era obrigado a dar alta pros que saíam da crise porque tinha muita gente em pior estado esperando vaga então quando chegava no sábado e no domingo ele tomava nota de onde eram os clientes que ele tinha dado alta e subia os morros lá de Santos ou ia nas praias dos pescadores nas ilhas para ver as pessoas que
ele tinha a quem ele tinha dado alta quando eu fiz seis para 7 anos e aprendi a ler papai me disse: "Minha filha agora você vai comigo e você vai levar livros para ler pras crianças de lá porque eles nem sabem ler e não t livros." Então eu comecei a fazer isso de repartir de de ler livro para as outras crianças desde os 6 7 anos de idade então eu me lembro que quando eu já com os 18 anos eu encontrei Paulo Freire pela primeira vez e vi ele explicar a filosofia da troca de saberes
tudo isso parecia assim que ele tava me explicando aquilo que a minha vida toda eu quis fazer então isso de repartir leitura eu fiz a vida toda eh desde criança então eh depois a gente foi com continuando com isso né quando eu morei durante bastante tempo num povoadozinho no interior aqui da Paraíba eh e o meu eu vivia da troca de serviços e bens com o povo então um dos serviços que eu prestava além de ler e escrever as cartas de todo mundo porque até alfabetizar o pessoal para eles serem capazes de fazer eles mesmos
custava né eh o outro outro serviço muito comum era ler para para as comunidades pro povo os folhetos de cordel que eles iam nas feiras e compravam eles compravam os folhetos de cordel mas eles não sabiam ler então estavam esperando alguém que lesse ou uma criança que fosse paraa escola e acabasse alfabetizando ou alguém que chegava de fora que lia então eu foi serviço meu assim foi uma das minhas trocas era ler os folhetos de cordel eh eu ganhava eu era convidada para comer eh galinha de cabidela no sítio em troca de ler folheto de
cordel depois a gente então acabou eh criando aqui aqui na Paraíba no município do Conde aqui pertinho um projeto que tem já quase 40 anos que se chama o livro em roda aliás vocês podem até procurar eh pelo Google vocês vão encontrar eh vídeos eh programas alex põe o chat aqui pra gente Maria Valéria que daí eles conseguem achar o o Alex vai pôr o link aqui do projeto pra gente no chat projeto Livre em Roda que é o seguinte a gente começou com bicicleta e depois a gente conseguiu um financiamento tem então uma caminhonete
e percorria toda semana as 22 escolas rurais do município do Conde que não tinham bibliotecas as bibliotecas só tinha nas escolas da cidade e com as comas de livros e as crianças podiam escolher o livro que queriam podem escolher o livro que querem ler e isso é uma coisa inacreditável porque como só podia escolher um livro de cada vez era engraçado uma vez eu eu descobri os meninos coxixando entre si coxixando e olhando para mim com um ar desconfiado e depois eu descobri o que era que eles estavam combinando cada um que livro ia pegar
porque eles moravam perto e depois durante a semana eles trocavam de livros então em vez de ler um livro por semana eles estavam lendo cinco e era como se eles estivessem transgredindo entendeu então eh e aí eu descobri uma coisa interessante outro dia uma amiga me perguntou: "O que que eu faço para meus livros para meus filhos quererem ler?" Eu disse: "Proíbe proíbe que eles vão querer saber por que você proibiu você quer que seus livros seus filhos leiem eles não leem?" Você pega escolhe os livros que você acha que seriam bons para eles bota
numa instante e diz: "Olha ninguém mexe aqui hein isso aqui não é para ninguém ler ninguém mexe aqui eu tenho certeza que eles vão ler porque eh há uma uma tendência da criança e da do jovem de transgredir por curiosidade transgredir as ordens os limites não é verdade e eu outra coisa se o se a criança e o jovem não vê o adulto lendo ele não vai ler eu me lembro que o colégio para onde eu fui eh outro problema é o problema das bibliotecas o colégio esse colégio onde eu fui estudar a biblioteca estava
em instantes com com portas de vidro assim ao longo dos corredores de entrada paraas salas de aula e os livros estavam ali e tinha a fichinha dentro de cada um e a gente tinha total liberdade de abrir pegar o livro preencher o nome da gente na fichinha colocar no lugar e pronto a biblioteca tava ali aí quando eu tava trabalhando no interior que a gente começou a criar umas escolas de umas que a gente não chamava de escola chamava de canteiros que era pra prefeitura não se meter e não querer dar ordem para nós a
gente chamava de canteiros e reunia crianças de cinco a a e a jovens de 18 anos porque era eram eram saídas improvisadas para resolver a falta total de escola isso ainda nos anos 70 e 80 e aí eh que que eu ia dizer ô gente me perdi aqui eu tava falando das estratégias de um pouco de engajamento né você falou da proibição e você tava falando então por exemplo nessa nessas nos canteiros a gente também eu catava livro por todo canto que havia muito folheto de cordel também né porque era o livro mais barato e
mais fácil de achar por aqui mais típico da cultura local e juntava tábuas velhas que achava pela rua todas as crianças ajudavam a procurar tábuas descartadas e coisas tijolos e a gente fazia uma estante de tijolo e tábua apoiado em cima e isso era biblioteca em todos os canteiros havia uma biblioteca à vontade pra criança pegar o que quisesse nunca nunca se dizia pode ler isto não pode ler aquilo não e todo mundo lia eh eh posso fazer uma outra pergunta hã sim faça eh e você contou bastante aqui um pouquinho sobre né a sua
atuação como educadora popular e a questão da leitura dentro da educação popular né e como essa educadora se torna autora ah bom isso daí foi meio por acaso quer dizer eu sempre escrevi eu sempre escrevi sempre eu até E no contexto educacional você escrevia para ensinar eu escrevia sempre escrevi porque só que eu nem assinava entendeu eu produzia por exemplo não sei quantos folhetos de cordel que eu produzi que era uma maneira mais fácil de você passar conhecimentos por exemplo eu trabalhava com eh trabalhadores eh eh assalariados da cana de açúcar ou agricultores que estavam
lutando pela terra então como é que você passa para as pessoas e faz eles dominarem a legislação a melhor maneira é traduzir aquilo numa linguagem de folheto de cordel que aí o pessoal decora com facilidade porque isso aqui é uma coisa impressionante tá na na tradição do Nordeste de tal maneira que é muito mais fácil o pessoal decora com facilidade quando você eh rima eh é estrutura rítmica né é muito mais fácil né rimada pois é então eu escrevi muito disso depois eu fiz novela de rádio também para passar essas na escrevia a novela de
rádio peça de teatro que lá em Guarabira onde eu passei muitos anos eh na frente da catedral tem um patamar assim enorme uma escadaria e a praça onde isso se encontra ela é inclinada então aquilo ali é um anfiteatro então a gente fazia montava peças de teatro e fazia ali então eu escrevi peças eu escrevia tudo mas eu não me via como escritora eu era uma educadora que usa a escrita como ferramenta como uma recurso de trabalho não é então apenas a minha avó não se conformava de não querer ser escritora porque ela achava que
eu escrevia muito bem e eu então eu mandava umas cartinhas para ela por mês eu querida vovó estou aqui na frente da janela da minha casa e estou vendo passar fulano de tal aí eu um pouco que eu sabia do fulano eu inventava a história dele e mandava pra minha avó um beijo da sua avó quando eu ia viajar a trabalho e não tinha um tstão para comprar presente nenhum para ninguém eu pegava uma historinha daquelas que eu tinha eu batia com carbono aí eu tirava o querido da vovó e o beijo da sua neta
e levava paraos meus amigos de presente tá aqui ó trouxe para você foi assim que um dia eu eu fui para uma reunião em São Paulo e tava lá Frei Beto era e eu me dei conta que era dia do aniversário dele aí eu tinha levado uma história para dar paraa minha irmã mas acabei dando para ele e aí ele passou para um para um para um editor que aliás foi interessante porque ele me pagou com a mesma moeda porque quem retirou as cartas dele que e fez sair o primeiro livro dele que eu tirei
as cartas da prisão dele fui eu então pronto estamos kits eh agora uma uma coisa que eu acho muito importante é que a gente eh a gente a criança ela gosta muito de criar então uma experiência que eu tenho feito muito frequentemente é começar uma história e pedir pra criança continuar e ela vai e volta e vai e volta e eu vou mais um pedaço fazer de parceria uma história e depois agora vamos fazer o livro dessa história então você vai desenhar a criança desenha mesmo que ela não saiba ler nem escrever ainda ela se
sente criando um livro e isso funciona muito bem eh e depois é importante que as crianças possam pegar nos livros sabe mesmo que não saiba ler desde muito cedo tem que pegar as crianças se a criança não vê um adulto lendo essa experiência me eu me lembro até hoje eu fecho os olhos e vejo minha mãe lendo a 80 anos atrás entendeu e a expressão do rosto dela e como aquilo me intrigava e então eu acho que a a outra coisa que eu faço muito é e que funciona demais eh eh são oficinas que eu
faço com com estudantes de todos os níveis desde do do do primário pequeno primário não não chama primário como é que chama primeiro grau fundamentalis fundamental ou não sei o quê até e que é por exemplo eu pego um conto muitas vezes um conto meu ou um conto de alguém faço uma inversão até um certa altura do conto e deixo em suspense e distribuo pro pessoal agora vocês vão se juntar de dois em dois em três em três e criar uma conclusão para esse conto um desfecho é uma coisa incrível eles se envolvem porque a
aí é que tá a gente a leitura muitas vezes a gente espera que que o o leitor seja aquele leitor passivo que senta numa poltrona pega o livro e fica lá lendo não os meninos hoje não não são assim então eu descobri isso que você pedindo deles que criem alguma coisa aí vai a a eu faço muita oficina de leitura de escrita assim eu já fiz isso de um conto interrompido para criar a coisa com um auditório de 500 estudantes aí me disseram: "Você tá louca não vai dar certo." Por que que não dá certo
deu certíssimo 500 estudantes num auditório assim imenso no Instituto Federal aqui do Rio Grande do Norte quando eu disse que o que que eu ia fazer as pessoas ficaram: "Não mas não vai dar certo como mais gênu deu certíssimo entendeu eh então outra coisa por exemplo eu que eu já fiz várias oficinas assim com adolescente de escola pública por exemplo aí eu chego lá aqui aqui no Nordeste é fácil eu pergunto assim: "Quem daqui que sabe fazer cordel que tá acostumado que conhece cordel não sei o quê?" Aí os fulano fulano fulano que são os
que vieram do interior para os para aqui paraa cidade e quem é que sabe fazer como é que chama esse negócio aqui auração Não não não não eh ai Jesus como é que chama essa essa esse tipo de poesia moderna ah eh rap rap quem que sabe fazer rap aí diga um fulano fulano sabe fulano faz fala um rap aí aí o menino diz o rap dele que é uma história sim aí di agora você que sabe quem é que sabe de cordel e sabe contar uma Aí um lá diz um um história em cordel
is agora vamos trocar essa história que esse menino contou como rap vocês vão transformar numa história em cordel e a história que ele contou no cordel vocês aqui vão transformar num rap e funciona gente na hora que você põe um desafio e eh funciona depois outra coisa que também eu acho que eh quando eu era criança tinha muito é que a gente tinha aula de desenho aula de trabalhos manuais enfim e então enquanto a gente tava ocupado bordando fazendo não sei o quê uma colega estava lendo um livro pra gente em voz alta e aquilo
era interrompido e continuava na semana que vem eu que não que eu tinha aprendido a bordar desde os 5 anos de idade que a minha mãe era uma grande bordadeira e fez de bordar eu não queria lá aprender bordar no na escola então eu trocava com as minhas colegas e eu era sempre a leitora né trocava as a mas nas aulas de desenho também a gente tinha leitura então essa eu acho que há muitas maneiras o que acontece aqui também eu acho que hoje tem um problema que é o seguinte é que se você não
estiver por dentro de tudo que acontece nas redes sociais você é discriminado pelos pelos colegas então muitas vezes os jovens e as crianças se sentem obrigados a acompanhar o que tá acontecendo nas redes sociais e os joguinhos e os não sei o quê para não ser discriminado e não ficar por fora uhum agora a gente teria que criar uma maneira de fazê-los eh que o que o livro tivesse a mesma o mesmo desafio né perfeito então e outra coisa é existir livro à disposição existir livros à disposição maria Valéria eu acho que você deu aqui
nessa sua fala inicial muitos ganchos né já vinculados com o panorama da pesquisa e a gente chegou aqui no nosso primeiro teto né dos 20 minutos eu posso chamar a Zoara aqui pra gente começar o debate então eu já vou chamar aqui a Zoara aqui na tela pra gente e queria eh fazer ressaltar alguns pontos da fala trazida da Maria Valéria como ela conversou né com a o os resultados da pesquisa trazidos pela Zoara e o pessoal que tá no site no chat aqui foi me ajudando né eh pontos que pontos altos do relato da
Maria Valéria que se conectam com a pesquisa né o quanto o amor aos livros é transmitido pelos pais pelos familiares né o quanto isso fica muito forte no seu relato a questão do acesso aos livros né eh os livros disponíveis seja nos canteiros improvisados né com o material que se encontrava que eram doados sejam nas bibliotecas né com as fichinhas né ou seja o acesso livre acesso a um livro é muito importante né pra constituição da formação de leitores e esse foi um dos pontos que a Zuara também grifou como uma das hipóteses né para
ter diminuído o número de leitores entre 5 e 10 anos as escolas fecharam durante a pandemia e as escolas são um dos poucos espaços aonde esses estudantes tinham acesso aos livros né eh uma outra coisa que a Maria Valéria falou lindamente né o desejo de ler o quanto isso ficava expresso na infância dela olhando pra mãe se emocionando né envolvida com a leitura ou nos serviços trocados né em que as pessoas tinham os livros e não conseguiam decifrá-los né mas tinham interesse eh em escutar as histórias então de pedir para que alguém lesse né de
serem lidos né por outras vozes ou seja muitas vezes as pessoas não dominam a técnica né da leitura mas tem um desejo né de ler o quanto isso é importante né e o quanto isso é mobilizador de uma educação literária a que a Maria Valéria deu um desbonde de estratégias de engajamento de leitura né desde a proibição de dizerido não é pro seu bico para criar a curiosidade até a as estratégias da suspeção né da leitura né então termina por aqui né eh e a gente volta amanhã e todo mundo querendo saber o que acontece
né estratégia eh narrativa clássica desde o folhetim das novelas mas também da leitura em voz alta né que pode ser mobilizada para isso eh a questão da importância da curadoria né o que que a gente vai oferecer de leitura para qual público então eh oferecer cordel para um público que gosta deste gênero ou reconhece este tipo de leitura como engajamento inicial antes da ampliação né do gênero de leitura né e daí em termos de ampliação de gênero de leitura você faz aqui a sugestão do trabalho com rap numa mesma atividade né ou seja a gente
lida com dois gêneros de leitura numa mesma atividade com engajamento né porque tem trofa e participação e protagonismo dos jovens aqui só alguns pontos que eu fui anotando de tudo que a gente foi falando que são estratégias e pontos que apareceram na pesquisa também ah uma coisa que é lindíssima do que você fala e que apareceu muito comentado aqui no chat que lindeza que é receber histórias como presente né e que você começa presenteando as pessoas da família e que hoje em dia você presenteia os os leitores né nos presenteia a nós com as suas
histórias e daí várias pessoas no chat dizendo: "Que lindeza continua queremos mais histórias de presente eh e acho que um ponto bastante interessante que você traz é do envolvimento criativo com os leitores né do quanto é importante eh que os leitores complementem as histórias eh sejam com essa sua estratégia de suspensão seja com obras literárias de qualidade né que você precisa que o o os leitores se deslizem nas histórias né é assim que a gente constitui gosto pela leitura mas Zoara eh que o sapato tá apertando muito né a gente tem muitas estratégias né mas
a gente tá perdendo leitores tem uma sangria de leitores no país né eh uma palavra que acaba se tornando chave é política pública né a gente fala muito sobre a os os educadores leitores daí tá uma discussão grande aqui no chat também ah muitos educadores não são leitores daí muita gente respondendo: "A vida do educador é jornada dupla tripla é muita burocracia não tem tempo de leitura e muitas vezes né eh esses educadores não tiveram acesso a livros né e é uma educação literária né então acho que a gente chega aqui num ponto que é
a política pública né eh como é que foi a apresentação né desses dados eh e o que que a gente vê de cenário de política pública para tentar dar conta né de algumas questões que são estruturantes nessa perda de leitores pois é eu acho que vocês estão tocando na questão que é fundamental né é a formação do professor leitor né a gente sabe todas as eh eh as dificuldades que esse professor tem um salário ridículo a dupla jornada né e a importância de uma formação continuada principalmente hoje porque a gente tem que rever muitas práticas
acho que a Maria Valéria eh eh eh eu acho que ela eh eh assim nos traz essa provocação de uma forma exemplar né ela traz algumas palavras que eu acho que tem que tá tem que estar nessa nessa nessa preparação desse educador né que é o desafio a o as novas conexões quer dizer tá todo mundo por que que essa nova geração tem tanto interesse em estar nas redes sociais por conta dos compartilhamentos das experiências dos seus momentos de vida e a Marila a Maria Valérias não traz isso quando ela fala vamos completar histórias e
coletivamente né todas as pessoas foram convidadas para isso a questão da transgressão eu acho que essa é uma palavra muito importante a gente tem que transgredir coisas que nós aprendemos até agora né porque esse cenário mudou né e a gente tem que olhar para esse novo cenário né e olhar para esse cenário olhar para esse jovem e saber exatamente o que ela falou como provocar esse jovem né para que ele se interesse por aquela narrativa por aquele livro para que ele saia da tela né então eu acho que a gente passa quando a gente olha
para as políticas públicas a gente passa assim para questões do acesso né a gente sabe que 50% das escolas não têm biblioteca né isso é um dado do MEC e quando tem essa biblioteca ela não tem um bibliotecário ou um profissional que esteja ali integrando as atividades dela né com o projeto escolar daquela escola né então não tem essa conversa o professor não a gente viu lá o perfil leitor do professor mas o bibliotecário poderia estar junto né eh eh mostrando o que que eu tenho nesse acervo para esse aluno né eu acho que isso
tudo tem que tá pensado como um projeto integrando todas as eh esses agentes a família né não tem livro em casa mas gente na escola tem vamos chamar a família e desenvolver atividade seja na reunião de pais e mestres a gente até tem uma experiência no livro sobre isso eh eh e a família tem que perceber o quanto ela é importante nesse despertar do gosto pela leitura né a questão do afeto do exemplo né mas a família não tem livro em casa a família não tem esse perfil leitor então vamos né vamos chamar né eh
eu acho que a escola tem esse papel também né de de sabendo né dessa importância dessa família de trazer junto né eu acho que o desafio hoje quando você voltando paraa política é pensão né eu acho que a gente tem que pensar em políticas que olhem para esses novos pros novos desafios seja do professor seja da integração dessa família seja do do dessas bibliotecas que tem que tá aberto eu digo ela não pode ser mais a biblioteca do silêncio ela tem que ser a biblioteca do do barulho aquela biblioteca que traz essa comunidade para né
trazer suas experiências construir eh eh eh conhecimento para aquela comunidade né a voltando paraa pesquisa eh eh a gente percebeu que as pessoas olham a biblioteca como lugar para estudante não né essa biblioteca tem que estar aberta para aquela comunidade então a política pública tem que pensar nesse novo modelo de biblioteca tem que garantir a universalização das suas bibliotecas essa formação continuada e reolhada né essa essa essa eu acho que é uma formação mais que transgride também coisas que nós já aprendemos chega de teoria né vamos pensar em tudo isso que a Maria Valéria trouxe
né é como é que a gente traz isso pro espaço e outra coisa que eu acho fundamental de políticas públicas que a Maria Valela também tocou a valorização do livro né eu acho que a gente precisa ter campanhas mostrando a importância do livro né eu hoje falam em célebro podre por quê porque as esses jovens que não estão lendo né tem prejuízos inclusive mentais não só de empatia não só de relacionamento né cognição né mas a questão de cognição né além de problemas de hiperatividade que a gente tá vendo por aí enfim eu acho que
a gente precisa resgatar a importância do livro também e política pública tem que pensar nisso né eu acho que tem que ter campanhas aí bom enfim acho que eu falei muito tá certo Maria Valéria muitas pessoas eh agradecendo né o seu relato e e mencionando as suas obras né e tem uma pergunta bastante interessante eh sobre o voo da Guara Vermelha que fala né sobre eh esse interesse pela leitura né eh como é que se deu a composição desse romance tem muito da sua experiência como educadora popular nesta e em outras obras é tem sim
tem eh eu encontrei muita gente ao longo da minha vida de educadora popular porque bom eu tava aqui na Paraíba mas eu andava pelo Brasil inteiro por fora do Brasil também e e esse a dor de não saber ler para quem deseja ler é uma coisa muito muito muito séria e existe em todo lugar eu encontrei isso inúmeras vezes e descobri também tem uma coisa que eu descobri pela prática é que em muitas bibliotecas as coisas são arrumadas de uma maneira que a impressão que dá é o seguinte que o ideal do bibliotecário é que
ninguém leia para não para não estragar o livro e eu eu compreendi isso uma vez que para mim foi uma revelação logo que eu cheguei no Nordeste que eu fui morar num povoadozinho do interior e no primeiro dia de feira que teve eu fui pra feira e a primeira coisa que me que me chamou atenção foi que nas barracas da feira tinha o saco de farinha granel o saco de feijão a granel e pendurado ao lado na mesma barraca um cordão e uma porção de folheto de cordel ou seja o a leitura o livro que
é o livro que tinha naquela realidade e se estava ali na no no lugar dos gêneros de primeira necessidade e aí eu tava ali olhando aquilo e vi o cordel Carlos Magno e os 12 pares de França e eu me lembrei eu tinha eu tinha feito uma licenciatura em língua literatura francesa e aquilo era eh La Chanon de Rolon o o livro considerado inauguração da literatura francesa e aí quando eu tava ali espantada com aquilo olhando o que que tinha naqueles cordéis chegou um senhor com um exemplar do Carlos Magno e os 12 pares de
França que tava marrom de tanto ser apanhado e com as as quinas assim estavam arredondadas e ele chegou e disse: "Moço se eu tenho outro desse aqui que esse meu já gastou?" E aí para mim foi uma revelação quer dizer livro é para gastar é bem de primeira necessidade e o livro tem que se gastar se ele não foi gasto se ele não se gasta é porque ele não foi lido então ele não tem sentido então eu acho que também hoje em dia uma coisa que me preocupa um pouco é que os livros estão caros
demais porque agora tão com a mania de fazer do livro um objeto de arte com a capa dura com não sei o quê com um monte de bagulho de história que que não não é o texto não é a literatura é enfeite e as eu tenho certeza que muitos desses livros as pessoas compram só para botar como obid decoração na sala para a visita ver que ela é culto entendeu por sabe eu me lembro quando eu tava vivendo no interior do Nordeste eu não posso viver sem ler não não posso viver sem ler eu leio
um livro por por dia eu leio rapidíssimamente inclusive eu tenho uma coisa que eu que diz que chama leitura fotográfica que eu não leio assim eu leio assim e aí eu em geral trabalho até às 6 da tarde depois daí em diante eu leio até 1 hora da madrugada então eu eu Ai por que que que eu queria dizer era uma coisa importante esqueci mas eu tô com aquinha viu vocês me desculpem mas é assim eu tinha te perguntado da da importância da sua atuação como educadora popular nos romanos aí você falou dos livros gastos
das bibliotecas então pois é então tem que gastar e aí eu eu fui eh eu fui encontrando muito ao longo da minha vida justamente como eu lidei com isso eu formei muitos alfabetizadores e tudo isso eu lidei muito com esse desejo de aprender a ler sabe eu lidei muito com isso por exemplo quando eu tava trabalhando no interior aqui da Paraíba que a gente tentou fazer foi ainda no final dos anos 70 começo dos anos 80 ter que recuperar todo o movimento sindical e tudo isso eu descobri que as mulheres eram mais alfabetizadas do que
os homens porque os homens muito cedo tinham que sair da escola para ir para pra roça né e as mulheres às vezes ficavam as meninas ficavam em casa cuidando dos irmãozinhos que quando tinha uma escola perto conseguiam ir paraa escola e aí eh nós acabamos criando o movimento das mulheres trabalhadoras do brejo e elas que alfabetizavam os homens os o os e eu lidei demais com essa questão com a necessidade e a vontade de se alfabetizar aí e agora isso só o o a descoberta do livro tem que ser anterior a alfabetização porque alfabetizarse é
um esforço então é precisa ter uma recompensa e a recompensa tem que ser conhecida antes então contar histórias eh mostrar o livro contar o que tá escrito dentro do livro é uma coisa eh quem não vê ninguém lendo não vai ter nenhuma motivação para ler por quê sabe então eh eu ainda eu hoje eu quando tiver qualquer coisa qualquer tempo livre que eu tenha eu vou ler não vou ver filme não vou ver série não vou fazer nada vou ler vou ler porque pronto a minha vida foi assim fui fui criada para ler aqui teve
um ponto que vocês duas mencionaram né de fazer das escolas ou desses núcleos educadores comunidades eh de leitores né em que eh múltiplas pessoas para além do educador né eh se envolvem e se engajam em torno do livro e da leitura e vocês falaram da necessidade de compartilhamento seja dos jovens né seja do do acesso a essa recompensa que são as histórias né aqui no chat tão aparecendo muitos projetos né e relatos de estratégias de compartilhamento de leituras né desde clubes de leitura como eh antigamente a gente tinha os recitais de poesia hoje a gente
tem as batalhas os islãs né eh que são estratégias contemporâneas né eh de compartilhamento de leituras né para além do pé da fogueira e do do serão né ou da narração dentro de sala de aula mas a pesquisa revela também Zoara que ajuder dentro de sala de aula também né a gente ter esse esse professor quanto um modelo de leitor né que performa a leitura diante daqueles que ainda estão em formação eh isso também mostra eh o o quanto né a gente tem que recuperar esse papel né do do educador e do das famílias e
da comunidade de leitores como um todo como leitores de referência né como modelos de leitores né pra gente também conseguir despertar o desejo eh tem a a pesquisa chega a investigar estratégias de leitura ou como as pessoas leem tem pessoas também perguntando sobre os digitais e sobre audiobooks isso tem eh impacto né lêe mais lê-se menos dependendo do eh eh essa edição da pesquisa pela primeira vez a gente perguntou exatamente isso como é que as pessoas leem no papel e leem no digital né como é que elas preferem e é muito interessante porque em todas
as faixas etárias você percebe quer dizer a pesquisa indica uma preferência pelo papel seja e a gente pergunta onde é que você compreende melhor no papel como é que você percebe eh eh melhor a aquela narrativa aquela história no papel onde é que você sente eh tem mais eh eh a a concentração né por conta de interrupções no papel o personagem como é que você consegue visualizar melhor o personagem enfim a gente fez uma série de perguntas né desde a compreensão até a a imaginação em relação à história vocabulário e da partir dos dos 11
anos né o papel eh fica em torno de 60% das preferências chegando a 80% em em algumas faixas etárias né e a gente eh eh eh a gente pergunta isso para quem já leu em papel e no digital né quando a gente pergunta a preferência no geral eh é em torno de 60% ao papel ou 20% ambos os suportes né mas quando você entra para saber compreensão né a a a paciência eh o papel ganha tá e essa essa foi uma questão importante quando a gente vê influenciadores digitais que hoje se fala tanto né não
porque quando você vai nas bienais nas feiras né a as filas assim por conta de de autores que que foram aí eh eh que vieram do do book talkers né que que são eh quando se olha para Brasil para brasileiro é 1 2% que cita que a influência né e a leitura daquele livro foi por conta de um influenciador digital né agora quando você olha consumo aí sim né a partir dos 18 anos já cresce para 16 20% aquele que compra o livro por conta de um influenciador digital né então parece que ele tem um
um papel importante ou ou que crescente na muito mais na questão do consumo do que informação de leitores ou ou e e consumo assim também de alguns autores que que são muitas vezes ele é o próprio influenciador né porque aí você pergunta se é leitor ou se é seguidor né mas mas a gente tá explorando sim né essas questões para entender melhor esse fenômeno né sim que é engraçado que no Brasil você tem ilhas né então você olha pras feiras e pras bienais você fala: "Nossa né os jovens estão lendo muito." Muitas vezes me questionam
isso né nossa mas aliás a gente aplicou uma pesquisa 98% dosadores de Bienal são leitores né aí quando você olha que livros eles compraram que livros eles estão lendo são esses que estão realmente sendo né eh eh aí trabalhados ou ou pelos influenciadores mas essa é um esse é um pedaço da nossa realidade né quando você olha para Brasil realmente isso não chega né uhum agora tem uma coisa que é importante por exemplo eu se não fosse isso aqui ó Uhum eu não conseguia ler porque eu não enxergo mais então acessibilidade a a leitura digital
o digital ele veio salvar a possibilidade de leitura para quem começa a ter perda de visão né e de transporte também né aqueles que lembram eu eu tenho cidade fazendo uma tese é fundamental que você leva uma biblioteca eu tenho uns 3.000 livros aqui dentro pois é e a o problema de concentração para ler no digital tem a ver com as interrupções com acesso à internet ou com o próprio meio zo é as duas coisas né a gente pergunta interrupção interrupção e e essa questão do do da linguagem né visual sonora então que que eh
ele ele fica ele cansa ele fica mais cansado paraa leitura na tela do que no papel né a gente tentou fazer essas perguntas de um jeito diferente exatamente para verificar isso né porque realmente você tá você tem interrupção da mensagem que chega Bararã mas além disso eh eh esses vários estímulos acabam eh cansando mais né gente eu tô tentando dar conta aqui do chat mas tá difícil porque o negócio tá assim ó subindo rápido [Música] eh várias pessoas falando do o voo da Guara Vermelha para Maria Valéria a a questão do do livro físico como
incentivo eh calma aí que tinha uma pergunta maravilhosa aqui que eu perdi é muitas pessoas falando da dificuldade de ter acesso a livros e bibliotecas né de muitas escolas sem bibliotecas acho que nesse ponto convém lembrar né que a as escolas recebem os livros por meio né do programa do PNLD né então que vocês podem perguntar paraa diretoria das escolas de vocês né então que esses livros têm que chegar nas escolas né eh o governo manda esse livro paraas escolas e esses livros são escolhidos pela própria direção da escola né com eh o apoio das
coordenações e educadores então eh obrigado né pelo regimento do PNLD que você tem uma ata de escolha dos livros então procurem saber perguntem pra direção da escola de vocês eh quando vai acontecer a próxima escolha eh procurem saber quais livros né tão aprovados para se prepararem para quando essas escolhas forem abertas porque os livros chegam via este programa que a gente tá falando da das escolas públicas né e os livros eh do PNLD vão chegar para as bibliotecas comunitárias também né essa é a mudança recente eh que mais que chegou aqui porque muita gente falando
sobre eh acesso aos livros o quanto é difícil é 50 eh 52 53% das escolas não tem uma biblioteca né uhum pois é mas justamente Uhum é mas é possível uhum como a minha escola tinha o colégio que eu estudei é no corredor que vai paraas salas de aula e não tem bibliotecário ninguém toma conta os livros estão ali e isso não é impossível de se fazer eu já consegui numa escola pública que não tinha local de biblioteca e tavam os livros que chegavam todos amontoados numas caixas por trás no fundo da sala da diretoria
aí eu fui lá e convenci e a gente fez uma um mutirão de sair com os alunos pelas ruas procurando tábua e encontramos porque tem muita gente que desmonta esses esses armários agora de de papelão né que que dessa coisa que desmonta e o pessoal joga na rua recuperamos um monte de tábuas catamos tijolos jogado por aqui por ali e fizemos a biblioteca no corredor da escola e pronto e lá foram os livros para lá e todo mundo ficou entusiasmado e os meninos começaram a ler e aqui eh outro ponto que se comenta é que
as redes sociais também podem ter né eh influência aí interesse né dos leitores mas ser uma porta de entrada né a importância de não se reduzir a leitura aos textos de um parágrafo de redes sociais né ou seja a indicação o desejo né a isca a vir pelas redes sociais mas a importância da leitura em profundidade de textos longos de romances né de obras e falando da importância eh das séries e do cinema muitas vezes para como porta de entrada para leitura isso aparece na pesquisa aliás é o mais citado quando a gente pergunta o
seu interesse por literatura ou pelo livro que você tá lendo de literatura os filmes foram os mais citados primeiro filme depois do professor aparece música letras de música pela primeira vez 15% citaram as músicas para mim foi uma surpresa né mas e eh é realmente o filme né eu acho que que o filme aparece desde a edição anterior como o mais citado né e pros pelos leitores de literatura a gente não tá falando aí né de Brasil mas os leitores de paros leitores de literatura sim né e acho que você falou uma coisa que eu
fiquei pensando na eu tô igual Maria Baleira também esqueci o que eu ia falar muitas informações gente estamos todos informação e infelizmente a gente tá chegando aqui no nosso finalzinho né eh eu só acho que eh convém falar essa relação entre filmes séries e músicas né um pouco com o que a Maria Valéria falou sobre engajamento né muitas vezes né a população não plenamente tem um interesse pela ficção né todo mundo quer ser narrado todo mundo quer participar de vidas e atos culturais né e o quanto esses atos eles são importantes para introduzir essas pessoas
no universo da leitura né e das histórias então acho que aqui a gente tem uma dica né de vários pontos que atraem né jovens adultos né e leitores dessa contemporaneidade que precisam né se formar de de modo mais complexo com a leitura né eh onde estão esses convites né que são as narrativas ficcionais adaptadas para outros suportes né seja rádioovela seja o teatro né no átrio da igreja seja uma série seja o cinema né Acho que essa é uma excelente porta de entrada pro universo daura como forma de sensibilizar como isca mesmo né eu acho
que hoje toda forma de de de trazer alguém pro livro acho que vale a pena né vamos né eu acho que é para para para reduzir essa fuga do livro pra tela né uhum e pra tela não é para para leitura de conteúdos né é é paraa tela para rede social para game para compra não né porque se você entra na tela para acessar conteúdos ou para ebooks maravilha né mas não é isso que quando a gente olha para Brasil não é isso que tá acontecendo né uhum gente infeliz olha aa só queria dizer que
a pesquisa está no nosso site se alguém quiser né baix essas as edições anteriores é é www.prolivro.org.br br além da pesquisa pode baixar todos os livros tá se alguém quiser entrar mais nessas tabelas que a gente passou muito rapidinho né então tem mais sobre as bibliotecas aqu isso que você falou né a a 60% do dos estudantes dependem de uma biblioteca escolar para pra leitura dos livros né indicados pelos professores hum você pode repetir o site Zoara tão colocando aqui no chat pra gente www.prolivro.org.br né aí entra na em retratos da leitura que tem tanto
as pesquisas quanto o as publicações né perfeito aliás tem uma pesquisa em biblioteca escolar que mostra a importância da biblioteca escolar na aprendizagem com base em SAEB tá que é uma outra pesquisa gente eu vou anunciar aqui os nossos sortudes da noite e a gente não Maria [Risadas] Valéria a Iara Matos de Salvador Bahia Tamar Santos Conceição de Conceição do Almeida Bahia também e Letícia Ambrósio Gonçalves de Ubá Minas Gerais e queria muitíssimo agradecer a Zoara Faila e a Maria Valéria Rezende por terem estado aqui conosco nessa mesa de abertura eh que teve como tema
A escola forma leitores uma conversa a partir da Retratos da Leitura do Brasil e antes de passar a palavra para vocês se despedirem queria lembrar todo mundo que amanhã a jornada eh pedagógica continua com a mesa às eh 16:30 bncc e o compromisso de formação de leitores na escola vai ser muito bacana essa mesa com você a palavra Maria Valéria olha eu fico contente de ver que tem tanta gente preocupada com essa questão e ter aqui participando e e eu acho que tudo não tá perdido não sabe eu acho que eu eu tenho impressão também
que essa essa essa absorção pelas redes sociais essas coisas vai acabar virando uma coisa eh banal e as pessoas vão voltar eu tenho a impressão que é possível que descubram o livro como uma grande novidade não é pode ser eu eu tenho minhas esperanças então por isso que eu continuo escrevendo livros por favor continue maria Valéria muito obrigada eu agradeço eu que agradeço Zoara pois é eu quero acho que foi amei né esse momento principalmente por por estar aí conversando com a Maria Valela Valéria né trazendo ela traz coisas que que deixam a gente acho
que em ebulição viu Maria Valé acho que isso que é importante né eu acho que frente a ao momento que a gente tá vivendo né eu acho que a gente tem que tá revendo muitas coisas né inclusive de repente por que não a internet não vai ser essa porta né para nos levar de volta ao livro tomara viu vamos torcer para que para que né a gente tenha influenciadores literários né e enfim para que tudo isso seja melhor qualificado para que de fato a gente reverta esses números que que nos assustaram tanto né mas super
obrigada Rafael e parabéns aí pelo tema e por essa jornada eu que agradeço a participação de vocês e sem ter combinado com a Zuara ela deu o tema que vai ser da mesa de encerramento dessa jornada pedagógica que vai se debruçar justamente sobre educação digital e formação de leitores então não deixem de participar e de acompanhar a jornada eh conosco que a gente vai chegar nesse tema também muito obrigado uma boa noite até amanhã gente é obrigada a vocês